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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Engenharia de Lorena – EEL

“LOB1053 - FÍSICA III“

Prof. Dr. Durval Rodrigues Junior

Departamento de Engenharia de Materiais (DEMAR)


Escola de Engenharia de Lorena (EEL)
U i
Universidade
id d dde Sã
São PPaulo
l (USP)
Polo Urbo-Industrial, Gleba AI-6 - Lorena, SP 12600-970
durval@demar.eel.usp.br

Rodovia Itajubá-Lorena,
j , Km 74,5
, - Caixa Postal 116 USP Lorena Polo Urbo-Industrial Gleba AI-6 - Caixa Postal 116
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UNIDADE 6 –

CORRENTE E
RESISTÊNCIA
Ê
ELÉTRICA
Corrente elétrica e resistência
Uma corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elétricas.

Um circuito
U i i condutor
d isolado,
i l d como na Fig.
Fi 11a, estáá todo
d a um
mesmo potencial e E = 0 no seu interior . Nenhuma força elétrica
resultante atua sobre os elétrons de condução disponíveis
disponíveis, logo não há
nenhuma corrente elétrica.

A inserção de uma bateria no circuito (Fig. 1b ) gera um campo


elétrico dentro do condutor. Este campo faz com que as cargas elétricas
se movam ordenadamente,
d d t constituindo
tit i d assim
i uma corrente t elétrica.
lét i
0

E≠0
E=0
Bateria

Fig. 1a Fig.1b
Corrente elétrica e resistência
Definição de corrente:
dqq
i=
dt
A carga Δq que atravessa
t um plano
l em um intervalo
i t l de
d tempo
t Δt
pode ser determinada através de:
t + Δt
Δq = ∫ dq = ∫ i dt
t
Unidade de corrente:
1 Ampère
p = 1 C/s
A corrente i tem a mesma
intensidade através das
seções aa’, bb’ e cc’.
Corrente elétrica e resistência
a) Correntes, apesar de serem representadas por setas, são escalares.

b) Em conseqüência da conservação de cargas, temos:

i0 = i1 + i2

c) O sentido convencional da corrente é o


sentido no qual se moveriam os
portadores de carga positiva, mesmo que
os verdadeiros portadores de carga sejam
negativos.
negativos
Densidade de corrente

r
i = ∫ J ⋅ nˆdA
r
Se a densidade J for uniforme
através
r da superfície e paralela
a dA , teremos:

i = ∫ JdA = J ∫ dA
i
J = ( A/m 2 )
A
Densidade de corrente
A corrente i será:
q nALe e
i= = = nAev
A d
t (L / v d )

Velocidade de deriva: vd
O número de elétrons no i J
comprimento
i L pode
d ser vd = =
nAe ne
considerado como nAL, onde n
é a densidade volumétrica de ou, na forma
f vetorial:
i l
elétrons e AL é o volume da r r
secção
ç do condutor. J = n evd
A carga que atravessa o onde:
condutor no tempo t=L/vd com n = número de portadores por
velocidade
l id d vd seráá q=(nAL)e.
( AL) unidade de volume
e = carga elementar
Densidade de corrente
Exemplos
1) U
Um fi
fio dde alumínio
l í i ded 0,25
0 25 cm de
d diâmetro
diâ t temt seus
extremos soldados num fio de cobre cujo diâmetro é igual a
0,16 cm. Por esse fio composto, passa uma corrente de 10 A.
Qual é o valor da densidade de corrente em cada fio?

Como a mesma corrente flui pelos dois condutores temos:

10 A
j Al = = 203 ,72 A / cm 2
π
(0 ,25 cm )2

4
10 A
jCu = = 497 ,36 A / cm 2
π
(0 ,16 cm )2
4
Densidade de corrente
Exemplos
2) A ddensidade
id d dde corrente
t em um fiofi cilíndrico
ilí d i ded raio
i
R = 2,0 mm é uniforme em uma seção transversal do fio e
vale J = 2,0 X 105 A/m2. Qual a corrente que atravessa a
porção externa do fio entre as distâncias radiais R/2 e R?
R : i ≅ 1,9A

3) Suponha, em vez disso, que a densidade de corrente através


de uma
ma seção trans
transversal
ersal do fio varie
arie com a distância radial
r segundo J = ar2, onde a = 3,0 x 1011 A/m4 e r está em
metros. Neste caso, qual a corrente que atravessa a mesma
porção externa do fio?
15
R : i = πaR 4 ≅ 7,1A
32
Resistência e resistividade
V
Definição de resistência: R =
I
No Sistema Internacional (SI), a diferença
d potencial
de i l em volts
l (V) e a corrente em
ampères (A) resulta em R em ohms (Ω) . Na
prática um material cuja função é oferecer
prática,
uma resistência especificada em um circuito
é chamado de resistor ((veja
j figura
g ao lado)) e
seu símbolo em circuitos é :
R

