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@kineticfunctional
O acompanhamento médico é imprescindível para a segurança de
qualquer agravo a saúde. Ainda, este produto não pode prometer
cura de problemas de saúde relacionado ao tema aqui proposto,
para tal uma equipe multidisciplinar deverá ser consultada.
E qual é o problema?
Para se obter hipertrofia, normalmente busca-se variação do treino (tipo àquela máxima “o
melhor treino é àquele que você ainda não fez”) para evitar estagnação e buscar o máximo de
adaptação.
Para força, a variação aleatória pode não ser a melhor forma de gerar adaptação. Por
isso, deve-se haver uma progressão lógica de cargas para atingir um determinado resultado.
Toda informação aqui publicada consta de seus respectivos autores, referenciados ao final
deste trabalho.
Boa leitura!
@kineticfunctional
CAPÍTULO 4
Volume
Para Refletir!
A manipulação de outros componentes, como por exemplo o
volume, pode tornar o treinamento mais difícil, mas não
necessariamente mais intenso.
Neste caso, a dificuldade teria origem em um treinamento
mais "volumoso". O mesmo raciocínio é válido para os outros
componentes da carga, como: duração, frequência e densidade.
Considerando a variável peso como referência, a intensidade também
pode ser diferenciada em absoluta (peso levantado por repetição)
e relativa (percentual do peso correspondente a uma repetição
máxima - 1RM), sendo que o mesmo pode ser feito considerando
outro número de repetições máximas (nRM) (Badillo & Ayestarán,
2001; Tan, 1999; Fleck & Kraemer, 2003).
A utilização de valores absolutos do peso como parâmetro de
intensidade é extremamente precária, pois aumentos do peso podem
não significar elevação real da intensidade. A definição da intensidade
como o nível de exigência da tarefa, caracterizado em percentuais do
desempenho máximo (1 RM ou nRM) tem sido a forma mais freqüente
de codificação deste componente (Rhea et al., 2003). Veja o exemplo a
seguir:
SITUAÇÃO PESO LEVANTADO (kg) 1RM(KG) % 1RM
Pré 80 100 80
Pós 96 120 80
10 60 60 10
10 60 30 20
1ª 10 60 60 10
2ª 10 30 30 10
Duração
Em algumas modalidades esportivas, a duração também pode ser utilizada
para expressar o volume. Na maratona, por exemplo, o volume pode ser
registrado em km/semana (distância) ou em horas/semana (tempo). No
segundo caso, o tempo pode representar tanto a duração quanto o volume do
treinamento. Alterar o tempo de corrida implicará na modificação de
ambos componentes.
Esta relação deve ser aplicada com cuidado na musculação, pois o
tempo gasto em um treinamento pode ser alterado
simplesmente pelo aumento ou diminuição da duração das
pausas, não refletindo um aumento do tempo real do estímulo de
treinamento.
Para Badillo & Ayestaran (2001) esse componente representa o
tempo de aplicação do estímulo desconsiderando as pausas, sendo
uma descrição mais adequada deste componente na musculação.
Desta maneira, deve ser entendido como a somatória da
duração dos estímulos de treinamento, sendo registrado
exclusivamente através de medidas de tempo, ou seja, o tempo sob
tensão.
Porém, no treinamento na musculação, durações totais do
treinamento idênticas podem resultar de diferentes prescrições dos
programas. Veja o exemplo a seguir:
Programa 1.
4 séries x 10 repetições — 62 k
Duração da série --- 60 s
Tabela 1
Exemplo da componente densidade.
Variáveis Estruturais
Considerando o conceito de conteúdo do treinamento proposto
por Martin, Carl & Lehnertz (2008), o programa de treinamento na
musculação é o conjunto de atividades próprias deste meio, contendo
exercícios e carga de treinamento visando o aprimoramento do
desempenho.
A literatura vem considerando uma série de variáveis para a elaboração
do treinamento na musculação (Tan, 1999; Kraemer & Ratamess, 2004).
De acordo com Tan (1999), se o objetivo é a otimização da força
máxima específica de atletas masculinos adultos, uma vez
determinado o exercício na musculação e baseando-se nas exigências
da modalidade esportiva, as variáveis primárias são o volume e a
intensidade. Outras variáveis ou fatores do treinamento, como a ação
muscular, velocidade de contração, recuperação entre séries e a ordem
dos exercícios estariam relacionados com a intensidade e o número de
repetições por série, número de séries, frequência do treinamento, dizem
respeito ao volume.
A perspectiva apresentada por Kraemer & Ratamess (2004) descreve
os fatores a serem considerados na elaboração e condução dos programas de
treinamento. Esses autores consideram que o programa deverá ser composto de
variáveis agudas: ação muscular, peso, volume, exercícios selecionados,
estrutura da sessão de treinamento, sequência dos exercícios, intervalo de
recuperação entre as séries, velocidade da repetição, frequência do treinamento.
Estas propostas apresentadas por estes autores (Kraemer & Ratamess, 2004;
Tan, 1999) são importantes para um entendimento adequado do treinamento na
musculação. Porém, algumas dessas variáveis descritas requerem um
detalhamento, uma vez que serão dimensionadas através do entendimento e
determinação de outras variáveis. Por exemplo, o volume é determinado, entre
outras, pelo peso, número de repetições e séries. Desta forma, deveria ser dada
uma atenção a essas variáveis anteriormente ao dimensionamento do volume.
Sendo assim, a discussão detalhada sobre as variáveis que compõem um
programa de treinamento na musculação estará sempre buscando apoio nas
teorias já existentes e cientificamente fundamentadas, tendo como objetivo
facilitar a compreensão global do processo de elaboração desse programa. Esta
compreensão deverá levar em consideração a relevância de cada variável
estrutural isoladamente, assim como as relações e manipulações possíveis entre
elas. A necessidade de ampliar os subsídios para a análise dos programas de
treinamento, conduz a uma proposta mais abrangente e minuciosa de definição
e interação das variáveis. Desta forma, apresentaremos então o entendimento
detalhado em relação às variáveis estruturais do programa de treinamento na
musculação.
As variáveis estruturais são os elementos primários para a elaboração e
análise de um programa de treinamento na musculação.
