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Conversão de Energia – Instrumentação Industrial

Módulo 2
Ensaios de Máquinas Assíncronas

Ensaio a Vazio e em Curto Circuito da Máquina


Assíncrona

Ensaios Nos 02 e 03

Conversão de Energia – Instrumentação Industrial


1 - Considerações iniciais
As máquinas assíncronas podem ser representadas eletricamente por um circuito
equivalente, este circuito está ilustrado na figura 1.1. Nas discussões teóricas, deste assunto,
foram mostrados os métodos para obtenção dos parâmetros envolvidos no circuito
equivalente, além de ter sido amplamente discutido o assunto referente ao ensaio a vazio.

r1 x1 r'2 x'2
I o

I 1 I' 2 1 s
rc  r '2
V 1 Xm Rm s

E 1  E ' 2

Figura 1.1 - Circuito equivalente da máquina assíncrona.

No circuito equivalente por fase do MIT os parâmetros elétricos, magnéticos e


mecânicos representados no circuito, são representados por elementos elétricos passivos.

Valberto Ferreira da Silva


Luiz Octávio Mattos dos Reis

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Nesta prática de laboratório, estes parâmetros do ramo magnetizante serão estudados e
determinados através do ensaio a vazio da máquina.
Na operação a vazio de máquinas assíncronas, a corrente que circula nos
enrolamentos pode atingir a ordem de 30% da corrente nominal, as potências envolvidas são
àquelas necessárias a estabelecer a magnetização (campo girante), suprir as perdas
magnéticas, as perdas nas resistências (perdas Joule a vazio) e as perdas mecânicas (atrito e
ventilação). As grandezas referentes ao ramo magnetizante são representadas no circuito
equivalente pela resistência em paralelo RmP e pela reatância XmP.

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Quanto às perdas mecânicas que ocorrem devido ao atrito dos mancais, ventilação
e também devido à própria carga referente à inércia da massa rotórica, estão representadas
pela resistência de carga rc. Ao serem estabelecidas essas considerações, podem-se discutir os
ensaios a serem apresentados neste capítulo.
O ensaio a vazio aplicado em máquinas assíncronas também denominadas por
máquinas de indução, permite a determinação das perdas por histerese e Foucault, perdas
Joule a vazio e também as perdas mecânicas. No método utilizado, neste procedimento de
ensaio, as duas primeiras podem ser obtidas a partir de uma medição direta durante o
ensaio. No entanto as perdas mecânicas serão obtidas através de uma extrapolação gráfica
dos pontos de potência e de corrente medidos durante o ensaio. Os resultados obtidos,
podem ser utilizados na determinação do ramo magnetizante, para compor o circuito
equivalente da máquina de indução.
As perdas por efeito Joule ou perdas no cobre na condição nominal, são
determinadas durante o ensaio em curto-circuito. Este ensaio também é conhecido em
algumas literaturas como ensaio de rotor bloqueado. Para as normas técnicas vigentes este
ensaio é denominado por ensaio em curto-circuito e será tratado durante as aulas desta
forma. Os resultados obtidos neste ensaio permitem obterem-se as resistências e reatâncias
de dispersão do circuito do estator e do rotor respectivamente e serão utilizados na
composição final do circuito equivalente.
2 - Operação a vazio
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Na operação a vazio o rotor da máquina gira livremente, ou seja, sem carga
acoplada ao seu eixo, assim o único conjugado a ser vencido será aquele referente ao atrito
dos mancais e a ventilação. Nesta condição a velocidade do MIT será muito próxima à
velocidade do campo nC (velocidade síncrona nS). Desprezando-se o conjugado na condição
a vazio a tensão E2  0, pois a velocidade do rotor é igual à velocidade do campo nC = nR.
Como conseqüência a corrente do estator apresentará duas componentes, uma destinada a
produção do campo girante e a segunda para suprir as perdas a vazio (histerese e Foucault)
e perdas joule a vazio. Note que neste caso as perdas joule não podem ser desconsideradas

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como se fazia no ensaio de transformadores, pois naquele caso a corrente a vazio situava-se
na ordem de 6% da nominal. Considerando as perdas joule a expressão que calcula as perdas
a vazio em um MIT é conforme (2.1):

Po  PH ,F  PJo  PA ,V (2.1)

Onde:
Po  perdas totais a vazio [W];
PH,F  perdas por histerese e Foucault [W];
PJo  perdas joule a vazio [W];
PA,V  perdas por atrito e ventilação [W].

