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observando estas definições e a minha refutação ao determinismo, poder-se-ia concluir
que eu sou apologista da teoria libertista. No entanto, as aparências iludem. Esta solução
também não serve como resposta ao problema, pois, mesmo que todas as nossas ações
fossem livres, as ações livres sofrem condicionalismos e limitações. Por exemplo, eu
não posso escolher os meus pais, não posso escolher a cor da minha pele, etc. Todos
estes fatores estão de facto determinados e não há nada que eu possa fazer quanto a isso.
Por exemplo, imaginemos que o João queria ser alto, forte e ter os olhos azuis. O João
podia seguir um plano alimentar para crescer, e ir ao ginásio para ficar forte, mas não
podia alterar a cor dos seus olhos, visto que se trata de um facto hereditário, que foi
determinado pelos genes dos seus pais, que, por sua vez, foram determinados pelos dos
seus avós, e assim sucessivamente. Portanto, há, de facto, coisas que não podemos
escolher, pois são previamente determinadas. Até agora, as conclusões que podemos
tirar são que há ações livres e fatores que são determinados previamente, e que as ações
livres sofrem limitações e condicionalismos.
//Por fim a última teoria, o compatibilismo. O compatibilismo é uma tentativa de
conciliar o livre-arbítrio com o determinismo. Logo à partida, entende-se que algo não
bate certo, pois não é possível afirmar simultaneamente duas realidades tão distintas.
Defender esta teoria, seria afirmar que sob o efeito das mesmas causas só temos um
curso de ação possível e que sob o efeito dessas mesmas causas temos vários cursos de
ação entre os quais escolher. Ora, pelas regras da lógica, isto é impossível, uma vez que
são afirmações incompatíveis entre si. O erro que os apologistas desta teoria cometem é
usarem mal os conceitos, de certo modo manipularem o conceito de livre-arbítrio. Para
os compatibilistas, ser livre é agir sem sermos coagidos a tal. Portanto, para estes, as
nossas ações são determinadas, mas também são livres, desde que não sejamos
obrigados ou forçados a tal e sejamos nós a escolher o rumo da nossa ação. No entanto,
eu não aceito esta teoria como verdadeira, pois não passa de uma forma disfarçada de
determinismo; o conceito de liberdade dos compatibilistas não corresponde ao que,
geralmente, se entende por “livre-arbítrio”, o que torna esta teoria insustentável, visto
que não podemos mudar o conceito de liberdade como nos apetece. Ter livre-arbítrio
não significa apenas que, em determinadas circunstâncias, somos nós que escolhemos o
curso da nossa ação, mas ter a possibilidade de, nas mesmas circunstâncias, escolher
entre cursos alternativos de ação. Desfeita a confusão e rejeitado o conceito
compatibilista de liberdade, nem por isso deixamos de reconhecer que as ações resultam
da influência de causas e sofrem condicionalismos de diversa ordem.
//Portanto, a solução para este problema parece-me ser a seguinte: a partir do momento
em que somos dotados da capacidade de pensar, somos livres e temos possibilidade de
escolha. Vivemos, até certo ponto, num universo físico determinista em que as leis da
natureza e os acontecimentos anteriores determinam muitas das nossas ações. Por
exemplo, chumbar de ano é o resultado de uma cadeia causal de não se ter estudado, de
se ter falta de atenção ou até de se ter faltado às aulas. No entanto quando tomamos
genuinamente uma decisão, temos livre-arbítrio, pois podíamos ter escolhido outra coisa
para além daquilo que decidimos. Então, as nossas ações, apesar de livres, sofrem
condicionalismos, logo somos apenas moderadamente livres.
//A minha conclusão é, por conseguinte, que as nossas ações são moderadamente livres.
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Bibliografia:
https://soundcloud.com/carloscafepodcast/para-escuta-e-pensa-temporada-2-episodio-1?
fbclid=IwAR2AJ1CZvJYUtO9kdyOEfbu4JL4RSNRG7-
ME4UIy_efyE9tNGUsVfq2jXkA (28/01/2021)
https://visao.sapo.pt/opiniao/2019-02-04-O-enigma-do-livre-arbitrio/?
fbclid=IwAR3oL_qmIa7RvMVAvPRtmJq3IKZf-
lfq3mBtVKbSFE7gYes_eNVlticZmp0 (27/01/2021)
Manual (18/02/2021)
Fontes de pesquisa:
https://criticanarede.com/hkahanelivre-arbitriodeterminismo.html (18/02/2021)
https://pensarmaisccm.blogspot.com/2020/03/sera-o-livre-arbitrio-uma-ilusao.html
(18/02/2021)
https://visao.sapo.pt/opiniao/2019-02-04-O-enigma-do-livre-arbitrio/?
fbclid=IwAR3oL_qmIa7RvMVAvPRtmJq3IKZf-
lfq3mBtVKbSFE7gYes_eNVlticZmp0 (20/02/2021)
Manual (18/02/2021)