Você está na página 1de 31

Materiais

de Intervenção
Psicológica em casos de Luto
Estes materiais resultam da tradução de técnicas
empiricamente validadas e disponibilizadas pelos respectivos
autores, reconhecidos como os especialistas da área do luto.








Daniela Nogueira, PhD
Porto, julho de 2016



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Actividades clínicas

Exercicios narrativos e/ou experienciais

“Aprender de la pérdida. Una guia para afrontar el duelo”.

Robert Neimeyer (2012)



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«INVENTÁRIO PESSOAL DAS NOSSAS PRÓPRIAS PERDAS»



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«MARCAS DA NOSSA VIDA»

A pessoa cujo exemplo quero seguir é: ________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________

Esta pessoa teve o seguinte impacto em mim:

nos meus gestos e particularidades: ______________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

na minha forma de falar e comunicar: ___________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

nas minhas actividades profissionais e de tempos livres: ______________________________

_______________________________________________________________________________________________

na minha personalidade: __________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

nos meus valores e crenças: ______________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

As marcas (pegadas/exemplos) que mais gostaria de reter são: _______________________________

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

As marcas que mais gostaria de renunciar ou que mais gostaria de alterar, são: _____________

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«BIOGRAFIAS»

Sugestões gerais:

1. Decida quais as fontes que vai utilizar.


2. Procure surpresas.
3. Seja consciente das suas limitações.
4. Utilize factos, mas não se limite a eles.
5. Escreva para uma audiência concreta.

Variações: Autobiografias



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Folheto Informativo

Quando devo procurar ajuda?

Apesar da dor, da saudade e dos transtornos que acompanham o processo de luto


não tenham nada de «anormal», existem alguns sintomas que justificam que nós
procuremos um profissional ou a alguma pessoa do nosso meio que nos possa ajudar:
médicos, guia espiritual, responsáveis por grupos de apoio, ou profissionais de saúde
mental. Embora cada pessoa deva tomar esta decisão livremente, deve pensar seriamente
em falar com alguém sobre o seu processo de luto se apresentar algum destes sintomas:

- Intensos sentimentos de culpa, provocados por coisas diferentes das que fez ou
deixou de fazer no momento da morte do seu ente querido.

- Pensamentos de suicídio que vão mais além do desejo passivo de «estar morto» ou
de poder reunir-se com o seu ente querido.

- Desespero extremo; a sensação de que por muito que tente nunca vai poder
recuperar uma vida que valha a pena viver.

- Inquietude ou depressão prolongada, a sensação de estar «preso» ou


«desacelerado» ao longo de vários meses.

- Sintomas físicos, como a sensação de ter uma faca cravada no peito ou uma perda
substancial de peso, que possam representar uma ameaça para o seu bem-estar físico.

- Ira incontrolável, que faz com que os seus amigos e familiares se distanciem de si
o que o leva a «planear uma vingança» da sua perda.

- Dificuldades continuadas de funcionamento que se podem manifestar na sua


incapacidade para manter o seu trabalho ou realizar as tarefas domésticas necessárias
para a sua vida quotidiana.

- Abuso de substâncias, confiando demasiado nas drogas ou no álcool para suprimir


a dor da perda.

Pese embora qualquer um destes sintomas possa ser uma característica passageira
de um processo normal de luto, a sua presença continuada deve ser causa de preocupação
e merece a atenção de uma pessoa diferente das figuras de apoio informal que estão
presentes na vida de cada um.



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

2) Entrevista clínica
Meaning Reconstruction Interview (Neimeyer, 2006)

1. Perguntas de entrada

– Quem era você na altura da perda, em termos de sentimentos, de crenças?

– O que recorda da forma como reagiu à perda?

– Como é que os outros reagiram à sua reacção? O que tem sido mais doloroso
desde então?

2. Perguntas (exercícios) experienciais

– Feche os olhos e visualize a cena relacionada com a sua perda. (Deixe-se


estar por uns momentos até encontrar uma imagem). Quem ou o quê está
no seu foco de atenção? Quem está na periferia? O que está a acontecer? Se
está na cena, onde está localizada?

– Quais os sentimentos presentes no seu corpo enquanto revisita esta perda?


Que forma eles assumem? Têm movimento? Se sim, em que direcção? Se
não, há alguma coisa a bloquear este movimento?

– Qual a parte da experiencia mais emocionalmente significativa para si?

3. Perguntas de exploração

– Que sentido deu à perda naquele momento?

– E hoje, que sentido lhe dá?

– Que crenças ou ideias espirituais (existenciais ou filosóficas) contribuíram


para o seu ajustamento a esta perda?

– Estas crenças alteraram-se após esta experiência?

