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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


CURSO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES

WIGNE CÂNDIDO MATIAS JÚNIOR

RELAÇÃO ENTRE WORK ENGAGEMENT, PRODUTIVIDADE


E SEGURANÇA NA LOGÍSTICA DE TRANSPORTES DE
UMA INDÚSTRIA DE BEBIDAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APARECIDA DE GOIÂNIA
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES

WIGNE CÂNDIDO MATIAS JÚNIOR

RELAÇÃO ENTRE WORK ENGAGEMENT, PRODUTIVIDADE


E SEGURANÇA NA LOGÍSTICA DE TRANSPORTES DE
UMA INDÚSTRIA DE BEBIDAS

Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de


Conclusão de Curso da graduação em Engenharia de
Transportes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Federal de Goiás.

Orientador: Prof. Dr. Ronny Marcelo Aliaga Medrano

APARECIDA DE GOIÂNIA
2022

ii
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

ATA FCT 2/2022

Curso de Engenharia de Transportes


Rua Mucuri, S/N, Área 03, Bairro Conde dos Arcos, Aparecida de Goiânia/GO – 74968-755
Fone: (62) 3209-6550 – www.fct.ufg.br
CNPJ: 01567601/0001-43

ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Aos 30 dias do mês de agosto de 2022, às 14 horas, por meio de sessão pública, na sala 10, da Faculdade de Ciências e Tecnologia
(FCT), da Universidade Federal de Goiás (UFG), na cidade de Aparecida de Goiânia, na presença da Banca Examinadora presidida pelo(a)
Prof(a). Dr(a). Ronny Marcelo Aliaga Medrano e formada pelo(a)s examinadore(a)s: 1- Prof(a). Dr(a). Cristiano Farias Almeida e
2- Prof(a). Dr(a). Marcelo Barbosa Cesar, o(a) discente Wigne Candido Matias Junior apresentou o Trabalho de Conclusão de Curso
intitulado por “O engajamento na gestão da frota: Work engagement, produtividade e segurança em transportes de uma indústria
de grande porte”, como parte dos requisitos necessários à aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso 2, do Curso de
Graduação em Engenharia de Transportes. Aberta a sessão pública, o(a) candidato(a) teve a oportunidade de expor o trabalho por 20
minutos e, após a exposição, o(a) discente foi arguido(a) oralmente pelos membros da banca e ouviu sugestões para os procedimentos
restantes do trabalho. A seguir, em sessão fechada - levando em consideração os seguintes critérios: cumprimento do cronograma
estabelecido; qualidade técnica do trabalho; adequação dos procedimentos metodológicos; coerência do texto; adequação do texto em
relação à norma escrita; qualidade da apresentação oral; e, desempenho na arguição oral - cada um dos professores atribuiu uma nota,
individualmente, ao(à) discente para o trabalho escrito e para a apresentação oral:

Presidente da Banca Examinador(a) 1 Examinador(a) 2 Média Final


Trabalho Escrito 9,80 8,50 8,70 9,00
Apresentação Oral 9,50 9,00 9,20 9,20

Por fim, nada mais havendo digno de registro, eu, o(a) Presidente da Banca, lavrei a presente ata do ocorrido que, lida e aceita como expressão fiel
da verdade, vai assinada por mim e pelos demais integrantes da banca.

Documento assinado eletronicamente por Ronny Marcelo Aliaga Medrano, Professor do Magistério Superior, em 30/08/2022, às
15:45, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.

Documento assinado eletronicamente por Cristiano Farias Almeida, Professor do Magistério Superior, em 30/08/2022, às 20:43,
conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.

Documento assinado eletronicamente por Marcelo Barbosa Cesar, Professor do Magistério Superior, em 31/08/2022, às 12:04,
conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site https://sei.ufg.br/sei/controlador_externo.php?


acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador 3130489 e o código CRC 5991FAD4.

Referência: Processo nº 23070.015545/2022-14 SEI nº 3130489

iv
FCT
Faculdade de Ciência e
Tecnologia

TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR VERSÕES


ELETRÔNICAS DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO
NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UFG

Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás


(UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio do Repositório Institucional (RI/UFG),
regulamentado pela Resolução CEPEC nº 1204/2014, sem ressarcimento dos direitos autorais,
de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para
fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica
brasileira, a partir desta data.

1. Identificação do Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação (TCCG):

Nome completo do autor: WIGNE CÂNDIDO MATIAS JÚNIOR

Título do trabalho: RELAÇÃO ENTRE WORK ENGAGEMENT,


PRODUTIVIDADE E SEGURANÇA NA LOGÍSTICA DE
TRANSPORTES DE UMA INDÚSTRIA DE BEBIDAS

2. Informações de acesso ao documento:


Concorda com a liberação total do documento [ X ] SIM [ ] NÃO1

Assinatura do(a) autor(a)2

Ciente e de acordo:

Assinatura do(a) orientador(a) 2 Data: 30 / 08 / 2022


1
Neste caso o documento será embargado por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo
suscita justificativa junto à coordenação do curso. Os dados do documento não serão disponibilizados durante o
período de embargo. Casos de embargo:
• Solicitação de registro de patente;
• Submissão de artigo em revista científica;
• Publicação como capítulo de livro;
• Publicação da dissertação/tese em livro.
2
A assinatura deve ser escaneada

v
Dedico este trabalho a Deus, meu
criador e redentor, que me concedeu
as forças necessárias para alcançar
esse instante.
Aos meus pais, Wigne Matias e Flavia
Dias por todo amor e suporte,
à minha avó Haide Aparecida pelo
carinho e cuidado,
e à melhor pessoa que pude conhecer
nesse mundo, meu avó Mario Cândido
(in memoriam)

vi
AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus e sua presença em minha vida, por todas as bençãos, graças derramadas,
livramentos, proteção, fortaleza, sabedoria e por seu plano nunca falhar, sendo grato a todo
momento, pois grande é sua bondade.
À minha base, meus pais, Wigne Matias e Flavia Dias por apoiarem, investirem e
incentivar sempre nesse desafio com todo carinho, prestatividade e cuidado, além de todo
esforço e medidas constantes para que esse sonho virasse realidade, obrigado por estarem
comigo em minhas decisões.
Aos colegas e amigos de curso, em especial aos amigos Douglas Carlos e Gabriel Soares
por todos os momentos de estudo até altas horas, aprendizados trocados e brincadeiras para
descontrair. À “titia” da faculdade, Bruna Borges, à melhor turma de engenharia de transportes
da UFG, Ademar, João Victor, Gabriel Lauria, Fernando, Krishnamurti, Breno, Jéssica,
Melissa, Natália, Sandy, Fellipp, Ary e demais, obrigado por toda jornada.
Em especial ao meu orientador Prof. Dr. Ronny Marcelo que desde o início da graduação
esteve presente, auxiliando, incentivando e proporcionando significativos impulsos para meu
crescimento. Agradeço pelas orientações e conselhos profissionais, assim como pela paciência
para passar todo o conhecimento e indicar os melhores caminhos neste trabalho, considero o
senhor além de um excelente professor, um grande amigo que a faculdade me proporcionou.
Aos professores Dr. Cristiano Farias Almeida e Prof. Dr. Marcelo Barbosa Cesar pela
atenção nas contribuições para melhoria deste trabalho.
Ao professor Prof. Dr. Rodrigo Tóffano pela disposição imediata e colaborações que
fizera não apenas para este trabalho, mas para meu desenvolvimento, sou grato pelos assuntos
trocados e deixo aqui registrado nosso compromisso para 2032.
Ao professor Dr. Jonas Bertholdi em que pude aprender, além da dinâmica dos fluidos,
ensinamentos sobre a vida.
E a todo o corpo docente da Universidade Federal de Goiás, aos quais pude aprender, me
relacionar e que contribuíram para a minha formação ao longo da graduação.
Por fim, à todas as pessoas participantes dessa história que fizera a diferença cada qual
da sua forma, aos descritos aqui e aqueles que não foram mencionados, gratidão pela presença
de vocês nessa grande etapa da minha vida e espero vê-los em breve para muitas conversas e
lembranças prazerosas.
Os meus sinceros agradecimentos!

vii
RESUMO

Os serviços de transportes, inseridos no contexto da logística e distribuição, mostram impacto


ao custo total dos processos e se fazem como oportunidade para a redução de despesas,
estratégia de competitividade e nível de atendimento das organizações. Sendo que estas
organizações buscam proporcionar condições e um ambiente de trabalho que estimule o pleno
engajamento em seus colaboradores, para que mantenham níveis altos de performance e
produtividade. Nesse sentido, esse estudo busca analisar o impacto do engajamento dos
motoristas na produtividade da frota fixa e na segurança das operações de transporte em uma
indústria de bebidas de grande porte. Com uma abordagem hipotético-dedutiva, investigação
teórica de literatura, e por meio de um modelo de análise fatorial e regressão cesurada Tobit foi
possível cumprir com o objetivo do estudo. Assim, observando os seguintes resultados: a)
identificou-se nove classes latentes, envolvendo o engajamento dos motoristas, assumindo
apenas seis classes devido à parâmetros de qualidade de ajuste do modelo; b) obteve-se uma
relação positiva e proporcional entre as horas produtivas e incidentes/riscos na segurança; c)
relação do engajamento dos motoristas em termos remunerativos quanto a redução do índice de
segurança e d) constatou-se significância estatística na relação de horas produtivas da frota fixa
de caminhões e índice de segurança, evidenciando a probabilidade da ocorrência de acidentes
quanto maior o tempo de deslocamento dos veículos. Com esta pesquisa foi possível concluir
que para o estudo de correlação dentre parâmetros de engajamento dos motoristas,
produtividade e segurança nas operações, a pesquisa de clima organizacional não mostrou-se
apropriada quanto à sua aplicabilidade devido ao tipo de modelo de avaliação para variável
qualitativa e à limitação do universo amostral. Além disso, em caráter de métodos estatísticos
assimétricos, aos quais buscam analisar distribuições que não atendem à normalidade, a
regressão censurada de modelo Tobit mostrou-se com significativo desempenho e melhor ajuste
aos dados investigados, contribuindo à discussão de quais métodos estatísticos mais se adaptam
ao tipo de análise requerida.

Palavras-chave: Logística. Transportes. Work Engagement. Segurança. Produtividade.

viii
ABSTRACT

Transport services, inserted in the context of logistics and distribution, show an impact on the
total cost of processes and are an opportunity to reduce expenses, competitiveness strategy and
the level of service of organizations. Since these organizations seek to provide conditions and
a work environment that encourages full engagement in their employees, so that they maintain
high levels of performance and productivity. In this sense, this study seeks to analyze the impact
of driver engagement on fixed fleet productivity and on the safety of transport operations in a
large beverage industry. With a hypothetical-deductive approach, theoretical investigation of
literature, and through a factor analysis model and Tobit censored regression, it was possible to
fulfill the objective of the study. Thus, observing the following results: a) nine latent classes
were identified, involving driver engagement, assuming only six classes due to the model's
goodness of fit parameters; b) a positive and proportional relationship was obtained between
productive hours and safety incidents/risks; c) relationship of driver engagement in terms of
remuneration regarding the reduction of the safety index and d) statistical significance was
found in the relationship of productive hours of the fixed fleet of trucks and safety index,
evidencing the probability of the occurrence of accidents the longer the time vehicle
displacement. With this research, it was possible to conclude that for the study of correlation
between parameters of driver engagement, productivity and safety in operations, the
organizational climate research did not prove to be appropriate regarding its applicability due
to the type of evaluation model for qualitative and to the limitation of the sample universe.
Furthermore, in asymmetric statistical methods, which seek to analyze distributions that do not
meet normality, the censored regression of the Tobit model showed a significant performance
and better fit to the investigated data, contributing to the discussion of which statistical methods
are most adapted to the type of analysis required.

Keywords: Logistics. Transport. Work Engagement. Safety. Productivity.

ix
SUMÁRIO

ATA FCT 2/2022 ..................................................................................................................... iv

ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO............................. iv

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ xii

LISTA DE QUADROS ......................................................................................................... xiii

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... xiv

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS .................................................................... xv

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17

1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 20


1.1.1 Objetivos Específicos ........................................................................................................... 21
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 21
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................................ 22

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 23

2.1 LEVANTAMENTO DA LITERATURA .......................................................................... 23


2.2 WORK ENGAGEMENT ...................................................................................................... 24
2.3 SEGURANÇA DAS OPERAÇÕES DE TRANSPORTES .............................................. 27
2.4 PRODUTIVIDADE DA FROTA DE CAMINHÕES ...................................................... 31
2.5 ESTUDOS MAIS RELACIONADOS AO TRABALHO................................................. 33

3 METODOLOGIA.................................................................................................... 37

3.1 PROCEDIMENTO CIENTÍFICO .................................................................................... 37


3.2 RUPTURA ........................................................................................................................... 38
3.3 CONSTRUÇÃO................................................................................................................... 39
3.3.1 Coleta de Dados ................................................................................................................... 39
3.4 CONSTATAÇÃO ................................................................................................................ 39
3.4.1 Análise Fatorial.................................................................................................................... 40
3.4.2 Regressão Censurada pelo Modelo Tobit .......................................................................... 45
3.4.3 Análise de Resultados e Considerações Finais .................................................................. 47

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 49

4.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS DADOS .................................................................. 49


4.2 MODELO DE ANÁLISE FATORIAL ............................................................................. 50
4.2.1 Exploração da Associação dos Fatores .............................................................................. 50

x
4.2.2 Confirmação Multivariada do Modelo .............................................................................. 53
4.2.3 Regressão Censurada Modelo Tobit .................................................................................. 56

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 62

5.1 LIMITANTES DA PESQUISA .......................................................................................... 62


5.2 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 63
5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................... 64

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 65

ANEXO A – PERGUNTAS DA PESQUISA DE CLIMA .................................................. 74

xi
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1. Relação de estudos identificados ........................................................................... 23


Tabela 4.1. Estatística descritiva da amostra coletada ............................................................. 49
Tabela 4.2. Fatores latentes ...................................................................................................... 51
Tabela 4.3. Confiabilidade dos fatores latentes........................................................................ 53
Tabela 4.4. Indicadores de confiabilidade ................................................................................ 54
Tabela 4.5. Indicadores de ajustes ............................................................................................ 55
Tabela 4.6. Resultados da regressão Tobit para variável dependente de segurança ................ 59
Tabela 4.7. Resultados da regressão Tobit para variável dependente de segurança, retirados
Fatores Latentes 3 e 6 ............................................................................................................... 61

xii
LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1. Relação de pesquisas envolvendo os três conceitos chaves do trabalho .............. 34

xiii
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1. Fluxo da cadeia de suprimentos ............................................................................. 32


