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FACULDADE DE DIREITO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO AGRÁRIO
GOIÂNIA/GO
2022
19/12/2022 10:45 SEI/UFG - 3364330 - Termo de Ciência e de Autorização (TECA)
https://sei.ufg.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&codigo_verificador=3364330&codigo_crc=7D1453F4&hash_download=… 1/2
19/12/2022 10:45 SEI/UFG - 3364330 - Termo de Ciência e de Autorização (TECA)
Documento assinado eletronicamente por Adegmar Jose Ferreira, Professor do Magistério Superior,
em 08/12/2022, às 13:15, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do
Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por Cezar Augusto Mendes Junior, Discente, em 19/12/2022,
às 10:35, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº
10.543, de 13 de novembro de 2020.
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CEZAR AUGUSTO MENDES JÚNIOR
Área de Concentração/Linha de
Pesquisa: Direito Agrário/Fundamentos
Jurídicos da Propriedade e da Posse, Conflitos
Emergentes e Sistemas de Justiça.
GOIÂNIA/GO
2022
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do
Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
CDU 349.42
21/11/2022 20:41 SEI/UFG - 3277885 - Ata de Defesa de Dissertação
FACULDADE DE DIREITO
Ata nº 91 da sessão de Defesa de Dissertação de CEZAR AUGUSTO MENDES JUNIOR que confere o título de Mestre(a) em Direito Agrário na área de
concentração em Direito Agrário.
Ao/s vinte e um dias do mês de outubro do ano de dois mil e vinte e dois, a partir da(s) 09:30 hs por meio de videoconferência, realizou-se a sessão pública de
Defesa de Dissertação intitulada “A (IN)EFETIVIDADE DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR) COMO INSTRUMENTO DE
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NO MATOPIBA, AMAZÔNIA LEGAL E ESTADO DE GOIÁS”. Os trabalhos foram instalados pelo(a)
Orientador(a), Prof. Dr. Adegmar José Ferreira(PPGDA/UFG) com a participação dos demais membros da Banca Examinadora: Profa. Dra. Flavia Donini
Rossito(UFG), membro titular interno; Prof. Dr. Tiago Resende Botelho(UFGD), membro titular externo. Durante a argüição os membros da banca fizeram
sugestão de pequeno ajuste no título do trabalho, conforme explicitado abaixo, sugerindo a supressão do termo"a (in)efetividade do". Todavia, a banca
deixou evidenciado de que seria apenas uma sugestão de mudança que ficaria a critério do mestrando e de seus orientadores (Adegmar e ProfessorTreccani) e
que de imediato foi acatada. Por fim, contando com a aquiecência de todos, a Banca Examinadora reuniu-se em sessão pública a fim de concluir o julgamento
da Dissertação tendo sido o candidato aprovado pelos seus membros, inclusive com sugestão de publicação da Dissertação, bem como, implemento de
comunicação de seu produto junto às instituições acadêmicas em geral e às estruturas de poder estatal. Proclamados os resultados pelo Prof. Dr. Adegmar José
Ferreira, Presidente da Banca Examinadora, foram encerrados os trabalhos e, para constar, lavrou-se a presente ata que é assinada pelos Membros da Banca
Examinadora, ao(s) 21 de outubro de 2022.
"O CADASTRO AMBIETAL RURAL (CAR) COMO INSTRUMENTO DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NO MATOPIBA, AMAZÔNIA LEGAL E ESTADO DE GOIÁS"
Documento assinado eletronicamente por Adegmar Jose Ferreira, Professor do Magistério Superior, em 22/10/2022, às 13:14, conforme horário oficial de
Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
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21/11/2022 20:41 SEI/UFG - 3277885 - Ata de Defesa de Dissertação
Documento assinado eletronicamente por Flavia Donini Rossito, Usuário Externo, em 27/10/2022, às 22:47, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por TIAGO RESENDE BOTELHO, Usuário Externo, em 04/11/2022, às 15:05, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
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DEDICATÓRIA
A meu orientador, Professor Adegmar, por sua grande empatia e compreensão durante
essa jornada.
A meu coorientador, Professor Treccani, por compartir um pouco de seu tão grande
conhecimento.
A minha irmã Karla, que se dedicou a me ensinar e ajudar a trabalhar com a plataforma
bit.ly e Google Earth – partes fundamentais dessa dissertação.
RESUMO
This dissertation addresses vacant lands, land grabbing and the true effectiveness of
the Brazilian Rural Environmental Registry (CAR) through sampling analysis in the Legal
Amazon, in the Cerrado portions of the states of Maranhão, Tocantins, Piauí and Bahia
(MATOPIBA), and in the state of Goiás. Despite being an important tool for evaluating
environmental regularization and management, the CAR has been used in an attempt to land
grabbing. Some judges have recognized possessory rights based on CAR information to the
detriment of rights stemming from land reform policies. That is why we speak of the “CAR
binge” because that which should be an agri-environmental regulation tool may instead be
causing land grabbing, land overlaps and conflicts. Constant legislative alterations and
structural changes end up delaying monitoring, demarcation, registration, georeferencing and
titling actions on the part of the state governments. It is in face of legal uncertainty regarding
land control that the improper appropriation of public lands – land grabbing – is strengthened.
From this comes the question: has the CAR achieved its goal of effectively integrating
environmental information on rural properties? Is the information posted to the system reliable?
What impacts can the CAR’s (in)effectiveness generate in the violation or non-violation of
rights? Land grabbing of vacant lands and land tenure regularization are issues related to
Agrarian Law, encompassing emerging conflicts and the legal system for land access and use.
However, land tenure regularization has not yet proved to be effective due to the flaws identified
in the delimitation of vacant lands. The general objective of this research is to understand the
Land Tenure Regularization process and its (in)effectiveness in using the CAR as an agri-
environmental control tool. These are the specific objectives of the research: a) To carry out a
historical review on the formation of the Brazilian agrarian space through the delimitation of
vacant lands; b) To present a current picture of rural environmental registries through sampling
in the Legal Amazon, MATOPIBA and the state of Goiás, identifying occasional flaws that
favor land grabbing by third parties; and c) To analyze the satellite images of regions where
more serious irregularities have been identified, in light of the information from the previous
objectives, looking for overlapping land or irregular subdivisions and then analyzing the latest
land titles of these properties, seeking to identify the compatibility of CAR’s information with
satellite imagery and the information recorded at the Land Registry Office.
Keywords: Agrarian Law. Vacant lands. Land grabbing. Brazilian Rural Environmental
Registry (CAR).
LISTA DE FIGURAS
APÊNDICE F – Cinco maiores CARs comparados à extensão dos demais CARs do município
LISTA DE ANEXOS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19
2 CARACTERIZAÇÃO DO CENÁRIO AGRÁRIO BRASILEIRO ............................... 27
2.1 DA COLONIZAÇÃO À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ..................................... 29
2.1.1 O regime das sesmarias ................................................................................................. 31
2.1.2 O regime das posses ....................................................................................................... 35
2.1.3 O regime da Lei de Terras de 1850 .............................................................................. 37
2.1.4 O regime republicano .................................................................................................... 41
2.1.5 A Constituição Federal de 1988.................................................................................... 47
2.2 MECANISMOS DE IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE TERRAS ............................ 50
2.3 O CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR) ................................................................. 54
2.4 GRILAGEM DE TERRAS ................................................................................................. 59
3 O CADASTRO AMBIENTAL RURAL E A ASSERTIVIDADE DAS
INFORMAÇÕES LANÇADAS NO SISTEMA .................................................................. 62
3.1 A UTILIZAÇÃO DO CAR COMO INSTRUMENTO DE RECONHECIMENTO DE
DIREITOS POSSESSÓRIOS E O SEU DESVIO DE FINALIDADE: “REGULARIZAÇÃO”
DA GRILAGEM ...................................................................................................................... 62
3.2 METODOLOGIA UTILIZADA NO LEVANTAMENTO, COMPILAÇÃO,
TRATAMENTO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .......................................................... 63
3.3 PREVISÃO DO CAR NOS CÓDIGOS DE NORMAS DOS ESTADOS ANALISADOS 67
3.4 ANÁLISE DE CASOS CONCRETOS ............................................................................... 72
3.4.1 Amapá ............................................................................................................................. 72
3.4.1.1 Calçoene ....................................................................................................................... 73
3.4.1.2 Macapá ......................................................................................................................... 74
3.4.2 Amazonas ....................................................................................................................... 76
3.4.2.1 Barcelos ........................................................................................................................ 76
3.4.2.2 Barreirinha .................................................................................................................... 77
3.4.2.3 Novo Airão ................................................................................................................... 79
3.4.3 Bahia ............................................................................................................................... 80
3.4.3.1 Carinhanha .................................................................................................................... 81
3.4.3.2 Ibitiara........................................................................................................................... 82
3.4.3.3 Salvador ........................................................................................................................ 83
3.4.3.4 Seabra ........................................................................................................................... 84
3.4.3.5 Simões Filho ................................................................................................................. 85
3.4.3.6 Xique-Xique ................................................................................................................. 87
3.4.4 Goiás ............................................................................................................................... 88
3.4.4.1 Barro Alto ..................................................................................................................... 88
3.4.4.2 Cavalcante .................................................................................................................... 90
3.4.4.3 Monte Alegre de Goiás ................................................................................................. 91
3.4.4.4 Teresina de Goiás ......................................................................................................... 93
3.4.4.5 Cidade Ocidental .......................................................................................................... 94
3.4.4.6 Mineiros ........................................................................................................................ 95
3.4.4.7 Nova Roma ................................................................................................................... 97
3.4.4.8 Posse ............................................................................................................................. 98
3.4.4.9 Santa Rita do Novo Destino ......................................................................................... 99
3.4.4.10 São Luiz do Norte ..................................................................................................... 100
3.4.5 Maranhão ..................................................................................................................... 102
3.4.5.1 Brejo ........................................................................................................................... 102
3.4.5.2 Palmeirândia ............................................................................................................... 104
3.4.5.3 Rosário ........................................................................................................................ 105
3.4.5.4 Santa Rita.................................................................................................................... 106
3.4.5.5 Vargem Grande........................................................................................................... 108
3.4.6 Mato Grosso ................................................................................................................. 109
3.4.6.1 Nossa Senhora do Livramento .................................................................................... 110
3.4.6.2 Poconé ........................................................................................................................ 111
3.4.7 Pará ............................................................................................................................... 113
3.4.7.1 Colares ........................................................................................................................ 113
3.4.7.2 Óbidos......................................................................................................................... 115
3.4.7.3 Salvaterra .................................................................................................................... 116
3.4.7.4 Santa Izabel do Pará ................................................................................................... 118
3.4.7.5 Santarém ..................................................................................................................... 119
3.4.8 Piauí .............................................................................................................................. 121
3.4.8.1 Campinas do Piauí ...................................................................................................... 122
3.4.8.2 Campo Largo do Piauí ................................................................................................ 123
3.4.8.3 Isaías Coelho .............................................................................................................. 124
3.4.8.4 Matias Olímpio ........................................................................................................... 125
3.4.8.5 Paulistana .................................................................................................................... 126
3.4.8.6 Queimada Nova .......................................................................................................... 127
3.4.9 Rondônia ...................................................................................................................... 129
3.4.9.1 Costa Marques ............................................................................................................ 129
3.4.9.2 São Francisco do Guaporé .......................................................................................... 131
3.4.9.3 Seringueiras ................................................................................................................ 132
3.4.10 Tocantins .................................................................................................................... 134
3.4.10.1 Araguatins ................................................................................................................. 134
3.4.10.2 Arraias ...................................................................................................................... 136
3.4.10.3 Dianópolis................................................................................................................. 137
3.4.10.4 Filadélfia ................................................................................................................... 138
3.4.10.5 Muricilândia ............................................................................................................. 140
3.4.10.6 Paranã ....................................................................................................................... 141
3.4.10.7 Santa Fé do Araguaia ................................................................................................ 142
4 ESCOLHA DOS IMÓVEIS PARA ANÁLISE SATÉLITE .......................................... 144
4.1 METODOLOGIA DE ANÁLISE APÓS A ESCOLHA DOS MUNICÍPIOS .................. 149
4.2 AMAZONAS – BARCELOS ........................................................................................... 151
4.3 PARÁ – SANTARÉM – APP ID N. 7590759 ................................................................... 155
4.4 RONDÔNIA – SÃO FRANCISCO DO GUAPORÉ ........................................................ 158
4.5 MARANHÃO - PALMEIRÂNDIA ................................................................................. 160
4.6 TOCANTINS - ARAGUATINS ....................................................................................... 165
4.7 PARÁ – SANTARÉM – CAR N. 5192E004BC54471C814813F0A396613C................. 169
4.8 GOIÁS - CAVALCANTE ................................................................................................ 172
4.9 PIAUÍ – CAMPO LARGO DO PIAUÍ ............................................................................. 177
4.10 RONDÔNIA - SERINGUEIRAS ................................................................................... 180
CONCLUSÕES..................................................................................................................... 183
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 197
APÊNDICES ......................................................................................................................... 214
ANEXOS ............................................................................................................................... 221
19
1 INTRODUÇÃO
Embora muito se afirme que a origem do capitalismo advém das cidades e de suas
características de comércio e troca, o mais correto seria reconhecer que ele nasceu no campo,
da relação entre o trabalho dos produtores diretos – camponeses – e da apropriação do trabalho
excedente (meios extra-econômicos) pelos apropriadores, na maioria das vezes vinculados aos
poderes militares, judiciais e políticos (WOOD, 2000).
trabalhadores livres, disponíveis para o capital (SILVA, 2008). Mas essa transformação se dá
num processo repleto de luta de classes e de conflito social.
diretamente nela trabalham – seria um bem de produção e não de comércio. Estaria relacionada
à sobrevivência atual e futura. Sua função social visaria o bem estar social, o bem comum e a
convivência pacífica (BORGES, 1985).
Ainda, a Lei n. 12.651 de 2012 - Código Florestal (BRASIL, 2012), em seu artigo 29,
criou o Cadastro Ambiental Rural – CAR, registro público eletrônico de âmbito nacional,
obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações
ambientais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e
econômico e combate ao desmatamento (caput), não configurando título para fins de
reconhecimento do direito de propriedade ou posse (art. 29, §2º).
O CAR é uma das tentativas de cadastro real da propriedade e, para fins de controle,
por exemplo, seria possível realizar sua conexão com o Imposto Territorial Rural – ITR, o que
23
facilitaria o uso das inscrições como referência de arrecadação e melhor controle da arrecadação
(INSTITUTO ESCOLHAS, 2019).
Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa é compreender se o CAR tem alcançado seu
objetivo de integrar informações ambientais das propriedades rurais de modo efetivo e quais
impactos a (in) efetividade do cadastro pode gerar na violação (ou não) de direitos.
Especificamente, intenciona-se: a) Fazer uma revisão histórica sobre a formação do espaço
agrário brasileiro passando pela delimitação das terras devolutas; b) Apresentar um quadro atual
dos cadastros ambientais rurais, por amostragem, na Amazônia Legal, MATOPIBA e no Estado
de Goiás, identificado eventuais falhas que facilitem a grilagem por parte de terceiros e; c)
Analisar, à luz das informações dos objetivos anteriores, as imagens satélites de regiões com
possíveis irregularidades, buscando identificar sobreposições de terra ou loteamentos
irregulares para, em seguida, analisar as certidões de matrícula atualizadas desses imóveis,
buscando identificar a compatibilidade das informações do CAR, com as imagens do satélite e
com as informações constantes do Ofício de Registro de Imóveis.
25
Como referenciais teóricos, os estudos de Lígia Osório a respeito das terras devolutas
e latifúndio são importantes por, após apresentar um avanço histórico do uso da terra no Brasil,
usar a Lei de Terras de 1850 como marco de transição da transferência das terras do Estado
para o particular. A autora, afirma, contudo, que a legislação não conseguiu traspassar algumas
dificuldades inerentes à questão fundiária, sobretudo em razão da legalização de posses em
áreas que ainda careciam de delimitação.
Além disso, o autor reforça a relação do poder com o capital e, no Brasil, a terra possui
valor de mercado, de sorte que quem tem terra, tem capital, e assim, tem poder. Por essa razão,
a história da delimitação de terras devolutas no país é permeada de lutas e conflitos e carece,
ainda hoje, de uma solução efetiva.
Fez-se então um levantamento dos cadastros ambientais rurais realizados nas regiões
indicadas (10 estados e 49 municípios), especificamente em municípios onde existem
comunidades quilombolas, por tratarem-se de áreas, em geral, fragilizadas, de difícil controle
estatal, objetos de sobreposição, grilagem e violência.
Nesse sentido, o CAR para os povos tradicionais pode vir a ter relação com o próprio
reconhecimento ou perda efetiva de território, cabendo ressaltar que diferentes povos
tradicionais podem possuir riscos distintos. A título de exemplo, os indígenas, a despeito das
violações sofridas, possuem reconhecimento legal nacional e internacional mais amplo que as
demais comunidades, além de contar com o suporte da Fundação Nacional do Índio – FUNAI,
órgão indigenista oficial do Estado brasileiro, criado pela Lei n. 5.371 de 1967 (BRASIL, 1967).
Além disso, apesar do impacto direto que o Código Florestal e o CAR sobre as
comunidades quilombolas e demais povos tradicionais, seus direitos relacionados à consulta
prévia, livre e informada previstos na Convenção n. 169 da Organização Internacional do
Trabalho – OIT, não foi observado. O processo sociopolítico na elaboração da Lei n. 12.651 de
2012, na verdade, acabou privilegiando mais o uso individual da terra (MAIA e CASTRO DA
PAZ, 2022).
Uma das mais antigas referências à propriedade da terra pode ser encontrada na própria
Bíblia Sagrada, no Velho Testamento, onde, logo após a criação dos céus e terra, homem e
mulher, em Gênesis, capítulo, versículo 28, Deus diz: “Crescei e multiplicai-vos e enchei a terra
e sujeitai-a”. A Bíblia não afirma tratar-se a terra de propriedade individual, comum ou coletiva.
Não há nenhuma indicação de que esta propriedade fosse individual, comum ou coletiva. No
livro de Números, contudo, foi determinado a Moisés que, após cruzar o Jordão e entrar em
Canaã, repartisse a terra por sorte entre as doze tribos de Israel (VAZ, 1992).
