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EDUCAÇÃO FÍSICA
CONHECIMENTOS
TREINO (I)
Para além da aprendizagem é necessário organizar um processo que desenvolva o conjunto das
qualidades que permitam em situação de competição apresentar os recursos necessários de uma
forma eficaz para conseguir o sucesso desportivo.
O sucesso desportivo pode e deve ser entendido de diferentes formas e não unicamente como vencer
ou ser o melhor.
Podemos, então, definir o Treino como “o emprego sistemático dum complexo de ações motoras,
do qual resultam no organismo alterações morfológicas e funcionais como adaptação ao esforço
realizado”.
Os objetivos definem o nível de qualidade que se espera dum determinado atleta ou conjunto de
atletas. E este é determinado pelo nível de desenvolvimento das diferentes modalidades e pelo nível de
aptidão inicial e potencial de cada atleta.
Por outro lado, as modalidades não têm, todas, as mesmas características: temos modalidades
fundamentalmente de exibição, em que se treina o que se vai obrigatoriamente fazer; outras, em que a
incerteza é o fator fundamental, e como tal treina-se o que se julga que pode ocorrer nas competições; temos
outras ainda que dependem somente das ações e decisões dum atleta, enquanto que outras, dependem mais
da concertação coletiva em que as decisões individuais são pautadas pela forma como a “orquestra”
funciona em cada momento. Temos também modalidades em que as capacidades motoras são o suporte das
ações a realizar e outras em que as capacidades motoras são o fundamento da modalidade. Temos também
modalidades em que as competições são mais pontuais e afastadas no tempo, enquanto que outras são mais
regulares e contínuas, exigindo uma maior estabilidade no nível de qualidade conseguido.
Em cada caso a organização do treino desportivo exige requisitos particulares e deve responder às
características e necessidades de cada modalidade.
O treino desportivo necessita cada vez mais dar resposta a um conjunto de áreas que influenciam o
sucesso desportivo. Aliás, é por isso que cada vez mais as equipas técnicas são pluridisciplinares e
envolvem um conjunto de pessoas com responsabilidades de treinar as diversas dimensões do
comportamento desportivo.
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O TREINO (II)
O conceito de treino está relacionado com o conceito de adaptação que permite ao organismo
responder positivamente e adequadamente aos estímulos que o contexto coloca. Esses estímulos podem
ser circunstanciais, ou podem ser intencionais, sistemáticos e organizados. Quando é este o caso estamos
perante uma acção que podemos denominar de treino. É colocado um conjunto de estímulos de acordo com
um conjunto de objectivos e considerando as características das pessoas a quem esse processo se dirige.
As cargas de treino não são mais do que estímulos que se utilizam no treino desportivo com o
objectivo de promover o desenvolvimento dos desempenhos nas matérias da cultura física.
As cargas são compostas por quatro aspectos que podem ser manipulados e, como tal, permitem
definir cargas de treino diferenciadas, de acordo com as possibilidades dos indivíduos e de acordo com
os objectivos que se pretendem.
A intensidade traduz-se pelo valor da carga que pode variar de acordo com as características da
actividade. Por exemplo: a velocidade de execução, o peso na halterofilia ou o dispêndio energético são
exemplos da intensidade da carga.
O volume corresponde à duração da carga de treino o que poderá implicar um número maior ou
menor de exercícios realizados.
A complexidade da carga traduz o grau de dificuldade das tarefas que têm que ser realizadas num
determinado exercício. Evidentemente que este aspecto vai influenciar tanto a intensidade como o
volume. Quanto mais complexa é a tarefa maior é a intensidade. Neste sentido tarefas muito complexas,
pelo dispêndio energético que envolvem, terão um volume muito baixo.
A densidade da carga traduz-se pela relação entre o tempo activo e o tempo de exercitação.
Quanto mais essa relação for positiva, maior é a densidade da actividade. As sessões de grande
densidade têm poucos intervalos e uma intensidade elevada.
As cargas podem ser externas e internas. As primeiras correspondem ao que se espera que os
atletas realizem; as segundas são o impacto das primeiras em cada um dos indivíduos, porque as
pessoas não reagem todas da mesma forma aos estímulos que são propostos. A carga externa é definida
por um determinado volume e uma determinada carga que é proposta. A carga interna é a
repercussão orgânica em cada um dos indivíduos quando são sujeitos à carga externa proposta.
O jogo que podemos estabelecer entre as componentes da carga vai determinar o sentido do treino.
Podemos então:
aumentar o volume e aumentar a intensidade
aumentar o volume e diminuir a intensidade
diminuir o volume e aumentar a intensidade
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TREINO (III)
O objectivo do treino é a melhoria das capacidades funcionais. Para se conseguir essa melhoria é
preciso sujeitar os indivíduos à carga funcional adequada, mas também a uma alimentação correcta e à
quantidade de repouso necessário. Este, em particular, é muito importante, porque é ele que pode permitir
que o efeito das várias cargas seja positivo, em vez de prejudicial.
Assim qualquer processo de treino deve cumprir um conjunto de princípios que são fundamentais a
uma organização adequada e correcta. Devem ser considerados os cinco principais: os princípios da
multilateralidade, da continuidade, da progressão, da alternância e da individualização.
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE significa a reversibilidade dos efeitos do treino, o que obriga a que
o treino seja um processo regular e contínuo de forma a promover a diminuição do princípio da
reversibilidade, ou seja a dificultar a perda das possibilidades desenvolvidas. Só a continuidade das acções
organizadas e sistematizadas podem permitir a adaptabilidade.
