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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

MAICON ALAN PASLAUSKI

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE CONSTRUÇÃO


REALIZADA EM ALVENARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO EM
CONCRETO ARMADO COM ALVENARIA DE VEDAÇÃO

Ijuí
2019
MAICON ALAN PASLAUSKI

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE CONSTRUÇÃO


REALIZADA EM ALVENARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO EM
CONCRETO ARMADO COM ALVENARIA DE VEDAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso de


Engenharia Civil apresentado como requisito
parcial para obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientador: Me. Rafael Aésio de Oliveira Zaltron

Ijuí /RS
2019
MAICON ALAN PASLAUSKI

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE CONSTRUÇÃO


REALIZADA EM ALVENARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO EM
CONCRETO ARMADO COM ALVENARIA DE VEDAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro
da banca examinadora.

Ijuí, 08 de julho de 2019

Prof. Rafael Aésio de Oliveira Zaltron

Mestre pela Universidade Federal de Ouro Preto – Orientador

Prof. Me. Lia Geovana Sala

Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Rafael Aésio de Oliveira Zaltron (UNIJUÍ)

Mestre pela Universidade Federal de Ouro Preto

Prof. Fernando Wypyszynski (UNIJUÍ)

Especialista pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas


AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por todas as bênçãos concedidas para que eu chegasse até
aqui;

Aos meus pais, Valdemar e Nair, pelo exemplo de pessoas que são, pela motivação e
força, e por terem investido na minha educação desde o princípio e até hoje;

À minha futura esposa, Jéssika, pelo seu companheirismo, amor e dedicação de todos
os dias;

À minha irmã, Marciele, pelo interesse no meu crescimento profissional e por estar
sempre ao meu lado agregando conhecimento e disposição para seguir em frente;

Aos demais familiares que estiveram por perto quando necessitei de colaboração e
ajuda;

Agradeço por aguentarem minha ausência e muitas vezes minha falta de paciência;

Ao engenheiro Samir Francisco Casalini Wildner, pelo apoio e ajuda com o projeto em
alvenaria estrutural e também pelo conhecimento prático na área de engenharia;

Ao meu orientador de Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso, Me. Eder Claro


Pedroso, pela paciência e dedicação no início deste propósito;

Ao meu orientador, Me. Rafael Aésio de Oliveira Zaltron, pela disponibilidade e auxílio
nos cálculos que envolvem esta pesquisa.
Deus nunca disse que a jornada seria fácil, mas Ele disse que a
chegada valeria a pena.

Max Lucado
RESUMO

PASLAUSKI, Maicon Alan. Estudo comparativo de custos entre construção


realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto armado com alvenaria de
vedação. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

Para a realização de um orçamento adequado, é necessário conhecer os insumos a serem


utilizados e os custos unitários. Esta pesquisa disserta sobre a comparação de custos de uma
edificação de seis pavimentos executada primeiramente em alvenaria estrutural e, em seguida
em concreto armado com alvenaria de vedação. Com base no projeto de alvenaria estrutural,
adaptado ao sistema construtivo em concreto armado com alvenaria de vedação, foram
construídas planilhas com quantitativos de insumos, referentes aos índices estabelecidos pelo
SINAPI – RS, compondo planilhas orçamentárias com valores específicos; obtendo as tabelas
dos quantitativos de cada sistema construtivo, alvenaria estrutural e concreto armado, foi
efetuada a comparação entre os dois sistemas em relação aos custos, com análise unitária do
pavimento tipo e também uma análise global da edificação. A estrutura de um edifício, com
seis pavimentos, executado em alvenaria estrutural apresenta diferença de custo global, em
relação, a edificação construída pelo sistema de concreto armado com alvenaria de vedação.
Por possuir projetos associados e integrados entre si, a alvenaria estrutural requer um
planejamento mais adequado, proporcionando um controle de qualidade maior se comparado
com concreto armado. Os resultados apresentam o sistema de concreto armado como mais
rentável, uma vez que o sistema construtivo em alvenaria estrutural apresenta na edificação
total uma carga superior ao outro sistema construtivo, o que faz com que haja a necessidade de
adotar maior número de aço e concreto nas fundações; também há a questão da mão de obra,
que deve ser especializada para a alvenaria estrutural, a fim de evitar desperdícios.

Palavras-chave: Engenharia civil. SINAPI. Orçamento.


ABSTRACT

PASLAUSKI, Maicon Alan. Estudo comparativo de custos entre construção


realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto armado com alvenaria de
vedação. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

In order to realize an adequate budget, it is necessary to know the materials to be used


and its costs. This research makes a cost comparison of a six-floor building executed in
structural masonry with the same building constructed in reinforced concrete. Based on the
structural masonry project, adapted to the concrete reinforced constructive system with
masonry, spreadsheets were made with the quantitative of the materials, referring to the indexes
established by SINAPI - RS, composing budget spreadsheets with specific values; lastly,
obtaining the quantitative of the materials of each construction system, a comparison was made
between the two systems in costs relation, with a reference floor plan unit analysis and also a
global analysis of the building. The structure executed in structural masonry presents global
cost difference in relation to the building constructed in reinforced concrete system. Because it
has associated and integrated projects, structural masonry requires more adequate planning,
providing a better quality control when compared to reinforced concrete. The results show that
the reinforced concrete system is more profitable, since the structural masonry system presents
a higher load in the building than the alternative constructive system, which means that there is
a need to use more steel and concrete in the foundations; there is also the labor problem, which
must be specialized for structural masonry in order to avoid waste.

Keywords: Civil Engineering. SINAPI. Budget.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pirâmide de Quéops ...................................................................................... 17


Figura 2: Edifício Monadnock, em Chicago ................................................................ 18
Figura 3: Teatro Municipal de São Paulo ..................................................................... 19
Figura 4: Alvenaria Estrutural ...................................................................................... 21
Figura 5: Alvenaria não armada ................................................................................... 22
Figura 6: Alvenaria armada ou parcialmente armada ................................................... 23
Figura 7: Sistema de alvenaria estrutural ..................................................................... 24
Figura 8: Componentes do sistema construtivo em concreto armado .......................... 29
Figura 9: Estrutura em concreto armado ...................................................................... 31
Figura 10: Bloco de cerâmica/tijolo seis furos ............................................................. 33
Figura 11: Delineamento da pesquisa ........................................................................... 40
Figura 12: Fachada da edificação ................................................................................. 41
Figura 13: Layout do pavimento tipo ........................................................................... 42
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Levantamento de custos do Pavimento Tipo - Alvenaria Estrutural ............ 44


Tabela 2: Levantamento de custos do Pavimento Tipo - Concreto Armado ................ 46
Tabela 3: Cargas da Alvenaria Estrutural ..................................................................... 49
Tabela 4: Cargas do Concreto Armado ........................................................................ 50
Tabela 5: Custo total da edificação em Alvenaria Estrutural ....................................... 50
Tabela 6: Custo total da edificação em Concreto Armado ........................................... 51
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Custos do Pavimento Tipo em Alvenaria Estrutural ................................... 44


Gráfico 2: Custos do Pavimento Tipo em Concreto Armado ....................................... 46
Gráfico 3: Custo do pavimento tipo ............................................................................. 48
Gráfico 4: Custo global em Alvenaria Estrutural ......................................................... 51
Gráfico 5: Custo global em Concreto Armado ............................................................. 52
Gráfico 6: Custo global dos sistemas construtivos ....................................................... 52
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

cm Centímetros

m Metros

SINAPI Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil

MPa Megapascal

Fck Resistência Característica do Concreto à Compressão

m³ Metro Cúbico

m² Metro Quadrado

Kg Quilograma
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 13

1.1 PROBLEMA ................................................................................................ 14

1.1.1 Questões de Pesquisa.................................................................................. 14

1.1.2 Objetivos de Pesquisa ................................................................................ 15

1.1.3 Delimitação ................................................................................................. 15

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................. 16

2.1 HISTÓRIA DO SISTEMA CONSTRUTIVO ............................................. 16

2.2 TIPOS DE ALVENARIA ............................................................................ 20

2.2.1 Componentes do sistema construtivo em alvenaria estrutural .............. 23

2.2.1.1 Unidade (ou blocos) ..................................................................................... 25

2.2.1.2 Argamassa .................................................................................................... 25

2.2.1.3 Graute .......................................................................................................... 26

2.2.1.4 Armaduras .................................................................................................... 27

2.2.1.5 Modulação.................................................................................................... 28

2.2.2 Componentes do sistema construtivo em concreto armado ................... 28

2.2.2.1 Concreto armado ......................................................................................... 29

2.2.2.2 Formas ......................................................................................................... 32

2.2.2.3 Blocos (ou tijolos) ........................................................................................ 32

2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CADA SISTEMA


CONSTRUTIVO .......................................................................................... 33

2.3.1 Alvenaria estrutural ................................................................................... 34

2.3.2 Concreto armado ........................................................................................ 36

2.4 SINAPI ......................................................................................................... 37

3 ESTUDO DE CASO ................................................................................... 38

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ................................................................... 38

3.2 DELINEAMENTO ...................................................................................... 39


4 ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE CONSTRUÇÃO
REALIZADA EM ALVENARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO
EM CONCRETO ARMADO COM ALVENARIA DE VEDAÇÃO .... 41

4.1 APRESENTAÇÃO DO EDIFÍCIO ............................................................. 41

4.2 LEVANTAMENTO DE CUSTOS ENTRE OS DOIS SISTEMAS


ESTRUTURAIS ........................................................................................... 42

4.2.1 Custos do Sistema Construtivo em Alvenaria Estrutural ...................... 43

4.2.2 Sistema Construtivo em Concreto Armado com Alvenaria de


Vedação ....................................................................................................... 45

5 ANÁLISES DOS CUSTOS........................................................................ 48

5.1 ANÁLISE DE CUSTOS DO PAVIMENTO TIPO ..................................... 48

5.2 ANÁLISE GLOBAL DE CUSTOS DA EDIFICAÇÃO ............................. 49

6 CONCLUSÃO ............................................................................................ 54

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55

ANEXO I: CÁLCULO DE CUSTOS DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM


ALVENARIA ESTRUTURAL PARA UM PAVIMENTO TIPO ......................... 60

ANEXO II: CÁLCULO DE CUSTOS DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM


CONCRETO ARMADO PARA UM PAVIMENTO TIPO ................................... 62
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1 INTRODUÇÃO

A alvenaria é um material usado nas construções há milhares de anos. Inicialmente,


foram construídas com tijolos de barro e pedras, a partir de métodos experimentais,
apresentando baixa resistência. Somente ao longo do tempo foram desenvolvidos tijolos
cozidos e outros materiais, aumentando a sua resistência. (RAMALHO; CORREA, 2003)

A alvenaria é um sistema construtivo muito tradicional, tendo sido muito utilizado desde
o início da atividade humana de executar estruturas para os mais variados fins. Com a utilização
de blocos de diversos materiais, como argila, pedra e outros, foram produzidas obras que
desafiaram o tempo, atravessando séculos ou mesmo milênios e chegando até nossos dias como
verdadeiros monumentos de grande importância histórica. (RAMALHO; CORREA, 2003, p.
2)

De acordo com Mello (2004), investir em imóveis é uma prática em ascensão, uma vez
que o desejo de possuir a casa própria faz com que as pessoas procurem esta atividade.
Preferencialmente a população procura sistemas construtivos de baixo custo e boa qualidade,
expandindo, neste espaço onde há referência das construções convencionais (como a alvenaria
de vedação), o método da alvenaria estrutural.