No Brasil, até o século XV, não existia a propriedade privada, sagrada, individual e
absoluta da terra no território brasileiro, já que os povos originários que aqui habitavam viviam
de forma coletiva, sem interesse de lucro. O espaço rural brasileiro formou-se a partir da
colonização, uma vez que esse foi o processo em que os portugueses chegaram neste território
e os declararam como conquistado, povoando e desenvolvendo a terra de acordo com os seus
interesses econômicos (FARIA, FERREIRA e TÁRREGA, 2018).
Sobre o tema, Faria (2019, p. 440) leciona que: “(...) A escravidão significou uma das
mais cruéis formas de submissão do trabalho humano, condição que negava aos africanos
escravizados, além da liberdade, o mínimo de dignidade humana. O escravo era considerado
propriedade, uma coisa, alienável e sem direitos, objeto de comercialização, uma mercadoria
(...)”.
dela pudesse cuidar, desenvolver economicamente e retornar parte do lucro à Coroa Portuguesa.
Esse sistema, aliado a formação das Capitanias Hereditárias, que originaram os Estados da
Federação de hoje, originou o problema do latifúndio (grande porção da terra nas mãos de um
único proprietário), em contradição ao minifúndio (pedaço de terra muito pequeno, no qual o
agricultor às vezes não conseguia tirar dela nem o próprio sustento (FARIA, FERREIRA e
TÁRREGA, 2018).
A Constituição Imperial de 1824, primeira Carta Magna do país, em seu art. 179, XXII,
garantia o direito individual e absoluto da propriedade privada, seguindo os direcionamentos
do direito europeu da época (BRASIL, 1824). Mesmo com a abolição da escravidão no Brasil,
o direito de propriedade continuou absoluto, sendo que a terra passou a ser comercializada,
conforme dispôs a Lei de Terras de 1850 (SOUZA FILHO, 2003).
A sesmaria durou cerca de 300 anos, mais do qualquer outro regime vivido no Brasil.
Mas sua extensão temporal não se relacionou com formas lineares de concessão, que se
alteravam, adequando-se à conjuntura do período. Durante todo esse prazo de vigência, mesmo
que composto por diferentes fases, sempre se fez presente o sistema de exploração.
A grande preocupação no regime sesmarial foi dar uso produtivo à terra, demandando-
se que ela fosse lavrada e semeada. Assim, a formação da propriedade agrária relaciona-se com
o próprio sistema de exploração e a regularização fundiária surge como parte do interesse da
própria exploração (MOTTA, 2012). O latifúndio surge, portanto, como parte do processo de
produção econômica. (SILVA, 2008).
A esse ponto, a demarcação e medição das terras tornou-se um grave problema entre
sesmeiros e posseiros, havendo dificuldade pelas autoridades em identificar os ocupantes das
terras, ao tempo em que se passava a doar terras sobrepostas e a apropriação territorial se via
confusa numa profusão de leis e regulamentos que não eram cumpridos (SILVA, 2008).
exigências. Com o início da exploração do ouro, contudo, Portugal tenta retomar a apropriação
territorial (SILVA, 2008).
Além disso, passou a ser difícil controlar também as compras e vendas de sesmarias
que apareciam nos forais dos donatários das capitanias, o que era facilitado pelo fato de a
legislação não impedir o recebimento de mais de uma sesmaria por beneficiário. E tal situação,
por consequência e como que em um ciclo, alcançava o tamanho da sesmaria, que não possuía
limite para doações (SILVA, 2008).
controlar a concessão das terras, até mesmo como proclamação de seu poder, constrangendo
assim, sesmeiros a cumprir as bases constitutivas da propriedade para que pudessem ser
reconhecidos como legítimos detentores (MOTTA, 2012).
Nesse contexto, a posse, embora indefinida, passava a ganhar força como mecanismo
de expansão colonial. E não era elemento do pequeno, mas também dos grandes, tornando-se
um costume e parte do processo de uso da terra, assumindo, portanto, a forma de um direito
consuetudinário. Sesmarias caídas em comisso e posse se uniam e, depois, com a lei de terra,
seriam reconhecidas (MOTTA, 2012).
Tal configuração da posse como costume acaba sendo referendada pela Lei da Boa
Razão de 1769, que apresentava alguns requisitos para seu reconhecimento, tais como a
racionalidade, o cultivo e a antiguidade da ocupação. Assim, a partir da Lei da Boa Razão, a
posse passa a ter aceitação jurídica e reconhecia o direito dos que ocupavam a terra.
Algumas terras, contudo, já eram ocupadas por posse há mais de 60 anos, situações
em que as terras lhes eram legalmente asseguradas. Tal cenário aumentava a potencialidade dos
conflitos, as disputas nas fronteiras, discussões sobre a legalidade da ocupação e sobreposição
de terras (MOTTA, 2012).
No século XVIII a colônia passa, portanto, por significativas alterações que acabam
refletindo na apropriação territorial, e um dos efeitos mais significativos é exatamente a
disseminação da posse pura e simples. A posse foi uma importante forma de apropriação no
meio pecuário e uma forma de ocupação de pequenos lavradores que não possuíam condições
35
Nesse contexto, a demarcação das terras acaba gerando graves problemas envolvendo
sesmeiros e posseiros e as autoridades se arriscavam a doar em sesmarias terras já doadas ou
ocupadas. Como a legislação portuguesa, num primeiro momento, não legitimava a posse, as
decisões acabavam favorecendo os sesmeiros. Cenário esse que começa a mudar em 18 de
agosto de 1769, com a Lei da boa Razão, sancionando o costume, desde que conforme à boa
razão e ao espírito da lei (SILVA, 2008).
Assim, apesar de a Constituição de 1824, em seu art. 179, inciso XXII prever o direito
de propriedade em sua plenitude, ela permanece omissa no sentido da busca pela solução da
apropriação da terra e da forma de abordagem da questão fundiária, que dependia do Estado
para legitimar a propriedade. Dessa forma, a abordagem do tema se protrai, até mesmo para não
desestabilizar o poder estatal (SMITH, 1990).
36
A legitimação das posses e das sesmarias caídas em comisso, contudo, via-se envolta
em problemas que incluíam títulos perdidos, conflitos entre sesmeiros, pendências em heranças
37
e novas demarcações desfavoráveis a pequenos proprietários. Ainda assim, caberia aos próprios
sesmeiros e posseiros que se encontrassem em etapa de regularização da propriedade, indicar e
demarcar suas terras (SMITH, 1990).
As terras devolutas do Império restaram definidas pela Lei n. 601 de 1.850 (BRASIL,
1850), tidas como aquelas sem uso público nacional, provincial ou municipal, que não
estivessem sob o domínio particular por qualquer título ou não havidas ou dadas por sesmarias
ou outras concessões do Governo, que não estivessem caídas em comisso e que não se achassem
ocupadas por posses, que mesmo não sendo título legal, fossem legitimadas (art. 3º).
A Lei disponha ainda sobre terras possuídas por título de sesmarias sem preenchimento
das condições legais, devendo ser medidas e demarcadas, bem como sobre as terras possuídas
por simples títulos de posse mansa e pacífica. Com o advento da Lei, as aquisições das terras
devolutas passam a se dar exclusivamente por título de compra (art. 1º) e os que se apossassem
de novas terras, derrubassem seus matos ou ateassem nelas fogo, poderiam ser condenados ao
despejo, perda das benfeitorias, prisão e multa (art. 2º), restando criminalizadas as novas
ocupações.
contexto, portanto, uma primeira forma de usucapião de terras particulares: a ocupação efetiva
mais importante que os papéis
A Lei ressalvava que simples roçados, derrubadas ou queimas de matas não seriam
consideradas princípios de cultura para revalidação das sesmarias ou legitimação da posse (art.
6º), sendo que o Governo deveria estipular os prazos para medição das terras adquiridas por
posses ou sesmarias, observando as circunstâncias de cada Província (art. 7º).
O produto dos direitos de chancelaria e da venda das terras deveriam ser aplicados
exclusivamente para medição das terras devolutas e importação de colonos livres (art. 19),
restando ao Governo o direito de estabelecer uma Repartição Geral das Terras Públicas,
encarregada de dirigir a medição, divisão e descrição das terras devolutas (art. 21).
A Lei n. 601 de 1.850 restou regulamentada pelo Decreto n. 1.318 de 1.854 (BRASIL,
1854), que definiu como competência da Repartição Geral das Terras Públicas – dentre outras
responsabilidades – a medição (mediante regulamento especial), divisão, descrição e
conservação das terras devolutas, proposição das terras devolutas para a colonização dos
indígenas e fundação de povoações, fiscalização das distribuições e registro das terras possuídas
(art. 3º).
39
Todo possuidor que tivesse título legítimo da aquisição de seu domínio – quer por
posses de antecessores, concessões de sesmarias não medidas ou não confirmadas ou mesmo
não cultivadas – se acharia garantido em seu domínio, qualquer que fosse a extensão da terra
(art. 22). Nesses casos, não seria necessário revalidação do título, nem legitimação da posse,
para que quem se achasse no domínio da terra pudesse dela gozar, hipotecar ou alienar (art. 23).
Em seguida, foi promulgada a Lei n. 1.237 de 1.864 (BRASIL, 1864), que reformou a
legislação hipotecária e estabeleceu critérios para concessão de crédito, determinando que o
registro geral compreenderia a transcrição dos títulos da transmissão dos imóveis suscetíveis de
40
hipoteca e a instituição de ônus reais (art. 7º), determinando que a transmissão dos bens
suscetíveis de hipoteca apenas produziria efeito perante terceiros após sua transcrição no
registro geral (art. 8º). A lei hipotecária, portanto, foi um marco para a regularização e
publicidade das transações imobiliárias urbanas e rurais (ALVES, 1995). Dessa forma, é
possível concluir que o registro das hipotecas passa a ser mais um meio de cadastro das
propriedades, com intuito de circulação de riqueza.
Assim, no século XIX, ao menos sob o viés jurídico, a apropriação da terra se tornou
um processo burocrático, regulado por uma série de portarias, decretos, alvarás e cartas régias.
As normas, porém, em sua maioria, não eram cumpridas e, na prática, crescia a ocupação pela
posse, por se tratar de forma de apropriação de costume, célere e não burocrática (SILVA,
2008).
Um dos objetivos da criação dessa lei era regular o acesso à posse da terra por
pequenos e médios proprietários, em especial ex-escravos e imigrantes, uma vez que, para se
obter a propriedade, era necessário comprovar sua ocupação junto ao Estado. Assim, essa lei
possibilitou a concentração de terras nas mãos dos grandes latifundiários.
expropriados e, dentre outras consequências, ocorre o aumento de disputa pela posse da terra
(BRANDT; CAMPOS, 2014).
Outro exemplo de um grande conflito armado no contexto da República Velha foi a
guerra sertaneja do Contestado, que teve a posse da terra dos sertões de Santa Catarina como
uma de suas causas fundamentais. Eram recorrentes reclamações indicando que autoridades e
coronéis tomavam para si terras habitadas, bem como impediam seus ocupantes, pessoas
simples, de ocuparem as terras devolutas. Tratava-se de relação política a perpetuar a injustiça
(CARVALHO, 2008).
Em 1891, a primeira Constituição da República, por força do art. 64 (BRASIL, 1891),
concedeu aos Estados o domínio sobre as terras devolutas, ocasião em que os poderes locais
utilizaram-se de manobras políticas para legalizar suas posses e invasões. Os Estados receberam
então relevante competência para regular sua política fundiária, mas, contudo, em um grave
contexto não solucionado pelos governos coloniais e imperiais (TRECCANI, 2009).
O acesso à terra aos grandes senhores rurais, que podiam fazer uso de meios
extrajudiciais para legalizar suas posses, continuou livre, ao tempo em que os casos de violência
e perseguições contra pequenos posseiros aumentaram e o clima de terror infiltrava-se nas
consciências das pessoas (LEONÍDIO, 2009).
Em seguida, a Lei n. 3.071 de 1.916 – Código Civil – passou a reger uma série de
obrigações vinculadas ao registro para aquisição da propriedade imóvel, tanto pela transcrição
do título de transferência no registro do imóvel, quanto pela acessão, usucapião ou direito
hereditário (BRASIL, 1916).
poderia ser exercido em desfavor do interesse social ou coletivo (item 17). Da mesma forma,
afirmou a Constituição que buscaria fixar o homem no campo, assegurando a preferência na
colonização e aproveitamento das terras públicas (art. 121, §4º).
Na prática, contudo, era possível observar uma grande atenção dirigida à acumulação
capitalista, promovida pelo Estado e capitaneada pelas grandes empresas rurais e indústrias – a
burguesia industrial – que se tornaram consumidoras de máquinas e insumos e fornecedoras de
matéria-prima (ALVES, 1995).
Aos poucos, o modelo oligárquico cede à modernização da indústria e, nesse contexto, Vargas
surge com o discurso da “marcha para o oeste”. Não há, contudo, um enfrentamento ao modelo
oligárquico ou um plano de reforma agrária (MOREIRA, 2003).
Interessante notar que o Estatuto, para atender finalidades vinculadas à política agrária,
previa a elaboração de um cadastro de imóveis rurais, sob a responsabilidade das Delegacias
Regionais do Instituto Brasileiro da Reforma Agrária – IBRA (art. 41). Contudo, por se tratar
de cadastro simplesmente declaratório baseado nas informações dos ocupantes dos imóveis, a
implementação do cadastro não obteve êxito (TRECCANI, 2018)
Foi publicada também a Lei n. 5.709 de 1971, que regula a aquisição de imóveis rurais
por estrangeiros (BRASIL, 1971). Aqui, é importante mencionar, rapidamente, que o art. 1º,
§2º da lei, sofreu alteração pela Lei n. 13.986 de 2020, passando a viabilizar novas formas de
aquisição aos estrangeiros, prevendo que as restrições da Lei não se aplicam à sucessão legítima
– salvo se em área de segurança nacional, às hipóteses de constituição de garantia real, inclusive
transmissão da propriedade fiduciária em favor de pessoa jurídica, e aos casos de recebimento
de imóvel em liquidação de transação com pessoa jurídica.
Em seguida, em 1970, por força do Decreto-Lei n. 1.110 de 1.970, foi criado o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, por meio da fusão do IBRA, do INDA
e do Grupo Executivo de Reforma Agrária – GERA (BRASIL, 1970), extinto em 1987 e
recriado pela Constituição de 1988, transferindo à Receita Federal, em 1992, a responsabilidade
pelo Imposto Territorial Rural – ITR.
Entre 1964 e 1984, durante a ditadura militar, enormes modificações políticas, sociais
e econômicas ocorrem, principalmente com a modernização do latifúndio por meio do crédito
rural subsidiado. Com a acelerada industrialização e alto índice de êxodo rural, a
democratização da posse da terra restou novamente deixada de lado (CUNHA, MAIA, 2016).
DINIZ (2015) afirma que a função social da propriedade é imprescindível para que se
tenha um mínimo de condições para convivência social. A CF, no art. 5º, XXII, garante o direito
de propriedade, mas requer, como vimos, que ele seja exercido atendendo a sua função social.
Faz-se aqui uma breve ressalva apenas para esclarecer que expropriação não se
confunde com desapropriação. Embora ambas sejam forma de intervenção do Estado na
48
De acordo com DINIZ (2015), o direito de propriedade pode ser entendido como “o
direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor
de um bem, corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o
detenha”. Contudo, é importante ressaltar que o direito de propriedade, principalmente em razão
de sua função social, não é um direito incondicional e deve observar limites impostos. As
concepções individualistas sucumbiram ante à força das pressões sociais em prol de sua
democratização.
liberdade contratual das partes, por força de norma de ordem pública. Por essa razão, afirma
Teizen Júnior (2004, p. 25): “(...) A função social do contrato, reconhecida na nova teoria
contratual, o transforma de simples instrumento jurídico para o movimento de riquezas no
mercado em instrumento jurídico para a realização dos legítimos interesses da coletividade
(...)”.
A função social, lato sensu, consiste na proteção conferida pelo ordenamento jurídico
aos mais fracos na relação contratual, tendo como critério o favorecimento da repartição mais
equilibrada da riqueza. É a aplicação, no fundo, do princípio da igualdade substancial. É um
preceito constitucional, qual seja, zelar pela liberdade e pela igualdade dos indivíduos. Porém,
deve haver uma real e substancial liberdade e uma verdadeira igualdade, compelindo a
sociedade a eliminar a miséria, a ignorância, a excessiva desigualdade entre os indivíduos,
classes e regiões.
Desde o início do Século XIX, o Brasil vive uma onda de neoextrativismo, marcado
pela intensa comercialização monocultora, sobretudo de soja e milho, para o mercado
internacional, no formato de commodities. Esse período de crescimento econômico trouxe, por
um lado, destaque ao agronegócio do país, mas, por outro, intensificou a luta social daqueles
que não tem acesso à terra, aprofundando, assim, o modelo desenvolvimentista de economia
(SVAMPA, 2019, p. 9).
50
Apesar dos avanços tecnológicos, o Cadastro de Imóveis Rurais ainda não possui
cartografia contínua de todos os imóveis, sendo ainda formado por declarações literais e
efetuadas através de formulários descritivos, aceitando-se apresentação de mapas, memoriais
descritivos ou matrículas de imóveis que podem facilitar interpretações cartográficas à
descrição do imóvel cadastrado (RAMBO, 2013).
51
O SERP buscará viabilizar, dentre outros objetivos, o registro público eletrônico dos
atos e negócios jurídicos, a interconexão das serventias dos registros públicos, a
interoperabilidade das bases de dados entre as serventias dos registros públicos e entre as
serventias dos registros públicos e o SERP, atendimento remoto aos usuários de todas as
serventias dos registros públicos, por meio da internet e a recepção e o envio de documentos e
títulos, a expedição de certidões e a prestação de informações, em formato eletrônico, para
distribuição às serventias dos registros públicos competentes (art. 3º).