Esta abordagem leva em consideração o que o profissional objetivamente
escreve no programa de treinamento e que está relacionado de maneira detalhada
com a prescrição. Sendo assim, outros aspectos como alimentação, sono,
medicamentos, entre outros, não são considerados variáveis do programa de
treinamento, porque estes não fazem parte da prescrição feita por um profissional
de Educação Física quando elabora o programa de treinamento. Isto não quer
dizer que não sejam aspectos importantes, mas que estão além do que deve ser
efetivamente prescrito no programa que é elaborado para o aluno.
As variáveis "peso, número de repetições, séries, exercícios e sessões de
treinamento e pausa" são tradicionalmente aquelas que recebem maior atenção
dos profissionais de Educação Física no dimensionamento da carga de
treinamento.
As variáveis ação muscular, posição dos segmentos corporais, duração da
repetição, amplitude de movimento, trajetória, movimentos acessórios,
regulagem do equipamento, auxílio externo ao executante são abordadas com
menor ênfase, principalmente em relação à interação com a carga de treinamento.
No momento em que o profissional de Educação Física estabelece a
necessidade de alterar um componente da carga, ele deverá analisar e manipular
algumas das variáveis estruturais. As alterações a serem realizadas no volume,
intensidade, frequência, duração e densidade, estarão relacionadas inicialmente
com aquelas variáveis que quantificam estes componentes: volume em número
de repetições, séries e exercícios; intensidade através do peso; frequência pelo
número de sessões; duração através do tempo da repetição; densidade pela
relação do tempo de pausa e da série.
Por um outro lado, apesar de exercerem influência na carga de treinamento,
algumas variáveis não apresentam as mesmas características em relação à
quantificação dos seus componentes.
As variáveis ação muscular, posição dos segmentos corporais, amplitude de
movimento, trajetória, auxílio externo ao executante, regulagem do equipamento
e movimentos acessórios não vem sendo consideradas primeiramente como os
elementos que causarão as alterações esperadas no volume, intensidade,
frequência, duração e densidade. Porém, a decisão de manipulação de uma destas
variáveis, poderá conduzir a uma alteração em algum componente da carga,
baseado na aceitação de que as variáveis estruturais se influenciam mutuamente.
Este é um fato importante de ser analisado. A manipulação, por exemplo, da
amplitude de movimento, vem sendo inicialmente relacionada com o objetivo de
variar o estímulo de treinamento ou com a correção da execução. não existindo
nenhuma associação com os componentes da carga nem com a progressão do
treinamento.
Para exemplificar essa colocação, partimos da seguinte pergunta: "Como a
manipulação da amplitude de movimento influencia o estímulo de treinamento?"
Uma resposta seria: uma alteração da amplitude de movimento exigiria que
a musculatura fosse exercitada em diferentes partes da curva de comprimento-
tensão ou em diferentes relações de alavancas, que proporcionariam vantagens
mecânicas distintas.
Isso pode sem dúvida refletir na intensidade do treinamento. Neste sentido,
uma segunda pergunta deveria ser feita: "De que forma, então, isso pode
influenciar a intensidade?" Uma alteração da amplitude de movimento poderá
conduzir a realização do exercício em posições de menor vantagem mecânica
(sticking region) reduzindo o peso a ser movido. Entendendo a variável peso
como um parâmetro para a intensidade, poderá haver uma diminuição da
intensidade do treinamento. Outra análise da influência da manipulação da
amplitude de movimento nos componentes da carga está relacionada com a
duração do estímulo. Um aumento na amplitude do movimento poderá significar
maior tempo de estímulo, e se o objetivo é a manutenção do mesmo número de
repetições e séries (volume) uma possível diminuição da intensidade poderá ser
necessária.
Os exemplos acima mostram a interdependência entre as variáveis
estruturais. Neste sentido, não existe uma única forma de lidar com a
sistematização dessas relações entre as variáveis. Isto deverá ser considerado
também na organização das variáveis dentro do programa: repetições dentro das
séries, séries nos exercícios, exercícios nas sessões, pausas entre repetições, séries
e exercícios. A ordem dos exercícios nos programas não será considerada uma
variável, apesar de apresentar uma relação importante com a carga de treinamento
porque não é um elemento primário, sendo definida somente após a determinação
das variáveis estruturais. Por exemplo, prescrever uma ordem de exercícios
alternada por segmento corporal é posterior à consideração sobre a variável pausa.
Por quê? Porque quando se prescreve esta ordem está sendo considerado que é
desejável uma maior pausa entre exercícios para os mesmos segmentos corporais.
Da mesma forma, prescrever que os exercícios para o mesmo grupo
muscular serão realizados em sequência, é uma manipulação posterior à
determinação da variável número de exercícios, que neste caso, será maior que 1.
Porém, a ordem dos exercícios apresenta importância na prescrição do
treinamento devido à sua interdependência com a carga de treinamento e diversos
autores vêm pesquisando este tema (Sforzo & Touey, 1996; Spreuwenberg et al.,
2006; Farinatti, et al., 2009; Bellezza et al., 2009).
Como pode ser visto, quando as variáveis são tratadas numa perspectiva de
interação, ampliam-se as suas diversas possibilidades de combinação e
consequentemente de elaboração dos programas de treinamento, considerando os
diferentes objetivos, níveis iniciais de desempenho, necessidades individuais e
recursos materiais disponíveis. Da mesma forma, todas aquelas sequências de
programas já comumente utilizadas, como por exemplo, "AB", "ABC", “ABG”
ou combinações diversas como "drop-set" e "pré-exaustão" entre outros, podem
ser melhor analisadas e compreendidas quanto aos efeitos no rendimento e
adaptações fisiológicas possíveis. Sendo assim, a atuação profissional não
acontecerá simplesmente por repetição de procedimentos e "fórmulas" pré-
estabelecidas.
Esta perspectiva será devidamente analisada e apresentada no capítulo sobre
programas de treinamento.
As variáveis
A seguir serão apresentadas as variáveis estruturais de um programa de
treinamento na musculação. A análise de cada variável deverá levar em
consideração a descrição da mesma e as possíveis influências que sua
manipulação poderá exercer em outras variáveis, nos componentes da carga e
consequentemente na carga de treinamento. Vale ressaltar que estas
possibilidades de manipulação e interdependências são muito amplas, mas o
entendimento do potencial de cada uma delas em interferir na carga de
treinamento e consequentemente nas adaptações fisiológicas é essencial para uma
melhor compreensão das diversas possibilidades de elaborar um programa de
treinamento.
