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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE Normal

2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros


Rodovia Edilson Távora, sn
Bairro - Centro Cidade - Barra dos Coqueiros
Cep - 49140-000 Telefone - (79)3262-1482 202090204341

PROCESSO: 201990200403 (Eletrônico)


NÚMERO ÚNICO: 0000560-81.2019.8.25.0008
NATUREZA: Procedimento Comum Cível
REQUERENTE: LURDES MILANEZ
REQUERIDO E OUTROS: GRASSO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA ME

MANDADO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

O(A) Exmo(a). Juiz(a). de Direito de 2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros, Estado de

ESTE DOCUMENTO POSSUI ANEXO(S), ACESSÁVEIS PELO QRCODE, PELO LINK DO RODAPÉ DA PÁGINA OU NA CONSULTA DE AUTENTICIDADE
Sergipe,,

MANDA o Oficial de Justiça designado que em seu cumprimento, promova a REINTEGRAÇÃO da


parte autora na posse do bem abaixo descrito.

Descrição do Bem: lote 99 do Residencial ?Terra do Sol? propriedade da área inscrita sob a matricula nº
16288, Livro 2, ficha 01.

Qualificação da parte autora: LURDES MILANEZ, brasileira, divorciada, funcionaria publica, portador do CI nº
1.160.120 SSP/SC, CPF nº 378.342.669-34, residente e domiciliado a Avenida Moises Gomes Pereira, nº 238,
bairro Centro, CEP 49140-000 e com endereço eletrônico lu_milana@hotmail.com

Observação: Ante o exposto, atento aos ditames dos artigos 560 e ss do Código de Processo Civil, DEFIRO O
PLEITO LIMINAR,determinando, em consequência, a expedição de mandado de reintegração darequerente na
posse do imóvel em testilha.

DO PORTAL DO TJSE EM www.tjse.jus.br UTILIZANDO O NÚMERO DE CONSULTA 2020001586459-33


Qualificação da parte RÉ:
Nome : SAMUEL CANDIDO DA SILVA e MARIA SUZANEIDE DA CUNHA
Residência : Rua Alferes Pedro de Brito, apto 704, condomínio Iluminare Residence, , , 200
Bairro : Farolândia
Cidade : Aracaju - SE - SE

[TM1868, MD1886]

Documento assinado eletronicamente por NELSON HUMBERTO MADEIRA DA SILVEIRA,


Magistrado(a) de 2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros, em 31/08/2020, às
17:43:01, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico


www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos, mediante preenchimento
do número de consulta pública 2020001586459-33.

Assinado eletronicamente por NELSON HUMBERTO MADEIRA DA SILVEIRA, Magistrado(a) de 2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros,
em 31/08/2020 às 17:43:01, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Conferência em www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos. Número de Consulta: 2020001586459-33. fl: 1/2
Recebi o mandado 202090204341 em _____/_____/__________

_____________________________________________________

SAMUEL CANDIDO DA SILVA e MARIA SUZANEIDE DA CUNHA

ESTE DOCUMENTO POSSUI ANEXO(S), ACESSÁVEIS PELO QRCODE, PELO LINK DO RODAPÉ DA PÁGINA OU NA CONSULTA DE AUTENTICIDADE
DO PORTAL DO TJSE EM www.tjse.jus.br UTILIZANDO O NÚMERO DE CONSULTA 2020001586459-33

Assinado eletronicamente por NELSON HUMBERTO MADEIRA DA SILVEIRA, Magistrado(a) de 2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros,
em 31/08/2020 às 17:43:01, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Conferência em www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos. Número de Consulta: 2020001586459-33. fl: 2/2
Poder Judiciário do Estado de Sergipe
2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros

Nº Processo 201990200403 - Número Único: 0000560-81.2019.8.25.0008


Autor: LURDES MILANEZ
Réu: MARIA SUZANEIDE DA CUNHA E OUTROS

Movimento: Decisão >> Concessão >> Liminar

DECISÃO

Vistos, etc.

Trata-se de Ação de Rescisão Contratual cumulada com Requerimento de Reintegração de


Posse, proposta por LURDES MILANEZ, em face de MARIA SUZANEIDE DA CUNHA e
SAMUEL CANDIDO DA SILVA, todos qualificados na inicial.

