Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FILOSOFIA 10.º
Sara R
a
Carlos poso
Pires
A NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DA MORAL
Como distinguir uma O que há de incorreto
ação moralmente em matar, roubar
correta de uma ação e mentir e de correto
moralmente incorreta? em ajudar?
PROBLEMA DA
FUNDAMENTAÇÃO
Que critério ético justifica DA MORAL Será sempre incorreto
ou fundamenta a afirmação matar, roubar e mentir?
de que a ação A é correta e a E será sempre correto
ação B é incorreta? O que é correto fazer numa situação em que ajudar?
todas as alternativas são más e é preciso
escolher a menos má?
ÉTICA
DEONTOLÓGICA
=
ética do dever
Há deveres
Há ações que é morais absolutos.
sempre errado realizar Estes deveres devem
e há ações que é ser cumpridos
sempre correto realizar, incondicionalmente.
independentemente
Immanuel Kant
de as consequências Estes deveres são válidos
serem positivas para todos os seres racionais,
ou negativas. quer os humanos quer outros que
Não é consequencialista.
As consequências das possam existir.
ações não são o critério
de distinção do correto
e do errado.
A RAZÃO
RAZÃO
COMO SABER COMO
QUAIS SÃO JUSTIFICAR
AS AÇÕES QUE O CARÁTER Função Função
teórica prática
CONSTITUEM ABSOLUTO E
UM DEVER INCONDICIONAL
Kant responde que Mostra o que
MORAL? DOS DEVERES? Contribui para
é graças à razão. está certo
o conhecimento
Somos seres e o que está
do mundo
racionais e deve errado
ser a razão a dizer
o que está certo e RAZÃO
Determina
o que está errado. = a nossa vontade
capacidade
de pensar
e orienta
as nossas ações
A moralidade é um assunto racional. Os sentimentos, as Na moralidade está em causa a
convenções sociais, a religião e qualquer outro fator exterior razão prática, ou seja, a sua
à razão não têm nenhum papel a desempenhar na moralidade. aplicação à ação.
O IMPERATIVO CATEGÓRICO
• Queremos que essa regra seja seguida por todos os • Uma coisa tem um preço, de modo a poder ser comprada
agentes em todas as situações semelhantes e vendida. O ser humano (e outros seres racionais que
(universalização da regra)? possam existir) não tem um preço. Não é uma coisa, é
um ser autónomo, com capacidade de escolha, único e
SIM NÃO insubstituível, e não deve ser considerado como um
A ação é moralmente A ação é moralmente meio, ou instrumento, ao serviço de alguém.
boa e deve ser feita. má e não deve ser feita.
Um ser humano não deve ser tratado como um mero
meio ou instrumento ao serviço dos outros, pois é um
Devem ser realizadas apenas as ações ser racional capaz de fazer as suas próprias escolhas
que decorrem de máximas que possam e, como tal, a sua autonomia deve ser respeitada.
ser transformadas em leis universais.
A BOA VONTADE
Temos uma boa vontade quando o nosso
querer é determinado pela razão
e obedecemos ao imperativo categórico. VALOR MORAL
O valor da boa vontade não depende DAS AÇÕES
dos resultados ou das consequências
BOA de uma determinada ação.
VONT
Ações determinadas pelo dever
(animadas por uma boa vontade)
têm valor moral.
Ações não determinadas pelo das
consequências do motivo
dever, mas por inclinações imediatas resultantes (do princípio
É intrínseca ou com intenção egoísta, não têm da ação do querer
e ilimitadamente ou do princípio
valor moral. da vontade).
boa; não pode ser Fazer o que está
usada para o mal. Existem coisas boas para nem da
certo pelas
satisfação
razões certas
além da boa vontade, das inclinações
(ou seja repeitar
mas a boa vontade ou de interesses
o imperativo
é o bem supremo
(ou bem último). categórico)
TIPOS DE AÇÃO
Intenção Inclinações
egoísta imediatas
Quais as ações que possuem valor moral?
• São imorais. e têm valor moral. • Ações motivadas • Ações motivadas por
pelo interesse sentimentos como a simpatia,
(consequências o amor ou a compaixão.
benéficas para o • A ação é a correta, mas é
agente), mas de
realizada por influência dos
que resulta algo
sentimentos e não pela
de bom.
consciência do dever.