Peso
d.p.' = desvio padrão, * p< 0,05 em relação ao gênero masculino no exercício leg press 45°,
# p< 0,05 em relação ao gênero feminino no exercício leg press 45° (80%)
Fonte: Chagas, Barbosa & Lima, 2005, p.8
Programa 2a
4 séries x 15 repetições — 62 kg
Duração da repetição — 6s
Duração da série — 90s
Duração total — 360s
Duração total — 240s
Programa 2b
5 séries x 10 repetições — 62 kg
Duração da repetição — 6s
Duração da série — 60s
Duração total — 300s
Programa 1 Programa 2
4 x 15 repetições 62 kg 4 x 10 repetições 62 kg
Duração da série 80 seg Duração da série 60 seg
Pausa entre séries - 120 seg Pausa entre séries - 120 seg
Densidade 1 / 1,5 Densidade 1 / 2
Os programas acima mostram que o aumento no número de
repetições resultou em um aumento da densidade do treinamento.
Importante ressaltar a necessidade de se manter as
considerações anteriormente feitas sobre possíveis interferências em
outras variáveis e suas consequências, desta vez na densidade do
treinamento.
Número de sessões
Esta variável é utilizada para caracterizar a frequência do
treinamento. Veja o exemplo a seguir:
Duração da repetição
Ação muscular
Trajetória
Amplitude de movimento
Regulagem do equipamento
A regulagem do equipamento se refere às manipulações
possíveis no equipamento utilizado, determinando a localização
de um objeto externo em relação ao corpo. A regulagem
influenciará a execução do exercício, alterando a relação entre o
posicionamento do equipamento e os segmentos corporais. A
manipulação desta variável conduzirá para modificações na
amplitude de movimento, no braço de resistência, torque e
comprimento da musculatura.
Uma alteração no braço de resistência pode ser realizada
nas máquinas de extensão (Nisell et al., l989) e flexão de
joelhos, quando ajustamos a altura do apoio nas pernas. Isto
implicará em mudança no torque devido a alteração da
distância entre o ponto de apoio e o eixo articular. Nos
exercícios realizados com caneleiras, a distância que essas são
fixadas em relação às articulações envolvidas com o
movimento modifica o braço de resistência. Uma regulagem
da inclinação do encosto para o tronco no equipamento
“extensor de joelhos “pode mudar o comprimento da
musculatura para a execução do exercício. Haverá uma
alteração no ângulo de flexão do quadril, do comprimento do
músculo reto femoral e consequentemente da tensão gerada
(Hay, 1992) e da atividade eletromiográfica (Gomez et al.,
2005). Estas alterações poderão significar diferentes
possibilidades de manutenção ou alteração do volume,
intensidade, duração e densidade do treinamento. Um exemplo
da manipulação desta variável pode ser no exercício
agachamento livre. A utilização da barra posicionada mais
superiormente próxima ao pescoço, ou mais abaixo em direção
às costas, resultará em diferentes necessidades de trajetória do
tronco durante a execução do exercício, o que conduzirá a
diferentes distribuições do torque de resistência aplicado pelo
peso nas articulações do quadril e do joelho (Wretenber0. Feng
& Arborelius, 1996).
Auxílio externo ao executante
Esta variável refere-se à aplicação de forças por outro
indivíduo permitindo uma execução conforme previsto, sem
uma interferência em outras variáveis, como por exemplo, a
duração da repetição, a amplitude de movimento.
Considerando-se que uma determinada carga de treinamento
deverá ser realizada, deve-se estar atento para que este auxílio
não seja o principal responsável pela execução do exercício,
mas somente permita a sua realização dentro do volume,
intensidade e duração previstos. No exercício “rosca direta”, o
aumento do peso pode reduzir a velocidade na posição de
menor torque (início da ação concêntrica). Isto pode gerar
movimentos acessórios ou a necessidade de auxílio externo
para manter a duração da repetição prevista no programa de
treinamento. O auxílio externo poderá ocorrer tanto na situação
onde há menor geração de torque articular como quando a
fadiga prejudicar a execução do treinamento conforme
previsto. Algumas observações devem ser feitas para um
auxílio adequado:
Respondendo:
1) Os componentes já estão estabelecidos na literatura e
servem de referência para o dimensionamento do treinamento
visando à promoção de determinadas adaptações fisiológicas.
Os componentes da carga tradicionalmente descritos são:
volume, intensidade, duração, frequência e densidade, sendo
que alguns valores de referência são conferidos a estes
componentes para se treinar na musculação visando
diferentes objetivos.
2) As variáveis estruturais do treinamento são os
elementos presentes no programa que podem ser
manipulados, conduzindo a alterações nos componentes da
carga.
PARA ANÁLISE:
Exercício: pulley
Programa 1 Programa 2 Programa 3 Programa 4
2 x 15 3 x 15 3 x 12 3 x 10
35% 1 RM 40% 1 RM 45% 1 RM 50% 1 RM
Duração: Duração: Duração: Duração: 4s
livre livre livre
Pausa: 40s Pausa: 40s Pausa: 60s Pausa: 75s
ADM: ADM: ADM: ADM:
completa completa completa completa
Exercício: agachamento
Programa 1 Programa 2 Programa 3 Programa 4
2 x 15 3 x 15-12 3 x 12-12 3 x 10
30% 1 RM 30-35% 1 40-45% 1 50% 1 RM
RM RM
Duração: Duração: Duração: Duração:
livre livre livre livre
Pausa: 40s Pausa: 50s Pausa: 70s Pausa: 90s
ADM: 60% ADM: 60% ADM: 90% ADM: 90%
Como pode ser visto nos exemplos, os programas foram
manipulados de maneiras diferentes antes de apresentarem a
mesma configuração em sua prescrição. Este exemplo poderia
ser ampliado incluindo a manipulação diferenciada de outras
variáveis, como o auxílio externo ao executante ou a trajetória,
entre outras.
3) Porque com a análise das variáveis é possível entender
que os componentes da carga para o agachamento e pulley são
idênticos, mas que esta carga do agachamento é realizada com
uma amplitude de movimento parcial, diferentemente do
pulley possível de ser realizado com amplitude completa.
Temos que considerar que o estímulo poderá ser diferente, pois
os músculos envolvidos na execução do agachamento podem
encontrar-se em posições distintas na curva de comprimento-
tensão, diferentemente do pulley.
