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INTRODUÇÃO

À PROFISSÃO:
EDUCAÇÃO FÍSICA

Cristiano Lozada
Tracy Freitas
Revisão técnica:

Hans Gert Rottmann


Mestre em Educação
Especialista em Educação Física: Ênfase em Esportes
Licenciado e Bacharel em Educação Física
Técnico de Voleibol Nível III pela Confederação
Brasileira de Voleibol

L925i Lozada, Cristiano.


Introdução à profissão: educação física / Cristiano
Lozada, Tracy Freitas; [revisão técnica: Hans Gert
Rottmann]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
138 p. : il. ; 22,5 cm

ISBN 978-85-9502-260-7

1. Educação Física. I. Freitas, Tracy. II.Título.


CDU 796:37

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094

Introducao Educacao Fisica BOOK.indb 2 31/10/2017 08:22:16


Os serviços da profissão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer as diferenças entre o bacharel e o licenciado em edu-


cação física.
 Descrever quais são os conhecimentos básicos necessários ao profis-
sional de educação física.
 Identificar as intervenções em que o profissional de educação física
poderá se inserir.

Introdução
A educação física, mesmo tendo passado por muitos avanços nos úl-
timos anos, ainda não pode ser considerada uma das profissões mais
prestigiadas, pois a sociedade não consegue perceber com clareza os
serviços que são prestados por tais profissionais, ficando, inúmeras vezes,
com uma visão equivocada do profissional. Por esse motivo, é comum as
pessoas acharem que a educação física se resume em ter um belo corpo
e habilidades na prática de esportes.
Cabe esclarecer que, em alguns casos, o próprio profissional não conse-
gue se apresentar como uma identidade própria da profissão, pois, quando
é indagado sobre a importância da educação física para a sociedade, ou
até mesmo quais são os objetivos da profissão e quais os serviços que esta
tem a oferecer, ele por vezes responde de maneira vaga, apenas relatando
que seu trabalho e os serviços oferecidos buscam a melhora da saúde e a
qualidade de vida de quem se utiliza de seus préstimos.
Afirmações assim tão genéricas, em alguns casos, poderão expor a
fragilidade e a falta de certeza do profissional, pois ele não consegue
explicar qual é sua especificidade de atuação, e isso, quando comparado
com outras profissões, pode aumentar a descrença dos serviços ofereci-
dos pelo profissional de educação física.
Nesse sentido, tentando apresentar conteúdos que possam auxiliar
na construção de uma identidade profissional com status é que, neste

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120 Os serviços da profissão

capítulo, você irá aprender um pouco sobre o perfil do profissional de


educação física, diferenciando o profissional licenciado e o profissional
bacharel, bem como o campo de atuação de cada uma dessas áreas.

Licenciatura ou bacharelado?
Quando você busca o curso de Educação Física, logo lhe é apresentado, no
momento em que será feita a inscrição para o vestibular e/ou Enem, qual será
a formação que você deverá escolher, aparecendo duas frentes: Educação
Física – Licenciatura; Educação Física – Bacharelado.
Em alguns casos, efetuar a decisão naquele momento parece fácil e escolher
qualquer uma delas não afetará sua futura atuação como profissional, mas
é preciso ter cuidado, pois isso pode ser um grande engano. É importante
que as diferenças entre esses tipos de formação sejam entendidos, afinal, é
fundamental que o acadêmico tenha bem claro em sua mente quais espaços
e qual ocupação profissional que ele deseja buscar para, a partir disso, poder
escolher qual será a formação necessária.
É nesse momento que se deve ter cuidado, pois, dependendo da escolha
que você faça, seu futuro profissional poderá ser comprometido.
Mas não é tudo educação física? Sim, é tudo educação física, mas com
enfoques diferentes, com atuação diferente, com carga horária curricular
diferente, com mercado de trabalho diferente, e é por isso que você verá quais
são essas diferenças a seguir:
Os cursos de licenciatura são controlados por força de Lei pela Resolução
do CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002, a qual institui as Diretrizes Cur-
riculares Nacionais para professores de Educação Básica, em nível superior,
Curso de Licenciatura, de graduação plena, a qual descreve que os cursos
deverão (BRASIL, 2002):

Art. 1º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores


da educação básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação
plena, constituem-se de um conjunto de princípios, fundamentos e procedi-
mentos a serem observados na organização institucional e curricular de cada
estabelecimento de ensino e aplicam-se a todas as etapas e modalidades da
educação básica.
Art. 2º A organização curricular de cada instituição observará, além do
disposto nos artigos 12 e 13 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, outras
formas de orientação inerentes à formação para a atividade docente, entre
as quais o preparo para:

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I - o ensino visando à aprendizagem do aluno;