Contudo, é importante lembrar que modelo semelhante ao SERP já havia sido objeto
de previsão da Lei 11.977 de 2009 (BRASIL, 2009), determinando aos serviços de registros
públicos a promoção, implantação e funcionamento adequado do sistema (art. 37), o que reforça
o entendimento de que a efetividade do sistema não é algo simples a alcançar. Se o sistema de
registro eletrônico, cuja previsão inicial data de 2009, não foi totalmente implantando até junho
de 2022, merece acompanhamento a pretensão de implantação até janeiro de 2023, nos moldes
exigidos pela Lei 14.382 de 27 de junho de 2022.
revenda de títulos de terras públicas a terceiros como se elas tivessem sido postas legalmente à
venda por meio de processos licitatórios, falsificação e demarcação de terras compradas com
extensão maior do que a originalmente adquirida.
Ocorre que muitos registros foram realizados em época em que não existiam
agrimensuras precisas, resultando em inconsistências entre a situação fática e o registro
imobiliário. Outras transações imobiliárias deixaram de ser objeto de registro em razão da
burocracia e elevado custo de regularização, enquanto outros registros foram e são realizados
mediante fraude, resultando em uma estimativa de quatro vezes o Estado de São Paulo – cerca
de 100 milhões de hectares - de áreas suspeitas de grilagem (CHIAVARI, LOPES, 2016).
de prazos específicos, após o que fica defeso ao oficial do registro de imóveis praticar atos
àqueles que não observarem tal obrigatoriedade de identificação do imóvel (§2º).
A integração dos sistemas e informações, contudo, é um grande desafio, uma vez que
os registros públicos e os cadastros imobiliários apresentam falhas e não cobrem todo o
território nacional. Além disso, não há obrigatoriedade de os órgãos da administração pública
aderirem ao SINTER.
exemplo, em pouco tempo, o CAR atingiu um número maior de cadastro do que o cadastro do
INCRA – CCIR – da década de 1970.
Se o CAR ajudar a compreender a realidade agroambiental, viabilizar o planejamento
de políticas públicas e a verificar o uso do imóvel, nos termos do artigo 186, inciso II da
Constituição Federal, é instrumento relevante. O cadastro pode permitir, inclusive, verificar se
o detentor do imóvel obedece às normas de proteção ambiental – como no caso de reservas
legais e APPs e, no caso de descumprimento dessas exigências, seria possível adotar diferentes
medidas, como: a) titular o imóvel apenas após assinatura de um Termo de Ajustamento de
Conduta – TAC com o órgão ambiental; b) titular o imóvel mas declarar a caducidade do título
no caso da não reposição legal das exigências; ou c) não titular o imóvel por desrespeito ao
cumprimento da função ambiental da propriedade (TRECCANI, 2018).
Contudo, não se deve direcionar direitos possessórios ao CAR, pois não é essa a sua
função e isso fragilizaria o objetivo do cadastro (TRECCANI, 2018). Ocorre que é possível
perceber uma tendência nos tribunais e legislativa a conferir ao CAR força de obrigatoriedade.
O PL 2.633 de 2020 (BRASIL, 2020), por exemplo, apresenta alterações à Lei 11.952 de 2009
- que dispõe sobre a regularização fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em
áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal (BRASIL, 2009) - determinando que o processo
administrativo de regularização fundiária de imóveis até seis módulos fiscais deveria ser
instruído, dentre outros documentos, com o CAR ativo, obrigatoriedade repetida também no
PL 510 de 2021 (BRASIL, 2021), com ressalva, contudo, de que os requisitos para a
regularização fundiária alcançam imóveis de até dois mil e quinhentos hectares.
Fato, portanto, a ser ressaltado é a função declaratória do cadastro, nos termos do artigo
29, §2º, do Código Florestal, não se tratando de título apto ao reconhecimento de direito de
propriedade ou posse. Contudo, embora o CAR não gere título fundiário, nada impede o seu
uso como auxiliar na avaliação da regularização. Ocorre que alguns juízes vêm reconhecendo
direitos possessórios baseados em CAR.
Dentre as alterações do Código Florestal, o CAR surge como principal instrumento de
gestão do ordenamento ambiental. Contudo, é interessante perceber também incongruências
legais e operacionais desse instrumento.
que a inscrição no CAR era feita por “laranjas” para iniciar o processo de regularização
fundiária de áreas públicas que seriam posteriormente loteadas.
Assim, constata-se que, apesar de o Código Florestal não conceder ao CAR qualquer
finalidade de comprovação do direito de propriedade, esse registro vem sendo usado para a
regularização fundiária e, consequentemente, para a grilagem. O procedimento para registro de
título translativo de direitos de propriedade no Brasil é regido pela Lei nº 6.015 de 1973 – Lei
de Registros Públicos, resultando, muitas vezes, no descumprimento da lei e no favorecimento
de fraudes (CHIAVARI, LOPES, 2016).
Embora o Código Florestal não determine como obrigatória a inscrição do CAR como
requisito para negócios imobiliários, vários estados têm exigido sua comprovação. No momento
da inscrição do imóvel rural no CAR, os proprietários e possuidores rurais devem identificar o
imóvel por georreferenciamento, informar a localização de áreas de preservação permanente -
APP, áreas de uso restrito, reserva legal, áreas consolidadas, áreas remanescentes de vegetação
nativa e áreas de interesse social, de utilidade pública e de servidão administrativa.
Nesse sentido, o CAR, se devidamente operado, poderia vir a relacionar bases de dados
geográfica e informacional, contribuindo para gestão e justiça socioambiental do país
(LASKOS, CAZELLA, REBOLLAR, 2016).
Além disso, a Lei busca fortalecer a fiscalização das propriedades, sendo que, no
âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente - SINIMA, foi criado o
57
Cadastro Ambiental Rural - CAR, com o objetivo de constituir essa base de dados estratégica
para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de
vegetação nativa do Brasil (LAUDARES, SILVA, 2014).
Além disso, cerca de 90% dos rios brasileiros possuem calha menor do que cinco
metros, o que significa que rios menores que carecem de maior proteção, passam a ficar
desfavorecidos (LAUDARES, SILVA, 2014). O artigo 12 da Lei prevê a possibilidade de
recomposição da Reserva Legal para proprietários que não possuam percentual mínimo de
vegetação nativa. No Código antigo, a reconstituição deveria ser feita a cada três anos, pelo
mínimo de 10% da área total necessária à complementação com espécies nativas,
independentemente do tamanho da propriedade.
No novo Código, contudo, imóveis rurais com até quatro módulos fiscais que, até 22
de julho de 2008, possuíam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao
previsto no art. 12, poderiam deixar suas Reservas constituídas com a área ocupada, vedadas
novas conversões para uso alternativo do solo (LAUDARES, SILVA, 2014).
Dessa forma, se estaria diante de uma verdadeira e ampla anistia aos crimes ambientais
ocorridos até 22 de julho de 2008, uma vez que proprietários de imóveis de até quatro módulos
fiscais que infringiram a lei estabelecendo atividades em locais onde não eram permitidas,
restaram autorizados a continuar com suas atividades.
Assim, em que pese os avanços e novidades apresentadas pelo novo Código Florestal,
algumas de suas propostas consolidam irregularidades e perdas passadas e aumentam riscos
ambientais futuros (LAUDARES, SILVA, 2014).
58
Essa é, inclusive, uma das razões de ainda se defender a averbação das Reservas Legais
nos Cartórios de Registro de Imóveis. De qualquer forma, o CAR surge como mais um
mecanismo de gestão e monitoramento de áreas e propriedades rurais brasileiras (LAUDARES,
SILVA, 2014).
O CAR, no entanto, é mais um cadastro rural a ser observado junto a muitos outros,
sem previsão, no entanto, de mecanismos de integração entre eles. Nesse sentido, uma das
fragilidades identificadas no CAR foi sua não vinculação obrigatória ao número do imóvel rural
no SNCR, uma vez que a integração possibilitaria maior segurança jurídica, identificações de
sobreposições e combate à grilagem, uma vez que o Sistema de Gestão Fundiária - SIGEF e o
acervo fundiário do INCRA possuem informações de imóveis rurais que já foram
georreferenciados e certificados de acordo com normas técnicas de alta precisão.
Portanto, sozinho, o CAR mostra-se como um mecanismo muito frágil a embasar e/ou
sustentar a concessão de direitos possessórios. Nesse sentido, não é razoável aceitar que um
cadastro declaratório valha mais do que o fato, o uso, o costume e a posse de uma família que
teve seu direito reconhecido pelo INCRA, como parte de um projeto agroextrativista. Assim,
do uso inadequado e de má fé do cadastro é que advêm conflitos, grilagem e a “farra do CAR”
(TRECCANI, 2018, p. 25).
A primeira grilagem de terras que se pode verificar no Brasil, foi a tomada das terras
dos indígenas pelos portugueses, modelo seguido, posteriormente, pelos grandes fazendeiros e
donos do capital. E diante da indefinição legal para o controle das terras e da confusa e
contraditória legislação existente é que se fortaleceu a apropriação indevida de terras públicas
– a grilagem (ROCHA, et al, 2019).
Mas a grilagem não é um problema passado (fazendo uso de grilos para envelhecer
documentos e lhe dar aparência legítima), continuando a existir atualmente, incidindo
principalmente sobre terras devolutas não discriminadas e registradas, com a modernização de
seus procedimentos, estratégias e ferramentas, como a retificação de área para falsificar
informações no Cartório de Registro de Imóveis, acordos judiciais, reconhecimento de
usucapião em terras públicas devolutas, transformação de posses em registros, transformações
de documentos registrados em cartórios de títulos e documentos em matrículas no cartório de
registro de imóveis, entre outras (ASSOCIAÇÃO DE ADVOGADOS DE
TRABALHADORES RURAIS DO ESTADO DA BAHIA, 2017).
Sobre os dados atuais da grilagem de terras no Brasil, um estudo aponta que 23% dos
49,8 milhões de hectares de florestas públicas não destinadas da Amazônia já foram invadidas
pela grilagem, sendo que os grileiros já tomaram 11.6 milhões dessas florestas, o equivalente a
23% do total. Os números foram levantados por uma equipe de pesquisadores do Núcleo de
Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará em parceria com o Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM (RAMOS, 2020).
União, permitindo que terras públicas invadidas a qualquer momento, inclusive no futuro,
possam ser tituladas a particulares, por meio de licitação, facilitando a legalização de terras
griladas.
Nesse sentido, ainda hoje as terras devolutas federais e estaduais não foram
integralmente identificadas, demarcadas, certificadas e registradas, resultando em insegurança
sobre os direitos de propriedade de uma grande extensão territorial brasileira. E além da análise
dos cadastros já informados nos tópicos anteriores, a regularização fundiária dependeria ainda
de análise dos registros cartoriais para verificação das propriedades e posses legítimas
(CHIAVARI, LOPES, 2016).
Assim, diante de tantas imprecisões, é comum encontrar glebas públicas sob disputa
de fazendeiros, grileiros, posseiros, pequenos agricultores e populações tradicionais, resultando
em apropriações ilegais, ameaças e violência, sendo a grilagem a principal causa de conflitos
fundiários em terras públicas, muitas vezes visando a prática de atividades agrícola, pecuária e
corte de madeiras nobres.
E para a solução desses conflitos fundiários, o Judiciário tem sido cada vez mais
demandado, principalmente mediante ações de reintegração de posse e outras modalidades de
ações possessórias. O Poder Judiciário, contudo, em regra, acaba favorecendo grandes
latifundiários e empresas em detrimento de populações tradicionais ou trabalhadores rurais,
aplicando um direito civil individual em detrimento do direito coletivo constitucional.
Nesse contexto o Ministério Público Federal surge como elemento essencial para a
defesa das comunidades tradicionais, atuando por meio de ações civis públicas e
recomendações que visam a titulação e a posse de terras tradicionalmente ocupadas, além de
ações judiciais para combater a grilagem de terras públicas (CHIAVARI, LOPES, 2016).
63
XXXIII do art. 5º, ganhou ainda mais força com o advento da Lei Geral de Proteção de Dados
– LGPD – Lei n. 13.709 de 2018 (BRASIL, 2018), que dispõe sobre o tratamento de dados
pessoais, com o objetivo de proteger direitos fundamentais de liberdade e privacidade e o livre
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural (art. 1º).
Há também arquivos de extensão “.prj”, “.shp” e “.shx”. São esses arquivos que
permitem o lançamento dos dados nos mapas e cada conjunto de arquivo exige uma conversão
para utilização dos dados. Foram utilizados dois mapas: uma para lançamento na plataforma BI
(convertido para “.json”) e outro para uso no GoogleEarth (convertido para “.kml”). A análise
desse capítulo utiliza o referencial do BI e a do capítulo seguinte abrange a análise dos mapas
sobrepostos no GoogleEarth.
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Dentro de quase todos esses Estados, visando selecionar alguns municípios, optou-se
por aqueles que tivessem territórios quilombolas. As áreas quilombolas são, em geral, áreas
fragilizadas, de difícil controle estatal, objetos de sobreposição, grilagem e violência. Fez-se,
então, download dos mapas das áreas quilombolas no Brasil pelo Sistema de Gestão Fundiária
– SIGEF.
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Para fins de comparação com o CAR, buscou-se junto ao site do IBGE igualmente a
extensão territorial do município, de forma a, ao menos, se ter uma ideia de quantos por cento
da extensão territorial do município o CAR representaria. E, também, para fins de comparação
com outro cadastro, buscou-se inserir na planilha a informação da extensão do CCIR relativo
ao município. Teoricamente, CAR e CCIR deveriam possuir igual ou semelhante extensão e,
ambos, deveriam ser significativamente menor do que a extensão territorial do município.
Ainda, dentro do CAR, existem uma série de informações lançadas pelos proprietários:
área de preservação permanente, área de altitude superior a 1.800 metros, área consolidada, área
com declividade maior que 45º, área do imóvel, área de pousio, área de topo de morro, banhado,
borda de chapada, hidrografia, manguezal, nascente de olho d´água, reserva legal, restinga,
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A Lei n. 12.651 de 2012 - Código Florestal (BRASIL, 2012), em seu artigo 29, criou
o Cadastro Ambiental Rural – CAR, asseverando tratar-se de registro público eletrônico de
âmbito nacional obrigatório para todos os imóveis rurais.
Antes disso, a 11.977 de 2009 (BRASIL 2009), em seu art. 37, já previa que os
serviços de registro públicos deveriam instituir sistema de registro eletrônico, sendo que os atos
registrais deveriam ser inseridos no prazo de cinco anos (art. 39). Apenas onze dias antes do
vencimento do prazo foi publicado o Decreto n. 8.270 de 2014, instituindo o Sistema Nacional
de Informações de Registro Civil – SIRC (BRASIL, 2014).
Dessa forma, o que se pôde observar, é que cada Estado passou a regulamentar e criar
seus sistemas, sem, contudo, dialogarem um com o outro. Hoje, com o advento da Lei n. 14.382
de 2022, que alterou - dentro outros normativos – a Lei n. 11.977 de 2009, o Sistema Eletrônico
dos Registros Públicos - SERP passa a ser o sistema a permitir que atos e negócios jurídicos
possam ser registrados e consultados eletronicamente, além de buscar interconectar os diversos
cartórios de registros públicos.
acabou por gerar diferenças em suas disposições, o que pode acabar prejudicando aquilo a que
o próprio CNJ se propôs a buscar: aperfeiçoamento, segurança e celeridade.
Já no livro dos ofícios de registro de imóveis, existe previsão no sentido de que para o
registro do reconhecimento extrajudicial de usucapião de imóvel rural apenas seja realizado
após a apresentação do CAR, do CCIR e de certificação do INCRA de que inexiste sobreposição
de terras (art. 1.163, §1º, I a III). Infelizmente, contudo, apesar da previsão do Código de
Normas, é possível perceber a existência de sobreposição advinda tanto do CAR quanto do
CCIR.
evidenciado o caráter declaratório do cadastro, afirmando-se que os cadastros rurais não provam
direito de propriedade ou de posse (art. 1.275-E).
No Estado do Mato Grosso, apesar de haver previsões acerca do CAR, elas já são um
pouco menos significativas que nos Estados elencados acima. O Código de Normas Gerais da
Corregedoria Geral da Justiça do Foro Extrajudicial do Estado do Mato Grosso foi aprovado
pelo Provimento n. 42 de 2020 (MATO GROSSO, 2020). O Código prevê que no Estado, os
70
dados do CAR farão parte do Sistema de Cadastro Ambiental Rural – SICAR, sob a
responsabilidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA, em parceria com o
MAPA e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA (art. 1.039, §1º). Embora o CAR
não possa ser utilizado para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse (§3º),
sua inscrição será obrigatória para todas as propriedades e posses rurais (§4º).
Com relação ao Estado do Amapá foi feita uma análise do Provimento n. 310 de 2016
da Corregedoria Geral da Justiça do Tribunal de Justiça do Amapá, que regulamenta os
princípios e instruções disciplinadoras do funcionamento dos Ofícios Judiciais e Extrajudiciais
da Justiça. Infelizmente, contudo, não há no provimento do Amapá qualquer menção ao CAR
ou até mesmo ao CCIR (AMAPÁ, 2016).
Assim, diante dessa breve comparação entre os códigos de normas estaduais, é possível
observar uma falta de parametrização relacionado à aplicação do CAR, o que pode acabar
prejudicando objetivos a que o CNJ se dispôs a buscar, principalmente no que diz respeito ao
aperfeiçoamento, segurança e celeridade dos sistemas de registros eletrônicos. Seria, portanto,
interessante um direcionamento do CNJ no sentido de se buscar uma padronização normativa
à aplicação do CAR nos diferentes códigos de normas estaduais.
3.4.1 Amapá
Fonte: is.gd/cmendes_car
3.4.1.1 Calçoene
O município possui 530 cadastros, sendo 408 maiores que 100 hectares,
correspondentes a 402.483,72 hectares – 98,67% do total da extensão territorial dos cadastros
ambientais rurais – ou seja, o município é formado, basicamente, de grandes propriedades.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Por decisão da Justiça Federal, esta delimitação territorial não pode ser reduzida em
prol do Parque Nacional do Cabo Orange, instalado no local, uma vez que deverão coexistir a
comunidade tradicional e o meio ambiente em que vivem. Outrossim, o estudo antropológico,
realizado pelo INCRA no processo administrativo de titulação aponta que o quilombo Cunani
enraizou-se no local em 1885, um século antes da criação da unidade de conservação (MPF/AP,
2015).