4. Perguntas de elaboração

– Até que ponto esta experiência alterou o seu sentido de prioridades?

– Que ensinamentos de vida, de amor, guarda dessa relação, dessa pessoa, de


viver esta experiência de perda?

– Que passos imagina que poderia dar, neste momento, para lidar com esta
perda de forma menos dolorosa para si?



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«A CARATERIZAÇÃO DA PERDA»

(Adaptado da Autocaraterização de Kelly)

No espaço que se segue, faça um esboço da personagem ____________________(seu nome), visto


sob a óptica da sua perda. Escreva como se tratasse de uma personagem principal de um livro, um
filme ou uma obra de teatro. Faça-o como se fosse um amigo que o conheceu e o entendia muito
bem, talvez melhor que ninguém. Assegure-se de utilizar a 3ª pessoa. Por exemplo, comece dizendo:
«_______________ era….»



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Perguntas orientadoras

1) Que aspecto tem o mundo visto através dos olhos da personagem?


____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________

2) Há pausas inesperadas na história? Há alguns temas que podem ligar-se de algum
modo?
____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
3) Existem termos parecidos que se repetem ou que possam fazer referência a algum
tema subjacente?
____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
4) Acentue palavras ou expressões diferentes nas frases mais significativas. Isto sugere-
lhe alguma leitura alternativa do material?
____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
5) Quais as principais dimensões ou contrastes que aparecem no texto? O que lhe dizem
as alternativas que pode percepcionar a personagem?
____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
6) Como a perda questiona o sistema de crenças ou a identidade da personagem? Que
pessoas apoiam a forma que tem a personagem de adaptar-se à perda? Como o fazem?
____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
7) Que resposta dá a personagem à pergunta de porquê ocorreu a perda? Esta explicação
vai mudando com o tempo?
____________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«CARTAS POR ENVIAR»

Orientações:

⋅ Escreva uma carta a alguém que ama e perdeu, ou a alguém que irá perder
brevemente

⋅ Escreva com o objectivo de dizer “olá novamente” e não “adeus final”


⋅ Fale/escreva de forma profunda, sentida, sobre o que é importante na vossa
relação

⋅ Considere o que a pessoa lhe proporcionou, intencionalmente ou não


⋅ Dê atenção às palavras que ficaram por dizer, às questões que ficaram por
responder.

⋅ Se se sentir perdido(a) pode pensar no seguinte:
o O que eu sempre te quis dizer é…
o O que nunca entendeste foi que…
o O que quero que saibas acerca de mim…
o Agora percebo que…
o A única questão que eu gostava de te ter perguntado era…
o Quero manter-te na minha vida através de…



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«DIÁRIOS»

1. Centre-se numa perda que constitua uma das experiências mais terríveis
ou traumáticas da sua vida. Quanto mais significativa for o acontecimento
sobre o que escrever, maior a probabilidade de poder beneficiar desta
experiência.
2. Escreva sobre aspetos da experiência que menos tenha comentado com
outras pessoas, talvez até aspetos que imagine que não comentaria nunca
com ninguém. Confessar estas recordações suprimidas faz bem à alma, mesmo
que apenas os escreva para si mesmo.
3. Escreva sob o ponto de vista dos seus pensamentos e sentimentos mais
profundos, intercalando a narração explícita dos acontecimentos com as
reações que lhe provocaram a si. Esta alternância de um ponto de vista
externo com outro interno pode ser mais eficaz do que a concentração em
sentimentos desconectados da experiência ou nos factos objetivos separados
das suas respostas emocionais.
4. Não se preocupe com questões de gramática, ortografia, letra ou
apresentação. O importante é que se envolva com o material, e não o valor
literário que este possa ter.
5. Escreva no mínimo 15 min. por dia pelo menos durante 4 dias. Revisitar a
perda parece facilitar a construção de significados, mais do que uma simples
explicação. Deixe que mude o conteúdo e a forma do texto, inclusive para tratar
outras experiências traumáticas, ao longo do processo de escrita. Se ficar
bloqueado nalgum momento, escreva sobre esse bloqueio e depois tente
identificar o que experiencia ou que sentimentos estão subjacentes.
6. Programe uma atividade transitória depois da escrita, antes de voltar à
rotina diária. Tenha presente que, a curto prazo a redação de um diário sobre
estes acontecimentos traumáticos pode ser dolorosa e inclusivamente pode
fazê-lo pensar mais sobre o assunto, pelo que não deve esperar que ao
terminar, se levante e vá trabalhar ou começar a cozinhar. Reserve algum
tempo de “restabelecimento” para depois de escrever, visitando um amigo,
dando um passeio, ou fazendo exercício, ou qualquer atividade que não
requeira que se “recomponha” logo a nível emocional.