A sistematização das variáveis estruturais representa um
processo dinâmico e em desenvolvimento. O surgimento de
novos conhecimentos cientificamente estabelecidos
certamente será incorporado ao modelo proposto, na constante
e necessária busca pela excelência do trabalho de todos aqueles
que utilizam a musculação no treinamento. É importante
ressaltar o amplo registro de possibilidades que se abre quando
o modelo das variáveis estruturais é compreendido e colocado
em prática. Para que essa compreensão possa atingir níveis
ótimos, deve-se ficar atento aos problemas inerentes à
padronização do processo de treinamento como fator limitante
desse universo de possibilidades exposto. Uma interferência
prática eficiente deverá ser o objetivo final tanto de
pesquisadores, que desenvolvem o conhecimento, quanto
daqueles que buscam este conhecimento para o exercício de
sua atividade profissional.
CAPÍTULO 5
PERIODIZAÇÃO NA MUSCULAÇÃO
Volume
Intervalo de Descanso
Esforço
Cadência
Frequência
A frequência do treinamento refere-se ao número de sessões de
exercícios realizadas em um determinado período de tempo (geralmente
relatadas semanalmente). Como regra geral, são necessárias pelo menos
três sessões de treinamento de resistência por semana para maximizar o
desenvolvimento muscular, mas uma frequência maior pode
potencialmente aumentar os resultados, pelo menos até um determinado
ponto. Treine com muita frequência por muito tempo e o overtraining
finalmente se instala.
Você pode otimizar os resultados periodizando a frequência do
treinamento, de modo a empurrar seu corpo para o limiar sem ultrapassar
os limites. Outra consideração importante em relação à frequência de
treinamento é quanto tempo deve ser concedido entre as sessões que
treinam o mesmo grupo muscular. De particular relevância aqui é o curso
temporal da síntese de proteínas. Após uma sessão de exercícios, a
síntese de proteínas aumenta acentuadamente. Esse aumento dura cerca
de 36 a 48 horas após o exercício. Treinar um grupo muscular antes que
a síntese proteica termine seu curso pode prejudicar os ganhos
musculares. Compare o processo com o bronzeado. Se você é de pele
muito clara e assa ao sol quente por uma hora, vai queimar. Nesse caso,
você certamente não voltaria à praia no dia seguinte, porque isso só
pioraria a queimadura. A queimadura diminuirá apenas se você fizer uma
pausa do sol. Melhor ainda, sua pele se adapta durante esse intervalo,
produzindo mais melanina para que da próxima vez seja exposta ao sol,
você se bronzea em vez de queimar. Como em uma queimadura de sol,
voltar à academia antes que o processo de reparo termine completamente
interfere no processo de adaptação.
Com efeito, ao não permitir tempo de recuperação suficiente, você
continua “quebrando” o músculo a uma taxa maior do que o corpo pode
reconstruí-lo. O músculo não consegue acompanhar a quantidade
necessária de síntese protéica, o que acelera o aparecimento de
overtraining localizado. Falha no processo de recuperação também afeta
negativamente seus níveis de força. Estudos mostram que a produção de
força diminui por até 72 horas após exercícios de resistência de alta
intensidade (Logan e Abernethy, 1996). Isso reduz a quantidade de peso
que você pode levantar, diminuindo a tensão muscular e prejudicando o
desenvolvimento muscular.
Levando em consideração todos os fatores, permita um período
mínimo de 48 horas entre as sessões de exercícios que trabalham no
mesmo grupo muscular. Leve também em conta a recuperação dos
músculos secundários que tiveram um papel forte. Exercícios como pull-
downs e remadas requerem contribuição muscular substancial dos
flexores do cotovelo (bíceps braquial), assim como o supino envolve
uma contribuição significativa do deltóide. Estruture suas rotinas para
dar tempo de recuperação adequado a todos os músculos que recebem
trabalho significativo em uma sessão. Caso contrário, você corre o risco
de treinar demais os músculos envolvidos. Observe também que a
frequência do exercício afeta diretamente o volume total de treinamento.
Supondo que o volume em cada sessão permaneça constante, os
exercícios mais frequentes aumentarão necessariamente o volume
semanal de treinamento. Daqui resulta que, sendo todas as outras coisas
iguais, o aumento da frequência de treinamento aumenta o potencial de
overtraining. Portanto, não é aconselhável continuar treinando em dias
sucessivos por longos períodos de tempo, mesmo que os músculos
individuais tenham descanso suficiente entre as sessões de treino.
Até certo ponto, a frequência do treinamento é limitada pela forma
como você estrutura sua rotina. Especificamente, você pode treinar de
maneira total, o corpo todo, trabalhando todos os músculos principais em
uma única sessão ou por vários tipos de rotinas divididas nas quais
realiza vários exercícios para um determinado número de grupos
musculares em uma sessão.
Um benefício do treinamento para o corpo todo numa sessão é que
cada músculo é treinado com uma frequência maior do que em rotinas
divididas. Isso é particularmente vantajoso quando o objetivo é aumentar
a força e as adaptações metabólicas. Rotinas para o corpo todo
geralmente não funcionam tão bem quando o objetivo é maximizar o
desenvolvimento muscular.
Comparado às rotinas para o corpo todo, uma rotina dividida
permite manter o volume total semanal de treinamento, enquanto executa
menos séries por sessão de treinamento e proporciona maior recuperação
entre as sessões. Isso pode permitir que você use cargas de treinamento
diárias mais pesadas e, assim, gere maior tensão muscular. Além disso,
rotinas divididas podem aumentar o estresse metabólico prolongando o
estímulo de treinamento dentro de um determinado grupo muscular,
aumentando as secreções agudas de hormônios anabólicos, o inchaço
celular e a isquemia muscular.
Entendendo o overtraining
O overtraining é uma aflição comum relacionada ao exercício que
afeta até 10% de todas as pessoas que se exercitam regularmente. Como
as pessoas não entendem o assunto, muitas vezes acaba não sendo
diagnosticado. Em termos simples, o excesso de treinamento resulta da
realização de muita atividade física extenuante. No entanto, o limite
exato para o overtraining varia de pessoa para pessoa.
Algumas pessoas podem tolerar altos volumes e intensidades de
treinamento, enquanto outras começam a desenvolver sintomas de
excesso de treinamento por fazer muito menos. Além disso, fatores como
estado nutricional, padrões de sono, concentrações de hormônios e
enzimas, composição de fibras musculares e experiência anterior em
treinamento afetam a capacidade de recuperação e, portanto, o ponto em
que o excesso de treinamento ultrapassa o limiar de adaptação.
