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Palhoça
2019
ADRIANO CORRÊA DE SOUZA
FERNANDA VERZBICKAS DA COSTA
Palhoça
2019
RESUMO
The soil-structure interaction (SSI) is a type of structural analysis, which considers the influence
of displacement of the soil under the foundations on the constituent elements of the structure.
In this assignment, a 11-storey building was designed to evaluate its importance in buildings
supported by shallow foundations. This type of analysis is still not used in the daily routine of
most engineers but presents significant results among those who consider the indescribable
supports. In order to perform the SSI analysis, a simplified methodology was chosen, based on
an iterative procedure, which seeks the convergence of the support reactions of the structure
and the respective spring coefficients (km) of each foundation. From the results of the iterative
procedure, a comparative analysis is performed in relation to the results obtained by the model
with indescribable supports., from the perspective of distribution of the efforts on the
foundations, estimated settlements, global stability, horizontal displacements in the top of the
building and efforts applicants for the most requested porticos. In addition, it is also compared
the dimensioning of the elements in order to identify a possible under-dimensioning, and the
quantitative of component materials of the structure.
Equação 1 ................................................................................................................................. 24
Equação 2 ................................................................................................................................. 25
Equação 3 ................................................................................................................................. 25
Equação 4 ................................................................................................................................. 26
Equação 5 ................................................................................................................................. 27
Equação 6 ................................................................................................................................. 27
Equação 7 ................................................................................................................................. 28
Equação 8 ................................................................................................................................. 28
Equação 9 ................................................................................................................................. 30
Equação 10 ............................................................................................................................... 37
Equação 11 ............................................................................................................................... 38
Equação 12 ............................................................................................................................... 40
Equação 13 ............................................................................................................................... 46
Equação 14 ............................................................................................................................... 48
Equação 15 ............................................................................................................................... 48
Equação 16 ............................................................................................................................... 49
Equação 17 ............................................................................................................................... 50
Equação 18 ............................................................................................................................... 50
Equação 19 ............................................................................................................................... 50
Equação 20 ............................................................................................................................... 52
Equação 21 ............................................................................................................................... 55
Equação 22 ............................................................................................................................... 55
Equação 23 ............................................................................................................................... 58
Equação 24 ............................................................................................................................... 59
Equação 25 ............................................................................................................................... 60
Equação 26 ............................................................................................................................... 60
Equação 27 ............................................................................................................................... 63
Equação 28 ............................................................................................................................... 64
Equação 29 ............................................................................................................................... 65
Equação 30 ............................................................................................................................... 66
Equação 31 ............................................................................................................................... 66
Equação 32 ............................................................................................................................... 67
Equação 33 ............................................................................................................................... 67
Equação 34 ............................................................................................................................... 68
Equação 35 ............................................................................................................................... 68
Equação 36 ............................................................................................................................... 69
Equação 37 ............................................................................................................................... 69
Equação 38 ............................................................................................................................... 71
Equação 39 ............................................................................................................................... 72
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 18
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................... 18
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 19
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 19
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 19
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 20
1.4 ROTEIRO DO TRABALHO ........................................................................................... 20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 22
2.1 ELEMENTOS DA INFRA-ESTRUTURA ..................................................................... 22
2.2 TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO .............................................................................. 23
2.2.1 Prova de carga ............................................................................................................. 23
2.2.1.1 Interpretação da curva tensão x recalque.................................................................... 24
2.2.1.2 Critério de Boston....................................................................................................... 25
2.2.2 Métodos teóricos .......................................................................................................... 25
2.2.3 Métodos semiempíricos ............................................................................................... 26
2.2.3.1 Correlação SPT........................................................................................................... 26
2.2.3.2 Correlação CPT. ......................................................................................................... 27
2.3 RECALQUES .................................................................................................................. 27
2.4 INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA .............................................................................. 32
