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Lima
SES-MT (Fisioterapeuta) Conhecimentos
Específicos - 2023 (Pós-Edital)
Autor:
Débora Lima, Frederico Barreto
Kochem
15 de Março de 2023
Sumário
Introdução .................................................................................................................................................... 4
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá querido aluno (a) do Estratégia Concursos, tudo bom? É com grande satisfação que iniciamos o nosso
Curso Regular de Fisioterapia.
Trata-se de um material preparado com muita dedicação e afinco. Fizemos uma varredura dos editais de
que foram lançados nos últimos anos e preparamos nossos livros digitais com os assuntos mais cobrados
pelas bancas.
Passaremos por todos os assuntos voltados para a fisioterapia. Seja qual for seu grau de estudos (desde o
concurseiro que está iniciando nos estudos até aquele que já está nessa carreira a mais tempo) você vai
conseguir estudar pelo nosso material :)
Os conceitos aqui expostos serão tratados da forma mais didática possível, com explicações das questões e
mapas mentais dos temas mais relevantes para você mandar bem nos estudos.
Para que você possa se organizar e se dedicar melhor aos estudos, mais abaixo temos o cronograma de
aulas. Vale a pena segui-lo!
Posso te dar uma dica? Resolver questões anteriores é de grande valia para nos situarmos diante das
possibilidades de cobrança da banca durante a prova. Não deixe de busca-las e resolve-las no final do nosso
livro!
Para finalizar essa nossa conversa inicial, destaco que um dos instrumentos mais relevantes para o estudo
em .PDF é o contato direto e pessoal com o professor, além do fórum de dúvidas. Não podemos (e nem
devemos) ir para uma prova com dúvidas! Pode acontecer (e é natural que aconteça, inclusive) de que, ao
ler o material proposto, surjam dúvidas e curiosidades! Se isso acontecer, não hesite e me escreva.
Responderei sempre que for possível.
Além disso, teremos videoaulas! Essas aulas destinam-se a complementar a sua preparação. Mas é
importante salientar que AS VIDEOAULAS NÃO ATENDEM A TODOS OS PONTOS QUE VAMOS
ANALISAR NOS PDFs. Ou seja, em alguns momentos haverá materiais com vários vídeos disponíveis, em
outros, apenas poderemos ter um vídeo único ou até mesmo materiais que não tenham nenhum vídeo.
Lembre-se sempre que nosso foco é sempre a metodologia de estudo ativa!
Esta é a nossa proposta para que você tenha o melhor material possível em mãos!
Vamos lá?
INTRODUÇÃO
Querido (a) aluno (a), vamos hoje conversar um pouco sobre a nossa profissão na saúde pública?
Olha só que interessante: Você sabia que a fisioterapia, incialmente, foi criada para realizar sua
atuação no nível terciário de atenção à saúde (esse nível é voltado de fato para a reabilitação).
Interessante, né? Mas de alguns tempos para cá, isso foi se modificando, uma vez que houve a
implementação do Programa Saúde da Família lá nos anos 90 e com isso, uma mudança no perfil
epidemiológico da população aconteceu. O fisioterapeuta agora atua nos níveis primários (prevenindo e
promovendo a saúde) e secundários também (que o tratamento/intervenção), além claro, do terciário
como já acontecia.
Com isso, nosso livro didático vai abordar inicialmente a história da Saúde Pública no Brasil e focar
nas principais legislações Brasileiras que mais caem em concursos públicos na fisioterapia.
Vamos lá?
Quando paramos para analisar a história da saúde pública no Brasil, é importante destacarmos que
aconteceram inúmeras mudanças administrativas que ocorreram a partir de 1930. Até esse ano não havia
de fato nenhum tipo de organização que cuidasse da saúde da população.
Em uma época que médicos eram apenas aceitos em casos de epidemia, a população recorria a
curandeirismo, que era praticado por indivíduos sem uma formação específica. Com isso, podemos
entender a precariedade da saúde naquela época! Bem difícil, né?!
As coisas começaram a serem modificadas de fato no ano em que a corte portuguesa chegou ao
Brasil (que foi em 1808).
No Rio de Janeiro (centro das ações sanitaristas), foi fundada a academia médico-cirúrgica do Rio
de Janeiro (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ) em 1813 e isso ocorreu dois anos mais tarde,
no estado da Bahia.
Alguns anos mais à frente, em 1889, o acontecimento da proclamação da República (que tinha como
principal objetivo a modernização do país) aconteceu, e mudanças relacionadas a atenção à saúde estavam
inclusas nesta modernização, já que haviam epidemias e muitas doenças transmissíveis estavam ocorrendo,
prejudicando a expansão do capitalismo. Foi aí que surgiu a saúde pública (que podemos chamar também
de medicina sanitária ou medicina pública).
Um pouquinho mais à frente, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e da Saúde Pública, já
que uma nova estrutura organizacional da saúde que queria mostrar à população a preocupação do Estado
para com ela.
