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GOIANIA
2023
22/05/2023, 15:56 SEI/UFG - 3768648 - Termo de Ciência e de Autorização (TECA)
*No caso de mestrado/doutorado profissional, indique o formato do Trabalho de Conclusão de Curso, permi�do no documento de área, correspondente ao
programa de pós-graduação, orientado pela legislação vigente da CAPES.
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22/05/2023, 15:56 SEI/UFG - 3768648 - Termo de Ciência e de Autorização (TECA)
Documento assinado eletronicamente por Adriana Mara Vaz De Oliveira, Professor do Magistério
Superior, em 22/05/2023, às 14:14, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do
art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por Mario Pinto Calaça Júnior, Discente, em 22/05/2023, às
14:28, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543,
de 13 de novembro de 2020.
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MÁRIO PINTO CALAÇA JÚNIOR
GOIANIA
2023
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do
Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
CDU 72
22/05/2023, 15:55 SEI/UFG - 3729339 - Ata de Defesa de Dissertação
Ata nº 003/2023 da sessão de Defesa de Dissertação de Mário Pinto Calaça Júnior, que confere o título de
Mestre(a) em Projeto e Cidade, na área de concentração em Projeto, Teoria, História e Crítica.
Ao/s doze de maio de dois mil e vinte e três, a partir da(s) quatorze horas e trinta minutos, através de
webconferência, realizou-se a sessão pública de Defesa de Dissertação intitulada “Paisagem e patrimônio:
o caso da Vila Industrial em Anápolis-Go”. Os trabalhos foram instalados pelo(a) Orientador(a),
Professor(a) Doutor(a) Adriana Mara Vaz de Oliveira (FAV/UFG) com a participação dos demais
membros da Banca Examinadora: Professor(a) Doutor(a) Maíra Teixeira Pereira (UEG), membro titular
externo; Professor(a) Doutor(a) Fernando Antônio Oliveira Mello (FAV/UFG), membro titular interno.
Durante a arguição os membros da banca não fizeram sugestão de alteração do título do trabalho. A Banca
Examinadora reuniu-se em sessão secreta a fim de concluir o julgamento da Dissertação, tendo sido(a) o(a)
candidato(a) aprovado(a) pelos seus membros. Proclamados os resultados pelo(a) Professor(a) Doutor(a)
Adriana Mara Vaz de Oliveira, Presidente da Banca Examinadora, foram encerrados os trabalhos e, para
constar, lavrou-se a presente ata que é assinada pelos Membros da Banca Examinadora, ao(s) doze de maio
de dois mil e vinte e três.
Documento assinado eletronicamente por Adriana Mara Vaz De Oliveira, Professor do Magistério
Superior, em 12/05/2023, às 16:44, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do
art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por Maíra Teixeira Pereira, Usuário Externo, em 15/05/2023,
às 20:35, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº
10.543, de 13 de novembro de 2020.
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PAISAGEM E PATRIMÔNIO
agradecimentos.
ABSTRACT
The industry and railroad are part of the history of the city of Anápolis/GO - a city located
between Brasília/DF and Goiânia/GO - and have contributed to the economic advancement and
the desire for progress of the city’s residents. As it developed, several buildings related to these
activities were built, especially in Vila Industrial (a neighborhood where industry and the railroad
converge) – such as a mill, industrial warehouses and a railway station. In this sense, the objective is to
identify whether in the aforementioned neighborhood there is a built complex that can be part of an
industrial heritage collection, understanding its relevance in the urban landscape and what relationship
Anapolinos have with it. For this, it was necessary, methodologically, to outline some paths such as: the
historical survey, contemplating the trajectory of the railroad and industry in Anápolis, as well as the
history of the neighborhood and the consolidation of its urban landscape, through research in archives
and city periodicals; the theoretical-conceptual bibliographic review, with contributions to guide the
research; finally, the field survey with recognition of the landscape of the neighborhood, together
with the application of questionnaires with Anapolinos that contemplates the proposed subjects.
In the end, it was possible to understand the place of Anápolis in front of its built set, especially the
industrial one – being able to consider it subject to patrimonial recognition.
figura 2: Mapa ilustrando a via férrea goiana. Fonte: BRANDÃO, 2017 com
intervenções de CALAÇA JÚNIOR, 2022...................................................................9
figura 5: Mapa ilustrando a via férrea atual. Fonte: Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022......................................................................13
figura 9: Estação General Curado em 2015. Fonte: Glaucio Henrique Chavez. ........16
figura 10: Localização da Estação General Curado. Fonte: Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022.........................................................................17
figura 12: Foto da Estação de Anápolis poucos dias antes de sua inauguração
em 1935. Fonte: Museu Histórico Alderico Borges de Carvalho........................19
figura 13: Planta da Estação de Anápolis. Fonte: Acervo Iconográfico do Museu
Histórico Alderico Borges de Carvalho.................................................................19
figura 17: Documento de averbação de lotes datado de 1955. Fonte: Acervo de Osvaldo
Alves, feito na Mapoteca Municipal da Prefeitura de Anápolis, 2019. ...........................33
figura 19: Guia Prático de Cidade de Anápolis, década de 1950. Fonte: Instituto
de Patrimônio Histórico e Cultural Professor Jan Magalinski. Intervenções:
CALAÇA JÚNIOR, 2022. ..............................................................................................35
figura 23: Imagem de satélite da antiga via férrea. Fonte: Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR. 2022 ..................................................................43
figura 24: Imagem de satélite de 2003 e 2022 ressaltando edificações da Vila
Industrial. Fonte: Google Earth, 2022. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR. 2022. ......45
figura 29: Printscreen do aplicativo CorelDraw. Fonte: CALAÇA JÚNIOR. 2022 ...........61
figura 31: imagem 1.1: Dualidade entre o Genesis Office e Moinho Catarinense;
imagem 1.2: Passeio público degradado do Moinho Catarinense em contra-
posição ao novo e bem cuidado passeio do Genesis Office. Fonte: CALAÇA
JÚNIOR, 2022. ................................................................................................................64
figura 33: Imagem 3.1: Galpões ao fundo; Imagem 3.2: Passeio público degra-
dado e praça descampada. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022. ..............................67
figura 34: Imagem 4.1: Praça Joaquim Pinto Pontes; Imagem 4.2, 4.3 e 4.4: Vista para
a Estação Ferroviária Engenheiro Castilho. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022. ...............68
figura 35: Imagem 5.1 e 5.2: Galpão da subprefeitura; Imagem 5.3: Depósito
de ônibus escolares em desuso; Imagem 5.4: Galpão; Imagem 5.5: Pequena
praça no terreno. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022. ..............................................69
figura 36: Imagem 6.1: Galpões e Moinho Catarinense ao fundo; Imagem 6.2,
6.3 e 6.4: Galpões de armazenamento de produtos para reciclagem. Fonte:
CALAÇA JÚNIOR, 2022...............................................................................................70
figura 37: Imagem 7.1, 7.2 e 7.3: Passeio público Av. Pres. Wilson; Imagem 7.4:
Mercado Atende Mais. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022........................................72
figura 38: Imagem 8.1: Trecho comercial da Av. Pres. Wilson com prédios resi-
denciais ao fundo; Imagem 8.2: Miolo do bairro nesta Unidade de Paisagem.
Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.................................................................................73
figura 39: Imagem 9.1 e 9.2: Tipologias de fachadas dos galpões. Fonte: CALA
ÇA JÚNIOR, 2022..........................................................................................................74
figura 40: Imagem 10.1: Galpão de reciclagem; Imagem 10.2: Galpão de trans-
formação de papel; Imagem 10.3: Galpões e residências, Genesis ao fundo;
Imagem 10.4: Passeio público precário. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022...........75
figura 44: Imagem 2.1: Peça gráfica disponível no site da Realiza Construtora
ressaltando o empreendimento Varandas – Condomínio Clube; Imagem 2.2:
A construção do condomínio Varandas; Imagem 2.3: Condomínio vertical.
Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.....................................................................................80
figura 45: Imagem 3.1 e 3.2: Terreno vazio no limite do bairro; Imagem 3.3:
Limite da Vila Industrial. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022....................................81
figura 47: Condomínio Residencial Saint German. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022....83
figura 48: Ilustração contendo as principais características da Unidade de
Paisagem 2 – Residenciais. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022...............................83
figura 50: Imagem 1.1 e 1.2: Galpões e veículos na calçada; Imagem 1.3:
Outras tipologias de fachadas de galpões. Imagem 1.4: Enel. Fonte: CALAÇA
JÚNIOR, 2022..................................................................................................................85
figura 51: Imagem 2.1: Galpão da empresa Distral Sorvetes; 2.2: Bairro Jundiaí
ao fundo. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022..................................................................86
figura 52: Imagem 3.1: Dualidade entre a Vila Indistrial e o Jundiaí; Imagem 3.2:
Galpão da Avenida JK; Imagem 3.3: Comercialização de condomínio vertical de
alto padrão; Imagem 3.4: Galpão descaracterizado. Fonte: CALAÇA JÚNIOR,
2022...............................................................................................................................87
figura 54: Imagem 5.1: Edifício industrial; Imagem 5.2: Estacionamento para
caminhões; Imagem 5.3 e 5.4: Galpões. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022...........89
figura 56: Imagem 7.1: Casa antiga na Vila Industrial; Imagem 7.2: Antiga Dibra.