As perdas totais a vazio (Po) serão indicadas nos wattímetros, porém para que se
efetue a separação das parcelas de perdas alguns procedimentos serão necessários.
Para obtenção das perdas Joule o primeiro procedimento é obter-se o valor da
resistência dos enrolamentos do circuito do estator. Lembrando-se sempre que a conexão
pode ser delta ou estrela. Para o caso da estrela tem-se a situação indicada na figura 2.1.
Notar que ao efetuar-se a medição, tem-se a situação ilustrada na figura 2.1, o que significa
que o resultado da medição será referente a dois ramos do circuito conectado em estrela

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ligados em série, assim o valor medido não é o valor real da resistência da bobina por fase.
Para determinar o valor da resistência por fase devem-se efetuar os cálculos indicados a
seguir:

r1 Rmed

r1

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r1

Figura 2.1 – Medição da resistência estatórica para conexão estrela.

R Med  r1Y  r1Y

R
r1Y  Med (2.2)
2

Para o caso delta tem-se a situação ilustrada na figura 2.2, duas resistência referentes
a duas das fases em série em paralelo com a terceira, efetuando-se o calculo da resistência
equivalente por fase conforme (2.3).

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r1
Rmed.

r1 r1

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Figura 2.2 - Medição da resistência estatórica para conexão delta.

R Med  ( r1  r1 ) // r1

3
r1  Rmed (2.3)
2

Sabendo-se que o valor da corrente que circula nos enrolamentos do estator será
medida para condição de tensão nominal, calcula-se a perda joule no estator pela equação
(2.4).

PJo ,1  3r1 I 12 (2.4)

Para obter-se a parcela referente às perdas joule no rotor é necessário obter-se o


valor da resistência equivalente do rotor mais estator. Ao obter-se o valor da resistência
rotórica procede-se o cálculo de forma análoga à adotada para o estator, utilizando a
equação (2.4). O resultado das perdas joule referentes ao estator e ao rotor deve ser subtraída
de Po.

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Para obterem-se as perdas por atrito e ventilação deve-se variar a tensão do MIT,
partindo-se de um valor máximo de 1,2 pu da tensão nominal, diminuindo-se
gradativamente até o ponto em que a corrente do motor comece a subir ou quando houver
grandes variações no valor rotação do MIT. Para cada valor da tensão, durante o processo de
redução, deve-se efetuar a medição da corrente a vazio e da potência vazio. Com o conjunto
de valores obtidos, plota-se o gráfico idêntico ao ilustrado na figura 2.4.

Po[W]

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Io[A]

Po

Io
PA,V[W]

Corta-se a alimentação V

Figura 2.4 – Obtenção gráfica das perdas por atrito e ventilação em um MIT.

Ao obterem-se os gráficos ilustrados na figura 2.4, pode-se extrapolar a curva da


potência a vazio até que intercepte o eixo das coordenadas que é o ponto referente às perdas
por atrito e ventilação (potência mecânica). O ponto determinado pelo segmento de curva
obtida no processo de extrapolação e pelo eixo de potência, corresponde ao ponto em que a
tensão vale zero, portanto neste instante não existem mais perdas elétricas; desta forma se
pode assumir que todas as perdas são de natureza mecânica, logo o seu valor medido na
devida escala de potência corresponde às perdas por atrito e ventilação da máquina. Este
valor deve ser subtraído da potência total. O resultado desta operação será a perda
magnética (histerese e Foucault).

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Durante o processo de medição das grandezas a vazio está ponto de tensão
nominal, correspondente ao valor de corrente a vazio e potência de perda magnética (P H,F).
Utilizando estes valores podem-se obter os parâmetros do ramo magnetizante do MIT, isto é,
os valores de Zm; RmP e XmP.
A corrente magnetizante pode ser decomposta em duas componentes
denominadas de corrente wattada, responsável pelas perdas no núcleo, e a corrente
dewattada que estabelece o fluxo magnético. Calculando-se o ângulo de fator de potência a
vazio através da equação (2.5).

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Po
cos(  o )  (2.5)
3Vo( L ) I o( L )
Conhecido o ângulo de fator de potência a vazio o , pode-se obter as componentes
a partir da análise do gráfico mostrado na figura 2.5.