A alvenaria de vedação tem nas paredes a função principal de vedar os ambientes,


criando divisórias e fachadas. A estrutura se dá por meio de pilares e vigas, utilizando o concreto
armado. Um dos benefícios desse sistema é que não há limites nas medidas do projeto,
permitindo futuras reformas nas obras. O diferencial da alvenaria estrutural armada para a
alvenaria de vedação é a diminuição, ou quase ausência de pilares e vigas. Nesse sistema, as
paredes têm a capacidade de sustentar as instalações, ou seja, além de ter a função de vedação
são também a estrutura da construção. A desvantagem é que a alvenaria estrutural não permite
modificações fora dos padrões de elaboração do projeto (MOLITERNO, 2001).

Com a atuação de diversos fatores, é possível observar que, no decorrer da história,


houve modificações na construção civil, aumentando o número de empresas e a disputa entre
estas. Então, o objetivo das construtoras, a fim de manterem-se no mercado, é, além de garantir
lucros satisfatórios, a eficiência no processo construtivo. Na alvenaria estrutural é possível ter
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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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uma maior racionalização da mão de obra, redução de custos e desperdícios, maior agilidade,
economia e bom acabamento, explicando assim o motivo deste sistema substituir a estrutura de
concreto armado (FERNANDES e FILHO, 2010).

Esta pesquisa tem como tema a comparação de custos entre uma construção de seis
pavimentos executada em alvenaria estrutural, e uma construção similar utilizando o sistema
de concreto armado com alvenaria de vedação.

1.1 PROBLEMA

Segundo Hendry (2002), a resistência dos blocos, a qualidade da mão de obra, a


resistência da argamassa, as condições de cura, a espessura da junta de argamassa e, a absorção
inicial de água, são alguns dos fatores que influenciam na resistência da alvenaria à compressão.

A modulação e racionalização do projeto são os principais aspectos de uma construção


em alvenaria estrutural, além do desempenho. É de suma importância que os projetos elétrico,
hidráulico, estrutural e arquitetônico estejam devidamente compatibilizados e integrados, para
assim gerar uma expressiva redução do custo total da obra (FERREIRA; POMPEU JUNIOR,
2010).

O engenheiro deve compor a distribuição das paredes estruturais de maneira equilibrada,


aplicando o máximo possível de simetria na edificação, considerando os sentidos vertical e
horizontal, garantindo plena estabilidade da estrutura em relação às cargas horizontais. Caso a
distribuição da carga não seja orientada, pode haver a necessidade de utilizar materiais com
diferentes resistências nas paredes de um mesmo pavimento, ou grauteamento de algumas
paredes, aumentando o custo final da obra (LISBOA, 2008).

1.1.1 Questões de Pesquisa

Definir o sistema de construção a ser utilizado é determinante para o futuro da obra ser
bem-sucedido e atender as expectativas do projeto. Neste sentido, esta pesquisa visa destacar
as diferenças entre a construção convencional e a construção de alvenaria estrutural armada,
incluindo os benefícios e as desvantagens de cada opção. Conforme Tauil e Nese (2010, p. 61)
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Maicon Alan Paslauski (maiconpaslauski@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí
DCEENG/UNIJUÍ, 2019.
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“É possível pensar no sistema construtivo antes mesmo da escolha do terreno. A finalidade a


que se destina a edificação, aliada a informações claras, comunicações e registros é fator de
sucesso para essa escolha e um bom resultado futuro”. Portanto, ter clareza da escolha é o que
estabelecerá o sucesso da obra.

Apesar do baixo custo e menor desperdício, a alvenaria estrutural ainda sofre críticas
devido à falta de conhecimento dos profissionais que executam estas atividades. A construção
convencional, ou seja, a alvenaria de vedação, ainda é a mais aceita, pois se encontra mais
facilmente mão de obra apta para sua realização. Esta pesquisa trará o conhecimento para fazer
a comparação adequada entre os dois métodos, e assim tornar esta escolha mais satisfatória em
relação ao resultado final da obra. “Como o orçamento é preparado antes da efetiva construção
do produto, muito estudo deve ser feito para que não existam lacunas na composição do custo,
nem considerações descabidas”. (MATTOS, 2014, p.22)

1.1.2 Objetivos de Pesquisa

Objetivo Geral:

Comparar os tipos de construção Alvenaria Estrutural e Concreto Armado com


alvenaria de vedação, em relação aos custos.

Objetivos específicos:

 Levantar dados para analisar os custos dos materiais utilizados na Alvenaria Estrutural
e no Concreto Armado com alvenaria de vedação;
 Diferenciar custo-benefício de cada opção de construção analisada.

1.1.3 Delimitação

Trata-se de um estudo comparativo de custos entre um edifício executado em alvenaria


estrutural com blocos de concreto e, uma estrutura equivalente, porém, construída em concreto
armado com paredes de vedação de blocos cerâmicos.

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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2 REVISÃO DA LITERATURA

A palavra alvenaria, no seu sentido mais claro e enciclopédico, significa “elemento


construtivo representado pela superposição de pedras e outros materiais, unidos ou não por
argamassa. Conjunto que compõe paredes e muros, com finalidade estrutural ou de vedação”.
Desde o início das civilizações as construções em alvenaria atravessaram séculos com técnicas
construtivas simples, sem muitas alterações nos conceitos e suas formas de utilização
(SANCHEZ, 2002).

2.1 HISTÓRIA DO SISTEMA CONSTRUTIVO

O desenvolvimento do sistema construtivo se deu inicialmente através do puro e simples


empilhamento de unidades, tijolos ou blocos, de forma a cumprir a projeção. Até poderiam
existir vãos, mas sempre utilizando peças auxiliares, como vigas de madeira ou pedra por
exemplo. Eram vãos que apresentavam sérios problemas em relação a necessidade de serem
executados com dimensões relativamente pequenas. Também havia a questão do material
utilizado nessas vigas, no caso de ser um material de vida útil relativamente menor quando
comparado ao material das próprias alvenarias, como no caso de vigas de madeira utilizadas
sobre alvenarias cerâmicas de pedra. Por esse motivo que muitas construções antigas não podem
ser apreciadas em sua plenitude nos dias de hoje. Construções como a de Pompéia ou as ruínas
de Babilônia têm suas paredes originais, mas os pavimentos e telhados, são reconstituídos
devido ao desgaste do tempo. Com o desenvolvimento do sistema construtivo, percebeu-se que
os arcos seriam uma alternativa viável e interessante para a execução dos vãos. Assim, poderiam
ser obtidos através do arranjo das unidades, de maneira que garantissem o preceito básico da
não-existência de tensões de tração de valores significativos. Desta maneira puderam ser
executadas pontes e muitas grandes obras com beleza e durabilidade, aumentando
significativamente a qualidade do sistema construtivo (RAMALHO e CORREA, 2003).

Em toda a história das civilizações, as edificações em alvenaria estão entre as


construções com maior aceitação pelo homem. Após mais de dois mil anos, edificações
monumentais em alvenaria de pedras e tijolos ainda permanecem em pé, muitas ainda sendo
ocupadas, provando a durabilidade e aceitação deste material e deste sistema construtivo ao

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Maicon Alan Paslauski (maiconpaslauski@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí
DCEENG/UNIJUÍ, 2019.
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passar do tempo. A rápida difusão do concreto no século 20, através de programas de pesquisas
financiados pelas indústrias de cimento, tornou este o material mais utilizado no mundo. Porém,
os sistemas pré-fabricados com este material, utilizados como paredes, vem tendo pouca
aceitação pelos moradores devido ao fato de ocasionar grande quantidade de patologias. Por
isso, mesmo em quase todos os prédios em concreto armado, as paredes ainda continuam a ser
fechadas em alvenaria de tijolos cerâmicos. Outro porém é o baixo custo e o conforto térmico
que a alvenaria proporciona comparada ao concreto. Em razão disto, as fábricas estão se
modernizando e apresentando novos materiais cerâmicos, aumentando a resistência e
durabilidade, como os blocos estruturais cerâmicos. Estes materiais, cada vez mais utilizados
pelas construtoras, trazem benefícios à produtividade da mão de obra, redução de custos de
construção e mantêm a qualidade no isolamento acústico e térmico que a cerâmica proporciona
(DUARTE, 1999).

Utilizada há milhares de anos, a alvenaria é um material que está entre as formas mais
antigas de construção utilizadas pelo ser humano. É amplamente empregada nas moradias.
Templos religiosos e monumentos. Na figura 01 podemos ver um exemplo dessa antiguidade,
trata-se da pirâmide de Quéops onde foram utilizados mais de dois milhões de blocos de pedra
(ACETTI, 1998).

Figura 1: Pirâmide de Quéops

Fonte: Infoescola (2019)

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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Hendry (2002) ressalta que, em meados do século XVII, a alvenaria estrutural passou a
ser vista como uma tecnologia no ramo da construção civil. Ainda nos séculos 19 e 20, apesar
de haverem realizados testes de resistência dos elementos de alvenaria estrutural, em muitos
países haviam diversas limitações obtendo métodos de cálculos empíricos de baixa eficiência.
As paredes dos edifícios eram construídas com excessivas espessuras, como é o caso do Edifício
Monadnock, em Chicago, ilustrado na figura 02.

Figura 2: Edifício Monadnock, em Chicago

Fonte: UFJF (2019)

Construído entre 1889 e 1891, o edifício tornou-se símbolo da modernidade, utilizando


a alvenaria estrutural. Com 65 m de altura e 16 pavimentos, chega a ter espessura de 1,80 m,
calculado pelo método empírico utilizado na época (RAMALHO; CORRÊA, 2003).