CALAÇA JÚNIOR, 2022.................................................................................................91
figura 59: Imagem 1.1: Genesis Office em destaque na paisagem; Imagem 1.2:
Intenso fluxo de veículos, com estes estacionados na calçada. Fonte: CALAÇA
JÚNIOR, 2022..............................................................................................................94
figura 60: Printscreen do site do Genesis Office, ENGECOM. Fonte: Disponível
em < engecomconstrutora.com.br/imovel/genesis-office>. Acesso em
15/12/2022......................................................................................................................95
figura 62: Imagem 3.1: Edificação de alto padrão visualizada na Avenida JK;
3.2: Edifícios verticais do Jundiaí ao fundo. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022......97
figura 63: Imagem 4.1: Casarão antigo; Imagem 4.2: Sindicato de trabalhadores.
figura 64: Imagem 5.1: Fachada cega; Imagem 5.2: Condomínio Saint Germant
se destacando na paisagem; Imagem 5.3: Genesis Office ao fundo represen-
tando a diferença de gabarito vista na região. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022
......................................................................................................................................99
figura 65: Aparência geral do interior do bairro. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022
...................................................................................................................................100
figura 66: Imagem 7.1: Centro de Ensino em Período Integral Dr. Genserico
Gonzaga Jaime; Imagem 7.2: Brejeiro se destacando na paisagem; Imagem
7.3: Antiga casa; Imagem 7.4: Brejeiro emitindo fumaça ao fundo na Rua 10.
Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022................................................................................101
figura 72: Ruínas da Fábrica de Ferro Patriótica de Ouro Preto. Fonte: Acervo
de Adriana Ferreira, 2019...........................................................................................125
figura 73: Real Fábrica de Ferro de São Joaquim de Ipanema. Fonte: Acervo
de Marco André Briones, 2018. Disponível em: <cidadeecultura.com/fazenda-
-ipanema-real-fabrica-de-ferro/>.......................................................................126
figura 76: Vista aérea da fábrica Duchen. Fonte: Disponível em: <diariozonanorte.
com.br/demolicao-de-predio-projetado-por-niemeyer-no-pq-novo-mundo-
-faz-30-anos/>. ..........................................................................................................130
figura 83: Localização dos edifícios históricos fora do Setor Central. Fonte:
Google Earth. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2023....................................140
figura 84: Imagem 1: Casa Tonico de Pina (1940), localizada na Rua Achiles de
Pina; Imagem 2: Casa Tonico de Pina (2018) antes de sediar a Mostra Kzulo.
Fonte: Imagem 1: Acervo pessoal de Claudomir Justino Gonçalves; Imagem
2: acervo fotográfico de Vitor Luana, 2021............................................................142
figura 85: Casa Tonico de Pina modificada para a sediar a Mostra Kzulo (2018).
É possível observar ao fundo o Coreto James Fanstone. Fonte: Google Street
View, 2018.Gonçalves; Imagem 2: acervo fotográfico de Vitor Luana, 2021......143
figura 86: Terreno que abrigava a Casa Tonico de Pina. A demolição da casa
aconteceu em 2020. Fonte: Acervo pessoal de Lara Amaral, 2020 ....................143
figura 98: Imagem 1: Vista da Estação pelo Google Street View; Imagem 2:
Vista frontal da Estação; Imagem 3: Recepção da Estação; Imagem 4: Área
desocupada da Estação. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2023....................................162
figura 104: Praça do Coreto – Praça Joaquim Pinto Pontes. Fonte: CALAÇA
JÚNIOR, 2022 ................................................................................................................167
figura 106: Fotos dos tipos de galpões na Vila Industrial. Fonte: CALAÇA
JÚNIOR, 2022...............................................................................................................169
figura 110: Projeto do Moinho Catarinense. Fonte: Carlos Assis apud CASTRO,
2016.............................................................................................................................174
figura 111: Fotos do Moinho Catarinense em 2022. Fonte: CALAÇA JÚNIOR,
2022..............................................................................................................................174
CAPÍTULO 1
A cidade entre capitais: Anápolis – Ferrovia e Indústria | 35
1.1 | De Povoado para Cidade: Anápolis entre as décadas
de 1870 e 1930. | 37
1.2 | Ferrovia em Goiás e Anápolis. | 39
1.2.1 | As Estações Ferroviárias. | 47
1.3 | A ‘Manchester Goiana’ | 56
1.4 A Vila Industrial: ponto de convergência
da ferrovia e indústria | 64
CAPÍTULO 2
A Vila Industrial: Paisagem em Foco | 71
2.1 | Vila Industrial: paisagem e morfologia | 73
2.2 | A Paisagem Urbana | 83
2.2.1 | Unidades de Paisagem | 89
2.2.2 | Unidade de Paisagem 1: Avenida Presidente Wilson | 96
2.2.3 | Unidade de Paisagem 2: Residenciais | 110
2.2.4 | Unidade de Paisagem 3: Região industrial da Avenida JK | 117
2.2.5 | Unidade de Paisagem 4: Interior da Vila Industrial |126
2.2.6 | O Conjunto |136
CAPÍTULO 3
Vila Industrial e sua relação com o patrimônio edificado | 142
3.1 | Noções acerca do Patrimônio Cultural | 144
3.2 | Patrimônio Industrial: história e conceito | 147
3.2.1 | Patrimônio Industrial no território nacional | 155
3.3 | Patrimônio Cultural em Anápolis | 165
3.3.1 | Perspectivas para o patrimônio cultural em Anápolis | 178
3.4 | Patrimônio Industrial da Vila Industrial | 188
3.4.1 | Estação Ferroviária Engenheiro Castilho | 190
3.4.2 | Galpões | 200
3.4.3 | Moinho Catarinense | 203
3.5 | História. Identidade e Memória:
o patrimônio como ponto de conversão | 211
3.5.1 | Como pensam os moradores de Anápolis em relação ao patrimônio
da cidade e da Vila Industrial: resultado da aplicação dos questionários | 213
1 Monumentos, conjuntos edificados, manifestações populares, tradições, entre outros, que pos-
suem importância histórica, social e cultural.
INTRODUÇÃO 26
na forma de edifícios, de ruas, praças e objetos.
Estudar o patrimônio cultural de Anápolis significa, em parte,
compreender o progresso almejado por todos na cidade, materializado na
ferrovia, indústrias, serviços e aqueles desencadeamentos por eles gerados.
As edificações históricas da cidade recebem influência direta ou indireta
desses aspectos, de forma que as consequências dos impactos dessas ativi-
dades podem ser presenciados na atualidade – desde a instalação do Distrito
Agroindustrial, como nas próprias edificações e traçado urbano. Dessa forma,
edificações e bairros construídos no apogeu dessas atividades inserem-se
como parcela significativa na história do município.
Anápolis é uma cidade média2 com influência na região centro-oeste.
Possui uma população estimada em 393.417 habitantes3, abriga o maior polo
agroindustrial do centro oeste (Distrito Agroindustrial de Anápolis - DAIA),
uma Base Aérea (Campo Marechal Márcio de Souza e Mello), inúmeros
estabelecimentos comerciais, hospitalares e de serviço. É a segunda maior
economia do estado e possui grande parcela no PIB goiano.
O ápice do desenvolvimento da cidade ocorreu, coincidentemente
ou não, durante as décadas em que a ferrovia estava ativa, compreendidas
entre 1930 e 1970. Durante esse período, Anápolis passou por um cresci-
mento econômico, social e populacional. Impulsionadas pelo comércio, pela
ferrovia e pela indústria (nesse momento, olarias e beneficiamento de grãos),
diversas modificações foram desencadeadas na paisagem da cidade como
a construção de novos edifícios e bairros para atender uma maior demanda
populacional. Entre os bairros que surgiram está a Vila Industrial, objeto desa
pequisa. A história da ferrovia e indústria em Anápolis se converge neste
bairro – criado para abrigar indústrias e, que por um breve período, se tornou
ponta de linha da Estrada de Ferro de Goiás.
Devido ao crescimento econômico experienciado pela cidade,
veículos da imprensa divulgavam o nascimento de uma potencia da região
centro-oeste, sendo por muitas vezes chamada de ‘Manchester Goiana’, em
2 Há diferenças entre cidades de porte médio e cidades médias. A primeira, se resume a carac-
terísticas demográficas enquanto a segunda abrange outras questões. “Contudo, a expressão ci-
dade média alcança um significado que não se restringe apenas em classificá-las em um ou outro
parâmetro demográfico. Sua relevância se associa com a dinâmica de organização territorial do
trabalho que transformou o espaço brasileiro e imprimiu um processo de urbanização complexo e
marcado pelas desigualdades regionais” (LUZ, 2009, p. 80). Neste trabalho será adotada a definição
de cidade média, conforme citado por Luz (2009).
3 Prévia do Censo de 2022. Configura-se a terceira cidade mais populosa do estado.
INTRODUÇÃO 28
muito próximas de residências. Inicialmente, parte dos galpões construídos
desempenhavam função de armazenamento (por demandas geradas pela
ferrovia), com a presença de poucas indústrias instaladas no local. Atualmente,
o bairro possui algumas indústrias – principalmente beneficiamento de grãos
e cereais – mas as principais atividades do bairro são o serviço e comércio,
destacando ainda suas características como bairro residencial.