Ip
V


Iq
Io
Figura 2.5 – Decomposição da corrente a vazio.
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Utilizando as mesmas metodologias aplicadas para transformadores, ou seja, para
o modelo do ramo magnetizante em paralelo tem-se:

Vof
Z mf  (2.6)
I of

P fe( f )
Rm  (2.7)
I p2( f )

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Onde:
Ip(f)  é a componente wattada da corrente por fase, responsável pelas perdas no
núcleo;
Iq(f)  é a componente dewattada da corrente, por fase, responsável pelo
estabelecimento do fluxo magnético girante;
Pfe(f)  são as perdas no ferro (histerese e Foucault) por fase.

Calcula-se a reatância do ramo magnetizante por:

Vof
X mf  (2.8)
I qf

3 - Operação em curto-circuito
Na operação em curto circuito ou rotor bloqueado, bloqueia-se o eixo do motor e
ajusta-se o valor da tensão até que a corrente nominal circule nos enrolamentos da máquina.
Nesta situação ocorrem as perdas joule nominais. Por não existir rotação não haverá as

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perdas mecânicas (atrito e ventilação), como a tensão aplicada nos terminais do MIT é
reduzida em torno de 10% da tensão nominal, as perdas magnéticas ficam extremamente
reduzidas. Portanto na operação em curto obtêm-se somente as perdas por efeito joule.
Das grandezas medidas durante o ensaio em curto circuito calculam-se os
parâmetros de dispersão do MIT, para tanto se recorre ao circuito equivalente referente ao
ensaio em curto circuito que está ilustrado na figura 3.6.
ICC

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X1f

VCC c.c.
R1f

Figura 3.6 – Circuito equivalente do ensaio em curto circuito.

A impedância do MIT para o circuito referido ao estator, pode ser calculada por:

Z1  R12  X 12 (3.1)

V f ( cc )
Z1 f  (3.2)
I f ( cc )

A resistência referida ao estator pode ser obtida por (3.3).

P( cc )
R1 f  (3.3)
3I 2f ( cc )

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Sabendo-se que:

R1 f  r1 f  r2' f (3.4)

A partir de (3.4) calcula-se o valor da resistência do rotor e a seguir obtém-se as


perdas joule rotóricas
O valor da reatância de dispersão referido ao estator pode ser calculado a partir da
equação (3.5).

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X1 f  Z12 f  R12 f (3.5)

Para obter-se as reatâncias do estator ( x1f) e do rotor(x2f), recorre-se às


recomendações constantes na norma IEEE St 112 – 1984 (IEEE standard test procedure for
polyphase induction motors and generators), que estabelece:
Se estiverem disponíveis os detalhes do projeto da máquina, deve-se usar os valores

x1 f
reais para relação . Caso contrário utiliza-se:
x2 f

x1 f
A) 1 para motores categoria A, D e tipo rotor bobinado;
x2 f

x1 f
B)  0,67 para motores categoria B;
x2 f
x1 f
C)  0,43 para motores categoria C.
x2 f

Segundo definição da NEMA (National Electrical Manufacturers Association) st


publication No MG 10 – 1983, os motores assíncronos são classificados:

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Categoria A & B: Possuem baixo torque de partida relativo seguido de um aumento do
torque com o aumento da rotação, até atingir a velocidade e o torque de carga nominal. A
diferença dos motores categoria A para os motores categoria B é que o A possui corrente de
partida maior.
Categoria C: Possuem elevado torque de partida em relação ao torque nominal. A corrente
de partida é normal.

Categoria D: Possuem elevado torque de partida (torque máximo) e alto escorregamento.

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Rotor bobinado: Possui torque variável até o valor máximo, a corrente de partida é ajustada
em função do torque de partida. Este processo é obtido através de resistores inseridos no
circuito rotórico.
Obtidos os parâmetros pode-se agora elaborar o circuito equivalente ilustrado na figura 1,
substituindo-se os valores dos parâmetros determinados a partir dos ensaios discutidos
neste roteiro.