Esse ministério tinha como principal objetivo demonstrar à população a importância de ter hábitos
mais higiênicos e saudáveis, com objetivo de diminuir a incidência de doenças infectocontagiosas. Mas
como isso poderia ser feito? Simples! Através da atenção primária. Cartazes, panfletos e emissoras de rádio
transmitiam e levavam informação para a população.
Outra ação iniciada neste período foi a formação de enfermeiras sanitárias, que tinham o
compromisso de visitar os moradores em sua residência (bem parecido com o que vemos hoje no Programa
Saúde da Família), passando os ensinamentos de higiene e realizando o encaminhamento dos doentes
graves aos hospitais.
Bom, como vimos, começamos a falar de saúde pública somente em 1808, porém, o Ministério da
Saúde só veio a ser fundado no Brasil em 25 de julho de 1953, com a Lei nº 1920, que dividiu o então
Ministério da Educação e Saúde que falamos ali em cima em dois ministérios:
A partir daí o Ministério passou a ser responsável pelas atividades que eram de responsabilidade do
Departamento Nacional de Saúde (DNS). Contudo, algumas ações relacionadas à saúde ainda ficaram à
cargo de outros ministérios e autarquias, dificultando o controle financeiro e de pessoal.
Outro problema que aconteceu durante essa época foi o aumento da mortalidade infantil nas
metrópoles, e isso se devia ao fato de estar acontecendo nessa mesma época o que conhecíamos como
êxodo rural (que é a migração do campo pelos seus moradores, que, para tentar melhorar as condições de
trabalho e vida, se transferiam de regiões menos condicionadas para outras. Mais comumente acontecia de
áreas rurais para centros urbanos).
Como medidas para tentar solucionar este problema, os serviços de higiene infantil e os postos de
puericultura acabaram por se multiplicarem. Estes postos ofereciam vacinas e tratamento para as crianças
doentes e também atenção à saúde das mães.
Infelizmente, nada disso fazia efeito, uma vez que não havia ainda investimentos em saneamento
básico, o que dificultava a erradicação dos problemas de saúde relacionados à falta de saneamento.
Em 1963 mais um marco na história aconteceu. Foi realizada a III Conferência Nacional da Saúde
(CNS), que tinha como objetivo realizar modificações nos serviços de assistência médico-sanitária e
reestruturação das atribuições e responsabilidades político-administrativos, dando chances aos municípios
de também participarem do processo.
Com o INPS, o Estado tornou-se único coordenador dos serviços de assistência médica,
aposentadorias e pensões, descontando 8% do salário dos trabalhadores.
Em 1975 foi criado o Sistema Nacional de Saúde (SNS), com objetivo de tornar mais eficazes as
ações de saúde em todo o país. Será que a partir daí tudo seria mais fácil querido (a) aluno (a)?
A criação de todos estes órgãos era para superar as deficiências no setor, que pareciam sem solução.
Entre tantos obstáculos, houve um cenário positivo: a expansão da assistência médica individual e do
número de leitos hospitalares repercutiu na queda do índice de mortalidade geral e, consequentemente, a
expectativa de vida aumentou, nesta época, para 63 anos.
Em 1971 o governo criou a Central de Medicamentos (CEME), com o objetivo de produzir, contratar
e distribuir remédios essenciais à população de baixa renda.
O INAMPS, na década de 80, passou por mudanças constantes, com universalização progressiva
do atendimento, já numa transição para o SUS.
Neste contexto a saúde foi definida como “direito de todos e dever do estado”. Assim sendo, o
Sistema Unificado de Saúde (SUS) passou a existir, sendo o órgão responsável por organizar as atividades
do Ministério da Saúde, do INAMPS e dos serviços de saúde estaduais e municipais.
O movimento social reorganizou-se na última Constituinte, com intensa campanha travada pela
afirmação dos direitos sociais.
Em 1988, nova ordem jurídica, assentada na Constituição, define o Brasil um Estado Democrático de
Direito, proclama a saúde direito de todos e dever de Estado, estabelecendo canais e mecanismos de
controle e participação social para efetivar os princípios constitucionais que garantem o direito individual e
social.
Como pudemos perceber, para ocorrer a implantação do SUS tivemos que passar por vários passos.
Primeiramente surgiu o SUDS; em seguida, houve, em 1990, a incorporação do INAMPS ao Ministério da
Saúde; e, no final de 1990, foram criadas a Lei Orgânica da Saúde - Lei nº 8.080 (19 de setembro de 1990),
que fundou o SUS, e a Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990, que trouxe a participação da população na
gestão do serviço.
Além do Sistema Único de Saúde, outros sujeitos de direito que requerem proteção específica
também foram reconhecidos, assim como os povos indígenas, crianças e adolescentes, deficientes físicos,
etc.
Ufa! Longo caminho até chegarmos ao SUS, né? Para ficar mais fácil de entender essa linha do
tempo, vamos para um esqueminha?
VIII
III Instituto Conferência
Ministério da Sistema
Ministério da Conferência Nacional de Nacional de
Educação e Nacional de
Saúde Nacional de Previdência Saúde
da Saúde Saúde
Saúde (CNS) Social (INPS)
1953 1988
1930 1975
1963 1966
Quando falamos sobre o processo de saúde-doença, é importante entendermos que isso é uma
expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que envolvem a saúde e a doença de um
indivíduo ou população e considera que ambas estão interligadas e são consequência dos mesmos
fatores.