O PRINCÍPIO DA ALTERNÂNCIA responde à questão da progressão. Como esta não pode ocorrer de
forma contínua e linear porque leva rapidamente à fadiga, torna-se necessário que o treino alterne cargas de
maior intensidade com cargas de menor intensidade, de forma a permitir a renovação dos tecidos
musculares e a potencialização dessa renovação.
O PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO diz-nos que os efeitos e as opções do treino não podem deixar
de considerar as características de cada pessoa. O que é eficaz e útil para certos atletas pode não ser para
outros. As opções tomadas têm que considerar o conhecimento a quem são dirigidas.
A organização dos processos de treino não pode deixar de considerar estes princípios aplicando as
leis inerentes à carga de treino. São elas três:
a lei da especificidade que nos diz que a carga de treino é específica em relação ao
objectivo, às acções desenvolvidas e aos grupos musculares que intervêm;
a lei da reversibilidade que significa que o efeito da carga perde-se;
a lei do efeito retardado que justifica que a resposta orgânica não é imediata e tem um efeito
latente que é variável de acordo com as características da carga utilizada.
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O treino realiza-se com base nas sessões de treino. Estas devem estruturar-se de acordo com um
conjunto de princípios e regras comuns a qualquer actividade física, em qualquer idade e
independentemente do nível de aptidão das pessoas intervenientes.
Qualquer sessão de treino não deve deixar de considerar várias dimensões da preparação dos atletas:
a preparação física, a preparação técnica (e táctica), a preparação moral e volitiva e a preparação
teórica.
A tendência geral é considerar a sessão de treino organizada em três partes: preparar para a acção,
a parte principal e o retorno à calma. Cada uma das partes justifica-se de acordo com objectivos
específicos, mas não pode deixar de considerar as articulações necessárias e as inter-relações suficientes de
forma a dar consistência à sessão de treino e às diferentes actividades que vão desenrolando ao longo do
treino.
A parte “Preparar para acção” é usualmente denominada “Aquecimento”. Este deve ser
entendido como a preparação para a prática das actividades físicas. Esta preparação deve incidir sobre dois
aspectos fundamentais:
Como tal, o “aquecimento” deve ser feito com atenção, moderação, progressão e continuidade.
Com atenção para os exercícios serem bem realizados e evitarem-se os acidentes e/ou lesões. Com
moderação, dominando as acções de forma a não se traduzirem em esforços muito intensos. Com
progressão aumentando gradualmente o volume e a intensidade da carga com que se realizam as várias
acções. Com continuidade para que cada acção seja realizada sem interrupção e com ligação.
Neste sentido, o “aquecimento” deve ser realizado de forma a cumprir três grandes objectivos:
Sendo assim, este período deve permitir a intervenção com os seguintes propósitos: 1º. Activação
cárdio-circulatória e respiratória; 2º. A mobilização articular; 3º. Os alongamentos musculares.
Pretende-se que, com o “aquecimento”, permita intervir a diferentes níveis e em diferentes estruturas
para que a unidade músculo e articulação e os sistemas globais que intervêm no esforço físico estejam
adaptados para poderem realizar acções de maior exigência.
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Uma articulação é composta pelos ossos que a definem, pela cartilagem e pela sinovial que funciona
como um lubrificante (como o óleo numa dobradiça), permitindo que a articulação se movimente bem, sem
ou com o mínimo atrito. É importante realizar movimentos preparatórios das principais articulações tanto
com o objectivo de as preparar para realizar esforços mais exigentes, como para diminuir o efeito da
degradação e do desgaste que a vida e a idade naturalmente implicam. Por outro lado, é importante
sublinhar que uma intervenção adequada, ao nível das articulações, é um factor positivo que potencializa a
amplitude das acções a realizar.
Deve-se iniciar os movimentos pela cabeça, solicitando nos vários planos a coluna cervical; de
seguida a cintura escapular (ou a linha dos ombros); então mobilizar o tronco, dando fundamental
importância à coluna dorso-lombar; mobilizar a cintura pélvica, a coxo-femural, os joelhos e finalmente as
articulações tíbio-társicas (dos pés). Para além das acções sobre estas estruturas, é importante, sempre que
os pulsos forem sujeitos a pressões intensas, prepará-los para esses esforços.
3º. Alongamentos
Com o propósito de permitir uma maior amplitude das acções e por outro lado diminuir os efeitos
negativos de contracções contínuas a que os músculos vão estar sujeitos, é importante realizar acções que
promovam o alongamento muscular. Este aspecto é também muito importante como factor de diminuição
de lesões de carácter muscular. Torna-se assim fundamental que estas acções sejam precedidas das
anteriores e actuem principalmente sobre o conjunto dos grupos musculares que vão, predominantemente,
intervir nas acções a realizar posteriormente. É importante que estas acções sejam realizadas de forma
contínua e suave, atingindo e ultrapassando ligeiramente o ponto máximo do alongamento e
mantendo a posição durante alguns segundos (de 3 a 10 segundos, conforme a aptidão inicial). As
“insistências” e o bloqueamento da respiração devem ser evitados e sempre que ocorrer uma dor aguda
deve imediatamente a acção ser interrompida.
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FLEXIBILIDADE (I)
A flexibilidade estática é determinada pela amplitude máxima que podemos atingir graças a
forças internas, ou seja, está directamente relacionada com o raio e acção dos movimentos de uma
articulação.
Duma forma simples podemos dizer que, no primeiro caso, estamos perante o movimento normal
que uma determinada articulação consegue realizar; no segundo caso estamos perante a situação de sermos
capazes de realizar movimentos bastante mais amplos do que aqueles que realizamos normalmente.