Consta na inicial que os Requeridos firmaram contrato de compra e venda em caráter de


cessão de direitos com o anterior adquirente tendo anuência da Requerente, mantendo os
mesmos moldes do contrato do anterior na condição de cessionária, comprador para aquisição
de um terreno, correspondente ao Lote n°(s): 02 (dois), do desmembramento de uma faixa de
terra, hoje denominado “Residencial Terra do Sol” Localizado no Povoado Capuã, na Barra dos
Coqueiros/SE, medindo de frente 126.16 m (cento e vinte seis metros e dezesseis centímetros)
e no fundo 126.16 m cento e vinte seis metros e dezesseis centímetros), pelo lado direito 20 m
(vinte metros) e pelo lado esquerdo 19,00 m (dezenove metros), perfazendo uma área total de
2.455 m² dois mil quatrocentos e cinquenta cinco metros quadrados). O valor total da venda foi
de R$ 187.000,00 (cento e oitenta sete mil reais), sendo o pagamento acordado da seguinte
forma: sinal de R$ 48.750,00 (quarenta e oito mil setecentos e cinquenta reais) e mais 60
(sessenta) parcelas fixas, no boleto bancário, no valor de R$ 2.304,00 (dois mil e trezentos e
quatro reais) cada, vencendo-se a primeira no dia 10/08/2014 e a última para o dia 10/07/2019.

A autora afirma na inicial que os Requeridos estão com 29 parcelas em atraso, das 60
(sessenta) parcelas contratadas, e ainda, que os pagamentos que foram feitos, foram
efetuados 30 (trinta) dias após o vencimento.

Os Requeridos apresentaram contestação/reconvenção às fls. 57/73.

Houve decisão às fls. 196/198 analisando as preliminares arguidas na defesa.

As partes pediram designação de audiência de instrução, até então não realizada, ante a
determinação de suspensão nos termos do despacho de fls. 389.

A Requerente peticiona às fls. 396/ 401 requerendo a concessão de tutela provisória de


urgência, informando que os requeridos vêm realizando obras no imóvel objeto do contrato
rescindido.

Assinado eletronicamente por NELSON HUMBERTO MADEIRA DA SILVEIRA, Juiz(a) de 2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros,
em 28/08/2020 às 14:37:43, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Conferência em www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos. Número de Consulta: 2020001570852-09. fl: 1/2
Eis a síntese dos fatos até então ocorridos.

DECIDO.

Dispõe o art. 562 do Diploma Processual referido que estando a petição inicial devidamente
instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição de mandado liminar de manutenção ou
reintegração e, em caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado,
citando-se o réu para comparecer à audiência de que for designada. Friso ser o dispositivo
legal citado aplicável à pretensão analisada por força do disposto no art. 563 do CPC.

Debruçando-me sobre as provas dos autos verifico a presença de requisitos autorizadores da


concessão liminar de reintegração de posse.

Constato que na peça de defesa os requeridos afirmam que deixaram de realizar os


pagamentos das parcelas, conforme se avista às fls. 63. Nesse sentido, estando o contrato sub
judice pendente de apreciação da rescisão postulada pela parte Autora, qualquer construção no
imóvel objeto da lide, restará em situação de irregularidade.

Portanto, pelas razões mencionadas tenho como subsistentes os fundamentos aqui declinados
para deferir a tutela pretendida.

Ante o exposto, atento aos ditames dos artigos 560 e ss do Código de Processo Civil, DEFIRO
O PLEITO LIMINAR,determinando, em consequência, a expedição de mandado de
reintegração darequerente na posse do imóvel em testilha.

Intimações necessárias.

Dando regular prosseguimento ao feito intimem-se as partes para, no prazo de 10 (dez) dias,
ratificarem o interesse na produção de prova oral.

Cumpra-se.

Documento assinado eletronicamente por NELSON HUMBERTO MADEIRA DA


SILVEIRA, Juiz(a) de 2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros, em
28/08/2020, às 14:37:43, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico


www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos, mediante
preenchimento do número de consulta pública 2020001570852-09.

Assinado eletronicamente por NELSON HUMBERTO MADEIRA DA SILVEIRA, Juiz(a) de 2ª Vara Cível e Criminal da Barra dos Coqueiros,
em 28/08/2020 às 14:37:43, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Conferência em www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos. Número de Consulta: 2020001570852-09. fl: 2/2
Leila Consuelo Lelis Caetano Grasso

Advocacia e Consultoria Jurídica

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO VARA CÍVEL


DA COMARCA DA BARRA DOS COQUEIROS/SE.