De acordo com esse conceito, a determinação do estado de saúde de uma pessoa é um processo
complexo que envolve diversos elementos. O conceito de saúde-doença estuda os fatores biológicos,
econômicos, sociais e culturais e, com eles, pretende obter possíveis motivações para o surgimento de
alguma enfermidade.
Com isso, o homem necessita de um equilíbrio entre aspectos biológicos e em relação ao meio
ambiente, para que possa desfrutar de boa saúde.
frente, em segundo livro, quando formos estudar anamnese e exame físico de um paciente). O
conhecimento da história natural da doença é relevante para a prevenção e controle das doenças.
O lado prático desta situação é que se pode atuar na prevenção da doença mesmo sem o
conhecimento de sua patogênese.
Tudo bem até aqui querido aluno? Agora vamos discutir de fato o que é o SUS e as suas
leis. Temas importantes que com toda a certeza vão cair na sua prova de concurso público!
Lembre-se que em caso de dúvidas, estou no fórum ou nas redes sociais pronta para sanar
suas dúvidas. Vamos continuar?
Quando falamos do Sistema Único de Saúde (SUS), devemos entender algumas informações
básicas.
O SUS é considerado uma assistência universal e gratuita que o governo oferece. Esse sistema é
considerado um dos maiores sistemas públicos do mundo todo. Ele foi instituído na Constituição Federal
de 1988.
Logomarca do SUS
Então, podemos afirmar que o fisioterapeuta que trabalha na saúde publica trabalha em todos esses
lugares.
Na Constituição Federal Brasileira, temos a seção que fala sobre Saúde, que é composta pelos
artigos 196, 199 e 200.
Art. 196. "A saúde é DIREITO DE TODOS e DEVER DO ESTADO, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação."
Podemos perceber aqui nesse artigo que é responsabilidade do Estado em construir políticas sociais e
econômicas. A prevenção da Saúde é importante! Nesse artigo também abordamos das diretrizes do SUS:
Universalidade e Igualdade. Vamos falar sobre isso mais a frente!
Vamos lá:
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§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com
fins lucrativos.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento
e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Podemos perceber que a iniciativa privada pode participar do SUS, mas de forma complementar!
O artigo 200 é bem extenso e fala sobre outras atribuições do SUS em termos da lei.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
VI - Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas
e águas para consumo humano;
Perceba, querido (a) aluno (a), que a abrangência do SUS é bem grande.
Como fisioterapeutas, devemos ter conhecimento desta Seção Constitucional para atuarmos tanto
no sistema público como na assistência privada.
Esse artigo 200 pode aparecer nas suas provas de concursos, então, devemos ter um carinho especial
por ele!
Vamos praticar um pouquinho? Essa questão caiu em uma prova para o cargo de enfermeiro, mas
entenda que ela fala sobre o que acabamos de estudar!
O SUS foi instituído pela Constituição Federal de ____________. Assinale a alternativa que
preencha corretamente a lacuna.
A) 1986
B) 1990
C) 1988
D) 1987
Comentário da questão: Bom querido (a) aluno (a), podemos responder essa questão
facilmente, não é mesmo? Sabemos que o SUS foi criado pela constituição Federal de 1988
e regulamento pelas leis 8080/90 (iremos falar em breve sobre essa Lei) e pela lei 8142/90
com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência da saúde da
população, fazendo com que o atendimento público seja obrigatório a qualquer cidadão
Brasileiro. Ou seja, resposta correta, letra C.
Tenha muito cuidado com esse tipo de questão! Apesar de parecer bem fácil, às vezes,
por falta de atenção ou até mesmo cansaço, pode acontecer de errarmos!
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4 - Leis Orgânicas
O SUS apresentou seus princípios estabelecidos na Lei orgânica de saúde (Lei nº8080, de 19 de setembro
de 1990) em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988.
As Leis Orgânicas que são amplamente estudadas são compostas de duas leis editadas: a Lei
8080/90 e a Lei 8142/90, que leva ao cumprimento ao mandamento constitucional de disciplinar
legalmente a proteção e a defesa da saúde.
Bom, essa lei aqui é CLÁSSICA! Sempre cai nos concursos, então vamos estudar com cuidado!
A primeira coisa que devemos prestar atenção é que a Lei 8080/90 regulamentou o SUS, e não o criou,
beleza!?
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º - Esta lei regula, em todo o TERRITÓRIO NACIONAL, as ações e serviços de saúde, executados
isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito
público ou privado.
Ou seja, nesse primeiro artigo podemos perceber que o SUS regulamenta toda e qualquer atividade de saúde no
Brasil, e não somente as que são promovidas pelo poder público.
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§ 2º - O dever do Estado NÃO EXCLUI o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 3o - Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como
determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais.
Art. 4º - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder
Público, CONSTITUI O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS).
