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Houve um tempo em que as teorias eram eternas.

A ciência evolui e essa evolução parece


ser um dos seus aspetos mais distintivos. Isto levanta dois problemas filosoficamente
interessantes:

1. Como é que a ciência evolui?


2. Dá-se essa evolução de acordo com critérios objetivos?

O propósito deste texto é conhecer a resposta a estas duas questões dada por dois
importantes filósofos da ciência do século XX, Karl Popper e Thomas Kuhn.

Karl Popper

A explicação de Popper do progresso da ciência está intimamente associada com a sua


concepção do método científico. Recordemos os seus traços principais.
Para Popper, a ciência começa com problemas, para cuja solução são formuladas hipóteses
ou conjeturas. Estas hipóteses são depois submetidas a testes severos com o objetivo de
provar que são falsas. Algumas são imediatamente eliminadas, porque não passam os testes
a que são submetidas. Outras passam estes testes e podemos dizer que são corroboradas por
eles. Isto não significa que estas teorias sejam verdadeiras; apenas que os testes a que foram
submetidas até àquele momento foram incapazes de mostrar que são falsas. Mais tarde ou
mais cedo, porém, todas as teorias serão afastadas porque os testes revelaram que são falsas.
Quando isto acontece, um novo problema surge para o qual são propostas novas hipóteses,
que vão também ser submetidas a testes, num processo que continua indefinidamente.

Popper resume algumas vezes o seu método com o esquema seguinte:

P1 ➝ TT ➝ EE ➝ P2

P1 representa o problema inicial;


TT, as teorias propostas para resolver esse problema;
EE, o processo de teste e eliminação das teorias;
P2, o novo problema que resulta da eliminação de todas as teorias — falsas — propostas para
resolver P1. Quanto maior a diferença entre o problema inicial (P1) e o problema final (P2)
maior o progresso realizado.

Assim, o método que o cientista usa ao fazer ciência é ao mesmo tempo o instrumento de
progressão da ciência e a explicação para a substituição de umas teorias por outras, que temos
observado ao longo da história da ciência. A ciência progride, e o conhecimento científico
cresce, pelo derrube das teorias científicas vigentes através de testes exigentes e a sua
substituição por teorias melhores, capazes de resolver os problemas que as outras teorias
resolviam.
Esta capacidade de escolher entre teorias melhores e piores pressupõe um critério de
progresso, isto é, um critério para determinar se uma teoria constitui, ou não, um avanço
relativamente às outras. Popper aceita a teoria da verdade como correspondência, segundo a
qual uma teoria é verdadeira se está de acordo com os factos e falsa se não está. Contudo, ele
não pode usar a verdade como critério de progresso e afirmar, como os indutivistas, que a
ciência progride por acumulação de teorias verdadeiras, porque as teorias científicas são
sempre hipotéticas e conjeturais. Ele tem, portanto, de recorrer a outro critério. Qual é esse
critério? A verosimilhança ou a proximidade à verdade. O facto de uma teoria ter sucesso
onde todas as outras falharam, de ser capaz de explicar o que as outras explicam e aquilo que
as outras não explicam, significa que essa teoria é uma melhor aproximação à verdade, uma
teoria mais verosímil, que todas as outras. Na sua base está a atitude crítica, fundada em
regras lógicas, a ciência é racional e objetiva. A escolha entre teorias não se faz com base
em aspetos subjetivos, como as preferências individuais dos cientistas, mas em critérios
objetivos, uma vez que os testes a que as teorias são submetidas são feitos de acordo com
procedimentos metodológicos precisos, que permitem determinar quais as que se aproximam
mais da verdade. Para Popper, a ciência é objetiva em última instância porque o seu método
— o método das tentativas e erros — se baseia num conjunto de regras lógicas que são o
modelo e a garantia da racionalidade. O cumprimento dessas regras pelos cientistas na sua
prática de investigação permite a escolha das melhores teorias, das teorias corroboradas, que
resistiram aos testes quando todas as outras falharam, e que, por isso, estão mais próximas
da verdade.