Em visitas realizadas à Vila Industrial durante a pesquisa, notou-se a
ausência de grande movimentação de pessoas, vias largas com precária infra-
estrutura, algumas áreas vazias e a ausência de atividades comerciais durante
a noite – o que contribui para que o bairro não transmita segurança. As prin-
cipais avenidas do bairro, Juscelino Kubitschek e Presidente Wilson, possuem
uma maior movimentação, porém também não apresentam infraestrutura
adequada. Somado a isso, parte de suas edificações que possuem certo valor
histórico corre certo risco de desaparecer devido a especulação imobiliária7;
a falta de interesse da sociedade; do poder municipal; e também de seus
proprietários. O conjunto arquitetônico da Vila Industrial é parte de um acervo
de patrimônio industrial8 encontrado na cidade de Anápolis.
O estudo da paisagem urbana e do contexto industrial do bairro
é fundamental para entender os resultados das transformações que a Vila
Industrial sofreu. Dessa forma, buscou-se identificar a presença de edificações
no bairro que fazem parte do acervo de patrimônio industrial, compreendendo
as relações de pertencimento dos cidadãos a esse tipo de edificação – diante,
inclusive, da atual situação do patrimônio anapolino neste contexto. Assim,
espera-se compreender o possível sítio de patrimônio industrial contido no
bairro e a emersão de uma memória industrial que há tempos está sobreposta.
Como objetivos específicos, tem-se: pesquisar a história industrial e
ferroviária de Anápolis; analisar a Vila Industrial (história e atualidade); situar
onde se encaixa a Vila Industrial e seus edifícios no patrimônio da cidade;
indicar o estado das questões patrimoniais em Anápolis; compreender o
possível sítio de patrimônio industrial e sua relação com a paisagem urbana;
e estabelecer a relação que os moradores possuem com a o bairro (e cidade)
em termos patrimoniais.
Para melhor responder aos objetivos propostos, a pesquisa atua em
9 “Pesquisa qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito,
isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode
ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são bási-
cas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.
O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave.
Tal pesquisa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O pro-
cesso e seu significado são os focos principais de abordagem”. (FREITAS e PRODANOV, 2013, p. 70)
10 O método exploratório é “quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como fi-
nalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando
sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a
fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o
assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.” (FREITAS e
PRODANOV, 2013, p. 51-52)
INTRODUÇÃO 30
(2006), Silva (2007) e Féres (2017).
Para pavimentar o caminho ao estudo do patrimônio industrial, há a
compreensão de patrimônio cultural e este aplicado ao contexto da cidade
de Anápolis, através de Choay (2001); Kuhl (2010); das Cartas Patrimoniais,
especialmente de Atenas (1933) e Veneza (1964); e Canclini (1994), a respeito
da dimensão do patrimônio cultural. Referente ao patrimônio industrial,
tem-se a abordagem da conceituação e origem deste bem, utilizando como
referência: Rosa (2011); Buchanan (1972); Rufinoni (2009); Azevedo (2010); As
cartas patrimoniais de Nizhny Tagil (2003), Princípios de Dublin (2011) e de
Sevilha (2018). Sobre o patrimônio industrial no Brasil, tem-se: Gonzalez (2019);
Meneguello e Rubino (2005); Rosa (2011); e Kuhl (2008). Em complemento,
ainda há a abordagem da situação atual do patrimônio anapolino, bem como
análise do plano diretor vigente em relação ao patrimônio.
O campo da memória e da identidade é debatido para compreender a
relação existente entre estes conceitos com a forma que Anápolis se reconhece
(ou não) em seu acervo patrimonial. O debate é guiado por: Carsalade (2011);
Halbwachs (2003); Candau (2011); Jeudy (2005); e Le Petit (2001).
O terceiro momento metodológico constitui o levantamento de
campo no lugar – guiado por uma análise da paisagem – e a aplicação de
questionários. A análise da paisagem urbana é guiada através da percepção
visual, a partir do método utilizado por Silva (2007) que consiste na compre-
ensão dos conceitos de entorno, ambiência, paisagem e unidades de
paisagem – bem como com as diferentes formas de apreensão da paisagem
ditas por Pallasmaa (2011). A Vila Industrial pode ser caracterizada como uma
paisagem urbana histórica, logo, sua análise leva em conta alguns elementos
definidores como padrões de uso, organização espacial, relações visuais,
topografia, solos, vegetação, edificações e suas conexões físicas.
Os elementos da paisagem a ser observados contemplam o que é
indicado por Lamas (1992) a partir da morfologia urbana. Ao dividir o bairro
em unidades de paisagem, observou-se quais regiões do bairro possuem
características semelhantes e que auxiliam na compreensão dos conjuntos
de edificações como patrimônio industrial. Como procedimento, utiliza-se
o levantamento histórico, bibliográfico, iconográfico, além de visitas reali-
zadas ao bairro para observação e produção das fotografias. Ainda, houve
a confecção de mapas, tabelas e diagramas para a melhor compreensão do
bairro em questão.
INTRODUÇÃO 32
de Pesquisa “A Industrialização e a dinâmica ambiental: o caso da Vila
Industrial-Jundiaí / Anápolis-GO” coordenado pela Profª. Drª. Joana Dar’c
Bardella Castro (2007-2008) e a dissertação “Da gênese ao Genesis: transfor-
mações e permanências no território da Vila Industrial Jundiaí, em Anápolis
(GO)” defendida por Osvaldo Lino Alves Júnior (2020), sendo este o principal
referencial no que tange a Vila Industrial, ao realizar uma investigação da
formação histórica e análise da paisagem urbana do bairro, com foco no
Genesis Office. Ainda que haja uma quantidade relevante de trabalhos de
conclusão de curso na área de Arquitetura e Urbanismo que contemplem o
bairro, são abordagens com focos distintos. Já no campo patrimonial e de
pertencimento, há a dissertação “Do Edifício Histórico ao Espaço Urbano:
Um estudo sobre a Estação Ferroviária no Centro Pioneiro de Anápolis-GO”,
em que há a investigação acerca da situação atual do patrimônio na cidade
de Anápolis.
Portanto, a presente pesquisa visa incluir-se em um campo de inves-
tigação pouco debatido. Os edifícios que contemplam o patrimônio industrial
da Vila Industrial possuem relevância na paisagem urbana do bairro, de forma
que são analisados nos trabalhos citados. Entender o acervo de patrimônio
industrial contido ali pode auxiliar a ressaltar a sua importância perante a
cidade, em um momento que o bairro percorre uma transformação em sua
paisagem urbana.
Ainda, o patrimônio industrial não é um tema muito discutido e
abordado em Goiás devido a ideia de que o estado não possui grandes
exemplares deste, como São Paulo, Rio de Janeiro ou outros estados do
sudeste. A pesquisa visou identificar remanescentes deste patrimônio no
bairro estudado, de forma que abra caminho para que mais estudos deste
caráter sejam realizados. O acervo encontrado na Vila Industrial não possui
grande relevância arquitetônica, mas possui relevância histórica e de memória
– e esse é um ponto chave para o entendimento do patrimônio industrial.
Sendo assim, a dissertação se divide em três capítulos. No primeiro
capítulo, intitulado ‘A cidade entre capitais: Anápolis – Ferrovia e Indústria’,
realiza-se um apanhado histórico referente à cidade de Anápolis, percorrendo
a história da ferrovia, do comércio e da indústria – características fundamentais
para entender em qual contexto a pesquisa se encaixa. Ao fim, é contemplada
a fundação da Vila Industrial e seus desdobramentos.
O segundo capítulo volta o olhar à paisagem urbana. Intitulado ‘A
Vila Industrial: paisagem em foco’, inicia-se localizando o bairro na atualidade
INTRODUÇÃO 34
Capítulo 1
A cidade passagem: Anápolis - entre trilhos e máquinas.
Anápolis é aqui abordada a partir de sua formação histó-
rica – compreendida desde o surgimento como povoado
no final do século XIX, até o fim da atividade ferroviária
no trecho urbano da cidade, por volta da década de 1980.
A atualidade é explorada como resultado dos processos
históricos vivenciados pela cidade, de forma a ressaltar as
características que a colocaram como um dos pontos cen-
trais da região centro-oeste. A ferrovia e a indústria e suas
influências em Anápolis fazem parte da abordagem histó-
rica, compreendendo como o comércio foi responsável por
mover a economia da cidade. Esse resgate histórico parte
do esforço de inserir a construção das características da
cidade ao longo do tempo no centro do debate, de forma
a compreender a Vila Industrial como um bairro que reúna
a indústria, a ferrovia e o comércio. Dessa forma, torna-se
possível observar o valor histórico do bairro e suas edificações.
1.1 De Povoado para Cidade: Anápolis entre as décadas
de 1870 e 1930.
12 Segundo Kossa (2006), essa prática do tropeirismo fez com que o comércio aflorasse na região,
sendo fundamental para o desenvolvimento do povoado e também do planalto goiano. A atuação
desses comerciantes/viajantes engendrava estradas de forma a consolidar as rotas por eles percor-
ridas – o que levava à formação de povoados, vilas e cidades.
13 Para a instauração da Vila, foram necessárias as construções de uma cadeia, da casa de câmara
e de uma casa para uma escola. Desde por volta de 1887, a então Freguesia passou a vivenciar um
crescimento populacional constante de quase 4% ao ano. Segundo o censo demográfico de 1900,
a vila possuía 6.296 habitantes. Nesse mesmo período obteve-se o desenvolvimento de uma agri-
cultura e comércio voltados para o abastecimento local (CUNHA, 2009).