II - o acolhimento e o trato da diversidade;
III - o exercício de atividades de enriquecimento cultural;
IV - o aprimoramento em práticas investigativas;
V - a elaboração e a execução de projetos de desenvolvimento dos conteúdos
curriculares;
VI - o uso de tecnologias da informação e da comunicação e de metodologias,
estratégias e materiais de apoio inovadores;
VII - o desenvolvimento de hábitos de colaboração e de trabalho em equipe.
Art. 3º A formação de professores que atuarão nas diferentes etapas e moda-
lidades da educação básica observará princípios norteadores desse preparo
para o exercício profissional específico, que considerem:
I - a competência como concepção nuclear na orientação do curso;
II - a coerência entre a formação oferecida e a prática esperada do futuro
professor, tendo em vista:
a) a simetria invertida, onde o preparo do professor, por ocorrer em lugar
similar àquele em que vai atuar, demanda consistência entre o que faz na
formação e o que dele se espera;
b) a aprendizagem como processo de construção de conhecimentos, habilidades
e valores em interação com a realidade e com os demais indivíduos, no qual
são colocadas em uso capacidades pessoais;
c) os conteúdos, como meio e suporte para a constituição das competências;
d) a avaliação como parte integrante do processo de formação, que possibilita
o diagnóstico de lacunas e a aferição dos resultados alcançados, consideradas
as competências a serem constituídas e a identificação das mudanças de
percurso eventualmente necessárias.
III - a pesquisa, com foco no processo de ensino e de aprendizagem, uma vez
que ensinar requer, tanto dispor de conhecimentos e mobilizá-los para a ação,
como compreender o processo de construção do conhecimento.

Com a Resolução CNE nº 7, de 31 de março de 2004, foram instituídas


as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação (bacharel)
em Educação Física, em nível superior de graduação plena (BRASIL, 2004):

Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para


o curso de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação
plena, assim como estabelece orientações específicas para a licenciatura
plena em Educação Física, nos termos definidos nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a formação de professores da educação básica.
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de graduados em
Educação Física definem os princípios, as condições e os procedimentos para
a formação dos profissionais de Educação Física, estabelecidos pela Câmara
de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, para aplicação em
âmbito nacional na organização, no desenvolvimento e na avaliação do projeto
pedagógico dos cursos de graduação em Educação Física das instituições do
sistema de ensino superior.

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122 Os serviços da profissão

Art. 3º A Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção


acadêmico-profissional que tem como objeto de estudo e de aplicação o
movimento humano, com foco nas diferentes formas e modalidades do exer-
cício físico, da ginástica, do jogo, do esporte, da luta/arte marcial, da dança,
nas perspectivas da prevenção de problemas de agravo da saúde, promoção,
proteção e reabilitação da saúde, da formação cultural, da educação e da
reeducação motora, do rendimento físico-esportivo, do lazer, da gestão de
empreendimentos relacionados às atividades físicas, recreativas e esportivas,
além de outros campos que oportunizem ou venham a oportunizar a prática
de atividades físicas, recreativas e esportivas.
Art. 4º O curso de graduação (Bacharelado) em Educação Física deverá
assegurar uma formação generalista, humanista e crítica, qualificadora da
intervenção acadêmico-profissional, fundamentada no rigor científico, na
reflexão filosófica e na conduta ética.
§ 1º O graduado (bacharel) em Educação Física deverá estar qualificado
para analisar criticamente a realidade social, para nela intervir acadêmica
e profissionalmente por meio das diferentes manifestações e expressões do
movimento humano, visando à formação, à ampliação e ao enriquecimento
cultural das pessoas, para aumentar as possibilidades de adoção de um estilo
de vida fisicamente ativo e saudável.
§ 2º O professor da Educação Básica, licenciatura plena em Educação Física,
deverá estar qualificado para a docência deste componente curricular na
educação básica, tendo como referência a legislação própria do Conselho
Nacional de Educação, bem como as orientações específicas para esta for-
mação tratadas nesta Resolução.

Note que a Resolução nº 7/2004 tenta elucidar os conhecimentos que serão


destinados ao Bacharelado, ao mesmo tempo esclarece que a Licenciatura
possui o seu campo próprio de atuação.

Para ter acesso às resoluções, acesse os links a seguir.


Resolução CNE/CP nº 1/2002:
https://goo.gl/ezbv3E
Resolução CNE nº 7/2004:
https://goo.gl/HnjtBb

A partir desses documentos e dessas regulamentações, Steinhilber (2006)


aponta que é possível identificar duas formações diferentes para o curso de
Educação Física:

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 Licenciatura (licenciatura graduação plena) — formará professores


de Educação Física cuja atuação será, exclusivamente, na educação
básica escolar: educação infantil, ensino fundamental e médio.
 Bacharelado (graduação Educação Física, em nível superior de gra-
duação plena) — formará profissionais de Educação Física para atuar
em qualquer segmento de mercado inerente à área por intermédio das
mais diversas manifestações que a atividade física possa proporcionar,
excetuando-se a educação básica.