Figura 3.1. Procedimento científico adapatado para o estudo.................................................. 38
Figura 3.2. Definição e relação de hipóteses com os conceitos objeto de estudo .................... 40
Figura 3.3. Exemplo de matriz de covariância (Matriz R) ....................................................... 41
Figura 3.4. Definição de variâncias entre três itens diferentes. ................................................ 41
Figura 4.1. Estruturação do modelo de ajuste. ......................................................................... 55
Figura 4.2. Distribuição do índice de segurança no mês de maio de 2022 .............................. 57
Figura 4.3. Distribuição das horas produtivas no mês de maio de 2022 .................................. 57
Figura 4.4. Resultados em função das hipóteses definidas neste trabalho ............................... 60

xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS

ABIA Associação Brasileira da Indústria de Alimentos


AGFI Ajusted Goodness-of-Fit Index
(Índice Ajustado de Qualidade de Ajuste)
AVE Variância Média Extraída
CFI Comparative Fit Index
(Índice de Ajuste Comparativo)
CNT Confederação Nacional dos Transportes
CR Confiabilidade Construída
DPO Distribution Process Optimization
(Otimização do Processo de Distribuição)
EPI Equipamento de Proteção Individual
GFI Goodness-of-Fit Index
(Índice de Qualidade de Ajuste)
H1 Hipótese 1
H2 Hipótese 2
H3 Hipótese 3
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NFI Normed Fit Index
(Índice de Ajuste Normado)
OHS Occupational Health and Safety
(Saúde e Segurança Ocupacional)
OSM Occupational Safety Management
(Gestão de Segurança do Trabalho)
PCA Análise de Componentes Principais
PIA Pesquisa Industrial Anual
PIB Produto Interno Bruto
P Produtividade
RMR Root Mean Square Residual
(Raiz Quadrada Residual Média)

xv
RMSEA Mean-Squared Error of Approximation
(Erro Quadrático Médio de Aproximação)
S Segurança
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
(Pacote Estatístico para Ciências Sociais)
TLI Tucker-Lewis Index
(Índice de Tucker-Lewis)
TRC Transporte Rodoviário de Cargas
UWES-S Ultrecht Work Engagement Scale
(Escala de Engajamento no Trabalho de Ultrecht)
VPO Voyager Plant Optimization
(Otimização da Operação da Planta)
WE Work Engagement
(Engajamento no Trabalho)

SÍMBOLOS

𝜆 Autovalor
Λ Carga Fatorial
𝛽 Coeficiente do Modelo de Regressão
𝜎 Desvio Padrão Populacional
𝜀 Erro do Modelo de Regressão
𝜙 Função Densidade de Probabilidade Normal Padrão
Φ Função de Distribuição Cumulativa Normal Padrão
𝜇 Média Populacional
𝜆 Razão Inversa de Mills

xvi
Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

1 INTRODUÇÃO

O mercado de alimentos e bebidas contribui para a economia de um país, sendo


responsável pela geração de milhares de empregos, altos investimentos financeiros,
desenvolvimento tecnológico e inovação. Apesar da pandemia ocasionada pela COVID-19, de
acordo com o The Business Research Company (2021), é esperado que a área cresça nos
próximos anos com o reerguimento das cadeias de suprimento e competitividade mundial,
atingindo um patamar de 9,2% em taxa de crescimento anual.
No Brasil, a indústria de alimentos e bebidas constitui 10,6% do PIB brasileiro, sendo a
maior do país, é responsável por mais de 1,68 milhão de empregados e pela exportação de
produtos a 190 países, de acordo com ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos)
(2021). Ademais, no setor de bebidas do país, a cerveja e os refrigerantes são o grupo que
correspondem a cerca de 80% do volume produzido e 75% das vendas (BRASIL, 2021).
No mercado cervejeiro, o Brasil se manteve como terceiro maior fabricante mundial com
151,9 milhões de hectolitros, segundo BarthHaas (2021), em que no mesmo ano, segundo Brasil
(2021), teve-se um aumento de 14% no registro de cervejarias no país, representando um
número de 174 novas unidades de suprimento.
Com todo esse crescimento e expansão dos negócios, tem-se um cenário de
competitividade e disputa das grandes companhias que dominam o setor de bebidas com a
produção em larga escala, exacerbadas estratégias no marketing de suas marcas para um market
share1 cada vez maior e com aumento na produtividade dos importantes processos produtivos.
A cadeia produtiva das bebidas se resume em três blocos principais, sendo
disponibilidade de insumos/matéria-prima, fabricação própria do produto e a sua distribuição.
Com base em Arbache (2015), a distribuição é um processo da logística que mais agrega valor
por ser a etapa mais notada aos clientes, pelo contato físico na entrega do produto acabado ao
qual é o momento de grande expectativa na espera de uma experiência inovadora e valorizada
nas mãos de quem recebe, sendo a chave estratégica de toda a cadeia produtiva.
Holter et al. (2008) mostram as implicações de vários parâmetros que são relacionados
ao transporte e como impactam ao longo da cadeia de suprimentos, sendo custo logístico, tempo
de trânsito, movimentações financeiras diárias, atendimento ao cliente, formação de estoque e
planejamento da produção. Assim, com todo o envolvimento, o transporte se caracteriza como
atividade significativa e inter-relacionada, sendo atualmente para empresas um âmbito de

1
Caracterizado como fatia de mercado ou porção de participação no mercado relativo a uma organização/empresa.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 17


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

grande desafio frente às tomadas de decisões necessárias pelo grande impacto gerado, a fim de
garantir que todo o sistema logístico funcione de forma eficiente e produtiva.
Além disso, o desbalanceamento da matriz de transporte no Brasil com a concentração
no modo rodoviário, a lacuna existente na legislação e fiscalização em jornadas excessivas de
trabalho, carregamentos acima do peso máximo permitido, inadimplência fiscal, assim como
parâmetros críticos de segurança no envolvimento de roubos e acidentes nas estradas, a falta de
sustentabilidade nas operações com grandes emissões de poluentes no país e o não
aproveitamento de fontes de energias não-renováveis são os grandes desafios e oportunidades
para as indústrias no setor de transportes brasileiro (KATO, 2007).
Dessa forma, para as empresas manterem a competitividade e que os seus produtos sejam
adquiridos pelo consumidor, devem assegurar-se do suprimento do mercado com estratégias e
soluções para os problemas existentes no transporte. Assim, estabelecendo posições de
liderança em termos de baixos custos que são atingidos por produtividade e otimização dos seus
procedimentos. Ainda, Matos Macedo (2012) aborda que sem produtividade nos processos é
improvável que uma empresa tenha prospecção em seus negócios, causando a sua própria
exclusão no mercado.
Para que o consumidor receba o produto com menor custo e de forma eficiente, é
necessário a redução de tempos presentes no ciclo total de carga e transporte com a otimização
de processos, treinamentos e controle de toda a operação, a fim de garantir um melhor
desempenho nos deslocamentos dos veículos, assim como o resguardo de frotas paradas ou
ociosas, aumentando cada vez mais a quantidade de produtos transportados (SIQUEIRA
GUIDA, 2020).
No entanto, toda essa busca por produtividade e redução de custos/tempos na operação
de transporte deve ser executada com adequações às medidas e controles de segurança dos
processos. De acordo com Brasil (2015), o transporte rodoviário de cargas significou 54% do
total de acidentes de trabalho com mortes no Brasil, ocupando o primeiro lugar em número de
óbitos com 2096 casos.
Segundo Navarro (2013), o transporte de cargas é classificado como atividade perigosa,
seja por qualquer tipo de carga, apresenta riscos decorrentes da possibilidade de queda da carga
ou veículo, tombamentos de veículos, atingimento de pessoas, patrimônios, dentre outros. Além
disso, outras diversas situações como ambiente, clima, roubos, cansaço e característica do
pavimento corroboraram para o aumento de risco no transporte rodoviário de carga.
Os motoristas são importantes para o alcance da segurança nas operações, são eles que
devem seguir todas as normativas e cumprir adequadamente os procedimentos nas suas

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 18


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

atividades. Entretanto, para Atombo et al. (2017), questões envolvendo o nível de


comprometimento em aplicação das medidas de segurança e educação para adequação às
propostas de segurança por parte dos funcionários faz com que se busque compreender mais a
situação e problemas enfrentados por parte dos trabalhadores.
Segundo Navarro (2006), a motivação dos trabalhadores teve grande influência para o
aumento da produtividade e significância no número de acidentes de trabalho, constatando que
47% do total de acidentes relatados se teve por pessoas totalmente desmotivadas.
Nas organizações é atualmente dado ênfase em psicologia organizacional e emocional,
buscando nos seus colaboradores mais que uma mentalidade saudável ou mera satisfação no
trabalho, mas sim uma mente e força de trabalho engajada. Assim sendo, o conceito de work
engagement2 é inserido como uma forma positiva, gratificante e entusiástica no envolvimento
com o trabalho para alcançar melhores resultados por performance3 (KOOPMANS et al.,
2011).
Nesse sentido, para a percepção da motivação dos colaboradores, a pesquisa de clima
organizacional surge como uma das ferramentas gerenciais que buscam aprimorar a relação
empresa-funcionário, sendo para Bispo (2006), um instrumento objetivo e seguro para o
esclarecimento de problemas na gestão de recursos humanos, além da análise, diagnóstico e
sugestões envolvidos na ferramenta, serem importantes para o aprimoramento da qualidade,
aumento da produtividade e realização de medidas às políticas internas.
A empresa deste estudo está presente em diversos países, possui capital aberto e, no
Brasil, conta com mais de 30 mil colaboradores, centenas de Centros de Distribuição e dezenas
de Centros de Excelências Logísticos; a unidade em estudo deste trabalho foi responsável pela
produção de 6,75 milhões de hectolitros e se localiza na região centro-oeste do Brasil.
Segundo dados da companhia, a frota fixa de caminhões da cervejaria é terceirizada e
caso o volume a ser distribuído para os centros de distribuição seja maior que a capacidade da
frota fixa, faz-se a contratação de fretes de outras transportadoras, denominado spot4, para cada
viagem e trechos especificados. A unidade de estudo, contém 29 frotas ativas, sendo 27 do tipo

2
Em tradução, engajamento no trabalho, como o aproveitamento máximo do funcionário pela empresa em termos
físicos, cognitivos e emocionais, sendo este colaborador pertencente à organização por compartilhar de mesmos
ideais/valores e vinculado por um compromisso de alcance de metas para contribuir ao sucesso de ambos.
3
Para o texto, pode ser designado como o desempenho do colaborador na realização de suas tarefas.
4
No contexto de logística, refere-se ao tipo de contratação imediata a uma transportadora devido demanda acima
do previsto para realização de entrega de determinado produto.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 19


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

vanderleia5 de capacidade de 28 pallets cada e 2 bitrens com capacidade de 48 pallets cada,


contando com 116 motoristas.
Além disso, todo início de ano se estima o orçamento de quanto cada unidade gastará em
custos, trechos, frotas e sendo estabelecidos objetivos para os tempos que devem ser gastos em
cada atividade do ciclo de transporte, informações da empresa estudada. Em 2021, a fábrica foi
responsável pelo transporte de 2,7 milhões de hectolitros, alcançando uma produtividade de
0,87 viagens/por dia e obtendo apenas um incidente no ano na operação de transportes, ao qual
foi caracterizado por uma abordagem de bandidos a um veículo. Além disso, segundo dados de
pesquisa de clima organizacional realizada pela transportadora terceirizada foi constatado uma
redução na avaliação da empresa pelos motoristas, diminuindo 8,12% em níveis de satisfação
destes funcionários em relação ao ano anterior, a remuneração e benefícios foi o grupo com a
pior apuração dentre os abordados na pesquisa.
Por conseguinte, para o ano de 2022, o desafio tornou-se maior decorrente da previsão de
aumento do volume de transferências e consequentemente produtividade, pela adição do
número de viagens para a frota fixa. No entanto, algumas oportunidades são identificadas no
que envolve a produtividade, afetada por elevados tempos nos deslocamentos dos veículos,
grande espera para descarregamento nos centros de distribuição, quantidades de frotas em
manutenção e outros processos que necessitam serem otimizados e que possuem significativa
ligação na forma de execução das atividades pelos funcionários, parceiros e principalmente
motoristas.
À vista disso, surge a questão: quais fatores do work engagement dos motoristas
impactam na produtividade da frota e segurança na operação de transportes de carga? Sendo
que para o work engagement é necessário a gestão, preparação e capacitação desses
funcionários, além da compreensão da relevância dos processos para preservar grandes perdas
de produtividade e garantir o máximo de aproveitamento possível. Mas cuja relação com
produtividade de frota e segurança na operação de transportes, ainda não se encontra
completamente definida de forma empírica na literatura.

1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste estudo é analisar a relação entre engajamento dos motoristas,
produtividade da frota fixa e segurança de uma indústria de grande porte com operação de
transportes e logística.

5
Tipo de carreta que é acoplada ao cavalo mecânico, possuindo três eixos distanciados para melhor distribuição
do peso, tem capacidade máxima de transportar 28 paletes ou peso máximo de 35 toneladas.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 20


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

1.1.1 Objetivos Específicos

• Verificar o ensejo existente na literatura sobre o tema, identificando possíveis


aplicações ou propostas de melhorias metodológicas.
• Identificar os principais fatores de engajamento dos motoristas que se associam
para com a segurança e produtividade da frota fixa de uma indústria de grande
porte com operação de transportes e logística.

1.2 JUSTIFICATIVA

Se tratando da distribuição, os serviços de transportes desempenham papel fundamental


para a gestão de despesas das empresas, pois podem significar até cerca de dois terços de todos
os custos logísticos (MARTINS; XAVIER, 2011). Assim, base para avanço da produtividade
como prerrogativa e oportunidade para a redução de custos.
No âmbito da competitividade, para se manter em níveis de excelência, a busca por
produtividade é fundamental para estratégia das organizações e saber identificar quais são os
fatores, processos ou até mesmo os riscos que se relacionam com o assunto se torna necessário.
Assim, além do ganho em termos produtivos, a análise de impacto quanto à motivação e
engajamento dos motoristas que a pesquisa encaminha, proporciona importância pela inclusão
de outro critério para a empresa, a segurança de suas operações.
O Work Engagement revela que funcionários com níveis altos de engajamento no
trabalho, diminuem as taxas de absenteísmo, aumentam a satisfação no trabalho, bem-estar e
saúde, melhoram desempenho, aplicam comportamentos proativos e estão mais abertos a
aprender (SCHAUFELI; BAKKER, 2004).
Todos fatores são consequências positivas e vistos como vantagem competitiva para as
organizações, buscando e preparando cada vez mais os funcionários para um sentimento
intrínseco motivador à vista da menor necessidade de supervisão, autogestão e condução de
suas próprias atividades, ocasionando o aperfeiçoamento na entrega de resultados dos mesmos,
o que é desfrutado pela empresa.
O tema envolve várias frentes, vai muito além do que se sabe e possibilita significância
em diversos aspectos, segundo estudo de Schaufeli (2018) com a economia nacional,
governança e cultura europeia, o work engagement possui relação positiva com o PIB (Produto
Interno Bruto) per capita, gestão pública e cultura dos países. Já produtividade, possui uma
trajetória curvilínea, em que países com mais engajamento no trabalho são mais produtivos.
Para mais, este trabalho busca ser o princípio de uma investigação que possa se
desenvolver em escalas maiores com a replicabilidade para mais de uma organização, além de

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 21


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

servir como material de apoio e referência para os gestores de outras empresas ou


pesquisadores, sendo suporte para futuros estudos no setor.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está organizado da seguinte forma, o primeiro e presente capítulo abordou
a introdução ao tema, trazendo a definição do problema e objetivos a serem alcançados,
justificativa e escopo do estudo. O segundo capítulo, abrange a revisão da literatura necessária
para a compreensão ao tema, dividido em tópicos que envolvem o conceito de work
engagement, a abordagem de segurança e produtividade da frota de caminhões, além de
finalizar com o levantamento dos principais estudos mais relacionados ao trabalho. O terceiro
capítulo compreende a metodologia utilizada no trabalho com a caracterização de todas as
etapas percorridas, assim como modelo teórico aderido, coleta e tratamento de dados. Por fim,
o quarto capítulo apresenta os resultados alcançados e o quinto e último capítulo compreende
as considerações finais deste estudo.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 22


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo irá abordar de forma inicial um levantamento de estudos contidos na


literatura sobre o tema, de forma a utilizar pesquisas já existentes como referencial e
investigação da lacuna existente como justificativa do trabalho. Em sequência, os conceitos
principais e chaves do tema: work engagement, segurança e produtividade serão caracterizados
e por fim será discorrido sobre aqueles estudos mais relacionados com o este trabalho.