14 Roncador é [...] linha final de uma estrada de ferro. A construção da rodovia que liga Anápolis
a [...] foi de grande importância para o desenvolvimento da cidade. Assim como afirma Polonial,
2007 (p. 29) a construção da rodovia “foi decisiva, isso porque permitiu escoar, com mais rapidez,
os produtos da região pela via férrea, fazendo de Anápolis ponto de ligação entre a estação final
e a região centro-norte de Goiás, ampliando as atividades comerciais no município.”. A mesma
rodovia ligaria também Silvânia (Bonfim) e Orizona (Campo Formoso).
15 Os dados demográficos dessa época apontam que Goiás contava com 62.518 habitantes em
1824, atingindo 227.572 em 1890 (ESTEVAM, 1998, p. 61)
16 Até então a Estrade de Ferro de Goiás era denominada de Estrada de Ferro Alto Tocantins –
que foi autorizada para construir o trecho de Catalão a Palmas. Tinha o objetivo de ligar a Cidade
de Goiás a Cubatão, as integrando com a rede ferroviária nacional. “De acordo com Borges, a
Companhia Estrada de Ferro Goiás foi criada em março de 1906 com capital privado e apoio do
governo federal. A sua construção teve início em 1909 no município de Araguari-MG, e em 1911 o
primeiro trecho da Estrada de Ferro Goiás foi inaugurado. Ele ligava a estação de Araguari, onde os
trilhos da Mogiana haviam alcançado desde o ano de 1896, à localidade onde viria a ser construída a
Estação Engenheiro Bethout (inaugurada em 1922), às margens do rio Paranaíba, na divisa de Minas
Gerais com Goiás. Nesse mesmo ano foi inaugurada, já em solo goiano, a estação de Anhanguera
e em 1913 as estações de Cumari, Veríssimo, Goiandira, Engenheiro Raul Gonçalves e Ipameri. Em
1914 outras estações foram inauguradas nos trechos seguintes da ferrovia, como exemplo de Inajá,
Urutaí e Roncador” (CASTILHO, 2012, s/p).
17 Estevam (1998) diz que a ferrovia em Goiás promoveu não só o aumento da produção agríco-
la, como uma possibilidade direta de negociação com os mercados consumidores. Segundo o
autor, essas logísticas de mercado promoveram alterações nas formas de produção de Goiás.
Foi através dos trilhos que essas lógicas capitalistas adentraram o estado. Segundo Castilho, “a
ferrovia ampliou as possibilidades de circulação dos excedentes e dinamizou a prática agrícola.
Com a implantação dos trilhos e a ligação com a região econômica mais dinâmica do Brasil, houve
um crescente movimento ocupacional da porção sul de Goiás, sobretudo na área de influência da
ferrovia”. (CASTILHO, 2012, s/p)
18 A estação de Roncador existe desde 1914, localizada no município goiano de Urutaí.
19 Os governos de Anápolis e Pirenópolis viviam numa disputa por controle comercial. Antes de
Anápolis crescer e ganhar destaque nessa área, a cidade de Pirenópolis tinha a hegemonia. Por
algum tempo, diversos entraves políticos foram postos para que Anápolis não tomasse de Pirenópolis
este posto. A cidade de Pirenópolis fica a uma distância de 63km de Anápolis e se configura como
um dos principais pontos turísticos da região.
20 Sigla adotada para referenciar à Estrada de Ferro de Goiás.
21 Parte desse desenvolvimento foi acentuado devido aos trilhos da EFG que haviam chegado em
Leopoldo de Bulhões, cidade goiana próxima à Anapolis (cerca de 50km) em 1931. Este fato inten-
sificou a ansiedade da população anapolina para que os trilhos fossem para a cidade, em razão da
proximidade de Anápolis com Leopoldo de Bulhões. Até 1922, a estação de Roncador serviu como
ponta de linha, momento em que a estação de Pires do Rio foi inaugurada. Ela representou a pri-
meira da linha que ligaria Pires do Rio a Leopoldo de Bulhões.
22 “A certeza de que a ferrovia chegaria proximamente em Anápolis era tanta que a cidade começou
a sofrer um surto migratório, com a chegada de centenas de pessoas, sozinhas ou acompanhadas
de suas famílias, procurando emprego ou oportunidades de negócios. As propriedades imobiliárias
sofreram forte valorização. Todo dia alguém procedente do sudeste do país, interessado na com-
pra de uma residência ou de alguma empresa comercial, chegava à cidade.” (FREITAS, 1995, p. 43).
Anápolis possuía diversas características que a faziam se tornar um ponto óbvio para receber a linha
férrea: atividade agrícola e comercial em desenvolvimento; um crescimento populacional considerável;
uma localização geográfica favorável e um centro urbano com uma boa quantidade de prestação
de serviços (CUNHA, 2009, p. 62). A ferrovia traria à cidade uma forma de escoar rapidamente a sua
produção para o interior do estado e participar da integração econômica em território nacional.
23 Ambas estações foram construídas e inauguradas no mesmo ano, no dia 7 de setembro de
1935, juntamente com a Estação Central de Anápolis.
1.3
BERNARDO SAYÃO
ENG. CASTILHO
GEN. CURADO
ENG. VALENTE
BONFINÓPOLIS L. DE BULHÕES
GOIÂNIA
SILVÂNIA
CAMPINAS
VIANÓPOLIS
SANTA SEN. CANEDO
MARTA PONTE FUNDA
CARAÍBA
EGERINEU TEIXEIRA
ENG. BALDUÍNO
SOLDADO ESTEVES
PIRES DO RIO
RONCADOR
URUTAÍ
IPAMERI
VERÍSSIMO
CUMARI OUVIDOR
ANHANGUERA
ENG. BETHOUT
AMANHECE
ARARAPIRA
MG. ARAGUARI N
figura 2: Mapa ilustrando a via férrea goiana. Fonte: BRANDÃO, 2017 com intervenções
de CALAÇA JÚNIOR, 2022.
24 Esse fenômeno de crescimento foi uma característica comum das localidades por onde che-
gavam os trilhos. “Nesse período, sobretudo na década seguinte, houve significativo crescimen-
to populacional na porção central de Goiás, especialmente na região denominada Mato Grosso
Goiano. Na condição de ponta de linha, Anápolis tornou-se um importante centro comercial.”
(CASTILHO, 2012, p. 86)
25 A RFFSA unificou a administração de “de vinte e duas estradas de ferro pertencentes à União,
totalizando cerca de 22.000 km de linhas espalhadas por todo o país, com a finalidade de administrar,
explorar, conservar, reequipar, ampliar e melhorar o tráfego das estradas, cujos trilhos atravessavam
as regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país. No comando da RFFSA, apenas o trecho
para Brasília foi concluído, durante as décadas de 1960 e 1970. [...] Entre as 22 ferrovias incorporadas
à RFFSA apenas 12 sobreviveram ao processo. A Estrada de Ferro Goiás juntamente com a Rede
Mineira de Viação (RMV) e Estrada de Ferro Bahia e Minas foram fundidas e formaram a Viação
Férrea Centro Oeste - VFCO, criada em 1965. (BRANDÃO, 2017, p. 51.52). Nas décadas subsequentes,
a RFFSA passou por diversas dificuldades devido à sucessivas crises financeiras e obstáculos políticos
e econômicos sendo extinta em 1999 devido às privatizações do governo FHC. A concessão foi para
à Ferrovia Centro-Atlântica – hoje controlada pela VLI, uma empresa do grupo Vale.
O período entre o início dos planos para a retirada dos trilhos e a reti-
rada oficial encerrou em 1976, quando a Estação Central foi desativada, os trilhos
retirados – em também clima de festa, da mesma forma que na inauguração
(fig. 4) – do Setor Central e a Estação Engenheiro Castilho se tornou ponta de
linha da EFG em Anápolis. Esta acabou por ser desativada na década de 1980,
marcando assim o fim da via férrea no território urbano anapolino.
figura 4: Assim como aconteceu com a inauguração, houve uma festa de comemoração da retirada dos
trilhos. Fonte: <http://blogdogiesbrecht.blogspot.com/2009/05/os-trilhos-do-mal.html>,
Acesso em 04/10/2021.
0 1.5 3
km
VIA Férrea
figura 5: Mapa ilustrando a via férrea atual. Fonte: Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 6: Notícia de abertura da estrada de ferro em Anápolis – Jornal ‘O Estado’ de São Paulo
–28/09.1935. Fonte: <http://www.estacoesferroviarias.com.br/efgoiaz/engvalente.htm>.
Acesso em 04/10/2021
0 1.5 3
km
0 1.5 3
km
Vila Industrial
Setor Central
figura 10: Localização da Estação General Curado. Fonte: Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
0 1.5 3
km
Vila Industrial
Setor Central
29 Esta praça era comumente chamada de praça da estação nos anos em que a estação tinha al-
guma atividade. Após a sobreposição do terminal urbano à estação, a praça passou a ser chamada
de ‘praça do avião’, pois há um monumento em homenagem a Base Aérea de Anápolis – impor-
tante centro militar que serve de suporte à proteção aérea de Brasília.
30 Segundo Freitas (1995), o primeiro cemitério de Anápolis se chamava São Miguel e foi fundado em 1882.
figura 12: Foto da Estação de Anápolis poucos dias antes de sua inauguração em 1935.