Outra diferença entre os cursos é a quantidade de horas que serão destinadas


aos componentes curriculares. Na Licenciatura, o curso será composto por
2.800 horas, com o mínimo de três anos para a sua integralização, enquanto
o Bacharelado de 2.880 horas, com o mínimo de quatro anos para a integra-
lização do curso.
Conhecer essas diferenças é de suma importância para você, pois elas
trarão maior clareza sobre as suas competências e, principalmente, em quais
frentes de serviço poderá atuar, definindo, assim, de forma mais específica,
suas atividades perante a sociedade

Conhecimentos básicos
Os questionamentos que envolvem os conhecimentos básicos de um professor
têm sido debatidos em diversas áreas e pelos mais variados autores ao longo
dos anos (SHULMAN, 1987; MIZUKAMI, 2004; DARLING-HAMMOND,
2006; KIND, 2009).
Mesmo com as mais diferentes abordagens e o relativo avanço em pesqui-
sas, Graça (1997, p. 38-39) indica, em seus estudos sobre a atuação profis-
sional em Educação Física, que “a investigação sobre o ensino e a formação
de professores” ainda “não é capaz de dar uma resposta indiscutível [...] a
uma pergunta aparentemente tão inócua”, como: “o que é que o professor
necessita de saber?”
Algumas teorias são aceitas para responder tal questionamento e uma
das mais aceitas é a da base de conhecimentos para o ensino, apresentada,
primeiramente, por Shulman (1987) e depois sendo incorporada por outros
autores, como Grossman (1990) e Cochran, King e Deruiter (1991).

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A definição defendida por Cochran, King e Deruiter (1991) é a da mescla


dos conhecimentos que são relativos:

 aos alunos e às suas características;


 ao conteúdo da matéria de ensino;
 à pedagogia geral;
 ao contexto educacional;
 ao conhecimento pedagógico do conteúdo.

Conhecimento dos alunos


Na busca do conhecimento sobre o aluno, Shulman (1987) apresentou preocu-
pação com as possíveis concepções ou preconcepções que possam ser feitas
apressadamente sobre algum aluno, pois estes chegam com faixas etárias
diferentes, bem como habilidades, conhecimentos e experiências de vidas que
trazem consigo no momento efetivo do ensino e da aprendizagem.
Para que não se crie conceitos ou pré-conceitos, alguns autores, como
Darling-Hammond (2006) e Rovegno e Dolly (2006), elucidam a necessidade de
dar atenção na forma como o professor lida com essas diferenças de habilidades,
conhecimentos e experiências, no que tange às estratégias a serem utilizadas
por ele no desenvolvimento do momento de ensino e aprendizagem, buscando,
da melhor maneira possível, organizar a interpretação e, principalmente, a
compreensão dos alunos sobre o tema que estará sendo trabalhado.
Devido a essas diferenças, há a necessidade de utilizar, por parte do professor,
práticas pedagógicas em aula que sejam adaptadas de acordo com as necessidades
do aluno, adequando sempre ao que está sendo desenvolvido durante o ensino e
a aprendizagem, ou seja, aos interesses e às necessidades dos alunos.

Conhecimento do conteúdo
O conhecimento do conteúdo está diretamente relacionado com o conteúdo
que será ensinado, sendo parte extremamente fundamental para o sucesso das
atividades que forem propostas, pois, ao mesmo tempo em que o conteúdo
é dominado pelo professor, ele também poderá ampliar as possibilidades de
intervenção, porém, a sua falta de domínio, de forma inversa, irá prejudicar as
atividades propostas, acarretando, assim, prejuízo na aprendizagem dos alunos.
Sendo assim, saberes são necessários para que professor possa efetivamente
ensinar. Saberes esses que são “construídos pelas ciências e tornados didáticos
a fim de permitir aos alunos a aquisição destes saberes”, conforme descrito

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por Altet (2001, p. 29), ao mesmo tempo que há a necessidade de saberes para
ensinar (ALTET, 2001; RIOS, 2002), que deverão estar inclusos os saberes
didático-pedagógicos e culturais acerca daquilo que está sendo ensinado.
Com isso, pode-se admitir a existência de duas faces de conhecimento do
conteúdo: uma que será ensinada e outra que servirá para ensinar.
O conhecimento do conteúdo que será ensinado aos futuros alunos é pro-
veniente dos momentos que o futuro professor está no processo de aprender
(MIZUKAMI, 2004), compostos por saberes que necessitam ser aprendidos
(RIOS, 2002) e saberes que no futuro deverão ser ensinados. Sendo assim, o
conhecimento do conteúdo para ensinar é proveniente dos momentos em que
futuro professor está nas cadeiras da faculdade como aluno (MIZUKAMI,
2004), quando lhe são apresentadas diferentes formas pelas quais um de-
terminado conteúdo poderá ser ensinado aos seus futuros alunos, ou seja, o
professor primeiro precisa aprender para no futuro ensinar.
Segundo Schempp et al. (1998), essas duas faces de conhecimento do
conteúdo permitirão ao professor de educação física:

a) aprimorar a análise para reconhecer problemas e dificuldades dos alunos;


b) estruturar planejamentos que estejam em sintonia com a realidade dos
alunos;
c) ampliar seu repertório de estratégias de ensino e aprendizagem;
d) gerir suas aulas de maneira interativa.