2.1 LEVANTAMENTO DA LITERATURA

Foram estabelecidas algumas estratégias para a revisão bibliográfica do trabalho. Dessa


forma, foi utilizado as bases de pesquisas da Emerald, Google Scholar, Jstor, Science Direct e
Scielo, sendo como as mais abordadas na literatura. Além disso, não foi definido um horizonte
de tempo para seleção dos estudos, tendo em vista o conhecimento histórico e análise dos
primeiros que explorados e compartilhados.
Na finalidade de verificar as pesquisas que fazem abrangência ao tema de work
engagement, segurança e produtividade no transporte, foi realizado a combinação das palavras-
chave temáticas (com o operador booleano de inclusão ‘and’) e palavras clássicas de transporte:
logistics, transport e transportation, além de palavras relacionadas a gestão de frota:
management e fleet management.
Dessa forma, tem-se a relação dos estudos identificados conforme mostra a Tabela 2.1,
obtidos por meio da caracterização de cinco grupos (sendo a conciliação dos temas) e 24
combinações de termos de busca, aos quais foram buscados pela presença no título, resumo e
palavras-chave dos estudos nas bases de pesquisa, sendo o Google Scholar apenas no título
devido a abundância de resultados encontrados.

Tabela 2.1. Relação de estudos identificados.


(continua)
Base de Dados
Termos de busca Eme- Google Science Total %
Jstor Scielo
rald scholar Direct
Grupo
1. "work engagement" 2000 105000 107 494 612 108.213 80,4
A
2. “safety” and "transport" 179 2720 329 6993 134
3. “safety” and "transportation" 120 2580 394 4788 121
Grupo 4. “safety” and "management" and "transport" 43 187 27 848 16 20.460
15,2
B 5. “safety” and "logistics" 74 237 36 549 23
6. “safety” and "fleet management" 4 36 2 19 1
Grupo 7. “productivity” and "transport" 41 389 411 2499 80
5.450 4,1
C 8. “productivity” and "transportation" 35 308 150 733 48

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 23


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Tabela 2.1. Relação de estudos identificados.


(conclusão)
Base de Dados
Termos de busca Eme- Google Science Sciel Total %
Jstor
rald scholar Direct o
9. “productivity” and "logistics" 76 139 27 208 18
Grupo 10. “productivity” and "management" and
8 6 28 215 9
C "transport"
11. “productivity” and "fleet management" 2 5 5 10 -
12. “work engagement” and "safety" 62 98 2 27 6
13. “work engagement” and "productivity" 84 57 2 13 4
14. “work engagement” and " logistics " 2 1 - - 1
Grupo 15. “work engagement” and "transport" - 2 - - 1 365 0,3
D 16. “work engagement” and "transportation" 1 1 - - -
17.“work engagement” and "fleet management" 1 - - - -
18. “work engagement” and "cargo drivers" - - - - -
19. “work engagement” and “productivity” and
- - - 4 -
“safety”
20. “work engagement” and “productivity” and
- - - - -
“safety” and "logistics"
21. “work engagement” and “productivity” and
- - - - -
Grupo “safety” and "transport"
4 0,003
E 22. “work engagement” and “productivity” and
- - - - -
“safety” and "transportation"
23. “work engagement” and “productivity” and
- - - - -
“safety” and "fleet management"
24. “work engagement” and “productivity” and
- - - - -
“safety” and "management"
Total Geral 2.732 111.766 1.520 17.400 1.074 134.492 100
Fonte: Autor (2022).

Como percebido, com resultado obtido de apenas 0,003% dos estudos, são aqueles que
se relacionam com work engagement, produtividade e segurança, porém ainda sim, com lacunas
na literatura quando mencionado ligação à área de transporte, sem a presença de nenhum estudo
conforme os critérios e bases de pesquisas definidas.
Assim sendo, ressalta-se que foram selecionados aqueles estudos mais pertinentes ao
tema e problema de pesquisa. Além disso, a caráter de uma sistemática revisão de literatura,
sabe-se do extenso procedimento necessário à técnica ao qual neste trabalho não foi tratado
com rigor metodológico, pois foi adotado como foco e premissa o desenvolvimento em síntese
narrativa. Desse modo, mostrado apenas as estratégias e resultados de estudos presentes na
literatura para fins de identificação mais clara das oportunidades existentes de estudos.

2.2 WORK ENGAGEMENT

O conceito teve sua abordagem inicial com Kahn (1990) que por um estudo qualitativo,
identificou diferentes níveis que as pessoas possuem de si mesmo e suas implicações,

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 24


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

desenvolvimento de atividades e experiências no trabalho, de forma física, cognitiva e


emocional.
Work engagement é o desenvolvimento de atitudes que corroboram os funcionários a
trabalharem com entusiasmo e energia, sendo como motivação para a adesão de novas
responsabilidades (CHAN, 2019). Ademais, Guo e Hou (2022), classificam work engagement
como a ligação perfeita entre fatores, características e desempenho de trabalho para melhorar a
vantagem competitiva de uma organização.
Com significativa presença e atenção ao tema pelos autores, além do conceito mais aceito
na literatura, Schaufeli et al. (2002) definiram work engagement como um sentimento positivo,
estado motivacional e afetivo caracterizado pelo vigor, dedicação e absorção. Altos níveis de
energia, engajamento, entusiasmo e persistência ao enfrentar as dificuldades no trabalho
caracterizado pelo vigor, referindo-se à dedicação como forma de sentimento de inspiração,
orgulho e forte envolvimento no trabalho e a absorção sendo uma imersão completa do
funcionário no trabalho.
No entanto, work engagement difere de apenas uma mera satisfação no trabalho. Warr e
Inceoglu (2012) argumentam que a satisfação no trabalho é um estado passivo enquanto o work
engagement é considerado mais ativo. Por essa razão, Yalabik et al. (2017) definem a satisfação
no trabalho como um antecedente ao work engagement, visto que funcionários quando estão
satisfeitos em seu trabalho, passam de um estado emocional para a motivação e ativação,
trazendo como resultados maiores proporções de engajamento.
Dessa forma, o colaborador engajado com um estado ativo, motivado e energizado para
a superação de todas as barreiras ao longo de sua atividade, é agente impulsionador da
promoção de resultados maiores de produtividade. Lai et al. (2020) ressaltam que as
organizações precisam manter seus funcionários focados e garantir toda sua energia na
realização das tarefas para conseguir dessa forma manter altos níveis de produtividade e eficácia
funcional.
Nesse sentido, os funcionários com energia, paixão e senso de auto investimento,
realizam suas tarefas com uma perspectiva que traduz graus de desempenho maiores em suas
atividades ou até mesmo fora da função (BORST et al., 2020). Para Christian et al. (2011),
como os funcionários estão mais focados e vigilantes em suas tarefas, maior será o desempenho
na execução destas, sendo o engajamento positivamente relacionado à performance do
empregador.
Além do desempenho, indivíduos engajados desenvolvem maior percepção e atenção
frente a suas responsabilidades e foco por um período maior em seus papéis de trabalho,

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 25


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

gerando um quadro mental que as pessoas incluem uma dimensão mais ampla quanto aos seus
comportamentos, fazendo que estejam abertas e dispostas a seguir normas e procedimentos de
segurança no trabalho (RICH et al., 2010).
Zhang et al. (2021) discutem que funcionários com baixo engajamento no trabalho são
dificultadores da implementação de procedimentos de segurança por estarem distraídos,
fazendo com que ignorem as questões de segurança, além de não serem suporte ativos para
assistência de segurança aos colegas próximos de trabalhos ou organizações.
Sendo o tema inicialmente abordado na literatura, Kahn (1990) revela em uma das suas
três abordagens psicológicas diretas, os questionamentos que as pessoas fazem a si mesmo antes
da execução de uma atividade, sendo um deles a questão: quão seguro é realizar tal
trabalho/função?
De acordo com Huang et al. (2016), a respeito do clima de segurança, dado que à medida
que a organização se preocupa com o bem-estar de seus funcionários e investe em recursos de
trabalhos para proporcionar um ambiente de trabalho seguro, os mesmos retribuem com maior
engajamento em suas atividades, aplicado recursos pessoais para um maior desempenho.
Com isso, não manter um clima de segurança bem exposto e não promover o engajamento
de seus funcionários pode ser um risco de decadência à organização. Dados mostram ser uma
perda quanto a segurança, as organizações não manterem seus funcionários engajados.
Segundo Vance (2006), para a empresa cervejeira Molson Coors Brewing Company, a
cada funcionário engajado o custo médio de um incidente de segurança foi de US$ 63, em
detrimento de uma média de US$ 392 para funcionários não engajados. Ainda, mostra que os
funcionários engajados tinham cinco vezes menos probabilidades de ter um incidente de
segurança quando comparado ao não engajados. No mesmo ano a empresa economizou US$
1.721.760 em custos de segurança, além de melhorar o volume de vendas com o engajamento.
A Gallup, empresa de pesquisa norte-americana, em 2020, analisou a relação de taxa de
incidentes e outros fatores de segurança com o engajamento dos funcionários de 59
organizações, revelando que a correlação entre engajamento dos funcionários e segurança é
positiva e que conforme o estudo, unidades de negócio engajadas sofrem 64% menos incidentes
que menos engajadas (VANCE, 2006).
No setor de logísticas e transportes, Mumford (2019) retratou o work engagement como
fator intrínseco e extrínsecos aos motoristas de caminhões, relacionando o conceito com
satisfação e intenção de rotatividade na indústria de transporte, sendo a escassez e rotatividade
desses colaboradores como o problema geral dos negócios logísticos para empresas dos Estados
Unidos.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 26


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

No Brasil, retratando o setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), Penido et al.


(2021) enfatizam que o processo o engajamento dos motoristas está associado com o trabalho
em equipe, pois mesmo sendo o colaborador com atividades realizadas isoladas no interior de
um veículo, constitui parte na execução de processos logísticos estipulados por uma equipe,
ressaltando a importância da comunicação colaborativa no trabalho. Além disso, aborda sobre
a dificuldade de conquistar a confiança dos trabalhadores e sua relevância como antecedente na
criação de qualquer planejamento para o engajamento da equipe.
Embora seja subjetivo a medida de engajamento, Vance (2006) aborda que pode ser
mensurado por pesquisas de funcionários. Segundo Anselmini e Breitenbach (2015), a pesquisa
de clima organizacional é uma ferramenta eficaz para a melhoria do desempenho empresarial e
identificação do nível de satisfação dos membros da empresa, aprovada pelos colaboradores.
O conceito de work engagement torna-se relevante e enriquecedor para a psicologia
organizacional, possuindo inúmeras pesquisas populares com diversas relações significantes e
oportunidades a serem analisadas. Bakker e Albrecht (2018) ressaltam que a relação entre
liderança e work engagement vem sendo notada na literatura com possibilidades de
enriquecimento teórico e aplicabilidade gestora.
Contudo, quando referido sua aplicabilidade na logística ou operações de transportes, o
tema ainda é brevemente explorado na literatura, além de não ser encontradas pesquisas que
contemplem a associação entre gestão e produtividade da frota de caminhões. Tendo em vista,
este estudo visa contribuir ao tema para comunidade científica, concebendo uma análise e
relação do conceito work engagement com operações e gestão de transportes em uma indústria
de bebidas, considerando produtividade e segurança como fatores principais.

2.3 SEGURANÇA DAS OPERAÇÕES DE TRANSPORTES

Não somente o engajamento, mas a segurança no local de trabalho e recursos humanos


competentes são impulsionadores operacionais ativos para uma organização trabalhar com alta
performance e produtividade, além da redução de custos. Outrossim, as normativas empresarias
quanto à segurança na execução de atividades dos funcionários precisam ser detalhadas no
início de vínculo com a empresa e adotas como diretrizes obrigatórias. No entanto, tais
procedimentos operacionais padronizados de segurança quando não são seguidos, são a causa
dos acidentes de trabalho na indústria. (WICAKSONO et al., 2021).
Após a análise de uma série de aspectos que instigaram as ocorrências de acidentes no
trabalho por afetar a saúde física e mental dos trabalhadores, Schmidt (2006) retrata que a
pressão, seja ela decorrente do esforço ao realizar uma tarefa, pressão normativa, hierárquica

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 27


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

ou até mesmo pressão por produtividade, pode ser um elemento crítico quando se aborda
acidente de trabalho.
Sabe-se que o TRC, corresponde cerca de 56% da quantidade de acidentes de trabalho
por ano, sendo que no mesmo ano o total de acidentes fatais provocados pelo TRC foi de 2.096
de casos, fazendo que o setor chegasse ao primeiro lugar em quantidade de mortes de acidentes
de trabalho no Brasil (BRASIL, 2017).
Segundo a CNT - Confederação Nacional dos Transportes (2019), 33,1% é a
representação dos acidentes que envolveram ao menos um caminhão nas rodovias federais
brasileiras de todos ocorridos no período de 2007 a 2018, classificando somente os que tiveram
vítimas no mesmo período, o envolvimento com pelo menos um caminhão foi de 24,8% do
total de 756.732 ocorrências no território brasileiro. No ano de 2021, cerca de 16% das vidas
que foram perdidas em detrimento dos acidentes no país, estavam dentro dos caminhões.
São diversos os temas presentes na literatura, quanto à gerência da segurança
organizacional, apesar de algumas empresas ainda não fazerem usos das ferramentas e modelos
de gestão disponíveis. Zanko e Patrick (2012) retratam que a Occupational Health and Safety
(OHS) é cada vez mais abordada como preocupação operacional e estratégica fundamental às
organizações, representado em pesquisas com diversos conjuntos e orientações de práticas
voltadas para uma boa gestão de segurança.
Na mesma linha, outro conceito similar é o de Safety Behavior6, abordado por Neal e
Griffin (2000) como a essência para manter a segurança nas atividades dos funcionários de
forma geral e em conjunto com a participação voluntária nos programas e reuniões de
seguranças.
Nævestad et al. (2018) aplicaram o Occupational Safety Management (OSM) ao qual foi
definido como a combinação de medidas formais e informais para se chegar a segurança
organizacional. A Australian Trucking Association propôs um sistema capaz de realizar a
gestão completa da frota de caminhões e riscos para o aprimorar a segurança e modelo de
negócio do ramo, sistema denominado TruckSafe7 (WALKER, 2012).
Assim, tais mecanismos como soluções ou a busca por melhoria nos processos relativos
à segurança, tornam-se importantes, pois o setor de transportes rodoviário de cargas é
constituído por altos índices de mortes em acidentes de trabalho, sendo considerado como
atividade que abrange uma série de riscos para as ocorrências.

