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AO JUÍZO DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LOURENÇO

ESTADO DE MINAS GERAIS

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: pessoa com deficiência (art. 9º, VII, da Lei n.º
13.146/2016)

RENATA ANGÉLICA CAMPOS, brasileira, divorciada, artesã, inscrita no CPF/MF n.º


069.371.586-37, portadora da cédula de identidade RG MG-13.811.013, residente e
domiciliada na Av. Paulino Vito Nogueira, n.º 148, CEP 37468-000, Pouso Alto-MG,
endereço eletrônico ignorado, por intermédio de seu advogado, conforme
instrumento anexo, com endereço profissional constante no rodapé da presente
petição, onde recebe notificações e intimações vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

em face de Exmo. Sr. VICENTE WAGNER GUIMARÃES PEREIRA, DD. Prefeito


Municipal, inscrito no CPF/MF n.º 624.833.238-04 e da cédula de identidade RG MG-
13.811.013, SSP/MG, podendo ser localizado na Prefeitura Municipal de Pouso Alto,
situada na Praça Desembargador Ribeiro da Luz, n.º 190, em Pouso Alto/MG,
expondo e requerendo o que segue:
1. Da prioridade de tramitação processual:

Inicialmente, a impetrante informa ser pessoa portadora de deficiência,


requerendo a concessão do benefício de tramitação prioritária, nos termos
do art. 1048, §§ 1º a 4º, do Código de Processo Civil c/c art. 9º, VII, da Lei n.º
13.146/2015.

2. Da gratuidade da justiça:

Requer também que lhe seja deferido benefício da gratuidade da justiça, nos
termos da Lei n.º 1.060/1950, dos arts 98 e 99 do Código de Processo Civil e
do art. 5º, LXXIV da Constituição Federal.

A autora é artesã e presta serviços ao Município de Pouso Alto com a


realização de oficinas na condição de microempreendedora individual,
conforme comprova o contrato anexo, percebendo parcos R$38,00 (trinta e
oito reais) por hora na condição de microempreendedora individual, não
possui, portanto, recursos financeiros suficientes para suportar custas,
despesas processuais e honorários advocatícios, sem prejudicar a própria
subsistência, nos termos da declaração em anexo.

3. Da audiência de conciliação/mediação:

Com fulcro no art. 319, inciso VII do CPC/15, a impetrante manifesta seu
desinteresse na realização de audiência de autocomposição, em virtude de se
tratar de direito líquido e certo, bem como porque já acionou os canais
institucionais para solução extrajudicial da lide.
4. Dos Fatos:

O município de Pouso Alto, por meio do Edital do Processo Seletivo Público


n.º 002/2022, na data de 27/06/2022, promoveu o certame para a
contratação de diversos cargos para atendimento da demanda do Programa
Saúde da Família (PSF), visando o provimento via contrato administrativo,
por tempo determinado, de profissionais de saúde.

Prevê o edital que o referido processo seletivo respeitará a necessidade de


contratação e a ordem de classificação bem como que, em obediência ao
disposto no artigo 37 da Constituição Federal, será reservado o percentual
de 5% (cinco por cento) das vagas existentes para cada função,
individualmente, das que vierem a surgir durante o prazo de validade do
Processo Seletivo Público, observando a compatibilidade da deficiência com
as atividades essenciais da função pública, às pessoas autodeclaradas
portadoras de deficiência.

Ocorre que a autora, única pessoa com deficiência classificada entre as 13


(treze) vagas de agente comunitário de saúde existentes, obteve classificação
para preenchimento da vaga.

Contudo, embora o edital disponha no item 3.3 a reserva de 5% das vagas,


ou seja, que dentre as 13 (treze) vagas ao menos 01 (uma) vaga deverá ser
destinada a pessoa com deficiência, a classificação geral do certame não
prevê a reserva da vaga para a requerente que, frise-se, é a única cotista do
certame, tendo alcançado a pontuação necessária para a classificação.