Com relação à análise das APP’s em Calçoene, 358 imóveis totalizam 2.366 cadastros,
sendo possível identificar 146 registros de APP’s em área de vegetação nativa e 38 APP’s de
rios de até 10 metros em uma única numeração de identificação de imóvel (Identificador - ID
n. 6189599).
3.4.1.2 Macapá
O município possui 1.671 cadastros, sendo 454 cadastros maiores que 100 hectares,
correspondentes a 249.932,17 hectares – 87% do total da extensão territorial dos cadastros
ambientais rurais. O maior cadastro possui 27.088,66 hectares – quase 10% da extensão
territorial dos cadastros do município. Imagens do limite do município, cadastros e maior CAR
de Macapá poderão ser observados no ANEXO B.
75
Fonte: is.gd/cmendes_car
Com relação ao levantamento das APP’s registradas na região, 877 imóveis possuem
um total de 4.339 cadastros de APPs. 14 imóveis possuem 22 cadastros idênticos em tipo e área
e 269 imóveis possuem 1.391 cadastros idênticos em tipo de APP. Destaca-se a incidência, em
único imóvel (ID n. 7598790), do lançamento de 38 APP’s em área de vegetação nativa, que
totalizam apenas 7,39ha.
76
3.4.2 Amazonas
Fonte: is.gd/cmendes_car
3.4.2.1 Barcelos
Fonte: is.gd/cmendes_car
77
A área consolidada corresponde a 335,18 ha. Acerca da área de reserva legal, nos
imóveis rurais do município, percebe-se duas situações de andamento: são 44 imóveis com um
total 17.528,92 ha de RL e 02 imóveis com 31,19 ha de RL aprovada e não averbada. Por outro
lado, não identifica-se nenhum processo administrativo de reserva legal concluído com a
respectiva averbação no registro de imóveis.
3.4.2.2 Barreirinha
Barreirinha, por sua vez, possui 575.176,50 hectares de extensão territorial, contendo
274.930,09 hectares de CAR e 292.017,82 de CCIR.
O município possui 2.133 cadastros, sendo que 494 possuem mais que 100 hectares,
correspondentes a 219.373,53 hectares, ou seja, 79,79% do total dos cadastros do município em
extensão territorial. O maior cadastro possui, sozinho, 38.728,28 hectares, equivalente a
14,08% do total da extensão territorial dos cadastros do município. Imagens do limite territorial,
CARs e maior CAR de Barreirinha poderão ser observadas no ANEXO D.
78
Fonte: is.gd/cmendes_car
Quanto à apuração acerca das APP’s, 1.087 imóveis possuem um total de 4.910
cadastros. 11 imóveis possuem 27 cadastros idênticos em tipo de APP e tamanho da área e 249
imóveis possuem 1.010 cadastros com idênticos tipos de APPs. Apenas o imóvel de ID n.
7768527 possui um total de 313 cadastros: 72 APPs de rios de 50 até 200m; 71 APPs a recompor
de rios de 50 até 200m; 65 APPs em área de vegetação nativa; 32 APPs de rios de 10 até 50m;
27 APPs a recompor de rios de 10 até 50m; 16 APPs de rios até 10m; 09 APPs a recompor de
rios até 10m; 08 APPs a recompor de rios de 200 até 600m; 06 APPs de rios de 200 até 600m;
79
04 APPs a recompor de rios com mais de 600m; 02 APPs de rios com mais de 600m e 01 APP
em área antropizada não declarada como área consolidada.
O município possui 232 cadastros, com 42 deles maiores que 100 hectares, em um
total de 364.588,81 – 98,51% do total da extensão territorial dos cadastros. O maior cadastro
possui 305.864,34 hectares, equivalente a 82,64% da extensão territorial dos cadastros do
município. A visualização do limite territorial, CARs e maior CAR de Novo Airão poderá ser
feita através do ANEXO E.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Com a criação do Parque Nacional do Jaú, em 1980, foi travado o embate entre
interesses da comunidade quilombola e os órgãos ambientais, os quais passaram a restringir as
80
atividades costumeiras do corpo social ali instalado em prol da política ambiental. Ademais, a
área de permanência da comunidade foi dividida para a instalação do Parque, de forma a
direcionar parte das famílias para a zona urbana. O contexto atual resume-se à busca da
comunidade do Tambor à regularização fundiária, conflito judicial em tramitação na Câmara
de Conciliação da Advocacia Geral da União (FARIAS JÚNIOR, 2011).
3.4.3 Bahia
Fonte: is.gd/cmendes_car
81
3.4.3.1 Carinhanha
O município já possui 2.788 cadastros ambientais rurais, sendo que 187 deles com área
maior que 100 hectares. Esses 187 cadastros, contudo, perfazem o total de 102.536,83 hectares,
equivalente a 60,81% do total da extensão territorial dos cadastros ambientais rurais. Além
disso, o maior cadastro possui 25.565,95 hectares, o que, sozinho, corresponde a 15,16% da
extensão de todos os 2.788 cadastros. A visualização do limite territorial, CARs e maior CAR
de Carinhanha poderá ser realizada por meio do ANEXO F.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Além da busca pela regularização fundiária por meio da titulação de suas terras, a
comunidade convive com ameaças de fazendeiros e desafios sociais nas áreas da educação e da
saúde. Os grupos latifundiários que prevalecem na região estabeleceram um cenário de conflito
com a população quilombola após a reocupação dos membros deste corpo social em 2008
(CPTNE, 2008). No que se refere ao enfrentamento dos problemas sociais internos da
comunidade, nas escolas é recorrente a falta de merenda e, no que tange à saúde, o atendimento
82
3.4.3.2 Ibitiara
Ibitiara, por sua vez, possui 183.400,20 hectares de extensão territorial; 49.354,74
hectares de CAR e 43.430,41 hectares de CCIR. Dos municípios analisados, está entre os
municípios com maior equilíbrio e proximidade entre cadastros e extensão territorial.
Ibitiara possui 2.361 cadastros ambientais rurais, sendo 84 maior que 100 hectares,
correspondentes a 13.855,56 hectares. Os dois maiores cadastros possuem 499,89 e 405,86
hectares. Percebe-se, portanto, uma grande discrepância entre o tamanho dos cadastros de
Ibitiara em comparação com os grandes cadastros dos demais municípios até aqui analisados.
A visualização dos CARs e dois maiores CARs de Ibitiara poderá ser realizada no ANEXO G.
Fonte: is.gd/cmendes_car
83
3.4.3.3 Salvador
Salvador, capital do estado da Bahia, possui 69.345,30 hectares. São apenas 221,02
hectares de CAR e 4.585,70 hectares de CCIR.
Fonte: is.gd/cmendes_car
A capital baiana comporta o território quilombola Ilha da Maré, o qual abriga cinco
comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural dos Palmares: Bananeiras,
Martelo, Ponta Grossa, Porto dos Cavalos e Praia Grande. A extensão territorial desse território
84
é de 644,74 ha onde residem 404 famílias, as quais sobrevivem da atividade manual pesqueira
e marisqueira (CPISP, 2022).
3.4.3.4 Seabra
Seabra possui, ao todo, 3.257 cadastros ambientais rurais, sendo 76 cadastros maiores
que 100 hectares, com um total de 14.523,70 hectares – 27,64% do total da extensão territorial
dos cadastros. O maior cadastro do município possui 1.068,30 hectares. A visualização do
limite territorial, cadastros e maior CAR de Seabra pode ser feita por intermédio do ANEXO I.
Fonte: is.gd/cmendes_car
85
Simões Filho possui 116 cadastros ambientais rurais, sendo 06 cadastros maiores que
100 hectares. Os dois maiores CAR do município possuem 347,93 e 310,29 hectares. A
visualização do limite do município, dos CARs e dos dois maiores CARs de Simões Filho
poderão ser observadas no ANEXO J.
86
Fonte: is.gd/cmendes_car
Localizada nas proximidades da capital baiana, a cidade de Simões Filho conta com
duas comunidades remanescentes quilombolas: Rio dos Macacos e Pitanga de Palmares. Nesta
vivem 351 famílias em 854,25 ha de terras não tituladas, aquela registra a permanência de 70
famílias na extensão territorial de 91,28 ha regularmente titulados (CPISP, 2022).
3.4.3.6 Xique-Xique
Xique-xique possui 2.760 cadastros ambientais rurais, sendo 254 maiores que 100
hectares, com um total de 268.654,88 hectares – 88,78% da extensão territorial total dos
cadastros do município. Os dois maiores cadastros possuem 47.326,01 e 19.991,09 hectares,
perfazendo 67.317,10 hectares, correspondente a 22,24% do total da extensão territorial dos
cadastros do município. A visualização do município, dos CARs e dos dois maiores CARs pode
ser realizada por intermédio do ANEXO K.
Fonte: is.gd/cmendes_car
O município possui 4.850,89 ha em área rural consolidada. Acerca das RL’s, dos 2.760
imóveis inscritos no CAR, 1.780 possuem inscrição de reserva, todos constando como proposta.
Com relação à análise das APP’s, apenas 527 possuem inscrições, totalizando 1.070 cadastros.
O imóvel de ID n. 2946068 possui, sozinho, 160 registros: 80 em área de vegetação nativa; 31
a recompor de rios até 10m; 22 em área antropizada não declarada como área consolidada; 17
de rio até 10m; 07 de nascentes ou olhos d´água perenes; 01 de lagos e lagos naturais; 01 de
rios com mais de 600m e 01 de rios de 50 até 200m.
3.4.4 Goiás
Goiás foi o estado com a maior quantidade de municípios alcançados, com um total de
10 cidades: Barro Alto, Cavalcante, Cidade Ocidental, Mineiros, Monte Alegre de Goiás, Nova
Roma, Posse, Santa Rita do Novo Destino e Teresina de Goiás. Os municípios totalizam,
segundo o IBGE, 2.712.285,50 hectares. Existiam na base de julho de 2021 o total de
2.657.189,98 hectares em CAR – 97,97% da extensão territorial dos municípios. Possui ainda
5.003.251,37 hectares em CCIR – 184,46% da extensão territorial dos municípios analisados.
Fonte: is.gd/cmendes_car
O município de Barro Alto possui o total de 451 cadastros ambientais rurais, com 151
cadastros maiores que 100 hectares, e correspondentes a 104.937,30 hectares, ou seja, 91,45%
da extensão territorial de todos os cadastros do município. Os três maiores cadastros possuem
5.988,12, 5.007,01 e 5.000,22 hectares, num total de 15.995,35 hectares, equivalente a 13,94%
do total da extensão territorial dos cadastros do município. Visualmente, percebe-se uma
discrepância – aparentemente bem menor - entre o tamanho do cadastro de 5.007,01 hectares
para os outros dois. A visualização do limite territorial, CARs e três maiores CARs de Barro
Alto poderá ser feita através do ANEXO L.
Fonte: is.gd/cmendes_car
A área rural consolidada do município de Barro Alto estende-se por 59.664,71 ha, ou
seja, 10% da área territorial do município representa a zona regularizada por força da vigência
do Código Florestal de 2012. Acerca das delimitações das RL’s, 399 imóveis possuem 406
inscrições: 02 vinculadas à compensação de outro imóvel; 04 aprovadas e não averbadas; 40
averbadas e 360 propostas.
No que concerne ao levantamento das APP’s, 390 imóveis totalizam 5.783 inscrições.
18 imóveis possuem 86 inscrições com tipo e área idênticas e 201 imóveis possuem 3.900
90
inscrições com tipos de APPs repetidos. -se 3.900 registros de APP’s em somente 201
propriedades rurais. Apenas o imóvel de ID n. 924129 possui 242 registros: 93 APPs a
recompor de rios até 10m; 50 APPs em área de vegetação permanente; 48 APPs de rios até
10m; 22 APPs de nascentes ou olhos d´água perenes; 22 APPs em área antropizada não
declarada como área consolidada e 07 APPs a recompor de nascentes ou olhos d´água perenes.
3.4.4.2 Cavalcante
Cavalcante possui 1.141 cadastros ambientais rurais, com um total de 681 cadastros
maiores que 100 hectares, que totalizam 752.115,40 hectares – 97,42% da extensão territorial
total dos cadastros do município e 108,12% da extensão territorial do município. O maior
cadastro do município possui 122.497,28 hectares, ou seja, sozinho, o cadastro é equivalente a
17,61% da extensão territorial do município. A visualização do limite territorial, CARs e maior
CAR de Cavalcante pode ser feita por meio do ANEXO M.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Monte Alegre de Goiás possui 833 cadastros ambientais rurais, com 385 cadastros
acima de 100 hectares, que por sua vez ocupam 281.246,24 hectares – 93,97% da extensão
territorial dos cadastros do município. O maior cadastro possui 43.295,74 hectares, o que
corresponde a 13,87% da extensão territorial do município. Ainda, da visualização do cadastro
no mapa, é possível perceber uma série de marcações fora do alcance geográfico do município.
92
A visualização da sobreposição dos CARs e maior CAR sobre o limite territorial de Monte
Alegre de Goiás poderá ser feita no ANEXO N.
Fonte: is.gd/cmendes_car
No que concerne ao levantamento das APP’s, 555 imóveis somam 6.028 registros,
sendo que 289 possuem 3.833 registros com tipos de APP repetidos. O imóvel de ID n. 6865344
possui 318 inscrições: 161 em área de vegetação nativa; 43 a recompor de rios até 10m; 37 de
rios até 10m; 33 em área antropizada não declarada como área consolidada; 22 de nascentes ou
olhos d´água perenes; 14 de áreas com declividades superiores a 45 graus; 04 de topos de morro;
02 de rios de 10 até 50m; 01 a recompor de nascentes ou olhos d´água perenes e 01 de rios de
10 até 50m.
93
Teresina de Goiás possui 147 cadastros ambientais rurais, sendo 69 cadastros maiores
que 100 hectares, que atingem o total de 46.732,81 hectares – 94,43% da extensão territorial
dos cadastros do município. Os dois maiores cadastros possuem 4.539,01 e 3.973,04 hectares e
correspondem a 10,99% da extensão territorial do município. A visualização da sobreposição
dos CARs e dos dois maiores CARs sobre o limite territorial de Teresina de Goiás pode ser
feita por intermédio do ANEXO O.
Fonte: is.gd/cmendes_car
No tocante às APP’s, 108 imóveis totalizam 1.142 registros, sendo que 63 imóveis
possuem um total de 720 inscrições com tipos de APPs repetidos. O imóvel de ID n. 7134727
possui 119 registros: 46 de APPs de rios até 10m; 36 em área de vegetação nativa; 34 de
nascentes ou olhos d´água perenes; 02 de rios de 10 até 50m e 01 em área antropizada não
declarada como área consolidada.
Fonte: is.gd/cmendes_car
A área consolidada do município corresponde a 17.054,69 ha, o que significa que 42%
da extensão territorial do município representa zona regularizada por força da vigência do
Código Florestal de 2012. Sobre esta última análise convém destacar que a área consolidada
legalizada pelo novel diploma florestal deve ser aplicada de forma excepcional e restrita, de
forma a atender a função ecológica da propriedade. Ademais, a área consolidada local
contrapõe-se à realidade da comunidade quilombola pertencente à região – Mesquita - a qual
ocupa somente 4.151,37 ha.
Acerca da área de reserva legal, dos 257 imóveis cadastrados no CAR no município,
213 possuem inscrição de RL: 02 aprovadas e não averbadas; 40 averbadas e 171 propostas.
No que concerne ao levantamento das APP’s, 184 propriedades rurais totalizam 2.139 registros.
O imóvel de ID n. 1492063 possui 664 inscrições: 355 de rios até 10m; 160 a recompor de rios
até 10m; 73 em área de vegetação nativa; 34 em área antropizada não declarada como área
consolidada; 24 de nascentes ou olhos d´água perenes; 09 a recompor de nascentes ou olhos
d´água perenes e 09 de reservatório artificial decorrente de barramento de cursos d´água.
3.4.4.6 Mineiros
Mineiros possui 1.892 cadastros ambientais rurais, sendo 1.210 cadastros acima de
100 hectares, com um total de 711.319,91 hectares – 95,63% do total da extensão territorial dos
cadastros do município. O maior cadastro possui 8.557,10 hectares. A visualização da
sobreposição dos CARs e maior CAR sobre o limite do município poderá ser feita através do
ANEXO Q.
96
Fonte: is.gd/cmendes_car
No que tange às reservas legais, 1.601 imóveis contabilizam 1.697 inscrições de RL:
09 aprovadas e não averbadas; 23 vinculadas à compensação de outro imóvel; 368 averbadas e
1.297 propostas. Com relação à análise das APP’s, 1.481 imóveis totalizam 24.546 inscrições.
54 imóveis possuem 186 inscrições com idênticas áreas e tipos de APPs e 1.052 imóveis
possuem 17.345 com tipos de APPs repetidas. O imóvel de ID n. 6977392 é a propriedade com
maior incidência de inscrições: 109 APPs de nascentes ou olhos d´água perenes; 84 APPs em
área de vegetação nativa; 25 APPs a recompor de rios até 10m; 15 APP de veredas; 14 APPs a
recompor de nascentes ou olhos d´águas perenes; 14 APPs a recompor de veredas; 04 APPs de
reservatórios artificial decorrente de barramento de cursos d´água; 02 APPs de rios até 10m e
01 APP em área antropizada não declarada como área consolidada.
97
Nova Roma possui 1.165 cadastros ambientais rurais, com 501 cadastros acima de 100
hectares, equivalentes a 300.750,73 hectares – 140,80% da extensão territorial do município e
92,85% da extensão territorial dos cadastros do município. Os dois maiores cadastros possuem
7.702,23 e 7.581,26 hectares. A visualização da sobreposição dos CARs e dois maiores CARs
sobre o limite territorial de Nova Roma poderá ser feita com a ajuda do ANEXO R.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Acerca da reserva legal, 1.031 imóveis somam 1.094 inscrições: 22 aprovadas e não
averbadas; 39 vinculadas à compensação de outro imóvel; 118 averbadas e 915 propostas. Com
relação às APP’s, 702 imóveis totalizam 4.250 registros. O imóvel de ID n. 7195366 possui
105 inscrições: 62 de APP a recompor de rios até 10m; 19 de rios até 10m; 15 de nascentes ou
olhos d´água perenes; 08 em área de vegetação nativa e 01 em área antropizada não declarada
como área consolidada.