6
Relativo ao comportamento em detrimento às normas de segurança do trabalhador.
7
Sistema de gestão e risco para melhoria da segurança dos trabalhadores atuantes na operação de transportes com
caminhões.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 28


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Moraes et al. (2019) ressalta que ainda existe a falta de pesquisas brasileiras para a análise
de formação e treinamentos aos motoristas de caminhões para que se desenvolva na promoção
da segurança em sua jornada de trabalho, instigando a aplicação voltada aos temas de atitudes
do condutor, direção defensiva, legislação, controle do veículo e comunicação.
Ademais, a gestão, sistemas, estruturas e cultura de segurança fazem significância para a
redução dos acidentes e operação do transporte rodoviário em indústrias, assim como a
tecnologia para a gestão de frotas e acompanhamento organizacional por meio do
monitoramento da condução de modo a verificar o estilo de condução, falhas e comportamentos
registrados em períodos específicos (NÆVESTAD et al., 2018).
Estudos estão presentes na literatura envolvendo as causas dos acidentes, segundo CNT
(2019), os riscos para as ocorrências dos acidentes com caminhões são as grandes distâncias
percorridas, cumprimento de prazos, dificuldades de planejamento, falta de descanso, excesso
de confiança, excesso de peso das cargas, condição do veículo, excesso de velocidade,
deficiências na formação de motoristas, falta de atenção, mal súbito, sono, problemas de saúde
dos caminhoneiros e infraestrutura precária.
Os riscos em segurança viária são abordados como fatores que contribuem ou instigam a
ocorrência de um acidente e estão relacionados com os motoristas, veículos, estrada e ambiente
rodoviário, trabalho ou organização. Nævestad et al. (2018) ressalta que o motorista é o
principal fator de risco nas ocorrências de acidentes rodoviários, dentre sete estudos verificados.
Assim sendo, com intuito de monitorar esses riscos associados, a empresa abordada neste
estudo determina alguns indicadores de risco cuja os dados são coletados por meio de uma
câmera localizada no interior da cabine do caminhão para fiscalizar as atitudes deste
colaborador durante sua jornada de trabalho.
Acredita-se que tais parâmetros tornam-se significativos para supervisionar as operações
de transportes na esfera da segurança para que não aconteça nenhum acidente ao motorista,
sendo eles classificados como sonolência, distração, telemetria, contidos nas Equações (1), (2)
e (3), respectivamente.

(4 × 𝑆𝑜𝑛𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑁1) + (5 × 𝑆𝑜𝑛𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑁2)


𝑆𝑜𝑛𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = (1)
𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 × 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜

Em que:
𝑆𝑜𝑛𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑁1: pálpebras fechadas até 1,5 segundos
𝑆𝑜𝑛𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑁2: pálpebras fechadas acima de 1,5 segundos

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 29


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

(5 × 𝐶) + (2 × 𝐹) + (5 × 𝑂𝑐) + (2 × 𝑂𝑁1) + (5 × 𝑂𝑁2) + (4 × 𝐹𝑀)


𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = (2)
𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 × 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜

Em que:
𝐶: uso de celular ao dirigir
𝐹: fumando ao dirigir
𝑂𝑐: oclusão (cobrimento) da câmera
𝑂𝑁1: olhando para baixo até 1,5 segundos
𝑂𝑁2: olhando para baixo acima de 1,5 segundos
𝐹𝑀: face missing (ausência de face do motorista)

(5 × 𝑉𝑀30) + (4 × 𝑉𝑀20) + (3 × 𝑉20)


𝑇𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 = (3)
𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 × 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜

Em que:
𝑉𝑀30: excesso de velocidade acima de 30% da permitida no trecho
𝑉𝑀20: excesso de velocidade acima de 20% da permitida no trecho
𝑉20: excesso de velocidade até de 20% da permitida no trecho

Para caracterização da segurança de modo mais abrangente e unificado, tem-se o índice


de segurança pela Equação (4) como a soma de todos os parâmetros anteriormente calculados:

Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 = 𝑆𝑜𝑛𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 + 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑎çã𝑜 + 𝑇𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 (4)

A Equação (4) descrita é parâmetro fundamental para este trabalho, dado que será
utilizada ao decorrer da metodologia do estudo para conquistar o objetivo estipulado de analisar
a relação entre engajamento dos motoristas, produtividade da frota fixa e segurança de uma
indústria de grande porte com operação de transportes e logística.
Desse modo, faz-se significante a análise do comportamento de segurança dos motoristas
para que se identifique alternativas e fatores organizacionais que corroboram para o risco do
trabalhador a fim de serem mitigados.
A remuneração surge como recompensa das excessivas jornadas e quantidades de viagens
exercidas pelos condutores. Mooren (2016) retrata a relação entre o comportamento do

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 30


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

motorista e resultados de segurança com o método de pagamento, sendo o pagamento por


produtividade como compensação financeira adotada, pelo volume transportado,
quilometragem percorrida ou lucro por frete.
Contudo, Fragoso Junior et al. (2019) aborda que pagamento por produção, além de
fadiga, sonolência, cansaço físico e mental, corroboram para os acidentes de trabalho dos
motoristas, segundo pesquisas nacionais e estrangeiras. Além disso, Paulucci (2020) ressalta a
relevância da falta de manutenção e verificação de excesso de carga dos caminhões, pois isso
contribui para o desgaste excessivo dos freios, podendo haver a perda total do sistema e
resultando em graves colisões
Segundo Bacchieri e Barros (2011), 76% dos motoristas de caminhões para atender às
demandas e prazos impostos nas entregas de transporte, confirmaram o uso de anfetaminas, que
também contribuem como empecilho à momentos de descansos dos trabalhadores.
Ademais, as pressões relacionadas ao tempo, além do consumo de substâncias químicas
fazem com que os condutores tomem atitudes de descumprimento aos regulamentos impostos
por estarem sob fadiga e exaustão emocional (KEMP et al., 2013).

2.4 PRODUTIVIDADE DA FROTA DE CAMINHÕES

Uzondu (2013) define produtividade como o alcance do nível mais alto de desempenho
com menor gasto de recursos. Além de ressaltar que para níveis corporativos, a produtividade
é vista com relevância e preocupação, sendo o principal indicador de eficiência utilizado para
fins de comparação com concorrentes no mercado mundial.
No setor transporte rodoviário de cargas, sendo o modo mais explorado no Brasil, tem
sua relevância notória ao impactar financeiramente na operação, pois pode significar dois terços
dos custos logísticos totais (MARTINS; XAVIER, 2011). Assim, para as organizações
manterem em posições de competitividade, é necessário a ligação entre redução de custos,
aumento de níveis de serviço e produtividade de modo a se alcançar a eficiência nos processos
logísticos (GATH et al., 2016).
Esses processos são presentes ao longo das diversas etapas da cadeia de suprimentos,
desde a gestão do fornecimento de insumos e matérias-primas, passando pela fabricação do
produto e sua distribuição, sendo elas compreendidas de forma geral na Figura 2.1. Além disso,
oportunidades no controle e disponibilização a informações pelo incremento de tecnologia na
cadeia de suprimentos, proporcionam as organizações um cenário dinâmico para atuarem de
forma gerencial em todo o fluxo da cadeia, assim como a flexibilidade em detrimento a
estratégia de competição do negócio.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 31


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Figura 2.1. Fluxo da cadeia de suprimentos.

Fonte: Autor (2022).

O transporte rodoviário de cargas faz parte da logística de distribuição, sendo de


relevância o planejamento e administração dessa etapa final, compreendida desde o
carregamento do produto acabado até sua entrega no cliente, pois impactam na produtividade
das atividades que geram consequências no dimensionamento da frota, manutenção, tempo de
fila para carregamento e descarregamento, distância e tempo de deslocamento, dentre outros.
(LISBÔA, 2019).
Nesse sentido, a produtividade pode ser medida pelo volume de carga transportada por
cada hora efetiva da operação, sendo a produtividade horária como soma de todos os tempos
necessários para o caminhão transportar uma carga de sua origem ao seu destino, envolvendo
nesse meio termo, tempos fixos e tempos variáveis dos processos, então sendo assim definido
no total como ciclo produtivo do transporte (LISBÔA, 2019).
Ademais, existem várias formas para a aferição da produtividade no transporte rodoviário
de cargas, caracterizada também por indicadores de performance, sendo a racionalidade do
tempo operacional um dentre os modelos para estimação da produtividade, dado em
porcentagem, como mostra a equação (1). Assim, pelo indicador é permitido realizar a avaliação
das rotas, determinação de tempo excessivos no carregamento e descarregamento, além da
identificação do tempo em que a frota está realmente rodando (SILVA, 1999).

𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠)


𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = (5)
𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 × 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 (ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠)

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 32


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Se tratando de propostas e gestão da produtividade de frota, no âmbito da redução de


custos e circulação das mercadorias, sendo como primeira premissa do transporte a otimização
das etapas, deve buscar a promoção da diminuição dos tempos de movimentação dos produtos
para que se alcance um aumento no volume em um mesmo período (CAMILO, 2016).
Murphy e Wimer (2007) mostram que para o controle da produtividade e custos de
caminhões deve-se realizar ajuste no sistema geral, visto que os fatores se afastam do planejado
a se realizar. Além disso, desenvolveram uma planilha gerencial que permite aos gestores o
controle, planejamento e auxílio na tomada de decisões para otimização de custos e
produtividade, sendo os conceitos intrinsecamente relacionados.
Uzondu (2013) desenvolveu uma pesquisa descritiva com estatísticas inferenciais e
afirma que as práticas de planejamento, treinamento e desenvolvimento da gestão de recursos
humanos, relacionando dois inputs (entradas) principais: pessoas e tecnologia, e que tais fatores
contribuem para o aumento da produtividade e desempenho da indústria de transportes.
Contudo, problemas são enfrentados na linha de frente do setor para se manter níveis altos
de desempenho, Apostolopoulos et al. (2011) abordam que os motoristas enfrentam um
ambiente psicossocial que designa diversos sintomas negativos como ansiedade, tensão,
angústia e depressão, proporcionados por longas e exigentes jornadas de trabalho.
Ainda insatisfeitos, os mesmos desgastados pelo ambiente psicossocial, são impactados
no desempenho de suas atividades, fazendo que a produtividade diminua de forma que
absenteísmo e presenteísmo aumentam. Sendo que para o absenteísmo, caracterizado como a
falta do profissional ao trabalho e para o presenteísmo como a presença do corpo, mas com a
ausência da mente e falta de capacidade na execução de tarefas pelo profissional.

2.5 ESTUDOS MAIS RELACIONADOS AO TRABALHO

No Quadro 2.1 consta os estudos na literatura com sua definição de objetivos, tipo de
metodologia utilizada e resultados alcançados, sendo as abordagens às quais mais se relacionam
com os três conceitos objetos desse estudo, work engagement, segurança e produtividade.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 33


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Quadro 2.1. Relação de pesquisas envolvendo os três conceitos chaves do trabalho.


(continua)
Autor Objetivo do estudo Metodologia Resultados Alcançados
(GÂNDARA; Analisar a relação entre a Levantamento de dados em campo A satisfação no trabalho foi
DA CRUZ, satisfação de motoristas com um questionário de modelo caraterizada com relação positiva e
2019) de caminhões com MSQ (Minnessotal Satisfaction significativa para a produtividade dos
produtividade da frota. Questionary) com 20 afirmações caminhões, pois mais satisfeito estiver
para análise de satisfação no o motorista, maior é sua
trabalho com respostas em escala quilometragem percorrida no mês,
Likert. Os resultados foram além de outro fator com relação
validados por meio da análise positiva de quanto maior os anos de
fatorial e relacionados com a experiência do motorista, maior
produtividade da frota por uma também será a produtividade.
regressão linear múltipla.
(WEI et al., Identificar, avaliar e Revisão Sistemática baseada na Com a revisão foi identificado que o
2018) resumir as principais diretriz Preferred Reporting Items engajamento dos enfermeiros são a
pesquisas relacionadas ao for Systematic Reviews and Meta- base para a segurança do paciente e
ambiente de trabalho do Analyses (PRISMA), utilizando as qualidade na prestação do serviço,
setor de enfermagem dos bases de dados MEDLINE via servindo como retorno e viabilidade
Estados Unidos (EUA) PubMed, CINAHL , PsycINFO , financeira às organizações, não
entre 2005 a 2017, sendo Nursing and Allied Health somente com o nível de serviço
como facilitador de (ProQuest) e a Cochrane oferecido aos clientes, como pela força
caminhos para melhoria Library(CENTRAL, Banco de de trabalho e desempenho de
do ambiente de trabalho Dados Cochrane de Revisões produtividade da enfermagem frente a
do ramo. Sistemáticas e DARE) para a um ambiente de trabalho saudável.
pesquisa. Após realização dos Algumas estratégias propostas
critérios de inclusão/exclusão voltadas à cultura de ambiente de
foram selecionados cinquenta e trabalho saudável, sendo um dos
quatro estudos. fatores retratados nas estratégias
voltadas à perspectivas do enfermeiro
relacionadas ao work engagement do
profissional. Envolvendo os líderes,
necessitando que eles atuem como
inspiração, compromisso, disposição,
motivando e engajando os
enfermeiros. Por fim, às organizações
cabe o direcionamento claro dos
objetivos da empresa, bem como
empoderamento, valorização e
transformação para que os
funcionários se sintam parte do todo.
(WHITEOAK; Analisar o Desenvolvido em duas fases de Os resultados da pesquisa mostraram a
MOHAMED, posicionamento e visão pesquisa, sendo a primeira uma definição de 15 temas abordados nos
2016) dos trabalhadores da linha investigação qualitativa aplicada grupos focais sobre a percepção de
de frente da indústria de em 6 sessões de 60 a 90 min para segurança no trabalho. Além disso, foi
asfalto e pavimentação um grupo específico de 27 possível a identificação de temas do
australiana sobre fatores supervisores, em que foi abordado ambiente externo significativos para a
que trazem efeito nas suas por uma metodologia de campo de experiência de segurança do
próprias percepções de força para os participantes trabalhador na linha de frente, sendo:
segurança no trabalho. identificarem as causas dos as mudanças irregulares de turno;
acidentes escrevendo em um climas temporais ruins, mudanças de
quadro as possíveis causas para o processos feitas em última hora; e
acontecimento. Se tratando da instruções ruins. O autor conclui que
segunda fase, foi realizada uma aumentar o engajamento dos
pesquisa de campo com 207 trabalhadores, tendo como foco
trabalhadores da linha de frente da somente engajar ou melhorar a
indústria para retratar as variáveis satisfação por si só não basta, trazendo
que fossem relacionadas ao resultados improdutivos. No entanto,
enfrentamento do tédio por meio alternando o foco para a melhoria da
da visão de mundo dos mesmos. segurança tática da indústria, torna-se
possível aumentar não somente níveis
de produtividade como de
engajamento dos trabalhadores
consequentemente.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 34


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Quadro 2.1. Relação de pesquisas envolvendo os três conceitos chaves do trabalho.


(conclusão)
Autor Objetivo do estudo Metodologia Resultados Alcançados
(BARNAS, ThedaCare, hospital e Como havia sido aplicado e A ferramenta de suporte e melhoria
2011) comunidade de saúde realizado um programa de BPS foi eficaz permitindo uma nova
localizado em Wisconsin, melhoria de sistemas, ThedaCare gestão ativa, estruturação e estratégias
Estados Unidos, fez uso Improvement System (TIS), após bem definidas para utilização dos
durante muito tempo de identificação de oportunidades líderes e equipes. Os resultados
ferramentas lean para otimizar ainda mais os mostraram que a companhia alcançou
manufacturing, teve processos, foi desenvolvido o o mais significativo indicador, a
melhoras nos primeiros Business Performance System™ produtividade, com a melhoria de
cinco anos na qualidade e (BPS), que inicialmente foi um desempenho entre os anos 2008 e 2009
redução de desperdício, piloto que aprendia a ver os de 10%, além do alcance em 2010 de
porém nos anos seguintes problemas e depois resolvê-los. 85% dos fatores de segurança e
não estavam mais Após a finalização do sistema, foi qualidade das unidades e 83% para os
atendendo as metas de implementado em 6 unidades de engajamento dos funcionários.
produtividade. Assim, o durante 15 semanas, que foi
objetivo do estudo foi denominado como fase alfa, logo
desenvolver um sistema mais para 12 unidades na fase beta,
de gestão que fosse até chegar ao nível da diretoria.
adequado às técnicas lean
de melhoria contínua e
que abordassem uma
sequência dia a dia e hora
a hora para o
desenvolvimento dos
processos.
Fonte: Autor (2022).