Assim, o conhecimento do conteúdo assume grande importância na for-


mação do professor de educação física, tornando-se um “pré ou co-requisito”
(MARKS, 1991, p. 12), imperativo na busca pelo desenvolvimento mais ade-
quado do conhecimento pedagógico do conteúdo, pois será dele que surgirá
o próprio conteúdo que deverá ser ensinado ao aluno.
Sendo assim, conhecer o conteúdo é de primordial importância, pois,
tendo domínio sobre ele, o professor que estará ensinando poderá buscar
alternativas para os possíveis entraves que possam surgir no momento de sua
aula, adaptando-o conforme já foi enunciado.

Conhecimento pedagógico
O conhecimento pedagógico “deverá ser aquele pelo qual o professor irá
manifestar suas concepções docentes e seus princípios educacionais quando
utiliza suas estratégias pedagógicas, planejando, organizando e gerindo as
situações de ensino e aprendizagem, de modo a superar o simples domínio

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do conhecimento do conteúdo e alcançar objetivos mais amplos relacionados


à educação e à formação dos alunos”, conforme Marcon, Nascimento e Graça
(2012, p. 406-407).
Grossman (1990, p. 5-6) tratou o conhecimento pedagógico como sendo o
responsável por agrupar “[...] um corpo de conhecimentos, crenças e habilidades
gerais relacionadas ao ensino”. Pode-se destacar o conhecimento por parte dos
alunos e a aprendizagem oferecida por meio de conteúdo curricular, impactando
diretamente no que se pode denominar de gestão da sala de aula. De modo
geral, pode-se observar que, na proposta do conhecimento pedagógico, deverá
existir uma estreita relação com embasamentos teóricos-metodológicos, pro-
porcionando, assim, condições aos professores para interagirem em diferentes
esferas de ensino e aprendizagem.
Amade-Escot (2000) fala que, na didática aplicada à educação física,
poderá ser extraída outra análise sob o aspecto do conhecimento pedagógico,
precisamente sob os vieses dos alunos e da aprendizagem, do currículo e da
instrução e da própria gestão da sala de aula.
Elaborando um detalhamento desses três tópicos, Amade-Escot (2000, p.
88) apresenta:

 Nível macro: “relativo à permeabilidade, à interdisciplinaridade e à


coexistência de diferentes disciplinas na estrutura curricular da escola;
às contribuições da disciplina de educação física para o alcance de
objetivos mais amplos, relacionados, por exemplo, à educação e à for-
mação dos alunos; e, em última instância, às justificativas da presença
e da participação da disciplina de educação física no currículo escolar”.
 Nível meso: “relativo aos diferentes conhecimentos e conteúdos a
serem abordados com os alunos; à maneira como esses conhecimentos
e conteúdos podem se inter-relacionar uns com os outros; aos critérios a
serem empregados para distribuí-los adequada e coerentemente ao longo
do período letivo e, fundamentalmente, para viabilizar a construção de
novos conhecimentos por parte dos alunos”.
 Nível micro: “relativo ao planejamento e à aplicação de diferentes
estratégias que atendam às demandas de distintas situações de ensino
e aprendizagem, bem como às características, aos interesses e às neces-
sidades de diferentes alunos; às mudanças, negociações e adequações
necessárias e a serem implementadas nas práticas pedagógicas diante
das peculiaridades dos dilemas e das situações-problema; e, princi-
palmente, às diferentes possibilidades de encaminhar o processo de
ensino e aprendizagem, de modo a garantir a aprendizagem dos alunos”.

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Os serviços da profissão 127