O overtraining pode ser classificado em duas categorias: localizada
e sistêmica. Embora ambos tenham a mesma origem (muito exercício),
suas repercussões são bem diferentes. Dos dois subtipos, o overtraining
localizado é de longe o mais comum. Como o nome indica, ele está
localizado em um músculo ou grupo muscular específico e não afeta
outros sistemas do corpo. Normalmente atinge aqueles que estão
envolvidos em programas sérios de treinamento de força, especialmente
powerlifters e atletas de outros esportes. É provável que o overtraining
localizado ocorra quando o mesmo grupo muscular é treinado com muita
frequência em um determinado período de tempo. Isso pode acontecer
mesmo em uma rotina dividida, na qual diferentes grupos musculares são
treinados em dias diferentes.
Durante a execução da maioria dos exercícios, ocorre uma interação
sinérgica ou colaborativa entre grupos musculares. Por exemplo, o
bíceps está envolvido integralmente na realização dos movimentos de
dorsais, os ombros e o tríceps estão envolvidos em muitos exercícios para
o peito, e os glúteos e isquiotibiais estão envolvidos em muitos
movimentos compostos dos membros inferiores. Outros músculos
funcionam como estabilizadores. Os músculos abdominais e eretores da
espinha (os músculos da região lombar), em particular, ajudam a
proporcionar estabilidade em uma variedade de exercícios da parte
inferior do corpo, contraindo estaticamente ao longo de cada movimento.
O fato é que, quando um músculo é repetidamente submetido a
intenso estresse físico - mesmo em um nível secundário - sem descanso
adequado, a taxa na qual o microtrauma ocorre supera o processo de
reparação. O resultado final é o comprometimento do desenvolvimento
muscular localizado.
O overtraining sistêmico, por outro lado, é mais complexo e
potencialmente mais sério que o overtraining localizado. Como o nome
indica, ele atua no corpo como um todo. Comumente referida como
síndrome do overtraining (OTS), afeta milhares de pessoas a cada ano.
Em quase todos os casos, o OTS faz com que o corpo entre em um estado
catabólico.
O catabolismo é mediado por um aumento da produção de cortisol
- um hormônio do estresse secretado pelo córtex adrenal - que exerce sua
influência no nível celular, impedindo o reparo e a função muscular. Para
piorar a situação, ocorre frequentemente uma diminuição correspondente
na produção de testosterona, esgotando o corpo de seu estímulo
anabólico mais potente. Juntos, esses fatores se combinam para inibir a
síntese protéica e acelerar a proteólise (quebra de proteínas). Isso não
apenas resulta em uma interrupção do desenvolvimento muscular, como
também torna o corpo menos eficiente na utilização de gordura como
combustível - um golpe duplo que causa estragos na composição
corporal. Além disso, devido ao esgotamento dos estoques de glutamina,
o OTS suprime o sistema imunológico do corpo. A glutamina é a
principal fonte de energia para as células imunes, e um suprimento
constante de glutamina é necessário para o seu bom funcionamento. No
entanto, os níveis de glutamina são rapidamente esgotados quando o
volume do exercício é alto. Sem uma quantidade adequada de
combustível, o sistema imunológico perde sua capacidade de produzir
anticorpos como linfócitos, leucócitos e citocinas. Por fim, a capacidade
do corpo de combater infecções virais e bacterianas fica prejudicada,
levando a um aumento da incidência de enfermidades. Aqui estão alguns
dos sintomas relacionados ao overtraining. Se você tiver dois ou mais
desses sintomas, poderá muito bem estar acima do seu limiar de
adaptação. Se os sintomas persistirem, o repouso e orientação adequada
são essenciais, e não retome o treinamento até que você se sinta mental
e fisicamente pronto.
• Aumento da frequência cardíaca em repouso
• Aumento da pressão arterial em repouso
• Diminuição do desempenho em exercícios
• Diminuição do apetite
• Diminuição do desejo de se exercitar
• Aumento da incidência de lesões
• Aumento da incidência de infecções e sintomas semelhantes
aos da gripe
• Aumento da irritabilidade e depressão
Seleção de exercícios
A seleção de exercícios refere-se à variedade de exercícios que
você realiza em uma rotina de treinamento. Exercícios variados são
essenciais para o desenvolvimento muscular por várias razões.
Primeiro, os músculos geralmente têm diferentes locais de fixação
(origem e inserção). Dependendo do exercício realizado, o ponto de
fixação pode aumentar a alavancagem em um aspecto do músculo,
enquanto diminui a alavancagem em outro aspecto. Por exemplo, o
trapézio é subdividido, de modo que o aspecto superior eleva a
escápula, o aspecto médio aduz a escápula e a porção inferior
deprime a escápula. Portanto, os encolhimentos de ombros
trabalham principalmente as fibras superiores.
Outros músculos, como o peitoral maior, deltóides e tríceps, são
segmentados em cabeças distintas, e cada cabeça é responsável por
realizar diferentes ações articulares. Assim, uma variedade de
exercícios garante a estimulação completa de todas as fibras. Além
disso, as fibras musculares não necessariamente abrangem todo o
comprimento do músculo, como geralmente se acredita. O reto
abdominal, por exemplo, é subdividido por várias bandas fibrosas
chamadas inscrições tendíneas (o tecido conjuntivo que dá ao
abdômen uma aparência de tanquinho), e os segmentos superior e
inferior são supridos por diferentes ramos nervosos. Outros
músculos, como o sartório, grácil e vários aspectos dos
isquiotibiais, são subdivididos de maneira semelhante por uma ou
mais bandas fibrosas e inervados por nervos separados. Essas
diferenças arquiteturais permitem que você segmente seletivamente
porções de um músculo executando movimentos específicos.
Conclusão: nenhum exercício isolado pode maximizar
efetivamente o desenvolvimento de um músculo. Você pode
alcançar o desenvolvimento completo apenas variando a seleção de
exercícios, para que os músculos sejam trabalhados de diferentes
ângulos em todos os planos de movimento.
Além disso, você deve revezar os exercícios frequentemente para
garantir a estimulação de todo o espectro de fibras musculares.
Mesmo alterar o espaçamento das mãos ou a posição dos pés
em um movimento pode trazer diferentes adaptações musculares,
melhorando assim a simetria e o desenvolvimento.