Na época, o aço estrutural e o concreto armado permitiam construções de edificações


mais elegantes, com isso a alvenaria conduziu-se prioritariamente para edifícios de pequeno
porte, diminuindo sua participação no mercado. Na década de 50, após serem realizados vários
experimentos na Europa, a alvenaria despertou os interesses mais uma vez como opção na
construção de empreendimentos. Na Suíça foi construído um edifício de 13 pavimentos, com
paredes externas de 37,5 cm e paredes internas de 15 cm de espessura (ACETTI, 1998).
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DCEENG/UNIJUÍ, 2019.
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Na década de 70 a alvenaria estrutural passou a ser reconhecida no Brasil como uma


tecnologia de engenharia, com princípios regularizados cientificamente através de projetos
estrutural. Na figura 03 é destacada uma das construções mais relevantes em alvenaria
estrutural, o Teatro Municipal de São Paulo, construído entre 1903 e 1911. Em São Paulo, no
ano de 1966, surgiram os primeiros edifícios brasileiros com blocos vazados de concreto
(RAMALHO, CORRÊA, 2003).

Figura 3: Teatro Municipal de São Paulo

Fonte: Theatro Municipal (2019)

Após anos de desenvolvimento e adequações, a alvenaria estrutural foi oficialmente


normatizada, concretizando-se através de conjuntos habitacionais de baixa renda desenvolvidos
em grande escala no país (SABBATINI, 1989).

No Brasil, o sistema construtivo em alvenaria é utilizado desde a chegada dos


portugueses, no início do século XVI. Porém, a alvenaria estrutural é um sistema mais recente,
elaborado visando a economia na obra. A cronologia é um pouco controversa, mas supõe-se
que os primeiros edifícios brasileiros foram construídos em São Paulo, em 1966, com blocos
vazados de concreto e possuíam apenas quatro pavimentos. Em alvenaria não-armada, os
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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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primeiros edifícios surgiram em 1977, com nove pavimentos. Foram edificações executadas
com blocos sílico-calcáreos, com 24cm de espessura para paredes estruturais. Apesar de ter
chegado relativamente tarde o sistema, que inicialmente desenvolveu-se mais lentamente e nos
últimos anos recebeu grandes avanços, acabou se revelando uma eficiente e econômica
alternativa para execuções de edificações residenciais e industriais, o que o tornou tão bem
aceito (RAMALHO e CORREA, 2003).

2.2 TIPOS DE ALVENARIA

A atividade de alvenaria pode ser encontrada desde a antiguidade e, de acordo com


Moliterno (2001), é dividida em duas grandes classes: Alvenarias não estruturais ou de vedação;
e Alvenarias estruturais ou portantes. As alvenarias não estruturais são empregadas como
revestimentos para a proteção de taludes como paredes de fechamento ou divisórias. Este grupo
possui alguns dos seguintes tipos:

- Alvenaria de pedra arrumada: utilizada preferencialmente em revestimentos de taludes


de canais, aterros e ombreiras das barragens de terra.

- Alvenaria de blocos de concreto articulados: utilizada em revestimento de taludes e


principalmente pavimentação.

- Alvenaria de tijolos furados: geralmente utilizada em paredes de vedação e divisórias


(tijolos de 4, 6 e 8 furos, ou blocos de cerâmica extrudada). Essa utilização tem a vantagem de
reduzir o peso próprio da parede em relação aos tijolos maciços, e como material isolante termo-
acústico.

- Alvenaria de bloco de concreto leve: tem a função de vedação.

Ainda em Moliterno (2001), temos o grupo da alvenaria estrutural ou portantes, que são
estruturas que contribuem para absorver ações secundárias, como por exemplo vento e
variações térmicas, podemos citar os seguintes tipos:

- Alvenaria de tijolos maciços: é o tipo de alvenaria mais adequada para a construção


de paredes portantes, graças à facilidade de manuseio, permite travamentos e amarrações
adequadas de acordo com as dimensões e pesos desses tijolos.
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Maicon Alan Paslauski (maiconpaslauski@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí
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- Alvenaria de blocos vazados de concreto: no mercado são encontrados três linhas de


fabricação de blocos, objetivando atender as finalidades dos projetos: a) Blocos Arquitetônicos:
empregado nas paredes de fachada e acabamento interno; b) Blocos de Vedação: possuem
resistência para atender as necessidades das paredes de vedação e divisórias; c) Blocos
Estruturais: elemento resistente, formando paredes portantes, quando armadas em alguns vazios
e enchidos com argamassa grossa (graute), constitui-se na alvenaria armada, a qual tem normas
específicas.

- Alvenaria de blocos sílico-calcário: são blocos maciços, nem sempre perfurados,


fabricados com cal e agregados finos, compactados sob pressão e endurecidos sob o calor e
pressão de vapor d’água.

Para Tauil e Nese (2010), a alvenaria é o conjunto de unidades sobrepostas coladas em


sua interface por argamassa, formando um componente vertical consistente. Na alvenaria
estrutural, como pode ser visto na figura 04, não são utilizados pilares e vigas, as paredes
integram a estrutura da edificação e dividem as cargas ao longo das fundações, sendo chamadas
de paredes portantes.

Figura 4: Alvenaria Estrutural

Fonte: Tauil e Nese (2010)

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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A alvenaria não armada, segundo Tauil e Nese (2010), é o tipo de alvenaria que não
recebe graute, apenas alguns reforços em aço para evitar futuras trincas e fissuras originárias
da acomodação e movimentação da estrutura, e concentração de tenções. Esses reforços são
vistos nas vergas e contravergas das aberturas, como na figura 05.

Figura 5: Alvenaria não armada

Fonte: Tauil e Nese (2010)

Alvenaria armada ou parcialmente armada, figura 06, de acordo com Tauil e Nese
(2010), é aquela que, por exigências estruturais recebe reforços em algumas regiões. São
empregadas armaduras passivas de fios, barras, e telas de aço, grauteados dentro dos vazios dos
blocos, e também preenchidas as juntas verticais.

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Maicon Alan Paslauski (maiconpaslauski@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí
DCEENG/UNIJUÍ, 2019.
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Figura 6: Alvenaria armada ou parcialmente armada

Fonte: Tauil e Nese (2010)

2.2.1 Componentes do sistema construtivo em alvenaria estrutural

Para Ramalho e Corrêa (2003) um componente de alvenaria é uma instituição básica


que compõe os elementos que, posteriormente irão compor a estrutura. Os principais
componentes da alvenaria estrutural armada são os blocos, argamassa, graute e armaduras. Ao
menos dois destes componentes formarão as partes elaboradas da estrutura, as quais chamamos
de elementos, como por exemplo paredes, pilares, cintas, etc.

Para Parsekian e Soares (2010), possuir elementos que sirvam como estrutura e vedação
concomitantemente, essa é a característica dos edifícios em alvenaria estrutural. Quando não há
previsão de alteração no projeto de arquitetura, esse é o sistema construtivo mais indicado, por
tornar-se mais viável, principalmente em edificações residenciais com número de pavimentos
limitado e vãos entre paredes com média de 4 a 5 metros.

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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Sendo os principais elementos da alvenaria estrutural, as paredes devem apresentar


resistência às cargas que lhe forem colocadas, da mesma maneira que seriam nas vigas e pilares
utilizados nas construções em concreto armado. Por isso, deve ser realizada uma distribuição
de paredes de maneira que cada uma ajude a estabilizar a outra (SABBATINI, 1989). Na figura
07 temos o exemplo da união de elementos gerando o sistema estrutural.

Figura 7: Sistema de alvenaria estrutural

Fonte: Kalil (2007)

Para Tauil e Nese (2010), este sistema construtivo pode ser dividido em duas categorias
básicas, a alvenaria armada e a alvenaria não armada. Pelas exigências estruturais, a alvenaria
armada recebe armaduras. Barras de aço introduzidas nos vazios dos blocos e preenchidos com
graute, este utilizado para unir e criar aderência adequada entre a alvenaria e o aço, garantindo
uma ação conjunta. Assim, a alvenaria se torna semelhante a peças de concreto armado. Já na
alvenaria não armada, o graute não é utilizado. Apenas são inseridas armaduras construtivas em
vergas, contravergas e cintas de amarração. Esta ação evita patologias posteriores, como
fissuras e trincas, geradas pela acomodação da estrutura, dilatação térmica, e pontos de
concentração de tensões.

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Maicon Alan Paslauski (maiconpaslauski@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí
DCEENG/UNIJUÍ, 2019.
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2.2.1.1 Unidade (ou blocos)

A unidade, ou blocos, é o principal componente da alvenaria estrutural responsável pela


resistência da estrutura. Os materiais mais utilizados no Brasil são unidade de concreto, unidade
de cerâmica e unidade sílico-calcário. O aspecto dos blocos pode ser maciço ou vazado,
conforme o índice de vazios. Os maciços apesentam índice de no máximo 25% da área total.
Ao superar este limite, os blocos passam a ser considerados vazados (RAMALHO e CORRÊA,
2003).

A Norma Técnica para os blocos vazados de concreto para alvenaria estrutural menciona
que a resistência à compressão em relação à área bruta deve ter o limite de fbK > 6 MPa para
paredes externas sem revestimento e, fbK > 4,5 MPa para paredes internas ou externas com
revestimento, ou seja, na prática todos os blocos devem ter a resistência mínima de 4,5 MPa. Já
a Norma Técnica para o bloco cerâmico especifica que para blocos portantes a resistência
mínima deve ser de 4 MPa (RAMALHO e CORREA, 2003).

De acordo com Parsekian e Soares (2010), os blocos são os componentes básicos da


alvenaria estrutural, e representam de 80 a 95% do volume da alvenaria. Eles são responsáveis
por acrescentar resistência à compressão, estabilidade, resistência ao fogo e às intempéries, e
pelo bom isolamento térmico e acústico. São os responsáveis por modular o projeto.

A variação nas dimensões dos blocos é desfavorável à resistência e aos módulos das
paredes, porque interfere na espessura da argamassa de assentamento, diminuindo a resistência
ao cisalhamento e de compressão. Também devem ser observadas as espessuras da parede do
bloco, pois uma mínima variação na espessura pode provocar redução de área liquida do bloco.
De acordo com a ABNT NBR 15270-2 (2017), a tolerância máxima é de 3mm para as
dimensões dos blocos (PARSEKIAN e SOARES, 2010).

2.2.1.2 Argamassa

Composta de areia, cimento, cal e água, a argamassa, segundo Ramalho e Correa (2003),
necessita ter boa resistência, plasticidade, trabalhabilidade e durabilidade para desempenhar

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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suas funções básicas. Entre essas funções estão a de solidarizar as unidades, absorver pequenas
deformações, prevenir a passagem de água e de vento, transmitir e uniformizar as tensões.

Considerando que o mecanismo de ruptura da parede está diretamente ligado à interação


das juntas e blocos, a argamassa tem função significativa para a resistência da alvenaria. O uso
adequado deste componente é essencial para a durabilidade e desempenho das alvenarias
(SANCHEZ, 2002).