PRIORIDADE PROCESSUAL – IDOSO (ART. 1.048-I DO CPC.)

LURDES MILANEZ, brasileira, divorciada, funcionaria publica, portador do CI nº


1.160.120 SSP/SC, CPF nº 378.342.669-34, residente e domiciliado a Avenida Moises
Gomes Pereira, nº 238, bairro Centro, CEP 49140-000 e com endereço eletrônico
lu_milana@hotmail.com por intermédio de sua advogada, Leila Consuelo Lelis Caetano
Grasso com procuração em anexo, com escritório profissional a rua Manoel Gomes da
Rocha, nº 37, bairro Luzia, Aracajú/SE e endereço eletrônico leilaconsu@hotmail.com /
leliscaetanograssoadvocacia@gmail.com, onde recebe notificações e intimações, vem, mui
respeitosamente perante Vossa Excelência, requerer a, ajuizar a presente

AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL POR FALTA DE PAGAMENTO


CUMULADA LIMINAR E REITEGRAÇAO DE POSSE

O que faz com supedâneo nos artigos 554 e seguintes do Código de Processo
Civil, pelos fatos e razões a seguir expendidos:

Face de SAMUEL DA CUNHA e MARIA SUZANEIDE DA CUNHA, esta com RG


n° 718.426 SSP/DF e CPF nº 183.916.131-00, residente e domiciliada a rua Alferes
Pedro de Brito, nº 200, apto 704, condomínio Iluminare Residence, Bairro Farolândia,
CEP: 490320-110, Aracaju/SE, que o faz pelos fatos e fundamentos a seguir descritos,
para ao final requerer:

I. PRELIMINARMENTE
BENEFICIO DA JUSTIÇA GRATUITA

A requerente pleiteia os benefícios da justiça gratuita assegurados pela Constituição


Federal em seu art. 5º, LXXIV e Lei Federal 1060/50, tendo em vista
momentaneamente, não poder arcar com as despesas processuais em prejuízo ao seu
Rua Manoel Gomes da Rocha, nº 37, bairro Luzia - Aracaju – Se. CEP: 49045-480.
Telefax: (79) 98868-0966- Email: leliscaetanograssoadv@gmail.com
Leila Consuelo Lelis Caetano Grasso

Advocacia e Consultoria Jurídica

próprio sustento, conforme documento em anexo que demostra que o valor do


pagamento das custas pela requerente inviabilizaria seu sustento.

Artigo 5°- todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...

XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas;


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder;
...

XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

A requerente é aposentada e funcionaria publica municipal, somado dos beneficio e o


salario que a mesma percebe, é bem inferior ao valor das custas do processuais,
tornando deveras penoso para a autora, o pagamento das custas processuais.

II . DOS FATOS:
Os Requeridos firmaram contrato de compra e venda em caráter de cessão
de direitos com o anterior adquirente tendo anuência da Requerente, e continuando a
manter com a requerida os mesmos moldes do contrato do anterior na condição de
cessionária, comprador para aquisição de um terreno, correspondente ao Lote n°(s): 02
(dois), do Desmembramento de uma faixa de terra, hoje denominado “Residencial Terra
do Sol” Localizado no Povoado Capuã, em Barra dos Coqueiros/SE, medindo de frente
126.16 m (cento e vinte seis metros e dezesseis centímetros) e no fundo 126.16 m cento
e vinte seis metros e dezesseis centímetros), pelo lado direito 20 m (vinte metros) e pelo
lado esquerdo 19,00 m (dezenove metros), perfazendo uma área total de 2.455 m² dois
mil quatrocentos e cinquenta cinco metros quadrados)

O valor total da venda foi de R$ 187.000,00 (cento e oitenta sete mil reais),
sendo o pagamento acordado da seguinte forma: sinal de R$ 48.750,00 (quarenta e oito
mil setecentos e cinquenta reais) e mais 60 (sessenta) parcelas fixas, no boleto bancário,
no valor de R$ 2.304,00 (dois mil e trezentos e quatro reais) cada, vencendo-se a
primeira no dia 10/08/2014 e a ultima para o dia 10/07/2019.