Querido (a) aluno (a) essa definição que vimos aí em cima é cobrado com muita frequência nos concursos!
Agora vamos falar sobre os objetivos do SUS! Essa parte em especial cai bastante também nos concursos, então
vale a pena ficar mais ligadinho (a)!
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância
do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com
a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
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Art. 6º Estão INCLUÍDAS ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
a) Vigilância Sanitária
b) Vigilância Epidemiológica
c) Saúde do Trabalhador
I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
§ 3º Entende-se por SAÚDE DO TRABALHADOR para fins desta lei, um conjunto de atividades que se
destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da
saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
V - Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes
de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações
ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética
profissional;
VII - Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua
elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
VIII - A garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina,
de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida
ou saúde dos trabalhadores.
Art. 7º As ações e serviços PÚBLICOS de saúde e os serviços PRIVADOS contratados ou conveniados que
integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no Art.
198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes PRINCÍPIOS:
II - Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema;
III - Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
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VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
X - Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XIII - Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
XIV - Organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
plásticas reparadoras.
Tudo bem por aí querido aluno? Essa parte do SUS é puxada mesmo, mas vamos continuar? Agora
vamos falar sobre os Princípios Doutrinários do SUS, que são aqueles que afirmam a garantia do direito à saúde!
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Queridos (a) alunos (as) essa parte da Lei é bem importante e pode ser que caia em concursos! Leia com
carinho e se precisar me chame nas redes sociais ou no fórum para tirarmos dúvidas! Vamos juntos?
UNIVERSALIZAÇÃO
A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas (por isso é chamado de UNIVERSAL) e cabe
ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as
pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. Todos
têm direito a saúde, não importa a sua condição econômica ou social.
EQUIDADE
O objetivo desse princípio é diminuir desigualdades (IGUALDADE PARA TODOS). Apesar de todas
as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades
distintas.
Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde
a carência é maior.
INTEGRALIDADE
Este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para
isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o
tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com
outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham
repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
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PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir
o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos.
No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem
ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta
função.
Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único,
onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os
princípios gerais e a participação da sociedade.
PARTICIPAÇÃO POPULAR
A sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as
Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
Art. 8º - As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou
Art. 9º - A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
Governos Órgãos
Governo Federal Ministério da Saúde
Governo Estadual Secretarias Estaduais
Governo Municipal Secretarias Municipais
Art. 10 - Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços
de saúde que lhes correspondam.
§ 2º - No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a
integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
O Art. 11 - (vetado)
Art. 12. - Serão criadas COMISSÕES INTERSETORIAIS de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da
sociedade civil.
Art. 13 - A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em
especial, as seguintes atividades:
I - Alimentação e nutrição;
IV - Recursos humanos;
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V - Ciência e tecnologia; e
VI - Saúde do trabalhador.
Art. 14 - Deverão ser criadas comissões permanentes de integração entre os serviços de saúde e as
instituições de ensino profissional e superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias
para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na
esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.
Art. 14-A. As comissões intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação
e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo:
II - Definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes de
ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das
ações e serviços dos entes federados;
III - Fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e contra
referência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes
federados.
Art. 14-B - O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (CONASEMS) são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais
e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante
função social, na forma do regulamento.
§ 1o O CONASS e o CONASEMS receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo
Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar
convênios com a União.
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) são reconhecidos como entidades que
representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde
que vinculados institucionalmente ao COMASEMS, na forma que dispuserem seus estatutos.
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COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo,
as seguintes atribuições:
I - Definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e serviços de
saúde;
III - Acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais;
VII - Participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e colaboração
na proteção e recuperação do meio ambiente;
X - Elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano
de saúde;
XI - Elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua
relevância pública;
XII - Realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo
Senado Federal;
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XVII - Promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades
representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e
serviços de saúde;
b) De saneamento básico; e
c) De vigilância epidemiológica; e
d) Vigilância sanitária;
IV - Participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio
ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
V - Participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de
trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
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VII - Estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a
execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - Estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos,
substâncias e serviços de consumo e uso humano;
IX - Promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional, bem como
com entidades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde;
X - Formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos
e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;
XIII - Prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para
o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
XIV - Elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados
contratados de assistência à saúde;
XV - Promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de
saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;
XVIII - Elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com
os Estados, Municípios e Distrito Federal;
XIX - Estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em
todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias
especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional.
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III - Prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde;
a) De vigilância epidemiológica;
b) De vigilância sanitária;
c) De alimentação e nutrição; e
d) De saúde do trabalhador;
V - Participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham
repercussão na saúde humana;
VII - Participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
XI - Estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - Formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedime ntos de controle
de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;
XIII - Colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
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III - Participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes
de trabalho;
IV - Executar serviços:
a) De vigilância epidemiológica;
==1c7a93==
b) De vigilância sanitária;
c) De alimentação e nutrição;
d) De saneamento básico; e
e) De saúde do trabalhador;
VI - Colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde
humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;
X - Observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de
serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
XII - Normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
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Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios:
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o
território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis
pela Política Indígena do País.