Retratando de forma concisa o estudo de Gândara e Da Cruz (2019), em que abordaram


tema com grande relação ao deste trabalho, ao qual mostraram a ligação de satisfação dos
motoristas de caminhões com a produtividade de sua frota, contudo algumas diferenças devem
ser esclarecidas.
A princípio o conceito de satisfação no trabalho como abordado no referencial teórico,
se qualifica como um estado passivo e antecedente ao work engagement, este por usa vez
mostra-se como estado ativo e motivador, sentimento positivo e altos níveis de energia,
provocados pelo vigor, dedicação e absorção, assim o engajamento mostra sua diferença quando
comparado com uma mera satisfação no trabalho.
Nesse sentido, também se retrata a essa distinção no levantamento de dados, uma vez
que a pesquisa de clima – modelo seguido para a aplicação do questionário – se encaixa com
significante e poderosa ferramenta sobre a percepção dos funcionários ao ambiente de trabalho
em que se busca entender o ponto de vista do colaborador para o desenvolvimento estratégico
e melhoria de aspectos.
Além disso, uma das recomendações de Gândara e Da Cruz (2019) para trabalhos
futuros, devido às limitações encontradas, será contemplada nesse presente estudo. Foi feita a
relação de apenas um fator latente na avaliação de satisfação dos motoristas por Gândara e Da

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 35


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Cruz (2019). No entanto, para este trabalho, a percepção do engajamento dos motoristas vai ser
analisada mediante a correlação de diversos fatores latentes por meio do modelo teórico de
equações estruturais.

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Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

3 METODOLOGIA

O presente capítulo aborda a metodologia empregada, constando o método e


procedimento científico utilizado, tipo de pesquisa, abordagem e estrutura do modelo teórico
com o intuito de se atender os objetivos geral e específicos deste estudo. A próxima seção
contempla de forma clara todas as etapas metodológicas que devem ser seguidas ao longo do
trabalho, sendo cada uma delas descritas e caracterizadas.

3.1 PROCEDIMENTO CIENTÍFICO

O método científico adotado para o trabalho foi o hipotético-dedutivo, criado por Karl.
R. Popper em que se discorreu sua definição no livro A lógica da investigação científica, tem
início com a identificação de uma lacuna ou problemática e partir disso para explicá-las são
formuladas hipóteses que serão verificadas por um processo de inferência dedutiva, testando
ou falseando as consequências geradas, tendo como foco a determinação de evidências
empíricas para falsear as hipóteses em questão (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Dessa forma, para os procedimentos científicos deste estudo, foi seguido o modelo de
investigação descrito por Quivy e Campenhoudt (2005), com algumas adaptações para o estudo
em questão, como o acréscimo de uma etapa de referência bibliográfica (Etapa 4) e a colocação
da coleta de dados como etapa anterior à construção do modelo teórico em que se é
esquematizado na Figura 3.1.

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 37


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Figura 3.1. Procedimento científico adapatado para o estudo.

Fonte: Autor (2022).

Quivy e Campenhoudt (2005) abordam que uma investigação científica não é mecânica,
ou seja, não atua isoladamente e pode ser dinâmica. Assim, mesmo adotando uma sequência de
setas, sendo a representação de um fluxo contínuo, ao modelo adaptado da Figura 3.1, algumas
etapas podem ser retornadas às anteriores com a retroalimentação e modificações, remodelando
as etapas sucessivas por consequência.

3.2 RUPTURA

A bagagem teórica e experiência em determinadas áreas venham a se tornar armadilhas


para o rompimento de barreiras tendo em vista o constante desenvolvimento, mudanças e
evolução do que se conhece e estuda, assim a ruptura surge nesse contexto como sendo a quebra
do preconceito e falsas evidências, é o primeiro ato constitutivo do procedimento científico
(QUIVY; CAMPENHOUDT, 2005).
Nesse grupo estão presentes as duas etapas iniciais, aos quais foram a definição do tema:
motivação na escolha devido à atuação profissional com projeto de estágio na área e busca de

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 38


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

embasamento científico; e exploração: que consiste na busca por meio da leitura e dados
exploratórios que corroboram para familiarização ao tema e busca da problematização.

3.3 CONSTRUÇÃO

No grupo de construção são elencadas mais três etapas, em que após exploração (Etapa
2) foram definidos a problemática e objetivos para o trabalho, caracterizando a Etapa 3. Com
isso, constando os conceitos e objetos de estudo a serem seguidos parte-se para revisão
bibliográfica, sendo a Etapa 4, prosseguindo para a Etapa 5, classificada como a coleta de dados

3.3.1 Coleta de Dados

Para este estudo o levantamento de dados, tendo em vista que o problema especifica a
atuação do estudo, foi feito por uma pesquisa de campo que se investiga empiricamente, fatos
e acontecimentos reais, como também o uso de dados secundários da empresa foco deste estudo.
Dessa forma, foi desenvolvido um questionário eletrônico com perguntas em modelo à
pesquisa de clima (ANEXO A) feita em anos anteriores pela transportadora terceirizada e
aplicado no início do mês de junho de 2022, para obtenção de dados referentes à avaliação do
engajamento dos motoristas, retratando uma técnica direta e abordagem qualitativa dos dados
primários obtidos,
Referente aos outros dados necessários para este trabalho, trata-se de uma técnica indireta
com dados secundários de pesquisa e com análise quantitativa, referindo-se à produtividade da
frota fixa e segurança de transportes obtidos via sistemas da indústria objeto do estudo em
relação ao mês de maio de 2022.

3.4 CONSTATAÇÃO

O terceiro eixo ou grupo das etapas de pesquisa corresponde a constatação, caracterizando


como a forma de comprovar os fatos e informações da realidade com o intuito da proposta de
pesquisa obter o estatuto científico (QUIVY; CAMPENHOUDT, 2005).
Antes de iniciar a Etapa 6, construção do modelo teórico, como abordagem primária ao
grupo de constatação, torna-se relevante que mediante o levantamento teórico na literatura é
possível a criação de hipóteses que fazem relação aos conceitos principais deste trabalho: Work
Engagement (WE), Produtividade (P) e Segurança (S).
Desse modo, com perspectiva do modelo hipotético-dedutivo, define-se a primeira
hipótese (H1) como a associação positiva entre WE e P, em que quanto maior o engajamento
do motorista, maior será a produtividade do mesmo. No mesmo sentido, para segunda hipótese

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 39


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

(H2) estabelece como relação positiva os conceitos de WE e S, quanto maior o engajamento do


motorista, também maior será sua percepção e aderência às normas de segurança da empresa,
tais conexões são mostradas no esquema da Figura 3.2.

Figura 3.2. Definição e relação de hipóteses com os conceitos objeto de estudo.

Fonte: Autor (2022).

3.4.1 Análise Fatorial

A análise fatorial sendo definida como procedimento psicométrico, se posiciona com


frequência seja na criação de teorias, revisão e avaliação de instrumentos psicológicos (LAROS,
2005). Também com constância, e principalmente no âmbito das ciências humanas e sociais, se
procura mensurar fenômenos ou fatores que não são a princípio diretamente observáveis,
denominados de variáveis latentes ou fatores latentes.
Nesse sentido, a análise fatorial tem o objetivo de compreender os padrões e relações
desses conjuntos latentes com grande número de variáveis e buscar nesse meio termo, a redução
para um grupo menor de fatores (MATOS, 2019). Assim, sendo possível a associação de um
número grande dos pares de variáveis, a depender dos dados que se estuda, fica viável a
organização das correlações dos pares por meio de uma matriz denominada Matriz R.
A matriz de covariância (Matriz R) corresponde a uma matriz quadrada que pelas
associações a diversas variáveis possui suas respectivas variâncias e covariâncias. Em sua
diagonal, são presentes os desvios das variáveis e os elementos não pertencentes a diagonal,
compreendem as covariâncias entre os pares de variáveis (CARVALHO et al., 2020).
A Figura 3.3 representa um exemplo de Matriz R, e como identificado existem dois
grupos aos quais foram classificados como Fator 1 e Fator 2, que correspondem a um grupo de
variáveis que possuem correlações altas e por isso foram agrupadas, respondendo ao intuito da
análise fatorial na redução das variáveis em um conjunto específico inter-relacionado menor
(MATOS, 2019).

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 40


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Figura 3.3. Exemplo de matriz de covariância (Matriz R).

Fonte: Matos (2019).

Após formulação da matriz de covariância, realiza-se a extração de seus dados para a


Análise de Componentes Principais (PCA), que possuem o mesmo objetivo na redução de itens
a um menor número de variáveis, no entanto, ressalta-se que a PCA está inclusa tanto variância
comum aos itens analisados como variância específica que está mostrado na Figura 3.4 abaixo
para melhor compreensão, como exemplificação para melhor entendimento das variâncias entre
três itens supostos (DAMÁSIO, 2012).

Figura 3.4. Definição de variâncias entre três itens diferentes.

Fonte: Damásio (2012).

Para realização das componentes principais os seguintes passos são necessários


(CARVALHO et al., 2020):

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 41


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

• Obtenção dos dados ou vetores de dimensão n;


• Cálculo das variâncias, ou seja, quão distante cada valor do conjunto está do valor médio
da amostra e sua representação em matriz de covariância, pela média do produto de cada
variância pela própria matriz;
• Calcular os autovalores e autovetores da matriz de covariância;
• Arranjar os autovalores e autovetores entre si, de modo que o elemento (0,0) seja
correspondente ao maior autovalor até que a última linha corresponda ao menor
autovalor, de acordo com a matriz transformada de Hotelling.

A componente principal corresponderá à associação entre o maior autovalor com o


autovetor para o conjunto de dados analisados, correspondendo ao relacionamento mais
significativo do conjunto de dados (CARVALHO et al., 2020).
A formulação para as componentes principais é dada pela Equação (6), que representa
a equação de autovalores (eigenequation), sendo R a matriz de covariância das variáveis, V o
autovetor (eigenvector) denominado também como vetor latente da matriz R e 𝜆 o autovalor
(eigenvalue) denominado de raiz latente da matriz R:

𝑅𝑉 = 𝜆𝑉 (6)

Os autovalores (𝜆) são calculados pelo determinante segundo a Equação (7) abaixo:

𝑑𝑒𝑡(𝑅 − 𝜆𝐼) = 0 (7)

Sendo I a matriz identidade e exemplificando R com duas variáveis na matriz R, tem-


se:
1 𝑟12 1 0
𝑅=[ ] 𝑒𝐼=[ ] (8)
𝑟21 1 0 1

Substituindo as matrizes na Equação (9),

1 𝑟12 1 0
𝑑𝑒𝑡 ([ ]−𝜆[ ])=0 (9)
𝑟21 1 0 1

Resolvendo-se a Equação (9), tem-se a expressão para cálculo dos autovalores:

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Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

𝜆2 − 2𝜆 + (1 − 𝑟12 2 ) = 0 (10)

Agora para o cálculo dos autovetores, sendo D uma matriz de variância/covariância e V


uma matriz de autovetores, considera a seguinte equação:

(𝐷 − 𝜆𝐼)𝑉 = 0 (11)

Expandindo a expressão, temos:

𝑎 𝑏 1 0 𝑣1
([ ]−𝜆[ ]) [ ] = 0 (12)
𝑐 𝑑 0 1 𝑣2

Por fim, temos a forma final para cálculo de autovetores:

𝑎−𝜆 𝑏 𝑣1
[ ] [𝑣 ] = 0 (13)
𝑐 𝑑− 𝜆 2

Para toda metodologia estatística existem testes para garantia da qualidade dos
resultados obtidos (CARVALHO et al., 2020). Assim, para avaliação dos fatores que foram
extraídos fez-se o teste de esfericidade de Bartlett para a verificação de que não haja relação
entre nenhuma das variáveis do conjunto de dados, ou seja, a matriz de covariância é uma matriz
identidade, os valores fora da diagonal são iguais a zero devido à falta de relacionamento entre
as variáveis.
Para facilitar a interpretação dos fatores e com o objetivo de encontrar uma solução mais
simples, tendo em vista que cada variável tenha alta carga fatorial em poucos fatores ou apenas
em um exclusivo, é necessário a rotação dos fatores. Sucedem duas ordens para a rotação dos
fatores, ortogonais ou oblíquas, além de vários métodos existentes na comunidade científica.
Para isso, o presente estudo fará aplicação do método varimax, característico de uma rotação
fatorial ortogonal.
Segundo Damásio (2012), o método varimax é frequentemente utilizado por
pesquisadores e se apresenta bem-sucedido dentre as ordens ortogonais. Para o método
varimax, considera-se que a simplicidade de um fator ou como maior facilidade de
interpretação, quando o mesmo atinge o máximo de variância. Criado por Kaiser (1958), o
método define como critério de máxima simplicidade de uma matriz fatorial completa, quando
se maximiza a soma dessas simplicidades ou casos de facilidades de interpretações, ou seja, a

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Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

variância dos fatores alcançando o valor máximo. Com isso, a Equação (14) abaixo é a
formulação matemática do modelo, dado que a mesma seja maximizada pelas cargas dos fatores
finais (HONGYU, 2018).

𝑝 𝑝 2
𝑚 𝑚 2 𝑚
1 𝑎𝑗𝑘 2 1 𝑎𝑗𝑘 2
𝑉 = ∑ 𝑆𝑘 2 = ∑ ∑ ( 2 ) − 2 ∑ (∑ 2 ) (14)
𝑝 ℎ𝑗 𝑝 ℎ𝑗
𝑘=1 𝑘=1 𝑗=1 𝑘=1 𝑗=1

A expressão é simplificada, pela multiplicação por 𝑝2 , de modo que tal operação não
interfere no processo de maximização, e se tem a Equação (15), caracterizada como critério de
varimax por Kaiser.
𝑝 𝑝 2
𝑚 4 𝑚
𝑎𝑗𝑘 𝑎𝑗𝑘 2
𝑉 = 𝑝 ∑ ∑ ( ) − ∑ (∑ 2 ) (15)
ℎ𝑗 ℎ𝑗
𝑘=1 𝑗=1 𝑘=1 𝑗=1

Em prosseguimento, para o cálculo do score fatorial, à medida que se tem a extração de


fatores e resultados da matriz de cargas fatoriais, foi realizado pelo método de regressão exata
e intermédio da correção de Barttlet.
As regressões exatas ou pontuação fatorial, definem combinações lineares das variáveis
observadas a partir dos parâmetros estimados da análise fatorial para que assim sejam obtidas
pontuações fatoriais. Para isso, o método de Thomson estima tais pontuações dos fatores pela
multiplicação da matriz de carga fatorial (Λ), matriz inversa de covariância e vetor de dados de
interesse (𝑦𝑖 ) como definido na Equação (16) (CARVALHO et al., 2020).

