Terapia

Luciana Rizo

Focada
na Compaixão
Uma ferramenta potente para
a regulação emocional

Luciana Rizo

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“No mundo que vivemos,

a compaixão é um Oásis”
Prof. Dr. José Pinto-Gouveia
Universidade de Coimbra

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Introdução
Sobre Compaixão e Bem Estar

Terapias Cognitivas de 3ª Geração

“Eu entendo, mas não sinto!”

Ferramenta para a Prática Clínica

Terapia Focada na Compaixão

Vergonha, Criticismo e
Psicopatologia

Sistema de Regulação Emocional

Prática Clínica

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Introdução
Esse trabalho foi construído com intenção de compartilhar e tornar
de fácil acesso informações fundamentais sobre a Terapia Focada na
Compaixão.

Aqui, materializo o propósito de ter saído do Brasil em busca de

aperfeiçoamento nas Terapias Cognitivas de 3ª Geração:
compartilhar conhecimento validado empiricamente aprendido
com Professores que são Referências no tema.

Nesse ebook, você conhecerá mais sobre as Terapias Cognitivas de

3ª Geração e como elas propõem novas formas de trabalho que
podem ajudar seus clientes. São apresentados alguns princípios
importantes da Terapia Focada na Compaixão como criticismo,
vergonha e psicopatologias, o sistema de regulação emocional e
uma visão da Prática Clínica.

Existe muito conteúdo ainda não abordado nessa publicação que

são abordados nos cursos sobre o tema que ministro e em novas
publicações. Mantenha contato e trocaremos mais sobre Terapia
Focada na Compaixão.

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Um pouco sobre a autora:

Mestre em Psicologia UFRJ
Curso Especializado em Terapias
Cognitivas de 3ª Geração – Coimbra / Portugal
Pós Graduada em Terapia Cognitivo
Comportamental – UFRJ
Pesquisadora em Terapia Focada na Compaixão
– Brasil / Portugal
Treinamentos com Prof. Paul Gilbert
– Brasil / Portugal / Inglaterra
Diretora Clínica e de Ensino PNCRJ
Pós Graduada em Neuropsicologia - UFRJ
Professora em Pós Graduações há 13 anos
Terapeuta Certificada FBTC

Mais informações:
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/2387161572361095

lucianarizo.com/currículo

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Terapias Cognitivas de 3ª Geração

O foco maior nos Processos Cognitivos é um dos mais
significativos diferenciais das Terapias Cognitivas de 3ª Geração.
Na prática clínica, o trabalho realizado tem ênfase nas reações aos
pensamentos, com menos utilização do debate sobre os
pensamentos.

A atenção ao contexto e aos comportamentos mais

adaptativos, construção da Flexibilidade Psicológica e Regulação
Emocional são objetivos do processo terapêutico

Retira o foco do
Como reagimos Em cada Conteúdo dos
aos contexto que Pensamentos
pensamentos ocorrem Automáticos
Negativos

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Discussão signiticativa trazida pelas Terapias Cognitivas de

3ª Geração é relativa ao controle e evitação das emoções. Ao
pedir que o cliente monitore suas emoções e pensamentos, o
terapeuta pode contribuir para a ruminação dos pensamentos
e maior foco nas emoções negativas.

É muito comum na terapia cognitiva tradicional, solicitar

que o cliente monitore seus pensamentos e sentimentos e, nas
sessões subsequentes, realizar o processo de reestruturação
cognitiva para flexibilização dos conteúdos cognitivos através
do Registro de Pensamentos Disfuncionais, por exemplo.

Fonte: Beck, J. (2013). A Prática da Terapia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed

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A maior mudança filosófica proposta pelas Terapias Cognitivo

Comportamentais é a diminuição do controle dos pensamentos e
sentimentos assim como a adoção de uma postura de aceitação e
atenção plena (mindfulness).

“Eu entendo, mas não sinto!”

É comum ouvir terapeutas cognitivo comportamentais
compartilhando a experiência de pacientes que entendem o
racional, reestruturam os pensamentos, mas dizem: “Eu entendo,
mas não sinto!”. O que o cliente aponta é que o conteúdo cognitivo
foi trabalhado e ele conseguiu realizar a reestruturação cognitiva,
mas a ativação emocional ainda continua a ocorrer.

O que ajudará mais o cliente?