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«HISTÓRIAS METAFÓRICAS»

Uma história metafórica da minha perda

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

O que se passou antes dos acontecimentos que narra nesta história? O que aconteceu antes
desta parte da narrativa?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

O que acontece na perspetiva de cada personagem? Qual poderia ser a maneira que cada
um tinha de viver a história?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

O que poderia acontecer no futuro se esta história pudesse continuar?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________

Que forma adoptaria o crescimento se esta história tivesse lugar? Quem apoiaria uma
mudança nessa direção?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«LEITURA REFLEXIVA»

Título do livro: ____________________________________________

Como se encaixa esta explicação do processo de luto na minha própria experiência de


perda?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________

Quais os aspectos que não se encaixam?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________

O que aprendi sobre a perda depois da leitura deste livro?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________

Que conselhos daria a outra pessoa que estivesse interessada em ler este livro?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________

Se tivesse que resumir numa única frase o essencial da mensagem do livro, seria?

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«LIVRO DE RECORDAÇÕES»

Nome

Data e lugar de nascimento

Nomes dos membros da família

Exemplos de capítulos

⋅ A primeira recordação que tenho tua é…


⋅ Os melhores momentos que passei contigo foram…
⋅ O que mais gosto em ti…
⋅ O que os outros dizem de ti…
⋅ O que mais gostavas de fazer…
⋅ O conselho que poderias dar…
⋅ Quando penso em ti…
⋅ O que faço para manter vivas as tuas recordações

Variações possíveis

⋅ Do que mais me arrependo na nossa relação…


⋅ O que nunca te ouvi dizer foi …
⋅ O que gostaria de poder dizer-te…
⋅ Quando mais me decepcionaste foi quando…
⋅ A recordação que mais me perturba é…
⋅ Sei que estou a progredir quando…



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«OBJETOS DE VINCULAÇÃO»

Posso manter a minha ligação com a pessoa ou vida que perdi através de:

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

Posso permitir-me mudar através de:

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

«RITUAIS PESSOAIS»

A perda que quero ritualizar é:

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

O ritual que gostaria de elaborar implicaria:

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

O papel que as outras pessoas assumem na participação (caso possam participar) seria:

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Referência

Neimeyer, R. (2007). Aprender de la pérdida. Un guía para afrontar el duelo. Barcelona:


Páidos.

Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

PG – 13

(Delaibera et al., 2010)

INSTRUÇÕES DA PARTE I: Assinale a sua resposta em relação a cada item:

1. No último mês, quantas vezes sentiu saudades e a ausência da pessoa que perdeu?

_____ 1= Quase nunca

_____ 2= Pelo menos uma vez

_____ 3= Pelo menos uma vez por semana

_____ 4= Pelo menos uma vez por dia

_____ 5= Várias vezes por dia

2. No último mês, quantas vezes sentiu intensa dor emocional, tristeza/pesar ou


episódios de angústia relacionados com a relação perdida?

_____ 1= Quase nunca

_____ 2= Pelo menos uma vez

_____ 3= Pelo menos uma vez por semana

_____ 4= Pelo menos uma vez por dia

_____ 5= Várias vezes por dia

3. Relativamente às questões 1 e 2, teve essa experiência pelo menos diariamente, por


um período de, pelo menos, 6 meses?

_____ Não

_____ Sim

4. No último mês, quantas vezes tentou evitar contacto com tudo o que lhe recorda que a
pessoa faleceu?

_____ 1= Quase nunca

_____ 2= Pelo menos uma vez

_____ 3= Pelo menos uma vez por semana

_____ 4= Pelo menos uma vez por dia

_____ 5= Várias vezes por dia

5. No último mês, quantas vezes se sentiu atordoado/a, chocado/a ou emocionalmente


confundido/a pela sua perda?


Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

_____ 1= Quase nunca

_____ 2= Pelo menos uma vez

_____ 3= Pelo menos uma vez por semana

_____ 4= Pelo menos uma vez por dia

_____ 5= Várias vezes por dia

INSTRUÇÕES DA PARTE II: Em relação a cada item, indique como se sente habitualmente.
Envolva com num círculo, o número adequado à sua situação.

Não, de todo

Ligeiramente

Razoavelmente

Bastante

Extremamente
6. Sente-se confuso/a quanto ao seu papel na vida
ou sente que não sabe quem é (i.e., sente que 1 2 3 4 5
uma parte de si morreu)?

7. Tem tido dificuldade em aceitar a perda? 1 2 3 4 5

8. Tem tido dificuldade em confiar nos outros desde


1 2 3 4 5
a perda?