̂𝑖 Thomson = Λ ′ ∑−1 𝑦𝑖
𝑓 (16)

Para correção do viés contido nas médias dos fatores pelo método de Thomson (1935),
o método de Bartlett (1937) é utilizado pelo produto de uma matriz de carregamento de fator
(Λ), matriz de covariância de fator (Φ) e uma matriz de covariância residual (Ψ), representado
pela Equação (17) (CARVALHO et al., 2020).

̂𝑖 Bartlett = (Λ ′Φ−1 Λ)−1 Λ′Ψ−1 𝑦𝑖


𝑓 (17)

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Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Por fim, para avaliar a confiabilidade da estrutura foi utilizado o delineamento


transversal por meio do indicador Alfa de Cronbach. Damásio (2012), mostra que o método é
frequentemente abordado em estudos transversais.
O indicador varia entre 0 e 1, sendo classificado como excelente acima de 0,90 e
inaceitável abaixo de 0,50, possuindo como objetivo a qualificação do grau de relacionamento
dentre os itens de uma matriz de dados, sendo calculado pela Equação (18) (DAMÁSIO, 2012).

𝑝×𝑟
𝛼= (18)
[1 + (𝑝 − 1) × 𝑟]

3.4.2 Regressão Censurada pelo Modelo Tobit

Greene (2012) indaga que para um conjunto de dados censurados, a amostra é comportada
na combinação de distribuições discretas e contínuas. São diversas as áreas que fazem
abordagem e pesquisas com a utilização de estimação de um modelo de regressão em que uma
variável dependente é considerada limitada ou podendo-se dizer censurada, sendo que para esse
tipo de regressão muito se desenvolve o modelo Tobit (ARELLANO-VALLE et al., 2012).
O modelo de regressão Tobit foi criado por James Tobin, em 1958, investiga a relação
entre uma variável dependente não negativa e variáveis independentes. Dessa forma, se tratando
da análise de fatores de segurança e horas produtivas da frota de transportes, considera-se que
tais variáveis devem ser censuradas em 0, ou seja, não assumem valores negativos e além de
não possuir comportamento linear, consequentemente razão de adoção do modelo Tobit
censurado.
Sendo 𝑦𝑖 ∗ uma variável latente caracterizada como não observável com outras variáveis
𝑋𝑖 independentes, 𝛽 como o vetor de parâmetros a serem estimados e o acréscimo de um erro
𝜀𝑖 , tem-se a formulação geral do modelo de Tobit em termos da função índice (GREENE, 2012):

𝑦𝑖 ∗ = 𝑋𝑖 𝛽 + 𝜀𝑖 (19)

Existem intervalos em que a variável latente dependente 𝑦𝑖 ∗ é censurada, podendo ser à


esquerda, à direita ou em ambos os lados, à medida que neste último caso existe a possibilidade
da definição de qualquer número correspondendo ao limite inferior ou superior, conforme a
Equação (20) (HENNINGSEN, 2010):

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia de Transportes Universidade Federal de Goiás 45


Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

𝑎, 𝑦𝑖 ∗ ≤ 𝑎
𝑦𝑖 = { 𝑖 ∗ ,
𝑦 𝑎 < 𝑦𝑖 ∗ < 𝑏 (20)
𝑏, 𝑦𝑖 ∗ ≥ 𝑏

Para o presente estudo, a variável dependente não é censurada no limite superior, ou seja,
𝑏 = ∞ e para o limite inferior 𝑎 = 0, assim, dado a Equação (21):

0 , 𝑦𝑖 ∗ ≤ 0
𝑦𝑖 = { ∗ (21)
𝑦𝑖 , 𝑦𝑖 ∗ > 0

Sendo a distribuição censurada no lado esquerdo por um valor 𝑎 constante, considerando


uma variável contínua em y, tem-se a Equação (22), como função densidade de probabilidade
f(y) (MACAMBIRA, 2014):

𝑓(𝑦) = [𝑓(𝑦 ∗ )]𝑑𝑖 [𝐹(𝑎)]1−𝑑𝑖 (22)

Logo, aquelas observações sendo menores ou iguais ao valor limite 𝑎, consistem na


atribuição pelo próprio valor limite, assim sendo censurada e igual a 0 quando y = 𝑎 , obtendo-
se as funções de probabilidade para a distribuição censurada e não censurada, conforme
Equações (23) e (24):

𝑎−𝜇 𝜇−𝑎
𝑃(𝑐𝑒𝑛𝑠𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎) = 𝑃(𝑦 ∗ ≤ 𝑎) = Φ ( ) = 1−Φ( ) (23)
𝜎 𝜎
𝑎−𝜇 𝜇−𝑎
𝑃(𝑛ã𝑜 𝑐𝑒𝑛𝑠𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎) = 1 − Φ ( ) = Φ( ) (24)
𝜎 𝜎

Das relações mencionadas acima, tem-se a função de verossimilhança para o modelo


Tobit, Equação (25):
𝑑
1 (𝑦 − 𝜇) 𝑖
𝑁 𝜇 − 𝑎 1−𝑑𝑖
𝐿=∏ [ 𝜙 ] [1 − Φ ( )] (25)
𝑖 𝜎 𝜎 𝜎

Fazendo a soma das probabilidades censuradas e não censuradas, no caso do estudo


quando y = 𝑎, temos a seguinte expressão para o valor esperado de uma variável censurada,
Equação (26):

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Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

𝜇
𝐸[𝑦] = Φ ( ) [𝜇 + 𝜎𝜆] (26)
𝜎

Em que,
𝜇
ϕ (𝜎)
𝜆= 𝜇
(27)
Φ (𝜎)

Para o teste de hipótese, sendo característico de uma distribuição assintótica, fazendo-


se como generalização da estatística t de Student (WALD, 1943) e usualmente mais utilizado
em inferências estatísticas para a teoria de máxima verossimilhança, foi utilizado o teste de
Wald.
Na distribuição assintótica, a estatística de Wald assume 𝑋 2 com q graus de liberdade,
a partir dos coeficientes estimados no modelo (𝛽̂ ) com uma matriz de covariância inversa, para
o teste em vários parâmetros, tem-se a definição do teste de Wald (ALVES, 2020), Equação
(28):

′ 𝑎
𝑊 = (𝑅𝛽̂ − 𝑟) [𝑅𝐼 −1 (𝛽)𝑅′]−1 (𝑅𝛽̂ − 𝑟) ~𝑋 2 (𝑞) (28)

Agora para o teste de hipótese na contemplação de apenas um parâmetro, ao qual a


estatística de Wald é frequentemente abordada, baseia-se na estatística de teste z, em que é feita
a relação pelo erro padrão de 𝛽̂ , como mostra a Equação (29):

(𝛽̂ − 𝛽
̂0 )
𝑧𝑡 = (29)
√𝑉𝑎𝑟(𝛽̂ )

3.4.3 Análise de Resultados e Considerações Finais

Na Etapa 7, tendo em vista que os dados foram coletados, os tópicos formam subitens da
presente etapa, compreendida como análise dos resultados, indicando o tipo de análise e
ferramenta que foi realizada:

• Tratamento dos dados coletados: referente ao questionário eletrônico aplicado


para as respostas relacionados ao engajamento dos motoristas, foram eliminadas

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aquelas que não havia o preenchimento correto da placa do veículo que o


motorista frequentemente trabalhava. Ademais, os dados de produtividade e
índice de segurança foram agrupados ao engajamento dos motoristas. Para
simplificação dos dados, foi feito a classificação de cada pergunta em códigos e
transformação de variáveis como sexo, renda, idade, tempo de serviço que
estavam como categóricas para numéricas entre 0 e 1. Etapa realizada por meio
do software Excel®.
• Estatística descritiva dos dados: etapa realizada para caracterização da amostra
coleta, análises descritivas e primeira interface com os dados. Feita por meio do
software Excel®.
• Análise fatorial exploratória e confirmatória dos dados: com o banco de dados
tratados, executou-se a análise fatorial exploratória para identificação dos fatores
latentes ao engajamento dos motoristas, em que foi aferida pela confiabilidade de
Alfa de Cronbach. Posteriormente, para busca do modelo que mais se ajustaria
aos dados, fez-se análise confirmatória com modelo de estruturas multivariadas e
de relações entre variáveis de cada fator latente entre si, sendo validado a
confiabilidade, assim como qualidade de ajuste do modelo pelos indicadores de
variância extraída (AVE) e confiabilidade construída (CR). Para análise fatorial
utilizou-se o software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences).
• Regressão censurada pelo método Tobit: para análise de relação entre os fatores
de engajamento dos motoristas, sendo as classes latentes verificadas na etapa
anterior de investigação fatorial, produtividade e segurança das operações
logísticas de transportes, foi realizado o modelo de regressão Tobit e
posteriormente validado conforme teste de hipótese para avaliação da qualidade
de relações entre as variáveis. Nesta etapa, foi utilizado o software RStudio®.

E, por fim, a Etapa 8 compreende as conclusões do estudo, discorrendo sobre a rejeição


ou aceitação das hipóteses estipuladas na pesquisa (H1 e H2). Na medida que, ao final do
estudo, espera-se atender ao objetivo geral de analisar a relação entre engajamento dos
motoristas, produtividade da frota fixa e segurança de uma indústria de grande porte com
operação de transportes e logística.

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Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, conta-se os resultados e discussões realizadas em decorrência do


levantamento de dados por meio do questionário eletrônico, relacionados ao engajamento dos
motoristas, aos quais foram tratados e associados pela inclusão de dados de produtividade e
segurança da empresa. Assim sendo, foram observados pela aplicação da estatística descritiva
dos dados, análise fatorial e verificação de correlação pelo modelo Tobit de regressão para
variável dependente censurada.

4.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS DADOS

Considerando um universo dos dados, caracterizado como o total de 104 motoristas ativos
na transportadora terceirizada, foram entrevistados 88 motoristas pela realização do
questionário eletrônico. Desse modo, sendo feito a retirada de respostas incoerentes,
incompletas e zeradas, chegou-se a um número de 77 dados, evidenciando assim que amostra
resultante não compreende um nível de segurança apropriado para tratamentos probabilísticos,
contudo procede aceitável para verificação fatorial e modelos de regressão.
A amostra pode ser caracterizada pela descrição dos dados contidos na Tabela 4.1,
observando as predominâncias de que os motoristas da empresa do ramo de transporte são em
sua totalidade do sexo masculino e que idades entre 31 e 54 anos correspondem a 90% do geral
e que cerca da metade dos entrevistados (53%) dispõem renda aproximada de dois salários
mínimos.
Além disso, apenas quatro finalizaram ou ao menos iniciaram o ensino superior,
destacando que 55% concluíram o ensino médio. Nota-se que o tempo de vínculo empregatício
é bastante recente para os trabalhadores, sendo 42 motoristas (55%) que possuem até um ano
na empresa e 29 motoristas (38%) que estão entre 1 a 3 anos com a organização, ressaltando
quanto à rotatividade desses colaboradores no ramo de transporte rodoviário de cargas.

Tabela 4.1. Estatística descritiva da amostra coletada.


(continua)
Grupos Sub-grupos Respostas Porcentagem
Masculino 77 100%
Gênero
Feminino 0 0%
Entre 19 e 23 anos 0 0%
Idade
Entre 24 e 30 anos 2 2%

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Tabela 4.1. Estatística descritiva da amostra coletada.


(conclusão)
Grupos Sub-grupos Respostas Porcentagem
Entre 31 e 40 anos 29 38%
Idade Entre 41 e 54 anos 40 52%
Acima de 55 anos 6 8%
Ensino Fundamental Completo 10 13%
Ensino Fundamental Incompleto 10 13%
Ensino Médio Completo 42 55%
Escolaridade Ensino Médio Incompleto 11 14%
Ensino Superior Completo 1 1%
Ensino Superior Incompleto 3 4%
Pós-graduação Incompleta 0 0%
Até 01 ano 42 55%
Tempo de vínculo Entre 01 e 03 anos 29 38%
com a empresa Entre 04 e 07 anos 6 7%
Mais de 08 anos 0 0%
R$1.001,00 a R$2.000,00 6 8%
R$2.001,00 a R$3.000,00 41 53%
Salário R$3.001,00 a R$4.000,00 25 33%
R$4.001,00 a R$5.000,00 5 6%
Mais que R$5.001,00 0 0%

Fonte: Autor (2022).

4.2 MODELO DE ANÁLISE FATORIAL

4.2.1 Exploração da Associação dos Fatores

Com os dados tratados, alcançados por meio do questionário eletrônico, foram atingidas
77 respostas e com o intuito de verificar a existência de grupos ou indicadores para a correlação
entre as variáveis condicionantes ao engajamento dos motoristas, foi aplicada a análise fatorial.
Dessa maneira, verificando a significância das variáveis pelos scores fatoriais, dado que
quanto maior o valor do item, maior será sua contribuição no fator latente. Além disso, na
literatura é abordado que cargas acima de 0,63 são consideradas muito boas para análise.
Dado consideração de representatividade, foi fixado o score fatorial das variáveis acima
de 0,6 como condicionante da mesma ao fator latente. No entanto, considera-se ressalva de que
para o fator 7 até o 9 a condição de score fatorial foi acima de 0,4 para consideração de um
número maior de variável na classe latente, como mostra a Tabela 4.2.

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Tabela 4.2. Fatores latentes.


Código Variável Score
Fator 1
ao Considero esta empresa um bom lugar para trabalhar? 0,782
bk Eu continuaria trabalhando aqui, mesmo que recebesse uma proposta de trabalho com 0,663
mesma remuneração e benefícios?
bf Eu tenho impacto direto no alcance das minhas metas? 0,838
be Faço bom uso das minhas habilidades na minha função atual? 0,762
bd Gosto do meu trabalho e me identifico com esta empresa? 0,830
bc Me sinto seguro para cumprir minha rotina de trabalho? 0,686
bb Me sinto seguro(a) para falar sobre minhas opiniões e me expressar? 0,604
Fator 2
aj Esta empresa atua de forma ética e transparente na relação com seus colaboradores, clientes, 0,613
fornecedores, meio ambiente e sociedade?
ag Esta empresa tem um ambiente de trabalho que permite expor as opiniões? 0,696
af Este é um lugar emocionalmente saudável para trabalhar? 0,628
bi Eu me sinto motivado(a) com a missão, a visão e os valores desta empresa? 0,611
u Os chamados para melhoria no ambiente de trabalho são concluídos e divulgados? 0,645
r Os gestores do cliente (indústria do estudo) nesta operação são preparados e contribuem 0,645
para melhoria contínua dos nossos indicadores?
q Os Líderes da minha unidade fazem um bom trabalho em manter os colaboradores 0,704
informados sobre assuntos que os afetam?
Fator 3
az Meu trabalho desempenha papel fundamental na realização do sonho da empresa? 0,653
ay Meu/minha líder confia em mim e me dá autonomia para desempenhar meu trabalho? 0,736
au Minha liderança me auxilia e orienta em busca dos resultados DPO/VPO? 0,683
at Minha unidade é um lugar seguro para trabalhar? 0,604
ab Minha unidade está sempre limpa e os ambientes bem conservados? 0,607
Fator 4
ak Entendo como funciona a Remuneração Variável e acho a justa a forma de cálculo? 0,787
ac Estou satisfeito(a) com os benefícios que recebo aqui? 0,839
ad Estou satisfeito(a) com a remuneração que recebo aqui? 0,821
bj Eu entendo como o meu desempenho é avaliado no ciclo de gente? 0,600
Fator 5
bm Eu acredito no gerente da minha empresa? 0,640
w O(a) gerente desta operação é presente, acessível e atento aos problemas? 0,639
n São disponibilizados EPIs e treinamentos para que eu realize meu trabalho com 0,601
segurança?
Fator 6
k Sempre consigo executar minhas atividades dentro do tempo previsto e raramente excedo 0,785
a minha jornada de trabalho?
i Sinto que tenho um futuro promissor nesta empresa? 0,643
h Sou reconhecido(a) quando faço um bom trabalho? 0,718
Fator 7
ap As pessoas da minha área seguem todas as regras e procedimentos de segurança? 0,692
ba Meu banco de horas é bem gerenciado e as folgas são comunicadas com antecedência? 0,431
p Os treinamentos recebidos para a realização das minhas atividades são suficientes? 0,482
y O canal de ouvidoria é confiável? 0,688
Fator 8
al Consulto minha Remuneração Variável com frequência, pois o terminal está sempre 0,554
atualizado e correto?
aq As áreas em comum (refeitório, sala de matinal, banheiros, vestiários, armários etc.), estão 0,770
sempre limpas e bem conservadas?
as A área de Gente é preparada, próxima aos colaboradores e atenta às necessidades da 0,413
operação?
x O programa de reconhecimento realmente premia os melhores resultados? 0,426
Fator 9
l Sei utilizar corretamente todas as ferramentas tecnológicas no trabalho que executo? 0,766
o Recebo treinamentos para meu desenvolvimento profissional? 0,655
t Os colaboradores são tratados igualmente e de forma justa independente do gênero, idade, 0,438
raça, deficiência, religião, orientação sexual ou condição social?
Fonte: Autor (2022).