Os exercícios podem ser classificados em duas grandes
categorias: mono e multiarticulares. Exercícios multiarticulares
requerem duas ou mais articulações para realizar o movimento. Um
exemplo é o supino, no qual as articulações do ombro e do cotovelo
estão envolvidas para levantar o peso. Os exercícios de articulação
única requerem o movimento de apenas uma articulação para
concluir uma repetição. Um exemplo é rosca direta, na qual a
articulação do cotovelo é a única responsável pelo levantamento do
peso. Exercícios mono e multiarticulares têm um lugar na rotina de
construção muscular.
Com que frequência você deve mudar de exercício? Isso
realmente depende da fase do ciclo de periodização. As melhorias
de força tendem a ser maximizadas com um número limitado de
exercícios, porque a força máxima depende muito de fatores
neuromusculares que envolvem a conexão entre o cérebro, o
sistema nervoso e os músculos. O objetivo é conectar os
movimentos em seu circuito neural. Quanto mais você realiza um
determinado exercício, mais seu corpo desenvolve uma afinidade
pelo movimento.
Durante um ciclo de hipertrofia, por outro lado, a variação
frequente de exercícios é altamente desejável. O objetivo é variar
parâmetros como ângulo de tração, modalidade de exercício e assim
por diante, para obter diferentes padrões de ativação em músculos
inteiros e compartimentos musculares e fornecer um estímulo
exclusivo às fibras musculares que aumenta o microtrauma. Pode
ser benéfico alternar seus exercícios semanalmente. No mínimo,
tente alternar seus exercícios a cada poucas semanas.
Superfícies instáveis
Pranchas instáveis, bolas suíças, DynaDiscs, BOSU e outros
dispositivos de superfície instável estão entre as peças mais
populares de equipamentos de ginástica. Seu uso disparou ao longo
dos anos. Alguns proponentes chegaram ao ponto de afirmar que
todo exercício deve ser realizado em uma superfície instável.
Embora esses implementos possam ajudá-lo a atingir
determinados objetivos de condicionamento físico, seu uso
geralmente não é garantido em uma rotina de construção muscular.
Do ponto de vista da construção muscular, o benefício
percebido do treinamento instável da superfície é na verdade sua
maior fraqueza. Levantar pesos em uma superfície instável requer
uma extensa ativação da musculatura central. Mais ativação do
núcleo parece uma coisa boa, certo? Quando você considera a troca,
não é. O aumento do envolvimento dos músculos abdominais e
lombares ocorre às custas dos motores principais (agonistas) - você
simplesmente não consegue levantar tanto peso ao treinar em uma
superfície instável. Estudos mostram que a produção de força é
70% menor ao realizar exercícios em uma superfície instável do que
quando se realiza uma superfície estável (Behm, Anderson e
Curnew 2002).
Essas grandes reduções na produção de força diminuem a
tensão dinâmica dos músculos alvo, prejudicando as adaptações
hipertróficas. Uma exceção é que o uso de superfícies instáveis em
exercícios que trabalham diretamente a musculatura central pode
ser benéfico em uma rotina orientada à hipertrofia. Isso faz todo o
sentido, porque superfícies instáveis aumentam a ativação do
núcleo. Os abdominais, em particular, podem se beneficiar do
treinamento de superfície instável. Estudos mostram que as flexões
realizadas em uma bola suíça provocam atividade muscular
significativamente maior no reto abdominal superior e inferior e nos
oblíquos externos do que as flexões realizadas em condições
estáveis (Sternlicht et al. 2007).
Assim, a adição de alguns exercícios de superfície instável para
o trabalho de abdominais direto só pode melhorar o
desenvolvimento muscular.
Não se engane:
A periodização para construção muscular é uma rotina
complexa. Como tal, destina-se a quem tem pelo menos alguma
experiência e boa orientação. Se você não tiver a experiência
necessária, é provável que o programa sobrecarregue suas
habilidades de recuperação e leve rapidamente a um estado de
excesso de treinamento, portanto, adapte ao seu nível.
PROTOCOLO
Bloco 1
O bloco 1 é a rotina inicial de adaptação. Compreende quatro
microciclos de uma semana. Durante os três primeiros microciclos,
você trabalha três dias não consecutivos por semana (por exemplo,
segunda, quarta e sexta) e treina todos os principais grupos
musculares durante cada sessão. Um exercício será realizado por
grupo muscular. Você realiza três séries por exercício e descansa
aproximadamente um a dois minutos entre as séries. A intensidade
de todos os quatro microciclos deve corresponder a 15 a 20RM.
Aumente gradualmente o esforço semanalmente durante os
três primeiros microciclos, conforme a seguir. Durante o primeiro
microciclo no bloco 1 (semana 1 do mesociclo), seu nível de
esforço em todos os conjuntos deve corresponder a um EPR de 6
(ver tabela), o que significa que para cumprir os exercícios, você
não precisa “sofrer”. Em vez disso, seu objetivo é simplesmente
sentir os movimentos e desenvolver um senso de coordenação entre
os músculos que trabalham. Os intervalos de descanso devem ser
de aproximadamente um a dois minutos entre as séries. Durante o
segundo microciclo do bloco 1 (semana 2), seu nível de esforço em
todos os conjuntos deve corresponder a um RPE de 7 (ver tabela).
Os exercícios devem começar a ficar um pouco mais difíceis,
mas sem a necessidade de “lutar” para realizar as duas últimas
repetições. Concentre-se em produzir movimentos suaves e
controlados para desenvolver ainda mais a coordenação
neuromuscular. Os intervalos de descanso devem ser de
aproximadamente um a dois minutos entre as séries.
Bloco 2
PROTOCOLO
ESPECIFIDADES
BLOCO 2
O Bloco 2 é composto por quatro microciclos de uma semana.
Durante os três primeiros microciclos, você treinará quatro dias por
semana usando uma sequência de dois ativados, um desativado, dois
ativados, dois desativados (por exemplo, segunda, terça, quinta e sexta-
feira) ou dois ativados, um desativado, um ativado, desligado, desligado,
desligado (por exemplo, segunda, terça, quinta e sábado).
O treinamento incorpora uma divisão de dois dias que trabalha a
parte superior do corpo no dia 1 e a parte inferior do corpo no dia 2. O
número de exercícios por grupo muscular aumenta para incluir um
exercício estrutural e um exercício de assistência correspondente. Você
realizará três séries por exercício e levará aproximadamente três a cinco
minutos entre as séries nos exercícios estruturais e dois minutos de
descanso nos exercícios de assistência. A intensidade é realizada usando
a mesma progressão de carregamento de etapas do bloco 1.
