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Material Específico – Engenharia de Controle e Automação – Tomo I – CQA/UNIP

Questão 7
Questão 7.7
Deseja-se simular o comportamento transitório de um circuito elétrico composto
por capacitores, indutores e resistores, tendo como entrada uma fonte de
tensão constante. As constantes de tempo deste circuito são dadas por
 1 = 0,1s,  2 = 0,01s e  3 = 0,001s.
Para esta simulação, dispõe-se de um simulador cujo passo de integração
mínimo é 0,001s.
Nessas condições, tem-se:
Esta simulação pode ser efetuada com sucesso desde que o modelo do circuito
seja convenientemente escalonado no tempo.
O modelo é linear e invariante no tempo.
Analisando essas afirmações, conclui-se que:
A. as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
B. as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
C. a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
D. a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
E. as duas afirmações são falsas.

1. Introdução teórica

Circuito elétrico RLC

Circuito RLC, também conhecido como circuito ressonante ou circuito


aceitador, é um circuito elétrico que consiste de um resistor (R), um capacitor
(C) e um indutor (L) conectados em série ou em paralelo.
O circuito RLC é chamado de circuito de segunda ordem visto que
qualquer tensão ou corrente nele pode ser descrita por uma equação diferencial
de segunda ordem. Esse comportamento é devido à relação de oscilação LC.
Esse tipo de circuito é utilizado como filtro de diferentes tipos,
dependendo do fator de carga. Esse filtro tem comportamento transitório da
relação RLC e, nesse caso, pode apresentar comportamento linear.

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Questão 25 – Enade 2005.

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Comportamento linear

Comportamento linear é aquele no qual as relações são de primeira


ordem, cujo gráfico é uma reta de equação .

2. Indicações bibliográficas

 ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos.


São Paulo: Bookman, 2003
 BURIAN JR, Y.; LYRA, A. C. C. Circuitos Elétricos. São Paulo: Editora
Pearson, 2006.
 OPPENHEIM, A. V.; WILLSKY, A. S. Sinais e Sistemas. 2 ed. São Paulo:
Pearson, 2010.

3. Análise das alternativas

A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A entrada do circuito RLC é de tensão constante. Sendo as
constantes de tempo desse circuito dadas por  1 = 0,1s,  2 = 0,01s e

 3 = 0,001s, com passo de integração mínimo de 0,001s, foi originado o gráfico


abaixo (figura 1).

Figura 1. Simulação do comportamento transitório.

Devido à entrada com tensão constante, e passo de integração variando


em 0,001s, as constantes de tempo serão mantidas proporcionalmente aos
valores de tempo em segundos, conforme o passo mínimo.

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Para que a simulação seja efetuada com sucesso, é necessário que o


circuito seja convenientemente escalonado no tempo para atender ao passo
mínimo de 0,001s, o que valida a primeira afirmação.
A segunda afirmação é verdadeira e valida a primeira afirmação, pois o
modelo é linear, ou seja, obedece a uma função de 1º grau (conforme gráfico)
e não varia com o tempo, pois é constante a progressão no tempo, de acordo
com as constantes τ do sistema.

B, C, D e E – Alternativas incorretas.
JUSTIFICATIVA. Para que a simulação seja efetuada com sucesso, o circuito
deve ser convenientemente escalonado no tempo para atender ao passo
mínimo de 0,001s, o que valida a primeira afirmação. A segunda afirmação é
verdadeira e valida a primeira afirmação, pois o modelo é linear e não varia
com o tempo.

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Questão 5
Questão 55

A figura acima apresenta um circuito contendo algumas simetrias, alimentado


por duas fontes de tensão contínua. Os valores das resistências estão em ohms.
Considere que o circuito esteja funcionando em regime permanente, com a
chave S fechada.
Em determinado instante, a chave S é aberta. O módulo da corrente IC,
indicada na figura, em ampères, imediatamente após a abertura da chave S, é
a) 0,125
b) 0,250
c) 0,375
d) 0,500
e) 0,625

1. Introdução teórica

1.1. Análise de circuitos elétricos

Para equacionarmos circuitos elétricos compostos por resistores,


indutores e capacitores (RLC), é necessária a utilização de equações
diferenciais. Entretanto, algumas considerações podem ser feitas quando o
circuito está em regime permanente para que possam ser aplicados cálculos
mais simples.

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Questão 21 – Enade 2008.
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O regime permanente é atingido quando todo o sistema entra em


equilíbrio. Teoricamente, o tempo para que esse equilíbrio seja atingido tende
ao infinito, mas consideram-se algumas tolerâncias para aplicações práticas.
Nessas condições, o efeito dos capacitores e dos indutores deixa de
depender do tempo e torna-se fixo, podendo-se afirmar que:
 o capacitor carregado apresenta resistência muito elevada em seus
terminais, considerando-se uma chave aberta;
 o indutor carregado apresenta resistência muito baixa em seus terminais,
considerando-se um curto-circuito;
 o capacitor descarregado apresenta resistência muito baixa em seus
terminais, considerando-se um curto-circuito;
 o indutor descarregado apresenta resistência muito elevada em seus
terminais, considerando-se uma chave aberta.
O quadro 1 resume as condições citadas acima.
Quadro 1. Resistência de capacitores e indutores.