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais poderão atuar
complementarmente no custeio e execução das ações.
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado,
hierarquizado e regionalizado.
§ 1o - O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários Especiais
Indígenas.
§ 2o - O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para
isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações
indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem
discriminações.
§ 3o - As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros
especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e
terciária à saúde.
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Art. 19-H. As populações indígenas TERÃO DIREITO a participar dos organismos colegiados de formulação,
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os
Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso.
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o ATENDIMENTO DOMICILIAR
e a INTERNAÇÃO DOMICILIAR.
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que atuarão
nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com
expressa concordância do paciente e de sua família.
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada,
ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o
período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será INDICADO PELA PARTURIENTE
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do
regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.
§ 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em LOCAL VISÍVEL de suas dependências,
AVISO informando sobre o direito estabelecido no caput deste artigo.
28
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as seguintes definições:
I - Produtos de interesse para a saúde*: órteses, próteses, bolsas coletoras e equipamentos médicos;
II - Protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios para o diagnóstico da doença
ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados,
quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a
verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos de que trata o caput deste artigo serão
aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases
evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo.
Art. 19-P. Na FALTA DE PROTOCOLO CLÍNICO ou de diretriz terapêutica, a dispensação será realizada:
I - Com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas as
competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão
Intergestores Tripartite;
II - No âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com base nas relações
de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento
será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite.
III - No âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos
instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada
no Conselho Municipal de Saúde.
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Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos medicamentos, produtos e
procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são
atribuições do MINISTÉRIO DA SAUDE, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS.
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a
instauração de processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta)
dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa)
dias corridos, quando as circunstâncias exigirem.
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de
29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais:
I - Apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das amostras de produtos, na forma do
regulamento, com informações necessárias para o atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q;
II - Vetado
III - Realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer emitido pela Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS;
§ 2o Vetado
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Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de medicamentos, produtos de interesse para a
saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite.
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de DIREITO PRIVADO na
promoção, proteção e recuperação da saúde.
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. (Como consta na CF/88)
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as
normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
funcionamento.
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital
estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos:
a) Hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica
especializada;
III - Serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus
empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e
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DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR
Agora querido (a) aluno (a), vamos entender o que significa a iniciativa privada no SUS de maneira a ser
complementar!
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à
população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços
ofertados pela iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato
ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência
para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial
serão estabelecidos pela DIREÇÃO NACIONAL do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho
Nacional de Saúde.
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração aludida neste
artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo
econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados.
§ 3° Vetado
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Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e executada, articuladamente,
pelas DIFERENTES ESFERAS DO GOVERNO, em cumprimento dos seguintes objetivos:
II - Vetado
III - Vetado
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de
prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema
educacional.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), só poderão ser exercidas em regime de TEMPO INTEGRAL!
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer suas atividades em
mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo integral, com
exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento.
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão serão regulamentadas por
Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das
entidades profissionais correspondentes.
DO FINANCIAMENTO
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com
a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta
elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência
Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
[...]
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados.
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente
em CONTAS ESPECIAIS, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas SUPLETIVAMENTE pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito
Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
§ 4º Vetado
§ 6º Vetado
DA GESTÃO FINANCEIRA
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em
cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
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Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada transferirão
automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único deste
artigo,os recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da Seguridade
Social, a projetos e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a
mesma proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios,
será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
§ 1º Revogado
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios demográficos
mencionados nesta lei serão ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial
o número de eleitores registrados.
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
§ 5º (Vetado).
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle interno e externo e
nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão
dos recursos transferidos.
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DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do
NÍVEL LOCAL AO FEDERAL, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades
da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e da União.
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção do Sistema
Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de
saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração
dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em
cada jurisdição administrativa.
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de
saúde com finalidade lucrativa.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de
Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seus acessórios,
equipamentos e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de direção municipal
do Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição administrativase
encontrem, mediante simples termo de recebimento.
§ 7º (Vetado).
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais
de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerencia
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Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer,
supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial
de prestação de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia.
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos contratados,
ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas.
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino integram-se ao Sistema Único de
Saúde (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao
patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites conferidos pela s
instituições a que estejam vinculados.
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas poderão
integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for
firmado.
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de incentivos à participação do setor
privado no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das
universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às
empresas nacionais.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do Sistema Único de
Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado
em todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços.
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas
Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas
públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em
finalidades diversas das previstas nesta lei.
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as atividades de apoio à assistência à saúde são
aquelas desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana, produção e fornecimento de
medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de análises clínicas, anatomia patológica e de
diagnóstico por imagem e são livres à participação direta ou indireta de empresas ou de capitais
estrangeiros
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e
demais disposições em contrário.
Art. 1° - O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará,
em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes INSTÂNCIAS
COLEGIADAS*:
I - A Conferência de Saúde; e
II - O Conselho de Saúde.
*Querido (a) aluno (a) quando falamos de Instâncias Colegiadas, devemos saber que são aquelas em que há
representações diversas e as decisões são tomadas em grupo.