Parsekian e Soares (2010) destacam que a resistência da argamassa não deve ser
superior à resistência do bloco, pois a argamassa sendo muito rígida, acaba não tendo
capacidade de absorver deformações. E, se for muito fraca, terá como consequência uma baixa
aderência entre blocos e pouca resistência, prejudicando a eficiência da parede portante. Sendo
assim, a plasticidade da argamassa é o que definirá se as tensões serão transferidas de maneira
uniforme de um bloco para outro.

Utilizar cal hidratada na mistura da argamassa resulta no aumento da resistência


mecânica, melhorando a elasticidade e a plasticidade. Também, é perceptível o aumento da
superfície de aderência entre o bloco e a argamassa, resultado do baixo índice de vazios da
argamassa, aumentando a resistência às tensões (MOTA, 2006).

Ramalho e Corrêa (2003) relatam que a espessura da junta horizontal de argamassa tem
grande influência na resistência final da parede, por isso não pode ser muito estreita nem muito
espessa. Se estreita os blocos podem se tocar, concentrando tensões e prejudicando a resistência
da alvenaria. Se espessa a resistência da parede diminui, devido ao aumento da espessura da
junta horizontal.

2.2.1.3 Graute

Com agregados de pequena dimensão e relativamente fluido, o graute é um concreto


utilizado para o preenchimento dos vazios dos blocos. Ele aumenta a área da seção transversal
das unidades, solidarizando os blocos com eventuais armaduras posicionadas nos seus vazios,
aumentando a capacidade portante da alvenaria à compressão e permitindo que essas armaduras
combatam tensões de tração que alvenaria por si só não resistiria. A NBR 15961 estabelece

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referencias de quantidades de cimento, cal e agregados para dosagens não experimentais.


(RAMALHO e CORREA, 2003).

O graute deve ser adensado, utilizando vibradores de pequeno diâmetro de agulha ou a


compactação manual com uso de barra do mesmo tipo utilizado na parede, contudo a própria
pressão hidráulica gerada pela coluna líquida da mistura é suficiente para isto (ROMAN,
MUTTI e ARAÚJO, 1999).

Conforme Melo (2008), as aberturas são locais onde as tensões se concentram, sendo
que a quantidade de aberturas, a posição e o tamanho do vão influenciam no desempenho da
parede de alvenaria estrutural. Segundo Soares (2011) as contravergas e vergas nos vãos de
janelas e portas podem ser executadas com pré-moldados de concreto, ou com canaletas
preenchidas com graute e armadura, com apoio lateral de 30 cm no mínimo, para cada lado da
abertura, e com o cuidado do correto cobrimento da armadura usada. Para Coêlho (1998) as
vergas são executadas com blocos, do tipo canaleta, escoradas por baixo.

2.2.1.4 Armaduras

As armaduras são compostas por barras de aço envolvidas por graute, que garantem o
trabalho conjunto com o restante dos componentes da alvenaria. Essas barras são as mesmas
tanto nas construções em alvenaria como as utilizadas nas estruturas de concreto armado
(RAMALHO e CORRÊA, 2003). Têm como função receber os esforços de tração e as mesmas
tensões provocadas por estes esforços de tração devem ser compatíveis com a alvenaria
(MANZIONE, 2003).

Para Oliveira (1992) a armadura tem as funções de travamento, combate à retração e


ajuda à alvenaria para os esforços de compressão e de tração. Também são usadas armaduras
nas juntas das argamassas de assentamento, sendo o diâmetro mínimo 3,8mm.

As barras de aço, utilizadas nas armaduras do sistema de alvenaria estrutural são as


mesmas utilizadas no sistema de concreto armado, porém, na alvenaria devem trabalhar
monoliticamente, devendo ser revestida com graute (RAMALHO; CORRÊA 2003).

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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2.2.1.5 Modulação

A coordenação modular é um dos conceitos necessários no projeto de alvenaria


estrutural, cumprindo um papel importante na qualidade da edificação (RICHTER, 2007).

Ramalho e Corrêa (2003) destacam que, para se ter economia e racionalizar na obra,
faz-se necessário o uso correto da modulação de blocos. Se as dimensões de uma edificação
não são moduladas, haverá um custo maior com enchimentos para complementar os espaços.
Portanto, para se ter uma racionalização adequada, uma edificação em alvenaria estrutural
necessita apresentar todas suas dimensões moduladas.

Parsekian e Soares (2010) mencionam que a amarração dos blocos deve ser direta, para
garantir o intertravamento entre os mesmos, seguindo um padrão sequencial, e amarrando todos
os blocos. A modulação da alvenaria é realizada projetando utilizando uma unidade modular,
definida pelas medidas dos blocos. A modulação garante a racionalização da construção e
permite o alto índice de produtividade que este processo é capaz de atingir, além de reduzir o
desperdício com ajustes e cortes de blocos. Para obter as vantagens citadas, deve-se pensar a
modulação de um projeto tanto na direção horizontal quanto na vertical, tendo como ponto de
partida a definição da unidade modular. Para iniciar a modulação em planta baixa, é necessário
definir a família de blocos a ser utilizada e a largura deles. Esta escolha definirá qual unidade
modular será usada para o lançamento em planta baixa.

Os mesmos autores ainda destacam que uma pequena variação de 1mm pode acarretar
na perda de área líquida do bloco, e consequentemente, na quantidade de material resistente,
diminuindo a resistência do bloco. De acordo com a NBR15270-2, a tolerância é de 3mm para
mais ou para menos nas variações de altura, largura e comprimento (ABNT, 2017).

2.2.2 Componentes do sistema construtivo em concreto armado

De acordo com Bastos (2006), o concreto armado surgiu por volta de 1850, com a
necessidade de reunir a resistência à compressão e durabilidade da pedra com as resistências
mecânicas do aço para construir grandes edifícios.

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Os edifícios convencionais em concreto armado são aqueles produzidos com estruturas


de vigas, pilares e lajes de concreto armado moldados no local (BARROS e MELHADO, 1998).
Fernandes e Filho (2010) evidenciam a alta durabilidade, a boa resistência aos choques,
vibrações e altas temperaturas e a facilidade de adquirir materiais com as principais vantagens
de uma edificação em concreto armado em relação a outros sistemas construtivos. Na figura 08
podemos observar os componentes do sistema construtivo em concreto armado.

Figura 8: Componentes do sistema construtivo em concreto armado

Fonte: Edifique (2019)

Como componentes do sistema construtivo em concreto armado temos o concreto,


armaduras, formas, e blocos ou tijolos cerâmicos.

2.2.2.1 Concreto armado

O concreto é uma mistura homogênea que contém cimento, água, agregado miúdo,
agregado graúdo e, ar, podendo ainda conter aditivos químicos com a finalidade de modificar
suas propriedades básicas (BASTOS, 2006).
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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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De grande importância para a construção, o concreto é um dos produtos mais


consumidos no mundo. Mesmo sendo menos resistente e rijo, ainda assim o concreto é mais
utilizado que o aço, na construção civil. Uma das principais características é a sua resistência à
compressão, especificada em projetos estruturais, além de estanqueidade, impermeabilidade,
módulo de elasticidade e resistência a intempéries (MEHTA e MONTEIRO, 1994).

O concreto para fins estruturais, de acordo com Barros e Melhado (1998), pode ser
produzido na própria obra ou em usinas. Se a obra for de médio a grande porte recomenda-se a
utilização do concreto usinado, pois tem maior precisão na dosagem, maior capacidade de
produção, não necessita estocagem de materiais e, a responsabilidade passa a ser da empresa
especializada.

As armaduras têm como principais funções absorver as tensões de tração e cisalhamento


e aumentar a capacidade resistente das peças comprimidas (BARROS e MELHADO, 1998).
Unidos, o concreto e o aço têm a capacidade necessária para resistir à compressão e tração
implicadas nos elementos estruturais. O aço tem grande resistência à tração, e o concreto aos
esforços de compressão, atuam em conjunto por possuírem coeficientes de dilatação
semelhantes, o que lhes causa maior resistência aos esforços aplicados a eles (CLÍMACO,
2008).

Misturado com água, o Cimento Portland compõe uma mistura fluída, variando
conforme a quantidade de água adicionada. Ao acrescentar diferentes tipos de agregados, nas
suas primeiras horas, pode-se moldar esta mistura em diversos tipos de formas. Após algum
tempo, em razão da reação entre água e cimento, a mistura começa a endurecer. Há a
possibilidade de acrescentar fibras, pigmentos ou aditivos, em função de alcançar uma melhor
performance do elemento estrutural. Com a intenção de adquirir propriedades mecânicas,
físicas, durabilidade e trabalhabilidade, através da tecnologia do concreto, é medida a proporção
dos materiais utilizados na mistura (ISAIA, 2007).

Levando em consideração a relação água/cimento, no processo de mistura, Botelho e


Marchetti (2007) destacam que ao aumentar o volume de água, o concreto adquire
trabalhabilidade, facilitando o manuseio e adensamento no instante da concretagem. Porém,
esta prática pode afetar a resistência e a durabilidade.

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Os elementos estruturais são as partes que compõem o sistema para resistir às diversas
ações e assegurar o equilíbrio da edificação. A estrutura convencional é composta por três
elementos básicos, as lajes, os pilares, e as vigas. As lajes suportam além do seu próprio peso,
as cargas de revestimentos, e as cargas acidentais, como móveis, equipamentos, pessoas. As
vigas recebem as cargas das reações das lajes, paredes que lhe estejam apoiadas, além do seu
próprio peso. Os pilares suportam as cargas das vigas, além do seu próprio peso, e as transmitem
para as fundações (CARVALHO e FIGUEIREDO, 2004).

Ainda temos como elementos as vergas, contravergas e, cintas de amarração, executadas


em concreto armado, como elementos estruturais que funcionam como pequenas vigas para a
distribuição de cargas e tensões em vãos como portas e janelas. De acordo com o Sinapi (2019)
“As vergas e as contravergas são utilizadas com o objetivo de reduzir os riscos de fissuras,
devido a concentração de tensões, nos vãos de alvenaria que recebem janelas e portas, pois
possibilitam uma melhor distribuição de cargas nessas regiões”.

A figura 09 mostra um exemplo de união dos elementos, gerando a estrutura em


concreto armado.

Figura 9: Estrutura em concreto armado

Fonte: Botelho e Marchetti (2007)


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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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2.2.2.2 Formas

Formas são as estruturas provisórias, que dão forma e suporte aos elementos de concreto
até o enrijecimento, geralmente são de madeira que pode ser reutilizada. No geral as formas são
classificadas levando em consideração o material, o tipo de obra e a maneira como são
utilizadas. As de madeira são as mais utilizadas pois a mão de obra é relativamente mais fácil.
(UFPR, 2019).