• Gastar Tempo e Energia debatendo os
Pensamentos

• Ou

• Construir Reações Flexíveis e Adaptativas ao

Pensamentos

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Ferramenta para a Prática Clínica

Aprender uma nova forma de trabalho não invalida tudo que
já aprendemos. Pelo contrário. Sem o conhecimento da TCC
tradicional, é mais difícil aplicar as TCCs de 3ª Geração, pois muitas
técnicas cognitivas e comportamentais desenvolvidas ao longo de
todos esses anos são utilizadas na prática clínica das TCCs de 3ª
Geração.

Alguns pacientes mostram excelente resposta ao processo de

reestruturação cognitiva e o nosso papel, como terapeutas, é
ajudar da melhor forma aos nossos clientes.

As práticas de 3ª Geração vem acrescentar novas

possibilidades terapêuticas à todo o conjunto de técnicas
desenvolvidas e validadas pela psicologia.

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Terapia Focada na Compaixão

A Terapia Focada na Compaixão foi desenvolvida pelo
Professor, PHD, OBE Paul Gilbert, na Inglaterra, a partir de seus
estudos sobre depressão na construção de sua Tese de
Doutoramento, defendida na Universidade de Edinburgh em 1980.

O Professor Paul Gilbert percebeu um padrão de

autocriticismo nos pensamentos e discursos de pacientes
diagnosticados com Depressão Maior. Observou também que
quanto mais severo o padrão de autocriticísmo, maiores os índices
de vergonha e dificuldade de melhora da psicopatologia.

Ao longo dos anos, as pesquisas mostraram a influência do

criticismo e vergonha, na manutencão e gravidade, deoutras
psicopatologias como quadros de ansiedade e comportamentos
compulsivos, por exemplo.

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Muitas vezes, o comportamento autocrítico é justificado

como sendo um poderoso fator de correção de comportamentos.

Gostaria que fizesse um exercício mental agora:

1) Pense em algo sobre o qual você se critica há muito tempo…
2) Pensou? Ok!
3) Se, realmente, o autocriticismo ajudasse a corrigir, você estaria
se criticando até hoje?

A TFC pretende que os clientes sejam menos hostis consigo

mesmos e construam o Eu Compassivo como uma voz interior
gentil que, a partir do processo de Atenção Plena, ajuda a
escolher comportamentos mais adaptativos diante da percepção
de ameaças.

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Sistema de Regulação Emocional

Segundo o Professor Paul Gilbert, a Terapia Focada na
Compaixão, tem como maior objetivo compreender as funções dos
sintomas do cliente e as suas dificuldades relacionadas às suas
estratégias de segurança.
A neuropsicologia das emoções sugere que podemos
distinguir pelo menos três tipos de sistema de regulação das
emoções: sistema de ameaça e proteção; sistema de ativação,
busca por recursos e incentivos e sistema tranquilizador, de
tranquilização e segurança.

Focado
Recursos/Incentivos Focado na
Ativação de Afiliação/Proteção
comportamentos de Soothing
procura

Focado na Ameaça
Procura de
Segurança/Proteção Gilbert, 2005
Ativação/Inibição

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Focado na Ameaça e Proteção

- Todos os seres vivos desenvolveram sistemas de detecção do perigo e proteção;

- As defesas dos mamíferos incluem um repertório de emoções (ex. raiva, ansiedade,

aversão), comportamentos (ex. luta, fuga, congelamento e submissão) e pré conceitos
cognitivos (“é melhor prevenir do que remediar”, “tirar conclusões precipitadas”)
- O sistema de proteção evoluiu para ser sintonizado com certos tipos de ameaças e atuar
sob a política de “é melhor prevenir do que remediar”
- Sensibilidade e resposta a ameaças específicas são o resultado de uma interação entre
genética e aprendizagem
- Diferentes opções de resposta do sistema de proteção podem entrar em conflito,
gerando confusão

(Gilbert, 2009)
- Estados cerebrais coreografados do sistema de proteção podem influenciar outros
sistemas de processamento
- Sensibilidades do sistema de ameaça e proteção super ou subdesenvolvidas podem
sustentar muitas psicopatologias

Focado nos Recursos e Incentivos

- Motiva e nos direciona na busca por importantes recursos

(Gilbert, 2009)