9. Sente amargura pela sua perda? 1 2 3 4 5

10. Sente agora dificuldade em continuar com a sua


vida (por exemplo, fazer novos amigos, ter 1 2 3 4 5
novos interesses)?

11. Sente-se emocionalmente entorpecido desde a


1 2 3 4 5
sua perda?

12. Sente que a sua vida é insatisfatória, vazia ou


1 2 3 4 5
sem significado desde a sua perda?

INSTRUÇÕES DA PARTE III: Assinale a sua resposta em relação a cada item.



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

13. Sentiu uma redução significativa na sua vida social, profissional ou em outras áreas
importantes (por exemplo, responsabilidades domésticas)?

_____ Não

_____ Sim



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

O diagnóstico de Perturbação de Luto Prolongado implica a presença dos seguintes


critérios:

1º. Critério: se evento de perda há 6 meses ou mais

2.º Critério: se resposta às questões I e II igual ou superior a 4 valores

3º. Critério: se questão III for Sim

4.º Critério: se entre questões IV e XII, 5 respostas de valor 4 ou 5

5.º Critério: se resposta questão XIII for Sim

Referência:

Delalibera, M., Coelho, A., & Barbosa, A. (2011). Validação do instrumento de avaliação do
luto prolongado para a população portuguesa. Acta Med Port, 24, 935-942.



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Declarações explícitas para aprofundarem o trabalho emocional na terapia de luto

(Bruce Ecker, MA, Coherence Psychology Institute)

Clientes para quem esta técnica é apropriada: Adultos, adolescentes e crianças com
mais de 5 anos que estejam a suprimir ou a evitar os sentimentos associados à perda, que
estejam presos, ou em luto complicado e persistente, ou que estejam no processo natural
de revisitar o seu mundo de significado em resposta a uma perda. As declarações
explícitas podem ser usadas com vários tipos de clientes, em contexto individual, conjugal
e terapia familiar, mas o terapeuta deverá ajustar de acordo com a capacidade de
processamento emocional do cliente, a sua estabilidade e nível desenvolvimental.

Descrição

O processo de luto usualmente envolve significados únicos e temas emocionais que


poderão ficar bloqueados ou presos se esse material estiver fora da consciência. O estado
de não reconhecimento dos dilemas de perturbação emocional poderá maximizar a
alteração no humor, pensamentos e comportamentos, e os seus efeitos negativos poderão
aparentar-se como misteriosos ou implacáveis. A técnica das declarações explícitas é uma
forma simples de «descascar a cebola» e trazer material emocional implícito na
experiência direta e explícita. Identificando os problemas emocionais específicos e
individuais relacionados com a perda permitirá iniciar o processo de resolução
construtiva.

O objetivo de uma declaração explícita é induzir um aprofundamento emocional


em qualquer área específica selecionada pelo terapeuta. Nesta técnica, o cliente, guiado
pelo terapeuta, usa termos altamente pessoais para expressar tanto material chave que já
tenha emergido de uma forma subliminar ou de forma indireta, ou material que está
altamente implicado ao que já emergiu. Por exemplo, por vezes acontece o cliente
mencionar algo de forma distanciada/vaga ou muito factual e descritiva que o terapeuta
reconhece como sendo uma possível intelectualização de importante material emocional
mais profundo. Se o cliente nessa altura é convidado a dizer a mesma coisa de uma forma
mais intensa e personalizada, o aprofundamento emocional para aceder aos temas
suprimidos podem desenvolver-se rapidamente, como no exemplo que veremos em baixo.

O estilo das frases é criticamente importante, e devem situar-se no pólo oposto do


estilo intelectualizado ou de desejabilidade social, que silenciam os elementos que são
mais importantes para capturar numa declaração explícita, as frases devem ser recheadas
de pronomes pessoais e, no tempo verbal do presente, para ajudar a tornar a expressão
altamente explícita, vívida e concreta do conhecimento experiencial do cliente sobre a
vulnerabilidade a um sofrimento específico. O autor nomeou este tipo de verbalizações de
“linguagem límbica” uma vez que auxilia a recuperação do conhecimento emocional do
sistema límbico subcortical. Este estilo de declarações explícitas e outras técnicas
experienciais são usados frequentemente na Terapia da Coerência (Ecker & Hulley, 2007).

Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

As declarações explícitas podem ser projectadas para serem faladas diretamente


para uma pessoa relevante (ou visualizada) e ao fazer isso dá a sensação ao cliente de
poder trabalhar em segurança. A redação de uma declaração explícita numa ou duas
afirmações pode ser trabalhada colaborativamente pelo cliente e terapeuta ou, em
alternativa, o terapeuta pode ir montando as palavras e “oferecê-las” ao cliente para
“experimentar”. O terapeuta convida o cliente a fazer qualquer alteração em função da
sensação de “encaixe” e exactidão, e se necessário, dizer a frase duas ou três vezes, que é o
usualmente necessário para o cliente cair num nível de sentimento que capte a experiencia
subjectiva subjacente ao significado verbalizado. O objetivo não é forçosamente
intensificar a experiencia emocional, que poderá ou não acontecer, mas sim promover o
sentimento somático de reconhecimento da sua verdade emocional.