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Ao total foram analisadas 60 variáveis pertinentes ao engajamento e satisfação dos


motoristas, dessa forma, em cada fator latente formado percebe-se uma característica
predominante e interrelação das variáveis como essa atribuição marcante, mantendo a coerência
dos padrões formados.
O Fator 1 vê-se a apreciação do funcionário à empresa e seu trabalho, ao ponto que ele
ainda permaneceria com seu vínculo empregatício com a organização, mesmo diante uma
proposta com benefícios equivalentes. Sendo entendido que as habilidades, cumprimento da
rotina e a exposição de ideias do colaborador são fatores chave para a conquista de resultados.
É possível identificar que o Fator 2 tem como predominância de referência à empresa,
em sua relação com os trabalhadores, clientes e parceiros, como também na promoção de um
lugar saudável para se engajar, alicerçado aos princípios éticos e valores que a mesma promove
em seu dia a dia.
No Fator 3, percebe-se uma coesão na relação dos mecanismos de gestão dos processos
e segurança da operação, DPO (Distribution Process Optimization) e VPO (Voyager Plant
Optimization), aos quais possuem ênfase na otimização e padronização das atividades de
trabalho em busca à conquista do sonho da empresa, analisando o usufruto de liderança,
ambiente e papel de trabalho. No sentido, também se confirma a coerência do modelo, sendo
que o Fator 4 foi corretamente classificado e agrupado por tema de remuneração e benefícios
que o colaborador recebe.
O Fator 5 será mencionado mais a frente, contudo, no contexto de segurança, o Fator 6
torna relevante a execução de atividades dentro do tempo de trabalho, de modo a evitar o
excesso de jornada para que se tenha capacidade de fazer um bom trabalho e ter um futuro
promissor. Para o Fator 7, a segurança dos funcionários pelo seguimento aos procedimentos
estipulados está de acordo com a gestão do banco de horas, comunicação prévia das folgas e,
assim como no Fator 5, os treinamentos oferecidos são essenciais para execução de tarefas em
seguranças e disponibilidade Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O Fator 5 também
possui associação na importância do líder/gestor direto dos trabalhadores.
No Fator 8, percebe-se que o conjunto foi formado por fatores inerentes à área de
recursos humanos e como ela consegue atender as necessidades dos profissionais, organização
dos ambientes de trabalho e disponibilização de informações relevantes para que a organização
consiga envolver e cuidar de seus colaboradores.
O Fator 9 abrange a frente de diversidade e inclusão do colaborador mediante a seu
gênero, idade, raça, deficiência, religião, orientação sexual ou condição social, como também

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pela incorporação e suporte a utilização de ferramentas tecnológicas no trabalho, o que pode


ser uma dificuldade para alguns grupos de trabalhadores.
Ressalta-se que tais fatores latentes foram obtidos pela análise de componentes
principais, utilizando método de rotação Varimax e normalização de Kaiser. E para verificação
da confiabilidade das classes latentes geradas, utilizou-se do teste de Alfa de Cronbach,
conforme apuração consta-se na Tabela 4.3.

Tabela 4.3. Confiabilidade dos fatores latentes.


Fatores Alfa de Cronbach
1 0,972
2 0,976
3 0,971
4 0,960
5 0,946
6 0,915
7 0,913
8 0,869
9 0,890

Fonte: Autor (2022).

De acordo com a Tabela 4.3, todos os fatores apresentaram valores acima do aceitável
de 0,7 para o teste de Alfa de Cronbach, isso mostra a confiabilidade do modelo para definição
das classes latentes que além da aceitabilidade, os valores resultantes apresentaram
significância considerável.

4.2.2 Confirmação Multivariada do Modelo

Seguindo com as investigações estatísticas, com intuito de se encontrar o melhor ajuste


dos conjuntos de nove fatores e 40 variáveis que foram determinadas, fez-se com o modelo
inicial a modelagem pela análise fatorial confirmatória e casual entre multicritérios de
estruturas, sendo avaliado por indicadores de confiabilidade, incrementais e absolutos.
Com intuito de ajustar o modelo encontrado na análise fatorial exploratória, foram
utilizados os indicadores métricos de variância média extraída (AVE) e confiabilidade
construída (CR), sendo os resultados de ajuste compreendidos na Tabela 4.4. Ressaltando que
para comunidade científica, valores significativos para AVE são acima de 0,5 e para CR acima
de 0,7. Assim, os fatores latentes contidos na Tabela 4.4 são satisfatórios aos indicadores de
confiabilidade e aqueles que não atenderam aos parâmetros, foram retirados do modelo.

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Tabela 4.4. Indicadores de confiabilidade.


Fatores AVE CR
1 0,683 0,937
2 0,665 0,933
3 0,698 0,920
4 0,720 0,911
5 0,715 0,883
6 0,580 0,801

Fonte: Autor (2022).

De acordo com o modelo inicial, realizou-se vários testes para a definição do melhor
ajuste conforme a avaliação dos indicadores e o resultado com melhor desempenho aos dados
utilizados foi um modelo com seis fatores latentes e 29 variáveis seguindo a ordem mostrada
na Tabela 4.1 com a remoção dos três últimos fatores, devido ao não atendimento aos
indicadores AVE e CR.
A Figura 4.1 mostra como o modelo de ajuste se comporta e as relações dentre as
variáveis e fatores latentes presentes. Conforme a Figura 4.1, indicando a estrutura e
interrelações do modelo, por meio do presente ajuste realizado, teve-se como resultado a
identificação do Fator 3 como endógeno aos Fatores 1 e 2, ou seja, existem efeitos diretos sobre
o Fator 3, equivalente a dependência à outras classes latentes mencionadas.
A investigação se torna congruente, à medida que dado o Fator 1 que de forma geral se
refere ao apreço que o colaborador se tem a empresa e como isso afeta seus resultados, e o Fator
2 como a empresa se posiciona frente às responsabilidades, atenção às opiniões do colaborador
e provimento de um ambiente de trabalho satisfatório. Assim, isso tudo corrobora para que os
processos sejam aprimorados continuamente, com mecanismos de gestão e aperfeiçoamento de
habilidades para a busca de realização do sonho da empresa e à resultados melhoras a cada dia,
parâmetros contidos ao Fator 3.

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Figura 4.1. Estruturação do modelo de ajuste.

Fonte: Autor (2022).

A Tabela 4.5 corresponde aos indicadores para ajuste do modelo que possuem a
finalidade de avaliar a qualidade global que foi apresentada.

Tabela 4.5. Indicadores de ajustes.


Indicadores Valores
Chi² 601,881
Graus de liberdade 422
Chi²/Graus de liberdade 1,426
GFI 0,703
AGFI 0,629
NFI 0,781
CFI 0,920
TLI 0,906
IFI 0,923
RMSEA 0,075
RMR 0,076

Fonte: Autor (2022).

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A relação entre qui-quadrado e graus de liberdade foi igual a 1,426, valor se


posicionando dentro dos limites de 0,10 e 2,00. Para indicadores de ajuste incremental, o
modelo apresentou resultados razoáveis de TLI (Tucker-Lewis Index) de 0,906 e CFI
(Comparative Fit Index) de 0,920 que para a amostra de 77 dados considerada, aplica uma
correção ao NFI (Normed Fit Index) de 0,781, sendo que este último possui a tendência de
subestimar o ajuste em amostras pequenas.
Ademais, foi realizada uma simulação para estimação do modelo por bootstrap, para
analisar a consistência da amostra e se teve um valor de p = 0,782, visto que tal resultado acima
de 0,05 mostra a confiabilidade da amostra utilizada.
No entanto, para o índice de qualidade de ajuste GFI (Goodness-of-Fit Index) de 0,703
não resultou em bom desempenho, sendo que o valor aceitável deve ser superior a 0,9. Para o
indicador RMSEA (Mean-Squared Error of Approximation) de 0,075 o resultado atendeu o
parâmetro de inferioridade ao valor de 0,08. Ao restante de ajuste parcimoniosos, também não
foi acima ao recomendado de 0,9, em que se obteve um AGFI (Ajusted Goodness-of-Fit Index)
de 0,629.
Para o indicador RMR (Root Mean Square Residual) que é a raiz quadrada da matriz de
resíduos, assume que o modelo ajustado não apresentou bons resultados, pois um modelo bem
ajustado deve possuir RMR abaixo de 0,05, dado que esse valor quanto mais próximo de zero
faz com que se entende uma menor discrepância entre as covariâncias observadas com as
determinadas no próprio modelo.

4.2.3 Regressão Censurada Modelo Tobit

Foi utilizado o índice de segurança definido na Equação (4) como variável de segurança
na operação de transportes e as horas produtivas geradas pelos caminhões como variável de
produtividade. Dessa forma, para analisar a relação dentre as variáveis mencionais que são
definidas como objetos principais do estudo, adotou-se o modelo Tobit de regressão censurada
em detrimento à limitações dos dados.
Assim, percebe-se tais limitações de valores da amostra e resultado das distribuições
das variáveis, tanto para dados de segurança quanto para produtividade, aos quais são abordados
na Figura 4.2 e Figura 4.3, respectivamente. Com isso, observando a frequência de resultados
zerados e à medida que se verifica o restante dos dados, percebe-se a normalidade de
distribuição das variáveis, além de observar que em ambas as variáveis não possuem valores
negativos. Dessa forma, as distribuições e limitantes correspondem como premissa adotada na
regressão censurada modelo Tobit, justificando a escolha do modelo de regressão para análise.

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Figura 4.2. Distribuição do índice de segurança no mês de maio de 2022.

Fonte: Autor (2022).

Figura 4.3. Distribuição das horas produtivas no mês de maio de 2022.

Fonte: Autor (2022).

Dessa maneira, além do princípio de que os parâmetros não podem exercer valores
menores que zero, houve também a predominância de resultados zerados, podendo verificar a
distribuição gaussiana da amostra com a consideração do pico de valores zeros, ou seja, sem
censura desses dados ressaltado pela curva tracejada nas Figura 4.2 e 4.3, realizando também a
exclusão ou desconsideração destes para evitar o viés na investigação dos dados, caracterizado
pela curva sem tracejado.

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De forma similar, a distribuição para as horas produtivas também seguiu o


comportamento que se teve com o índice de segurança. Além disso, foi testado a possibilidade
de utilizar as médias entre os meses de janeiro a julho de 2022 para assim se obter maior
abrangência de dados no intuito de diminuir a predominância de valores zerados, no entanto
não se teve grandes alterações com a alternativa. Assim, entendeu-se que ambos os parâmetros
foram relacionados com apenas os veículos pertencentes nas respostas coletadas do
questionário eletrônico para o engajamento dos motoristas.
Seguindo com a aplicação do modelo Tobit censurado, por meio da formulação geral
descrita na Equação (15), foi desenvolvido de forma empírica para melhor ajuste estatístico o
relacionamento dentre classes latentes ao engajamento dos motoristas obtidos na análise fatorial
e produtividade da frota fixa em detrimento ao índice de segurança das operações logísticas de
transporte, sendo este caracterizado como variável dependente como consta na Equação (26) a
seguir, buscando atingir os resultados finais para regressão censurada.

𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 = 𝛽0 + 𝐹2 ∗ 𝛽1 + 𝐹3 ∗ 𝛽2 + 𝐹4 ∗ 𝛽3 + 𝐹5 ∗ 𝛽4 + 𝐹6 ∗ 𝛽5 + 𝑃𝑟𝑜𝑑. + 𝜀𝑖 (26)

Em que:
𝛽0: intercepto constante do modelo
𝐹2: fator 2
𝛽1: coeficiente representativo ao fator latente 2
𝐹3: fator 3
𝛽2: coeficiente representativo ao fator latente 3
𝐹4: fator 4
𝛽3: coeficiente representativo ao fator latente 4
𝐹5: fator 5
𝛽4 : coeficiente representativo ao fator latente 5
𝐹6: fator 6
𝛽5: coeficiente representativo ao fator latente 6
𝑃𝑟𝑜𝑑.: Horas produtivas da frota fixa
𝜀𝑖 : erro do modelo

Na Tabela 4.6 seguem as estimações de resultados obtidas pelo modelo de regressão


censurada Tobit. Sabe-se que dos 77 dados disponíveis, 33 foram censurados a esquerda, o que
significa dizer 𝑦𝑖 = 0 na Equação (21).

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Tabela 4.6. Resultados da regressão Tobit para variável dependente de segurança.


Coeficiente Estimativa Erro Padrão Teste-z p-valor
Fator 3 0,2624 0,1072 2,4470 0,0144 (*)
Fator 4 -0,1728 0,0748 -2,3090 0,0209 (*)
Fator 5 -0,1523 0,0960 -1,5880 0,1124
Fator 6 0,2550 0,0849 3,0020 0,0027 (**)
Horas produtivas 0,0006 0,0001 7,8010 6,15e-15 (***)
Intercepto -0,4364 0,1414 -3,0860 0,0020 (**)
Log-verossimilhança = 23,73
Wald = 63,93
p-valor =1,8665e-12 (***)

Observação: níveis de significância correspondentes: * = 10%; ** = 5%; *** = 1%.


Fonte: Autor (2022).