Conhecimento do contexto
Shulman (1987), quando abordou o conteúdo conhecimento do contexto, propôs
uma estruturação com base em três diferentes campos. Para ele, a atuação do
professor se dá por meio de trabalho com os alunos, individualmente, em peque-
nos grupos ou na totalidade da turma, devendo ainda cuidar as particularidades
sociais e culturais do meio em que os alunos estão inseridos. Shulman (1987)
relata ainda que o desenvolvimento desses três campos poderá potencializar
e qualificar a atuação do professor de educação física e, consequentemente,
auxiliá-lo no alcance dos objetivos educacionais que foram propostos.
Cabe ainda ressaltar que, além de assimilar os diferentes campos propostos
por Shulman (1987), outros autores, como Schincariol (2002) e Rovegno e
Dolly (2006) adicionam influências sob os aspectos sociais, políticos, culturais
e organizacionais da atmosfera que envolve a sala de aula e a forma como o
professor deverá ensinar.
Nessa linha, pode-se dizer que o professor deverá possuir uma profunda
compreensão do contexto em que atuará, pois assim irá adquirir as condições de
adaptação dos conhecimentos a serem ensinados às especificidades do contexto,
ou seja, a mensagem é de que deverão ser utilizadas as práticas pedagógicas
que se adaptem às características de cada circunstância do ambiente onde irá
desenvolver suas atividades laborais, tendo como base as peculiaridades de
determinado público.
Sendo assim, o contexto de ensino e aprendizagem deverá ser formado a
partir da interação do professor com os mais diversos tipos de alunos, os quais
poderão vir de endereços sociais particulares.

Conhecimento pedagógico do conteúdo


Autores como Schincariol (2002), Segall (2004) e Kind (2009) abarcam,
em seus estudos, uma problemática que está relacionada à delimitação e à
própria definição da construção do conhecimento pedagógico, relatando que
tal situação está em suas origens.
Graça (1997, p. 86) buscou resumir tais discussões ao explicar que “[...] os
problemas de demarcação conceitual e filiação do conhecimento pedagógico
do conteúdo decorrem também das suas características genealógicas”. Essa
exemplificação elucida o quanto é complexa, recíproca e interdependente
a relação que o conhecimento pedagógico do conteúdo estabelece com os
demais conhecimentos, sendo o seu entendimento de grande importância para
a atuação do profissional de educação física.

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Assim, o conhecimento pedagógico do conteúdo assume a responsabilidade


por agrupar, fazer interagir e analisar em conjunto os demais integrantes dos
conhecimentos, mas também poderá influenciá-los significativamente, ao mesmo
tempo que poderá sofrer influências. Sob esse aspecto, o conhecimento pedagó-
gico do conteúdo pode ser entendido como aquele que o professor deverá utilizar

[...] a partir dos seus objetivos, da realidade dos alunos e das características
do contexto de ensino e aprendizagem, convocar, gerir e fazer interagir os
conhecimentos da base de conhecimentos para o ensino, visando à adaptação,
à transformação e à implementação do conhecimento do conteúdo a ser ensi-
nado, de modo a torná-lo compreensível e ensinável aos alunos. (MARCON;
GRAÇA; NASCIMENTO, 2011, p. 332).

Com essa descrição de Marcon, Graça e Nascimento (2011), pode-se dizer


que o conhecimento pedagógico do conteúdo deverá, portanto, referir-se a
uma construção pessoal do professor que, no momento de juntar todas as
suas vivências com todos os seus conhecimentos, poderá estruturar uma
compreensão particular sobre o assunto que estará ensinando, ou seja, o co-
nhecimento pedagógico do conteúdo poderá ser o responsável por constituir
a fusão entre conteúdo e pedagogia, utilizando-se de elementos abarcados nos
conhecimentos dos alunos, ao conteúdo, à pedagogia e ao contexto

O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. a 322 a.C.) foi aluno de Platão e professor de
Alexandre, o Grande. Pode-se dizer que Aristóteles aprendeu a aprender e aprendeu
a ensinar.

Intervenção do profissional de educação física


Após compreender as questões que envolvem cursos de Bacharelado e Licen-
ciatura e entender quais são os conhecimentos básicos que precisam ter para o
desenvolvimento de suas atividades laborais, neste tópico, você irá encontrar
os campos de intervenção que a profissão lhe permitirá atuar, ou seja, quais
serão as funções que você poderá exercer.
Nesse sentido, e por força de lei, a Resolução nº 046/2002 do Conselho
Federal de Educação Física dispõe o que se apresenta no Quadro 1.

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Os serviços da profissão 129

Quadro 1. Disposições da Resolução nº 046/2002 do Conselho Federal de Educação


Física.

Tópico Item Conteúdo

III 1. Da A intervenção dos profissionais de educação


intervenção física é dirigida a indivíduos e/ou grupos-alvo, de
profissional diferentes faixas etárias, portadores de diferentes
condições corporais e/ou com necessidades de
atendimentos especiais, e se desenvolve de forma
individualizada e/ou em equipe multiprofissional,
podendo, para isso, considerar e/ou solicitar
a avaliação de outros profissionais e prestar
assessoria e consultoria.
O profissional de educação física utiliza
diagnóstico, define procedimentos, ministra,
orienta, desenvolve, identifica, planeja, coordena,
supervisiona, leciona, assessora, organiza, dirige
e avalia as atividades físicas, desportivas e
similares, sendo especialista no conhecimento
da atividade física/motricidade humana nas
suas diversas manifestações e objetivos, de
modo a atender às diferentes expressões do
movimento humano presentes na sociedade,
considerando o contexto social e histórico-
cultural, as características regionais e os distintos
interesses e necessidades, com competências e
capacidades de identificar, planejar, programar,
coordenar, supervisionar, assessorar, organizar,
lecionar, desenvolver, dirigir, dinamizar, executar
e avaliar serviços, programas, planos e projetos,
bem como realizar auditorias, consultorias,
treinamentos especializados, participar de equipes
multidisciplinares e interdisciplinares, informes
técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas
áreas das atividades físicas, do desporto e afins.