Uma variação, ou extensão da técnica poderá ser oferecer uma frase incompleta na
qual o cliente deverá completar sem pensar muito (espontaneamente). Este
completamento de frases pode permitir o acesso ao material subjacente de forma eficiente
como veremos no exemplo.

Um aspeto importante para o sucesso destas técnicas é a atenção respeitosa do


conhecimento do cliente da sua verdade emocional. Ou seja, “a ideia é que «experimente»
estas palavras, mesmo que ao dizê-las inicialmente lhe pareça mecânico, deve apenas
verificar se elas «encaixam» ou não, e sentir se elas possam capturar uma verdade
emocional para si, no seu corpo. Se alguma destas palavras for sentida, mesmo que apenas
um pouco, como distantes da sua experiência, vamos trocá-las ou substituí-las por
palavras que captem a essência do que for sentido como mais verdadeiro para si.”

As declarações explícitas recorrem a este princípio: material não reconhecido ou


verdades emocionais implícitas tendem a emergir conscientemente em resposta à
elocução de palavras que se aproximem dessa vivência. O que o sistema límbico reconhece
irá fluir ao sistema cortical de consciência se o conhecimento posterior começar a alinhar-
se com e a aceitar o conhecimento antigo. Muitas vezes, a imersão emocional induzida por
uma declaração explícita não pára no conteúdo da afirmação, mas estende-se até outro
aspeto inconsciente mas relacionado, material no nível de desenvolvimento proximal que
começa a tornar-se consciente. Outra declaração explícita poderá ser criada a partir deste
novo material, e assim sucessivamente num processo que pode ser designado de acesso
serial.

EXEMPLO ILUSTRATIVO:

Uma mulher de 40 anos ainda se encontrava atolada numa angústia e depressão


severa oito anos após a morte do seu filho de cinco anos, que foi atropelado por um camião
em frente à sua casa, acabando por morrer dos ferimentos, passado um mês. O objetivo
inicial ao abordar o problema de luto complicado foi extrair os aspetos escondidos, os
temas emocionais implícitos que mantêm o seu estado de humor debilitante. Para esse
propósito, propus as declarações explícitas e completamento de frases (com um tom de
voz suave e empático durante o exercício). A transcrição do caso começa após a cliente ter
referido, num estilo de certa forma despersonalizado “a impotência por não ter
conseguido prevenir a sua morte. E como não fui capaz de o fazer, provavelmente não
valho nada”.

Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

T (terapeuta): Seria capaz de imaginar o Billy [nome fictício] neste momento? Já o está a
ver? Óptimo. E gostaria que tentasse dizer-lhe, “Billy, sinto-me tão mal por ter sido
impotente para prevenir a tua morte. “ Em silêncio ou em voz alta – o que for mais
confortável para si.

C (Cliente): [começa a chorar]. Billy, lamento tanto não ter conseguido evitar a tua morte.
Foi tão horrível. E peço-te desculpa, meu pequeno.

Os minutos seguintes são focados no seu sentimento de culpa. Levantei a questão se “será
que sente que merece voltar a ser feliz algum dia, tendo conduzido a isto:

T: Será que poderia tentar falar-me a partir da parte de si que sente esta culpa? Eu sei que
existem outras partes, mas a partir do lugar em si em que sente esta culpa, onde sente
que foi por sua culpa que o seu querido filho pequeno foi atropelado por um camião, a
partir desse lugar onde está a sua verdade emocional acerca do que será ou não
possível sentir-se feliz outra vez?

C: [Silêncio]

T: Está a surgir alguma coisa?

C: O que está a surgir é que é possível. Mas o sentimento não está cá. Eu não me permito a ser
feliz.

T: Como assim? Poderia completar esta frase? “Eu não me permito a ser feliz porque se fosse
feliz______”

C: Não me iria perdoar. [Pausa]. E eu tenho estado relutante em fazer isso.

T: Bom. Então continue a fazê-lo. “Estou relutante a perdoar-me porque_____”

C: Você sabe, existem partes de mim que – eu penso que é por causa de não querer continuar
por mim, sem ele. E se me mantenho assim, assim não tenho que lidar com isso.