3.4.4.8 Posse
Posse constava, na base de julho de 2021, com 1.165 cadastros ambientais rurais,
sendo 241 acima de 100 hectares, responsáveis pelo alcance de 153.603,82 hectares (87,25%
da extensão territorial dos cadastros do município). Os três maiores cadastros possuem
11.902,71, 10.094,99 e 8.910,02 hectares, totalizando 30.907,72 hectares – sozinhos
representam 14,93% da extensão territorial do município. A visualização da sobreposição dos
CARs e dos três maiores CARs sobre o limite territorial de Posse pode ser feita através do
ANEXO S.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Com relação à análise das APP’s, 631 imóveis totalizam 3.785 inscrições – 27 imóveis
possuem 76 registros idênticos em áreas e tipos de APPs e 183 imóveis possuem 1.386 com
tipos de APPs repetidos. O imóvel de ID n. 2378760 é uma das propriedades com maior
incidência de registros, contando com 150 inscrições: 111 APPs em área de vegetação nativa;
12 a recompor de rios até 10m; 12 de rios até 10m; 09 de nascentes ou olhos d´água perenes;
02 a recompor de nascentes ou olhos d´água perenes; 01 a recompor de rios de 10 até 50m; 01
de rios de 10 até 50m; 01 em área antropizada não declarada como área consolidada e 01 para
abastecimento ou geração de energia.
Santa Rita do Novo Destino possui 95.604,10 hectares, com 86.573,73 hectares de
CAR (90,55% da extensão territorial do município) e 129.483,78 hectares de CCIR (135,43%
da extensão territorial do município).
Santa Rita do Novo Destino possui 437 cadastros ambientais rurais, com 151 cadastros
acima de 100 hectares, equivalentes a 75.265,00 hectares – 86,94% da extensão territorial total
dos cadastros do município. Os três maiores cadastros possuem 2.539,62, 2.493,93 e 2.144,78
hectares. A visualização da sobreposição dos CARs e três maiores CARs sobre o limite
territorial de Santa Rita do Novo Destino pode ser feita por intermédio do ANEXO T.
100
Fonte: is.gd/cmendes_car
O município possui 49.163,65 ha de área rural consolidada, o que significa que 51%
da área territorial do município enquadra-se como zona regularizada por força da vigência do
Código Florestal de 2012. Em relação às delimitações das RL’s, 395 imóveis somam 411
inscrições: 05 vinculadas à compensação de outro imóvel; 07 aprovadas e não averbadas; 64
averbadas e 335 propostas.
Com relação ao levantamento das APP’s, 401 imóveis totalizam 5.998 inscrições – 27
imóveis com áreas e tipos de APPs idênticos e 257 imóveis com um total de 3.839 repetidos. O
imóvel de ID n. 8770467 possui 120 inscrições: 78 APPs em área de vegetação nativa; 17 de
rios até 10m; 14 de nascentes ou olhos d´água perenes; 09 a recompor de rios até 10m; 01 a
recompor de nascentes ou olhos d´água perenes e 01 em área antropizada não declarada como
área consolidada.
São Luiz do Norte possui extensão territorial de 58.605,70 hectares, com 62.076,75
hectares de CAR (105,92% da extensão territorial do município) e 108.096,47 hectares de CCIR
(184,48% da extensão territorial do município).
101
São 237 cadastros ambientais rurais, sendo 89 maiores que 100 hectares, que alcançam
o total de 56.673,73 hectares – 96,70% da extensão territorial do município. Os seis maiores
cadastros possuem 3.440,21, 3.094,21, 3.094,18, 2.731,52, 2.489,65 e 2.341,70 hectares,
atingindo um total de 17.191,47 hectares. Isso significa que, sozinhos, os seis cadastros
correspondem a 29,33% da extensão territorial do município. Ressalva-se que, não se sabe a
razão, o cadastro com 3.094,18 hectares não possui destaque específico no mapa do município.
A visualização da sobreposição dos CARs e dos 06 maiores CARs sobre o limite territorial de
São Luiz do Norte pode ser feita com a ajuda do ANEXO U.
Fonte: ig.gd/cmendes_car
Acerca das delimitações das RL’s, 222 imóveis possuem 233 inscrições: 01 vinculada
à compensação de outro imóvel; 03 aprovadas e não averbadas; 43 averbadas e 186 propostas.
Com relação às APP’s, 211 imóveis possuem 2.963 inscrições, sendo que 126 possuem 1.905
registros com tipos de APPs repetidos. O imóvel de ID n. 8268710 possui 149 inscrições, que
102
totalizam 429,10 ha: 74 APPs em área de vegetação nativa; 26 de nascentes ou olhos d´água
perenes; 22 de rios até 10m; 19 a recompor de rios até 10m; 03 a recompor de nascentes ou
olhos d´água perenes; 01 a recompor de rios de 10 até 50m; 01 a recompor de rios de 50 até
200m; 01 de rios de 10 até 50m; 01 de rios de 50 até 200m e 01 em área antropizada não
declarada como área consolidada.
3.4.5 Maranhão
Fonte: is.gd/cmendes_car
3.4.5.1 Brejo
Brejo possui 2.380 cadastros ambientais rurais, sendo 130 maiores que 100 hectares,
que correspondem a 79.986,41 hectares – 86,26% da extensão territorial dos cadastros do
município. O maior cadastro possui 18.852,29 hectares, equivalente a 17,56% da extensão
103
territorial do município. A sobreposição dos CARs e do maior CAR sobre o limite territorial de
Brejo pode ser feita observando o ANEXO V.
Fonte: is.gd/cmendes_car
A reparação histórica por meio da titulação das terras das comunidades de Brejo ainda
não foi alcançada. Esta situação traz instabilidade para os quilombolas que ali residem, uma
vez que a realidade do local envolve violência territorial praticada por sojicultores, situação que
compromete constantemente a segurança alimentar daquelas famílias (VIANA, 2018).
Recentemente o quilombo Alto Bonito foi beneficiado por uma decisão da Justiça Federal que
determinou a suspensão do procedimento de licenciamento ambiental para a exploração de
calcário em área pertencente à comunidade (MPF/MA, 2022).
3.4.5.2 Palmeirândia
Palmeirândia possui 468 cadastros ambientais rurais, sendo 53 acima de 100 hectares,
equivalentes a 144.563,08 hectares – 271,65% da extensão territorial do município. Os seis
maiores cadastros possuem 21.504,73, 20.659,69, 18.089,95, 15.539,70, 13.098,65 e 13.042,57
hectares, que somados alcançam um total de 101.935,29, equivalente a 195,55% da extensão
territorial do município. A visualização da sobreposição dos CARs e seis maiores CARs sobre
o limite territorial de Palmeirândia pode ser feita no ANEXO W.
Fonte: is.gd/cmendes_car
A área rural consolidada da região possui 7.800,60 ha, equivalente a 14% da extensão
territorial do município – área essa que deveria ser aplicada excepcional e restritamente, de
forma a atender a função ecológica da propriedade. Cumpre enfatizar que a terra consolidada
de Palmeirândia é 1.236,56% maior que a delimitação territorial do quilombo Cruzeiro, na
localidade, o qual restringe-se à área de 630,83 ha.
Em relação às delimitações das RL’s, dos 468 imóveis objetos de CAR, apenas 237
imóveis possuem reservas, em um total de 238 inscrições – 02 averbadas e o restante propostas.
Com relação ao levantamento das APP’s, 33 imóveis somam 97 registros e o imóvel de ID n.
8372538, com maior incidência de inscrições, possui 04 registros – 03 de nascentes ou olhos
d´água perenes e 01 em área antropizada não declarada como área consolidada.
3.4.5.3 Rosário
Rosário possui 749 cadastros ambientais rurais, sendo 29 maiores que 100 hectares e
correspondentes a 46.348,82 hectares (92,52% da extensão territorial dos cadastros do
município). Os três maiores cadastros possuem 14.180,05, 6.211,20 e 5.050,97 hectares,
totalizando 25.442,22 hectares – 39,26% da extensão territorial do município. A visualização
dos CARs e três maiores CARs sobre o limite territorial de Rosário poderá ser feita no ANEXO
X.
106
Fonte: is.gd/cmendes_car
Santa Rita possui 75.679,70 hectares de extensão territorial, com 65.369,53 hectares
de CAR (86,37% da extensão territorial do município) e 91.876,47 de CCIR (121,40% da
extensão territorial do município.
107
Santa Rita possui 1.352 cadastros ambientais rurais, com 72 cadastros acima de 100
hectares, equivalentes a 61.981,25 hectares – 81,90% da extensão territorial do município. Os
cinco maiores cadastros possuem 7.358,17, 7.342,76, 4.140,46, 4.133,32 e 4.039,05 hectares,
totalizando 27.013,76 hectares, equivalente a 41,32% da extensão territorial dos cadastros do
município. A visualização da sobreposição dos CARs e cinco maiores CARs sobre o limite
territorial de Santa Rita pode ser feita por intermédio do ANEXO Y.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Acerca das RL’s, dos 1.352 imóveis objetos do CAR, apenas 827 possuem inscrições
de reservas, sendo 01 averbada, 02 aprovadas e não averbadas e o restante propostas. Quanto
às APP’s, 46 imóveis somam 319 inscrições, sendo que 20 imóveis possuem 151 registros com
tipos de APPs repetidos. O imóvel de ID n. 2634100 possui 47 inscrições: 17 APPs em área
antropizada não declarada como área consolidada; 15 a recompor de rios até 10m e 15 de rios
até 10m.
Vargem Grande possui 2.406 cadastros ambientais rurais, sendo 235 acima de 100
hectares, que atingem o total de 125.963,18 hectares, ou seja, 85,02% da extensão territorial
dos cadastros do município. Os sete maiores cadastros do município possuem 8.357,08,
8.262,98, 5.140,90, 5.027,19, 4.562,85, 4.518,79 e 4.006,03 hectares, totalizando 39.875,82
hectares, correspondente a 26,91% da extensão territorial dos cadastros do município. A
visualização dos CARs e sete maiores CARs sobre a extensão do limite territorial de Vargem
Grande pode ser feita no ANEXO Z.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Acerca das reservas legais, dos 2.406 imóveis objetos do CAR, apenas 1.344 possuem
inscrições de reservas, sendo apenas 01 averbada, 09 aprovadas e não averbadas e o restante
propostas. No tocante às APP’s, 92 imóveis alcançam um total de 579 inscrições. A maior
incidência de inscrições recai sobre o imóvel de ID n. 4194978, que possui 67 inscrições de
APPs: 57 em área de vegetação nativa; 05 a recompor de rios até 10m; 03 de rios até 10m; 01
de rios de 10 até 50m e 01 em área antropizada não declarada como área consolidada.
Fonte: is.gd/cmendes_car
110
O município possui 1.581 cadastros ambientais rurais, com 559 acima de 100 hectares,
correspondentes a 468.543,25 hectares – 94,21% da extensão territorial total dos cadastros do
município. Os cinco maiores cadastros possuem 29.930,59, 14.758,74, 12.730,26, 11.535,96 e
10.428,12 hectares, totalizando 79.383,67 hectares, equivalente a 15,96% da extensão territorial
total dos cadastros do município. A visualização das sobreposições dos CARs e cinco maiores
CARs sobre o limite territorial de Nossa Senhora do Livramento poderá ser realizada através
do ANEXO AA.
Fonte: is.gd/cmendes_car
A área rural consolidada do município estende-se por 196.548,21 ha, ou seja, 35% da
extensão territorial do município. A área consolidada, dessa forma, é 1.337,94% maior que área
direcionada à sobrevivência do quilombo Mata Cavalo, pertencente à região, o qual ocupa
14.690,34 ha.
No que tange à área de RL, 1.270 imóveis possuem 1.537 inscrições, sendo 53
averbadas, 441 aprovadas e não averbadas e 1.043 propostas. 74 imóveis possuem 256
inscrições com tipos repetidos de reservas. O imóvel de ID n. 341897 possui, sozinho, 30
registros de reservas.
Com relação às APP’s, 820 imóveis somam 5.260 inscrições. 39 imóveis possuem 249
registros com área e tipo de APPs idênticos e 261 imóveis possuem 2.588 registros com tipo de
APP repetido. O imóvel de ID n. 527933 possui 164 registros de APPs: 63 em área de vegetação
nativa; 43 a recompor de rios até 10m; 23 de rios até 10m; 21 em área antropizada não declarada
como área consolidada; 13 de nascentes ou olhos d´água perenes e 01 a recompor de nascentes
ou olhos d´água perenes.
3.4.6.2 Poconé
Poconé, por sua vez, possui extensão territorial de 1.715.675,90 hectares, com
1.608.899,78 hectares de CAR (93,77% da extensão territorial do município) e 2.135.635,94
hectares de CCIR (124,48% da extensão territorial do município).
Poconé possui 1.974 cadastros ambientais rurais, sendo 944 acima de 100 hectares,
com um total de 1.582.291,96 hectares – 98,35% da extensão territorial total dos cadastros do
município. Os cinco maiores cadastros possuem 87.945,20, 71.231,08, 62.303,65, 58.682,25 e
56.512,27 hectares, num total de 336.674,45 hectares – 20,92% da extensão territorial de todos
os cadastros do município. A visualização das sobreposições dos CARs e cinco maiores CARs
sobre o limite territorial de Poconé pode ser feita no ANEXO AB.
112
Fonte: is.gd/cmendes_car
No que concerne ao levantamento das APP’s, 826 propriedades rurais totalizam 6.083
registros de APP’s. 35 imóveis possuem 118 registros com área e tipos de APPs idênticos e 288
imóveis possuem 3.308 com tipos de APPs repetidos. Apenas o imóvel de ID n. 4103170 atinge
o total de 593 inscrições: 341 de rios até 10m; 188 de lagos e lagoas naturais; 31 em área de
vegetação nativa; 30 em área antropizada não declarada como área consolidada; 02 a recompor
de rios até 10m e 01 de rios de 50 até 200m.
113
3.4.7 Pará
Fonte: is.gd/cmendes_car
3.4.7.1 Colares
Colares possui 77 cadastros ambientais rurais, sendo 12 maiores que 100 hectares,
equivalentes a 4.480,83 hectares – 76,20% da extensão territorial dos cadastros do município.
O maior cadastro possui 1.342,88 hectares – 22,84% da extensão territorial dos cadastros do
município. A visualização da sobreposição dos CARs e maior CAR sobre o limite territorial de
Colares pode ser feita no ANEXO AC.
114
Fonte: is.gd/cmendes_car
No que concerne ao levantamento das APP’s, 23 imóveis somam 100 registros, sendo
que 10 imóveis possuem 27 inscrições com tipos repetidos de APP. O imóvel de ID n. 6295389
totaliza 18 registros: 07 de rios até 10m; 05 a recompor de rios até 10m; 03 de lagos e lagoas
naturais; 01 de rios de 10 até 50m; 01 em área antropizada não declarada como área consolidada
e 01 em área de vegetação nativa.
115
3.4.7.2 Óbidos
Óbidos possui 2.412 cadastros ambientais rurais, sendo 777 acima de 100 hectares e
equivalentes a 915.360,31 hectares – 92,88% da extensão territorial dos cadastros do município.
Os quatro maiores cadastros de Óbidos possuem 95.321,25, 57.688,63, 44.758,07 e 30.664,27
hectares, somando 228.432,22 hectares, equivalente a 23,18% da extensão territorial dos
cadastros do município. A visualização dos CARs e quatro maiores CARs sobre o limite
territorial de Óbidos pode ser feita por intermédio do ANEXO AD.
Fonte: is.gd/cmendes_car
No que tange à área de RL, 2.198 propriedades possuem 4.361 registros, sendo apenas
05 averbados e o restante propostos. Apenas 07 imóveis possuem 2.163 registros. O imóvel de
ID n. 7547755 possui 545 inscrições de reservas, todas na qualidade de propostas.
Acerca das APP’s, 555 propriedades possuem 12.017 registros de APPs, sendo que
241 imóveis compreendem 9.898 registros. O imóvel de ID n. 7547755 é o que possui maior
incidência de inscrições, com um total de 1.555 registros de APPs: 601 em área de vegetação
permanente; 371 segundo art. 61-A da Lei n. 12.651/12; 188 a recompor de rios com mais de
600m; 163 a recompor de lagos e lagoas naturais; 11 a recompor de rios de 200 até 600m; 52
de lagos e lagoas naturais; 20 de rios com mais de 600m; 17 de rios com mais de 600m; 12 de
rios de 10 até 50m; 09 de rios de 200 até 600m; 06 em área antropizada não declarada como
área consolidada; 04 de rios até 10m e 02 de rios de 50 até 200m.
3.4.7.3 Salvaterra
A visualização da sobreposição dos CARs e quatro maiores CARs sobre o limite territorial de
Salvaterra pode ser feita no ANEXO AE.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Santa Izabel do Pará possui extensão territorial de 71.766,20 hectares, com 43.384,79
hectares de CAR (60,45% da extensão territorial do município) e 50.281,39 hectares de CCIR
(70,06% da extensão territorial do município).
O município possui 985 cadastros ambientais rurais, sendo 85 acima de 100 hectares,
correspondentes a 30.049,46 hectares, 69,26% da extensão territorial dos cadastros do
município. Os cinco maiores cadastros possuem 1.796,28, 1.532,03, 1.434,60, 1.275,56 e
1.095,85 hectares, totalizando 7.134,32 hectares – 16,44% da extensão territorial dos cadastros
do município. A visualização da sobreposição dos CARs e cinco maiores CARs sobre a
extensão territorial de Santa Izabel do Pará pode ser realizada por intermédio do ANEXO AF.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Acerca das delimitações das RL’s, dos 985 imóveis inseridos no CAR no município,
809 possuem inscrição de reserva legal, sendo que apenas uma consta como averbada e as
demais como propostas. Com relação às APP’s, 168 propriedades possuem 810 inscrições. O
imóvel de ID n. 5966223 possui 32 registros: 21 em área de vegetação nativa; 06 a recompor
de rios até 10m; 04 de rios até 10m e 01 em área antropizada não declarada como área
consolidada.