FLEXIBILIDADE (II)
A viscosidade é a característica do músculo que se traduz pela facilidade com que as fibras que
o compõem deslizam entre si. Este aspecto é muito influenciado pela temperatura do músculo. Neste
sentido, a actividade muscular se for precedida de um aquecimento adequado é facilitador de amplitudes
articulares mais elevadas.
RESISTÊNCIA
ESTRUTURA
OFERECIDA
Cápsula Articular 47%
Músculo 41%
Tendão 10%
Pele 2%
A fricção é a característica do músculo que se pode traduzir pela acção contrária à viscosidade,
ou seja, a dificuldade com que as fibras deslizam entre si.
FLEXIBILIDADE (III)
A flexibilidade é influenciada por um conjunto de factores que são importantes no seu trabalho de
desenvolvimento e que devem ser considerados nas opções metodológicas: 1. a actividade; 2. o sexo; 3. a
isquémia; 4. a temperatura; 5. a idade; 6. a hora do dia; 7. o ritmo nictomeral; 8. os hábitos culturais. Estes
factores traduzem um conjunto de características das pessoas, do contexto e do estilo de vida (ver Quadro
abaixo).
O sexo e a idade são duas características das pessoas que têm influência na flexibilidade. A
generalidade das investigações relacionadas com o sexo tem demonstrado que as raparigas apresentam
geralmente índices de flexibilidade superiores aos dos rapazes e que essa diferença permanece para o
resto da vida.
Quanto à idade tudo aponta para que a infância seja a idade onde as condições para apresentar
melhores índices de flexibilidade estão presentes. À medida que as crianças vão entrando em idade de
escolaridade vão-se tornando menos flexíveis, apresentando um ponto mais baixo por volta dos 10-12
anos. Daí em diante a flexibilidade começa a melhorar até à idade adulta jovem, mas raramente volta a
apresentar os mesmos índices da infância.
Em estreita relação com este factor temos a hora do dia e o ritmo nictomeral. O primeiro
determina que a flexibilidade é menos afirmativa nas primeiras horas da manhã. Por outro lado, o ritmo
nictomeral (o ritmo diário) influencia mais a flexibilidade do que as outras capacidades motoras. O
momento do início do dia activo parece determinar níveis de flexibilidade inferiores do que em outros
momentos da actividade diária.
As pessoas mais activas tendem a ser mais flexíveis do que as que são inactivas. Tal facto deve-
se ao facto, provavelmente, de que os tecidos conjuntivos tendem a encurtar quando são mantidos em
posições de encurtamento.
O estilo de vida pode implicar a oclusão arterial. As isquémias (suspensão da circulação sanguínea),
de acordo com investigações realizadas, têm uma influência negativa na flexibilidade dinâmica. Por
outro lado, as características culturais, que se manifestam pelo tipo de actividades físicas e posturais
habituais, podem também ter uma influência, num ou noutro sentido, nos níveis de flexibilidade dessas
pessoas. Por exemplo: os povos orientais devido às posições que utilizam tanto para orar como para comer
e mesmo ao tipo de actividades físicas que valorizam fazem com que apresentem maiores índices de
flexibilidade do que muitos povos ocidentais.
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FLEXIBILIDADE (IV)
A primeira etapa tem como objectivo o fortalecimento das articulações através dum trabalho
muscular localizado.
A segunda etapa vai permitir desenvolver a amplitude articular óptima associada às diferentes
habilidades e acções pretendidas.
A terceira etapa pretende a manutenção dos níveis desenvolvidos onde as cargas propostas devem
ter como principal objectivo a conservação dos índices de flexibilidade atingidos.
A flexibilidade, pelas suas características muito específicas de cada articulação e cada grupo
muscular e cada tipo de acção, coloca a necessidade de se cumprir as seguintes regras:
Hoje todos os conhecimentos disponíveis indicam que esta capacidade motora está muito associada
à saúde e apontam a flexibilidade das articulações raquidianas dorsais, das escápulo-humerais e coxo-
femurais como aquelas que assumem uma maior importância na qualidade de vida, na saúde e bem-estar das
pessoas.
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FLEXIBILIDADE (V)
Um autor importante do desenvolvimento das capacidades motoras sintetiza duma forma simples o
princípio fundamental do treino da flexibilidade: a flexibilidade não deve ser máxima, deve ser óptima
no sentido de que deve permitir a execução dos diferentes movimentos da melhor forma (ZatsiorsKy).
1º Flexão; 2º Levantar;
Movimentos elásticos com tempo de insistência: 1, 2, 3 flexão; 4 levantar;
Movimentos com balanço
A utilização destes métodos pelo uso de movimentos balísticos deve respeitar os seguintes
princípios:
Fazer o exercício com mais frequência e menor quantidade e sobretudo com regularidade;
A utilização de movimentos balísticos exige a indispensabilidade dum aquecimento
devidamente realizado;
Executar os primeiros exercícios de forma relaxada e com suavidade, só depois ir
aumentando os movimentos de forma progressiva e continuada;
Sempre que aparecer dor deve interromper-se a exercitação de imediato;
Este tipo de exercícios não deve ser realizado antes de treinos complexos e difíceis e antes ou
depois de competições
De acordo com estes princípios devem ser realizadas, em cada sessão de trabalho, 3 a 4 séries de
10 a 20 repetições. De repetição para repetição os efeitos vão se acumulando o que permite um aumento
significativo da amplitude, porque os músculos que dificultam o movimento (os antagonistas) vão oferendo
cada vez menos resistência à extensão. De série para série vai aumentando a amplitude gestual.