T: Estou a ver. Então, será capaz de o ver outra vez? Imagine-o e tente dizer-lhe, “Tenho
medo de se me perdoar, que possa perder a conexão contigo e que continue sem ti.”

C: [Chorar.] Eu tenho, Billy, eu tenho medo. Mesmo que te possa imaginar como um pequeno
anjo, tenho medo de ao me perdoar – que te vás embora. E eu não quero que te vás
embora.

T: Veja se sente como verdadeiro/genuíno dizer-lhe, “É tão importante para mim manter-me
em conexão/ligado a ti que eu estou disposta a nunca me perdoar. Eu prefiro estar a
sentir-me culpada e miserável para não perder o contato contigo e seguir em frente
sem ti.

Cl: [Suspira.] Billy, eu sinto que prefiro fazer de tudo para manter esta conexão contigo,
incluindo permanecer miserável e a não me perdoar para o resto da vida. E tu sabes
que isto é verdade.



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Pensamentos de conclusão

As declarações explícitas podem ter diferentes aplicações na terapia experiencial e


são suportadas por resultados de investigação empírica (Watson, 1996). No exemplo
anterior, estas sevem para executar a fase inicial, o estádio de descoberta da Terapia da
Coerência (Ecker & Hulley, 2007), que pretende aceder ao conhecimento emocional
implícito ou constructos de acordo com os sintomas apresentados. Esta mãe enlutada não
tinha consciência que estava presa na sua angústia depressiva pelo objetivo urgente e
apaixonado de manter conexão com o seu filho, esperando tacitamente que se ele “fosse
embora” ela teria de “seguir em frente, sem ele”, se o seu tormento acabasse. Como
resultado do conhecimento direto, sentindo e integrando o seu próprio objetivo e agência,
assim como os seus constructos pessoais ou modelos mentais que constituem a própria
existência do problema, caminhos adequados de mudança emergiram – assim como a
possibilidade de preencher ativamente o seu novo propósito consciente de manter
conexão através de outras formas ricas e com significado, terminando com a sua
necessidade interna pelo estado de sofrimento para executar essa função crucial.

Referências

Ecker, B., & Hulley, L. (2007). Coherence therapy practice manual & training guide.
Oaklando, CA: Coherence Psychology Institute. Online:
www.coherencetherapy.org/resources/manual.htm

Ecker, B., & Hulley, L. (2008). Stuck in depression: A disabling bereavement. (Video and
viewer´s manual.) Oakland, CA: Pacific Seminars. Online:
www.coherencetherapy.org/resources/videos.htm

Watson, J. C. (1996). The relationship between vivid description, emotional arousal, and
in-session resolution of problematic reactions. Journal of Consulting and Clinical
Psychology, 64, 459-464.



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

“É OK PARA SI ESTAR OK?”

Therese A. Rando, PhD, BCETS, BCBT, Clinical Director, The Institute for the Study and
Treatment of Loss, Warwick, Rhode Island, USA

Clientes para quem a técnica é apropriada: Clientes que estão a lidar com a perda de
alguém significativo, a partir de crianças em idade escolar, que aparentem estar “presos”
no seu luto manifestando-se pela recusa em abandonar a dor e sofrimento ou de seguir em
frente de forma adaptativa na vida. Não é apropriado para clientes que acabaram de
perder os seus entes queridos, onde o sofrimento emocional significativo é normal e
expectável.

Descrição

É uma falácia considerar que qualquer pessoa que procura tratamento na


sequência da morte de um ente querido esteja disposto a libertar-se da dor e seguir em
frente na sua vida. Tais ações podem ser altamente ameaçadoras para os enlutados. Existe
uma variedade de argumentos, alguns conscientes, outros não, que justificam que o
enlutado possa resistir a ficar/ sentir-se Okay (bem) após a morte de um ente querido. Se
os terapeutas falham a reconhecer isto podem não compreender elementos cruciais
enquanto argumentos para sabotarem o tratamento; reconhecerem os obstáculos às suas
mudanças; ou o que alimenta o seu sentimento de culpa e os mantem paralisados, entre
outras preocupações do tratamento. Enquanto existirem muitos impedimentos para o
progresso do enlutado em direcção a uma acomodação saudável à sua perda, nada será
mais fundamental para eles do que um julgamento do próprio que não é aceitável para
eles estarem sem problemas. Se o enlutado não se permitir a ser saudável, nenhum
tratamento no mundo fará a diferença até que o individuo decida que tem permissão para
o fazer. O processo de luto saudável após uma perda, tal como um estilo de vida saudável,
exigem que o enlutado, implícita ou explicitamente, tome a decisão que lhe é permitido
deixar-se afetar por algo e experienciar bem-estar.