3.4.7.5 Santarém
Por fim, Santarém é o segundo maior município analisado, com extensão territorial de
1.789.838,90 hectares, com 2.364.079,04 de CAR (132,08% da extensão territorial do
município) e 3.073.117,19 hectares de CCIR (171,70% da extensão territorial do município.
Santarém possui 3.105 cadastros ambientais rurais, sendo 632 acima de 100 hectares
e correspondentes a 2.279.125,32 hectares – 127,33% da extensão territorial do município. Os
três maiores cadastros possuem 677.232,07, 282.202,14 e 249.515,03 hectares, totalizando
1.208.949,24 hectares. Isso significa que apenas três cadastros estariam ocupando 67,54% da
extensão territorial do município. A visualização da sobreposição dos CARs e três maiores
CARs sobre o limite territorial de Santarém pode ser feita no ANEXO AG.
120
Fonte: is.gd/cmendes_car
No que tange às RLs, das 3.105 propriedades inseridas no CAR, apenas 2.216 possuem
cadastros de reservas legais, que atingem o total de 4.046 inscrições: 02 vinculadas à
compensação de outro imóvel, 04 aprovadas e não averbadas, 34 averbadas e o restante como
121
3.4.8 Piauí
Fonte: is.gd/cmendes_car
122
A região possui 1.313 cadastros ambientais rurais, sendo 56 maiores que 100 hectares
e correspondentes a 22.769,76 hectares – 43,74% da extensão territorial dos cadastros do
município. O maior cadastro possui 10.880,86 hectares – 20,90% da extensão territorial dos
cadastros do município. A visualização da sobreposição dos CARs e maior CAR sobre a
extensão do limite territorial de Campinas do Piauí pode ser feita no ANEXO AH.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Campo Largo do Piauí, por sua vez, possui extensão territorial de 47.807,80 hectares,
com 25.919,42 hectares de CAR (54,21% da extensão territorial do município) e 51.745,58
hectares de CCIR (108,24% da extensão territorial do município).
Campo Largo do Piauí possui 618 cadastros ambientais rurais, sendo 24 maiores que
100 hectares, que totalizam 18.313,13 hectares – 70,65% da extensão territorial dos cadastros
do município. O maior cadastro possui 12.302,00 hectares, ou seja, sozinho, ele corresponde a
47,46% da extensão territorial dos cadastros do município. A visualização da sobreposição dos
CARs e maior CAR sobre o limite territorial de Campo Largo do Piauí pode ser feita no
ANEXO AI.
Fonte: is.gd/cmendes_car
O município compreende uma área rural consolidada de 3.639,66 ha, ou seja, a área
imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008 equivale a 7 % da
extensão territorial total do município. Acerca das delimitações das RL’s, dos 618 imóveis
124
objeto de registro no CAR, 597 possuem inscrição de reserva – 01 aprovada e não averbada, 01
averbadas e as demais como propostas. Com relação ao levantamento das APP’s, 121 imóveis
possuem 652 registros, sendo que 54 imóveis possuem 132 registros com tipos de APPs
repetidos. O imóvel de ID n. 4666601, por exemplo, possui 12 registros de APPs de rios de 10
até 50m.
O município possui 2.374 cadastros ambientais rurais, com 83 cadastros acima de 100
hectares, que alcançam o total de 30.183,61 – 44,81% da extensão territorial do município. Os
cinco maiores cadastros do município possuem 6.417,78, 3.159,80, 2.529,70, 1.166,92 e
1.119,98 hectares, totalizando 14.394,18 hectares – 21,37% da extensão territorial dos cadastros
do município. A visualização dos CARs e cinco maiores CARs sobre o limite territorial de
Isaías Coelho pode ser feita por intermédio do ANEXO AJ.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Isaías Coelho possui área rural consolidada registrada no CAR de 17.138,22 ha,
equivalente a 21% da extensão territorial do município. A área consolidada, portanto,
corresponde a 676,64% às áreas das comunidades quilombolas pertencentes à região, as quais
ocupam 2.532,8489 ha. Acerca das delimitações das RL’s, 2.292 possuem inscrições de
reservas, sendo 01 averbado e os demais propostos. Ainda, 201 imóveis possuem 790 registros
de APP’s.
Matias Olímpio possui 501 cadastros ambientais rurais, sendo 7 maiores que 100
hectares, equivalentes a 3.137,49 hectares. Os três maiores cadastros possuem 1.097,88, 570,80
e 562,53 hectares, num total de 2.231,21 hectares – aproximadamente 10% da extensão
territorial do município. A visualização da sobreposição dos CARs e três maiores CARs sobre
o limite territorial de Matias Olímpio pode ser feita no ANEXO AK.
Fonte: is.gd/cmendes_car
126
3.4.8.5 Paulistana
O município possui 4.254 cadastros ambientais rurais, com 343 cadastros acima de
100 hectares e equivalente a 109.650,15 hectares – 56,49% da extensão territorial do município.
Os quatro maiores cadastros possuem 22.145,47, 8.821,07, 4.638,06 e 4.247,72 hectares,
totalizando 39.852,32 hectares – 20,53% da extensão territorial do município. Ressalta-se,
contudo, que o quarto maior cadastro possui, ao menos visualmente, tamanho desproporcional
aos demais com medida semelhante. A visualização da sobreposição dos CARs e quatro
maiores CARs sobre o limite territorial de Paulistana pode ser feita no ANEXO AL.
Fonte: is.gd/cmendes_car
127
Com relação ao levantamento das APP’s, 974 imóveis somam 4.131 registros. O
imóvel de ID n. 2252301 possui 23 inscrições: 11 de rios até 10m, 06 em área de vegetação
nativa; 05 a recompor de rios até 10m e 01 de reservatório artificial decorrentes de barramento
de cursos d´água.
Por fim, Queimada Nova possui extensão territorial de 128.476,10 hectares, com
124.717,03 hectares de CAR (97,07% da extensão territorial do município) e 152.506,33
hectares de CCIR (118,70% da extensão territorial do município).
O município possui 3.600 cadastros ambientais rurais, sendo 196 acima de 100
hectares, correspondente a 48.969,78 hectares, 38,11% da extensão territorial do município. Os
seis maiores cadastros possuem 2.976,13, 2.116,63, 2.094,24, 1.476,80, 1.336,82 e 1.037,34
hectares, totalizando 11.037,96 hectares – 8,6% da extensão territorial do município. A
visualização da sobreposição dos CARs e seis maiores CARs sobre o limite territorial de
Queimada Nova poderá ser feita no ANEXO AM.
128
Fonte: is.gd/cmendes_car
Acerca das reservas legais, 3.494 imóveis possuem 3.516 inscrições – 08 averbadas,
10 vinculadas à compensação de outro imóvel, 89 aprovadas e não averbadas e o restante
propostas. Com relação às APP’s, 1.061 imóveis totalizam 5.054 inscrições, sendo que 202
propriedades possuem 697 registros com tipos de APPs repetidos. O imóvel de ID n. 6581931,
por exemplo, possui 39 inscrições, sendo 38 de APPs em área de vegetação nativa e 01 em área
antropizada não declarada como área consolidada.
129
3.4.9 Rondônia
Fonte: is.gd/cmendes_car
O município possui 1.838 cadastros ambientais rurais, com 664 cadastros acima de
100 hectares, totalizando 220.340,33 hectares – 78,13% da extensão territorial dos cadastros do
município. Os quatro maiores cadastros possuem 8.784,34, 7.530,56, 7.530,49 e 6.649,54
hectares, somando 30.494,93 hectares – 10,81% da extensão territorial dos cadastros do
município. A visualização da sobreposição dos CARs e quatro maiores CARs sobre o limite
territorial de Costa Marques pode ser feita no ANEXO AN.
130
Fonte: is.gd/cmendes_car
Costa Marques possui área rural consolidada registrada no CAR de 155.331,75 ha, em
outros termos, 31% da extensão territorial do município. Trata-se, portanto, de anistia concedida
a uma extensão de terra 10.690,98% maior do que a delimitação territorial do quilombo Santa
Fé, da localidade, que ocupa 1.452,9224 ha.
No que tange às RLs, das 1.838 propriedades rurais inscritas no CAR, apenas 828
possuem registro de reservas, que totalizam 1.560 inscrições, sendo 03 aprovadas e não
averbadas, 19 averbadas e o restante propostas. 29 imóveis possuem 732 registros com tipos de
reserva repetido. O imóvel de ID n. 7695992, sozinho, possui 318 registros de RL propostas.
No que concerne ao levantamento das APP’s, 793 imóveis alcançam o total de 5.727
registros. 182 imóveis possuem 2.834 inscrições com tipo de APPs idênticos. Apenas o imóvel
de ID n. 7695992 possui 920 registros: 275 APPs a recompor de rios até 10m; 273 segundo art.
61-A da Lei n. 12.651/12; 268 em área de vegetação nativa; 46 de rios até 10m; 40 em área
antropizada não declarada como área consolidada; 10 de nascentes ou olhos d´água perenes e
08 a recompor de nascentes ou olhos d´água perenes.
131
São Francisco do Guaporé, por sua vez, possui extensão territorial de 1.095.976,70
hectares, com 445.585,67 hectares de CAR e 934.965,31 hectares de CCIR (85,30% da
extensão territorial do município).
O município possui 2.038 cadastros ambientais rurais, com 709 cadastros acima de
100 hectares e 384.588,42 hectares – 86,31% da extensão territorial dos cadastros do município.
Os sete maiores cadastros possuem 37.811,76, 23.944,34, 17.731,71, 16.346,24, 9.436,69,
5.677,91 e 5.063,59 hectares, totalizando 116.012,24 hectares – 26,03% da extensão territorial
dos cadastros do município. A visualização da sobreposição dos CARs e sete maiores CARs
sobre a extensão do limite territorial de São Francisco do Guaporé pode ser feita no ANEXO
AO.
Fonte: is.gd/cmendes_car
No que diz respeito à comunidade Pedras Negras, esta perfaz a área de 43.911,10 ha
onde habitam 26 famílias (CPISP, 2022). Assim como em Santo Antônio do Guaporé, o
território foi apenas reconhecido pela Fundação Cultural de Palmares, carecendo de conclusão
132
Com relação às RLs, dos 2.038 imóveis registrados no CAR, apenas 976 possuem
inscrições de reservas, que por sua vez totalizam 2.476 registros de RLs – 10 averbadas, 25
aprovadas e não averbadas e o restante como propostas. 32 propriedades somam 1.498
inscrições com mesmo tipo de reserva. Apenas o imóvel de ID n. 7723640 possui 639 registros.
3.4.9.3 Seringueiras
O município possui 2.079 cadastros ambientais rurais, sendo 258 acima de 100
hectares, que totalizam 187.739,58 hectares – 73,39% da extensão territorial dos cadastros do
município. O maior cadastro possui 84.117,13 hectares – 24,93% da extensão territorial do
município. A visualização da sobreposição dos CARs e maior CAR sobre a extensão do limite
territorial de Seringueiras pode ser feita no ANEXO AP.
133
Fonte: is.gd/cmendes_car
Acerca da extensão das RL’s, dos 2.079 imóveis registrados no CAR, apenas 1.101
possuem informação vinculada às reservas legais, perfazendo um total de 1.150 inscrições,
sendo 148 averbadas e o restante na qualidade de propostas. 15 propriedades possuem 47
registros com tipos de reserva repetidos. O imóvel com maior incidência de registro é o de ID
n. 6216657, que consta com 15 registros propostos.
Com relação ao levantamento das APP’s, 1.220 imóveis somam 5.860 registros. 40
propriedades possuem 106 registros com área e tipos idênticos e 307 propriedades possuem
1.267 com tipos de APPs repetidos. O imóvel de ID n. 1023438, a título de exemplo, possui 73
inscrições: 32 em área vegetação nativa; 15 em área antropizada não declarada como área
134
consolidada; 14 de rios até 10m; 09 a recompor de rios até 10m; 02 de nascentes ou olhos d´água
perenes e 01 a recompor de nascentes ou olhos d´água perenes.
3.4.10 Tocantins
Tocantins foi o último estado objeto de estudo, onde foram selecionados sete
municípios: Araguatins, Arraias, Dianópolis, Filadélfia, Muricilândia, Paranã e Santa Fé do
Araguaia. Os sete municípios possuem, em extensão territorial, o total de 2.782.869,50 hectares,
sendo que há um total de 2.776.899,77 hectares em CAR (99,78% da extensão territorial dos
municípios) e 3.945.503,69 hectares em CCIR (141,80% da extensão territorial dos
municípios).
Fonte: is.gd/cmendes_car
3.4.10.1 Araguatins
no mapa quando de sua seleção. A visualização da sobreposição dos CARs e três maiores CARs
sobre o limite do município de Araguatins pode ser feita no ANEXO AQ.
Fonte: is.gd/cmendes_car
O acesso à Ilha de São Vicente é possibilitado apenas pela via fluvial, posto que o
território é cercado pelo Rio Araguaia. Esta comunidade faz o manejo do coco babaçu para a
confecção de diversos produtos como o carvão vegetal, a extração de leite e azeite das
amêndoas. Contudo, a comercialização limita-se ao carvão vegetal, sendo os outros produtos
destinados à subsistência da comunidade. A qualidade de vida dos quilombolas desta
comunidade, assim como tantas outras, é alarmante uma vez que as residências não possuem
banheiros, não existe abastecimento de água potável e, somente em 2018, foi iniciado o
fornecimento de energia elétrica (LOPES, 2020).
No que tange às RLs, dos 1.599 imóveis inseridos no CAR, apenas 823 possuem
registros de reservas, que alcançam o total de 828 RLs – 08 aprovadas e não averbadas, 29
136
averbadas e o restante como propostas. Acerca dos dados estatísticos das APP’s, 901
propriedades totalizam 2.921 registros. Apenas o imóvel de ID n. 2800592, por exemplo,
alcança o total de 63 inscrições: 20 em área de vegetação nativa; 19 de rios até 10m; 12 a
recompor de rios até 10m; 08 de nascentes ou olhos d´água perenes; 03 a recompor de nascentes
ou olhos d´água perenes e 01 em área antropizada não declarada como área consolidada.
3.4.10.2 Arraias
Com relação à quantidade e tamanho das áreas dos cadastros, na base de julho de 2021,
Arraias já tinha um total de 1.396 cadastros, sendo que 613, aproximadamente 44%,
correspondem a cadastros maiores que 100 hectares, que perfazem o total de 455.128,86
hectares, ou seja, pouco mais de 95% do total dos cadastros do município. Os três maiores
cadastros do município possuem, respectivamente, 57.464,58, 10.317,52 e 8.502,76 hectares,
correspondendo, sozinhos, a praticamente 16% do tamanho do total dos cadastros e 13% da
extensão territorial do município. O território quilombola do município possui 41.607,19
hectares. A visualização dos CARs e 03 maiores CARs sobre o limite territorial de Arraias pode
ser feita no ANEXO AR.
Fonte: is.gd/cmendes_car
3.4.10.3 Dianópolis
Fonte: is.gd/cmendes_car
Acerca das reservas legais, dos 1.043 imóveis registrados no CAR, 861 propriedades
possuem um total de 865 inscrições de reservas – 07 aprovadas e não averbadas, 31 averbadas
e o restante como propostas. Com relação ao levantamento das APP’s, 805 imóveis somam
2.411 registros.
3.4.10.4 Filadélfia
O município possui o total de 970 cadastros, com 380 cadastros maiores que 100
hectares, correspondentes a 124.122,82 hectares – 62,33% do total, em tamanho, dos cadastros.
Os quatro maiores cadastros possuem extensão superior a 2.000 hectares. O segundo maior
cadastro, com 2.325,42 hectares não aparece no mapa, quando selecionado. A visualização da
sobreposição dos CARs e quatro maiores CARs sobre o limite territorial do município pode ser
feita no ANEXO AT.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Acerca das áreas de reserva legal, dos 970 imóveis inseridos no CAR, 810 possuem
um total de 813 registros de reservas, sendo apenas 15 averbadas e o restante ainda na qualidade
de propostas. Quanto às APP’s, 719 imóveis totalizam 2.072 inscrições. O imóvel de ID n.
140
2800510, a título de exemplo, soma 44 inscrições: 18 de rios até 10m; 14 a recompor de rios
até 10m; 07 de nascentes ou olhos d´água perenes; 04 em área de vegetação nativa e 01 em área
antropizada não declarada como área consolidada.
3.4.10.5 Muricilândia
Fonte: is.gd/cmendes_car
3.4.10.6 Paranã
Paranã possuía, em julho de 2021, 2.309 cadastros, sendo 1.024 maiores que 100
hectares e correspondentes a 884.571,75 hectares – 96,42% do total da extensão dos cadastros
do município. Os três maiores cadastros possuem 59.457,93, 19.571,34 e 17.523,67 hectares,
totalizando 96.552,94 hectares – 10,55% da extensão total dos cadastros dos 2.309 hectares. A
visualização da sobreposição dos CARs e três maiores CARs sobre o limite territorial de Paranã
pode ser feita no ANEXO AV.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Juntamente com Arraias, Paranã abriga o quilombo Kalunga do Mimoso, em uma área
total de 57.465,1870 ha, onde habitam 250 famílias. O município possui 116.869,48 ha de área
consolidada, equivalente a 10% de sua extensão territorial (CPISP, 2022). Em relação às
delimitações das RL’s, dos 2.309 imóveis registrados no CAR, 1.714 possuem o total de 1.722
registros de reservas, sendo 22 aprovadas e não averbadas, 36 averbadas e o restante como
propostas. Quanto às APPs, 1.578 imóveis atingem o total de 4.408 registros.
142
Santa Fé do Araguaia possuía na base de julho de 2021, 126 cadastros, sendo 107
cadastros maiores que 100 hectares, correspondentes a 181.694,13 hectares – praticamente a
totalidade dos cadastros – em tamanho – do município. Os três maiores cadastros possuem
15.502,77, 10.922,70 e 9.718,02 hectares, totalizando 36.143,49 hectares – quase 20% do total
da extensão territorial dos cadastros. A visualização da sobreposição dos CARs e três maiores
CARs sobre o limite territorial de Santa Fé do Araguaia pode ser feita no ANEXO AW.