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FLEXIBILIDADE (VI)
Os MÉTODOS ACTIVOS que utilizam técnicas dinâmicas para a melhoria da flexibilidade têm vindo
gradualmente a ser abandonadas pelos riscos que um estiramento rápido nos músculos antagonistas pode
acarretar, apesar de alguns autores apontarem algumas vantagens, em particular, a aproximação aos
movimentos reais.
A principal vantagem, que é geralmente apresentada, é que os movimentos que são utilizados
nestes métodos são mais próximos, muitas vezes, dos movimentos que são realizados na actividade
física. Isto, porque se sabe que a flexibilidade é específica, ou seja, desenvolve-se de acordo com um certo
padrão e com os movimentos que utiliza na sua acção. Contudo, os riscos são muito elevados, para além de
se saber que as técnicas dinâmicas exacerbam o reflexo miotático dificultando o desenvolvimento da
flexibilidade. A principal razão para a desvalorização destas técnicas é a possibilidade de provocar lesões
de uma certa gravidade que devem ser evitadas.
Foram, assim, desenvolvidos outros métodos e outras técnicas, menos agressivos e com menos
riscos. Os MÉTODOS ACTIVOS que utilizavam técnicas de “stretching” estático foram os primeiros a serem
propostos em contraposição aos métodos que utilizavam técnicas dinâmicas e movimentos balísticos.
Com o desenvolvimento das actividades físicas desportivas propuseram-se outros métodos em que o
principal objectivo era proporcionar movimentos de amplitude articular muito elevada de forma
relativamente rápida. Foram elaborados os MÉTODOS PASSIVOS que se sustentam em técnicas de
facilitação proprioceptiva neuromuscular.
Invocam, pois, a manutenção duma posição estática por um período de tempo, durante o qual
as articulações são colocadas em situação tal que os músculos e o tecido conjuntivo são levados
passivamente ao seu maior comprimento possível. Estes métodos foram desenvolvidos para melhor
utilizar o reflexo miotático inverso, ajudando a relaxar os músculos que vão ser sujeitos a alongamento.
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FLEXIBILIDADE (VII)
Pelos perigos que representavam a utilização de técnicas dinâmicas nos métodos activos, foram
propostos outros métodos menos “agressivos” e menos “perigosos”. Apareceram, então, as técnicas de
“stretching” estático e os métodos passivos.
A utilização dos MÉTODOS PASSIVOS apresenta um conjunto de vantagens que os tornam mais
adequados à prática de desenvolvimento da flexibilidade. São elas:
FLEXIBILIDADE (VIII)
Os MÉTODOS PASSIVOS que se centram na facilitação proprioceptiva neuromuscular são aqueles que
se desenvolveram cientificamente de forma a encontrar as técnicas mais adequadas a níveis de amplitude
articular muito elevados numa perspectiva de aptidão atlética. É por isso que esses métodos estão muito
ligados ao desenvolvimento das prestações desportivas apesar de se terem inspirado nas experiências de
reabilitação motora em indivíduos com paralisias.
Os dois principais métodos passivos são o MÉTODO PNF e o MÉTODO 3S. Os dois baseiam-se
no jogo das contracções dos agonistas e dos antagonistas e exigem a necessidade duma ajuda externa
para poder atingir maiores graus de liberdade da articulação através da estimulação dos corpúsculos
de Golgi (responsáveis pelo controlo do alongamento dos tendões). Baseiam-se também na ideia de que, tal
como acontece com outras capacidades motoras, a flexibilidade é específica e define um padrão do
movimento mas também da amplitude articular que é necessário “desbloquear”.
Este método foi criado por H. Rabat em 1952 com fins terapêuticos e baseia-se no pressuposto de
que existe uma transferência positiva do alongamento passivo para o alongamento activo. Utiliza
técnicas de facilitação neuromuscular através da combinação de contracções alternadas dos músculos
agonistas e antagonistas, com ajudas e oposições, onde as contracções isométricas (sem alteração do
comprimento do músculo) assumem um papel importante.
O método pode ser descrito da seguinte forma: a articulação é colocada numa posição de extensão
quer pelo próprio sujeito quer pela ajuda dum companheiro. De seguida o sujeito, com a oposição do
companheiro, executa uma contracção isométrica com a duração entre 6 a 10 segundos, na qual tenta
mover a articulação na direcção contrária à da posição da extensão. Após a contracção isométrica volta-
se a fazer a extensão da articulação na direcção oposta através da acção do companheiro com a ajuda do
relaxamento do sujeito.
O que se pretende é utilizar simultaneamente três aspectos que ocorrem dessas acções e que são
facilitadores de maiores níveis de amplitude articular. São eles:
Cada ciclo completo de contracção e relaxamento deve ser repetido, pelo menos, três vezes, sendo
recomendado, para objectivos mais relacionados com a aptidão atlética, 6 a 8 repetições.
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FLEXIBILIDADE (IX)
O outro MÉTODO PASSIVO que foi desenvolvido a partir do PNF e que se baseia também em técnicas
de facilitação neuromuscular é o MÉTODO 3S. Este método foi desenvolvido para a aplicação nos
“desportos”.
Este método foi criado por Laurence Holt (USA) e é muito utilizado na Natação. É um
desenvolvimento do método PNF e pode ser caracterizado da seguinte forma:
Todas estas técnicas podem e devem ser utilizadas para o desenvolvimento da flexibilidade.