Realizando a análise da Tabela 4.6, os coeficientes mostraram correlacionados,


significantes cada qual com seu nível específico e com sinais conforme o esperado para certos
parâmetros. Para o teste de significância global de Wald o modelo indicou em resultados
consistentes e significativos ao nível de 1% em que p-valor = 1,86e-12, rejeitando a hipótese
nula de que os coeficientes considerados no modelo não exercem influência sobre a variável
dependente, destarte com a consideração que os erros são normalmente distribuídos.
As horas produtivas foram estatisticamente significantes a 1%, o Fator 6 e intercepto
com significância a 5% e os Fatores 3 e 4 a um nível de significância de 10%. O Fator 5 não
apresentou significância estatística e os Fatores 3 e 6 mostraram-se com sinais invertidos ao
que se esperava, evidenciando ressalvas no modelo para os parâmetros latentes de engajamento
dos motoristas, fazendo-se necessário revisar o tamanho da amostra e aplicabilidade da
ferramenta de pesquisa de clima.
Observando as variáveis de produtividade e Fator 4 como atributo latente ao
engajamento dos motoristas, podem ser inferidas as seguintes induções: a produtividade possui
alta significância e robustez estatística enquanto sinal de acordo com a teoria, dado que à
medida que se tem mais horas produtivas, a frota permanece em tempo maior de deslocamento
o que corrobora para a ocorrência de maiores eventos de risco no transporte de cargas e
resultando assim em um maior índice de segurança.
O Fator 4 referindo se a satisfação do motorista quanto a termos de remuneração e
salário, foi significativo a 10% e mantém sinal em expectativa teórica para fatores de
engajamento, sendo que a variável reduz o índice de segurança à medida que o trabalhador está
satisfeito com seus vínculos financeiros.

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A Figura 4.4 compreende os resultados das hipóteses formuladas no trabalho, ressaltando


p-valor para análise de significância estatística e 𝛽 coeficiente da regressão para observar a
relação positiva ou negativa entre as variáveis.

Figura 4.4. Resultados em função das hipóteses definidas neste trabalho.

Fonte: Autor (2022).

A hipótese de relação positiva entre engajamento e produtividade (H1), não foi possível
ser testada diretamente pelo modelo Tobit de regressão censurada, porém manteve correlação
indireta na modelagem e investigação do parâmetro de segurança. No entanto, mesmo os
resultados da hipótese 1 não sendo satisfatórios, o trabalho contribui para a pesquisa nesta
temática.
Se tratando da hipótese positiva entre engajamento e segurança (H2), esta foi testada e
validada com uso da regressão censurada Tobit, uma vez que o fator latente de satisfação
remunerativa do condutor apresentou um grau de impacto negativo que reduz o valor do índice
de segurança, ou seja, os eventos de riscos são diminuídos o que proporciona maior segurança
ao motorista.
Com isso, pode ser interpretado de forma em que a satisfação quanto a remuneração
impacta nas atitudes dos motoristas em detrimento às normativas de segurança. O motorista
busca não cometer muitos eventos de risco à segurança no transporte rodoviário de cargas para
não afetar sua avaliação de desempenho ou correr risco de ser desonerado do seu cargo pela
empresa.
Além disso, teve-se como resultado a Hipótese 3 (H3), que antes não fora estipulada a
princípio, ao qual existe a relação positiva entre a segurança e produtividade, descrita pelo
aumento nas horas produtivas da frota e consequente crescimento do índice de segurança.

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De forma a verificar outro modelo que apresentasse outra interpretação quanto aos sinais
dos estimadores, retirando assim os Fatores 3 e 6 que não foram condizentes ao esperado na
teoria para com o sinal, teve-se um modelo secundário ao qual os resultados da estimação para
o mesmo tipo de regressão censurada conforme Tabela 4.7.

Tabela 4.7. Resultados da regressão Tobit para variável dependente de segurança, retirados Fatores
Latentes 3 e 6.
Coeficiente Estimativa Erro Padrão Teste-z p-valor
Fator 4 -0,0296 0,0729 -0,4060 0,6840
Fator 5 0,0738 0,0796 0,9270 0,3540
Horas produtivas 0,0005 0,0001 6,8090 9,84e-12 (***)
Intercepto -0,1820 0,1400 -1,3000 0,1930
Log-verossimilhança = 16,86
Wald = 47,28
p-valor =3,0331e-10 (***)

Observação: níveis de significância correspondentes: * = 10%; ** = 5%; *** = 1%.


Fonte: Autor (2022).

No entanto, não se obteve melhoria com a exclusão das variáveis, sendo que o Fator 5 além
de permanecer sem significância estatística, dispôs-se da inversão do seu sinal para positivo,
caso que se esperava valores negativos associados aos fatores de engajamento, em consequência
de que o fator deve proporcionar a redução do índice de segurança ou incidência de eventos de
risco.
Para mais, o Fator 4 não apresentou significância estatística e mesmo o modelo apurando
um p-valor significante ao nível de 1%, os sinais dos coeficientes não foram coerentes e sem
significância individual dos mesmos, dessa forma o modelo foi desconsiderado.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na busca incessante por produtividade, faz-se relevância estudar os fatores influentes,


assim como os impactos de segurança gerados na operação de atividades, desempenhando papel
vantajoso as grandes companhias ou players de mercado como finalidade estratégia
competitiva.
Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi analisar a relação entre engajamento dos
motoristas, produtividade da frota fixa e segurança de uma indústria de grande porte com
operação de transportes e logística. A partir dos dados coletados, verificou-se os fatores latentes
ao engajamento dos motoristas e sua correlação estatística com restantes de variáveis de
produtividade e segurança, dessa forma cumprindo com os objetivos definidos.
Encontrou-se evidências estatísticas de que maiores horas produzidas geram o acréscimo
de incidentes/riscos no transporte rodoviário de cargas que por sua vez impacta na segurança
do motorista, desta forma exercendo uma relação positiva do índice de segurança com a
quantidade de horas produzida por cada motorista.
Para a classe latente ao engajamento dos motoristas, compreendida como a satisfação ao
nível de remuneração desses colaboradores, assume-se com base em indicações estatísticas a
relação negativa aos incidentes de segurança. Assim, em outros termos, o engajamento
analisado pelo fator latente dado ao critério financeiro, corrobora para diminuição do índice de
segurança.

5.1 LIMITANTES DA PESQUISA

A principal dificuldade e limitação do trabalho foi referente aos dados de engajamento


dos motoristas coletados via aplicação do questionário eletrônico enviado a empresa do estudo.
Foram coletadas 88 respostas dos motoristas que ao serem tratadas, retirando a placas que
estavam zeradas, ou seja, não foram respondidas, caíram para 77 respostas.
Neste caso, outra significante limitante, consta-se na associação dos dados de
produtividade e segurança baseado exclusivamente na disponibilidade de placas respondidas
pelos motoristas no questionário eletrônico, decorrendo 33 respostas zeradas dentre as 77
últimas extraídas.
Isso deve-se ao fato de que os condutores não possuem placas fixas para operação, ou
seja, passam por diversas placas ao longo da conclusão das suas viagens durante o mês e com
isso podem não terem mencionados na pergunta a placa correta que esteve em trechos
produtivos nos últimos dias.

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Relação entre Work Engagement, Produtividade e Segurança na Logística de Transportes de uma Indústria de Bebidas

Dessa forma, seria requerido uma maior quantidade de dados, verificando assim uma
nova distribuição da amostra e analisando seu ajuste ao modelo de regressão censurada Tobit.

5.2 CONCLUSÕES

Conforme os resultados apresentados, foram encontradas evidências estatísticas da


relação entre a variável de segurança utilizada neste trabalho com fatores de engajamento
extraídos por uma análise fatorial e a variável de horas produzidas por cada motorista de cada
veículo.
O trabalho desenvolvido também contribui na literatura sobre o tema proposto,
explorando com maior profundidade as relações do engajamento na produtividade na área de
transporte e logística. Como contribuições da literatura, pode-se ratificar que o método de
análise fatorial é mais adequado para explorar o engajamento. Ademais, também como
contribuição à literatura, mostra-se a complexidade de testar métodos quantitativos para
relacionar engajamento (variável qualitativa) com outras variáveis quantitativas, uma vez que
nas pesquisas existentes não se aborda esta associação. Dessa forma o presente estudo ressalta
o modelo Tobit censurado contribuinte na apresentação de melhor desempenho entre outros
testados.
O engajamento foi avaliado pela análise fatorial que indicou nove fatores latentes ou
variáveis não observáveis que possuem correlação entre si. O Fator 4, caracterizado por
aspectos de satisfação à remuneração variável e ao salário recebido pelos motoristas, foi o único
dentro os noves que manteve significância estatística quando relacionado ao índice de
segurança e horas produtivas.
Fatores latentes 3 e 6 utilizados no modelo de regressão censurada, possuíram
significância, no entanto não possuíram coerência para o sinal dos coeficientes.
Importante observar que o comportamento das horas produzidas mesmo em séries
históricas, existem meses que motoristas não produziram nada (valor =0). Nessas condições,
faz sentido pela dinâmica da logística das empresas de transporte ter esse comportamento nos
dados. Assim, foi possível constatar que o modelo da regressão Tobit censurada é mais
adequado para trabalhar com uma variável dependente baseada nas horas. Já que o limite
inferior é zero, dado que não existem horas negativas.
Esses resultados, contribuem na discussão de quais métodos estatísticos são adequados
para determinadas análises, ressaltando que a limitante de dados no trabalho não possui
influência no debate, mas sim a dinâmica das variáveis a serem estudadas. Conforme o
apresentado, regressão linear não é adequado para esse tipo de modelagem.

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E o método de equações estruturais que tem sido utilizado e favorito para trabalhar com
variáveis de atitudes e percepções também não apresentaria bons resultados, já que o princípio
de normalidade das variáveis não se cumpre com a variável de produtividade, pois a mesma
não possui uma distribuição equivalente.
O trabalho pode contribuir com a discussão da necessidade de explorar métodos
estatísticos assimétricos, já que até o momento tem sido aplicados muitos métodos simétricos
(refere-se a simetria como uma variável e ao parâmetro estimado se comportando como uma
distribuição normal) nas pesquisas que procuram relacionar atitudes e percepções com outras
variáveis contínuas.
Para este estudo, o modelo Tobit censurado, não é um modelo simétrico e por esse motivo
teve melhor ajuste com o comportamento dos dados.
Além da implicação da pequena quantidade de dados da amostra, a pesquisa de clima
tornou-se objeto de influência para falhas do modelo, não sendo indicada para estudos
semelhantes, necessitando de outro mecanismo para avaliação do engajamento dos motoristas.

5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como recomendações a pesquisas futuras relacionadas ao tema e com intuito de verificar


a relação do engajamento dos motoristas entre produtividade e segurança da frota, sugere-se:

• Aplicar novamente o questionário fazendo uso da ferramenta de pesquisa de clima, mas


de forma a aumentar a quantidade de respostas, abrangendo mais motoristas, maiores
períodos entre datas e melhor maneira de coletar ou correlacionar a placa do condutor.
• Realizar testes com novas metodologias para avaliação do engajamento, como por
exemplo o Ultrecht Work Engagement Scale (UWES-S).
• Estudar novos parâmetros e tipos de mensuração da produtividade e segurança das
operações de transportes para incremento na análise estatística.
• Aplicação de um modelo Tobit censurado utilizando parâmetros aleatórios ou de
mistura de distribuições.

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ANEXO A – PERGUNTAS DA PESQUISA DE CLIMA


• Sou reconhecido(a) quando faço um bom trabalho?
• Sinto que tenho um futuro promissor nesta empresa?
• Sempre encontro materiais disponíveis para uso pessoal nas áreas (copos descartáveis,
papel higiênico, sabonete etc.)?
• Sempre consigo executar minhas atividades dentro do tempo previsto e raramente
excedo a minha jornada de trabalho?
• Sei utilizar corretamente todas as ferramentas tecnológicas no trabalho que executo?
• Se vejo algo errado, me sinto confortável e motivado(a) para agir no momento e
corrigir?
• São disponibilizados EPIs e treinamentos para que eu realize meu trabalho com
segurança?
• Recebo treinamentos para meu desenvolvimento profissional?
• Os treinamentos recebidos para a realização das minhas atividades são suficientes?
• Os Líderes da minha unidade fazem um bom trabalho em manter os colaboradores
informados sobre assuntos que os afetam?
• Os gestores do cliente nesta operação são preparados e contribuem para melhoria
contínua dos nossos indicadores?
• Os equipamentos disponíveis (caminhões, empilhadeiras, paleteiras, celular etc.) são
novos e bem conservados?
• Os colaboradores são tratados igualmente e de forma justa independente do gênero,
idade, raça, deficiência, religião, orientação sexual ou condição social?
• Os chamados para melhoria no ambiente de trabalho são concluídos e divulgados?
• Os benefícios que recebo são muito importantes para mim e para a minha família?
• O(a) gerente desta operação é presente, acessível e atento aos problemas?
• O programa de reconhecimento realmente premia os melhores resultados?
• O canal de ouvidoria é confiável?
• Nesta empresa, celebramos momentos e eventos especiais?
• Nesta empresa as responsabilidades e atividades são distribuídas de forma equilibrada
entre os colaboradores?
• Minha unidade está sempre limpa e os ambientes bem conservados?
• Estou satisfeito(a) com os benefícios que recebo aqui?

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• Estou satisfeito(a) com a remuneração que recebo aqui?


• Estou bem informado(a) sobre os planos e processos da empresa, pois existe uma boa
comunicação interna?
• Este é um lugar emocionalmente saudável para trabalhar?
• Esta empresa tem um ambiente de trabalho que permite expor as opiniões?
• Esta empresa investe nas pessoas e reconhece aquelas que se destacam?
• Esta empresa consegue transmitir - na prática - sua missão, visão e valores?
• Esta empresa atua de forma ética e transparente na relação com seus colaboradores,
clientes, fornecedores, meio ambiente e sociedade?
• Entendo como funciona a Remuneração Variável e acho a justa a forma de cálculo?
• Consulto minha RV com frequência, pois o terminal está sempre atualizado e correto?
• Consigo planejar minhas férias de forma que não haja prejuízo para mim ou para a
empresa?
• Consigo manter um equilíbrio entre minha vida pessoal e trabalho?
• Considero esta empresa um bom lugar para trabalhar?
• As pessoas da minha área seguem todas as regras e procedimentos de segurança?
• As áreas em comum (refeitório, sala de matinal, banheiros, vestiários, armários etc.),
estão sempre limpas e bem conservadas?
• A empresa sempre disponibiliza treinamentos e existe a preocupação em preparar bem
as pessoas?
• A área de Gente é preparada, próxima aos colaboradores e atenta às necessidades da
operação?
• Minha unidade é um lugar seguro para trabalhar?
• Minha liderança me auxilia e orienta em busca dos resultados DPO/VPO?
• Minha liderança imediata me trata com respeito e dignidade?
• Minha liderança imediata me motiva a continuar na empresa e buscar crescimento
profissional?
• Meu/minha líder sempre conversa comigo sobre como estou trabalhando?
• Meu/minha líder confia em mim e me dá autonomia para desempenhar meu trabalho?
• Meu trabalho desempenha papel fundamental na realização do sonho da empresa?
• Meu banco de horas é bem gerenciado e as folgas são comunicadas com antecedência?
• Me sinto seguro(a) para falar sobre minhas opiniões e me expressar?
• Me sinto seguro para cumprir minha rotina de trabalho?

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• Gosto do meu trabalho e me identifico com esta empresa?


• Faço bom uso das minhas habilidades na minha função atual?
• Eu tenho impacto direto no alcance das minhas metas?
• Eu sinto que os líderes e colegas se preocupam em nos ouvir e nos apoiar no dia a dia?
• Eu me sinto satisfeito com o suporte que recebo do cliente?
• Eu me sinto motivado (a) com a missão, a visão e os valores desta empresa?
• Eu entendo como o meu desempenho é avaliado no Ciclo de Gente?
• Eu continuaria trabalhando aqui, mesmo que recebesse uma proposta de trabalho com
mesma remuneração e benefícios?
• Eu confio no meu pagamento, pois ele sempre é realizado corretamente?
• Eu acredito no gerente da minha empresa?
• Estou satisfeito(a) com os benefícios que recebo aqui?

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