4 - Procedimentos para o Ensaio a vazio


Para realização do ensaio a vazio devem-se inicialmente anotar os dados de placa do
motor sob ensaio. Após siga os passos indicados nos itens seguintes:

4.1 - A fim de se obter a corrente de partida do MIT, monte o circuito indicado na figura
4.1, inserindo um amperímetro de 15[A] de fundo de escala e um voltímetro.
Bloquear o eixo do MIT, certifique-se que a fonte trifásica está zerada. Ligar a fonte
trifásica e subir a tensão gradativamente até que seja indicado um valor de corrente
de 5A. Anote a tensão e acorrente na tabela 4.1.

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Fonte trifásica
V A
SCHOOLTECH

A
0 – 260 V 10A

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N.m
1 2 3

4 5 6
Freio de Foucault
MIT

Figura 4.1 – Circuito para medição da corrente de partida do MIT.

Tabela 4.1 – Dados para determinação da corrente de partida do MIT.


Tensão nominal Tensão medida Corrente nominal Corrente medida Corrente de partida
[V] [V] [A] [A] [A]

220 54 3,02 5

4.2 - Desligue a bancada, desfaça as conexões e inicie os procedimentos para a montagem


do circuito ilustrado na figura 4.2. Após a sua montagem consulte o professor ou o
técnico de laboratório antes de ligar o circuito.
4.3 - Após a verificação das conexões, ligar a fonte trifásica e a bancada com os
instrumentos de medição. Partir suavemente o motor controlado sua corrente,
através da tensão da fonte trifásica, de tal forma a não ultrapassar 5A. Após o motor
partir aplique um valor de tensão de 120% do valor nominal (caso não seja possível

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aplique o valor nominal). Deixe o motor funcionando por alguns segundos para
estabilizar o funcionamento no ponto desejado. Siga para o próximo item;
4.4 - Se o MIT estiver funcionando na condição em que a tensão aplicada seja o valor
correspondente ao nominal, preencher a tabela 4.2 com os respectivos valores;

Tabela 4.2 – Parâmetros do ensaio a vazio na condição de tensão nominal.


nR =1799,6 [rpm]
Vo[V] Io[A] FP F [Hz] Po[W]

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220 2 0,1434 60 112

4.5 - Após completar o item 4.4, utilize esse ponto para preencher a primeira linha da
tabela 4.3, com os respectivos valores;

4.6 - Agindo no controle de tensão da fonte trifásica, diminuir gradativamente a tensão


(sugere-se passos de 20V em 20V), anotando os valores correspondentes a cada um
dos pontos na tabela 4.3. Para cada ponto haverá diminuição da corrente, da
potência, porém a rotação deverá permanecer praticamente constante. Quando o
valor da tensão atingir um determinado valor, bem baixo, haverá grandes variações
na rotação e a corrente começará a aumentar. Neste ponto efetua-se o desligamento
do circuito. Para efeitos de plotar o gráfico este último ponto não deve ser
considerado;

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Figura 4.2 – Circuito para ensaio a vazio e em curto circuito do MIT


V



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Computador

Freio de Foucault
V

A
Fonte trifásica

0 – 260 V 10A

6
3

MIT
SCHOOLTECH

UPD 600

5
1

Tabela 4.3 – Parâmetros para levantamento da curva de potência e corrente contra tensão .

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Vo Io F.P. nR Po
[V] [A] [rpm] [W]
220 2 0,1434 1799,6 112
200,7 1,7 0,1445 1798,2 89
180,3 1,51 0,1483 1796,5 72
161,52 1,33 0,1621 1798,3 60
142 1,15 0,1743 1799,6 48
120 1 0,1960 1797,4 40
101,6 0,83 0,2260 1788 33

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80 0,7 0,2903 1781,4 27
60 0,53 0,4107 1758,9 23
43 0,46 0,7407 1766 20

5 - Procedimentos para o Ensaio em curto-circuito


5.2 - Após realização do ensaio a vazio, desligue a bancada (fonte trifásica e fonte do freio),
deixe ligado o sistema de medições (UPD-600). Ajustar o varivolt da fonte trifásica na
posição de tensão zero. Utilizando o mesmo circuito indicado na figura 4.2, seguir as
instruções dos itens a seguir.
5.3 - Travar o eixo do MIT (basta um aluno segurá-lo firmemente);
5.4 - Antes de ligar, verificar se a posição de tensão da fonte trifásica está em zero. Neste
caso aumente a tensão lentamente até que o amperímetro indique o valor da corrente
nominal do MIT (como tem três amperímetros, efetue a média para efeito de cálculos).
A seguir efetuar a medição dos parâmetros indicados na tabela 5.1, anotando os
valores indicados em cada coluna;

Tabela 5.1 – Parâmetros do ensaio em curto-circuito.