III 2. Do exercício O profissional de educação física exerce


profissional suas atividades por meio de intervenções
legitimadas por diagnósticos, utilizando-se de
métodos e técnicas específicas, de consulta,
de avaliação, de prescrição e de orientação de
Fonte: adaptado de Brasil (2002). sessões de atividades físicas e intelectivas,

(Continua)

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130 Os serviços da profissão

(Continuação)

Quadro 1. Disposições da Resolução nº 046/2002 do Conselho Federal de Educação


Física.

Tópico Item Conteúdo

III 2. Do exercício com fins educacionais, recreacionais, de treinamento


profissional e de promoção da saúde, observando a legislação
pertinente e o código de ética profissional e estando
sujeito à fiscalização em suas intervenções no
exercício profissional pelo sistema CONFEF/CREFs.

III 3. Dos meios Na sua intervenção, o profissional de educação física


de intervenção se utiliza de procedimentos diagnósticos, técnicas
profissional e instrumentos de medidas e avaliação funcional,
motora, biomecânica, composição corporal,
programação e aplicação de dinâmica de cargas,
técnicas de demonstração, auxílio e segurança
à execução dos movimentos, servindo-se de
instalações, equipamentos e materiais, música e
instrumentos musicais tecnicamente apropriados.

III 4. Dos locais de O exercício do profissional de educação física


intervenção é pleno nos serviços à sociedade, no âmbito
das atividades físicas e desportivas, nas suas
diversas manifestações e objetivos. O profissional
de educação física atua como autônomo e/
ou em instituições e órgãos públicos e privados
de prestação de serviços em atividade física,
desportiva e/ou recreativa e em quaisquer locais
onde possam ser ministradas atividades físicas,
tais como instituições de administração e prática
desportiva, instituições de educação, escolas,
empresas, centros e laboratórios de pesquisa,
academias, clubes, associações esportivas e/ou
recreativas, hotéis, centros de recreação, centros
de lazer, condomínios, centros de estética, clínicas,
instituições e órgãos de saúde, spas, centros de
saúde, hospitais, creches, asilos, circos, centros de
treinamento desportivo, centros de treinamento
de lutas, centros de treinamento de artes marciais,
grêmios desportivos, logradouros públicos, praças,
parques, na natureza e outros onde estiverem
sendo aplicadas atividades físicas e/ou desportivas.

(Continua)

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Os serviços da profissão 131

(Continuação)

Quadro 1. Disposições da Resolução nº 046/2002 do Conselho Federal de Educação


Física.

Tópico Item Conteúdo

IV 1. Capacitação Considerando as exigências de qualidade e de


profissional ética profissional nas intervenções, o profissional
de educação física deverá estar capacitado para:
1 - Compreender, analisar, estudar, pesquisar
(profissional e academicamente), esclarecer,
transmitir e aplicar os conhecimentos
biopsicossociais e pedagógicos da atividade física
e desportiva nas suas diversas manifestações,
levando em conta o contexto histórico cultural;
2 - Atuar em todas as dimensões de seu
campo profissional, o que supõe pleno
domínio da natureza do conhecimento da
educação física e das práticas essenciais de
sua produção, difusão, socialização e de
competências técnico-instrumentais a partir
de uma atitude crítico-reflexiva e ética;
3 - Disseminar e aplicar conhecimentos práticos
e teóricos sobre a educação física (atividade
física/motricidade humana/movimento
humano), analisando-os na relação dinâmica
entre o ser humano e o meio ambiente;
4 - Promover uma educação efetiva e
permanente para a saúde e a ocupação do
tempo livre e de lazer, como meio eficaz
para a conquista de um estilo de vida ativo e
compatível com as necessidades de cada etapa
e com as condições de vida do ser humano;
5 - Contribuir para a formação integral de
crianças, jovens, adultos e idosos, no sentido de
que sejam cidadãos autônomos e conscientes;
6 - Estimular e fomentar o direito de
todas as pessoas à atividade física, por
vias formais e/ou não formais;
7- Promover estilos de vida saudáveis, conciliando
as necessidades de indivíduos e grupos, atuando
como agente de transformação social;
8- Conhecer e utilizar os recursos tecnológicos
inerentes à aplicação profissional.
(Continua)

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132 Os serviços da profissão

(Continuação)

Quadro 1. Disposições da Resolução nº 046/2002 do Conselho Federal de Educação


Física.

