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ESCOLAS TEÓRICAS DA
GLOBALIZAÇÃO
GLOBALIZAÇÃO E SISTEMAS DE GOVERNAÇÃO
MCP, 2023-24
PROF.ª AUX. CONV. GABRIELI GAIO (GGAIO@EDU.ULISBOA.PT)
PRÉ-AQUECENDO O DEBATE SOBRE A
GLOBALIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA (PÓS-1989)
1. As bases para a conjuntura contemporânea da globalização (pós-1989) podem ser encontradas na década de
1970:
1970’s
Ainda assim, a escola da interdependência despertou na academia o olhar mais atento para a a globalização
contemporânea e os novos contornos que ela apresenta para os estados e para as RI como um todo:
Erosão/
relativização de
fronteiras
Desterritorialização/
Certamente, o ponto fulcral e transversal neste
Interdependência
econômica reterritoralização cenário seria o lugar do estado na globalização.
GLOBALIZAÇÃO Sendo o estado moderno (weberiano, legal-
burocrático, soberano e territorial) a epítome da
organização política na modernidade, e agora?
Quo vadis estado?
Alerta de spoiler
Glocal (local-global) Integração regional
DESAFIOS DO DEBATE SOBRE A GLOBALIZAÇÃO
CONTEMPORÂNEA (PÓS-1989)
1. A produção de conhecimento sobre essa nova e nascente conjuntura da globalização, entretanto, enfrentaria
inúmeros desafios do ponto de vista teórico-conceitual e epistemológico que perduram até os dias atuais;
2. O primeiro desses desafios concerne a relação entre estado, modernidade e ciência (no nosso caso, ciências
sociais): se a globalização contemporânea realmente representa uma fragilização do estado moderno ou ao menos
sua relativização, como ficam as ciências sociais modernas?
3. O segundo desafio deriva do primeiro: a dificuldade que as habituais correntes teóricas de pensamento demonstram
ao tentar dar conta e sistematizar a produção do conhecimento sobre a globalização.
CORRENTES TEÓRICAS E O ‘CARNAVAL’ DE
CLASSIFICAÇÕES NA GLOBALIZAÇÃO
Mas... Por que o ‘carnaval’ acontece? Será que é porque esses autores são inconsistentes, não entendem de teoria política ou de
RI, ou, ainda, sofrem de alguma instabilidade mental?
NÃO.
Todos esses nomes são ícones no estudo da globalização e apresentam sólidos trabalhos e teorizações. Entretanto, algo comum e
inescapável a todos é a complexidade e o desconforto de se estudar globalização com base em teorias ‘tradicionais’.
Como a globalização é fenômeno multidimensional e multinível, requer dos autores uma grande capacidade de articulação entre
diferentes abordagens teóricas e conceituais.
CORRENTES TEÓRICAS E O ‘CARNAVAL’ DE
CLASSIFICAÇÕES NA GLOBALIZAÇÃO
A difícil - porém
fundamental -
distinção entre
estudar ciência
política e filiar-se
“Nós aprendemos mais ao ultrapassar politicamente.
as cercas.”
CONSTRUINDO ESCOLAS TEÓRICAS PARA
A GLOBALIZAÇÃO
Mas e então? Como nós sistematizamos de forma minimamente didática as produções dos teóricos da
globalização?
Globalização
Escolas
Balão, S. (2014). A matriz do poder: uma visão analítica da globalização e da anti-globalização no mundo contemporâneo. Lisboa: MGI.
Held, D.; McGrew, A. (2003). The great globalization debate: an introduction. In: Held. D.; McGrew, A. (Eds). The Global Transformations Reader: na introduction to the
globalization debate (pp.1-49). Cambridge: Polity Press.
CONSTRUINDO ESCOLAS TEÓRICAS PARA A
GLOBALIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA: OS(AS)
CÉTICOS(AS)
Mas e então? Como nós sistematizamos de forma minimamente didática as produções dos teóricos da
globalização?
Os(as) céticos(as)
mesmo um mito
?!
Caminhamos para a vitória do capitalismo global como
sistema opressor que captura estados e sociedades
(catastrófico)
CONSTRUINDO ESCOLAS TEÓRICAS PARA
A GLOBALIZAÇÃO
Mas e então? Como nós sistematizamos de forma minimamente didática as produções dos teóricos da
globalização?