VCC[V] Icc[A] FP PCC[W]
35,27 3,02 0,7763 118

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5.5 - Desligue a bancada, desfaça as conexões. Utilizando um ohmímetro digital efetue a
medição da resistência do estator, lembrando as considerações feitas na parte teórica
deste roteiro e, obter:

Rmedido= 4,7[]

6 - Guia para análise


6.1 - Construir as curvas Po=f(Vo) e Io=f(Vo), apresentando-as em anexo ao relatório.

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Abaixo são apresentadas as curvas requeridas.

Figura 6.1 – Gráfico P0 x V0.

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Figura 6.2 – Gráfico I0 x V0.

6.2 - A partir dos dados obtidos no ensaio a vazio obter PJ,1; PA,V e Pfe.

Como estamos em conexão delta:

3 3
r1  Rmed   4.7  7.05
2 2

PJ 1  3r1 I 12  3  7.05  4  84.6W

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Para acharmos o valor das perdas por atrito e ventilação plotamos o grafico da
questão 6.1 em um unico plano, usando um eixo para a corrente e outro para a potencia,
como mostrado na figura 6.3

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Figura 6.2 – Gráfico I0 x V0 e P0 x V0.

A perda por atrito e ventilação é encontrada achando-se o ponto onde a corrente


comece a subir, no caso V = 50, leva-se esse ponto para o grafico P x V e acha-se a potencia
correspondente, no caso algo em torno de 22 W, essa é a perda por atrito e ventilação.

PA,V = 22 W
A perda de ferro é dada por:

PoN = PA,V + Pj + Pfe

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112 = 22 + 84.6 + Pfe
Pfe = 5.4 W

6.3 - Determinar o fator de potência a vazio e as correntes IP e Iq.

Po 112
FP  cos(o )    0.147
3Vo ( L ) I o ( L ) 3  220  2

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Da figura 2.5 tiramos as relações:

6.4 - Determinar os parâmetros do ramo magnetizante modelo paralelo, Zm, Rmp e Xmp.
6.5 - Determinar os parâmetros do circuito dual do ramo magnetizante modelo paralelo,
Zm, Gm e Bm.
6.6 - 6.5 – No ensaio a vazio explicar em termos da resistência total do rotor porque I 2 vale
zero.
6.7 - Porque no ensaio a vazio não existem perdas no ferro no rotor?
6.8 - Na curva de Io = f(Vo), qual o motivo para o acréscimo da corrente diante de um
decréscimo da tensão Vo, a partir de um determinado valor?
6.9 - Baseado no circuito equivalente do MIT, justifique a razão da ocorrência do seu baixo
fator de potência, quando opera a vazio.
6.10 - Determinar os valores de Z1CC, R1CC e X1CC.
6.11 - Determinar os valores de r1 e r’2, bem como os valores de x1 e x’2.
6.12 - Determinar o valor da perda joule no rotor do MIT.
6.13 - Calcular o fator de potência de curto circuito do MIT.
6.14 - Se for aplicada tensão plena durante o ensaio em curto circuito, qual o valor da
corrente de curto circuito (I1CC) e da potência de curto circuito (PCC)?

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6.15 - Desenvolver uma equação para corrigir o conjugado de rotor bloqueado com a
variação da tensão.
6.16 - Partindo-se dos parâmetros do circuito equivalente determinar a equação do
conjugado do MIT.
6.17 - Deduzir uma expressão para o cálculo do valor máximo do escorregamento (s max).
6.18 - Determinar a expressão para o torque máximo do MIT.
6.19 - Porque durante a partida de um MIT diz-se que o seu circuito magnético está
saturado?

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6.20 - No caso da ocorrência da saturação, o valor da reatância do MIT tende para que
valor?

Referências
[1] Falcone, A. G. Falcone, M. G. – Motores de Indução ensaio e defeitos – vol. I e II,
Pitágoras, 1998, São Paulo.
[2] Norma IEEE st 122 – Test Procedure for Polyphase Induction Motors and Generators –
1984.
[3] Norma NEMA MG-10 – Energy Guide for Selection and Use of Polyphase Motors – 1983.

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