A filosofia da ciência de Kuhn

Ciência normal

Que revela a história da ciência sobre a ciência, segundo Kuhn? Antes de mais, que
tanto a concepção indutivista como a falsificacionista da ciência estão erradas. A atividade
científica não se processa do modo como uns e outros afirmam, mas antes de acordo com o
seguinte esquema:

Ciência normal ➝ crise e ciência extraordinária ➝ revolução científica ➝ nova ciência


normal

Este desenvolvimento por fases, no entanto, só se verifica quando uma ciência atinge um
certo nível de maturidade. Antes disso não existe propriamente uma ciência, mas uma área
de investigação em que diferentes escolas e sub escolas competem entre que si e discordam
em aspetos fundamentais: que problemas investigar, que metodologias aplicar, qual a
natureza dos fenómenos a explicar, etc. Kuhn chama a este estádio ciência pré-
paradigmática, que se carateriza por uma total discordância e um constante debate. Nele
não existe um corpo de crenças garantidas e partilhadas pelos investigadores e há quase tantas
teorias quanto investigadores, cada um procurando construir o seu campo de investigação
desde a base.
Uma área de investigação torna-se uma ciência madura quando existe consenso entre os
investigadores que nela trabalham relativamente aos problemas a investigar, as leis a aplicar,
e os métodos e os instrumentos a usar nesse campo de investigação. Isto acontece quando há
uma realização científica que uma comunidade científica particular reconhece como
exemplar e fundando a sua investigação futura. Isto é, quando existe aquilo a que Kuhn
chama paradigma, um conjunto de problemas, soluções — teorias e leis — práticas
metodológicas e princípios metafísicos, que são aceites pela generalidade dos praticantes
daquele campo. Uma ciência madura é dominada apenas por um paradigma, que estabelece
o que é ou não legítimo investigar dentro de uma ciência e coordena e dirige a investigação
nessa ciência. Aquilo que, segundo Kuhn, distingue ciências de não-ciências não é, como
pensam os indutivistas, o facto de as teorias científicas poderem ser verificadas, ou, como
pensa Popper, o facto de poderem ser falsificadas, mas o de existir ou não num determinado
campo de investigação um paradigma aceite pela generalidade dos seus praticantes.

Podemos, apesar disso, dizer que um paradigma é constituído por

• Um feito científico exemplar, que sirva como modelo para a investigação futura a
realizar;
• Problemas, métodos, instrumentos e técnicas sugeridos por este feito científico;

Quando uma área de investigação adota um paradigma, ela entra num estádio a que Kuhn
chama ciência normal e é nisto que consiste a maior parte da atividade científica. A ciência
normal não visa descobrir novos tipos de fenómenos ou novas teorias, mas apenas aumentar
o sucesso do paradigma aceite, articulando-o de modo a melhorar a sua correspondência com
a natureza. Por isso, a investigação feita na ciência normal tem em vista a resolução de
puzzles ou enigmas. Os puzzles são problemas sugeridos aos cientistas pelo paradigma
aceite. Para resolver estes puzzles, os cientistas usam as regras do paradigma, esperando,
desse modo, que as soluções dos problemas novos sejam semelhantes às dos problemas
previamente examinados na sua disciplina. Ao fazerem ciência normal, os cientistas
assumem que o paradigma fornece os meios necessários para a solução dos puzzles que
coloca. O fracasso na solução de um puzzle é visto como um fracasso do cientista e não como
uma deficiência do paradigma.
Contudo, mais tarde ou mais cedo surgem puzzles que, apesar dos seus esforços, os
cientistas são incapazes de resolver de acordo com o conjunto de regras e técnicas sugeridas
pelo paradigma aceite. Kuhn chama anomalias a estes problemas. Estas anomalias podem
pôr em questão as leis, os instrumentos e as regras aceites por uma comunidade científica,
sugerindo que têm de ser modificados ou mesmo abandonados.
Nem todas as anomalias são igualmente graves. Qualquer paradigma encontra
dificuldades e existe sempre alguma discrepância entre as previsões das teorias e os dados
experimentais, sem que isso ponha em causa o paradigma vigente e a atividade científica de
acordo com a ciência normal. Por isso, algumas anomalias podem, pelo menos inicialmente,
ser negligenciadas.
Mas mesmo que as anomalias sejam graves, elas não falsificam o paradigma, como Popper
pensaria. Lembremos que, de acordo com Popper, o progresso da ciência faz-se por um
processo em que conjeturas arrojadas são submetidas a testes com o objetivo de as refutar.
Deste ponto de vista, uma previsão da teoria que não esteja de acordo com a realidade refuta
a teoria e leva à sua substituição por outra mais próxima da verdade. Para Kuhn, no entanto,
as anomalias não correspondem a estas instâncias popperianas de falsificação das teorias. Ele
duvida mesmo de que seja possível refutar uma teoria. Assim como também pensa que
nenhuma anomalia, por mais grave que seja, leva ao abandono de uma teoria a não ser que
exista uma outra para a substituir. Para Kuhn, uma teoria científica é considerada inválida
apenas se existe uma alternativa disponível para ocupar o seu lugar. Assim, os cientistas,
quando fazem juízos acerca das teorias apenas as comparam, não as refutam. Segundo Kuhn,
o estudo histórico do desenvolvimento científico não revelou nada que se aproxime do
método das tentativas e erro proposto por Popper. Por outras palavras, a história da ciência
mostra que a descrição de Popper do progresso da ciência é falsa, uma vez que não
corresponde à forma como os cientistas trabalham.