Os requeridos fizeram o último pagamento no dia 23/11/2016, efetuaram o


pagamento em atraso da parcela nº 23 (vigésima terceira) que tinha seu vencimento no
dia 10/06/2016, pagando esta 4 (quatro) meses após o vencimento.

Ocorre que os Requeridos encontram-se com 29 parcelas em atraso das 60


(sessenta) parcelas citadas acima, mesmo assim os pagamentos que foram feitos,
efetuados 30 (trinta) dias após o vencimento, conforme se observa no demonstrativo
anexo, não efetuando mais nenhum pagamento das parcelas até então vencidas ou
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vincendas, incorrendo assim na penalidade imposta no art. 8º, do mencionado Contrato


Particular de Compromisso de Compra e Venda, totalizando assim a importância de R$
66.816,00 (sessenta seis mil e oitocentos e dezesseis reais).

Tendo em vista que os Requeridos não cumprindo com as obrigações


firmadas no Contrato, a Requerente vem ao Poder Judiciário declarar a rescisão o
presente contrato.

Fora convencionada entre as partes contratantes, e posteriormente na cessão


de direito feita entre o anterior adquirente e a cessionária, condição resolutiva expressa,
nos termos da clausula 8ª, que estabelece que o não pagamento deste contrato, ou caso
não haja o pagamento de 03 (três) parcelas consecutivas de vencimento mensais
consecutivos, ou de qualquer parcela superior a 90 (noventa) dias, é motivo para sua
rescisão.

Ocorre que, foi feito o pagamento da entrada e 23 parcelas foram pagas,


tornando inadimplentes de todas as parcelas vencidas desde 10/07/2016, conforme
acordado em contrato.

Ora nobre julgadora, os requeridos, pois se trata de MÃE E FILHO, tendo em


vista que a mae figura no contrato de promessa de compra e venda como cessionária,
mas é o filho que esta no imóvel de fato.

Os requeridos possuem outro imóvel que faz limite com o referido lote, no
qual o segundo requerido desenvolve atividade comercial de beneficiamento e
comercialização de pescados, ficaram na posse do imóvel sem que adimplisse diversas
parcelas e mesmo assim construindo muro, que se encontra fase de acabamento, sem
qualquer interesse em pagar o terreno.

Rescindido o contrato, em vista de ter-se efetivado a condição resolutiva


expressa pela falta de pagamento, a posse que detinha o requerido sobre o imóvel em
questão deixou de ser justa, configurando esbulho possessório a sua atitude em nela
manter, conforme previsto no art. 481 do Código civil e no art. 562 do novo CPC, que
autoriza a requerente a buscar a tutela jurídica através da presente demanda.

III. DO DIREITO:

DA PRIORIDADE NO ACESSO À JUSTIÇA

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A Autora é nascida em 06/03/1955, somando a idade de 63 (sessenta e tres) anos,


encontrando-se, portanto, na situação de pessoa idosa, nos termos do art. 1º da Lei
10.741/2003.

É, portanto, possuidora do direito à prioridade no acesso à justiça, conforme estabelece


o art. 71 do Estatuto do Idoso, bem como a Constituição Federal, em seu art. 230.

Assim, requer seja concedida a tramitação prioritária da presente demanda.

DO DIREITO A RESCISAO CONTRATUAL

O nosso ordenamento jurídico resguarda o direito da Requerente, vez que,


tratando-se de inadimplemento relativo à obrigação de pagar, a Legislação Civil garante
ao credor que este não fique no prejuízo, devendo responder por esta falta de
compromisso os bens do devedor.

Vejamos:

“Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende
de interpelação judicial”.

De acordo com o entendimento jurisprudencial, a rescisão contratual é devida quando


inexiste o comprometimento do comprador em honrar o compromisso firmado no
contrato.