Julgamos contudo que aquelas que devem ser privilegiadas devem ser as técnicas de “stretching” estático
pela autonomia que permitem e pelas vantagens que transportam dos métodos passivos.
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FLEXIBILIDADE (X)
Para isso podem ser utilizados um grupo de testes já padronizados que permite observar, de forma
sistemática, desempenhos ao longo dos tempos. Estes testes são muito úteis porque permitem avaliar a
progressão do desenvolvimento dessa capacidade. Existem um número muito elevado de situações que
podem ser combinadas para medir o grau de flexibilidade de várias articulações e de vários grupos
musculares.
FLEXIBILIDADE (XI)
FLEXIBILIDADE (XII)
FLEXIBILIDADE (XIII)
Nos exercícios 1 e 2 de A) mede-se a distância entre a ponta dos dedos e o ponto zero que
equivale ao nível dos pés. O resultado expressa-se em + e – consoante se chega para além dos pés ou
aquém da ponta dos pés. No exercício da “ponte” mede-se em centímetros a distância da ponta dos dedos
e os calcanhares. No “Senta e Alcança Alternado” deve tentar chegar o mais longe possível na régua.
Na “Flexão Lateral do Tronco” mede-se em centímetros a distância percorrida pelas pontas dos dedos
duma posição a outra. Já na “Força do Tronco” mede-se em graus a capacidade de torção da coluna
vertebral.
Nos exercícios das “espargatas” o objectivo é medir a distância entre a sínfise púbica e o solo.
No exercício de flexibilidade combinada mede-se em centímetros a distância entre o peito e o solo.
Nos exercícios da flexibilidade da articulação escápulo-humeral (dos ombros), o objectivo é
conseguir realizar a acção pretendida. No primeiro caso, conservando os braços esticados, rodar os braços
até fazer tocar a vara a parte posterior das coxas e voltar à posição inicial. No segundo caso, conseguir
tocar, em ambos os ombros, com as pontas dos dedos das duas mãos.
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O Desporto é sem dúvida alguma um fenómeno social que cada vez mais assume uma maior
importância no conjunto das sociedades, em particular nas sociedades mais desenvolvidas e em vias de
desenvolvimento. Isto deve-se a um conjunto de fatores que, tendo início no início do século XX assumiram
maior importância nos períodos pós 2ª Grande Guerra. Para isso, tiveram muita influência a evolução
tecnológica e os modelos sociais que valorizavam, por um lado, a qualidade de vida das classes
trabalhadoras e, por outro lado, permitiam a existência dum tempo de ócio que permitiu o desenvolvimento
dum conjunto de outras atividades que era predominantemente orientadas para esse tempo livre. Isto
implicou um conjunto de transformações, desde a redução dos horários de trabalho, até o número de anos
de trabalho, a par da acessibilidade dos equipamentos, materiais e vestuário para as práticas das
atividades físicas, e as condições educativas, que permitiu a evolução das práticas desportivas estando,
hoje, muito longe daquelas que caracterizavam o início do século XX.
Evidentemente, que a valorização das atividades desportivas trouxe para a ordem do dia novas
preocupações e novas intenções que até aí eram menos valorizadas e, em alguns casos, mesmo
menosprezadas. Começou a colocar-se o problema dos locais de realização dessas atividades, o
conhecimento das atividades e a criação de hábitos que valorizassem essas atividades.
Estamos, então, perante um universo muito mais complexo que envolve inúmeros sectores e que
correspondem a interesses e finalidades diferentes. Os sectores são os seguintes: o Escolar dirigido cada
vez mais a todas crianças e jovens em idade escolar, através duma atividade obrigatória, a disciplina de
Educação Física, e do Desporto Escolar, para todos os alunos que queiram e possam; o Federado para
todos aqueles que integram clubes com o propósito competitivo e associativo, integrando-se em
competições organizadas; o Militar, quando a prática desportiva é realizada e organizada no âmbito das
estruturas militares; do Trabalho, quando as atividades, em particular as competitivas, são organizadas pelo
INATEL; o Universitário, quando a atividade se insere nas instituições do ensino superior organizadas em
torno de quadros competitivos, ou não; do Turismo dirigido para as pessoas que se encontram em locais de
férias e descanso; dos Deficientes que inclui o conjunto de atividades dirigidas a estas populações especiais
que necessitam de adaptações e enquadramentos próprios; o Autárquico que promove atividades dirigidas
às populações dum determinada local; o Prisional que organiza, enquadra e desenvolve atividades dirigidas
à população prisional como forma de dignificação humana e equilíbrio emocional e de integração social no
meio prisional.
Lazer e Desporto
As atividades físicas fazem, desde sempre, parte do quotidiano do Homem. Inicialmente apenas com o
objetivo de satisfazer as suas necessidades vitais, como a alimentação e defesa da tribo.
Com o aparecimento das sociedades produtoras e consequente desenvolvimento de atividades como a
agricultura e a pastorícia, o homem passou a dispor de mais tempo livre e a utilizá-lo em atividades lúdicas.
De igual forma a atividade guerreira e a preparação dos homens para jogos sociais levou ao aparecimento
das primeiras formas de ocupação dos tempos livres, com atividades de carácter físico.
Porém, é na Antiga Grécia e mais tarde em Roma que as atividades físicas começam a fazer parte
integrante dos tempos livres dos cidadãos e a revelarem grande impacto junto dos que não praticavam mas
que gostavam de assistir ao espetáculo. O melhor exemplo são os Jogos Olímpicos da antiguidade, onde
participavam os melhores atletas e os restantes assistiam.