Ora, ao que consta dos documentos do certame promovido pela empresa


CONSCAM, inscrita no CNPJ/MF sob nº 17.960.258/0001-32, situada na Rua
Carlos Trecenti, 340 – Vila Santa Cecília – CEP: 18.683-214 – Lençóis Paulista
– SP, não houve a classificação geral de vagas com a competente reserva de
vagas às pessoas com deficiência em flagrante violação ao disposto no art. 37,
VIII, da Constituição Federal, 37, § 1º, do Decreto n.º 3.298/1999 e 5º, § 2º,
da Lei n.º 8.112/1990.

Cumpre esclarecer que o edital, no item 3.3 dispõe que:

3.3 Em obediência ao disposto no artigo 37 da Constituição Federal,


será reservado o percentual de 5% (cinco por cento) das vagas
existentes para cada função, individualmente, das que vierem a
surgir durante o prazo de validade do presente Processo Seletivo
Público, observando a compatibilidade da deficiência com as
atividades essenciais da função pública.
3.3.1 No caso do percentual de que trata o “caput” deste artigo, se a
fração do número for inferior a 0,5 (cinco décimos), o número será
desprezado, não se reservando vagas para pessoas com deficiência
e se a fração do número for igual ou superior a 0,5 (cinco décimos),
o número será arredondado, de modo que o número de vagas
destinadas às pessoas com deficiência seja igual ao número inteiro
subsequente.

Importa salientar, que o certame fora dividido por microáreas visando alocar
os profissionais nas respectivas comunidades de residência, contudo, tal
situação é irrelevante para fins de classificação geral no certame, haja vista
que o próprio edital disciplina, no item 3.3., que as vagas destinadas às
pessoas com deficiência considerarão o número de postos existentes para
cada função, ou seja, havendo 13 (treze) vagas, ao menos 1 (uma) delas
deverá ser destinada ao candidato com deficiência.

Inexplicavelmente, a classificação do certame desconsiderou a condição de


pessoa com deficiência da autora, vejamos:
Vê-se, portanto, que houve por parte da autoridade coatora violação ao
disposto no art. 37, VIII, da Constituição Federal, 37, § 1º, do Decreto n.º
3.298/1999 e art. 5º, § 2º, da Lei n.º 8.112/1990.

Restando cristalino que, observada as disposições do edital que rege o


processo seletivo, deverá ser reservada ao menos 1 (uma) vaga destina às
pessoas com deficiência para o cargo de agente comunitário de saúde
independentemente da classificação por microárea pois, em se tratando de
13 (treze) vagas existentes, a fração do percentual sobre o número de vagas
é superior a 0,5 (cinco décimos), ou seja, corresponde a razão de 5% a fração
de 0,65 (sessenta e cinco centésimos), devendo o número ser arredondado,
de modo que o número de vagas destinadas às pessoas com deficiência seja
igual ao número inteiro subsequente, ou seja, corresponde a 1 (uma vaga)
para o cargo em questão e, sendo a única pessoa deficiente classificada, a
autora tem direito líquido e certo a figurar em primeiro lugar para fins de
convocação.
5. Do cabimento e da tempestividade do Mandado de Segurança:

Nos termos do art. 5º, LXIX, a Constituição Federal assegura ao cidadão que
sofra lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo em virtude de
ilegalidade ou abuso de poder por ato ou omissão de autoridade pública a via
jurisdicional do mandado de segurança, direito público e subjetivo de levar
ao judiciário o justo reclame pela restauração da legalidade na administração
do interesse público.

No presente, insurge-se contra ato da autoridade coatora praticado na


modalidade omissiva, traduzido na ausência de reserva de vagas às pessoas
com deficiência, em conformidade com o edital que rege o certame, em lista
específica, em clara inobservância à reserva de vagas no percentual de 5%
(cinco por cento) destinadas às pessoas com deficiência, independentemente
de microáreas.