Tópico Item Conteúdo

V Especificidades Intervenção: identificar, planejar, programar, organizar,


da intervenção dirigir, coordenar, supervisionar, desenvolver, avaliar
profissional: e lecionar os conteúdos do componente curricular/
1. Regência/ disciplina educação física na educação infantil,
docência em nos ensinos fundamental, médio e superior e nas
educação física atividades de natureza técnico-pedagógicas (ensino,
pesquisa e extensão), no campo das disciplinas
de formação técnico-profissional no ensino
superior, objetivando a formação profissional.

V Especificidades Intervenção: identificar, diagnosticar, planejar,


da intervenção organizar, dirigir, supervisionar, executar, programar,
profissional: ministrar, prescrever, desenvolver, coordenar,
2. Treinamento orientar, avaliar e aplicar métodos e técnicas de
desportivo aprendizagem, aperfeiçoamento, orientação e
treinamento técnico e tático, de modalidades
desportivas, na área formal e não formal.

V Especificidades Intervenção: diagnosticar, planejar, organizar,


da intervenção supervisionar, coordenar, executar, dirigir,
profissional: programar, ministrar, desenvolver, prescrever,
3. Preparação orientar e aplicar métodos e técnicas de avaliação,
física prescrição e orientação de atividades físicas,
objetivando promover, otimizar, reabilitar,
maximizar e aprimorar o funcionamento
fisiológico orgânico, o condicionamento e o
desempenho físico dos praticantes das diversas
modalidades esportivas, acrobáticas e artísticas.

V Especificidades Intervenção: diagnosticar, planejar, organizar,


da intervenção supervisionar, coordenar, executar, dirigir,
profissional: programar, ministrar, desenvolver, prescrever,
4. Avaliação orientar, identificar necessidades, desenvolver
física coleta de dados, entrevistas, aplicar
métodos e técnicas de medidas e avaliação
cineantropométrica, biomecânica, motora,
funcional, psicofisiológica e de composição
corporal, em laboratórios ou no campo prático
Fonte: adaptado de Brasil (2002). de intervenção, com o objetivo de avaliar o

(Continua)

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Os serviços da profissão 133

(Continuação)

Quadro 1. Disposições da Resolução nº 046/2002 do Conselho Federal de Educação


Física.

Tópico Item Conteúdo

V Especificidades condicionamento físico, os componentes


da intervenção funcionais e morfológicos e a execução técnica
profissional: de movimentos, objetivando orientar, prevenir
4. Avaliação e reabilitar o condicionamento, o rendimento
física físico, técnico e artístico dos beneficiários.

V Especificidades Intervenção: diagnosticar, identificar, planejar,


da intervenção organizar, supervisionar, coordenar, executar,
profissional: dirigir, assessorar, dinamizar, programar, ministrar,
5. Recreação desenvolver, prescrever, orientar, avaliar e aplicar
em atividade atividades físicas de caráter lúdico e recreativo,
física objetivando promover, otimizar e restabelecer as
perspectivas de lazer ativo e bem-estar psicossocial
e as relações socioculturais da população.

V Especificidades Intervenção: diagnosticar, planejar, organizar,


da intervenção supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar,
profissional: dinamizar, programar, desenvolver, prescrever,
6. Orientação orientar, avaliar, aplicar métodos e técnicas motoras
de atividades diversas, aperfeiçoar, orientar e ministrar os exercícios
físicas físicos, objetivando promover, otimizar, reabilitar e
aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico, o
condicionamento e o desempenho fisiocorporal,
orientar para o bem-estar e o estilo de vida ativo,
o lazer, a sociabilização, a educação, a expressão
e a estética do movimento, a prevenção de
doenças, a compensação de distúrbios funcionais,
o restabelecimento de capacidades fisiocorporais,
a autoestima, a cidadania, a manutenção das boas
condições de vida e da saúde da sociedade.

V Especificidades Intervenção: diagnosticar, identificar, planejar,


da intervenção organizar, supervisionar, coordenar, executar,
profissional: dirigir, assessorar, dinamizar, programar, ministrar,
7. Gestão em desenvolver, prescrever, prestar consultoria, orientar,
educação física avaliar e aplicar métodos e técnicas de avaliação na
e desporto organização, administração e/ou gerenciamento de
instituições, entidades, órgãos e pessoas jurídicas
Fonte: adaptado de Brasil (2002). cujas atividades sejam físicas e/ou desportivas.

Fonte: adaptado de Brasil (2002).

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134 Os serviços da profissão

Perceba que há uma enorme gama de áreas em que o profissional de edu-


cação física poderá se inserir, tornando a profissão mais ampla e com inserção
mercadológica sempre atualizada, pois o rol de locais, formas e atividades ao
qual esse profissional estará habilitado farão com que a escolha pela educação
física o torne um dos mais versáteis da atualidade.

