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1 DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses, 2020.
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário
nos termos dos ensinamentos de Rodrigo Dalla Pria (2020, pág. 752): “Ainda que
se trate de defesas ou recursos administrativos apresentados intempestivamente
pelo sujeito passivo, o efeito suspensivo da exigibilidade do crédito tributário
remanescerá enquanto o fato da “intempestividade” não restar processualmente
certificado.”
Não obstante, referido entendimento é reforçado e coaduna-se com o
art. 35, do Decreto Federal n. 70.235/72: “O recurso, mesmo perempto, será
encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção.”, assim,
ainda que realizado o protocolo intempestivo do recurso, este, quando
protocolado, ficará pendente da análise do órgão de segunda instância, de forma
que a exigibilidade do crédito tributário permanecerá suspensa até a apreciação
do referido recurso, que julgará sua perempção.
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DARZÉ, Andréa Medrado. Preclusão da prova no processo administrativo tributário: um falso
problema. In: ROSTAGNO, Alessandro (Coord.). Contencioso administrativo tributário: questões
polêmicas. São Paulo: Noeses, 2011.
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Assim, parece-nos óbvio que, toda vez que o Estado, mediante qualquer um de seus
centros de competência (Legislativo, Executivo ou Judiciário), exercer atividade
normativa voltada à apreciação de lesão ou ameaça de lesão a direito, ter-se-á função
jurisdicional, pois presentes os dois elementos constitutivos do conceito de jurisdição:
(i) o objetivo, que diz com a atividade compositiva de conflitos; e (ii) o subjetivo,
representado pela figura do Estado.
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Art. 15, CPC/15: Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
6 DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses, 2020.
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Art. 26-A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de
julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo
internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.
CF/88
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
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RIBEIRO, Diego Diniz. O CPC e seus reflexos no processo administrativo tributário. In: XIV
Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses
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. Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as
orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se
declarem inválidas situações plenamente constituídas.
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. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de
dolo ou erro grosseiro.
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Não obstante, o art. 28, da LINDB não pode ser aplicado no caso de
desconsideração de negócios jurídicos para requalificação dos efeitos tributários
por consideração de inexistência de propósito negocial, uma vez que esta
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Deste modo, nos termos do voto da relatora: “[...] não se faz suficiente
a licitude dos atos realizados, tampouco a máxima argumentativa da liberdade
empresarial de auto-organização, para legitimar as alternativas escolhidas
em uma reestruturação societária, pois estas devem estar providas de causa
econômica, de modo que o motivo da reorganização não seja único ou
predominantemente de economizar tributos.” Ensejando, neste caso, o parágrafo
único, do art. 116, CTN.
10Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes
os seus efeitos: [...] II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Parágrafo único. A autoridade
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade
de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
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Deste modo, entendo que o art. 38, parágrafo único, da Lei 6.830/80
faz referência, exclusivamente, às ações antiexacionais repressivas, não havendo
vedação quanto às ações antiexacionais preventivas, e quanto ao previsto na
súmula n. 1 do CARF, denota-se para o que expõe Carla de Lourdes Gonçalves11:
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GONÇALVES, Carla de Lourdes. A possibilidade de concomitância entre ações antiexacionais
preventivas e o processo administrativo tributário. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). In:
CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Direito tributário entre a forma e o conteúdo. São Paulo:
Noeses, 2014.
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Cumpre destacar, que o voto de qualidade previsto pelo art. 25, §9º do
Decreto n. 70.235/72, trata de técnica de julgamento na qual, na hipótese de
empate, o presidente da turma julgadora do CARF terá o voto de minerva e passa
a decidir o resultado.
Deste modo, entendo que o chamado “voto de qualidade” tal qual
originalmente previsto, afrontava preceitos legais de hierarquia superior e
constitucionais, uma vez que contraria a imparcialidade, já que o voto de
desempate era sempre proferido por representante da Receita Federal
(presidente da turma de julgamento).
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Outro ponto é que tal previsão não se coaduna com o disposto no art.
112 do CTN, no qual prescreve que deve ser adotado o posicionamento favorável
ao contribuinte, em casos de dúvida quanto à imputação de infrações e
penalidades, de modo que se demonstra, o voto de qualidade anteriormente
previsto, como inconstitucional à medida que esfacela as garantias fundamentais
do contribuinte incumbida pela legislação tributária – CTN.
Assim, a extinção do referido dispositivo, imposto pela Lei nº
13.988/2020, não pressupõe violação a princípios constitucionais e/ou legais, pelo
contrário, garante e reforça o princípio constitucional do “in dubio pro reo”, no qual,
em caso de dúvida, deve-se prevalecer a interpretação favorável ao o contribuinte.
Ademais, ressalta-se que o tema está sendo discutido pelo STF nas
Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) nº 6.399, 6.403 e 6.415, em que se
discute, justamente, a constitucionalidade do art. 28 da Lei 13.988/2020 – que
introduziu o art. 19-E, na Lei nº 10.522/200. O julgamento encontra-se,
atualmente, suspenso em razão do pedido de vista do ministro Nunes Marques,
no entanto, até o momento foram proferidos seis votos, todos no sentido da
constitucionalidade do dispositivo.
Art. 21. Não sendo cumprida nem impugnada a exigência, a autoridade preparadora
declarará a revelia, permanecendo o processo no órgão preparador, pelo prazo de
trinta dias, para cobrança amigável.
mantida em parte no julgamento do CARF, sendo que a parte cuja cobrança foi
afastada pelo CARF (juros calculados antes do trânsito em julgado da ação rescisória
que deu fundamento à autuação) encontra-se pendente de recurso administrativo
interposto pela Fazenda Nacional junto à Câmara Superior de Recursos Fiscais -
CSRF. Dispõe o art. 42 do Decreto n° 70.235/73". 4. O art. 42, parágrafo único, do
Decreto 70.235/1972, que reza sobre o Procedimento Administrativo Fiscal, é
claro ao dispor: "Serão também definitivas as decisões de primeira instância na
parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso
de ofício".
seguintes tributos: [...] § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.
14 Art. 7º A adesão ao RERCT poderá ser feita no prazo de 210 (duzentos e dez) dias, contado a
partir da data de entrada em vigor do ato da RFB de que trata o art. 10, com declaração da situação
patrimonial em 31 de dezembro de 2014 e o consequente pagamento do tributo e da multa.
§ 1º A divulgação ou a publicidade das informações presentes no RERCT implicarão efeito
equivalente à quebra do sigilo fiscal, sujeitando o responsável às penas previstas na Lei
Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, e no art. 325 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), e, no caso de funcionário público, à pena de demissão.
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TORRES, Heleno Taveira. Programa de regularização de ativos lícitos no exterior e direitos à
proteção da propriedade privada. In: PAULO JUNIOR, Aldo de; SALUSSE, Eduardo Perez;
ESTELLITA, Heloísa. Regime especial de regularização cambial e tributária (RERCT): aspectos
práticos. São Paulo: Noeses, 2016.