É cabível o Mandado de Segurança, posto que a demonstração do


pressuposto da ilegalidade do ato para a concessão da segurança decorre do
princípio da legalidade (37, caput, CRFB/88), ao qual estão subordinados os
atos do administrador público. O abuso de poder, por sua vez, da má
utilização do poder discricionário pelo administrador, ou seja, a sua
liberdade de escolha, baseada na conveniência e oportunidade, para a prática
do ato administrativo. Este, deve sempre atender ao princípio da legalidade
e ao interesse público o que não se vislumbra no caso em tela.

Na doutrina de Maria Aparecida Gugel, temos para os mesmos efeitos do


presente mandado de segurança, que esta caracterizada a ilegalidade por
lesão a direito líquido e certo da candidato portador de deficiência:
“(…) não publicar separadamente a lista geral e a lista com
candidatos com deficiência” (“Pessoas com deficiência e o direito
ao concurso público: reserva de cargos e empregos públicos,
administração pública direta e indireta”, Goiânia: Ed. Da UCG, 2006,
pág. 123 e 124)

Ressalta-se, ainda, que o mandado de segurança é tempestivo, haja vista que


a impetrante apenas foi cientificada quanto à não publicação do resultado do
certame em lista específica para os candidatos com deficiência, na data de
sua publicação em 22 de agosto de 20220, quando a autoridade coatora
juntamente com Comissão Organizadora do Processo Seletivo, promoveu a
divulgação em sua página eletrônica, não tendo ainda transcorrido o prazo
previsto no art. 23 da Lei n.º 12.016/2009.

6. Do direito líquido e certo de ser classificada em lista específica para


pessoas com deficiência, bem como de observância do percentual de
5% (cinco por cento) do número de postos existentes para cada função:

Às pessoas com deficiência é garantido o direito de se inscrever em concurso


público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência
que possui, concorrendo a todas as vagas, sendo reservado percentual de no
mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 20% (vinte por cento) das vagas
em face da classificação obtida, conforme inteligência dos arts. 37, VIII, da
Constituição Federal, 37, § 1º, do Decreto n.º 3.298/1999 e 5º, § 2º, da Lei n.º
8.112/1990, independentemente de quaisquer critérios criados pelo ente
público organizador do certame.

No caso em tela, o Edital n.º 002/2022 do processo seletivo público, realizado


pela CONSCAM, destinou 5% (cinco por cento) das vagas para pessoas com
deficiência.
Entretanto, é evidente a violação ao referido percentual de reserva de vagas
para PCDS, pois o edital inaugural do certame apresenta CONTRADIÇÃO
INSUPERÁVEL concretizada quando da publicação da lista de classificação do
certame:

a) de um lado, prevê o percentual de 5% (cinco por cento) das vagas


reservadas para candidatos com deficiência e assegura as inscrições para
concorrerem as cotas sobre o número de vagas existentes tendo, inclusive,
previsto que em se tratando de 13 (treze) vagas existentes, a fração do
percentual sobre o número de vagas é superior a 0,5 (cinco décimos), ou seja,
corresponde a razão de 5% a fração de 0,65, devendo o número ser
arredondado, de modo que o número de vagas destinadas às pessoas com
deficiência seja igual ao número inteiro subsequente, ou seja, corresponde a
1 (uma vaga) para o cargo em questão, independentemente de subdivisões
por microáreas;

b) ao mesmo tempo, condiciona a classificação por microáreas, sem a


convocação de qualquer quantitativo mínimo de candidatos com deficiência
mais bem colocados.

Isto é, no caso específico do cargo de agente comunitário de saúde para o qual


existem 13 (treze) vagas para provimento imediato, sendo 1 (uma) reservada
aos candidatos PCD mais bem colocados, a requerente faz jus a figurar em
primeiro lugar independentemente da microárea escolhida.

Nos termos do art. 13, § 6º, do Decreto n.º 6.944/2009, a autoridade coatora
jamais poderá eliminar todos os candidatos às categorias de reservas de
vagas, deixando de prever percentual mínimo de classificação.
Destaca-se que não se questiona a exigência do quanto ao índice de
aproveitamento no mínimo. No entanto, superado esse percentual mínimo
de acerto e estando entre as vagas previamente destinadas aos candidatos
PCD, é cristalino o direito de ter garantida a sua vaga.