2.4.1 Considerações gerais ................................................................................................... 32
2.4.2 Fatores que influenciam na análise com interação solo-estrutura ......................... 35
2.4.2.1 Edificações vizinhas ................................................................................................... 35
2.4.2.2 Rigidez relativa estrutura-solo .................................................................................... 37
2.4.2.3 Número de pavimentos ............................................................................................... 39
2.4.2.4 Processo construtivo ................................................................................................... 42
2.4.2.5 Influência do tempo .................................................................................................... 43
2.4.2.6 Forma da planta baixa ................................................................................................ 45
2.4.3 Modelos de solo para análise da interação solo-estrutura ....................................... 46
2.4.3.1 Método simplificado baseado na hipótese de Winkler ............................................... 48
2.4.3.2 Respostas dos diferentes modelos .............................................................................. 51
2.5 METODOLOGIAS PARA A DEFINIÇÃO DO COEFICIENTE DE REAÇÃO
VERTICAL (KV) ..................................................................................................................... 52
2.5.1 Considerações gerais ................................................................................................... 52
2.5.2 Ensaio de placa ............................................................................................................ 52
2.5.3 Valores típicos .............................................................................................................. 56
2.5.4 Recalque vertical estimado ......................................................................................... 57
2.5.4.1 Recalques imediatos em MEH ................................................................................... 59
2.5.4.1.1 Camada semi-infinita............................................................................................... 59
2.5.4.1.2 Camada finita .......................................................................................................... 62
2.5.4.2 “Bulbo de recalques” .................................................................................................. 63
2.5.4.2.1 Multicamadas .......................................................................................................... 64
2.5.4.3 Recalques imediatos em areias ................................................................................... 64
2.5.4.3.1 Método de Schmertmann (1970) .............................................................................. 65
2.5.4.3.2 Método de Schmertmann (1978) .............................................................................. 68
2.5.4.3.3 “Bulbo” de recalques em areias ............................................................................. 70
2.5.4.4 Estimativa de recalques pelo método de Aoki – Lopes (1975) .................................. 70
2.5.4.4.1 Solução de Mindlin (1936) ...................................................................................... 70
2.5.4.4.2 Metodologia de Steinbrenner (1934) ....................................................................... 72
2.6 APLICAÇÃO DO MÉTODO ITERATIVO SIMPLIFICADO POR MEIO DE
COEFICIENTES DE APOIO ELÁSTICOS (MOLAS) .......................................................... 72
2.7 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL ...................................................................................... 75
2.7.1 Identificação e Classificação Geométrica dos Elementos Estruturais.................... 76
2.7.1.1 Análise linear .............................................................................................................. 77
2.7.1.2 Análise não-linear ....................................................................................................... 77
2.7.1.3 Elementos estruturais básicos ..................................................................................... 78
2.7.1.4 Elementos estruturais de fundação ............................................................................. 78
2.7.2 Sistemas estruturais .................................................................................................... 78
2.7.3 Critérios de lançamento de vigas, pilares e lajes. ..................................................... 79
2.7.3.1 Locação e pré-dimensionamento de vigas .................................................................. 79
2.7.3.2 Locação e pré-dimensionamento dos pilares .............................................................. 80
2.7.3.3 Pré dimensionamento das lajes................................................................................... 81
2.8 ESTADOS LIMITES ....................................................................................................... 81
2.8.1 Estados limites últimos................................................................................................ 81
2.8.2 Estados limites de serviço ........................................................................................... 81
2.8.2.1 Limites para fissuração ............................................................................................... 82
2.8.2.2 Deslocamentos limite ................................................................................................. 82
2.8.2.2.1 Flecha limite ............................................................................................................ 82
2.9 COMBINAÇÕES DE AÇÕES ........................................................................................ 84
2.9.1 Classificação das ações ................................................................................................ 84
2.9.1.1 Permanentes ................................................................................................................ 84
2.9.1.2 Variáveis ..................................................................................................................... 84
2.9.1.3 Excepcionais ............................................................................................................... 84
2.9.2 Método do Estados Limites ........................................................................................ 85
2.9.2.1 Combinações últimas.................................................................................................. 85
2.9.2.2 Combinações de serviço ............................................................................................. 85
2.10 DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ........................................... 85
2.10.1 Vida útil ........................................................................................................................ 85
2.10.2 Agressividade do ambiente ......................................................................................... 86
2.10.3 Cuidados na drenagem ............................................................................................... 86
2.10.4 Cobrimento das armaduras ....................................................................................... 86
2.10.4.1 Qualidade do concreto de cobrimento ........................................................................ 86
2.10.4.2 Cobrimento nominal ................................................................................................... 87
2.11 CONCRETO .................................................................................................................... 87
2.11.1 Resistência à compressão ............................................................................................ 87
2.11.2 Resistência à tração ..................................................................................................... 88
2.11.3 Módulo de Elasticidade............................................................................................... 88
2.11.3.1 Diagrama tensão – deformação do concreto à compressão ........................................ 90
2.11.3.2 Diagrama tensão – deformação do concreto à tração ................................................. 90
2.11.4 Coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade transversal .................................. 91
2.12 AÇOS PARA ARMADURAS ......................................................................................... 91
2.12.1 Ancoragem das armaduras ........................................................................................ 92
