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Laboratório de Eletrotécnica Geral

CAPACITORES

Capacitor é um componente eletrônico capaz de armazenar carga elétrica, ao ser ligado


em uma fonte de tensão, dentro do capacitor os terminais são conectados por placas metálicas,
geralmente de alumínio, separados por um material dielétrico. Esse material dielétrico pode ser
de diversos materiais, como cerâmica, teflon, mica, porcelana, celulose, milar e até ar. Dielétrico
é o material isolante que é capaz de se tornar condutor quando submetido a determinado valor
de campo elétrico, essa mudança de estado (isolante para condutor) acontece quando o campo
elétrico é maior que a rigidez dielétrica do material, ou seja, até os materiais isolantes podem
conduzir quando submetidos a determinado valor de cargas elétricas.

A UNIDADE DE MEDIDA FARAD

Para determinar a quantidade de carga armazenada em um capacitor, utilizaremos uma


unidade de medida conhecida por Farad. Essa propriedade é a Capacitância.
Na eletrônica, para facilitar, usamos submúltiplos do Farad, os capacitores em sua maioria
tem valores muito baixos, isso por que um Farad é uma unidade muito grande, então são vistos
com mais frequência medidas como microfarad, nanofarad ou picofarad.

TIPOS DE CAPACITORES

Capacitor Cerâmico
O Capacitor Cerâmico ou também chamado de Capacitor
Cerâmico de disco, é um disco de Cerâmica com suas duas faces
de metal. Veja o esquema abaixo:

Capacitor de Poliéster
Esse tipo utiliza como dielétrico o mylar, que é uma película de poliéster. Eles são revestidos
por uma resina epóxi. Esse capacitores podem lidar com vários tipos de tensões, desde mais
baixas a até mais altas. Veja imagens abaixo:

Assim como os cerâmicos, eles são usados em circuitos que trabalham com altas
frequências, e também não possuem polaridade definida.

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Capacitor Eletrolítico

São capacitores geralmente cilíndricos, cujos eletrodos


são folhas de alumínio separadas entre si por óxido de
alumínio, que ficam embebidas por um eletrolito liquido.
Com o passar do tempo, o eletrolito seca e isso gera um
mau funcionamento do circuito.
Ele possui polaridade bem definida, e, caso ela seja
invertida, isso causa o rompimento do dielétrico, fazendo o
componente entrar em curto e inchar, ou em alguns casos
muito comuns, explodir.
A leitura é a mais simples e fácil de todas, ela é escrita
já na carcaça dele, sem maiores complicações.

SIMBOLOGIA DOS CAPACITORES

Por padrão, os capacitores seguem uma simbologia para serem desenhados em circuitos
elétricos. Normalmente são representados pela letra C, seu valor pode estar ao lado ou em
legenda, e são desenhados da seguinte forma:

ESPECIFICAÇÕES DOS CAPACITORES

Além da capacitância, os fabricantes de capacitores fornecem outras especificações,


como:
• Tolerância: dependendo da tecnologia de fabricação e do dielétrico utilizado, a tolerância
dos capacitores pode variar, em geral, de +/- 1% a +/- 20%.
• Tensão de Isolação: é a máxima tensão que pode ser aplicada continuamente nos
terminais do capacitor, sem danificá-lo.

VALORES COMERCIAIS DE CAPACITORES


Os valores comerciais de capacitores variam muito em função dos fabricantes, porém os
mais comuns são os múltiplos e submúltiplos das décadas mostradas a seguir:

CAPACITORES NÃO ELETROLÍTICOS (até 1μF)


10 12 15 18 22 27 33 47 56 68 75 82 91

CAPACITORES ELETROLÍTICOS
10 22 27 33 47 68

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CAPACITOR OPERANDO COM TENSÃO CONTÍNUA

Considere o circuito ao lado, com a chave S


aberta e com o capacitor inicialmente descarregado
(VC = 0). Fechando-se a chave no instante t = 0, a
tensão entre as placas do capacitor cresce até atingir
o valor máximo (VC = E).
Com a corrente acontece o contrário.
Inicialmente, com o capacitor descarregado, a
corrente não encontra qualquer resistência para
circular e seu valor é máximo. Porém, à medida que o capacitor vai se carregando, a corrente vai
diminuindo, até cessar (i = 0).

Obs.: a circulação de corrente citada anteriormente é


apenas a movimentação de cargas elétricas entre os pólos
do gerador e as placas do capacitor, pois, realmente seria
impossível a circulação de corrente elétrica neste circuito,
pois com o capacitor, não temos um caminho fechado para a
circulação da mesma.

O período entre o fechamento da chave e a estabilização


da tensão é rápido, mas não instantâneo, sendo denominado
de período transitório.

CIRCUITOS DE TEMPORIZAÇÃO RESISTOR / CAPACITOR (RC)

Um circuito de temporização é aquele que executa uma determinada ação após um


intervalo de tempo preestabelecido.
Aproveitando a característica de carregamento e descarregamento do capacitor,
e adicionando um resistor em série, podemos determinar as condições de um circuito de
temporização.