Como pudemos perceber, essas duas leis nacionais que apresentam diretrizes e limites que devem ser
respeitados pela União, estados e municípios ao elaborarem suas próprias normas.
Pudemos também perceber que elas têm como principal objetivo, o esclarecimento do papel das esferas do
governo na proteção e na defesa da saúde, orientando suas respectivas atuações, garantindo assim o
cuidado com a saúde.
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§ 1º - Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de
controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e
hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada 4 anos com a representação dos vários segmentos sociais,
para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de
Saúde.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo (tem poder de decisão), órgão colegiado
composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua
na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente,
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder
legalmente constituído em cada esfera do governo.
§ 4° - A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao
conjunto dos demais segmentos.
I - Despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta
e indireta;
IV - Cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito
Federal. *
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Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV* deste artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de
serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
Art. 3° - Os recursos referidos no inciso IV*do art. 2° desta lei serão repassados de forma regular e
automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da
Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
§ 1°- Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de
setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1°
do mesmo artigo.
§ 2° - Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos 70%, aos Municípios, afetando -se o
restante aos Estados.
Art. 4° - Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito
Federal deverão contar com:
I - Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de
1990;
IV - Relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de
setembro de 1990;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos
para sua implantação.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos
requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados,
respectivamente, pelos Estados ou pela União.
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Querido (a) aluno (a), podemos perceber que essa lei é menor (bem menor) que a Lei 8.080/90. Apesar
de não comentar muito sobre ela, faço algumas apostas que ela venha estar cada vez mais presente nos
concursos públicos! Principalmente quando falamos de que os hospitais particulares podem atender pacientes
e usuários do SUS de maneira a ser complementar.
Vamos agora dar uma estudada nas normas operacionais básicas do SUS?
Ao longo da década de 1990, foram editadas quatro dessas normas – as NOB 01/91, NOB 01/92,
NOB 01/93 e NOB 01/96, sendo que as duas últimas foram resultantes de processos de negociação
progressivamente mais intensos entre os atores setoriais, particularmente no âmbito da Comissão
Intergestores Tripartite e do Conselho Nacional de Saúde.
Tem como função fornecer instruções aos responsáveis pela implantação e operacionalização do
Sistema Único de Saúde – SUS, elaborada de conformidade com as Leis nºs 8.074/90 e 8.080/90.
Saúde, entendida como direito de todo cidadão e dever do Estado, a ser garantido pelo acesso
gratuito, universal e equânime a um conjunto de ações e serviços de saúde organizados e distribuídos de
forma regionalizada e articulados de forma hierarquizada, constituindo um sistema único, com gestor único
em cada esfera de governo, de execução municipalista em termos operacionais e gerenciais, com
obrigatória participação da sociedade organizada no seu planejamento, execução, controle e avaliação.
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Querido (a) aluno (a), vamos entender rapidamente essa portaria, que é bem importante, pois
estabelece as diretrizes gerais para a concessão de Próteses e Órteses através da Assistência Ambulatorial.
2. A coordenação, supervisão, controle, avaliação e aquisição das próteses e órteses, constantes da referida
portaria, ficará sob a responsabilidade das Secretarias Estaduais/Municipais de Saúde, através de
coordenação técnica designada pelo gestor local.
b) Cadastrar as unidades públicas, que contenham as especialidades médicas, específicas para cada tipo de
próteses e órteses;
d) Constituir comissão técnica nas unidades cadastradas para apreciação, autorização, fornecimento,
treinamento e controle das próteses e órteses.
4. Somente deverão ser cadastradas para concessão de próteses e órteses, as unidades públicas,
observados os níveis de hierarquia previstos na Portaria n.º 116, de 9/9/93.
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4.1. Excepcionalmente, a Comissão Bipartite poderá designar instituições da rede complementar para
realizar esta atividade.
5. A indicação das próteses e órteses poderá ser efetuada por qualquer profissional médico da
especialidade relativa ao equipamento e encaminhada à comissão técnica da unidade cadastrada, para
apreciação, de acordo com os critérios fixados pela Secretaria Estadual/Municipal de Saúde.
6. Após o fornecimento das próteses e órteses, a unidade deverá preencher o Boletim de Produção
Ambulatorial para fins de processamento e pagamento, através do Sistema de Informações Ambulatoriais
do Sistema Único de Saúde – SIA-SUS.
7. Deverão ser estabelecidos o cadastro dos usuários atendidos nas unidades, os equipamentos cedidos, a
data do fornecimento e a entidade fornecedora, para fins de controle e avaliação e acompanhamento.
8. A aquisição de próteses e órteses deverá obedecer a disposição legal em vigor que regulamenta as
licitações.
Bem simples né? O que pode virar pegadinha em questões de concursos é sobre a gestão! A Coordenação
de Secretarias Municipais e Estaduais, quem faz é um GESTOR LOCAL. Cuidado, uma palavra pode modificar
tudo!