Globalização
Essa forma de sistematizar o estudo da
globalização certamente não é perfeita,
mas é a mais comum até o momento e
possui grande valor didático. Em cada
Escolas uma dessas escolas, vamos encontrar
teóricos que, segundo uma teorização
mais ‘tradicional’, jamais poderiam
dialogar entre si numa mesma vertente.
Balão, S. (2014). A matriz do poder: uma visão analítica da globalização e da anti-globalização no mundo contemporâneo. Lisboa: MGI.
Held, D.; McGrew, A. (2003). The great globalization debate: an introduction. In: Held. D.; McGrew, A. (Eds). The Global Transformations Reader: na introduction to the
globalization debate (pp.1-49). Cambridge: Polity Press.
CRÍTICAS A PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DAS
ESCOLAS TEÓRICAS
2. A motivação foi oferecer uma forma didática de “arrumar” as produções teóricas – algumas pré-
3. Contudo, a proposta de Held & McGrew é alvo de diferentes críticas por parte da literatura.
CRÍTICAS A PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DAS
ESCOLAS TEÓRICAS
“O presente artigo pretende problematizar o suposto
antagonismo entre, de um lado, capacidade estatal e
Globalização
soberania e, de outro, a “globalização”, aqui entendida
como integração dos mercados em âmbito mundial e a
consequente intensificação dos fluxos de mercadorias,
capital, informação e pessoas. Há, aliás, um Escolas
maniqueísmo corrente que costuma reduzir as
abordagens em “globalistas” e “céticos”, como é o
caso de Held e McGrew (2001), que pouco contribui Céticos Hiperglobalistas
para entender o sistema internacional contemporâneo.”
Pautasso, Diego; Fernandes, Marcelo. (2017). Soberania ou “globalização”: reflexões sobre um aparente antagonismo. Austral,
6(11), 221-240.
CRÍTICAS A PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO
DAS ESCOLAS TEÓRICAS: o Maniqueísmo
“É interessante observar como abordagens focadas nos discursos “globalistas” e “pós-
vestfaliano” desconsideram demandas básicas da grande maioria dos países, periféricos e
emergentes, representantes de cerca de 85% dos países e da população mundiais à margem do
restrito círculo dos membros ricos da OCDE. A necessidade de compreender as estruturas
hegemônicas de poder e sua ligação com a produção de riqueza em escala global (capital),
situando as contradições e disputas políticas intraestatais, bem como as assimetrias e hierarquias
interestatais, requerem uma compreensão da dialética da “globalização” e uma perspectiva que
escape ao etnocentrismo reinante nas RI.”
https://seer.ufrgs.br/austral/article/viewFile/72394/43951
CRÍTICAS A PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO
DAS ESCOLAS TEÓRICAS: o etnocentrismo (2)
“Por vezes um certo etnocentrismo esquece que os desafios postos nessas regiões
são ainda por conquistas anteriores a qualquer argumento pós-vestfaliano: ao
contrário, a construção de uma infraestrutura básica de energia, transporte e
comunicação; o estabelecimento mínimo de padrões de consumo; a prestação de
serviços públicos de saúde, educação e segurança; e a organização do apa- relho
de administração pública.”
https://seer.ufrgs.br/austral/article/viewFile/72394/43951
CRÍTICAS A PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DAS
ESCOLAS TEÓRICAS: a terceira via transformacionista ou
pós-cética
Globalização
https://academic.oup.com/isr/article-abstract/9/2/173/1817776
CONSTRUINDO ESCOLAS TEÓRICAS PARA A
GLOBALIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
TRANSFORMACIONISTAS
Os(as) transformacionistas
mais profunda na longa duração.
https://academic.oup.com/isr/article-abstract/9/2/173/1817776
Luke Martell, 2007
https://academic.oup.com/isr/article-abstract/9/2/173/1817776
MAS... E O PODER? ONDE FICA A TEORIZAÇÃO DO PODER?
Estrutura da Estrutura
informação/conhecimento financeira/creditícia
Nota: Poder estrutural vs. Poder relacional. Explorem essa distinção. Dica: estruturas são as regras do campeonato e
relações são o saldo de vitórias/derrotas dos times em campo.
Susan Strange
Strange, S. (1988). States and markets: an introduction to international political economy. Nova Iorque: Basil Blackwell.
MAS... E O PODER? ONDE FICA A TEORIZAÇÃO DO PODER?