Fonte: Museu Histórico Alderico Borges de Carvalho.
figura 13: Planta da Estação de Anápolis. Fonte: Acervo Iconográfico do Museu Histórico
Alderico Borges de Carvalho.
0 1.5 3
km
Vila Industrial
Setor Central
figura 15: Localização da Estação Engenheiro Castilho. Fonte: Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
33 Feira de Amostra da Indústria de Anápolis. Foi uma feira que servia como importante agente
difusor da indústria Anapolina. Será detalhada mais a frente no decorrer do texto.
figura 16: Manchete do jornal ‘O ANÁPOLIS’ destacando a Anápolis como maior parque industrial de
Goiás. Fonte: Acervo do Museu Histórico de Anápolis - Alderico Borges de Carvalho.
41 O jornal ‘O Centenário’ foi organizado pelo professor Juscelino Polonial durante os anos de
2005 e 2007 com o objetivo de divulgar a história da cidade de Anápolis. Foi publicado pela UniEv-
angélica – atual Universidade Evangélica de Goiás – através de circulação bimestral. O conteúdo
pode ser lido no Museu Alderico Borges de Caravalho.
42 Vilas operárias “são habitações produzidas com base em um modelo e que permitiam o con-
trole patronal. De acordo com Bonduki (2014, p. 20), “as vilas produzidas por companhias privadas,
destinadas aos seus operários, chamadas de núcleo fabril ou vila operária de empresa, embora fos-
sem exceções, atendiam a necessidades específicas da fase inicial de implantação do capitalismo
no país (Blay, 1985)” (ALVES JUNIOR, 2019, pg. 44). As casas construídas nas vilas operárias possuem
a mesma tipologia arquitetônica, sendo padronizadas.
43 A cidade jardim é um híbrido entre campo e cidade, sendo um modelo idealizado por Ebenezer
Howard apresentado no livro To-morrow a Peaceful Path to Real Reform (1898), sendo uma comu-
nidade autônoma cercada por um cinturão verde.
44 “A FAIANA foi realizada pela primeira vez em 1969, com a coordenação do então prefeito Raul
Balduíno, tendo continuidade pelos demais prefeitos. Em todas as ocasiões a Feira transcorreu
em dependências improvisadas, sem acompanhar a legislação de feiras comerciais e editada pelo
Ministério da Indústria e Comércio. Apesar dessas dificuldades, no entanto, desde seu surgimen-
to, o evento cumpriu com sua finalidade de colaborar na concretização do ideal de transformar
Anápolis em uma cidade industrializada, conforme sua vocação histórica” (TEIXEIRA et al, 2006, p. 8).
45 1969: Realizada pelo prefeito Raul Balduíno no Parque Agropecuário; 1970: realizada pelo
prefeito Henrique Santillo no Estádio Jonas Duarte; 1971 e 1972: realizadas pelo prefeito Henrique
Santillo na Baixada das Antas; 1973: realizada pelo prefeito José Batista Jr. também na Baixada das
Antas – atual Praça do Ancião. A feira voltou a ser realizada somente no ano de 1981, sob gestão do
prefeito Wolney Martins no Centro Administrativo.
46 Nos anos que antecedem, Anápolis passava por dificuldades por ter que se adaptar aos no-
vos planos do governo nacional de substituição do transporte ferroviário pelo rodoviário. Nesse
momento, a cidade vivenciava uma queda no rendimento comercial e um aumento da atividade
industrial. Assim como indica Cunha (2009), a partir dessa década anápolis vivenciou a “modern-
ização agrícola, a implantação do DAIA, a especialização e modernização do setor comercial, a
implantação do SIVAN, a criação do Porto Seco, a (proposta) construção da Plataforma Logística
Multimodal, a implantação da sede da UEG – Universidade Estadual de Goiás e mesmo a elabo-
ração do Plano Diretor da cidade. (CUNHA, 2009, p. 79)
A Vila Industrial se torna ponto focal desta pesquisa por ser um ponto
de convergência das principais características de Anápolis: indústria, ferrovia
e, consequentemente, comércio. Os planos iniciais para a construção do bairro
surgiram junto ao projeto de implantação do bairro Jundiaí – loteamento
realizado pela Sociedade Imobiliária de Anápolis LTDA47, com o objetivo de
solucionar o problema habitacional da época ao passo em que se urbanizava
a região. O loteamento, datado de 1944, consistiu em 3.700 lotes demarcados,
em uma área estimada em 218.395 hectares. Parte desses lotes foram doados
para a classe operária com a tarefa de construir suas moradias. A prefeitura da
cidade também incentivou o povoamento da região através de isenções de
impostos por um período de cinco anos. (FREITAS, 1995; CASTRO et al, 2008)
Ao sul, se planejava um conglomerado industrial – região que ficaria
afastada e isolada do centro habitacional do bairro Jundiaí, inicialmente
chamada de Parque Industrial do Bairro Jundiaí, que abrigaria indústrias e
armazéns. Juntamente com esse conglomerado, se planejava a criação da Vila
Popular do Bairro Jundiaí – uma espécie de vila operária. Porém, esses planos
ficaram apenas no campo das diretrizes, de forma que o projeto executado
do bairro Jundiaí não os tenha incluído.
De forma a facilitar o acesso ao bairro Jundiaí e integra-lo ao restante
da cidade, houve o plano da construção de uma nova e larga avenida (Avenida
Goiás) por volta de 1935, anos antes do efetivo loteamento do bairro. Os
veículos de imprensa – principalmente o jornal O ANÁPOLIS – noticiavam
a modernização que o novo bairro traria, ressaltando sua ótima topografia,
acesso facilitado à rede de água potável e lotes a preço acessíveis. A partir de
1943 a imprensa passou a publicar com maior intensidade o empreendimento,
divulgando sua forma de ocupação bem como nomes das futuras praças. Em
1944 o bairro Jundiaí48 foi loteado e implantado.
47 Foi formada em 1943 e tinha a finalidade comercializar lotes e construir edificações para venda
de imóveis. Foi dirigida por três investidores da cidade: Jonas Ferreira Alves Duarte – antigo gover-
nador de Goiás e prefeito de Anápolis, tendo um estádio em seu nome; Lindolfo Louza e Plácido de
Campos – um dos proprietários do Banco Imobiliário e Mercantil do Oeste Brasileiro (BEG), antigo
presidente da Câmara Municipal de Anápolis na década de 1950 e também assumiu a prefeitura
por dois curtos períodos. (CABRAL, 2020, p. 36)
48 Projetado pelo engenheiro e urbanista Dr. João Alves Toleto – então contratado pela prefeitura
de Anápolis para a realização de serviços urbanos, incluindo o bairro Jundiaí. (CABRAL, 2020, p 38)
1.5
figura 17: Documento de averbação de lotes datado de 1955. Fonte: Acervo de Osvaldo Alves, feito na Ma-
poteca Municipal da Prefeitura de Anápolis, 2019.
figura 18: Cabeçalho do projeto datado de 1954. Fonte: Acervo de Osvaldo Alves, feito na Mapoteca
Municipal da Prefeitura de Anápolis, 2019.
49 O Banco Imobiliário e Mercantil do Oeste Brasileiro foi fundado em 1946. Os proprietários eram
ligados ao Jonas Duarte, opositor político do Grupo Pina - que havia fundado o primeiro estabelec-
imento bancário privado de Goiás, o Goiazbanc, em 1941. Os dois grupos políticos protagonizaram
rivalidade nas áreas políticas e econômicas de Anápolis. Posteriormente, o Banco Imobiliário e
Mercantil do Oeste Brasileiro foi vendido e se tornou o Banco do Estado de Goiás S/A (BEG), que
foi acoplado ao Banco Itaú em 2001.
Jundiaí Jaiara
figura 19: Guia Prático de Cidade de Anápolis, década de 1950. Fonte: Instituto de Patrimônio Histórico e
Cultural Professor Jan Magalinski. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
50 De acordo com o historiador Jairo Alves Leite – responsável pelo Museu Alderico Borges de
Carvalho e líder em Patrimônio Histórico em Anápolis – a imagem data da década de 1950 e per-
tence ao Instituto de Patrimônio Histórico e Cultural Professor Jan Maganlinski.
0 1.5 2
km
N
Setor Central
figura 20: Localização da Vila Industrial. Fonte: Imagem de satélite retirada do Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR. 2022.
figura 21: Projeto da Vila Industrial. Fonte: Mapoteca Municipal da Prefeitura de Anápolis – acervo de Os-
valdo Alves, 2019. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR. 2022
53 “Para Choay (2013), essa nova ordem pode ser organizada em um conjunto de características.
Em primeiro lugar, a racionalização das estruturas urbanas voltadas para a comunicação (mobilidade)
com a criação de grandes artérias para a intensificação dos contatos e a aceleração dos transportes,
uma necessidade evidente em um contexto de contínuo processo de periferização das cidades.