Querido (a) aluno (a), quando falamos de atenção à saúde, devemos estar cientes de que é tudo que
envolve o cuidado com a saúde do ser humano, incluindo as ações e serviços de promoção, prevenção,
reabilitação e tratamento de doenças.
43
No SUS, o cuidado com a saúde está ordenado em níveis de atenção, que são: a básica, a de média
complexidade e a de alta complexidade. Esta organização permite uma melhor programação e
planejamento das ações e serviços do sistema.
Bom, inicialmente é importante sabermos que o modelo de atenção à saúde existente hoje no Brasil é
centrado no hospital. Contudo, estudos apontam que quando as unidades básicas de saúde (UBS)
funcionam adequadamente, são capazes de resolver, com qualidade, cerca de 80% dos problemas de saúde
da população. Assim, é necessário aprimorar os serviços públicos neste nível de atenção.
A atenção à saúde, que encerra todo o conjunto de ações levadas a efeito pelo SUS, em todos os
níveis de governo, para o atendimento das demandas pessoais e das exigências ambientais, compreende
três grandes campos, a saber:
2 - Das intervenções ambientais, no seu sentido mais amplo, incluindo as relações e as condições
sanitárias nos ambientes de vida e de trabalho, o controle de vetores e hospedeiros e a operação de sistemas
de saneamento ambiental (mediante o pacto de interesses, as normalizações, as fiscalizações e outros); e
3 - Das políticas externas ao setor saúde, que interferem nos determinantes sociais do processo
saúde-doença das coletividades, de que são partes importantes questões relativas às políticas
macroeconômicas, ao emprego, à habitação, à educação, ao lazer e a disponibilidade e qualidade dos
alimentos.
Vamos agora entender os níveis de atenções separadamente?! Lembre-se que a qualquer momento você
pode me mandar mensagens no fórum para tirar dúvidas, beleza?
A atenção básica é a definição usada para o primeiro nível de atenção à saúde oferecido pelo SUS.
Engloba um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo, abrangendo a promoção da saúde, a
prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação dos pacientes.
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Esse nível da atenção à saúde também é popularmente chamado de porta de entrada no SUS, por
oferecer o primeiro atendimento ao cidadão que procura por assistência pública à saúde.
O SUS tem as suas ações para que o usuário receba toda a atenção de que necessita para resolução
de seu problema de saúde.
A atenção básica também tem como papel, o providenciamento de encaminhamentos dos usuários para
os atendimentos de média e alta complexidade.
Os problemas mais comuns devem ser resolvidos na atenção básica, deixando que os ambulatórios
de especialidades e os hospitais cumpram com competência seu verdadeiro papel, resultando numa maior
satisfação dos usuários e na utilização mais racional dos recursos existentes.
A estratégia adotada pelo Ministério da Saúde, como prioritária para a organização da atenção básica é a
estratégia Saúde da Família. A responsabilidade pela oferta de serviços de atenção básica à saúde é da
gestão municipal, já o financiamento é de responsabilidade das três esferas de governo.
Esse é o segundo nível de atenção à saúde, composto por ações e serviços que visam atender os
principais problemas de saúde e agravos da população.
A média complexidade ambulatorial é composta por ações e serviços que visam atender aos
principais problemas e agravos de saúde da população, cuja complexidade da assistência na prática
clínica demande a disponibilidade de profissionais especializados e a utilização de recursos
tecnológicos, para o apoio diagnóstico e tratamento.
Pode ser definida como um conjunto de procedimentos que envolve alta tecnologia e alto custo,
proporcionando à população acesso a serviços qualificados, integrando-os aos níveis de atenção básica e de
média complexidade.
Os procedimentos da alta complexidade são executados em sua maioria no âmbito hospitalar, sendo
realizado em menor número no nível ambulatorial, mas com impacto financeiro extremamente alto, como
é o caso dos procedimentos de diálise, da quimioterapia, da radioterapia, cirurgias de alta complexidade e
da hemoterapia.
Essa parte até que é tranquila, né? Caso você tenha ficado com alguma dúvida ainda, vamos esclarecer com o
resumo abaixo?!
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Vamos lá queridos (as) alunos (as), agora vamos conversar sobre o Pacto pela Saúde.
Bom, ele surgiu em 2006, a partir das discussões realizadas pelo Conselho Nacional dos Secretários
de Saúde, com objetivo de revisar o processo normativo do SUS.
O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três
esferas de gestão (União, Estados e Municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e
instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único
de Saúde. Ao mesmo tempo, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor em função
das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social.
Ele foi aprovado pelos gestores do SUS na reunião da Comissão Intergestores Tripartite do dia 26 de
janeiro de 2006, e foi operacionalizado por meio do documento de Diretrizes Operacionais do Pacto pela
Saúde 2006. Com o Pacto pela Saúde, os estados e municípios poderão receber os recursos federais por
meio de cinco blocos de financiamento:
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O Pacto pela vida reforça no SUS o movimento da gestão pública por resultados, estabelece um
conjunto de compromissos sanitários considerados prioritários, pactuado de forma tripartite, a ser
implementado pelos entes federados.
Esses compromissos deverão ser efetivados pela rede do SUS, de forma a garantir o alcance das
metas pactuadas.