Resistência do capacitor [Ω] Resistência do indutor [Ω]


Carregado ∞ 0
Descarregado 0 ∞

A partir dessas considerações, é possível simplificar circuitos RLC e


calcular as tensões nos capacitores e as correntes nos indutores durante o
regime permanente. Esses valores são os mesmos no instante imediatamente
posterior a um chaveamento e vão se alterando gradativamente de acordo com
a nova configuração do circuito.
Segundo Alexander e Sadiku (2003), é possível fazer o cálculo das
correntes e das tensões no circuito no instante imediatamente posterior a um
chaveamento. Para isso, devem-se calcular as condições de pré-chaveamento e
inseri-las no circuito de pós-chaveamento.

1.2. Transformação de associação de resistores de triângulo para


estrela

Muitas vezes, é necessário transformar a associação de resistores


arranjados na configuração de triângulo para estrela. Para isso, é necessário
utilizar a sequência de equações mostrada na figura 1.

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Figura 1. Associação de resistores – configurações triângulo e estrela.

1.3. Transformação de associação de resistores de estrela para


triângulo

Em algumas ocasiões, é necessário transformar a associação de


resistores arranjados na configuração de estrela para triângulo. Para isso, é
necessário utilizar a sequência de equações mostrada na figura 2.

Figura 2. Associação de resistores – configurações estrela e triângulo.

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2. Indicações bibliográficas

 ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. Fundamentos de circuitos elétricos. São


Paulo: Bookman, 2003.
 NAHVI, M.; EDMINISTER, J. A. Circuitos elétricos. 2. ed. São Paulo:
Bookman, 2005.

3. Resolução da questão

O ponto de partida para a resolução do exercício é redesenhar o circuito,


rotacionando-o de 90°, colocando rótulos nos componentes para que eles
possam ser reconhecidos mais facilmente nas equações (figura 3).

Figura 3. Circuito redesenhado com os devidos rótulos.

Cálculo da tensão nos capacitores com a chave S fechada

Em regime permanente, os capacitores comportam-se como uma chave


aberta e os indutores como um curto-circuito. Desse modo, o circuito
apresentado na figura 3 pode ser simplificado para um novo circuito,
apresentado na figura 4. Nesse caso, o circuito passa a ser puramente resistivo
e pode ser estudado sem a necessidade de equações diferenciais.

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Figura 4. Circuito simplificado sem os capacitores e o indutor.

Algumas considerações podem ser feitas para simplificar ainda mais o


circuito apresentado na figura 4. Os resistores R1 e R2 estão em série, assim
como os resistores R3 e R4. Na extrema direita do circuito, é possível identificar
os resistores R10 e R11 em série e o resistor R9 em paralelo. Dessa forma, temos
os seguintes cálculos:

Mesmo com menos resistores, ainda não é possível obter o valor das
tensões nos capacitores. Será necessário aplicar a transformação de associação
de resistores em triângulo para a formação em estrela no detalhe (a) da
figura 5.

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Figura 5. Circuito a ser simplificado com a associação de triângulo para estrela.

A partir do detalhe (a) da figura 5, é possível determinar os novos


valores de resistores na configuração estrela:

A figura 6 apresenta um novo circuito com os valores dos resistores


calculados anteriormente. Notam-se algumas simetrias nesse circuito,
possibilitando considerações adicionais.
Como o lado superior do circuito é idêntico ao lado inferior, pode-se
afirmar que a queda de tensão nos resistores superiores é igual à queda de
tensão nos resistores inferiores. Dessa forma, a tensão no ponto A é igual à
tensão no ponto B da figura 6 (VA = VB), não havendo diferença de potencial
entre os terminais do resistor rZ de 2,5 Ω (VAB = VA - VB = 0). Sendo assim, é
possível afirmar que a corrente que passa pelo resistor rZ é nula.

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Figura 6. Nova configuração do circuito após a associação de resistores de triângulo para estrela.

Já que não existe passagem de corrente elétrica pelos pontos A e B, o


circuito pode ser simplificado ainda mais para a obtenção da tensão nos pontos
de instalação dos capacitores. A figura 7 mostra como fica o novo circuito.

Figura 7. Circuito simplificado para o cálculo da tensão nos capacitores.