Vejamos:
Classe do Processo: 20060710262483APC DF
Registro do Acórdão Número: 324259
Data de Julgamento: 01/10/2008
Órgão Julgador: 3ª Turma Cível
Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA
Publicação no DJU: 07/10/2008 Pág.: 85 (até 31/12/1993 na Seção 2, a
partir de 01/01/1994 na Seção 3)
Ementa:
“CIVIL E PROCESSO CIVIL. CONTRATO DE COMPRA E VENDA.
INADIMPLÊNCIA. RESCISÃO CONTRATUAL. INDENIZAÇÃO.
PRODUÇÃO DE PROVAS. PRECLUSÃO TEMPORAL. INOVAÇÃO
EM SEDE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. BOA-FÉ, NÃO
CARACTERIZAÇÃO. EXTINÇÃO DA DÍVIDA POR
COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA”

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Esse entendimento também se faz pacífico na doutrina, como ensina João Roberto
Parizatto:

“O contrato se extingue também pela existência de cláusula resolutiva prevista


no art. 474 do Código Civil. Trata-se de codificação estabelecida no contrato,
onde ocorrendo o inadimplemento de determinada obrigação assumida por
qualquer das partes, será facultada a rescisão contratual”. (Manual de Prática dos
Contratos, 2ª tiragem, Ed Parizatto,2008, pg. 26).

Portanto Excelência, o Direito da Autora encontra respaldo tanto na Lei,


Doutrina e Jurisprudência, sendo por demais pacífica a sua situação.

Por todo exposto, dever observado ainda o preceito fundamental que regula
os contratos, uma vez que estes fazem lei entre as partes, devendo o que fora acordado
ser fielmente cumprido e havendo descumprimento desta “lei”, o infrator deverá sofre
as devidas consequências, ou seja, o contrato deverá ser rescindido e a posse do imóvel
deverá ser restabelecida ao promitente vendedor.

DAS PERDAS E DANOS

Ao firmar o “Contrato Particular de Compra e Venda”, a ré assumiu


obrigação de fazer, o que não fez, sujeitando-se assim ao disposto nos arts. 879, 880 e
389 do Código Civil, que dizem:

“Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do


devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por
perdas e danos.”

“Art. 247. Incorrerá também na obrigação de indenizar perdas e danos o


devedor, que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele
exequível.”

“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e


danos.......”

Durante os mais quatro anos em que esteve no imóvel, os requeridos


estão construindo muro, sem qualquer intenção de efetuar os pagamentos devidos,
causando grande dano a requerente, pois a mesma ficou impossibilidade de vender o
imóvel a outrem.

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Ora Douta Magistrada, após ter utilizado por tantos anos o imóvel, nada
mais justo que a requerente tenha que o prejuízo ressarcido através do pagamento pelo
uso do imóvel.

Além do fato de esta ampliando construção de um galpão já existente em


lote vizinho pertencente aos requeridos do qual desenvolve atividade econômica. Os
requeridos tendo pagado pouco mais de 50% (cinquenta por cento) do valor do imóvel,
sem interesse real de quitar o debito em aberto, pois nunca procurou a autora para fazer
acordo do que esta vencido e vincendo, que tem causado grandes transtornos financeiros
e moral a requerente.

APELAÇÃO CÍVEL – Ação de rescisão contratual c.c. reintegração de posse e


retenção de parcelas pagas – Sentença de improcedência – Reforma que se impõe –
Inadimplemento configurado – Prescrição da ação de cobrança das parcelas vencidas
que não impede a rescisão contratual – Inteligência do art. 475 do CC – Precedentes
desta Corte – Réus condenados ao pagamento de aluguel pelo tempo de ocupação do
imóvel enquanto inadimplentes – Retenção de 90% das parcelas pagas, ante as
peculiaridades do caso – Recurso provido.

(TJ-SP 40197951020138260602 SP 4019795-10.2013.8.26.0602, Relator: José Carlos


Ferreira Alves, Data de Julgamento: 20/02/2018, 2ª Câmara de Direito Privado, Data
de Publicação: 26/02/2018)

AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.


AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA.
SINAL. VALOR DADO A TÍTULO DE ARRAS CONFIRMATÓRIAS E INÍCIO DE
PAGAMENTO. RETENÇÃO. REDUÇÃO EQUITATIVA. INADIMPLEMENTO DO
PROMISSÁRIO COMPRADOR. PAGAMENTO DE ALUGUEL PELO USO DO
IMÓVEL. DESNECESSIDADE DE PEDIDO EXPRESSO. CONSECTÁRIO LÓGICO
DO RETORNO AO ESTADO ANTERIOR. PRECEDENTES. 1. Nos termos do
Enunciado nº 165, da III Jornada de Direito Civil do Conselho de Justiça Federal, a
previsão de redução equitativa, contida no artigo 413, do Código Civil, também se
aplica ao sinal, sejam as arras confirmatórias ou penitenciais. 2. O direito de
recebimento de indenização a título de aluguel do promissário comprador que, mesmo
dando causa à rescisão, permanece na posse do imóvel, decorre da privação do
promitente vendedor do uso do imóvel, à luz do disposto nos artigos 402, que trata das
perdas e danos, 419, que trata da indenização suplementar às arras confirmatórias,
além dos artigos 884 e 885, que versam sobre o princípio da vedação ao
enriquecimento sem causa, todos do Código Civil. 3. Nesse contexto, o encargo
locatício mostra-se devido durante todo o período de ocupação, ainda que não haja
pedido expresso na petição inicial, visto que é consectário lógico do retorno ao status
quo ante pretendido com a ação de rescisão de promessa de compra e venda, sob pena
Rua Manoel Gomes da Rocha, nº 37, bairro Luzia - Aracaju – Se. CEP: 49045-480.
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Leila Consuelo Lelis Caetano Grasso

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de premiar os inadimplentes com moradia graciosa e estimular a protelação do final do


processo. 4. Agravo interno provido para dar provimento ao recurso especial.

(STJ - AgInt no REsp: 1167766 ES 2009/0230133-1, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO,


Data de Julgamento: 16/11/2017, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe
01/02/2018)

COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA. RESCISÃO. CONDENAÇÃO DO RÉU AO


PAGAMENTO DE ALUGUEL PELO TEMPO DE OCUPAÇÃO DO IMÓVEL.
PERCENTUAL PARA 0,5% SOBRE O VALOR VENAL DO TERRENO. RECURSO
PROVIDO. Compromisso de venda e compra. Com a rescisão pode ser fixado
percentual a título de aluguel pela ocupação do imóvel pelo comprador. Aluguel pela
ocupação do imóvel. Cálculo em 0,5% sobre o valor venal do terreno. Fixação.
Recurso provido.

(TJ-SP - APL: 90006381720108260037 SP 9000638-17.2010.8.26.0037, Relator:


Carlos Alberto Garbi, Data de Julgamento: 03/02/2015, 10ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 04/02/2015)

CONCESSAO DA LIMINAR

Dispõe o artigo 1.210 do Código Civil, que o possuidor tem o direito à


reintegração no caso de esbulho, inclusive liminarmente (Código de Processo Civil,
arts. 558 e 562) e, mais adiante, o artigo 555, I, do Código de Processo Civil, permite a
cobrança de perdas e danos. Presente o fumus boni juris, com base no art.311 do CPC, a
requerente é a legitima proprietária e possuidora indireta os lotes do Residencial Terra
do Sol, como também da área restante da propriedade da área inscrita sob a matricula nº
16288, Livro 2, ficha 01.

O inadimplemento de 29 (vinte nove) parcelas junto a requerente é motivo


de rescisão contratual, culminando na retomado do imóvel, estando desta forma,
presente os requisitos o periculum in mora, tendo em vista que a não concessão
liminar da medida traria prejuízos irreparáveis a requerente, que perderiam a
oportunidade de venda do imóvel a investido com valor maior.

Assim, estando amplamente caracterizado e comprovado o esbulho por


parte do requerido, com amparo no art. 562 do novo CPC, requer a CONCESSAO
LIMINAR DA MEDIDA, presente o fumus boni juris.

“Ad argumentadum”, vale dizer, que, quando as partes pactuaram o


referido negocio, os requeridos tiveram condições de efetuar a construção, MAS
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Leila Consuelo Lelis Caetano Grasso

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NÃO QUIS PAGAR O LOTE, demostrando que ágil de má-fé, com o intuito de
locupletar-se em detrimento da requerente, que, no desconhecimento, permanecera
dentro da mais singela confiança.

A jurisprudência já tem amplamente decidido sobre o caso de resolução


por inadimplemento com a reintegração do imóveis em situação semelhante ao caso tem
tela como trata os diversos TJs:

TJ-RS - Apelação Cível AC 70053651493 RS (TJ-RS) Data de publicação: 04/03/2015


Ementa: APELAÇÃO CIVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO
ORDINÁRIA DE RESOLUÇÃO DE CONTRATO CUMULADA COM
REINTEGRAÇÃODE POSSE. RESOLUÇÃODE CONTRATO. FALTA DE
PAGAMENTO. Na ação rescisória por falta de pagamento uma vez demonstrado o fato
constitutivo do direito do autor, ao réu incumbe fazer prova do pagamento por
aplicação da regra contida no inc. II do art. 333 do CPC. Ausente comprovação impõe-
se a procedência da ação. RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº
70053651493, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João
Moreno Pomar, Julgado em 26/02/2015).