Crise e ciência extraordinária

Quando numa dada ciência surge uma anomalia grave, essa ciência entra em crise e passa
da ciência normal para aquilo a que Kuhn chama ciência extraordinária. Uma anomalia é
considerada grave se:

• Põe em causa componentes fundamentais do paradigma vigente;


• Persistentemente resiste a uma solução por intermédio dos recursos que esse
paradigma põe à disposição dos cientistas.

Outro fator importante para o despoletar da crise é o acumular de anomalias dentro de um


paradigma.
A transição para a ciência extraordinária ocorre à medida que os cientistas dão cada vez
mais atenção à anomalia. As primeiras tentativas de a resolver seguem de perto o paradigma
aceite, mas à medida que o problema continua a resistir a uma solução, as tentativas de
resolvê-lo afastam-se cada vez mais das soluções-padrão sugeridas pelo paradigma, e as
regras da ciência normal tornam-se progressivamente mais fracas. Embora ainda exista um
paradigma, poucos são os cientistas que estão de acordo acerca da sua natureza e mesmo as
soluções dos problemas anteriormente resolvidos aplicando os instrumentos disponibilizados
pelo paradigma são postas em questão. O consenso até aí existente relativamente às
características fundamentais da atividade científica começa a ser substituído por cada vez
mais e maiores divergências e os cientistas começam a expressar abertamente a sua
insatisfação com o paradigma vigente.

Revolução científica

Segundo Kuhn, as divergências entre os cientistas causadas pela crise podem terminar de
duas maneiras diferentes:

1. A anomalia é resolvida no contexto do antigo paradigma, os cientistas voltam a fazer


ciência normal e a confiança no paradigma é restaurada;
2. A anomalia é resolvida por uma nova teoria que é cada vez mais aceite até se formar
um consenso entre os membros da comunidade científica em torno desta teoria.

Esta segunda possibilidade é aquilo a que Kuhn chama revolução científica e, no essencial,
consiste na substituição de um paradigma por um outro paradigma. Uma característica
importante das revoluções científicas, segundo Kuhn, é que elas não são cumulativas. Para
Kuhn, uma revolução científica é a reconstrução de uma ciência a partir de bases novas, em
que tanto algumas das generalizações mais elementares daquele campo como muitos dos seus
métodos e aplicações mudam radicalmente. O novo paradigma é, por isso, muito diferente e
incompatível com o antigo. Ao rejeitarem o antigo paradigma, os cientistas rejeitam também
as previsões que faziam, que não estão de acordo com as previsões do novo paradigma.
Contudo, um novo paradigma só é adotado se pode solucionar as anomalias que o velho foi
incapaz de solucionar. Assim, ao adotar um novo paradigma, os cientistas são capazes de dar
conta de um grande número de fenómenos ou de dar conta com maior precisão de fenómenos
já conhecidos.
A influência dos paradigmas é tal que a forma como os cientistas veem o mundo é
determinada pelo paradigma com o qual trabalham. Kuhn afirma que é como se os
proponentes de paradigmas rivais vivessem em mundos diferentes.