Apprincipal
p função
ç do resistor em um
circuito é controlar a corrente.
Resistência e resistividade
Do ponto dervista da física microscópica ré conveniente utilizar o
campo elétrico E e a densidade de corrente J no lugar da diferença de
potencial V e da corrente elétrica i. Daí, o equivalente microscópico da
resistência R é a resistividade ρ , definida por:
r r E ⎛ V/m
V/ ⎞
E=ρJ o que nos leva a ρ= ⎜ 2
= Ω.m ⎟
J ⎝ A/m ⎠
Em termos de estrutura de materiais, algumas vezes é
conveniente usar a condutividade σ , definida por: 1 ⎛ 1 ⎞
σ= ⎜ ⎟
Calculando R em função de ρ: ρ ⎝ Ω.m ⎠
V i . Substituindo em
E= e J=
L A
E L
ρ= tem-se: R = ρ
J A
Resistência e resistividade
Para condutores isotrópicos ou anisotrópicos podemos escrever:
r r r r r r
b
E=ρJ Mas i = ∫ J • dA e Vab = − ∫ E • dl
a

r r
b
− ∫ E • dl
E podemos escrever: Vab
R= = ar r
i ∫ J • dA
Para condutores isotrópicos :

Vabb EL L
e tem-se: R = = =ρ
i jA A
Variação da resistividade com a temperatura
Para os metais em geral, a variação da resistividade com a
temperatura é linear numa faixa ampla de temperaturas:
ρ − ρ 0 = ρ 0 α (T − T0 )
Nesta equação,
N ã T0 é uma
temperatura de referência
selecionada e ρ 0 é a resistividade
nesta temperatura.
Normalmente, T0 = 293K ppara a
qual ρ 0 = 1,69 x 10-8 Ω.cm, no
caso do cobre.
A constante α é chamada
h d
coeficiente de resistividade de
temperatura
temperatura.
Resistividades de alguns materiais
Material ( a 200 C) Resistividade Coeficiente de
ρ (Ω.m) resistividade (K-1)
Prata 1 62 x 10-8
1,62 4 1 x 10-3
4,1
Cobre 1,69 x 10-8 4,3 x 10-3
Alumínio 2 75 x 10-8
2,75 4 4 x 10-3
4,4
Tungstênio 5,25 x 10-8 4,5 x 10-3
Ferro , x 10-8
9,68 , x 10-3
6,5
Platina 10,6 x 10-8 3,9 x 10-3
Manganina 4,82 x 10-8 0,002 x 10-3
Silício puro 2,5 x 10-3 -70 x 10-3
Silício tipo n 8,7 x 10-4
Silício tipo p 2,8 x 10-3
Vidro 1010 - 1014
Quartzo fundido ~1016
Condutores, semicondutores e isolantes
Lei de Ohm
A lei de Ohm estabelece que a variação da corrente através de um
“dispositivo”
p em função
ç da diferença
f ç de potencial
p é linear,, ou seja,
j ,R
independe do valor e da polaridade de V (figura b). Quando isto
acontece diz-se que o “dispositivo” é um condutor ôhmico. Caso
contrário, o condutor não segue a lei de Ohm (figura c).

P l definição
Pela d fi i ã de
d resistência:
i ê i
V
R=
I
A lei de Ohm implica que
R ≠ R (V
( )
e que o gráfico I × V é linear.
linear
Visão microscópica da Lei de Ohm
r
Um elétron de massa m colocado num campo E sofre uma aceleração
F eE
a= =
m m
A velocidade de deriva pode ser escrita como:
eE ,
vd = aτ = τ
m
onde τ é o tempo médio de colisões.
colisões
Portanto,
J eEτ
vd = =
ne m
⎛ m ⎞
E = ⎜⎜ ⎟J ⇒ E = ρ J
2 ⎟
⎝ nτ e ⎠
m
ρ=
nτ e 2
Potência em circuitos elétricos
dU =V dq = Vi dt
dU ##
P= = iV ⇒ P =V i
dt
2 **
V
P = Ri =
2

R
# # Aplica-se à transformação
d energia
de i elétrica
lét i em todos
t d os
outros tipos de energia.
** transformação de energia [P ] = [iV ] = V .A m = N A.m
m C
potencial elétrica em energia
térmica num dispositivo com [P ] = N C m = N.m = J = watt (W
(W )
Cs s s
resistência.
Condução em materiais: modelo de bandas

a) Condutor

b) Isolante

c) Semicond
Semicondutor
tor
Supercondutores
Condução sem resistência

i i

V =0
Propriedades magnéticas inusitadas: Pares de Cooper
Associação de resistores em série

Uma mesma corrente passa através dos


resistores ligados em série. A soma das
diferenças de potencial entre as extremidades
dos resistores é igual diferença de potencial
aplicada:
p
ΔV
ΔV = IR1 + IR2 = I (R1 + IR2 ) ⇒ I =
R1 + R2
ΔV
Da figura : I=
Req
Comparando: Req = R1 + R2
Para três ou mais resistores em série:
Req = R1 + R2 + R3 + ... = ∑ Ri
i
Associação de resistores em paralelo

Todos os resistores ligados em paralelo


ficam submetidos à mesma diferença de
p
potencial:
ΔV ΔV
I1 = , I2 =
R1 R2
⎛1 1 ⎞
I = I1 + I 2 = ΔV ⎜⎜ + ⎟⎟
⎝ R1 R2 ⎠
ΔV
D fi
Da figura : I =
Req
1 1 1
Comparando: = +
Req R1 R2
Para três ou mais resistores em paralelo:
1 1 1 1 1
= + + + ... = ∑
Req R1 R2 R3 i Ri
Exercícios sugeridos

4) Ditado em sala.
5) N° 9, p. 134, Halliday, Física vol. 3 (4ª edição). **
6) N°
N 20, p. 135, Halliday, Física vol. 3 (4
(4ª edição). **
7) N° 40, p. 137, Halliday, Física vol. 3 (4ª edição). **

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