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Departamento de Física, Universidade Federal do Paraná, entro Politécnico - Campus III - Jardim das Américas
Caixa Postal 19044, CEP: 81531-990 Curitiba/PR, Brasil
e-mail: jcfa06@fisica.ufpr.br
Resumo Os circuitos elétricos oscilantes estão em constante presença em nosso cotidiano, sendo talvez exemplo
mais presente, o fato de que corresponde ao que ocorre na prática na distribuição de tensão à população. Neste
experimento estudaremos alguns princípios básicos de circuitos que se aproximam ao que ocorre no exemplo
citado acima, em que geradores oscilantes fornecem tensões senoidais ou cossenoidais numa certa freqüência,
fazendo análises qualitativas e quantitativas da resposta dos circuitos à determinadas freqüências. Em particular,
estudaremos a ressonância num circuito RLC série em regime permanente senoidal, o qual tem grande aplicação
na recepção de sinais de TV ou rádio por exemplo.
dos cursores t1 e t2 , o intervalo de tempo ( t) entre as oscilatórios cuja amplitude decresce com o tempo. O in-
cristas das duas ondas. Depois disto, utilizando tervalo de tempo entre cada pico equivale a um período
de oscilação. Utilizando os cursosres podemos determinar
= f t360 (19) este período. Para garantir uma medida mais con…ável,
cosideramos o intervalo de tempo entre dois picos e dividi-
podemos obter a diferença de fase.
mos por dois, obtendo assim o período médio de oscilação,
Para diferentes valores de freqüência, repetimos as me-
lembrando que fn = T 1 , obtemos fn = 961; 6 Hz que é
didas e montamos a tabela 1.
a freqüência natual do circuito.
Ajustamos o gerador para um sinal senoidal, e vari-
Tabela 1. Diferença de fase entreas ondas amos a freqüência do sinal desde fn -200 Hz até fn +300
Hz. Também com os cursores medimos as amplitudes da
Freqüência t = t2 t1
Hz (ms) ( )
tensão sobre o resistor, o capacitor, e a difereça de fase
50 4,4 79,2 entre a onda da tensão aplicada ao circuito e a onda da
100 1,680 60,48 tensão sobre o resistor. Ajustamos a tensão fornecida pela
150 0,960 51,84 fonte para 1 V.
200 0,620 44,64 Com isto montamos a tabela 2:
400 0,210 30,24
600 0,100 21,6
800 0,040 11,52 Tabela 2. Resposta do circuito RLC usando um resistor de
1000 0,026 9,36 22
1500 40,010 5,4
Freqüência VR VC Vt t
Hz (mV ) (mV ) (mV ) ( s)
760 76,60 968,80 306,2 220
811,6 89,06 1094 262 152
1.4.2. Circuito RLC - Regime permanente 861,6 98,44 1156 200 100
911,6 104,7 1156 178,1 30
Montamos o circuito conforme a …gura 1.4.2 936,6 101,0 1078 193 -70
961,6 98,4 984,4 215,6 -112
986,6 93,75 921,9 243,7 -128
1011,6 86,25 859,4 259,4 -148
1061,6 74,37 712,0 293,8 -176
1111,6 65,62 581 325 -160
1161,6 57,81 512,5 337,5 -160
1211,6 53,13 425 356,3 -152
1261,6 48,44 375 362,5 -164
e por 19 a tabela 3:
Freqüência VR VC Vt t
Hz (mV ) (mV ) (mV ) ( s)
606,5 562,5 953,1 781,2 150
656,5 606,5 953,1 765,6 110
706,5 1,609 937,0 750,0 90
756,5 1,687 906,3 718,7 50
781,5 681,2 906,3 718,7 40
806,5 693,7 890,6 718,7 30
831,5 700,0 875,0 718,7 10
856,5 700,0 859,4 703,1 10
906,5 700,0 812,5 703,1 0
956,5 700,0 765,6 703,1 -20
1006,5 681,3 734,4 703,1 -36
1056,5 668,8 675,0 703,1 -40
1106,5 656,2 631,2 718,7 -56
As curvas obtidas tem a forma de uma gaussiana com ajustados manualmente no osciloscópio. Contudo, quali-
pico na freqüência de ressonância do circuito. Como a cor- tativamente, não há perda de informação no comporta-
rente na ressonância é limitada apenas pela resistência, mento da corrente com relação à freqüência. O comporta-
uma variação na resistência é acompanhada de uma vari- mento da diferença de fase também condiz com a previsão
ação no valor de pico da curva de resposta de corrente. teórica, onde o circuito passa da característica capacitiva
Este efeito é visível no grá…co 2.2, e indica que, quanto para indutiva (dada a relação das reatâncias em função da
menores são as resistências do circuito, mais pontiaguda é freqüência em 5 e 6). Também, salvo o desvio na deter-
a curva de resposta. minação de f0 ;é possível determinar as características da
Com os dados coletados também é possível plotar ressonância num circuito RLC série, qual sejam ! = ! 0 ,
xf =f0 para as duas resistências 2.2: = 0, X = 0, Z = R e i(t) = imax .
Em suma, este experimento serviu como bom exem-
pli…cador do estudo de circuitos com corrente alternada,
podendo ser otimizado adotando-se outros métodos para
certas medidas e/ou abrindo mão de mais critério e cautela
na coleta dos dados.
Referências
Bartkowiak, R. A. 1995,Circuitos Elétricos, Makron Books do
Brasil Ed. Ltda
Halliday, D. & Resnick, R., Física, 1966, Ao livro técnico S.A.
e Editora da Universidade de São Paulo
Eisberg, R.M. & Lerner, L., Fundamentos de Física Vol. II e
III, 1981, McGraw-Hill
Nussenzveig, H. M.,Física Básica Vol. 3, 1998, Ed. Edgard
Blücher Ltda
3. Conclusões
Apesar da aparente discrepância quantitativa, foi possível
a partir deste experimento con…rmar qualitativamente os
fenômenos pertinentes aos circuitos RC e RLC.
Para o circuito RC por exemplo, foi possível observar
o comportamento previsto pela teoria (equação 20) para
a qual, a reatância capacitiva é inversamente proporcional
à freqüência como dado por 5, e o fato de termos > 0,
o que demostra que a corrente está adiantada em relação
à tensão.
No circuito RLC, observando os efeitos da resistência
para a ressonância (ver 2.2), temos uma boa concordância
com a previsão teórica. O desvio dos picos visto no grá…co
2.2, se deve, possívelmente à um erro na determinação da
freqüência natural do circuito, uma vez que os cursores são