Nesse sentido, o Decreto n.º 3.298/1999 determina:

Art. 41. A pessoa portadora de deficiência, resguardadas as


condições especiais previstas neste Decreto, participará de
concurso em igualdade de condições com os demais candidatos no
que concerne:I – ao conteúdo das provas;II – à avaliação e aos
critérios de aprovação;III – ao horário e ao local de aplicação das
provas; eIV – à nota mínima exigida para todos os demais
candidatos.
Art. 42. A publicação do resultado final do concurso será feita em
duas listas, contendo, a primeira, a pontuação de todos os
candidatos, inclusive a dos portadores de deficiência, e a segunda,
somente a pontuação destes últimos.

Verifica-se a interpretação equivocada da autoridade coatora e da Comissão


Organizadora do Concurso quanto à aplicação do art. 42 do Decreto n.º
3.298/1999. Para a banca avaliadora, os candidatos com deficiência só
teriam direito à lista de classificação levando-se em consideração as vagas
por microárea, em evidente violação ao disposto no item 3.3., segundo o qual
as vagas destinadas às pessoas com deficiência considerarão o número de
postos existentes para cada função, ou seja, havendo 13 (treze) vagas, 1
(uma) delas deverá ser destinada ao candidato com deficiência para
provimento imediato, sob pena de que esses candidatos PCD inscritos
concorreriam como candidatos comuns durante todas as fases do concurso
público.

Obviamente, não é esse o sentido da norma. Desde da promulgação da


Constituição Federal de 1988, tem-se buscado formas de integração e
promoção da dignidade das pessoas com deficiência.
As PCDS são comumente estigmatizadas e excluídas do convívio social. Nesse
sentido, temos a edição de sucessivos diplomas legais declaratórios de
direitos, como a Lei de Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência (Lei n.º 7.853/1989) e o Decreto n.º 3.298/1999, a
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(promulgada pelo Decreto n.º 6.949/2009) e a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência/ Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n.º
13.146/2015), citando apenas os mais importantes.

No mesmo modo, decidiu o Superior Tribunal de Justiça:

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA –


CANDIDATO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA VISUAL PARCIAL –
CONCURSO PÚBLICO PARA O CARGO DE ESCRIVÃO DA POLÍCIA
CIVIL DO ESTADO DA PARAÍBA – RESERVA DE VAGA
DESRESPEITADA PELA ADMINISTRAÇÃO NO TOCANTE À
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS CANDIDATOS E À CLASSIFICAÇÃO
DOS CANDIDATOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS –
ART. 42 DO DECRETO Nº 3.298/99 – DIREITO LÍQUIDO E CERTO –
RECURSO PROVIDO. 1. A reserva de vagas aos portadores de
necessidades especiais, em concursos públicos, é prescrita pelo art.
37, VIII, CR/88, regulamentado pela Lei nº 7.853/89 e, esta, pelos
Decretos nºs 3.298/99 e 5.296/2004. 2. Segundo o Decreto nº
3.298/99, os concursos públicos devem reservar 5% das vagas aos
portadores de necessidades especiais. 3. Nos termos do art. 42 do
mesmo decreto, a Administração, ao promover a classificação dos
portadores de necessidades especiais, deve-a realizar segundo
a classificação geral e, depois, segundo a classificação apenas
dos portadores de deficiência. 4. Recurso ordinário provido.(STJ –
RMS: 20300 PB 2005/0108867-8, Relator: Ministro PAULO
MEDINA, Data de Julgamento: 03/08/2006, T6 – SEXTA TURMA,
Data de Publicação: DJ 16/10/2006 p. 431) (Grifo nosso)

Conjugando-se a imposição da reserva legal de vagas com a obrigatoriedade


de listagem própria, conclui-se que os deficientes participam do concurso de
maneira diferenciada, seguindo as mesmas regras, sendo que os portadores
de deficiência concorrem às vagas que lhe são reservadas.
E, para que a reserva seja efetivamente cumprida, no momento da nomeação
devem ser chamados, alternada e proporcionalmente, os candidatos das duas
listas, até o preenchimento total das vagas.