De acordo com a NBR 14931 (ABNT, 2004), o sistema de formas abrange as formas, o
escoramento, o cimbramento e os andaimes com seus apoios. Deve ter a resistência às ações
que será submetido durante a construção. Não pode haver qualquer problema com o sistema de
formas que prejudique o formato, a função, a aparência e a durabilidade de uma estrutura de
concreto permanente.

As três funções básicas desse sistema são moldar o concreto, contê-lo e sustentá-lo até
que atinja sua resistência para se sustentar por si só, proporcionar à superfície do concreto a
textura pretendida (BARROS e MELHADO, 1998). O sistema de formas, do ponto de vista
econômico, é extremamente importante, uma vez que o custo das mesmas nas estruturas de
concreto pode variar entre 30 e 60% (ARAÚJO e FREIRE, 2004).

2.2.2.3 Blocos (ou tijolos)

De acordo com a NBR 15270-1 “os blocos cerâmicos para vedação constituem as
alvenarias externas ou internas que não têm a função de resistir a outras cargas verticais, além
do peso da alvenaria da qual faz parte” (ABNT, 2017).

Os blocos cerâmicos, ou tijolos são produzidos a partir da argila, geralmente na forma


de paralelepípedo apresentam furos ao longo de seu comprimento. Podem ser encontrados em
diversos tamanhos, sendo o mais popular de dimensões 9x14x19cm, como mostrado na figura
10.

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Figura 10: Bloco de cerâmica/tijolo seis furos

Fonte: Cerâmica Atlanta (2019)

Alvenaria de vedação trata-se de paredes constituídas pelo assentamento de tijolos


cerâmicos (maciços ou blocos vazados) com argamassa. Tem a função de suportar apenas seu
peso próprio e cargas de ocupação (como armários, prateleiras) (THOMAZ, et al, 2009).

A argamassa de assentamento tem função de solidarizar as unidades, e transmitir as


tensões entre unidades de alvenaria, absorvendo então pequenas deformações (Ramalho e
Corrêa, 2003). Para Roman, Mutti e Araújo (1999) as propriedades mais importantes são a
trabalhabilidade, retenção de água, tempo de endurecimento, liga, durabilidade e resistência a
compressão.

2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CADA SISTEMA CONSTRUTIVO

Neste item será feita uma pequena abordagem dos prós e contras de cada sistema
construtivo, para posterior comparação final.

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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2.3.1 Alvenaria estrutural

Para Ramalho e Corrêa (2003), nos aspectos positivos da alvenaria estrutural podemos
encontrar: a economia de fôrmas, limitando o uso apenas para a concretagem das lajes moldadas
na obra; redução considerável nos revestimentos, uma vez que existe qualidade controlada na
fabricação dos blocos e na execução da alvenaria; redução na perda de material e mão de obra,
já que as paredes não podem sofrer alterações, elimina os desperdícios, além de reduzir o
número de profissionais como carpinteiros e armadores; ajuste no tempo de execução, pois as
lajes sendo pré-fabricadas não necessita tempo de cura. Portanto, a principal vantagem que
podemos perceber é a racionalização do sistema construtivo, reduzindo os desperdícios e
consumo de materiais.

Ainda Ramalho e Corrêa (2003), destacam os aspectos negativos do sistema de


alvenaria estrutural, comparando com estruturas de concreto armado moldadas no local.
Podemos destacar a dificuldade de adaptação da arquitetura para novos usos, pois não permite
alterações no arranjo arquitetônico, uma vez que as paredes têm a função estrutural; possui vãos
livres limitados; a mão de obra necessita ser especializada, o que acarreta em treinamentos para
funcionários antes da execução, pois as falhas podem colocar em risco a segurança da
edificação.

A alvenaria estrutural pode compensar o custo de produção pela economia que se


adquire eliminando pilares e vigas. Mas, é essencial ter precaução com detalhes importantes da
edificação, para que não ocorra um processo mais oneroso de produção da alvenaria estrutural
(RAMALHO e CORRÊA, 2003).

Ramalho e Corrêa (2003) ainda destacam algumas considerações relevantes na escolha


do sistema construtivo:

- Altura da edificação: edificações em alvenaria estrutural tornam-se inviáveis se


possuírem mais de 15 ou 16 pavimentos, pois se superior a isto sofrem grandes esforços de
compressão, necessitando de blocos com resistência mais elevada, não encontrados no mercado,
gerando a necessidade de um grauteamento generalizado. Também, ações horizontais,
resultantes de forças de vento, podem provocar tensões de tração significativas, acarretando na
utilização de armadura e graute, prejudicando a economia da construção.

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- Arranjo arquitetônico: é imprescindível levar em consideração a quantidade de paredes


estruturais por m² de área do pavimento. Um valor aceitável estaria entre 0,5 a 0,7 metros de
parede por m² de área do pavimento. Fora desses indicativos, a densidade não é considerada
usual, o que torna o sistema de alvenaria estrutural desvantajoso.

- Tipo de uso: a alvenaria estrutural é aconselhável em edificações residenciais de médio


e baixo padrão, onde encontramos vãos menores. Este sistema se torna inviável em edifícios
comerciais ou residenciais de alto padrão, onde os vãos são maiores.

Na alvenaria estrutural, de acordo com Ramalho e Correa (2003), podemos destacar


como principais pontos positivos a economia de fôrmas, redução significativa nos
revestimentos, redução nos desperdícios de material e mão de obra, redução do número de
especialidades, flexibilidade no ritmo de execução da obra. E, como principais pontos
negativos, os mesmos autores nos colocam, dificuldade de se adaptar arquitetura para um novo
uso, interferência entre projetos de arquitetura/estruturas/instalações, necessidade de uma mão
de obra bem qualificada.

Com tudo, o sistema de alvenaria estrutural pode apresentar limitações para as fachadas.
Sacadas e marquises devem ser evitadas, principalmente se forem projetadas em balanço fora
da projeção do prédio. Pois, esses elementos podem acrescentar cargas muito pesadas em áreas
relativamente pequenas, aumentando as tensões de compressão e formando fissura. (DUARTE,
1991).

A alvenaria estrutural exige maior atenção na elaboração do projeto, cuidado na seleção


de materiais, treinamento e supervisão da mão de obra, organização e planejamento. As paredes
são as estruturas da obra, por isso elas nunca devem ser removidas. Estas restrições à
possibilidade de mudanças fora do projeto, a dificuldade de improvisações, e a limitação de
grandes vãos e balanços estão entre as desvantagens deste sistema construtivo.
(CONSTRUFACILRJ, 2013).

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armado com alvenaria de vedação
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2.3.2 Concreto armado

Advindo da Europa, no século XIX, o concreto armado resolveu um grande problema


da época, na qual a resistência à tração do concreto como pedra artificial ainda era fraca.
Atualmente, o material e amplamente utilizado em edificações e obras viárias de grande porte,
conhecido pela alta duração em ambientes não agressivos (BOTELHO, 2006).

A perfeita aderência na união do concreto simples com barras de aço resulta no concreto
armado, fazendo com que ambos resistam aos esforços a que forem submetidos de maneira
solidária. O uso destes materiais de forma conjunta só é possível devido à aderência entre o
aço e o concreto, ao coeficiente de dilatação térmica ser praticamente igual em ambos e, à
proteção que o concreto dá à armadura contra a oxidação garantindo a durabilidade (SOUZA
JÚNIOR).

Entre os motivos que levaram o concreto a ter o seu uso tão expandido estão a facilidade
em executar elementos estruturais numa diversidade de formas e tamanhos e, a mão de obra
mais barata e mais acessível no canteiro de obra (MEHTA; MONTEIRO, 1994).

Usado por todo o mundo, em diferentes tipos de construção, o concreto armado, assim
como qualquer tipo de material, possui suas vantagens e desvantagens em relação à sua
utilização. Para Botelho e Marchetti (2010), entre os aspectos positivos temos a boa resistência
à grande parte dos esforços, o fato de ser adaptável a vários tipos de formas, pode-se obter
estruturas monolíticas, possui boa resistência ao fogo e também grande vida útil, possibilita
adquirir pré-moldagem em peças estruturais, além de possuir resistência a choques, vibrações,
efeitos térmicos e desgastes mecânicos.

Ainda, Botelho e Marchetti (2010) trazem os aspectos negativos do concreto armado.


Podemos destacar o peso específico elevado (25kN/m³), limitando o uso em alguns casos, a
necessidade de escoramento das peças, quando estas não forem pré-fabricadas, até o concreto
atingir resistência adequada, e também a dificuldade de realizar reparos e adaptações ao projeto
original.

Como material de construção, o concreto armado apresenta grandes vantagens:


materiais facilmente encontrados e mais econômicos, maior desenvoltura na moldagem
permitindo aplicar formas variadas, ampla utilização de mão de obra não qualificada e

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equipamentos simples, ampla estabilidade e resistência ao fogo, acessibilidade para construir


estruturas contínuas, com o tempo aumenta a resistência à ruptura. Em relação às desvantagens
podem ser citadas: reformas trabalhosas e caras, precisão para posicionar as armaduras, fissuras
nas regiões tracionadas, construção definitiva (ANDOLFATO, 2002).

2.4 SINAPI

Fundado em 1969, o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção


Civil (SINAPI), tem o objetivo de fornecer as informações demandadas sobre os custos na
construção civil, no que cabe a projetos habitacionais. O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) é o órgão responsável por produzir, na frequência mensal, as séries com os
preços dos insumos e salários, possibilitando a aferição dos custos de serviços para obras de
engenharia. A Caixa Econômica Federal (CAIXA) é o órgão que administra o SINAPI
(MENDONÇA, 2012).

De acordo com Silva Filho, Lima e Maciel (2010), o sistema adotado para o SINAPI
apresenta as composições unitárias de custo, definindo o consumo de material, a produtividade
da mão de obra e, a demanda de equipamentos para a realização de uma unidade de serviço.
Sabendo-se as quantidades necessárias de cada serviço e os custos dos insumos, é possível
calcular o custo total da obra com referência para o mês escolhido. O preço é obtido mediante
acréscimo do BDI – Benefícios e Despesas Indiretas – ao custo direto total.

A partir do ano de 1986, a CAIXA passou a adotar o SINAPI como ferramenta


corporativa para fins de acompanhamento de mercado no ramo da construção civil, subsidiando
tecnicamente análises de empreendimentos habitacionais com proposta de financiamento. Este
sistema foi escolhido como oficial por possuir uma grande variedade de insumos, abrangendo
os mais diversos tipos de obras (PINHEIRO JUNIOR, NEVES, 2002).

Carbonero (2010) ressalta que para um orçamento adequado é preciso conhecer a


quantidade de materiais, de mão de obra, de equipamentos utilizados para a execução, e os
custos de cada item. O detalhamento em planilhas expressando a composição de todos os custos
unitários é essencial para os serviços poderem ser licitados (CARBONERO, 2010).