CONSTANTE DE TEMPO
Como já foi visto, existe um determinado tempo para o capacitor se carregar. Se ligarmos
um resistor em série com o capacitor, a circulação de corrente elétrica terá uma resistência. Assim
o tempo de carga do capacitor sofrerá um atraso. Este tempo será diretamente proporcional ao
valor da capacitância (C) do capacitor e do valor da resistência (R) do resistor.
O produto da resistência pela capacitância (R.C) resulta numa grandeza de tempo,
denominada constante de tempo ( ). t

t= R.C t = Constante de tempo (s)


R = Resistência elétrica (Ω)
C = Capacitância (F)

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ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES

Consiste na determinação da capacitância total ou equivalente (CT ou Ceq) que represente


numericamente a capacitância de um grupo de capacitores ligados de uma maneira qualquer.

ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE.
Na associação de capacitores em série, as placas que constituem os capacitores são
ligadas entre si da seguinte forma:
A placa negativa do capacitor liga-se à placa positiva de outro capacitor e assim
sucessivamente.
Imagem exemplificativa de Associação de Capacitores em Série

Isso faz com que todos os capacitores tenham a mesma carga de associação, ou seja,
Q = constante.
Através da seguinte fórmula é possível determinar a capacitância da associação de
capacitores em série:

ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES EM PARALELO

Na associação de capacitores em paralelo as placas negativas dos capacitores são ligadas


entre si.
Da mesma forma, as placas positivas também são ligadas entre elas. É por isso, que esse
tipo de associação recebe o nome de associação paralela.
Imagem exemplificativa de Associação de Capacitores em Paralelo.

Neste caso, todos os capacitores têm a mesma ddp (diferença de potencial elétrico), ou
seja, V = constante.
Para calcular a associação de capacitores em paralelo, somamos as suas capacitância
usando para tanto a fórmula:

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EXERCÍCIOS PRÁTICOS

CAPACITORES

Para esta prática, utilizaremos os seguintes materiais;


* Módulo de Eletrônica Analógica;
* Multímetro digital;
* Resistor: 100Ω, 220Ω, 330Ω, 1kΩ, 1K5Ω, 2k2Ω e 10kΩ.
* Capacitores: 100nF (2x),1000µF (2x);

PROCEDIMENTOS

1) Monte o circuito da figura abaixo.

2) Após a estabilização do circuito (carregamento completo dos capacitores). Medir os


valores de tensão e corrente nos componentes do circuito e anotar nos quadros a seguir:

R1 R2 R3 R4
VR1 IR1 VR2 IR2 VR3 IR3 VR4 IR4

R5 R6 C1 C2
VR5 IR5 VR6 IR6 VC1 IC1 VC2 IC2

3) Analisar os resultados obtidos no item anterior e responder as seguintes questões:


a) O que ocorre com a corrente nos ramos do circuito onde temos um capacitor?

b) Por que temos tensão nos terminais dos capacitores e não temos corrente?

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4) Montar o circuito mostrado na figura abaixo:

OBS.: - As chaves SW1 e SW2 podem


ser apenas a conexão com um jump;
-CUIDADO com a polaridade do
capacitor eletrolítico.

5) Utilizando um cronômetro e o multímetro digital medindo a tensão nos terminais do


capacitor C1, inicialmente descarregado, fechar a chave SW1 e anotar no quadro a seguir,
os tempos para a tensão no capacitor atingir os valores mostrados a seguir, no processo de
carregamento do capacitor:

VC1 2V 4V 6V 8V 10V
TEMPO(S)

6) Após o carregamento completo do capacitor abra a chave SW1, feche a chave SW2 e
anotar no quadro os tempos para a tensão no capacitor atingir os valores mostrados a seguir, no
processo de descarregamento do capacitor:

VC1 8V 6V 4V 2V 0V
TEMPO(S)

7) Analisar os resultados obtidos nos itens 8 e 9, e responder as seguintes questões:

a) Qual foi o tempo gasto para o capacitor se carregar completamente?

b) Qual foi o tempo gasto para o capacitor se descarregar completamente?

c) Qual processo foi mais lento: o carregamento ou o descarregamento? Por quê?

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8) Montar o circuito mostrado na figura abaixo:

9) Utilizando um cronômetro e o multímetro digital medindo a tensão nos terminais do


capacitor C1, inicialmente descarregado, fechar a chave SW1 e anotar no quadro a seguir,
os tempos para a tensão no capacitor atingir os valores mostrados a seguir, no processo de
carregamento do capacitor:

VC1 2V 4V 6V 8V 10V
TEMPO(S)

10) Após o carregamento completo do capacitor abra a chave SW1, feche a chave SW2 e
anotar no quadro os tempos para a tensão no capacitor atingir os valores mostrados a seguir, no
processo de descarregamento do capacitor:

VC1 8V 6V 4V 2V 0V
TEMPO(S)

11) Comparar os resultados obtidos nos itens 9 e 10 com os obtidos nos itens 5 e 6 e
escrever suas conclusões:

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12) Montar o circuito mostrado na figura abaixo:

13) Utilizando um cronômetro e o multímetro digital medindo a tensão nos terminais do


capacitor C1, inicialmente descarregado, fechar a chave SW1 e anotar no quadro a seguir,
os tempos para a tensão no capacitor atingir os valores mostrados a seguir, no processo de
carregamento do capacitor:

VC1 2V 4V 6V 8V 10V
TEMPO(S)

14) Após o carregamento completo do capacitor abra a chave SW1, feche a chave SW2 e
anotar no quadro os tempos para a tensão no capacitor atingir os valores mostrados a seguir, no
processo de descarregamento do capacitor:

VC1 8V 6V 4V 2V 0V
TEMPO(S)

15) Comparar os resultados obtidos nos itens 13 e 14 com os obtidos nos itens 5 e 6 e
escrever suas conclusões:

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