Com a revolução industrial assistiu-se a grandes transformações na sociedade e especialmente à
conquista de regalias por parte dos trabalhadores como sejam: a diminuição do número de horas de
trabalho, a criação do fim-de-semana, férias pagas, a diminuição da idade limite de reforma e a reforma
gratificada.
Este conjunto de transformações permitiu a criação de um espaço de lazer na vida de todos os
trabalhadores.
A prática desportiva, institucionalizada pelas classes sociais privilegiadas, foi alargada às classes
trabalhadoras e, posteriormente, generalizou-se através de programas destinados a captar o público para
uma prática de atividade física e desportiva regulares. Assim o Desporto, como hábito cultural deixou de
ser praticado apenas pela classe burguesa, para passar a ser igualmente uma prática de classes operárias
que, com diferentes argumentos económicos e culturais, trouxeram novas posturas e valores.
O Desporto contemporâneo de elite, com um perfil extremamente regulamentado enquanto atividade
específica de competição, prevaleceu numa primeira fase, foi transformado na procura da rentabilização
dos tempos de Lazer com o aparecimento do chamado “desporto para todos”, em que os valores da
competição foram substituídos pelos valores inerentes à participação e recreação física. (Lança, 2003)
Entende-se por Lazer, o conjunto de ocupações a que o indivíduo se pode entregar de livre e
espontânea vontade, quer para repousar, quer para se divertir, quer para desenvolver a sua informação
ou a sua formação desinteressada, a sua participação social voluntária ou a sua livre capacidade
criadora, depois de se ter liberto das obrigações profissionais, familiares e sociais (Dumazdier, J. 1974).
Estes novos valores foram expressos em discursos que atribuíram ao desporto um conjunto de
virtualidades, melhorando a condição física e sobretudo a saúde, como um meio de relaxamento e
antisstress.
No entanto, tudo leva a querer que a relação entre o tempo de trabalho e o tempo livre se venha a
alterar consideravelmente na sociedade do futuro, o que implicará obrigatoriamente um novo quadro de
estratégias de desenvolvimento do desporto, tanto a nível conceptual e da dinâmica de participação dos
cidadãos como a nível do desenvolvimento social, da diversidade cultural, dos hábitos e rotinas de vida, do
sedentarismo e da concentração urbana.
Assim sendo, teremos obrigatoriamente que assistir a adaptações ao nível dos clubes desportivos,
autarquias e escolas de forma a responder às necessidades deste homem, portador de novos valores,
oferecendo mais e melhores atividades de ocupação dos tempos livres. E se para algumas faixas etárias ou
escalões sociais a oferta ou a procura pode estar mais facilitada por fatores de diversa ordem (financeira,
física, social), para outros segmentos da população a oferta, além de ir ao encontro de necessidades
próprias, terá forçosamente de ser equacionada fora de uma perspetiva lucrativa.
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A realização das Actividades Físicas, sejam elas Desportivas ou não, implica a existência de espaços
adequados que permitam a sua concretização com segurança e sem riscos para a saúde dos seus
utilizadores. De certa forma, considera-se que as Instalações para a prática das actividades físicas são um
elemento fundamental e essencial no desenvolvimento dessas actividades e no desenvolvimento pessoal e
social cumprindo uma função relevante na integração das populações e na evolução das comunidades em
que se inserem.
A organização dos espaços de prática desenvolveu-se de formas diferenciadas conforme os
objectivos, a actividade a praticar e os locais em que esses espaços se inseriam, o que implicou o
aparecimento de vários tipologias de instalações que, de acordo com a sua dimensão e número, foram-se
concretizando em pólos com características diversificadas.
As instalações para a prática das actividades físicas podem aparecer isoladas ou integradas num
conjunto. Podem corresponder a um espaço ou, pelo contrário, podem integrar vários espaços. Assim é
importante distinguir o que são espaços, instalações e equipamentos desportivos.
Por Espaço devemos considerar uma determinada área com certas características que permita a
realização duma actividade. Por exemplo, alguns estádios de Futebol integravam na área do campo de
Futebol, o espaço para a realização do Atletismo (com as devidas pistas); ou seja aquela Instalação
apresentava dois espaços que poderiam ser utilizados com objectivos diferentes e por diferentes actividades
físicas. Os pavilhões polidesportivos que existem nas Escolas são instalações que permitem utilizar
diversos espaços.
Por Instalação vamos entender o conjunto de espaços que incluem um determinado pólo de realização
das actividades físicas, onde se inserem também os espaços de apoio, tais como balneários, vestiários, salas
de apoio, casas-de-banho, etc.
Quando, no mesmo local, existem diversos pólos com várias instalações, estamos a referir-nos a um
Equipamento Desportivo. Os Equipamentos Desportivos apresentam uma certa autonomia e identidade
sendo quase sempre plurais e de utilidade diversificada. Por exemplo, os “Estádios de Futebol” são
usualmente Equipamentos Desportivos, porque, apesar de serem assim chamados, incluem, na generalidade
dos casos, vários tipos de Instalações ao dispor de várias modalidades, que não só o Futebol, para além de
outras actividades de apoio ao funcionamento dos clubes. As Piscinas Municipais são também, por vezes,
Equipamentos Desportivos, onde se incluem potencialidades e funções diversas.