Tomando em consideração os fatores específicos e idiossincráticos da situação,


quando o enlutado parece permanecer preso, pode ser útil identificar a sua resistência e
explorar as suas funções. Uma técnica de avaliação simples, mas eficiente, para esclarecer
estas possíveis resistências é a questão: “ É ok para si estar ok?” Isto poderá gerar uma
quantidade enorme de informação, enquanto provoca uma quantidade mínima de defesas.
Em primeiro lugar, a palavra «okay» é relativamente neutra, não especifica, e sem
implicações negativas muitas vezes associadas à patologia ou medicalização. Isto
permitirá ao cliente enlutado responder à questão em qualquer direção que escolher,
determinando o que “estar ok” significa para si, tendo a maior margem de segurança ao
identificar alguém ou alguma coisa que tornem o estar ok, inaceitável. Em segundo lugar, o
estilo da pergunta não põe limites no tipo de informação que poderá explicar a resistência.
Pode variar entre crenças globais ou hipóteses elementares da visão do mundo (tal como
“Nenhum progenitor se poderá libertar da sua dor se estes tiverem sepultado um filho”)
até dados pessoais específicos (por exemplo, “Porque eu terminei um relacionamento com
uma pessoa e ela suicidou-se, eu não me poderei permitir a ter outro relacionamento). Em

Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

terceiro lugar, é genérica e em simultâneo sensível o suficiente para captar o desconforto


mesmo mais reduzido do enlutado.

Se o enlutado admite que não é ok para si estar ok, o próximo passo será
determinar como isto se manifesta e de que forma. Uma forma primária de não estar ok
poderá ser por não renunciar a dor e o sofrimento. Muitos enlutados pensam erradamente
que se não permanecem na dor isto sugere que é aceitável que o seu ente querido tenha
morrido, que eles não tenham ficado afetados pela perda, ou que não amavam o falecido.
Outros sentem que a dor é “testemunha” do seu amor pelo ente falecido ou constroem
como uma “traição” ao ente falecido se seguirem em frente. Alguns sentem que a dor é a
“conexão” ao ente amado falecido, enquanto outros a percepcionarão como uma forma de
reparar qualquer sentimento de culpa que possuam. Outra forma de não estar ok é não
avançarem de forma adaptativa na vida. Razões que sustentem isto poderão incluir sentir-
se muito culpados por “deixarem” o falecido para trás, tentando manter o mundo e o
próprio tal como eram antes para minimizarem a sensação da perda, expectativas
imprecisas sobre o que significa o luto, e medo de esquecer o falecido.

Quando não é okay para o enlutado estar ok, algumas questões exploratórias
incluem:

⋅ “O que significaria se estivesse ok?”


⋅ “O que isso diria de si?” O que o seu ente querido diria se estivesse ok?”
⋅ “O que o fará querer permanecer onde está?”
⋅ “O que obtém por não estar ok? O que é que isso faz por si?”
⋅ “De que forma se poderia manter conectado com o seu amado que não
envolvesse dor e sofrimento?”
⋅ “Como poderia lidar com a culpa de forma mais saudável?”
⋅ “Qual é a sua expectativa enquanto enlutado?”
⋅ “Como poderia avançar de forma adaptativa na vida e ainda assim manter
conexões com o seu amado, se assim o desejasse?”

Terapeutas podem pegar nestas respostas e adotar as suas estratégias terapêuticas


adequadas para lidar com os obstáculos, abrandar os seus efeitos, ou promover novos
comportamentos mais ajustados no enlutado.

EXEMPLO ILUSTRATIVO

Steve está divorciado desde que a sua única filha tinha três anos. Partilha a guarda
conjunta com a mãe da criança, e parte significativa da sua vida era dedicada à filha. Ele
era um pai extremamente envolvido, mantendo a sua vida social reduzida para se focalizar
na educação da sua filha. No rescaldo da sua morte súbita aos 14 anos resultante de um
acidente, Steve iniciou terapia onde fez um óptimo trabalho de identificação e expressão
dos seus sentimentos mais dolorosos e encontrando formas de celebrar/homenagear a
sua filha. Não obstante, à medida que o tempo ia passando, o terapeuta reparou que o
Steve arranjava sempre desculpas para não retomar as interacções sociais (fazendo novos
investimentos nos outros) e que o Steve já deveria começar a limitar a constante
expressão da sua dor. Quando se tornou claro que o Steve estaria preso no seu processo de

Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

intenso sofrimento, não fazendo adequados ajustamentos para acomodar a sua perda, o
seu terapeuta questionou-o: se seria ok para si estar ok perante a morte da sua filha.
Perante esta simples pergunta Steve, primeiro ficou atordoado, e depois libertou uma
torrente de emoções e lágrimas durante as quais ia dizendo, “Eu não posso ter uma vida se
ela não pode viver!” O questionamento abriu uma discussão com atribuição de significado
sobre a culpa parental e expectativas que mantiveram o Steve preso ao seu sofrimento, o
terapeuta foi capaz de intervir produtivamente com o Steve no sentido da promoção de
um luto mais saudável, auxiliando-o na acomodação da sua perda, direccionando para o
estabelecimento de conexões apropriadas à sua filha falecida, e em última análise, tendo-
se tornado possível para o Steve estar OK na ausência da sua filha.

