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A vida tem sentido?

Neste ensaio filosófico irei reflectir um pouco sobre o assunto de a vida ter sentido ou não.
Será que a nossa vida neste exato momento fará sentido daqui a algum tempo? Será que
tudo o que fazemos tem um propósito? Será que faz sentido viver? Isto são perguntas muito
frequentes durante o nosso quotidiano, e que muito provavelmente ainda não tem resposta.
Daí eu achar necessário fazer um ensaio filosófico sobre este tema. Na minha perspetiva a
vida tem sempre sentido, só que talvez nós ainda não o tenhamos descoberto. Muitas das
vezes achamos e pensamos que a vida não tem sentido e que as nossas acções não têm
um propósito. Bem deixem-me que diga mas tem, só que nós ainda estamos a descobrir
esse propósito. Para iniciar a minha reflexão começo por citar uma frase de Albert Einstein
sobre o sentido da vida: ”Tem um sentido a minha vida? A vida de um homem tem
sentido? Posso responder a tais perguntas se tenho espírito religioso. Mas, “fazer tais
perguntas tem sentido?” Respondo: “Aquele que considera sua vida e a dos outros
sem qualquer sentido é fundamentalmente infeliz, pois não tem motivo algum para
viver”. É óbvio que Einstein não viveu na mesma época que nós vivemos eventualmente, o
que nos leva a uma perspectiva diferente da que temos e que eventualmente irá sempre
mudar de ano em ano, não só por causa da evolução Humana, mas também pela mudança
de mentalidades ao longo dos anos. Mas eventualmente podemos analisar as suas palavras
e refletir sobre elas. Nesta sua frase Einstein diz que quem considera a sua vida sem
sentido é infeliz e que não tem qualquer sentido para viver. Mas será que vale a pena viver?
É uma pergunta constante e que dá muito que falar, poderíamos tentar dar argumentos
acerca disto, mas seria em vão uma vez que, assim como Ghandi diz, cada um deve-se
questionar e refletir sobre esta pergunta. Se refletirmos podemos concluir que o facto de “a
vida ter sentido” só nos cabe a nós próprio descobrir, uma vez que não vamos perguntar a
alguém algo que só nós podemos descobrir a resposta.

Acredito que apenas nós mesmos, possamos definir se a nossa vida tem sentido ou não,
uma vez que é um assunto muito privado e apenas nós sabemos o que se passa na nossa
vida. Daí apenas nós podemos responder a essa pergunta.Diante de tantos pensadores e
intelectuais, acredito que não seja o meu papel julgar qual deles está mais correto.
Poderíamos até resolver esse problema de uma forma simples: que cada indivíduo deve
construir o seu próprio significado .Cada vida possui as suas próprias peculiaridades. Somos
diferentes quanto aos nossos atributos, história e desejos. Mas lá no fundo esse é o tipo de
pergunta que mascara algumas inseguranças que todos nós temos. Queremos um sentido
apenas para que todos os nossos sofrimentos valham a pena. Felicidade, meus amigos, é a
única coisa que importa. Para mim, a busca pelo sentido da vida transforma-se em outra
questão, que considero muito mais importante: como eu posso viver a minha vida de forma
plena, extraindo o melhor dela, obtendo a maior felicidade e causando o maior impacto
positivo em outras vidas? Talvez nunca descobriremos o real sentido da vida, mas é muito
provável que possamos encontrar algumas formas para viver melhor através deste caminho.