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armado com alvenaria de vedação
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3 ESTUDO DE CASO

Segundo Schneider e Schmitt (1998), a comparação é algo próprio do processo de


construção do conhecimento, é valendo do raciocínio comparativo que percebemos
regularidades, deslocamentos e transformações, construímos modelos e tipologias,
identificando semelhanças e diferenças, e explicitando as determinações mais gerais que
gerenciam os fenômenos.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A metodologia a ser utilizada pode ser caracterizada como uma abordagem qualitativa
na forma de estudos diversos, para aprofundar os conhecimentos. Nessa perspectiva, pretende-
se identificar as diferenças de sistemas construtivos, especificamente a alvenaria estrutural
armada com blocos de concreto e o concreto armado com paredes de vedação.

Esta dissertação trata de um edifício de seis pavimentos projetado em alvenaria


estrutural que será comparado, em relação a custos de material e mão de obra, a uma edificação
correspondente, mas projetado em concreto armado. Baseado em projetos já existentes em
alvenaria estrutural, o software Eberick foi utilizado para detalhar estruturalmente o edifício em
concreto armado, adaptando e convertendo o projeto para a comparação dos sistemas
construtivos. O cálculo compreende as etapas de lançamento e análise da estrutura,
dimensionamento e detalhamento dos elementos estruturais, de acordo com a NBR 6118
(ABNT, 2014).

No desenvolvimento constarão os componentes de cada tipo de construção, comparando


as ferramentas de execução, materiais e suas aplicações. Assim, serão conhecidas as vantagens,
desvantagens, limitações, como também outras peculiaridades importantes no projeto. Após,
será feita a análise de todas as informações, aplicando os conhecimentos reunidos sobre cada
material de estudo, demonstrando a aplicabilidade das informações adquiridas, verificando de
fato os custos de cada material, de acordo com os processos de execução.

De acordo com as propriedades das tabelas do SINAPI, será feita a comparação dos
custos de materiais e custos de mão de obra para a execução do edifício, conforme os preços na

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área da construção civil no estado do Rio Grande do Sul. O BDI (Benefícios e Despesas
Indiretas) não estará incluso no preço final das composições.

A edificação parâmetro para este estudo foi projetada e analisada com o sistema
construtivo de Alvenaria Estrutural. A comparação se baseará nos projetos básicos e
complementares, assim, não serão considerados alguns itens comuns às duas estruturas, como
projeto elétrico e hidrossanitário, pois estes apresentam pouca influência na comparação do
custo final da obra.

Com base no projeto adaptado ao sistema construtivo em concreto armado com


alvenaria de vedação, serão construídas planilhas com quantitativos de insumos, referentes aos
índices estabelecidos pelo SINAPI – RS, compondo planilhas orçamentárias com valores
específicos. Obtendo as tabelas dos quantitativos de cada sistema construtivo, alvenaria
estrutural e concreto armado, será efetuada a comparação entre os dois sistemas em relação aos
custos. Esta comparação terá uma análise unitária do pavimento tipo e também uma análise
global da edificação.

Arcary (2010), Oliveira (2009) e Lisboa (2008), conhecidos autores, apresentaram


estudos que descrevem resultados satisfatórios, mostrando que é possível examinar cada
sistema construtivo e resultam em aspectos importantes para um investimento. Portanto, este
estudo pode apresentar-se como relevante no momento de executar obras e escolher entre os
sistemas de alvenaria estrutural ou concreto armado.

3.2 DELINEAMENTO

O tema desta pesquisa será abordado e organizado através de análises e pesquisas em


livros, sites da internet, arquivos eletrônicos, monografias, catálogos, normas da ABNT, e
padrões operacionais. Através deste estudo, serão reunidas informações para traçar um
comparativo de custos entre os dois tipos de sistema construtivo. A figura 11 detalha o
delineamento desta pesquisa.

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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Figura 11: Delineamento da pesquisa

Fonte: Autoria própria

Feita inicialmente, a pesquisa bibliográfica traz o embasamento para o estudo. Na


pesquisa bibliográfica é apresentada a história do concreto, da alvenaria, enfim, da construção
civil. A partir daí são feitas as definições das variáveis a serem consideradas. Neste caso estão
sendo considerados os custos relativos a insumos utilizados nos sistemas construtivos de
alvenaria estrutural e de concreto armado com alvenaria de vedação. No levantamento de dados
dos sistemas construtivos selecionados obtém-se a tabela SINAPI, da qual foram construídas
composições para a então efetuar a comparação de dados. Ao final faz-se a análise,
considerando as tabelas construídas, e as considerações finais acerca dos resultados obtidos.

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4 ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE CONSTRUÇÃO


REALIZADA EM ALVENARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO
EM CONCRETO ARMADO COM ALVENARIA DE VEDAÇÃO

Este item descreve as quantidades e os custos das composições, incluindo materiais e


mão de obra, compondo planilhas orçamentárias para o sistema construtivo em alvenaria
estrutural e para o sistema construtivo em concreto armado com alvenaria de vedação. Assim,
será possível a comparação de custos para o referente estudo realizado.

4.1 APRESENTAÇÃO DO EDIFÍCIO

O projeto de edificação possui 1.705 m² de área construída. A edificação possui seis


pavimentos, sendo o térreo comercial, o segundo pavimento garagem, e os outros quatro
pavimentos tipo residenciais. Além destes pavimentos, a edificação possui um reservatório de
água na cobertura. Os pavimentos tipo são compostos de dois apartamentos cada.

Na figura 12, está representada a fachada do edifício em análise e, na figura 13 o layout


do pavimento tipo.

Figura 12: Fachada da edificação

Fonte: SCW Engenharia

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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Figura 13: Layout do pavimento tipo

Fonte: SCW Engenharia

4.2 LEVANTAMENTO DE CUSTOS ENTRE OS DOIS SISTEMAS ESTRUTURAIS

Tendo em vista que os dois sistemas estruturais analisados possuem itens em comum,
estes não serão considerados, pois representariam mesmo custo e não oscilariam no orçamento
final da obra. Fazem parte dessa exclusão: reboco, esquadrias, revestimentos em geral, forros,
coberturas, instalações elétricas e hidrossanitárias.

Para o sistema de alvenaria estrutural foram considerados os custos com blocos de


concreto, formas, aço, graute, lajes e, mão de obra. Tendo em vista a instabilidade da edificação,
também estão consideradas as ferragens verticais e pontos de grauteamento, os quais amarram
a estrutura.

No sistema de concreto armado com alvenaria de vedação, foram considerados os custos


com formas, vigas, pilares, lajes, alvenaria de vedação e, mão de obra.

O primeiro e segundo pavimentos, garagem e sala comercial, foram executados em


concreto armado em ambos os sistemas construtivos, portanto, suas composições foram
incluídas neste orçamento sem considerar a alvenaria de vedação. Também, no levantamento

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de custos, para a análise global, será considerado o peso das estruturas, uma vez que este
influencia no quantitativo de armaduras e concreto das fundações.

4.2.1 Custos do Sistema Construtivo em Alvenaria Estrutural

O projeto que baseia a realização deste estudo foi executado em alvenaria estrutural,
utilizando blocos de concreto vazados no terceiro ao sexto pavimento. Foram considerados os
quantitativos e custos dos serviços referentes ao pavimento tipo, tendo área total de 202,66 m².

Os blocos canaletas, com diversas dimensões, não constam nas tabelas SINAPI-RS,
então, foram pesquisados os valores na empresa Cisbra Blocos (2019), a qual está localizada
no município de Ijuí – RS, e é a mais próxima para o fornecimento do material, obtendo assim
valores mais exatos. Baseado neste levantamento de quantitativos e custos obtidos nesses
serviços de execução, foi consolidado o custo total para a superestrutura e paredes estruturais.

No levantamento de custos deste sistema foram utilizados os blocos vazados de concreto


nas dimensões 14x19x39 cm, 14x19x19 cm, 14x19x24 cm, 14x19x34 cm, 14x19x54 cm,
14x19x9 cm, 14x19x4 cm e, bloco canaleta tipo “U” 14x19x19 cm, todos com Fck = 4,5 MPa.
A composição do insumo de alvenaria considera os custos com os blocos de concreto, a
argamassa de assentamento e, a mão de obra, sendo que na área de alvenaria estão descontados
os vãos de aberturas. Também foram acrescentados neste orçamento a execução de vergas
contra-vergas, cintas de amarração e grauteamento vertical, os quais estão calculados no insumo
de grauteamento da alvenaria. Os insumos de armação incluem o fornecimento do aço, o corte,
a dobra e a montagem. Na concretagem de vigas e lajes estão adicionados os valores referentes
ao lançamento, adensamento e acabamento, além do próprio concreto usinado. As lajes foram
calculadas incluindo as vigotas e o EPS (isopor), as armaduras, a montagem e o escoramento.
E, no insumo das formas temos o material, a fabricação, o escoramento, a montagem e a
desmontagem. Os valores para um pavimento tipo podem ser observados na tabela 1 e no
gráfico 1 de forma resumida e, no anexo I de maneira detalhada.

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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Tabela 1: Levantamento de custos do Pavimento Tipo - Alvenaria Estrutural

ALVENARIA ESTRUTURAL - Pavimento Tipo - Área Total = 202,66 m²


TOTAL
CÓDIGO DESCRIÇÃO DOS
UNID. QUANTIDADE Mat. + M.O.
SINAPI INSUMOS
(em R$)
Alvenaria de blocos de
89467 m² 361,44 37.721,65
concreto
92456 Formas de vigas m² 45,33 4.441,89
92759 Armação de viga Kg 323,51 2.420,12
---- Laje pré-moldada m² 185,85 16.157,80
92724 Concretagem de vigas e lajes m³ 15,59 6.041,59
89994 Grauteamento m³ 5,82 3.248,55
TOTAL 70.031,60

Fonte: Autoria própria

Gráfico 1: Custos do Pavimento Tipo em Alvenaria Estrutural

Concretagem de Grauteamento
vigas e lajes 5%
9%

Laje pré-
moldada
23%

Armação de Alvenaria de
vigas blocos de
3% concreto
Formas de vigas 54%
6%

Fonte: Autoria própria

Considerando um pavimento tipo em alvenaria estrutural obteve-se uma quantidade de


alvenaria de 361,44 m². Para as formas a quantidade necessária foi de 45,33 m². O total de aço
utilizado neste cálculo foi de 323,51 Kg. A laje pré-moldada corresponde à área de 185,85 m².
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O concreto utilizado para as vigas e lajes foi na quantidade de 15,59 m³. Já a quantidade de
grautementos resultou em 5,82 m³, sendo graute com 10,0 Mpa de resistência.