Com essa simplificação, é possível calcular a corrente que passa pelos


resistores a partir da soma das duas fontes de tensão e da obtenção da
resistência equivalente em série dos quatro resistores:

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Conhecido o valor da intensidade da corrente elétrica I0 que passa pelos


resistores da figura 7, é possível calcular a queda de tensão em cada um dos
resistores e, consequentemente, o valor da tensão nos capacitores. Nesse caso,
a tensão no ponto C equivale à tensão no capacitor C1 e a tensão no ponto D
equivale à tensão no capacitor C2.

A tensão entre os pontos C e D (VCD) pode ser obtida por:

Cálculo da corrente no indutor e nas adjacências com a chave S


fechada

Com o objetivo de simplificar o circuito após o cálculo das tensões nos


pontos C e D da figura 7, pode-se eliminar boa parte do circuito da figura 3
para facilitar os cálculos das correntes no indutor e adjacências. A figura 8
mostra esse circuito simplificado com os rótulos nas correntes quando a chave
S está fechada.

Figura 8. Circuito simplificado para o cálculo das correntes com a chave S fechada.

Analisando o circuito, temos que .

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Mas, da mesma forma como foi constatado anteriormente, a corrente I2


é nula nesse circuito, devido às simetrias dos resistores. Então, . Dessa
forma, pode-se equacionar o circuito da seguinte maneira: .
Como o capacitor em regime permanente apresenta resistência muito
elevada, ele pode ser considerado uma chave aberta, fazendo com que a
corrente I6 seja desprezível. Assim, a equação anterior pode ser escrita como:
.
Então, temos os seguintes cálculos sobre as correntes do circuito:

No instante em que a chave S é aberta, o capacitor volta para o circuito,


fornecendo a tensão que estava acumulada em seus terminais e o indutor
tende a manter a corrente I5. Sendo assim, baseando-se na figura 8
(considerando a chave S aberta), a corrente I0 mantém-se inalterada e as
correntes nos ramos podem ser definidas por:

Então, realizando as substituições pelos valores, temos:

Alternativa correta: C (o módulo da corrente IC, indicada na figura, em


ampères, imediatamente após a abertura da chave S, é ).

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Questão 7
Questão 77
Em um laboratório de máquinas elétricas de 20 m2 de área, a tensão máxima
disponível é 440 V. Para prevenir o risco de choques elétricos, emprega-se um
tapete eletricamente isolante, que cobre todo o chão da sala. A espessura deste
tapete foi calculada por um especialista considerando a corrente máxima
permitida igual a 1 mA. A resistência do homem é desprezada e a área de
contato do usuário com o tapete foi arbitrada em 1000 cm2. O isolante
empregado apresenta resistividade igual a 4,4×108  cm e massa específica
igual a 2 g/cm3. Qual a massa, em kg, deste tapete?
a) 4000
b) 400
c) 44
d) 40
e) 4

1. Introdução teórica

Lei de Ohm

A Lei de Ohm é a base para análise de circuitos elétricos e estabelece


que a tensão em um resistor é diretamente proporcional à intensidade da
corrente que flui através do resistor. Assim, Ohm definiu uma constante, R,
relacionada à constante de proporcionalidade da relação da tensão e corrente.
Dessa forma, a equação a seguir representa a 1ª Lei de Ohm:
Na expressão anterior, representa a tensão, em Volts (V), , a
intensidade da corrente, em Ampères (A), e , a resistência, em Ohm (Ω).
Ohm também estabeleceu uma lei sobre a resistividade dos materiais,
conhecida como 2ª Lei de Ohm, possibilitando a determinação da resistência
que um material terá de acordo com a equação a seguir: .

Na expressão anterior, representa a resistividade do material, em


Ohms vezes metros (Ω.m), , o comprimento do elemento, em metros (m) e

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Questão 28 – Enade 2005.
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a área da secção transversal do elemento, em metros quadrados (m²). A


dimensão e a área estão genericamente ilustradas na figura 1.

Figura 1. Dimensão e a área .

2. Indicações bibliográficas

 ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. Fundamentos de circuitos elétricos. São


Paulo: Bookman, 2003.
 BURIAN, Y.; LYRA, A. C. C. Circuitos elétricos. São Paulo: Pearson Prentice-
Hall, 2006.

3. Resolução da questão

De acordo com o enunciado, a tensão máxima é de 440 V e o fluxo de


corrente máximo que o tapete deve permitir é de 1 mA. Com isso é possível
determinar a resistência do tapete a partir da 1ª Lei de Ohm: .

Logo, para o caso em estudo, .

Conhecendo a resistência do tapete, podemos calcular a resistividade do


material, a área de contato do usuário com o tapete e a sua espessura L,
indicada na figura 2.

Figura 2. Tapete de espessura L.

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Ou seja,

Conhecendo a espessura do tapete, é possível calcular o volume total V


do tapete a partir da informação da área total do tapete ( ).

A massa m do tapete pode ser obtida a partir da massa específica μ do


tapete e do volume ocupado:

Alternativa correta: B.

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