Resumo do texto “Estado, Globalização e Políticas Educacionais”
dos autores Raymond A. Morrow e Carlos Alberto Torres.
No primeiro tópico, “O que é globalização?”, os autores classificam três
posicionamentos para as origens da globalização. Sendo a primeira com o surgimento das religiões universalistas; segundo, assimila com a origem do capitalismo no século XVI; e por fim, na segunda metade do século XX, na chamada transformação “pós- fordista” dos processos de produção como processo global, da globalização cultural ou da cultura pós-moderna. Sendo assim, para entender as relações entre a educação e a globalização, e o papel do Estado nacional nos contextos políticos e econômicos globais sobre as políticas educacionais. No tópico “A tese da Network Society”, eles fazem um paralelo entre um capitalismo tradicional que segue um esquema piramidal que reside nas economias nacionais surgidas principalmente após o século XIX. E por outro lado, uma nova economia global, nas sociedades pós-fordistas, que é análoga a uma teia de aranha com seus diversificados laços de poder que prima necessariamente pela informação global que afeta a economia regional, ou seja, a Network Society é baseada na disjunção sistemática entre o local e o global. No subtítulo “Trabalho, estrutura ocupacional e educação” ele comenta a respeito do sistema de educação pública na velha ordem capitalista que forma um trabalhador confiável e disciplinado. Já na nova economia global esse trabalhador tem que ser capaz de apreender rapidamente, se inovando constantemente, e trabalhar em equipe de formas confiáveis e criativas, ou seja, um trabalhador mais capacitado para produzir e ser mais útil para o sistema produtivo. Em “A educação e o Estado no contexto da globalização” no subtítulo “O sistema tradicional”, o autor comenta sobre a antiga ordem capitalista que a educação formava cidadãos disciplinados para o Estado. Contudo, esta preparação estaria se diluindo completamente na globalização que busca um cidadão cosmopolita, isto é, mais informado sobre o mundo. A educação passa a ser um bem de consumo individualizado no mercado global. A educação nacional deixa de existir. Já no subtítulo “O Estado: ineficaz ou interdependente?” o autor esclarece que o Estado não é ineficaz com relação à educação, mas, sim interdependente. Embora ele esteja perdendo sua soberania diante das redes globais, por outro lado, não perde sua força na globalização perante os indivíduos pelo seu poder de dominação. Em “O neoliberalismo versus o desafio da globalização” eles demonstram que o Estado neoliberal, mais orientado para o comercio, faz seu uso para reorganizar os sistemas educacionais. Como exemplo, as universidades, que são instituições parasitárias, pois dependem de recursos externos que restringem a autonomia acadêmica diante do Estado capitalista global, afinal não possui uma estrutura de mercado que gere lucros imediatos. No tópico “Globalização e dialética local: implicações para as políticas educacionais” com o primeiro item “introdução: o local, o global e a mercantilização” eles comentam sobre uma cultura global que permeia uma local. E no contexto da educação a sua mercantilização e privatização em massa das atividades educacionais na globalização, que reforça as desigualdades, e encoraja o setor privado da mesma. Em a “Educação intercultural” ele comenta sobre o acesso ao conhecimento e educação “global” em regiões periféricas, com o intuito de desfazer as diferenças culturais e a falta de comunicação. Em “Educação internacional” eles comentam sobre a internacionalização da educação como exemplo as universidades “fábricas de diplomas” que conseguem capturar uma porção razoável do mercado universitário. Por não conseguirem adentrar com sucesso nos EUA, crescem em outros países mercantilizando a “educação”. Adiante, em “Educação global a distancia”, comentam a respeito de um setor significativo da educação atual que reduz o investimento e responsabilidade do Estado na educação pública e formam pessoas com algumas dificuldades cognitivas e reflexivas que sucateia a educação local. No subtítulo “Países em desenvolvimento: ajuste estrutural e política educacional” explanam sobre os problemas estruturais do Estado em fornecer uma educação pública de qualidade, pois, a preocupação é em estabilizar-se para o mercado estrangeiro que dificulta o levantamento de capital internamente. Dessa forma, gera um problema estrutural em projetar políticas educacionais públicas com qualidade. A seguir, em “Globalização e universidades: o capitalismo acadêmico” eles dissertam sobre as políticas educacionais no âmbito acadêmico que o Estado prevê reduzir o máximo de custos por estudante e a autonomia docente nas universidades além de, concentrarem recursos nas ciências tecnológicas que lhe darão um retorno mais significativo e imediato no mercado. No subtítulo “Globalizando a educação fundamental e secundária: o trabalho e o treinamento do professor”, eles conduzem um debate a cerca do papel do professor na era da globalização onde ela prima à informação e interessa saber pouco sobre mais coisas do que o contrário. O trabalhador influenciado por ideologias que afirmam lhe guardar autonomia, mas por outro lado faz com que o mesmo trabalhe mais e intensifica seu esforço na sua função, explorando-o mais. No último tópico deste capítulo, “Contramovimentos: Contestando a nova ordem global”, no primeiro subtítulo “Revisão do argumento até o presente” eles enfatizam que é preciso contestar a globalização, indo além das afirmações neoliberais a respeito da adaptação ‘necessária’ de políticas educacionais voltadas diretamente para a competitividade internacional, ou seja, competição no âmbito global. Em “As vítimas da globalização do Quarto mundo” eles utilizam essa expressão, ‘Quarto Mundo’, para se referir aos excluídos desse mundo informacional que podem estar em qualquer lugar do globo, desde os lugares mais remotos e desprovidos de estruturas aos centros imponentes da informação. Isto serve para afirmar o paradoxo que é a globalização. Em “Opondo-se à globalização: a disjunção entre o local e o global”, por sua vez, eles dissertam que embora haja um ‘Quarto Mundo’, ou seja, os marginalizados da era da informação, não se pode afirmar que há uma consciência de classe dos oprimidos. Há certamente, a oposição a globalização, mas, pelo fato de ocorrer uma diversidade desses movimentos marginais da educação global e muitos não conseguem reagir e vislumbrar uma nova opção. E por fim, na “Conclusão” do texto eles retomam todos esses tópicos com seus respectivos subtítulos e enfatizam que a economia global baseada diretamente na informação que afeta sistematicamente o poder e responsabilidade do Estado Nacional em relação suas Educações públicas a oferecer. Cada vez mais o sistema conduz a educação apenas para formar mão de obra e exclui severamente quem está a margem da informação, ou seja, da educação global, ou em outras palavras quem não correspondem as expectativas da Globalização.