Analisando o gráfico, percebemos que, neste sistema, a alvenaria com blocos de


concreto compõe 54% do custo da edificação. A laje pré-moldada corresponde a 23% da
composição e a concretagem de vigas e lajes representa 9%. As formas de vigas representam
6%, e o grauteamento 5%. E, a armação das vigas 3%.

4.2.2 Sistema Construtivo em Concreto Armado com Alvenaria de Vedação

Para a composição dos custos da obra em concreto armado com alvenaria de vedação,
a edificação foi dimensionada utilizando o software Eberick, junto com as orientações da NBR
6118 (ABNT, 2014) com a intenção de obter dados apropriados e precisos.

No dimensionamento foram analisadas e estimadas as ações verticais de cargas, como


o peso próprio da estrutura (lajes, vigas, paredes, reservatório, escada, sacadas) e, as cargas
acidentais referentes à classe da edificação, com base na NBR 6120 (ABNT, 1980). Para as
ações horizontais foram consideradas as cargas de vento referente à região da edificação,
calculada pela NBR 6123 (ABNT, 1988). Para a estrutura de pilares vigas e lajes, foi utilizado
concreto com Fck de 25 Mpa, assim considerando uma resistência apropriada em relação à
estrutura.

Para o sistema construtivo de concreto armado, foram levantados os custos


considerando na composição de alvenaria de vedação o bloco cerâmico nove furos, com
dimensões de 11,5x14x24 cm, incluindo a argamassa de assentamento e a mão de obra. Nos
insumos de formas de vigas e pilares estão incluídos a fabricação, montagem, escoramento e
desmontagem, além do material. Nas armações é considerado o aço, com corte, dobra e
montagem. Para as concretagens de vigas, pilares e lajes incluiu-se os custos com concreto
usinado, lançamento, adensamento e acabamento, com uso de bomba. As lajes foram calculadas
incluindo as vigotas e lajotas de cerâmica, as armaduras, a montagem e o escoramento. As
vergas e contravergas foram calculadas com moldagem in loco, incluindo formas, armaduras,

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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montagem e concretagem. Os valores para um pavimento tipo podem ser observados na tabela
2 e no gráfico 2 de forma resumida e, no anexo II de maneira detalhada.

Tabela 2: Levantamento de custos do Pavimento Tipo - Concreto Armado

CONCRETO ARMADO - Pavimento Tipo - Área Total = 202,66 m²


TOTAL
CÓDIGO DESCRIÇÃO DOS
UNID. QUANTIDADE Mat. + M.O.
SINAPI INSUMOS
(em R$)
87521 Alvenaria de vedação m² 276,55 18.783,28
92456 Formas de vigas m² 147,70 14.473,12
92418 Formas de pilares m² 72,00 4.775,04
92759 Armação de vigas e pilares Kg 1.381,78 9.886,11
74141/4 Laje pré-moldada m² 185,85 16.628,00
92724 Concretagem de vigas e lajes m³ 19,19 7.728,58
92718 Concretagem de pilares m³ 4,80 2.382,53
93196 Vergas e contravergas m 18,89 874,80
TOTAL 75.531,46

Fonte: Autoria própria

Gráfico 2: Custos do Pavimento Tipo em Concreto Armado

Concretagem de Vergas e
pilares contravergas
1% Alvenaria de
3% vedação
Concretagem de 25%
vigas e lajes
10%

Laje pré-
moldada
22%

Formas de vigas
Armação de 19%
Formas de
vigas e pilares
pilares
13%
7%

Fonte: Autoria própria


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Considerando um pavimento tipo em concreto armado obteve-se uma quantidade de


276,55 m² de alvenaria de vedação. Para as formas de vigas a quantidade necessária foi de
147,70 m² e, para as formas de pilares 72,00 m². O total de aço utilizado neste sistema foi de
1.381,78 Kg. A laje pré-moldada corresponde à área de 185,85 m². O concreto utilizado para as
vigas e lajes foi na quantidade de 19,19 m³. Já a concretagem dos pilares resultou em 4,80 m.
Nas vergas e contravergas foi apresentado o resultado de 18,89 m.

Na representação de custos, no gráfico, temos como maior insumo a alvenaria de


vedação, com 25% do total. A laje pré-moldada representa 22% dos custos, e as formas de vigas
19%. A armação de vigas e pilares representa 13% do custo da edificação, enquanto a
concretagem de vigas e lajes representa 10%. As formas dos pilares correspondem a 7% e sua
concretagem 3%. Por fim, as vergas e contravergas estão em 1% dos insumos.

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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5 ANÁLISES DOS CUSTOS

Neste item serão apresentadas a análise considerando um pavimento tipo e, a análise


global da edificação.

5.1 ANÁLISE DE CUSTOS DO PAVIMENTO TIPO

Analisando a execução em alvenaria estrutural, obteve-se um custo total para o


pavimento tipo da estrutura de R$ 70.031,60, onde a alvenaria com blocos de concreto
representa mais da metade deste valor, sendo o principal componente estrutural. Para o sistema
construtivo em concreto armado, resultou-se para o pavimento tipo um valor total de R$
75.531,46, no qual a alvenaria, apesar de ser o principal componente nos custos, ainda não
representa a metade do orçamento, como pode ser visto no gráfico 3.

Gráfico 3: Custo do pavimento tipo

R$ 80.000,00
R$ 70.000,00
R$ 60.000,00
R$ 50.000,00
R$ 40.000,00
R$ 30.000,00
R$ 20.000,00
R$ 10.000,00
R$ 0,00
R$ 70.031,60 R$ 75.531,46

Alvenaria Estrutural Concreto Armado

Fonte: Autoria própria

As lajes não geram muita variação de um sistema construtivo para o outro. As formas
têm um custo mais elevado no sistema de concreto armado, considerando que neste sistema
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toda a estrutura deve ser moldada para a concretagem. Em relação ao aço obteve-se R$ 2.420,12
para a alvenaria estrutural e, R$ 9.886,11 para o concreto armado, nota-se que o aço representa
um maior valor no segundo sistema.

A concretagem total no sistema de concreto armado gera um valor de R$ 10.111,11 e,


na alvenaria estrutural R$ 6.041,59. Porém, na alvenaria estrutural há o custo com o
grauteamento, no valor de R$ 3.248,55.

Na análise total do pavimento tipo, o sistema de alvenaria estrutural com blocos de


concreto mostrou-se o mais econômico para a realização da edificação proposta pois apresentou
uma economia de R$5.499,86.

5.2 ANÁLISE GLOBAL DE CUSTOS DA EDIFICAÇÃO

Para a análise global foi calculada a carga das estruturas em cada sistema construtivo,
considerando que o primeiro e o segundo pavimentos serão executados em concreto armado em
ambos os sistemas, podendo ser analisado nas tabelas 3 e 4.

Tabela 3: Cargas da Alvenaria Estrutural

CARGA TOTAL DA EDIFICAÇÃO NO SISTEMA DE


ALVENARIA ESTRUTURAL
Componentes Carga (em Kg)
Alvenaria em blocos de concreto
(argamassa, graute, vergas e 555.059,97
contravergas, cintas de amarração, aço)
Concreto Armado (vigas, pilares e lajes) 392.650,00
CARGA TOTAL 947.709,97

Fonte: Autoria própria

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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Tabela 4: Cargas do Concreto Armado

CARGA TOTAL DA EDIFICAÇÃO NO SISTEMA DE


CONCRETO ARMADO
Componentes Carga (em Kg)
Alvenaria em blocos cerâmicos de
vedação (argamassa, vergas e 220.931,00
contravergas, cintas de amarração, aço)
Concreto Armado (vigas, pilares e lajes) 357.781,60
CARGA TOTAL 578.712,60

Fonte: Autoria própria

Estas cargas foram calculadas através da massa específica de cada insumo, considerando
toda a estrutura, desde a fundação até o reservatório de água, na cobertura. Podemos analisar
que na estrutura em Alvenaria Estrutural a carga é muito superior à estrutura em Concreto
Armado. Portanto, será necessário adotar maior número de aço e concreto nas suas fundações.

Nas tabelas 5 e 6 foram calculados os custos totais das edificações, considerando aço,
concreto, armaduras e alvenarias, insumos com maior representatividade nos cálculos. E nos
gráficos 4 e 5 as representações dos insumos em cada sistema.

Tabela 5: Custo total da edificação em Alvenaria Estrutural

ALVENARIA ESTRUTURAL - Edificação Total


TOTAL
DESCRIÇÃO DOS
UNID. QUANTIDADE Mat. + M.O.
SERVIÇOS
(em R$)
Alvenaria de blocos de
m² 1.609,13 167.928,80
concreto
Armação de vigas Kg 11.935,97 89.281,05
Concretagem de vigas e lajes m³ 173,64 67.290,71
Grauteamento m³ 23,26 12.983,03
TOTAL 337.483,59

Fonte: Autoria própria

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Gráfico 4: Custo global em Alvenaria Estrutural

Grauteamento
4% Alvenaria de
Concretagem
de vigas e lajes blocos de
20% concreto
50%

Armação de
vigas
26%

Fonte: Autoria própria

Tabela 6: Custo total da edificação em Concreto Armado

CONCRETO ARMADO - Edificação Total


TOTAL
DESCRIÇÃO DOS
UNID. QUANTIDADE Mat. + M.O.
SERVIÇOS
(em R$)
Alvenaria de vedação. m² 1.196,19 81.245,22
Armação de vigas e pilares Kg 12.301,60 87.956,44
Concretagem m³ 158,50 66.802,99
Vergas e contravergas m 75,40 3.491,77
TOTAL 239.496,42

Fonte: Autoria própria

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armado com alvenaria de vedação
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Gráfico 5: Custo global em Concreto Armado

Vergas e Alvenaria
contravergas de vedação
1% 34%
Concretagem
28%

Armação de
vigas e pilares
37%

Fonte: Autoria própria

Gráfico 6: Custo global dos sistemas construtivos

R$ 350.000,00
R$ 300.000,00
R$ 250.000,00
R$ 200.000,00
R$ 150.000,00
R$ 100.000,00
R$ 50.000,00
R$ 0,00
R$ 337.483,59 R$ 239.496,42

Alvenaria Estrutural Concreto Armado

Fonte: Autoria própria

O gráfico 6 traz os custos globais de cada sistema construtivo. Então, neste estudo,
podemos observar na análise global que o sistema de construção mais viável foi a estrutura de
concreto armado. A diferença nos valores ocorre devido as fundações, o primeiro e o segundo
pavimento (em concreto armado em ambos os sistemas) estarem superdimensionados para
suportar às cargas elevadas da alvenaria estrutural. No sistema de concreto armado a carga
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obtida foi de 339,42 Kg/m². Já no sistema de alvenaria estrutural a carga foi de 555,84 Kg/m².
Isto incide o alto consumo de aço e concreto no primeiro e segundo pavimentos e nas fundações
da alvenaria estrutural.