Para os nossos antepassados e filósofos gregos, a busca pela felicidade era o motor central
da nossa vida. “Homem: um ser em busca de significado” –Platão Segundo Epicuro
(341 A.C), a felicidade resultava da satisfação dos desejos e de uma vida simples, ausente
de dores e preocupações. Somos naturalmente propensos a procurar prazer e fugir da dor,
logo, faz sentido compreender ao máximo como se aproximar daquilo que nos satisfaz,
afastando tudo aquilo que nos cause sofrimento. Podemos dizer que existem vários tipos de
desejos dentro de nós. Alguns desejos são naturais e essenciais, como a fome, o sono e a
busca por uma vida agradável. Não podemos lutar contra eles, então nos resta preenchê-los
a fim de obter maior prazer. Já os desejos frívolos e artificiais como a busca por riquezas,
poder e imortalidade, são criados através dos valores sociais e podem ser completamente
ignorados. Tais anseios nos trazem apenas mais sofrimento, já que não funcionam através
de leis naturais. Já os Estoicos, que surgiram na mesma época na Grécia, também focavam
seus pensamentos na busca pela felicidade. Para eles, a resposta era oposta a de Epicuro.
Ao seguir os nossos desejos e fugir dos nossos medos, estamos agindo como máquinas.
Não existe liberdade de escolha se a única coisa que fizermos é seguir os nossos impulsos.
O segredo da vida era a temperança e o autocontrole, possíveis de serem alcançadas
através da superação da razão sobre as emoções. A apatia (literalmente, sem paixão) era a
chave para livrar-se dos sofrimentos. Tão importante quanto a felicidade era também a
busca pelo aprimoramento pessoal.

A maioria das pessoas não se sente tão feliz quanto gostaria ao mesmo tempo que percebe
o seu tempo de vida passando. Se a vida já não basta, surge o questionamento: afinal, o
que acontece após a morte? Acreditar na continuidade da nossa existência não é apenas
uma característica do nosso Ego. É também a esperança de um “continue” após o “game
over”. Uma nova chance para alcançar a felicidade e de, finalmente, compreender o
significado de tudo o que passamos e nunca compreendemos. Muitas religiões tentam
responder a estas questões. Influenciados pelo pensamento estoico, os cristãos acreditam
na recompensa por uma vida virtuosa e moral através da vida eterna no paraíso. Para os
judeus, devemos seguir as Mitzvot (mandamentos) e as instruções da Torá (os cinco
primeiros livros da bíblia) para alcançarmos o mundo vindouro. A ideia do determinismo das
nossas ações também está presente no hinduísmo e no budismo, onde a lei do Karma
(ação) nos ensina que tudo o que vai, volta. Os sofrimentos da nossa vida atual
correspondem aos nossos erros passados. O peso das nossas escolhas acabam passando
adiante, vida após vida, em suscetivas reencarnações. A única forma de se livrar deste
sofrimento é acabar com as delusões através dos sutras sagrados.

Para muitos, a ideia de uma morte final parece absurda. “O Sentido da vida é que ela
termina.” -Franz Kafka Já para alguns filósofos, a ideia de uma vida imortal em eterna
satisfação parece proporcionalmente desprovida de sentido. É exatamente o fim que nos
causa a descoberta por um significado. Se analisássemos o nosso inconsciente,
poderíamos descobrir que toda esta construção de vida após morte reflete um desejo
intrínseco humano. Queremos que a nossa vida dure mais do que ela própria. Não sabemos
o que acontece após a morte, mas é fato que qualquer indivíduo pode deixar para o mundo
o melhor da sua essência através das suas ações. Vivemos no coração daqueles que nos
cercam e nas histórias que um dia contarão sobre a nossa vida. Todos os nossos sonhos
serão herdados em proporção às nossas paixões. Para uma pessoa descrente, a melhor
forma de viver além dos limites do tempo é deixando um legado ao mundo.

Para conclusão deste ensaio filosófico eu acabo realçando que cada individuo deve
construir seu próprio significado para a vida, de fato. Entretanto, percebemos que existem
convergências entre as diversas linhas de pensamento e que, no fim das contas, todo
mundo busca a tão desejada felicidade. Como autores da nossa própria história, colhemos o
que plantamos, seja nesta vida, no céu ou em outras encarnações. Logo, a própria
felicidade é proveniente das nossas escolhas e, para tomar melhores decisões, muitos de
nós escolhemos seguir directrizes, sejam elas filosóficas ou religiosas. Somos imperfeitos e
isso dá-nos o potencial para aprendermos com os nossos próprios erros. O aprimoramento
pessoal é essencial para aqueles que desejam uma vida com significado. O propósito de
vida é justamente o que cada um de nós tem a doar para o mundo A questão não é
satisfazer os próprios desejos afim de ser feliz. .No fim das contas, para compreender o
sentido da nossa vida é preciso pensar fora da caixa. Não a caixa das nossas mentes, mas
sim a caixa da nossa própria vida

Rafaela carvalho Nº19 11ºJ

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