IV- Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue,
hanseníase, tuberculose, malária, influenza, hepatite, aids;
V- Promoção da saúde;
- Saúde do idoso: implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral.
- Câncer de colo de útero e de mama: contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo do útero
e de mama.
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- Atenção básica à saúde: consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção
básica à saúde e como centro ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.
- Promoção da saúde: elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na
adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade
individual da prática de atividade física regular alimentação saudável e combate ao tabagismo.
- Mortalidade infantil e materna: reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença
diarreica e por pneumonias.
Tema bastante em alta quando falamos do SUS, o Programa Saúde da Família (PSF), é uma
estratégia da atenção básica.
Tendo em sua base os pressupostos do SUS, a estratégia do PSF propõe a expectativa relativa à
reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica.
Em 1994 o Ministério da Saúde lançou o Programa Saúde da Família como política nacional de
Atenção Básica. Hoje, quase vinte anos depois de sua criação, o PSF é tido como uma das principais
estratégias de reorganização dos serviços e de reorientação das práticas profissionais neste nível de
assistência. Porém, traz muitos e complexos desafios a serem superados para consolidar os propósitos do
Programa.
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Atualmente, o PSF é definido como Estratégia Saúde da Família (ESF), ao invés de programa, visto
que o termo programa aponta para uma atividade com início, desenvolvimento e finalização, e esta
estratégia, qualificada e resolutiva, não prevê um tempo para finalizar.
Um dos pontos positivos do programa vem sendo a valorização dos aspectos que influenciam a
saúde das pessoas fora do ambiente hospitalar.
OPSF é regulamentado pela Portaria Nº 648, de 28 de março de 2006, que estabelece que o PSF é
a estratégia prioritária do Ministério da Saúde para organizar a Atenção Básica — que tem como um dos
seus fundamentos possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade, reafirmando
os princípios básicos do SUS: universalização, equidade, descentralização, integralidade e participação
da comunidade (isso acontece mediante o cadastramento e a vinculação dos usuários).
- Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos e utilizar, de forma sistemática, os dados
- Diagnóstico, programação e implementação das atividades segundo critérios de risco à saúde, priorizando
solução dos problemas de saúde mais frequentes;
- Valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem integral e resolutiva,
possibilitando a criação de vínculos de confiança com ética, compromisso e respeito;
É importante sabermos que existem critérios para a implementação das equipes de saúde da família,
como por exemplo: uma equipe multiprofissional responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo
que a média recomendada é de 3.000.
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A equipe básica composta por minimamente médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem (ou
técnico de enfermagem) e Agentes Comunitários de Saúde, tem uma jornada de trabalho de 40 horas
semanais para todos os integrantes.
Nos municípios que ainda não implantaram o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), esta é a maneira
do fisioterapeuta atuar pelos municípios na atenção básica à saúde.
Considerando, dentre outras questões, o Inciso II do Art. 198 da Constituição da República Federativa
do Brasil, de 1988, que dispõe sobre a integralidade da atenção como diretriz do Sistema Único de Saúde
(SUS), o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) – através da Portaria
Nº154, de 24 de janeiro de 2008
Segundo o Art. 1º da Portaria, os NASF têm por objetivo: “ampliar a abrangência e o escopo das
ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de Saúde da
Família na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica”.
Para cada uma das modalidades, estipula um mínimo de profissionais de nível superior, como o
Profissional de Educação Física, o Assistente Social, o Fisioterapeuta, o Fonoaudiólogo, dentre outros,
conforme descrito no Art. 3
Art. 3º - Determinar que os NASF estejam classificados em duas modalidades, NASF 1 e NASF 2, ficando
vedada a implantação das duas modalidades de forma concomitante nos Municípios e no Distrito Federal.
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§ 1º - O NASF 1 deverá ser composto por, no mínimo cinco profissionais de nível superior de ocupações
não-coincidentes entre as listadas no § 2º deste artigo.
§ 2º - Para efeito de repasse de recursos federais, poderão compor os NASF 1 as seguintes ocupações do
Código Brasileiro de Ocupações (CBO): Médico Acupunturista; Assistente Social; Profissional da Educação
Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista; Médico Homeopata;
Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; e Terapeuta Ocupacional.
§ 3º - O NASF 2 deverá ser composto por no mínimo três profissionais de nível superior de ocupações não
coincidentes entre as listadas no § 4º deste artigo.
§ 4º - Para efeito de repasse de recursos federais, poderão compor os NASF 2 as seguintes ocupações do
Código Brasileiro de Ocupações (CBO): Assistente Social; Profissional da Educação Física; Farmacêutico;
Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; e Terapeuta Ocupacional.
NASF 1
NASF 2
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Queridos (as) alunos (as) A criação do NASF foi extremamente importante para a nossa classe fisioterapêutica
na atuação na atenção primária.
A contratação de fisioterapeutas, que era prática de apenas alguns gestores municipais, passou a ser
regulamentada com o NASF, fortalecendo também a oferta de tratamento multiprofissional à população.
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