As políticas de desenvolvimento das Actividades Físicas, Desportivas e outras, devem incluir como um
dos vectores de desenvolvimento os Recursos Materiais porque estes são um dos factores condicionantes
da saúde e do bem-estar das pessoas, bem como do aumento e da melhoria da prática das diversas
actividades físicas, para os vários escalões etários da população. Por outro lado, podem representar uma
função de aproximação dos elementos da comunidade, promovendo a integração, a inclusão e a identidade
comunitária.
Os vários espaços, conforme os objectivos e as actividades, devem considerar um conjunto de
características, no seu planeamento e construção. As principais são: a acessibilidade, facilitando a sua
utilização pelas populações; a economia, garantindo uma relação positiva entre os custos e a utilização; a
flexibilidade, de forma a permitir várias valências ou várias possibilidades, atribuindo aos espaços a
característica de polivalência, para permitir a realização de diversas actividades e de vários objectivos; o
tamanho, que deve considerar, de acordo com os objectivos, o número de utilizadores e de espectadores.
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Os Espaços para a prática das Actividades Físicas Desportivas e outras podem ser categorizados através
de várias formas, conforme o aspecto que for valorizado. Assim podemos ter:
Espaços Naturais versus Espaços Organizados, se o espaço potencializa as qualidades
naturais disponíveis na natureza, ou, pelo contrário, se é um espaço artificial desenvolvido e construído
pelo homem. Por exemplo: uma praia para realizar uma prova de natação, no Triatlo, ou uma prova de surf,
é um espaço natural, enquanto que uma piscina é um espaço organizado.
Espaços Monovalentes versus Espaços Polivalentes, se o espaço possibilita somente a
realização dum actividade física ou de várias, tornando-o mais especializado ou mais eclético. Os
objectivos e o nível de realização da actividade física têm implicações nesta característica do espaço. Se o
objectivo é fundamentalmente a competição e o espectáculo o espaço tende a ser mais monovalente.
Quando o objectivo é fundamentalmente formativo, de baixo nível competitivo e orientado para a
quantidade, em vez da qualidade, os espaços tendem a ser mais polivalentes.
Espaços Competição versus Espaços Formação/Treino, se o espaço é predominante-
mente vocacionado para a competição e para o espectáculo desportivo, ou se é vocacionado para o treino.
Os estádios de Futebol e os campos que caracterizam as Academias são um bom exemplo, para o
entendimento destas características.
Espaços Vocacionados versus Espaços Adaptados, se o espaço apresenta, ou não,
potencialidades diferentes para além das Actividades Físicas, permitindo servir diferentes funções
alternadamente. As escolas do 1º ciclo em que existe um espaço que serve simultaneamente de refeitório,
de ginásio e de salão de festas são um bom exemplo. Outro bom exemplo é o Pavilhão Multi-Usos, do
Parque das Nações, que permite a realização de actividades tão diversas como espectáculos desportivos,
concertos musicais, reuniões religiosas e outras.
Espaços Interiores versus Espaços Exteriores, se o espaço se encontra no interior dum
equipamento desportivo ou duma instalação ou se o espaço é em si a instalação, como por exemplo os
Pavilhões Polidesportivos (Interiores) e os ringues (Exteriores) que proliferam pelas comunidades para a
prática livre das actividades físicas. Esta característica é também influenciada pelos aspectos climáticos dos
locais em que se realizam as actividades físicas, para além das próprias actividades físicas. O Basquetebol
sendo principalmente uma actividade de interior é, também, em muitos sítios, realizada em espaços
exteriores. O mesmo se passando com as várias modalidades da Natação.
Espaços Cobertos versus Espaços Descobertos, se o espaço tem ou não cobertura
permitindo a sua utilização independentemente das condições meteorológicas. Usualmente, confunde-se os
espaços cobertos com os espaços interiores. No entanto, há espaços que, não sendo interiores, são cobertos.
Assim, é importante caracterizar os espaços segundo este referencial, porque a utilização de espaços
exteriores cobertos em várias zonas, em que as características climáticas permitem, facilita, com poucos
recursos financeiros, a resolução de alguns problemas que as instalações interiores levantam, tais como a
sonorização e a ventilação.
É na riqueza e na diversidade dos espaços existentes que os recursos materiais representam um dos
principais factores de desenvolvimento ou condicionantes da educação física das populações. É também um
indicador de desenvolvimento das sociedades e da qualidade de vida das pessoas. Como tal, os “Espaços
Desportivos” devem construir-se considerando três princípios fundamentais:
1º. O princípio de que os equipamentos para as actividades livres e
de recreação devem ser os elementos principais duma rede de instalações duma
comunidade;
2º. O princípio de que a programação duma rede integrada de
instalações deve envolver todas as áreas que participam nessa rede;
3º. O princípio de que as opções escolhidas devem ser adequadas e
úteis, ou seja favorecer planos de desenvolvimento e facilitar a
acessibilidade, considerando a localização, as horas de realização das
actividades e as próprias actividades disponíveis.
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Os “Espaços Desportivos” são também influenciados pela área onde se inserem. Nesta rede de
instalações disponíveis às comunidades podemos encontrar quatro áreas que desenvolvem este tipo de
espaços e que têm influência nas oportunidades das populações no acesso à prática das actividades físicas e
à sua valorização como elemento de cultura. São elas: a Área Autárquica, a Área Escolar, a Área
Privada, a Área Associativa e a Área Empresarial.
O conjunto das instalações que caracterizam a rede de “Instalações Desportivas” resulta dos vários
espaços, instalações e equipamentos que existem nas seguintes áreas:
A Área Autárquica, onde se incluem todos espaços e instalações que são da
responsabilidade das Câmaras Municipais, tais como os parques infantis, os ringues, e outros pólos de
instalações desportivas mais formais e mais organizadas e estandardizadas.