TJ-RS - Apelação Cível AC 70066457623 RS (TJ-RS) Data de publicação:


05/10/2015Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃODE RESOLUÇÃO DE CONTRATO
DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL CUMULADA COM
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS E REINTEGRAÇÃO DE POSSE.
PAGAMENTO SUBSTANCIAL DO PREÇO. Inexiste pagamento substancial mediante
pagamento parcial inferior à metade do preço. O inadimplemento do promitente
comprador justifica a resoluçãocontratual, por inadimplemento do preço, imputável ao
devedor, decretando-se, a título de cláusula penal pelo descumprimento contratual, a
perda de percentual fixado contratualmente, sobre o valor atualizado da venda em
favor da promitente vendedora, como também a indenização pela mora, desde a
cessação do pagamento até a efetiva reintegração, com juros legais desde a citação e
correção monetária pelo IGP-M a partir de cada vencimento. (Apelação Cível Nº
70066457623, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Cini
Marchionatti, Julgado em 30/09/2015).

II. DOS PEDIDOS:


Diante do exposto:

a) vem a autora requerer se digne Vossa Excelência, conceder os benefícios da


Justiça Gratuita nos termos da Lei 1060/50, por se trata de pessoa desprovida
de recurso, caso entenda diferente, que seja determinado o pagamento das custas
ao final do processo, ou ainda o pagamento parcelado das custas processuais;
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b) Seja concedida a tramitação prioritária da demanda, nos termos do


art. 71 da Lei 10.741/2003;

c) Determinar a expedição LIMINAR de mandado de reintegração de posse, contra


o requerido e terceiros, nos termos do artigo 562 do novo CPC do lote 99 do
Residencial “Terra do Sol” propriedade da área inscrita sob a matricula nº
16288, Livro 2, ficha 01, visto que já se encontra evidenciado a rescisão
contratual por não cumprimento do Paragrafo 9 do contrato a versado; ;

d) Sejam os Demandados citados, para querendo, no prazo legal, apresentarem


resposta sob pena de confesso e julgamento antecipado da lide, por ser matéria
de Direito, conforme prescreve o Código Civil;

e) Seja a presente Ação julgada procedente em todos os seus termos, sendo o


mencionado contrato de promessa de compra e venda rescindido por falta de
pagamento;

f) O réu seja condenado à indenização por perda e danos no quantium de R$


10.000,00 (vinte mil reais) pela utilização do imóvel supracitado por 2 (quatro)
anos utilizando o imóvel construído muro e utilizado comercialmente o terreno
que não pertence aos requeridos;

g) Seja deliberado que a Autora retenha o percentual de 20% (vinte por cento) das
parcelas já recebidas, a título de despesas administrativas e outras, em
conformidade com o estabelecido na cláusula 9ª, do retro mencionado Contrato;

h) Seja condicionada a devolução dos valores já desembolsados pela Demandante,


à venda do mencionado lote, nas mesmas proporções em que foram recebidos,
conforme estabelecido na cláusula 9ª;

f) Que seja deferida a reintegração de posse definitiva de posse do imóvel a sua real
proprietária, ora a Requerente;

g) Que os Requeridos sejam condenados ao pagamento das custas processuais e


honorários advocatícios no montante de 20% sobre o valor da causa;

h) Requer ainda, a procedência de todos os pedidos feitos nesta peça processual, a


fim de que seja recebida a Ação de Rescisão Contratual por Inadimplemento
Cumulada Liminar de Reintegração de Posse da Requerente.

Indica-se como meio de produção de provas o depoimento do réu sob pena de confesso,
a oitiva de testemunhas, perícia, e se necessário for e a juntada de novos documentos.
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Dá-se à causa o valor de R$ 197.000,00 (cento oitenta sete mil reais)

Nestes termos,

Pede deferimento.

Aracaju, 13 de fevereiro de 2019

LEILA CONSUELO LELIS CAETANO GRASSO

OAB/SE 9.911

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