Em relação aos valores dos insumos que foram obtidos através da tabela SINAPI-RS,
poderá haver uma diferença de custo, considerando que as planilhas estão limitadas em
informações para a realização de orçamentos de blocos de concreto estruturais, pois não
definem diferenças de dimensões e nem especifica se os blocos são maciços ou vazados. Como
foram adotados os preços dos blocos de concreto para alvenaria estrutural da empresa Cisbra
Blocos, de Ijuí, o orçamento obteve valores mais aproximados ao mercado regional, para esse
sistema. Os valores dos materiais interferem diretamente no custo da obra, sendo que o aumento
nos últimos tempos vem crescendo juntamente com a quantidade de obras, itens como a
armadura tem uma grande influência em relação à estrutura da edificação.

Pode-se perceber que para o uso do sistema de alvenaria estrutural é necessário um


controle maior na hora da execução, devido ao de existir no projeto a modulação e também ao
preço dos blocos. Esse sistema exige uma mão de obra mais qualificada, pois cada bloco
assentado tem importância estrutural e exige técnicas construtivas diferentes das convencionais.
Outras características são sobre as instalações elétricas e hidráulicas, que devem ser executadas
por dentro dos blocos, evitando os rasgos nas paredes, o que origina em uma menor geração de
resíduos na obra.

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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6 CONCLUSÃO

Por meio do estudo realizado nesse trabalho, onde buscou-se comparar os dois sistemas
construtivos mais utilizados na engenharia, a pesquisa concretizou as referências já estudas por
diversos autores, buscando avaliar o sistema construtivo de menor custo final. Através do
SINAPI/RS e de empresas que fornecem materiais para a região, pode-se obter os quantitativos
e os preços das composições existentes para a estrutura de cada sistema.

A estrutura de um edifício, com seis pavimentos, executado em alvenaria estrutural


apresenta diferença de custo global, em relação, a edificação construída pelo sistema de
concreto armado com alvenaria de vedação. Por possuir projetos associados e integrados entre
si, a alvenaria estrutural requer um planejamento mais adequado, proporcionando um controle
de qualidade maior se comparado com concreto armado.

Analisando as condições estudadas, concluiu-se, que os resultados apresentam o sistema


de concreto armado como mais rentável, uma vez que o sistema construtivo em alvenaria
estrutural apresenta na edificação total uma carga superior ao outro sistema construtivo, o que
faz com que haja a necessidade de adotar maior número de aço e concreto nas fundações.

Contudo, é importante indicar que nem sempre a alvenaria estrutural será a melhor
opção a se escolher na hora de construir, o sistema está limitado ao número de pavimentos por
questões econômicas e a arquiteturas mais arrojadas. Deste modo, a estrutura de concreto
armado com alvenaria de vedação além de possuir uma demanda de mão de obra muito maior,
atende a edifícios com maior número de pavimentos.

De acordo com Manzione, (2003), o sistema de alvenaria estrutural requer restrições


econômicas onde só é viável para edificações de a partir de 15 pavimentos, de outra forma,
torna-se necessária a comparação com a estrutura de concreto armado, para verificar qual o
sistema que é mais econômico.

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REFERÊNCIAS

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estruturas de concreto: Procedimento. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 15270-1: Componentes cerâmicos: blocos cerâmicos para alvenaria de


vedação: terminologia e requisitos. Rio de Janeiro, 2017.

______. NBR 15270-2: Componente cerâmico - Blocos cerâmicos para alvenaria – Parte
1: Requisitos. Rio de Janeiro, 2017.

______. NBR 15961: Alvenaria estrutural - Blocos de concreto – Parte 1: Projeto. Rio de
Janeiro, 2011.

______. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto: procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

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requisitos. Rio de Janeiro, 2016.

ACCETTI, K. M. Contribuições ao projeto estrutural de edifícios em alvenaria estrutural.


1998. 247 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de
São Carlos, São Paulo, 1998. Disponível em:
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Acesso em: 20 abr. 2019.

ANDOLFATO, R. P. Controle Tecnológico Básico do Concreto. Ilha Solteira: Universidade


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ARAÚJO, L. O. C. de; FREIRE, T. M. Tecnologia e gestão de sistemas construtivos de


edifícios. São Carlos: UFSCAR, 2004. Pró-reitoria de extensão, departamento de engenharia
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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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ANEXO I: CÁLCULO DE CUSTOS DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM


ALVENARIA ESTRUTURAL PARA UM PAVIMENTO TIPO

ALVENARIA ESTRUTURAL - Pavimento Tipo - Área Total = 202,66 m²


PREÇO TOTAL
CÓDIGO DESCRIÇÃO DOS
UNID. QUANT. UNITÁRIO Mat. + M.O.
SINAPI SERVIÇOS
(em R$) (em R$)
Alvenaria de bloco de
concreto estrutural 14X19X39
89467 cm, Fck = 4,5 MPa, assentado m² 246,04 96,44 23.728,10
com argamassa traço 1:1:6
(cimento, cal, areia).

Alvenaria de bloco de
concreto estrutural 14X19X19
---- cm, Fck = 4,5 MPa, assentado m² 8,26 128,80 1.063,89
com argamassa traço 1:1:6
(cimento, cal, areia).

Alvenaria de bloco de
concreto estrutural 14X19X24
---- cm, Fck = 4,5 MPa, assentado m² 3,13 128,65 402,67
com argamassa traço 1:1:6
(cimento, cal, areia).

Alvenaria de bloco de
concreto estrutural 14X19X34
---- cm, Fck = 4,5 MPa, assentado m² 40,03 110,68 4.430,52
com argamassa traço 1:1:6
(cimento, cal, areia).

Alvenaria de bloco de
concreto estrutural 14X19X54
---- cm, Fck = 4,5 MPa, assentado m² 12,98 99,15 1.286,97
com argamassa traço 1:1:6
(cimento, cal, areia).

Alvenaria de bloco de
concreto estrutural 14X19X4
---- cm, Fck = 4,5 MPa, assentado m² 1,12 293,40 328,61
com argamassa traço 1:1:6
(cimento, cal, areia).

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Maicon Alan Paslauski (maiconpaslauski@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí
DCEENG/UNIJUÍ, 2019.
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Alvenaria de bloco de
concreto estrutural 14X19X9
---- cm, Fck = 4,5 MPa, assentado m² 1,48 183,23 271,18
com argamassa traço 1:1:6
(cimento, cal, areia).
Alvenaria de bloco de
concreto estrutural canaleta
tipo "U" 14X19X19 cm, Fck
---- m² 48,4 128,30 6.209,72
= 4,5 MPa, assentado com
argamassa traço 1:1:6
(cimento, cal, areia).
Formas de vigas, em chapa
resinada espessura 12mm
92456 m² 45,33 97,99 4.441,89
(Fabricação, montagem,
escoramento e desmontagem)
Armação de vigas de aço CA-
92759 60 diâmetro, 5,0 mm (corte Kg 29,35 9,85 289,10
dobra e montagem)
Armação de vigas de aço CA-
92760 50 diâmetro, 6,3 mm (corte Kg 2,58 8,61 22,21
dobra e montagem)
Armação de vigas de aço CA-
92762 50 diâmetro, 10,0 mm (corte Kg 94,01 6,88 646,79
dobra e montagem)
Armação vertical e horizontal
89996 de alvenaria estrutural, aço Kg 197,57 7,40 1.462,02
CA-50 diâmetro, 8,0 mm
Laje pré-moldada (EPS,
---- vigotas, armadura, montagem, m² 185,85 86,94 16.157,80
e escoramento)
Concretagem de vigas e lajes
Fck = 20 MPa, para lajes
92724 premoldadas, com uso de m³ 15,59 387,53 6.041,59
bomba (lançamento,
adensamento e acabamento)
Grauteamento em alvenaria
89994 estrutural (lançamento, m³ 5,82 558,17 3.248,55
adensamento e acabamento)
TOTAL 70.031,60
Fonte: Autoria própria

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação
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ANEXO II: CÁLCULO DE CUSTOS DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM


CONCRETO ARMADO PARA UM PAVIMENTO TIPO

CONCRETO ARMADO - Pavimento Tipo - Área Total = 202,66 m²


PREÇO TOTAL
CÓDIGO DESCRIÇÃO DOS
UNID. QUANT. UNITÁRIO Mat. + M.O.
SINAPI SERVIÇOS
(em R$) (em R$)
Alvenaria de vedação de
bloco cerâmico 9 furos,
furado na horizontal
87521 m² 276,55 67,92 18.783,28
11,5x14x24 cm assentado
com argamassa traço 1:2:8
(cimento, cal, areia).
Formas de vigas, em chapa
resinada espessura 12mm
92456 m² 147,70 97,99 14.473,12
(Fabricação, montagem,
escoramento e, desmontagem)
Formas de pilares, em chapa
resinada espessura 12mm
92418 m² 72,00 66,32 4.775,04
(Fabricação, montagem e,
desmontagem)
Armação de vigas e pilares de
92759 aço CA-60 diâmetro, 5,0 mm Kg 284,06 9,85 2.797,99
(corte, dobra e, montagem)
Armação de vigas e pilares de
92761 aço CA-50 diâmetro, 8,0 mm Kg 2,81 8,44 23,72
(corte, dobra e, montagem)
Armação de vigas e pilares de
aço CA-50 diâmetro, 10,0
92762 Kg 425,52 6,88 2.927,58
mm (corte, dobra e,
montagem)
Armação de vigas e pilares de
aço CA-50 diâmetro, 12,5
92763 Kg 669,39 6,18 4.136,83
mm (corte, dobra e,
montagem)
Laje pré-moldada (lajotas em
74141/4 cerâmica, vigotas, armadura, m² 185,85 89,47 16.628,00
montagem e, escoramento)
Concretagem de vigas e lajes
Fck = 25 MPa, para lajes
92724 premoldadas, com uso de m³ 19,19 402,74 7.728,58
bomba (lançamento,
adensamento e, acabamento)
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Maicon Alan Paslauski (maiconpaslauski@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí
DCEENG/UNIJUÍ, 2019.
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Concretagem de pilares Fck =


25 MPa, com uso de balde
92718 m³ 4,80 496,36 2.382,53
(lançamento, adensamento e,
acabamento)
Vergas e contravergas
moldada in loco em concreto
93196 m 18,89 46,31 874,80
(formas, armaduras e,
concreto)
TOTAL 75.531,46
Fonte: Autoria própria

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Estudo comparativo de custos entre construção realizada em alvenaria estrutural e construção em concreto
armado com alvenaria de vedação

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