Em segundo, a especialização de setores, os quarteirões, que se voltaram para práticas comerciais,
religiosas, financeiras e para a residência, acentuando a hierarquia dos espaços urbanos que re-
fletiam as desigualdades sociais de classe. Novos órgãos passam a compor esse cenário e que, por
seu gigantismo, mudaram o formato da cidade: grandes mercados, grandes lojas, grandes hotéis,
prédios para alugar.” (TOLEDO, 2018)
54 Observação: o projeto adota um referencial de norte diferente ao utilizado nos mapas ante-
riores e seguintes. O norte do projeto se encontra no canto inferior esquerdo.
figura 22: Projeto da Vila Industrial – Conjunto Eldorado. Fonte: Mapoteca Municipal da Prefeitura de
Anápolis – acervo de Osvaldo Alves, 2019. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR. 2022
0 1,5 2
km
N
Vila Industrial
figura 23: Imagem de satélite da antiga via férrea. Fonte: Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR. 2022
55 Segundo Lynch (1982), marcos são os pontos de referência em uma cidade, nos quais as pes-
soas não podem entrar, apenas observar. Por mais que possam ser edifícios, os marcos funcionam
apenas como recurso visual.
56 As imagens foram obtidas através do recurso “imagens históricas” do aplicativo Google
Earth. Ele proporciona imagens de 1985 até os dias atuais, porém, a imagem mais antiga possui
uma péssima qualidade que não é possível realizar análises precisas. A mais antiga após esta é de
2003, adotada no texto. Imagens de melhor qualidade em outras fontes não puderam ser obtidas
até a revisão final do texto.
0 400 800
km 2003
0 400 800
km 2003
2022
0 400 800
km
Indústria Brejeiro
Vila Industrial
Moinho Catarinense
Vila Industrial
figura 24: Imagem de satélite de 2003 e 2022 ressaltando edificações da Vila Industrial.
Fonte: Google Earth, 2022. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR. 2022.
figura 25: Projeto da Vila Industrial. Fonte: Mapoteca Municipal da Prefeitura de Anápolis
– acervo de Osvaldo Alves, 2019
0 400 800
km
Rua 10
58 A família Pina se mudou para Anápolis, vindo de Pirenópolis, em 1911. Dentre os principais
nomes da família estão: Aquiles de Pina; Agostinho de Pina; Carlos de Pina e Luiz Antônio de Pina,
pessoas que exerceram protagonismo e influência em diversas áreas da cidade. A família constituiu
comércio no centro da cidade assim que chegaram e com o tempo se tornou detentora de diversos
empreendimentos, como um banco, empresas automobilísticas, armazéns. indústrias, tabacarias,
engenhos, marcas de café, entre vários outros.
59 “Jonas Duarte se constituiu como empresário urbano e opositor político dos irmãos Pina. Em
1947, na disputa pela prefeitura de Anápolis, chegou a ganhar as eleições na zona urbana da cidade,
sendo derrotado na zona rural, resultando numa vitória apertada de Carlos de Pina. Posteriormente,
com a perda de grandes áreas rurais e distritos da cidade, o grupo econômico, associado às ativ-
idades urbanas, ligado a Jonas Duarte, ganha força. Assim, sua atuação política também cresce e
passa, a partir da década de 1960, a superar o prestígio e influência dos Pina. (POLONIAL, 2007)”
(FERNANDES, 2019, p. 76)
60 Além da indústria pertencente ao Grupo Pina, Luiz Caiado de Godoy, fundador da Vila Jaiara,
foi casado com Maria Abadia de Pina.
61 Confirma-se, portanto, que o jornal O ANÁPOLIS comparava Anápolis a diversas regiões indus-
triais ao longo dos anos, engendrando na cidade e na população essa característica.
62 Fenômeno que atua sobre uma região e que afeta na mudança da composição das
dinâmicas do local. Através da especulação imobiliária, os preços de aluguel e custo de vida sobem e o
grupo de pessoas que ali residia acaba por não poder mais arcar com os custos elevados e se
muda, ocasionando em uma transformação do local.
63 Ressalta-se que, apesar de um bairro ter uma característica comum que torna sua paisagem
urbana uma unidade, está é possível devido a diversos elementos da paisagem que se unificam em
torno de uma. Dentro da paisagem urbana do bairro há a leitura de diversas paisagens.
65 Não há consenso quanto a definição exata de brownfield. Esta pesquisa utiliza o conceito
adotado por Vasques (2005, p. 11), sendo “todos os empreendimentos econômicos que um dia
foram desativados, e que, com a consequente deterioração física natural, transformaram-se em
áreas abandonadas.”
0 400 800
km
figura 27: Vila Industrial dividida em Unidades de Paisagem. Fonte: Google Earth, 2022.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
66 Na data em que o levantamento foi feito, compreendido entre setembro e outubro de 2022,
a distribuidora de energia vigente em Goiás era a Enel.
figura 28: Diagrama de modificações das Unidades de Paisagem. Fonte: Google Earth.
Intervenções: CALAÇA JÚNIOR. 2022.
67 O autor detinha conhecimento prévio do bairro através das disciplinas de Projeto Urbano III e
Projeto Integrado de Arquitetura e Urbanismo I, II e III (correspondente ao Trabalho de Conclusão
de Curso) da Universidade Evangélica de Goiás, entre 2017 e 2018. Nestas, foram realizados levan-
tamentos de campo utilizando carro e a ferramenta online Google Street View.
1
N
6
3
4
7 10
5
9
8
0 200 400
km
Vila Industrial
figura 31: imagem 1.1: Dualidade entre o Genesis Office e Moinho Catarinense;
imagem 1.2: Passeio público degradado do Moinho Catarinense em contraposição ao novo
e bem cuidado passeio do Genesis Office. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
68 Cada ponto de referência haverá uma figura, que conterá duas ou mais imagens. As imagens
são enumeradas de acordo com o ponto de referência, por exemplo: ponto de referência 1: imagem
1.1, 1.2, assim por diante. A numeração começa em 1 a cada unidade de paisagem. Adota-se essa
forma de enumeração para facilitar a compreensão devido a quantidade significativa de imagens.
figura 33: Imagem 3.1: Galpões ao fundo; Imagem 3.2: Passeio público degradado e praça descampada.
Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 34: Imagem 4.1: Praça Joaquim Pinto Pontes; Imagem 4.2, 4.3 e 4.4: Vista para a Estação Ferroviária
Engenheiro Castilho. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 35: Imagem 5.1 e 5.2: Armazém de apoio à Estação/Secretarias Municipais; Imagem 5.3: Depósito
de ônibus escolares em desuso; Imagem 5.4: Galpão; Imagem 5.5: Pequena praça no terreno.
Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 36: Imagem 6.1: Galpões e Moinho Catarinense ao fundo; Imagem 6.2, 6.3 e 6.4: Galpões
de armazenamento de produtos para reciclagem. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022
Boa infraestrutura
Presença de residências
Presença de galpões
! Sensação de insegurança
Trânsito de carros
Trânsito de caminhões
Trânsito de pedestres
Mau odor
Presença de vegetação
2
4
0 200 400
km
Vila Industrial
figura 43: Condomínios residenciais na Av. Pres. Wilson. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022
69 O texto se refere ao período em que o levantamento foi feito e a dissertação foi escrita – com-
preendido de setembro a dezembro de 2022.
figura 47: Condomínio Residencial Saint German. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022
Boa infraestrutura
Presença de residências
Presença de galpões
! Sensação de insegurança
Trânsito de carros
Trânsito de caminhões
Trânsito de pedestres
Mau odor
Presença de vegetação
N
1
5
3
7 4
0 200 400
km
Vila Industrial
figura 50: Imagem 1.1 e 1.2: Galpões e veículos na calçada; Imagem 1.3: Outras tipologias de fachadas de
galpões. Imagem 1.4: Enel. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 51: Imagem 2.1: Galpão da empresa Distral Sorvetes; 2.2: Bairro Jundiaí ao fundo. Fonte: CALAÇA
JÚNIOR, 2022.
figura 52: Imagem 3.1: Dualidade entre a Vila Indistrial e o Jundiaí; Imagem 3.2: Galpão da Avenida JK;
Imagem 3.3: Comercialização de condomínio vertical de alto padrão; Imagem 3.4: Galpão descaracteriza-
do. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 54: Imagem 5.1: Edifício industrial; Imagem 5.2: Estacionamento para caminhões; Imagem 5.3 e 5.4:
Galpões. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 55: Brejeiro Produtos Alimentícios Orlândia S/A Comércio e Indústria: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 56: Imagem 7.1: Casa antiga na Vila Industrial; Imagem 7.2: Antiga Dibra. CALAÇA JÚNIOR, 2022.
Boa infraestrutura
Presença de residências
Presença de galpões
! Sensação de insegurança
Trânsito de carros
Trânsito de caminhões
Trânsito de pedestres
Mau odor
Presença de vegetação
figura 57: lustração contendo as principais características da Unidade de Paisagem 3 – Região industrial
da Avenida JK. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
1 N
4 2
5 3
0 200 400
km
Vila Industrial
figura 59: Imagem 1.1: Genesis Office em destaque na paisagem; Imagem 1.2: Intenso fluxo de veículos,
com estes estacionados na calçada. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 62: Imagem 3.1: Edificação de alto padrão visualizada na Avenida JK; 3.2: Edifícios verticais do Jun-
diaí ao fundo. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 66: Imagem 7.1: Centro de Ensino em Período Integral Dr. Genserico Gonzaga Jaime; Imagem
7.2: Brejeiro se destacando na paisagem; Imagem 7.3: Antiga casa; Imagem 7.4: Brejeiro emitindo fuma-
ça ao fundo na Rua 10. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022
.