TIPOS DE AÇÃO E VALOR MORAL
Em resumo:
contrárias imoralidade
ao dever (ações incorretas)
A U T O N O M I A D A V O N TA D E H E T E R O N O M I A D A V O N TA D E
• A vontade é autónoma se obedece à razão (se queremos • Quando a vontade é influenciada por sentimentos ou
aquilo que a razão ordena) e ao imperativo categórico interesses pessoais, não obedece a si mesma. Kant diz
(ou lei moral). que nesses casos a vontade é heterónoma, por
ser
autónomo obedecer a algo que é exterior à razão (sentimentos /
• Quando a vontade obedece a si
interesses)
mesma, é autónoma, e, por isso, = e não à razão e à lei moral.
é uma vontade livre (ser livre é ser livre
obedecer à lei moral).
AUTONOMIA HETERONOMIA
• Não basta escolher para ser realmente livre: é preciso A vontade não depende de A vontade depende de algo
escolher o que está moralmente certo. Só é livre quem algo exterior. exterior (aquilo que deseja
faz o que tem a obrigação moral de fazer. dá a lei à vontade).
O utilitarismo é
consequencialista,
pois a moralidade das Ao contrário do que acontece na ética kantiana,
ações depende das ill o motivo é irrelevante para avaliar a moralidade
rt M
consequências. Stua de uma ação.
Para Mill, a moralidade de uma ação depende
das suas consequências.
O PRINCÍPIO DA UTILIDADE
O PRINCÍPIO DA UTILIDADE
é, assim, o fundamento da REGRA
moral (ou o princípio ético DAS
Minimizam supremo). REGRAS
trazem a felicidade
Ações têm
INFELICIDADE ou aumentam i o d a utilidade
consequências SE às pessoas a infelicidade:
Princí p
s, Mill us
a «princí
pio
desfavoráveis Por veze licidade» em vez
envolvidas são ações da maior
fe
a u tilidade.
cíp i o d
incorretas de «prin
O PRINCÍPIO DA UTILIDADE
A imparcialidade
MAXIMIZAR A FE
LICIDADE
A utilidade (ou felicidade) é o critério ético que permite justificar se uma ação é correta MINIMIZAR A INF
ELICIDADE
ou é incorreta. Esta felicidade é a felicidade de quem? Será a do agente da ação?
O AGENTE DEVE TER EM CONTA A SUA FELICIDADE, MAS NÃO DEVE DESFAVORECER A DOS OUTROS.
A FELICIDADE DE CADA UM DOS INDIVÍDUOS IMPLICADOS NA AÇÃO DEVE CONTAR DA MESMA MANEIRA.
O HEDONISMO
Dificuldades de cálculo
Segundo esta objeção, podemos cometer um
erro ao calcular as consequências das
Excesso de exigência
ações e considerar benéficas ações que Esta objeção sustenta que não é correto
afinal são prejudiciais. o agente tentar ser tão imparcial como
o utilitarismo pretende e que está certo dar
mais peso à felicidade de algumas pessoas
(familiares, por exemplo).
Violação de direitos individuais
Segundo esta objeção, o utilitarismo parece Atenção!
Estas sã
justificar ações que a intuição nos diz serem três de v o apenas
erradas – como, por exemplo, sacrificar uma árias obj
eções
pessoa inocente, violando o seu direito à vida,
possívei
para aumentar a felicidade geral. s à ética
de Stuart
São ações que põem em causa os direitos Mill.
de algumas pessoas, embora maximizem
a felicidade.
COMPARAÇÃO ENTRE AS TEORIAS DE KANT E MILL
Qual é o princípio supremo da O imperativo categórico (fórmula da lei O princípio da utilidade (ou princípio da maior
moralidade? universal e fórmula da humanidade) felicidade)
Para determinar o valor moral das O motivo da ação As consequências da ação
ações é preciso analisar o quê?
Como deve o agente proceder para Submeter, com imparcialidade, as máximas ao Submeter, com imparcialidade, as ações (e as
descobrir os seus deveres? teste do imperativo categórico regras morais) ao teste do princípio da utilidade
Sim. Não admitem exceções, dizem respeito a Não. Admitem exceções, dependendo do
Os deveres morais são absolutos? todas as situações e a todos os agentes saldo global de felicidade produzido
Não. O que importa moralmente é o respeito Não. Vale tanto como a felicidade de qualquer
A felicidade do agente é um dos envolvidos na ação.
pelo imperativo categórico e isso pode
especialmente importante? O que importa moralmente é a felicidade geral
proporcionar ou não felicidade ao agente
Apesar das muitas distinções entre estas duas éticas, há também várias situações em que a aplicação do imperativo
categórico e do princípio da utilidade conduz ao mesmo veredito moral. Exemplo: a escravatura é moralmente errada.