Pensamentos de Conclusão

Trabalhar com a resistência tem sido um alicerce de muitas intervenções


terapêuticas. Quando o luto fica encurralado ou complicado, as resistências são, por vezes,
o foco da intervenção uma vez que estas interferem com o processo de luto, contribuindo
essencialmente, para o desenvolvimento do luto complicado. Esta técnica oferece uma
forma simples de identificar esses bloqueios para posterior análise em tratamento e
aumentando a consciência do enlutado sobre as suas limitações auto-impostas.

Referências

Rando, T. A. (2012). Coping with the sudden death of your loved one: Self-help for traumatic
bereavement. Indianapolis, IN: Dog Ear Publishing.

Rando, T. A. (1993): Treatment of complicated mourning. Champaign, IL: Research Press.

Rubin, S. S., Malkinson, R., & Witzum, E. (2012). Working with the bereaved: Multiple lenses
on loss and mourning. New York: Routledge.



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Técnica de escalonamento «Laddering» para casais inférteis

(Lee, Neimeyer, & Chan, 2012)

Aceder aos constructos centrais, crenças, valores e preferências em relação à ideia de


ausência de filhos. É aplicado um conjunto de questões recursivas diretas (usadas pelos
contrastes) que orientam dos constructos mais comportamentais para valores mais
abstratos.

1. «Entre ter um filho ou não ter um filho, o que preferia? (ex. ter um filho)

2. Porquê? Qual é o benefício ou vantagem? (ex. criar uma verdadeira família)

3. Qual é o oposto ou contraste disso? (ex. Ser apenas um casal)

4. Então preferia ter uma verdadeira família. Porque? (ex. Para dar continuidade à
familia).

Continuar até se obterem respostas repetidas.

Referência

Lee, G., Neimeyer, R., & Chan, C. (2012). The meaning of childbearing among IVF service
users assessed via laddering technique. Journal of Constructivist Psychology, 25, 302-
324. Doi: 10.1080/10720537.2012.703573



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Guião de entrevista semi-estruturada para cônjuges cuidadores de pacientes com


cancro (Retirado/Traduzido do estudo de Olson (2014)

Guião para a entrevista inicial

1. Qual o tipo de cancro que tem o cônjuge?


2. Há quanto tempo está a dar suporte ao cônjuge?
3. Qual o papel que se imagina a ocupar no seu cuidado?
4. Começando pelo início e com o maior detalhe possível, conte-me sobre a sua
experiencia enquanto cuidador.
5. Qual seria o suporte/apoio ideal? O que o serviço ideal deveria providenciar?
6. Que tipo de apoio /suporte gostaria de ter recebido?
7. O que pensa e sente sobre a sua experiencia enquanto cuidador?
8. Que lhe dá suporte a si e como?
9. O que pensa acerca de grupos de apoio?
10. Como lida com o lado emocional de ser um cuidador?
11. Qual o papel dos médicos e outros profissionais tiveram na forma como lida com o
lado emocional de ser cuidador?
12. Quais serão para si as suas principais necessidades?

Guião de entrevista de follow-up

1. Da última vez que conversamos falou-me de …[sumariar os principais pontos da


sua história].
2. Como se está a sentir agora sobre isto?
3. Quem lhe dá apoio e como?
4. O que pensa dos grupos de apoio?
5. Quais serão para si as suas principais necessidades?
6. Como lida com o lado emocional de ser um cuidador?
7. Sente-se inseguro sobre quais as emoções que deveria sentir enquanto cuidador e
cônjuge?
8. Alguma vez de auto censura?
9. Sente-se apreciado/valorizado enquanto cônjuge cuidador?
10. Qual o papel que o tempo assume na sua experiência enquanto cuidador?
11. Sentiu que a nossa conversa anterior teve algum impacto na forma como pensa ou
sente enquanto cônjuge e cuidador de alguém com cancro?
12. O que mudou durantes os últimos 6 meses?

Referência

Olson, R. E. (2014). Indefinite loss: the experiences of carers of a spouse with cancer.
European Journal of Cancer Care, 23, 553-561.



Avaliação e intervenção psicológica no processo do luto

Você também pode gostar