1. Fazendo um comparativo relacionado diretamente com o


entres os cursos de Licenciatura que será ensinado, sendo parte
e Bacharelado em educação extremamente fundamental para o
física, é correto afirmar que: sucesso das atividades que forem
a) os dois cursos possuem o propostas e ainda, que a falta de
mesmo tipo de formação domínio por parte do professor irá
e campo de atuação. prejudicar as atividades sugeridas
b) os dois cursos possuem o na aula e ainda acarretar prejuízo
mesmo tipo de formação com na aprendizagem dos alunos,
diferentes campos de atuação. estamos falando do quê?
c) os dois cursos habilitam o a) Dos alunos.
profissional a trabalhar no b) Do pedagógico do conteúdo.
segmento de mercado inerente c) Do conteúdo.
à área por meio das mais diversas d) Do contexto.
manifestações que a atividade e) Da pedagogia.
física possa proporcionar. 4. ______ de educação física
d) os dois cursos habilitam o é dirigida a indivíduos e/ou
profissional a trabalhar com grupos-alvo, de diferentes faixas
educação básica escolar. etárias, portadores de diferentes
e) os dois cursos possuem condições corporais e/ou com
diferentes tipos de formação necessidades de atendimentos
e campo de atuação. especiais e se desenvolve de forma
2. A partir dos conhecimentos individualizada e/ou em equipe
básicos, é correto afirmar que, ao multiprofissional, podendo, para
criarmos a concepção ou a pré- isso, considerar e/ou solicitar a
concepção, estaremos falando avaliação de outros profissionais,
do conhecimento que aborda: prestar assessoria e consultoria.
a) o aluno. Para a conceituação correta,
b) o conteúdo. conforme a Resolução nº
c) a pedagogia. 046/2002 do Conselho Federal
d) o contexto. de Educação Física, a lacuna
e) o pedagógico do conteúdo. acima deverá ser preenchida com
3. Quando falamos que ele está qual das alternativas a seguir?

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Os serviços da profissão 135

a) Treinamento desportivo. nas atividades de natureza técnico-


b) Regência/docência em pedagógicas (ensino, pesquisa e
educação física. extensão), no campo das disciplinas
c) Preparação física. de formação técnico-profissional
d) Avaliação física. no ensino superior, objetivando
e) Orientação de atividades físicas. a formação profissional. Essa é a
5. A intervenção em que o profissional conceituação de qual especificidade
de educação física irá identificar, de intervenção profissional?
planejar, programar, organizar, a) Treinamento desportivo.
dirigir, coordenar, supervisionar, b) Regência/docência em
desenvolver, avaliar e lecionar educação física.
os conteúdos do componente c) Preparação física.
curricular/disciplina educação física, d) Avaliação física.
na educação infantil, nos ensinos e) Orientação de atividades físicas.
fundamental, médio e superior e

AMADE-ESCOT, C. The contribution of two research programs on teaching content:


“pedagogical content knowledge” and “didactics of physical education”. Journal of
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2001. p. 23-35.
BRASIL. Conselho Federal de Educação Física. Resolução CONFEF n. 046/2002. Dispõe
sobre a Intervenção do Profissional de Educação Física e respectivas competências
e define os seus campos de atuação profissional. Brasília, DF, 2002. Disponível em:
<http://www.confef.org.br/confef/resolucoes/82>. Acesso em: 24 out. 2017.
BRASIL. Parecer CNE/CES nº 7, 31 de março de 2004. Brasília, DF, 2004. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf>. Acesso em: 24 set. 2017.
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TIONAL RESEARCH ASSOCIATION, 1991, Chicago. Anais... Chicago: [s.n.], 1991. p. 1-20.
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136 Os serviços da profissão

GRAÇA, A. O conhecimento pedagógico do conteúdo no ensino do basquetebol. 331 f.


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Os serviços da profissão 137

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STEINHILBER, J. Licenciatura e/ou Bacharelado: opções de graduação para intervenção
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Leituras recomendadas
BRASIL. Conselho Federal de Educação Física. Estatuto do Conselho Federal de
Educação Física – CONFEF. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 237, seção 1, p. 137-
143, 13 dez. 2010. Disponível em: <http://www.confef.org.br/confef/conteudo/471>.
Acesso em: 25 out. 2017.
DOYLE, W. Classroom organization and management. In: WITTROK, M. (Org.). Handbook
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NASCIMENTO, J. V; FARIAS. G. O. Construção da identidade profissional em educação
Física: da formação a intervenção. Florianópolis: Ed. UDESC, 2012. v. 2.

Cap_9_Intro_Educacao_Fisica.indd 137 30/10/2017 13:17:36


138 Gabaritos

Gabaritos

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