- Sustenta o desenvolvimento de desejos e de algumas metas – tanto as materiais

quanto aquelas relacionadas à autoestima (ex. buscar status ou fama)
- Ativado e altamente estimulado por certas drogas

- As emoções positivas que fluem desse sistema são costumeiramente o foco da

psicologia ocidental e de culturas materialistas

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Focado na Afiliação/Proteção

Quando os animais não estão se sentindo ameaçados e não estão buscando recursos,
podem ficar contentes
Sistema de calma está associado com uma calma positiva, afetos positivos e à sensação
de bem-estar; calma não é somente a ausência de ameaça
A evolução do comportamento de apego utilizou o sistema de calma e permitiu que
sinais de cuidado e bondade tivessem qualidades tranquilizadoras que ativam afetos

(Gilbert, 2009)
positivos ligados à sensação de bem-estar, segurança e conexão social. Esse aspecto do
sistema pode ser chamado de “segurança social”
O sistema calma/segurança social é ativado internamente para agir como um regulador
dos sistemas de ameaça e proteção e de ação
A Terapia Focada na Compaixão e o treino da mente compassiva estão direcionamos
para facilitar o desenvolvimento dos sistemas tranquilizadores e de segurança social

A Terapia Focada na Compaixão ajuda a compreender como as

pessoas processam as ameaças e, a partir disso, como reagem. Ao
construir a formulação de caso, são explorados eventos ocorridos ao
longo do desenvolvimento que podem ter sensibilizado o sistema de
ameaça e proteção contribuindo para o desenvolvimento de
estratégias de proteção que podem atuar automaticamente,
conforme condicionado.

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Criticismo, Vergonha e Psicopatologia

O criticismo é definido pelo Prof. Paul Gilbert como uma relação
interna hostil-dominante que ativa o sistema de defesa-ameaça.
Geralmente, ativado quando as pessoas acreditam que falharam ou
acontecem coisas fora do planejado. A autocompaixão seria uma
resposta alternativa ao fracasso.

Como surge o Criticismo?

Algumas teorias psicológicas foram desenvolvidas a fim de

explicar como surge o criticismo no indivíduo. O que fica mais
evidente é a importância das experiências precoces na construção
dessa relação interna hostil.

• Modelação

• Estratégia de segurança para lidar com outros hostis, vergonha

• Incapacidade de processar a raiva

• Ausência de um esquema interno dos outros como cuidadores

• Resposta de frustação/raiva-medo em situações de ameaça

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Existem algumas emoções associadas ao autocriticismo:

.

Vergonha Externa (relacionada aos ataques e desvalorização dos outros)

Vergonha Interna (relacionada aos pensamentos acerca do eu)

Culpa

Humilhação

A vergonha é uma mistura cognitivo-emocional acerca do eu.

Está intimamente relacionada ao autoconhecimento e Teoria da
Mente – “Como eu existo na mente dos outros”. Quando o
indivíduo pensa sobre como o outro o vê, baseado no que o
autocriticismo o diz, acontece a experiência de vergonha na qual
são recrutadas várias emoções negativas tais como raiva, ansiedade
e aversão.

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Prática Clínica
No quadro abaixo algumas atividades realizadas na Prática Clínica da
Terapia Focada na Compaixão
• Desenvolvimento de um ideal de compaixão
para com os outros

• Desenvolvimento de um ideal do Eu Compassivo

• Treino de AutoCompaixão em duas direções:

• Uma que flui para fora
• Uma que flui para dentro

• Atenção Plena (Mindfulness)

• Treino Respiratório

• Imagery

• Trabalhar os diferentes “Eu’s” baseados nas

emoções

• Experimento da Cadeira Vazia (trabalho para

minimizar efeitos do criticismo)
• Insights sobre Compaixão – COMO e PORQUE o
que acontece nas mente nossas mentes não é
nossa culpa

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A Terapia Focada na Compaixão é uma ferramenta para o

trabalho com pacientes com elevados níveis de criticismo, vergonha
e com Sistema de Regulação Emocional funcionando de maneira
desarmoniosa.

Nesse ebook, compartilhei uma parte do que ensino nos

Treinamentos em Terapia Focada na Compaixão e Terapias
Cognitivas de 3ª Geração.

É SEMPRE uma grande alegria compartilhar os conhecimentos

que venho aperfeiçoando ao longo da minha carreira como
Psicóloga e Professora!

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