Boa infraestrutura
Presença de residências
Presença de galpões
! Sensação de insegurança
Trânsito de carros
Trânsito de caminhões
Trânsito de pedestres
Mau odor
Presença de vegetação
figura 67: Ilustração contendo as principais características da Unidade de Paisagem 4 – Interior da Vila
Industrial. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
0 400 800
km
Vila Industrial
figura 68: Imagem de satélite ressaltando pontos de atração de pessoas na Vila Industrial.
Fonte: Google Earth, 2022. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
0 400 800
km
figura 69: Imagem de satélite ressaltando pontos de lazer na Vila Industrial e no Jundiaí. Fonte: Google
Earth, 2022. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022
0 400 800
km
figura 70: Imagem de satélite ressaltando edifícios representativos de cada Unidade de Paisagem,
bem como suas características. Fonte: Google Earth, 2022. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022
143
3.1 Noções acerca do Patrimônio Cultural.
70 O decreto lei 25 de 30 de novembro de 1937 feito durante o governo Vargas – que organiza
proteção do patrimônio histórico e artístico nacional – em seu artigo primeiro dizia que o patrimô-
nio histórico seria constituído a partir dos bens móveis e imóveis existentes no Brasil, selecionados
a partir da sua vinculação a fatos memoráveis da história do país, ou por seu valor excepcional,
arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico. O documento também trouxe o conceito de
tombamento e os Livros do Tombo, bem como as leis e diretrizes a seguir em relação aos edifícios
tombados. Cabe ressaltar que durante esse período apenas obras que a elite brasileira consider-
asse digna de preservação seriam tombadas. Em geral, obras do período colonial que segundo os
modernistas representavam a verdadeira identidade do país.
71 Angus Buchanan define a Arqueologia Industrial como “um campo de estudo relacionado com
a pesquisa, levantamento, registro e, em alguns casos, com a preservação de monumentos indus-
triais. Pretende, além do mais, alcançar a significância desses monumentos no contexto da história
social e da técnica. Para os fins dessa definição, um ‘monumento industrial’ é qualquer relíquia de
uma fase obsoleta de uma indústria ou sistema de transporte, abarcando desde uma pedreira de
sílex neolítica até uma aeronave ou computador.” (BUCHANAN, 1972, p. 20-21, tradução do autor)
figura 71: Arco Euston – monumento que representava o período inicial do desenvolvimento ferroviário
de Londres. Fonte: <commons.wikimedia.org/wiki/File%3AEuston_Arch_1896.jpg>.
72 Considerado gigante e absurdo, o arco foi desenhado em estilo dórico por Phillip Hardwick
e servia de entrada para a Estação Euston, em Londres. Em meio a muitas manifestações públicas
contra a demolição, acabou sendo destruído em 1962, quando houve a remodelação da antiga es-
tação e construção de um novo edifício. A apropriação e o interesse da população na preservação
patrimonial são de fundamental importância para a preservação deste, pois, através do movimen-
to popular que houve, de fato, o início da preservação do patrimônio industrial no Reino Unido.
73 Inicialmente, por volta da década de 1970, os estudos referentes ao patrimônio industrial foram
focados nos processos produtivos, na tecnologia e na estrutura das indústrias, individualmente. A
partir da década de 1990 a nomenclatura arqueologia industrial entrou em debate, pois o termo
arqueologia remete imediatamente a artefatos isolados, que individualmente não correspondem
com o patrimônio industrial. Portanto, grande parte dos trabalhos realizados até essa época tin-
ham como foco a tecnologia, e não os parâmetros sociais e culturais (ROSA, 2011; RUFINONI, 2009).
Através da Carta Nizhny Tagil foi definido com mais clareza o que é a arqueologia industrial, bem
como o que propriamente define o patrimônio industrial.
74 A Carta de patrimônio industrial abarca conceitos vistos também na Carta de Veneza (1964)
– especialmente a dimensão urbana e cultural do patrimônio, que possibilitou que o patrimônio
industrial fosse estudado – a Carta de Burra (1980) e a Recomendação da Europa (1995).
76 Congresso realizado nos dias 17 a 20 de novembro de 2004 pela Unicamp, organizado pelo
Comitê Brasileiro de Preservação do Patrimônio Industrial, coordenado por Silvana Rubino e Cris-
tina Meneguello, estudiosas na área de patrimônio industrial.
figura 72: Ruínas da Fábrica de Ferro Patriótica de Ouro Preto. Fonte: Acervo de Adriana Ferreira, 2019.
figura 74: Imagem 1: Fábrica Olivetti em 1959. Imagem 2: Foto de 2022 da apropriação feita pelo Interna-
cional Shopping de Guarulhos na Fábrica Olivetti. Fábrica de Ferro de São Joaquim de Ipanema. Fonte:
Disponível em: <guarulhosweb.com.br/foto-de-60-anos-mostra-antiga-fabrica-de-olivetti-em-guarulhos/>.
Acesso em 09/01/2023.
figura 76: Vista aérea da fábrica Duchen. Fonte: Disponível em: <diariozonanorte.com.br/demolicao-de-
-predio-projetado-por-niemeyer-no-pq-novo-mundo-faz-30-anos/>. Acesso em 10/01/2023
80 Entrevista realizada por Maria Cristina Schicchi com as professoras e pesquisadoras Silvana
Rubino e Cristina Meneguello durante O I Encontro em Patrimônio Industrial, conforme citado
anteriormente.
81 Há diversos pesquisadores e estudiosos sobre o patrimônio industrial no Brasil, destacando
algumas referências na área, como Eduardo Romero, presidente do TICCIH Brasil, Cristina Meneg-
uello, Beatriz Mugayar Kuhl, Alcilia Afonso, Alicia Bemvenuti, Manoela Rufinoni, Esterzilda Beren-
stein de Azevedo, entre outros. O trabalho desses pesquisadores é de significativa importância
para o fortalecimento do conhecimento e da preservação de exemplares industriais brasileiros.
figura 77: Imagem 1: Museu Histórico; Imagem 2: Escola Estadual Antesina Santana;
Imagem 3: Coreto. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
.
figura 78 Imagem 1: Colégio Couto Magalhães em 2022; Imagem 2: Colégio Couto Magalhães na década
de 1950. Fonte: Imagem 1: CALAÇA JÚNIOR; Foto 2: Arquivo do acervo digital do Museu Histórico
Alderico Borges de Carvalho.
85 Embora seja um único conjunto, a prefeitura considera os dois edifícios de forma isolada.
86 As edificações foram construídas na mesma época e no mesmo terreno.
87 As datas aqui contidas se referem aos anos em que as edificações foram construídas e não ao
ano do tombamento. Essa segunda informação será abordada mais à frente no decorrer do texto.
figura 80: Imagem 1: Antiga Prefeitura e Fórum de Anápolis (Atual Centro Cultural Ulysses Guimarães;
Imagem 2: Escola de Artes Oswaldo Verano (Escola de Música ao fundo); Imagem 3: Mercado Municipal;
Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 81: Imagem 1: Estação Ferroviária Engenheiro Castilho; Imagem 2: Casa JK; Imagem 3: Fonte Luminosa
da Praça Bom Jesus, respectivamente. Fonte: Imagem 1 e 3: CALAÇA JÚNIOR. Imagem 2: Acervo da Goinfra.
88 Ressalta-se que os planos diretores não demarcaram áreas ou edificações específicas a ser-
em tombadas, apenas citam de maneira geral a proteção patrimonial das edificações históricas,
ficando, dessa forma, a cargo de decretos legislativos independentes ao plano diretor a tarefa dos
tombamentos.
89 O nome dado ao museu pertence a um importante político anapolino. A casa pertencia a seu
avô e recebeu o nome de Alderico Borges por ele ter fundado o museu.
90 O edifício encontra-se tão abandonado que foi necessário o Ministério Público entrar em
ação para que o edifício não fosse consumido pelo tempo, no qual se acordou que a Goinfra (que
administra o Aeroporto de Cargas onde está a casa) repassasse a administração e manutenção do
prédio para uma entidade sem fins lucrativos ligada ao setor cultural. Ainda em 2021, o memorial
contido na casa encontra-se sem acesso ao público. Fonte: < dmanapolis.com.br/noticia/1594/a-
historia-do-brasil-passa-por-aqui>. Acesso em 19/10/2021.
Atualização: No decorrer da pesquisa, em dezembro de 2022, a Goinfra concedeu ao Instituto
Professor Jan Magalinski a permissão para restauração, reestruturação e manutenção da casa em
uma parceria válida por 20 anos. Este Instituto, presidido por Jairo Leite, tem realizado importantes
conquistas no setor patrimonial em Anápolis, além da manutenção e realização de exposições que
contam a história da cidade. Fonte: <jornalopcao.com.br/cultura/memorial-casa-jk-em-anapolis-se-
ra-restaurado-e-reaberto-ao-publico-447368/>. Acesso em 12/01/2023.
0 100 200
0 2 4
km
figura 84: Imagem 1: Casa Tonico de Pina (1940), localizada na Rua Achiles de Pina; Imagem 2: Casa Toni-
co de Pina (2018) antes de sediar a Mostra Kzulo. Fonte: Imagem 1: Acervo pessoal de Claudomir Justino
Gonçalves; Imagem 2: acervo fotográfico de Vitor Luana, 2021.
figura 86: Terreno que abrigava a Casa Tonico de Pina. A demolição da casa aconteceu em 2020.