Assim, o volume aumenta enquanto a intensidade permanece
constante. O primeiro microciclo no bloco 2 (semana 5 do mesociclo)
visa uma intensidade correspondente a 4 a 5RM para os exercícios
estruturais e 6 a 8RM para os exercícios de assistência. Seu nível de
esforço em todos os conjuntos deve corresponder a um RPE de 7 a 8, o
que significa que os exercícios são pesados, mas não estressantes demais.
O segundo microciclo no bloco 2 (semana 6) visa uma intensidade
correspondente a 2 a 3RM para os exercícios estruturais e 6 a 8RM para
os exercícios de assistência. Seu nível de esforço em todas as séries deve
corresponder a um EPR de 8 a 9, o que significa que os levantamentos
são muito exigentes, mas não progridem até o ponto de falha muscular
completa.
O terceiro microciclo no bloco 2 (semana 7) tem como objetivo
uma intensidade correspondente a 1 a 5RM de forma descendente para
os exercícios estruturais. Assim, a primeira série para cada exercício
estrutural visa um 4 a 5RM, a segunda série visa de 2 a 3RM e a série
final visa um aumento máximo a 1RM. Nessas séries, execute a primeira
série (ou seja, 4-5RM) em um EPR de 8, execute a segunda série (ou
seja, 2-3RM) em um EPR de 9 e leve a série final (ou seja, 1RM) para a
falha concêntrica.
Os exercícios de assistência manterão de 6 a 8RM para todos as
séries, e o esforço deve corresponder a um EPR de aproximadamente 8
a 9. Não falhe nos exercícios de assistência.
O quarto microciclo no bloco 2 (semana 8) é uma fase de
regeneração. Você treinará dois dias por semana, permitindo 72 horas
entre as sessões (por exemplo, segunda e quinta-feira) e seguirá uma
rotina de corpo total que funcionará em todos os principais grupos
musculares durante cada sessão. Você realizará um exercício de três
séries por grupo muscular. A intensidade será de 15 a 20RM. As séries
não devem ser excessivamente desafiadoras. Apontar para um RPE de 7
ou mais. Se você lutar nas últimas repetições, alivie o peso!
Protocolo do Programa
A fase metabólica é um mesociclo de quatro semanas e
baixa intensidade que consiste em um único bloco de
treinamento. É longo o suficiente para promover as adaptações
metabólicas desejadas sem comprometer a força e o tamanho
muscular. Três estratégias de treinamento metabólico são
usadas ao longo do mesociclo. Aqui está uma visão geral de
cada estratégia.
1-Treinamento metabólico direto. O treinamento metabólico
direto é semelhante ao treinamento tradicional de força: você
executa um determinado número de séries para um exercício,
prossegue para o próximo exercício para um determinado
número de séries (para nossos propósitos, você executa três
séries), e assim por diante até que você complete a rotina.
Simples, certo? O aspecto único do treinamento metabólico
direto é que as repetições são mantidas na faixa alta (15-20
repetições por série) e os intervalos de descanso são muito
breves (30 segundos entre as séries). Isso resulta em grandes
quantidades de estresse metabólico que causa uma sensação
intensa, ou “queimadura”, nos músculos que trabalham. Como
os períodos de descanso são curtos, seu corpo não terá tempo
suficiente para se recuperar.
Assim, você precisará diminuir progressivamente a
quantidade de peso usada na segunda e terceira série de um
exercício para manter o intervalo de repetições desejadas. Não
se preocupe. Lembre-se, o objetivo do treinamento metabólico
é aumentar seu limiar de lactato e promover a hipertrofia das
fibras com contração lenta; a carga é de consequência
secundária.
2-Treinamento em séries pareadas. Uma super série são dois
exercícios executados em sucessão sem descanso. Do ponto de
vista metabólico, um dos melhores métodos de super série é o
treinamento agonista/antagonista. Embora o treinamento em
pares geralmente se concentre em grupos musculares opostos
(por exemplo, costas e peito, bíceps e tríceps, quadríceps e
isquiotibiais), você baseará o exercício de pares em ações
conjuntas opostas, como flexão-extensão e abdução-adução.
Para garantir uma eficiência ideal, configure as estações de
exercícios com antecedência para poder se mover rapidamente
entre os exercícios. Você realiza um conjunto do primeiro
exercício, prossegue diretamente para o segundo movimento o
mais rápido possível, descansa por aproximadamente 30
segundos e depois repete por dois superconjuntos adicionais.
Em seguida, passe para o próximo emparelhamento agonista-
antagonista e assim por diante até concluir todos os conjuntos
emparelhados.
3-Circuito de treinamento. Ao contrário do treinamento
“reto”, o treinamento em circuito exige que você passe de um
exercício para outro com um descanso mínimo (idealmente,
menos de 10 segundos). Em essência, você realiza um conjunto
gigante de vários exercícios para diferentes grupos musculares.
ESPECIFIDADES
Protocolo do Programa
A fase muscular é um mesociclo de 12 semanas, composto
por três blocos de treinamento, seguidos por um período de
recuperação. Você usará cargas de intensidade moderada (6-
12RM) com intervalos de descanso moderados (60 a 90
segundos entre as séries). Essa combinação provoca uma
combinação ideal de tensão muscular e estresse metabólico -
uma fórmula essencial para maximizar o desenvolvimento
muscular. Você realiza um total de 25 a 30 séries por sessão e
faz várias séries para cada exercício. Você trabalhará grupos
musculares maiores (como quadríceps, glúteos e costas) com
um alto volume de treinamento. Por outro lado, os músculos
dos braços e panturrilhas são alvo de menos séries diretas totais,
porque são menores e funcionam como motores secundários em
muitos exercícios articulares.
A frequência do treinamento aumenta progressivamente ao
longo do mesociclo, o que culmina com uma fase de choque
que provocará um overreaching de curto prazo. As fases de
regeneração de frequência reduzida são intercaladas ao longo
do mesociclo para garantir uma recuperação adequada. Em
geral, os efeitos completos da supercompensação se
manifestam de uma a duas semanas após a conclusão de um
microciclo com excesso de alcance. Isso significa que você
deve obter ganhos musculares ótimos em algum momento
durante o microciclo de recuperação ativo.