Fonte: is.gd/cmendes_car
Para selecionar os imóveis a serem analisados no capítulo 04, optou-se por lançar as
informações captadas da plataforma bit.ly e apresentadas no capítulo 03 em uma planilha, de
forma a viabilizar a análise dos dados de forma mais visual e simples, ajudando assim na escolha
dos imóveis que se encontrassem em situação mais aparente de irregularidades.
A análise comparativa, por sua vez, tomou por referência o percentual do CAR sobre
o tamanho do município, possibilitando compreender quais regiões possuem área rural muito
próxima ou maior que a própria extensão territorial do município. Tal situação, por si só, já
configura uma fragilidade das informações, uma vez que não seria legal e faticamente possível
pensar em área de CAR ou CCIR maior que a extensão territorial do município - cujo dado foi
coletado do IBGE.
Tal situação é ainda igualmente alarmante quando direcionada à análise do CCIR. Dos
49 municípios, 37 possuem área de CCIR muito próxima ou maior do que a extensão territorial
do município, em percentuais que variam de 94,42% a 291,27%.
Ainda com relação ao CAR e CCIR, outra situação que chama a atenção é a grande
diferença entre informações dos dois cadastros em diferentes municípios, o que, suspostamente,
não deveria ocorrer, uma vez que, dentre outros dados, ambos se referem à extensão do imóvel
rural objeto da inscrição.
Para fins de análise, comparou-se a diferença entre os dados do CAR e do CCIR face
à extensão territorial. Dentre os 49 municípios, 39 possuem diferença entre os cadastros em
percentuais comparados à extensão territorial que variam de 20,28% a 231,44%. Chama a
atenção a diferença identificada em Macapá/AP (123,55%), Cavalcante/GO (109,87%), Nova
Roma/GO (139,64%), Palmeirândia/MA (231,44% - a maior diferença encontrada), Vargem
Grande/MA (102,04%), Costa Marques/RO (144,83%), Araguatins/TO (110,55%),
Dianópolis/TO (121,96%) e Filadélfia (150,97%) – APÊNDICE B.
Com relação à área rural consolidada, ressalta-se que sua concessão acaba
configurando anistia de multas, isenção de desmatamentos irregulares, imunidade à fiscalização
e consolidação de danos ambientais, na maioria das vezes desconsiderando risco e
consequências de sua concessão, ignorando também o desenvolvimento sustentável e
afrontando o retrocesso socioambiental (COSTA, 2018). Dessa forma, embora o tamanho da
área consolidada não seja um parâmetro direto para escolha dos imóveis a serem analisados,
cabe uma comparação de sua concessão face à extensão territorial do município, de forma a
ajudar na compreensão do tamanho da concessão concedida nos municípios analisados.
Com relação às reservas legais – RLs e áreas de preservação permanente – APPs, foi
possível perceber a reincidência de registros sobre um mesmo imóvel. Em que pese a
possiblidade de tal fato - sobretudo em razão dos diferentes tipos de APPs - o que se espera,
dentro de uma medida máxima (o que já deveria ser difícil ocorrer), é que houvesse no máximo
30 registros de APPs (pois são esses todos os tipos disponíveis para inscrição no CAR):
Também foi possível comparar a extensão dos maiores imóveis cadastrados no CAR,
optando-se por analisar o maior cadastro de cada município comparando-o com sua extensão
territorial. Em seguida, foi se somando o tamanho dos quatro maiores cadastros, um a um,
comparando a cada lançamento seu percentual face à extensão do município.
Nesse contexto, foi possível identificar, por exemplo, que o maior imóvel de
Barcelos/AM, ocupa sozinho 18,8% da extensão territorial do município. Considerando que
Barcelos possui mais de 12 milhões de hectares, o imóvel em comento possui, sozinho,
2.302.821,91 ha. Também em Carinhanha/BA, chamou a atenção o fato de o maior imóvel
lançado no CAR, com um total de 25.565,95 ha, corresponder a 10,12% da extensão territorial
do município.
mais que a extensão do próprio município); os quatro maiores, a 142,43%; e os cinco maiores,
a 167,04% do tamanho do município.
Além disso, também foi feita uma comparação dos cinco maiores cadastros no CAR
com os demais CARs do próprio município. Assim foi possível constatar por exemplo que o
maior CAR de Barcelos/AM, corresponde a 70,98% dos demais cadastros, enquanto os cinco
maiores CARs correspondem a 98,9% de todos os cadastros. Em Novo Airão, o maior imóvel
corresponde a 82,64% dos demais CARs, e os cinco maiores CARS equivalem a 94,5% da
totalidade dos cadastros do município.
maiores cadastros representam 47,82% dos CARs do municípios. Em Santarém, o maior imóvel
equivale a 28,65% dos CARs, e os cinco maiores CARs representam 56,02% do total dos
cadastros.
Em Piauí, o maior imóvel de Campinas do Piauí representa 20,9% dos CARs da região.
Em Campo Largo do Piauí, o maior imóvel corresponde a 47,46% dos CARs, enquanto os cinco
maiores CARs atingem 57,52% do município. Em Matias Olímpio, as cinco maiores
propriedades representam 34,54% da totalidade dos CARs.
Dessa forma, diante das considerações acima, é possível constatar que, a despeito do
quadro geral apresentar uma série de possíveis irregularidades, algumas chamam mais a
atenção, e esses imóveis serão objeto de estudo do presente capítulo 03, mediante análise de
suas imagens por satélite, procurando comparar sua extensão lançada nos mapas com a extensão
informada no CAR, bem como procurando por eventuais loteamentos irregulares. Em seguida,
buscar-se-á analisar a certidão de inteiro teor desses imóveis junto aos cartórios de imóveis.
Os mapas de cada estado e municípios foram baixados em extensão KML, sendo que
para cada município foram baixados quatro mapas diferentes, advindos de informações do
CAR: APP, área consolidada, área do imóvel e RL.
Após fazer o download do Google Earth e do arquivo KML, o sistema nos remete
diretamente para as imagens do satélite, com destaque para os itens referentes ao arquivo: RL,
APP, área consolidada ou área imóvel.
Outra dificuldade que se encontra nesse momento é que, por falta de configuração do
arquivo, cada cadastro aparece listado como “sem nome”. Dessa forma, para saber se há relação
entre o item listado e o número de identificação do cadastro, é necessário clicar um a um, até
localizar o ID pretendido. Considerando que muitos municípios possuem milhares de CAR, e
que cada CAR possui, nessa pesquisa, quatro informações a serem analisadas, esse é um fator
que influencia diretamente no tempo da pesquisa.
Vale ressaltar que o trabalho com os mapas acaba sobrecarregando o computador. Tal
situação nos remete à necessidade de, em regra, apenas poder trabalhar município por
município, sendo necessário salvar e encerrar cada análise tão logo feita, para então se trabalhar
com o município seguinte, influenciando no tempo da pesquisa.
Ainda, para cada Estado, também foi feito download de arquivo com extensão KML
com os limites dos municípios. Tal arquivo, além de facilitar a visualização e entendimento do
trabalho, permite auferir situações em que cadastros trespassam o limite do município. Ao se
fazer o download do arquivo, contudo, assim como no caso dos arquivos do CAR, por razão de
configuração do próprio arquivo, todos os limites aparecem classificados como “sem nome”.
Dessa forma, é necessário buscar um a um até localizar o município desejado.
Trata-se, portanto, de mais um fator a impactar no tempo da pesquisa, uma vez que,
dentre os Estados analisados, Bahia possui 417 municípios; Goiás, 246; Piauí, 224; Maranhão,
217; Pará, 144; Mato Grosso, 141; Tocantins, 139; Amazonas, 62, Rondônia, 52 e Amapá, 16.
151
E, após localizado o município desejado, deve-se também selecionar suas propriedades para
alterar seu estilo e cor, bem como opacidade da imagem – do contrário, seria possível observar
apenas a última imagem sobreposta, prejudicando a compreensão das sobreposições.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Mediante edição de polígono da imagem, foi possível perceber que a propriedade, que
possui um total de 2.302.821,91 ha, na verdade, acaba avançando aproximadamente 1.263.383
ha sobre outros três municípios: Coari, Codajás e Maraã. Aqui, faz-se uma ressalva no sentido
de que essa é uma situação que deveria ser observada no momento do registro do cadastro,
visando evitar entendimento no sentido de que a totalidade do imóvel pertenceria à Barcelos.
153
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Com relação à APP, Barcelos possui 570,55 ha cadastrados, correspondente a 0,0047%
do município. O percentual é tão baixo que não pode ser percebido no contexto da imagem total
do município, sendo necessário aproximar a imagem para que, em algumas propriedades, possa
ser visualizado (em verde). Não há, contudo, APP na propriedade analisada.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Outro fator a se ressaltar relacionado à Barcelos é quantidade de registro de reservas
legais na região. Por se tratar de município localizado na Amazônia Legal, a região, nos termos
154
do art. 12, I, “a” do Código Florestal, Lei n. 12.657/12 (BRASIL, 2012), deveria ter 80% de
cobertura de vegetação nativa direcionada à RL. Ocorre que, em Barcelos, todas as reservas
somadas alcançam apenas 17.560,11 ha, ou seja, 0,1434% da extensão territorial do município.
E quando lançadas as imagens das reservas no município (destaque em laranja), é possível
perceber que não há nenhuma reserva no imóvel em análise.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Após a demarcação das 7.603 inscrições foi possível perceber que a extensão das áreas
se distribuem por uma série de distritos. Logo, o que se poderia concluir nesse momento, é que
as APPs atingem uma série de imóveis, e não apenas um. Não parece adequado, portanto, haver
um único cadastro com tantas inscrições de APPs.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Com relação ao limite do município, contudo, as APPs se encontram todas
devidamente inseridas dentro da extensão de Santarém.
157
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
A percepção, contudo, de que as APPs se distribuem por diferentes propriedades pôde
ser confirmada ao se sobrepor às imagens do limite do município e das APPs à quantidade de
registros de CARs da região. Inicialmente, buscou-se selecionar propriedade a propriedade para
visualizá-la no mapa e confirmar se estaria ou não vinculada a alguma APP. Ocorre que
Santarém possui 3.105 imóveis registrados no CAR. Selecioná-los um a um comprometeria o
tempo da pesquisa, levando-nos a uma conclusão a qual já se pode afirmar: o APP de ID
7590759 possui 7.603 inscrições. Pelo que se entende, cada ID deveria estar vinculado a um
CAR específico. Ocorre, contudo, que a APP em comento abrange centenas de imóveis.
158
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Essas repetições também foram percebidas (embora com menor incidência do que com
APP) com algumas reservas legais. A propriedade com maior recorrência de registro encontra-
se em São Francisco do Guaporé/RO, onde 976 imóveis possuem, ao todo, 2.476 registros de
RLs. O imóvel de ID n. 7723640, contudo, possui, sozinho 640 registros de RLs.
159
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
As reservas encontram-se inteiramente dentro do limite do município.
Figura 10 – CAR com maior quantidade de RLs em São Francisco do Guaporé/RO e limite
territorial
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Contudo, assim como nas APPs, as 640 RLs também encontram-se distribuídas dentro
de centenas de propriedades.
160
Figura 11 - CAR com maior quantidade de RLs em São Francisco do Guaporé/RO e demais
CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Dessa forma, se mostra inviável pedir a certidão de matrícula dessas propriedades,
tanto em razão da demora de suas identificações individuais como pelo custo que isso
representaria. De qualquer sorte, o que se pode afirmar é que a atribuição do número de
identificação dessas reservas, bem como no caso das APPs, ao menos aparentemente, se deu de
forma indevida. Tantas e diferentes propriedades não poderiam ter centenas e milhares de RLs
e APPs, respectivamente, identificados por um mesmo número.
1. MA-2107605-152C5B4456314F33AD1624C1EAAE4CD4;
2. MA-2107605-8A9A770339B540B191DBF8F475A22058;
3. MA-2107605-49C227BF8A3F4DFF8CD44E8684A721A6;
4. MA-2107605-2CAB033D765E437093C23FB636D9DE64.
161
Contudo, antes da análise dos quatro imóveis, é importante ressaltar que já ao lançar
as imagens dos CARs de Palmeirândia no mapa é possível observar uma série de sobreposições.
Na imagem abaixo, por exemplo, existem 31 inscrições de CAR que, apenas nesse espaço
territorial chegam a se sobrepor dezenas de vezes. É possível identificar o número de
identificação de cada CAR e, eventualmente, associar esse número com suas respectivas
matrículas no registro de imóveis, para uma averiguação da situação real de cada um. Contudo,
não é esse o objeto da presente pesquisa, fazendo-se aqui, portanto, apenas menção de mais
essa aparente irregularidade identificada.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Além disso, ao se comparar as imagens dos CARs (em vermelho) com o limite do
município (em branco), é possível perceber que algumas inscrições trespassam o limite
territorial, alcançando municípios distintos.
162
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Com relação aos quatro maiores cadastros, sua identificação no mapa é difícil de
ocorrer, uma vez que Palmeirândia possui 468 cadastros que, contudo, estão lançados na lista
KML de área imóvel de forma aleatória, todos identificados como “sem nome”, sendo que o
código de cada um apenas aparece quando se analisa a propriedade do arquivo. Dessa forma,
para se selecionar os imóveis, é necessário fazer sua busca individual, até localizar o cadastro
pretendido. De qualquer sorte, localizados os imóveis, foi possível perceber sobreposição entre
os quatro maiores cadastros, um sob o outro, na maior parte de suas extensões.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
163
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR, SIGEF e Google Earth, 2022.
Válido ressaltar que sobre o território da comunidade quilombola ainda recaem outras
sete sobreposições.
165
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR, SIGEF e Google Earth, 2022.
município (destaque em branco). Dessa forma, antes de procurar avaliar as imagens de satélite
da região, procurou-se analisar se haveria alguma recorrência de cadastro – assim como nos
casos das RLs e APPs. Nesse momento, percebeu-se que, na verdade, a mesma propriedade foi
inserida 37 vezes, ou seja, o mesmo número de CAR foi inserido 37 vezes no sistema e cada
registro possuía 10.557,42 ha, totalizando os 390.624,54 ha.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Além disso, embora o imóvel esteja quase em sua totalidade dentro de Araguatins, ao
se aproximar a imagem é igualmente possível perceber que parte do cadastro avança para
distrito distinto, ultrapassando, portanto, o limite de Araguatins.
167
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Por fim, embora o cadastro seja muito menor do que o lançado no sistema, e além de
avançar os limites do município, é possível ainda encontrar algumas outras irregularidades na
propriedade. Por se tratar de único CAR, o que se espera é que haja ali um único imóvel,
propriedade de um único dono.
Logo, a princípio, o CAR objeto de estudo possui área muito maior do que a informada
e, ainda assim, essa única propriedade possui centenas de outras propriedades nela instaladas,
além de pequenas vilas e povoados. Tal situação, portanto, configura evidente e significativa
diferença com a realidade do território envolvido por tal cadastro.
município de Araguatins. Dentre as cinco serventias localizadas, havia apenas uma ativa e
vinculada ao Registro de Imóveis.
constatar que 31,74% dos assentados compraram o direito à posse. Como não há registro das
propriedades do PA Santa Cruz II (uma vez que todas compõem o registro único apontado
acima), a forma de negociação e comercialização dos domínios se dá ou por instrumento
particular ou verbalmente, uma vez que, sem registro da propriedade, não poderiam os
possuidores dela dispor.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Na imagem, é possível perceber também que inúmeras propriedades avançam o limite
do município, inclusive a maior propriedade do município.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
E embora o imóvel conste como pertencente ao município de Santarém, em um total
de 677.232,07 ha, é importante ressaltar que o espaço que excede ao limite do município possui,
aproximadamente, 217.000,00 ha. Essa é uma observação que possui impacto não somente no
tamanho da propriedade mas também no percentual de sobreposição de terras do município.
171
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Com relação à busca por propriedades na extensão territorial do maior CAR de
Santarém, primeiramente se esclarece que a resolução da imagem de parte da região se mostrou
inferior às demais até aqui analisadas. Assim, nessas áreas, a resolução dificulta a possibilidade
de afirmar, com segurança, se as imagens se referem à propriedades ou desmatamentos. De
qualquer sorte, pode-se, ao menos, inferir se tratar sim de imóveis espalhados ao longo da região
vinculada ao CAR. Dessa forma, foi possível perceber a existência de inúmeras propriedades e
comunidades, sobretudo, ao longo do Rio Tapajós, conforme se depreende das imagens do
ANEXO BB.
Com relação ao segundo maior CAR, além das restrições apontadas acima, também é
possível observar outras irregularidades: usar fogo em floresta e demais formas de vegetação
sem observar as precauções recomendadas na permissão de queima controlada; destruir ou
danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas protetora de mangues,
objeto de especial preservação; desmatar florestas ou demais formas de vegetação, sem
autorização do Ibama nas áreas permitidas ao desmatamento, ou seja, 20% em floresta e 65%
em cerrado (Região da Amazônia Legal); destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou
vegetação fixadora de dunas protetora de mangues; construir, reformar, ampliar, instalar ou
fazer funcionar estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores ou utilizadores
de recursos naturais, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, em
desacordo com a licença obtida; destruir (danificar, desmatar) florestas ou demais formas de
vegetações consideradas de preservação permanente (SICAR, 2022).
O Estado de Goiás possui 246 municípios, sendo que Cavalcante se localiza ao norte
do Estado. O município possui 1.141 cadastros ambientais rurais.
173
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
O maior CAR do município possui 122.497,28 ha, equivalente a 17,61% da extensão
de Cavalcante. Trata-se do imóvel com número de identificação GO-5205307-
CD8D33560E3E4A1C804C7898E706ACA2.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Ocorre que é possível perceber a sobreposição de inúmeros outros cadastros sobre o
CAR objeto da presente análise. Nesse sentido, foi possível identificar a sobreposição de 94
174
imóveis, situação que se evidencia, inclusive, pela análise do mapa, após lançar nele cada um
dos cadastros.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Além disso, ao se aproximar a imagem do satélite pela extensão do cadastro, é possível
perceber a existência de centenas de propriedades construídas, sendo que algumas comunidades
quilombolas, inclusive, encontram-se assentadas exatamente no imóvel vinculado a esse CAR,
como se percebe das imagens do ANEXO BC.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR, SIGEF e Google Earth, 2022.