A incomensurabilidade dos paradigmas

Como é que se dá a passagem de um paradigma para outro? Isto é, como é que os


praticantes de uma ciência abandonam um paradigma e adotam outro? O processo de adoção
de um novo paradigma é um dos aspetos mais controversos da teoria da ciência de Kuhn e
em que a sua descrição da ciência mais se afasta das posições defendidas por Karl Popper e
pelos filósofos indutivistas. Recordemos que para Popper existem critérios racionais que
permitem escolher, entre todas as teorias propostas para resolver um problema, aquela que é
objetivamente a melhor, a que é a mais verosímil. A perspetiva de Kuhn é completamente
diferente. Para Kuhn, a mudança de paradigma por parte de um cientista é um acontecimento
súbito. O cientista que abandona uma teoria a favor de uma nova teoria não passa
gradualmente de uma para a outra. Em vez disso, quando abandona uma adota imediatamente
a outra, numa espécie de conversão que tem muitas semelhanças com a conversão religiosa.
A razão de ser disto, segundo Kuhn, está no facto de que os paradigmas são incomensuráveis.
A sugestão de Kuhn ao dizer que os paradigmas são incomensuráveis é, obviamente, que não
se pode determinar com rigor qual dos paradigmas em competição é melhor porque não existe
uma medida comum, exterior e independente aos paradigmas, que permita compará-los de
forma completamente objetiva. Há três ordens de razões para que os paradigmas sejam
incomensuráveis:

1. Os cientistas que apoiam paradigmas rivais discordam quanto aos problemas que um
paradigma deve resolver, porque os seus padrões ou as suas definições de ciência não
são os mesmos;
2. Os proponentes de paradigmas rivais usam termos, conceitos e experiências em novos
contextos e com significados e interpretações diferentes;
3. Os cientistas que apoiam paradigmas rivais fazem investigação em mundos
diferentes.

Este último aspeto, que os cientistas trabalham em mundos diferentes, é o mais importante.
É óbvio que o mundo não muda quando um cientista muda de paradigma. O que muda é a
forma como esse cientista observa e compreende o mundo. Kuhn utiliza os resultados obtidos
em certas experiências da psicologia da perceção para tornar claro o que quer dizer. Do
mesmo modo que os sujeitos destas experiências, para terem a perceção de objetos diferentes
— como quando uma mesma imagem pode ser vista alternadamente, por exemplo, como um
pato ou um coelho — mudam para paradigmas percetivos diferentes, cientistas a trabalhar
em tradições de ciência normal diferentes e, portanto, com paradigmas diferentes,
percecionam o mundo de forma diferente.
O que Kuhn está a dizer é que os cientistas, ao mudarem de paradigma, mudam unicamente
a forma como interpretam as suas observações do mundo, que se mantêm idênticas e
imutáveis. Onde antes viam o Sol a girar em torno da Terra passaram a ver a Terra a girar em
torno do Sol, mudando assim de uma interpretação falsa para uma interpretação verdadeira
da realidade, enquanto a observação em si se mantém a mesma. Esta forma de compreender
o que acontece aquando de uma mudança de paradigma pressupõe que existem observações
objetivas, puras e independentes do sujeito e das suas crenças, sobre a realidade, e que
algumas vezes interpretámo-las corretamente, outras não. Kuhn nega que tais observações
objetivas existam. As observações nunca são objetivas porque são sempre influenciadas pelo
paradigma adotado pelo cientista, ao ponto de com a mudança de paradigma as próprias
observações mudarem também
O facto de os paradigmas serem incomensuráveis tem importantes consequências para o
debate entre os proponentes de paradigmas diferentes e para a escolha entre paradigmas
rivais. Se os cientistas não concordam acerca de quais os problemas que devem ser resolvidos
e quais as soluções aceitáveis — o que acontece facilmente pois, como vimos, têm diferentes
concepções de ciência e diferentes padrões de escolha, usam os conceitos de forma diferente
e vivem em mundos diferentes —, o facto de os paradigmas serem incomensuráveis torna
impossível uma comparação exaustiva do tipo proposto pelos indutivistas e por Popper, com
o objetivo, por exemplo, de saber qual o paradigma que resolve mais problemas. Por outras
palavras, Kuhn recusa que a escolha entre paradigmas possa ser feita por processos
estritamente racionais, como os adotados no método indutivo e no método falsificacionista.
E embora ele realce o papel da argumentação (para, por exemplo, saber se a nova teoria pode
resolver os problemas que levaram a antiga teoria à crise, se é mais precisa que a antiga ou
se prediz fenómenos que a antiga teoria foi incapaz de prever) e afirme que os cientistas
podem ser persuadidos por seu intermédio, também afirma que os cientistas escolhem os
paradigmas com base em fatores não-lógicos (estéticos e psicológicos), como a elegância, a
adequação ou a simplicidade, que diferentes cientistas valorizam de forma diferente.