Fonte: Acervo pessoal de Lara Amaral, 2020
0 50 100
Antigo terreno que abrigava a Casa Tõnico de Pina Rua Aquiles de Pina
figura 87: Imagem de satélite de localização da região da Praça James Fanstone, no Setor central, com lo-
calização das edificações citadas. Fonte: Google Earth. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022
figura 89: Imagem 1: Edificação da década de 1940, localizada na Rua Achiles de Pina; Imagem 2: e a
modificação que a descaracterizou. Fonte: Imagem 1: Museu Histórico Alderico Borges de Caravalho;
Imagem 2: Acervo Pessoal de Lara Amaral, 2021.
91 O Estatuto define a outorga onerosa como “o exercício de construir acima do limite de coefi-
ciente de aproveitamento básico estabelecido pelo Plano Diretor municipal, mediante uma remu-
neração aos cofres públicos prestada pelo beneficiário. [...] O coeficiente de aproveitamento básico
é um percentual de área que o proprietário pode construir sem precisar pagar ao poder público.
Já o coeficiente máximo define o máximo da capacidade de construção que aquela área suporta
sem que prejudique a qualidade de vida dos cidadãos” (CALAÇA JÚNIOR; OLIVEIRA, 2022, p. 12)
92 “A transferência do direito de construir consiste em alterar para outro local o direito de con-
strução de uma determinada área, o qual também pode ter sua venda negociada pelo seu propri-
etário.” (CALAÇA JÚNIOR; OLIVEIRA, 2022, p. 12)
93 “No caso da outorga onerosa, um particular pode adquirir do poder público o direito de con-
struir além daquilo estabelecido inicialmente, mediante uma contrapartida financeira. Esse recur-
so pode ser usado tanto na manutenção dos bens de interesse histórico, quanto na aquisição de
bens deste caráter pelo poder municipal.” (CALAÇA JÚNIOR; OLIVEIRA, 2022, p. 12, grifo do autor)
94 Este instrumento auxilia no momento em que o Estado pretende comprar alguma edificação
histórica, em que “será exercido sempre que o Poder Público necessitar de áreas para [...] VI. Proteção
de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.” (BRASIL, Art. 26, Lei 10.257/01)
95 As operações urbanas consorciadas são, geralmente, parcerias público-privadas que utiliza os
instrumentos propostos pelo Estatuto das Cidades com o intuito de requalificar uma determinada
área. Esse tipo de operação é alvo de atenção, uma vez que não é aplicada da melhor forma, em
que há o protagonismo do capital privado que leva a diversos problemas do ponto de vista urbano
e patrimonial – quando aplicadas em áreas de interesse histórico.
0 50 100
figura 90: Imagem de satélite ressaltando os parques e demarcando a Vila Industrial juntamente com a
Avenida São Francisco. Fonte: Google Earth. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2023.
Moinho Catarinense
figura 92: Imagem 1: Brejeiro Produtos Alimentícios Orlândia S/A Comércio e Indústria; Imagem 2:
Imagem de satélite ressaltando o acervo de patrimônio industrial, demarcando a Vila Industrial. Fonte:
Imagem 1: CALAÇA JÚNIOR, 2022; Imagem 2: Google Earth. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2023.
1. Plataforma 5. Cozinha
0 1,5 3
0 4 8
96 Embora seja apenas um (1) galpão, o armazém aparenta ser dois (2) galpões unidos. Portanto,
nesta dissertação, é referido tanto como armazém, como galpões.
figura 103: Projeto da Vila Industrial ressaltando a Estação Engenheiro Castilho e a Praça do Coreto.
Fonte: Mapoteca Municipal da Prefeitura de Anápolis – acervo de Osvaldo Alves, 2019. Intervenções:
CALAÇA JÚNIOR, 2023.
figura 104: Praça do Coreto – Praça Joaquim Pinto Pontes. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022
.
3.4.2 Galpões.
0 175 250
Genesis Office
figura 109: Imagem de satélite da Vila Industrial, ressaltando o terreno do Moinho Catarinense. Fonte:
Google Earth, 2022. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2023.
figura 111: : Fotos do Moinho Catarinense em 2022. Fonte: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
97 A análise realizada por Melo (2016) e continuada nesta dissertação não procura retratar em
profunda fidelidade as patologias observadas, mas, exemplificar através de diagramas como está
o edifício atualmente – no ano de 2022. Todos os desenhos foram feitos por Melo (2016) com in-
tervenções pontuais do autor. Para maior fidelidade, observar as imagens contidas na Figura 114.
figura 112: Elevações do Moinho Catarinense contendo diagramas de patologia. Fonte: MELO, 2016. In-
tervenções: CALAÇA JUNIOR, 2023.
98 Ruínas urbanas são sítios nos quais algumas interrelações de cidade e natureza podem oca-
sionar acúmulos de diferentes processos temporais e conformar lugares que adquirem uma apar-
ente paralisia diante de outras temporalidades, especialmente as hegemônicas ligadas à produção
e valorização do tempo via trabalho. Tratam-se de lugares que sofrem uma drástica desaceleração
da intensidade dos seus usos pré-estabelecidos e, simultaneamente, outros processos antes man-
tidos em baixas intensidades de ação se tornam preponderantes e capazes de adquirir intensidade
crescente.” (BRITTO, 2013, p. 123)
100 “O termo geral que usamos para palavras, sons ou imagens que carregam sentido é signo.
Os signos indicam ou representam os conceitos e as relações entre eles que carregam em nossa
mente e que, juntos, constroem os sistemas de significados da nossa cultura.” (HALL, 2016, p. 37)
0 1 2
km
figura 115: Imagem de satélite de Anápolis, ressaltando os bairros citados nas respostas do questionário.
Fonte: Google Earth. Intervenções: CALAÇA JÚNIOR, 2022.
figura 116: Printscreen do resultado do questionário realizado via google forms. Fonte: CALAÇA JUNIOR,
2022.
101 É comum que as pessoas que moram no bairro Vila Industrial o chamem de Jundiaí, portanto,
a pesquisa optou por unificar ambos os bairros na catalogação de dados da pesquisa – pois não era
possível, devido ao formato on-line, saber em qual dos dois bairros a pessoa realmente mora.
102 O patrimônio citado durante o questionário refere-se ao patrimônio edificado. Optou-se por
não incluir o patrimônio natural e imaterial de Anápolis neste questionário.
104 A inauguração da ação aconteceu no dia 24 de fevereiro de 2023, junto à uma ampla divul-
gação em sites, jornais e revistas. O texto final desta pesquisa, incluindo as considerações finais, já
estava finalizado e foi atualizado com as novas informações. Ressalta-se que, embora alguns ed-
ifícios patrimoniais estejam inseridos na ação, eles não são o foco principal – que visa fomentar o
turismo. Apesar disso, a ação é vista positivamente pois são poucas as vezes que algo que valorize
a história e cultura anapolina é visto na cidade. A lista contendo todos os pontos contemplados com
a placa de qr code pode ser acessada através do site da prefeitura de Anápolis, no link: <anapolis.
go.gov.br/novas-placas-com-qr-code-em-pontos-turisticos-de-anapolis-explicam-historia-dos-lo-
cais/>. Acesso em 01/03/2023.
REFERÊNCIAS 238
AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de. O Patrimônio Industrial no Brasil. Revista
Eletrônica Arq.Urb. Nº 03/2010. São Paulo: Universidade São Judas Tadeu
(USJT), 2010. Disponível em: <http://www.usjt.br/arq.urb/numero_03/2arqur-
b3-esterezilda.pdf> Acesso em 20/02/2020.
CALAÇA JÚNIOR, Mario Pinto; OLIVEIRA, Adriana Mara Vaz de. Patrimônio e
plano diretor: as perspectivas para o patrimônio histórico em Anápolis/GO.
Paranoá, [S. l.], n. 32, p. 1–23, 2022. Disponível em: https://periodicos.unb.br/
index.php/paranoa/article/view/41718. Acesso em: 26 jan. 2023.
CASTRO, Gabriele Pereira de. O novo CCI Anápolis: uma proposta para dois
patrimônios esquecidos. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Arquitetura e Urbanismo) – Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Estadual de Goiás. Anápolis, 2016.
REFERÊNCIAS 240
CASTRO, Joana D’arc Bardella; CASTRO, Márcio Cesar Gomes de. Planejamento
urbano e a intervenção na paisagem: um estudo dos planos diretores de
Anápolis/Goiás. Revista de Economia de UEG - VOL. 13, N.º 1, Jan/Jun. 2017
FERREIRA, Haydée Jayme. Anápolis, Sua Vida – Seu Povo. Brasília: Senado
Federal Centro Gráfico, 1981.
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e Comunicação, 2006.
KÜHL, Beatriz Mugayar. Notas sobre a Carta de Veneza. Museu Paulista: História
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<https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5539/7069>. Acesso em:
23 set. 2017.
LEPETIT, Bernard. Por uma nova história urbana. São Paulo: EDUSP, 2001.
HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. Puc-Rio: Apicuri,
2016.
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RIEGL, Alois. O culto moderno dos monumentos: sua essência e sua gênese.
Goiânia: UCG, 2006.
REFERÊNCIAS 246
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estudo de caso sobre a modernização da cidade de Anápolis-GO (1930-1957).
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História, da
Faculdade de História, da Universidade Federal de Goiás. 2014.
REFERÊNCIAS 248
ANEXO I
Questionário105
105 Os asteriscos em vermelho representam perguntas de resposta obrigatória. Quando não há,
são perguntas opcionais.