A Área Escolar, onde se inserem todas as instalações desportivas escolares, em que se
realizam as actividades da disciplina de Educação Física, do Desporto Escolar e outras actividades
realizadas por particulares e mesmo por clubes. A Área Escolar tem duas dimensões: Pública, onde se
incluem todas as Escolas Básicas e Secundárias e Universitárias, e Privada onde se incluem todos os
Colégios e Universidades Privadas.
A Área Privada, onde se incluem todas as instalações que existem nas casas particulares
e em instituições particulares, tais como hotéis, etc., em que não assumem o papel fundamental na acção
desses locais.
A Área Associativa que inclui o conjunto de instalações que pertencem aos clubes e
outros organismos de carácter associativo.
A Área Empresarial, inclui todas as instalações que existem em Ginásios, “Heath-clubs”
e outros locais em que as instalações são o principal local da acção da empresa e do “produto” que essas
empresas vendem. Pela importância que esta área vem assumindo nas sociedades modernas não pode deixar
de ser distinguida da Área Privada, pela importância que tem no desenvolvimento das populações e da
valorização da actividade física como factor social e cultural.
Os Espaços podem ser de vários tipos, de acordo com as suas dimensões e os seus objectivos. Temos
assim:
Espaços grandes de jogo – espaços onde se podem realizar Jogos Desportivos
Colectivos com dimensões nunca inferiores a 90mx45m
Espaços pequenos de jogo – espaços onde se podem realizar Jogos Desportivos
Colectivos, Patinagem, Desportos de Raquetas e outras actividades, individuais ou de grupo, com
dimensões inferiores a 90mx45m
Salas de Desporto/Ginásios – espaços onde se podem realizar Desportos de Combate,
Danças, Ginástica e outras actividades de grupo de carácter individual
Pistas de Atletismo – espaços que, estando associados sempre a espaços grandes de jogo,
possibilitam a realização das diferentes especialidades dos Lançamentos, Saltos e Corridas.
Piscinas – espaços em que podem ser realizadas as diferentes modalidades da Natação.
Todos estes tipos de espaço podem ser cobertos e descobertos, interiores e exteriores. Contudo, os
Espaços Grandes de Jogo são, em geral espaços exteriores, descobertos, no caso do Futebol e interiores
cobertos, no caso dos restantes Jogos Desportivos Colectivos. Por outro lado, os Espaços Pequenos de
Jogo são usualmente exteriores descobertos, onde se incluem os ringues que proliferam pelas várias
freguesias. As Salas de Desporto/Ginásios são interiores. As Piscinas são interiores quando o principal
objectivo é desportivo e descobertas quando o principal objectivo é o lazer e a recreação das populações.
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Falamos pois de Lesões decorrentes de uma prática desportiva desadequada, mal preparada ou não
controlada, por parte do indivíduo.
Para que o exercício seja benéfico para a saúde, é necessário que seja executado de forma correcta.
Geralmente as lesões decorrem de alguma falta de cuidado relativamente a aspectos como: o
aquecimento preparatório para a actividade a desenvolver, o retorno à calma no final com exercícios de
alongamento e ainda o uso de roupa e principalmente de calçado apropriado.
Também a quantidade deve estar de acordo com a condição física do praticante, ou seja é
fundamental que o plano de trabalho físico seja o mais individualizado possível, que os exercícios
sejam executados tendo em conta a lateralidade (esquerda/direita) e após um período de adaptação.
Para além destes cuidados é fundamental efectuar uma avaliação e acompanhamento médico de
forma a garantir que estão reunidas as todas as condições para a prática de determinada actividade
física.
Entende-se por Lesão desportiva qualquer anomalia nos tecidos, quer sejam internos ou externos e
que origina as seguintes consequências:
Redução total ou parcial da actividade;
Necessidade de orientação médica ou tratamento;
Repercussões na vida económica e social.
Tendão: é uma fita ou cordão fibroso, formado por tecido conjuntivo, graças ao qual os músculos
se inserem nos ossos ou noutros órgãos. Têm a função de manter o equilíbrio estático e dinâmico do
corpo, através da transmissão do exercício muscular aos ossos e articulações.
Ligamento: é um feixe de tecido fibroso mais ou menos comprido, largo e robusto, de forma
aplanada ou arredondada, formado por tecido conjuntivo, que une entre si duas cabeças ósseas de uma
articulação (ligamento articular) ou mantém no seu local fisiológico habitual um órgão interno
(ligamento suspensor).
Articulação: são conexões habituais existentes entre dois ou mais ossos. As articulações móveis
estão revestidas de cartilagem e incluem bolsas de fluido lubrificante (líquido sinovial).
Independentemente da estrutura afectada, a lesão pode ser contraída: num único momento, causada
por um traumatismo – aguda – ou através da repetição continuada de determinado tipo de movimento
– sobrecarga.
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É importante que se conheçam os factores condicionadores das lesões desportivas, de forma a reduzir o
risco do seu aparecimento. Estes por seu lado podem ser intrínsecos, ou seja inerentes ao indivíduo ou
extrínsecos, que afectam o indivíduo mas que não lhe são inerentes.
Intrínsecos:
Idade
Hereditariedade
Sexo
Condição Física
Desenvolvimento motor
Alimentação
Factores psicológicos
Extrínsecos:
Tipo de equipamento
Condições climatéricas
Aspectos de execução da técnica de cada modalidade
Organização do treino e da competição
Cargas de treino e de competição
Condições físicas envolventes