Da mesma sorte, as demais 94 sobreposições (destaque em vermelho) recaem
igualmente sobre a área quilombola analisada (destaque em amarelo).
176
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR, SIGEF e Google Earth, 2022.
Diante da relevância dos territórios quilombolas de Cavalcante e do quadro de
sobreposição identificado, buscou-se ainda fazer uma rápida análise comparativa sobre o
avanço do desmatamento em uma linha temporal na região.
Dessa forma, a partir de 1985 até 2021, percebeu-se que a área de floresta da região,
que era de 535.522,86 ha, equivalente a 77% da extensão territorial do município, diminuiu
para 512.423,06 ha – 73,74% da extensão territorial. De outra parte, a área voltada à
agropecuária cresceu de 40.694,33 ha (5,85% da extensão de Cavalcante) para 64.163,48 ha
(9,23% da extensão territorial do município), com destaque para pastagem que, em 2021, ocupa
48.986,31, ou seja, 76,35% da área total agropecuária da região (MAPBIOMAS, 2022).
Também em uma análise entre novembro de 2018 e agosto de 2022, foi possível
perceber um total de 94 alertas no município de Cavalcante, abrangendo uma área desmatada
de 4.448,10 ha em uma velocidade média de 3,6 ha por dia. Essa mesma análise, vinculada
177
apenas ao território quilombola do município, nos remete a um total de 17 alertas em uma área
desmatada de 612 ha, em uma velocidade média de 5,1 ha por dia (MAPBIOMAS ALERTAS,
2022).
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Com relação ao CAR, contudo, a maior propriedade possui 12.302,00 ha,
correspondendo, sozinha, a 54,22% da extensão territorial de Campo Largo do Piauí e 47,46%
do total dos CARs do município. O CAR objeto da presente análise possui número de
identificação PI-2202174-4A39875C3A9F4F8ABF098A3DF9B5B0B8.
178
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Ao se observar a propriedade, contudo, constata-se que sua extensão ultrapassa o limite
territorial do município em dois pontos, com extensão aproximada de 927,47 e 64,84 ha.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
179
Figura 31 – Tamanho do segundo avanço do limite municipal do maior CAR de campo Largo
do Piauí/PI
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Além disso, ao se lançar os demais cadastros no mapa, é possível perceber ainda a
sobreposição de outros 62 cadastros sobre o CAR em análise, com destaque para uma série de
sobreposições de cadastro na maior comunidade localizada na propriedade.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
180
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Não há cartório de imóveis vinculado a Campo Largo do Piauí junto ao SAEC. Dessa
forma, o contato do cartório foi localizado junto ao site da Justiça Aberta do CNJ, tendo sido
verificado tratar-se de cartório único com acumulação de atribuições, sendo que o contato
referenciado remete à própria Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Piauí. A
solicitação, contudo, não foi respondida.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
O maior CAR do município possuía 84.111,13 ha, equivalente a 22,29% do tamanho
de Seringueiras e a 32,88% de todos os CARs do município. Tratava-se do imóvel de ID n. RO-
1101500-16C1EFB2892D478281B499150AFAE53E.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Ocorre que, além de ultrapassar o limite do município, o CAR em comento também
sofria de inúmeras sobreposições.
182
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE, SICAR e Google Earth, 2022.
Da consulta individual do imóvel no SICAR, contudo, foi possível constatar que seu
cadastro foi cancelado por decisão administrativa, razão pela qual não se buscou maiores
informações relacionadas ao Cartório de Imóveis.
183
CONCLUSÕES
O cenário atual da questão agrária e fundiária do Brasil não pode ser desassociada da
história e do direito. A formação histórica nacional, desde sua colonização, foi o fundamento
da legislação agrária, que, primordialmente, buscou, mediante proteção de classes específicas,
a manutenção do sistema capitalista.
Nesse contexto, o favorecimento da concentração do poder em prol de senhores e
grandes proprietários de terras e a contínua expropriação de camponeses foi um processo
repleto do uso da violência, grilagens e cumplicidade de autoridades políticas, judiciárias,
militares e, até mesmo, serventuários de cartórios.
Além disso, embora o CAR tenha sido criado pela Lei n. 12.651 de 2012, afirmando
tratar-se de registro público eletrônico de âmbito nacional obrigatório para todos os imóveis
rurais, a Lei n. 11.977 de 2009 já previa que os serviços de registro públicos deveriam instituir
sistema de registro eletrônico, sendo que tais atos registrais deveriam ser inseridos no prazo de
cinco anos.
Dessa forma, cada Estado passou a regulamentar e criar seus sistemas, sem contudo
dialogarem um com o outro. Hoje, com o advento da Lei n. 14.382 de 2022, que alterou - dentro
outros normativos – a Lei n. 11.977 de 2009, o SERP passa a ser o sistema a permitir que atos
e negócios jurídicos possam ser registrados e consultados eletronicamente, além de buscar
interconectar os diversos cartórios de registros públicos.
Com relação ao Estado do Amapá foi feita uma análise do Provimento n. 310 de 2016
da Corregedoria Geral da Justiça do Tribunal de Justiça do Amapá, que regulamenta os
princípios e instruções disciplinadoras do funcionamento dos Ofícios Judiciais e Extrajudiciais
da Justiça. Infelizmente, contudo, não há no provimento do Amapá qualquer menção ao CAR
ou até mesmo ao CCIR.
Com relação ao CAR e CCIR, situação a chamar a atenção foi a diferença entre
informações dos dois cadastros em diferentes municípios, o que, suspostamente, não deveria
187
ocorrer (ou ao menos não deveria ser tão grande), uma vez que, dentre outros dados, ambos se
referem à extensão do imóvel rural objeto da inscrição.
Para fins de análise, comparou-se a diferença entre os dados do CAR e do CCIR face
à extensão territorial. Dentre os 49 municípios, 39 possuem diferença entre os cadastros em
percentuais comparados à extensão territorial que variam de 20,28% a 231,44%. Chama a
atenção a diferença identificada em Macapá/AP (123,55%), Cavalcante/GO (109,87%), Nova
Roma/GO (139,64%), Palmeirândia/MA (231,44% - a maior diferença encontrada), Vargem
Grande/MA (102,04%), Costa Marques/RO (144,83%), Araguatins/TO (110,55%),
Dianópolis/TO (121,96%) e Filadélfia (150,97%).
Com relação à área rural consolidada, embora seu tamanho não tenha sido um
parâmetro direto para escolha dos imóveis analisados no capítulo 03, fez-se uma comparação
de sua área face à extensão territorial do município, de forma a ajudar na compreensão do
tamanho da concessão concedida nos municípios analisados.
Com relação às reservas legais – RLs e áreas de preservação permanente – APPs, foi
possível perceber a reincidência de registros. Primeiramente, analisando RL, localizou-se um
imóvel em Mineiros/GO, com 18 registros; um imóvel em Nossa Senhora do Livramento/MT
com 30 registros; um imóvel em Poconé/MT com 38 registros e um imóvel em Seringueiras/RO
com 15 registros. Os casos mais alarmantes, contudo, encontram-se em Costa Marques/RO,
onde um imóvel possui 319 registros; Óbidos/PA, onde um imóvel possui 546 registros;
Santarém/PA, com um imóvel detentor de 623 registros e São Francisco do Guaporé, onde um
imóvel possui 640 registros de reserva legal.
um imóvel possui 314 registros; em Xique-Xique/BA, um imóvel possui 161 registros; apenas
no Estado de Goiás, a quantidade de registros variou de 106 a 665 – sendo esse último
localizado na Cidade Ocidental; em Maranhão, a maior quantidade de registros se deu em
Vargem Grande, com 87 registros; em Nossa Senhora do Livramento/MT, um imóvel possui
165 registros; em Poconé/MT, um imóvel possui 594 registros; em Óbidos/PA, um imóvel
possui 1556 registros; em Santarém/PA, um imóvel possui 7603 registros; em Costa
Marques/RO, um imóvel possui 921 registros; e em São Francisco do Guaporé, um imóvel
possui 1173 registros.
Também foi possível comparar a extensão dos maiores imóveis cadastrados no CAR,
optando-se por analisar o maior cadastro de cada município comparando-o com sua extensão
territorial. Em seguida, foi se somando o tamanho dos quatro maiores cadastros, um a um,
comparando a cada lançamento seu percentual face à extensão do município.
Além disso, também foi feita uma comparação dos cinco maiores cadastros no CAR
com os demais CARs do próprio município. Assim foi possível constatar por exemplo que o
maior CAR de Barcelos/AM, corresponde a 70,98% dos demais cadastros, enquanto os cinco
maiores CARs correspondem a 98,9% de todos os cadastros. Em Novo Airão, o maior imóvel
corresponde a 82,64% dos demais CARs, e os cinco maiores CARS equivalem a 94,5% da
totalidade dos cadastros do município.
Em Piauí, o maior imóvel de Campinas do Piauí representa 20,9% dos CARs da região.
Em Campo Largo do Piauí, o maior imóvel corresponde a 47,46% dos CARs, enquanto os cinco
maiores CARs atingem 57,52% do município. Em Matias Olímpio, as cinco maiores
propriedades representam 34,54% da totalidade dos CARs.
Apesar da identificação do número do cadastro, não foi possível fazer sua associação
com o número da matrícula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis. Nem o Ofício
de Imóveis nem o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM ou a Secretaria de
Estado do Meio Ambiente – SEMA puderam repassar a informação.
Além disso, é ainda possível perceber que parte do cadastro avança para distrito
distinto, ultrapassando, portanto, o limite de Araguatins. E embora o cadastro seja muito menor
do que o lançado no sistema, e além de avançar os limites do município, é possível ainda
encontrar centenas de propriedades na extensão da propriedade, inclusive, pequenas vilas e
povoados – já instaladas desde antes de 2011 e 2013.
192
Trata-se de imóvel da União, adquirido por força de mandado expedido pela 5ª Vara da
Justiça Federal do Estado de Goiás, nos autos do Processo n. 008/88-V, em 23 de setembro de
1988. Mediante Portaria n. 134 de 1989, o Ministério da Agricultura aprovou para a região o
Projeto de Assentamento – PA Santa Cruz II, prevendo a criação de 344 unidades agrícolas
familiares e a implantação de infraestrutura física necessário ao desenvolvimento da
comunidade rural.
O PA Santa Cruz II localiza-se, portanto, no extremo norte do Estado do Tocantins, em
uma região conhecida como Bico do Papagaio. Trata-se de região marcada pela pobreza,
agricultura de subsistência e ausência de serviços básicos de infraestrutura, saúde e educação e,
na região de Araguatins, 31,74% dos assentados compraram seu direito de posse. Como não há
registro das propriedades do PA Santa Cruz II (uma vez que todas compõem o registro único
apontado acima), a forma de negociação e comercialização dos domínios se dá ou por
instrumento particular ou verbalmente, uma vez que, sem registro da propriedade, não poderiam
os possuidores dela dispor.
Santarém, no Pará, possui 132,08% de CAR comparado à extensão territorial do
município. Inúmeras propriedades, contudo, avançam o limite do município. O maior cadastro
da região possui 677.232,07 ha, sendo que aproximadamente 217.000,00 ha excedem ao limite
do município.
Dessa forma, a partir de 1985 até 2021, percebeu-se que a área de floresta da região,
que era de 535.522,86 ha, equivalente a 77% da extensão territorial do município, diminuiu
para 512.423,06 ha – 73,74% da extensão territorial. De outra parte, a área voltada à
agropecuária cresceu de 40.694,33 ha (5,85% da extensão de Cavalcante) para 64.163,48 ha
(9,23% da extensão territorial do município), com destaque para pastagem que, em 2021, ocupa
48.986,31, ou seja, 76,35% da área total agropecuária da região (MAPBIOMAS, 2022).
Também em uma análise entre novembro de 2018 e agosto de 2022, foi possível
perceber um total de 94 alertas no município de Cavalcante, abrangendo uma área desmatada
de 4.448,10 ha em uma velocidade média de 3,6 ha por dia. Essa mesma análise, vinculada
apenas ao território quilombola do município, nos remete a um total de 17 alertas em uma área
desmatada de 612 ha, em uma velocidade média de 5,1 ha por dia (MAPBIOMAS ALERTAS,
2022).
Pode-se afirmar, portanto, que o CAR possui uma série de importantes funcionalidades
que, se bem operadas, preenchidas e fiscalizadas, podem, sem dúvida, ser úteis à finalidade a
que ele se propõe: integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais,
compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico
e combate ao desmatamento.
Além disso, as falhas de não observância dos limites territoriais dos municípios
acontecem em inúmeras situações, o que acaba prejudicando a própria análise da extensão dos
CARs quando comparado ao tamanho dos municípios onde se localizam.
Também há forte recorrência de cadastros. Essa é uma situação grave, que pode gerar
um entendimento inadequado de cumprimento de obrigações legais (como no caso de APPs e
RLs) ou uma grande sobreposição de terras – como no caso de Araguatins, onde um imóvel foi
cadastrado (sob o mesmo número, tamanho e localização) 37 vezes.
A recorrência foi também verificada em cadastros de APP, com destaque para o caso
de Santarém/PA, onde um ID possui 7.603 repetições, espalhadas, contudo, por centenas de
propriedades. Ou ainda no caso de RLs, com destaque para São Francisco do Guaporé, onde
196
um ID possui 640 cadastros de reservas legais, espalhadas, assim como no caso das APPs, por
centenas de imóveis.
Nesse sentido, o CAR, principalmente para os povos tradicionais, pode vir a ter relação
com o próprio reconhecimento ou perda efetiva de território. Dessa forma, as diversas
fragilidades identificadas no cadastro podem acabar mitigando os direitos dessas comunidades,
além de prejudicar legítimos proprietários ou possuidores, em razão da grande quantidade de
lançamentos sobrepostos que vem sendo realizados.
Diante das inúmeras falhas identificadas pela análise do CAR nos 49 municípios
selecionados, distribuídos em 10 Estados, portanto, entende-se comprovada a hipótese da
pesquisa no sentido de que, apesar da relevância de tal cadastro para fins de gestão ambiental,
o controle de terras no Brasil continua a sofrer de um problema estrutural grave e os recorrentes
erros na aplicação do CAR resultam em graves situações de sobreposição de terras e que podem,
consequentemente, propiciar grilagens e aumentar os conflitos por terra.
O mais correto, na verdade, seria afirmar que a questão agrária no país, no que tange
ao controle, exploração e uso da terra continuam favorecendo a grilagem, nos remetendo a uma
situação de caos fundiário e um possível Estado de Coisa Inconstitucional, uma vez evidenciada
uma contínua violação massiva e generalizada de direitos fundamentais a afetar um enorme
número de pessoas.
197
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ANEXO B - Macapá/AP – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO C - Barcelos/AM – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO D - Barreirinha/AM – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO E - Novo Airão/AM – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO F - Carinhanha/BA – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO G - Ibitiara/BA – Cadastros Ambientais Rurais e 02 maiores CARs
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ANEXO H - Salvador/BA – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO I - Seabra/BA – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO J - Simões Filho/BA – Cadastros Ambientais Rurais e 02 maiores CARs
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ANEXO K - Xique-Xique/BA – Cadastros Ambientais Rurais e 02 maiores CARs
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Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO L - Barro Alto/GO – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
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ANEXO M - Cavalcante/GO – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO N - Monte Alegre de Goiás/GO – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO O - Teresina de Goiás/GO – Cadastros Ambientais Rurais e 02 maiores CARs
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ANEXO P - Cidade Ocidental/GO – Cadastros Ambientais Rurais e 04 maiores CARs
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ANEXO Q - Mineiros/GO – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO R - Nova Roma/GO – Cadastros Ambientais Rurais e 02 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO S - Posse/GO – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO T - Santa Rita do Novo Destino/GO – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores
CARs
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ANEXO U - São Luiz do Norte/GO – Cadastros Ambientais Rurais e 06 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO V - Brejo/MA – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO W - Palmeirândia/MA – Cadastros Ambientais Rurais e 06 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO X - Rosário/MA – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO Y - Santa Rita/MA – Cadastros Ambientais Rurais e 05 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO Z - Vargem Grande/MA – Cadastros Ambientais Rurais e 07 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO AA - Nossa Senhora do Livramento/MT – Cadastros Ambientais Rurais e 05
maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO AB - Poconé/MT – Cadastros Ambientais Rurais e 05 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO AC - Colares/PA – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO AD - Óbidos/PA – Cadastros Ambientais Rurais e 04 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO AE – Salvaterra/PA – Cadastros Ambientais Rurais e 04 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO AF - Santa Izabel do Pará/PA – Cadastros Ambientais Rurais e 05 maiores CARs
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ANEXO AG - Santarém/PA – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
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ANEXO AH - Campinas do Piauí/PI – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO AI - Campo Largo do Piauí/PI - Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO AJ - Isaías Coelho/PI – Cadastros Ambientais Rurais e 05 maiores CARs
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ANEXO AK - Matias Olímpio/PI – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
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ANEXO AL - Paulistana/PI – Cadastros Ambientais Rurais e 04 maiores CARs
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ANEXO AM - Queimada Nova/PI – Cadastros Ambientais Rurais e 06 maiores CARs
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ANEXO AN - Costa Marques/RO – Cadastros Ambientais Rurais e 04 maiores CARs
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ANEXO AO - São Francisco do Guaporé/RO – Cadastros Ambientais Rurais e 07 maiores
CARs
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ANEXO AP - Seringueiras/RO – Cadastros Ambientais Rurais e maior CAR
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ANEXO AQ - Araguatins/TO – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
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ANEXO AR - Arraias/TO – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
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ANEXO AS - Dianópolis/TO – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO AT - Filadélfia/TO – Cadastros Ambientais Rurais e 04 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO AU - Muricilândia/TO – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO AV - Paranã/TO – feral e 03 maiores CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
ANEXO AW - Santa Fé do Araguaia/TO – Cadastros Ambientais Rurais e 03 maiores
CARs
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE, SICAR e JSON.
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ANEXO AX - Palmeirândia/MA – propriedades existentes na extensão do CAR