Como se faz, então, de acordo com Kuhn, o progresso da ciência? Em rigor, só na


ciência normal, que tem por base sempre um paradigma e é cumulativa, existe progresso. Ao
selecionarem puzzles que podem ser resolvidos usando técnicas e instrumentos próximos dos
que já existem, os cientistas aumentam gradualmente o conhecimento disponível na sua
disciplina. O progresso existe, portanto, no interior dos paradigmas. Mas, as revoluções
científicas, apesar das enormes alterações a que dão origem quando, devido a uma crise, um
paradigma é substituído por outro, não constituem propriamente um progresso. Como não
existem critérios objetivos de comparação entre paradigmas, Kuhn recusa que possamos
dizer que o novo paradigma que emerge de uma revolução científica é verdadeiro ou, como
pretendia Popper — para quem as revoluções trazem consigo teorias que são melhores
aproximações à verdade —, uma melhor descrição ou uma melhor explicação da realidade.
Por esse motivo, as mudanças de paradigma que resultam das revoluções científicas
constituem mais uma evolução ou de uma mudança do que um progresso na verdadeira
aceitação da palavra.
Comparação entre as teorias de Popper e Kuhn

Embora Popper e Kuhn usem nas suas teorias uma linguagem diferente, ambos afirmam
que elas têm muitos pontos em comum. Por exemplo, ambos dão grande importância às
revoluções científicas e à substituição das teorias por outras.
Para Popper, a prática científica, que corresponde à aplicação do método falsificacionista,
garante ao mesmo tempo o progresso e a objetividade da ciência. A substituição de uma
teoria refutada por outra constitui um progresso porque esta é objetivamente — devido ao
uso de padrões lógicos — uma melhor aproximação à verdade do que a outra. Mas, para
Kuhn, não há padrões independentes e objetivos que permitam comparar os paradigmas rivais
e determinar qual é, de acordo com esses padrões, o melhor. Por esse motivo, as teorias
científicas não são objetivas e, em rigor, não podemos falar de progresso da ciência.

Quadro comparativo das teorias de Popper e Kuhn

Há progresso em ciência É a ciência objetiva?

Sim. As teorias que substituem as Sim. Existem padrões racionais,


teorias refutadas estão mais estabelecidos no método
Popper próximas da verdade e constituem científico, que permitem
um progresso relativamente a comparar as teorias e
essas teorias. determinar qual é mais
verosímil.

Não. Há mudanças de Não. Não há padrões objetivos


Kuhn paradigmas, mas nada nos permite que permitam determinar qual
afirmar que o novo paradigma dos paradigmas em competição
constitui um progresso é verdadeiro ou se aproxima
relativamente ao antigo mais da verdade.
paradigma.

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