1
1-3 3 dias/semana 2ª/4ª/6ª Peito, ombros, tríceps,
MMII, costas, bíceps,
abdômen
Variedade
Na fase muscular, esforcei-me por mudar os exercícios de
um treino para o outro usando uma abordagem multiarticular,
multiplanar e multimodal. Como discutido anteriormente, a
execução de uma variedade de movimentos ajuda a estimular
todas as fibras dos músculos principais para estimular o
crescimento e a simetria máximos dos músculos. Toda essa
variedade é absolutamente essencial? Não. Minha intenção aqui
era simplesmente mostrar o potencial de incorporar diferentes
movimentos à sua rotina, não sugerir que todo treino deva ser
diferente do anterior. Dito isto, você deve se esforçar para
mudar os exercícios regularmente. Não existe uma regra rígida
e rápida sobre a frequência com que essas mudanças devem ser
implementadas, mas uma boa regra geral é mudar as coisas pelo
menos a cada poucas semanas. Lembre-se, a variedade é o
tempero do desenvolvimento muscular!
Drop sets
Também conhecidos como strip sets ou séries
descendentes, envolvem a execução de uma série até a falha
muscular com uma determinada carga e, em seguida, a redução
imediata da carga e a continuidade do treinamento até a falha
subsequente. Essa técnica aumenta a fadiga das fibras
musculares e o estresse metabólico. Procure retirar os pesos o
mais rápido possível; descansar mais de alguns segundos entre
as séries diminui os efeitos benéficos da técnica. Você pode
executar várias “quedas” peso no mesmo conjunto para
provocar fadiga e estresse ainda maiores.
Séries emparelhadas
Lembre-se de que usamos o treinamento de séries
emparelhadas na fase metabólica do programa para aproveitar
o alto acúmulo de metabólitos associado as super séries. O
treinamento em pares também pode ajudar a aumentar o
desenvolvimento muscular - desde que a intensidade e os
intervalos de descanso correspondam a uma faixa de
hipertrofia. Ao contrário das super séries do mesmo músculo,
as super séries recíprocas (agonista/antagonista) não causam
muita redução na força. De fato, contrair um músculo
antagonista pode realmente aumentar a produção de força
durante as contrações subsequentes do agonista.
Presumivelmente, isso é o resultado da inibição reduzida dos
antagonistas e possivelmente da energia elástica armazenada no
complexo músculo-tendão. Como você já sabe, uma maior
tensão muscular gerada pelo agonista significa maiores
aumentos no crescimento muscular, principalmente na presença
de grandes quantidades de estresse metabólico.
Para tirar proveito desse efeito, faça o seguinte. Configure
estações de exercício agonista-antagonista para que você possa
se mover rapidamente entre os movimentos. Execute uma série
do primeiro exercício, prossiga diretamente para o segundo
movimento, descanse por aproximadamente 30 segundos e
repita por mais dois super séries. Em seguida, passe para o
próximo emparelhamento agonista-antagonista e assim por
diante até concluir todos os conjuntos emparelhados.
Heavy Negatives
Heavy negatives ou “choque de fase excêntrica” envolvem
a execução de contrações excêntricas com um peso superior ao
seu 1RM concêntrico. Estudos mostram que a inclusão desta
técnica em uma rotina pode ampliar a resposta do crescimento,
provavelmente como resultado de uma combinação de fatores,
incluindo maior invasão, dano muscular e estresse metabólico
(Schoenfeld 2011). O protocolo para a técnica é o seguinte.
Carregue a barra com um peso aproximadamente 25% mais
pesado que o seu 1RM para um determinado exercício. Por
exemplo, se o supino máximo for 100kg, use 125 kg. Execute
uma repetição excêntrica em um ritmo de aproximadamente
dois a três segundos, abaixando os pesos de maneira controlada.
Você não pode treinar sozinho, na fase concêntrica peça ajuda
ao seu parceiro. Procure três a quatro repetições por série. Não
tente esta técnica sem ajuda de um parceiro!
ESPECIFIDADES
BLOCO 1
BLOCO 2
O Bloco 2 é composto por quatro microciclos de uma
semana. Durante os três primeiros microciclos, você treinará
quatro dias por semana usando uma sequência de dois ativados,
um desativado, dois ativados, dois desativados (por exemplo,
segunda, terça, quinta e sexta-feira) ou dois ativados, um
desativado, um ativado, desligado, desligado, desligado (por
exemplo, segunda, terça, quinta e sábado). O treinamento
incorpora uma divisão de dois dias: você trabalha a parte
superior do corpo no dia 1 e a parte inferior do corpo no dia 2.
O abdômen é incluído nos dias da parte inferior do corpo. Você
realiza três a quatro séries de um a dois exercícios por grupo
muscular.
A intensidade é realizada usando a seguinte progressão de
carregamento de etapas. O primeiro microciclo do bloco 2
(semana 5 do mesociclo) visa uma intensidade correspondente
a 10 a 12RM. Seu nível de esforço deve corresponder a um EPR
de 8 a 9 nas séries iniciais de cada exercício, e você deve levar
a última série ao ponto de falha muscular concêntrica (EPR de
10). O segundo microciclo no bloco 2 (semana 6) tem como
objetivo uma intensidade correspondente a 8 a 10RM. Seu nível
de esforço deve corresponder a um EPR de 8 a 9 nas séries
iniciais de cada exercício, e você deve levar a última série ao
ponto de falha muscular concêntrica (EPR de 10) e realizar
séries em drop set. O terceiro microciclo no bloco 2 (semana 7)
tem como objetivo uma intensidade correspondente a 6 a 8RM.
Leve todos as séries ao ponto de falha muscular concêntrica
(EPR de 10). Depois de concluir todos os conjuntos para o
peito, costas e coxas, você executará um conjunto adicional de
“heavy negatives” para esse grupo muscular. O quarto
microciclo no bloco 2 (semana 8) é uma fase de regeneração.
Você treinará dois dias por semana, permitindo 72 horas entre
as sessões (por exemplo, segunda e quinta-feira) e seguirá uma
rotina de corpo total que funcionará em todos os principais
grupos musculares durante cada sessão. Você realizará um
exercício de três séries por grupo muscular. A intensidade será
de 15 a 20RM. Os conjuntos não devem ser excessivamente
desafiadores. Como na fase de regeneração anterior, almeje um
EPR de cerca de 7.
BLOCO 3