Havendo candidato aprovado na lista de classificação geral e candidato


aprovado na lista de portadores de deficiência, deverá ser observada a
exigência constitucional de reserva de vagas para portadores de deficiência
em concurso público, a qual se impõe, ainda que a fração deva ser
arredondada, para a eficácia do artigo 37, inciso VIII, da Constituição Federal
que, caso contrário, restaria violado.

7. Da concessão liminar da tutela de urgência:

O direito à tutela antecipada está compreendido no direito fundamental à


tutela jurisdicional adequada e efetiva, à luz do artigo 5º, inciso XXXV, da
Constituição Federal de 1988. Os arts. 300 e 301 do Código de Processo Civil
dispõem que “A tutela de urgência será concedida quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo” e “A tutela de urgência de natureza cautelar pode
ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de
protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para
asseguração do direito”, consistindo em instrumentos previstos pelo
legislador infraconstitucional para proteção do direito violado, havendo
fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
No presente caso, a antecipação dos efeitos da tutela pretendida se faz
imperiosa e urgente, pois o certame segue o andamento regular e a candidata
está impedida de ver efetivado o direito fundamental de igualdade material,
tendo sido preterida no processo seletivo, vaga que até o provimento final
desse writ já poderá ter sido preenchida, tornando a presente ação inócua
para a prevenção de prejuízos à pessoa com deficiência.
De outro modo, demonstra-se a relevância dos fundamentos jurídicos, pelas
normas acima transcritas, assim como pela omissão da Administração
Pública Municipal em cumprir seu dever constitucional e legal de garantir o
acesso das pessoas com deficiência aos cargos públicos, já que se omite em
garantir a vaga PCD conforme prevista no edital, independentemente de
subdivisões criadas à posteriori, presentes os pressupostos e requisitos para
a antecipação da tutela, portanto, requer seja ordenado aos impetrados que
no prazo máximo de 10 (dez) dias torne pública a classificação dos
candidatos aprovados, especificando a reserva de uma vaga para PCD,
independentemente de subdivisões por microáreas.

Requer-se, ainda, a imediata paralisação dos provimentos a partir da


classificação homologada, visando resguardar os direitos da impetrante.

8. Dos pedidos finais:

Diante de todo o exposto, requer-se:

A. O recebimento do presente mandado de segurança e a citação do


impetrado na forma da lei;

B. O deferimento da gratuidade de justiça e da tramitação processual


prioritária;

C. O deferimento da liminar para determinar a nomeação da Impetrante no


cargo de Agente Comunitária de Saúde no município de Pouso Alto – MG,
nas vagas destinadas a pessoa com deficiência, independentemente de
setorização por microárea, com a imediata paralisação dos provimentos
a partir da classificação homologada, visando resguardar os direitos da
impetrante.
D. A confirmação da medida liminar acima requerida, de modo que se torne
definitiva, procedendo-se ao julgamento antecipado do mérito, com
fulcro no art. 355, I, do Código de Processo Civil, sendo a ação julgada
totalmente procedente, condenando o impetrado a respeitar a legislação
específica, no sentido de publicar os resultados em separado da
concorrência geral e da concorrência específica às pessoas com
deficiência em todas as fases do concurso, inclusive, respeitando o
percentual mínimo de 5% (cinco por cento) das vagas em ocasião do
resultado final, notadamente em relação à impetrante,
independentemente de subdivisão por microáreas;

E. A cominação ao impetrado de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil


reais), por dia de atraso no cumprimento da decisão liminar, conforme
previsão contida no art. 301 do Código de Processo Civil, a ser revertida
em favor da impetrante, sem prejuízo de outras providências tendentes
ao cumprimento da ordem judicial;

F. Provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito,


sobretudo pela juntada de documentos, além dos demais meios de prova
caso necessário.

Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), para efeitos fiscais,
embora absolutamente inestimável o objeto tutelado.

São Lourenço, data da assinatura eletrônica.

Bruno Ribeiro Uchôas


OAB/MG 208.691

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