2.13 VENTO ............................................................................................................................ 92
2.13.1 Velocidade básica do vento (𝑽𝟎) ................................................................................ 92
2.13.2 Fator S1 ........................................................................................................................ 92
2.13.3 Fator S2 ........................................................................................................................ 93
2.13.3.1 Rugosidade do terreno ................................................................................................ 93
2.13.4 Fator S3 ........................................................................................................................ 93
2.14 INSTABILIDADE E EFEITOS DE 2ª ORDEM............................................................. 94
2.14.1 Efeito P-delta ............................................................................................................... 95
2.14.2 Processo γz .................................................................................................................... 96
2.14.2.1 Estruturas de nós fixos e nós móveis .......................................................................... 97
2.15 EBERICK ........................................................................................................................ 97
3 MÉTODO DE PESQUISA............................................................................................... 98
4 PROJETO ARQUITETÔNICO...................................................................................... 99
4.1 PREPARAÇÃO PARA IMPORTAÇÃO DA ARQUITETURA NO EBERICK ........... 99
4.2 CONCEPÇÃO E PRÉ DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA ............................ 101
4.2.1 Pilares ......................................................................................................................... 102
4.2.2 Vigas ........................................................................................................................... 103
4.2.3 Lajes............................................................................................................................ 107
4.3 LANÇAMENTO DA ESTRUTURA ............................................................................ 108
4.3.1 Lançamento dos pilares ............................................................................................ 109
4.3.2 Lançamento das vigas ............................................................................................... 109
4.3.3 Lançamento das lajes ................................................................................................ 110
4.3.4 Lançamento das escadas ........................................................................................... 110
4.3.5 Estrutura .................................................................................................................... 111
4.4 ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS E CARGAS APLICADAS ............................... 115
4.4.1 Concreto e aço............................................................................................................ 115
4.4.2 Lajes............................................................................................................................ 115
4.4.3 Paredes ....................................................................................................................... 115
4.4.4 Escadas ....................................................................................................................... 116
4.4.5 Reservatório de água................................................................................................. 117
4.5 CONFIGURAÇÕES DO EBERICK ............................................................................. 117
4.5.1 Configurações de ações ............................................................................................. 117
4.5.2 Configurações de análise .......................................................................................... 118
4.5.2.1 Processo de cálculo................................................................................................... 118
4.5.2.2 Redução na rigidez à torção ..................................................................................... 119
4.5.2.3 Processo construtivo (Aumento na rigidez axial de pilares) .................................... 119
4.5.2.4 Não linearidade física ............................................................................................... 119
4.5.2.5 Não linearidade geométrica ...................................................................................... 120
4.5.3 Configurações de dimensionamento ........................................................................ 120
4.5.3.1 Pilares ....................................................................................................................... 120
4.5.3.2 Vigas ......................................................................................................................... 121
4.5.3.3 Lajes, reservatórios e escadas ................................................................................... 122
4.5.3.4 Sapatas ...................................................................................................................... 123
4.5.4 Configurações de vento ............................................................................................. 125
4.5.5 Materiais e Durabilidade .......................................................................................... 126
4.5.6 Verificações ao ELS .................................................................................................. 128
5 PROCESSAMENTO DA ESTRUTURA ..................................................................... 129
5.1 MODELO ESTRUTURAL COM FUNDAÇÕES ROTULADAS ............................... 129
5.2 MODELO ESTRUTURAL COM FUNDAÇÕES ELÁSTICAS (ISE) ........................ 130
6 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS DAS ESTRUTURAS .............. 131
6.1 ESTABILIDADE GLOBAL ......................................................................................... 131
6.2 ESFORÇOS E DESLOCAMENTOS SOBRE AS FUNDAÇÕES ............................... 132
6.3 DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS ......................................................................... 136
6.4 DESLOCAMENTOS NOS PILARES DE TOPO ......................................................... 136
6.5 ANÁLISE DE REDISTRIBUIÇÃO DE ESFORÇOS .................................................. 137
6.5.1 Pórticos ....................................................................................................................... 137
6.5.2 Elemento com mudança de comportamento estrutural......................................... 141
6.5.3 Pilares super e subdimensionados ........................................................................... 143
6.6 QUANTITATIVOS DE MATERIAIS .......................................................................... 145
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 146
7.1 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 146
7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................................................... 147
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 148
ANEXOS ............................................................................................................................... 152
ANEXO A – RELATÓRIO DE SONDAGEM SPT .......................................................... 153
ANEXO B – DETERMINAÇÃO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS ................................ 154
ANEXO C – PROCESSO ITERATIVO DE ANÁLISE POR MEIO DE
COEFICIENTES DE APOIO ELÁSTICOS ..................................................................... 155
18
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
solo-estrutura (ISE), formas de discretizar o solo em análises que considerem essa interação,
maneiras de se determinar o coeficiente de reação vertical e como aplicar métodos iterativos
por meio de molas para considerar a interação solo-estrutura (ISE). Já das seções 8 a 16, serão
abordados temas referentes à concepção estrutural e critérios normativos que devem ser
seguidos para a elaboração de um projeto de edifício em concreto armado.
No terceiro capítulo, é apresentado o método de pesquisa que será adotado para o
trabalho. Desta forma, explica-se a metodologia utilizada para se alcançar os objetivos gerais e
específicos estipulados no primeiro capítulo.
O quarto capítulo se refere à apresentação do projeto arquitetônico elaborado, como
se deu a sua preparação para importação no Eberick, quais foram os conceitos de concepção
estrutural utilizados e como foi feito o pré-dimensionamento dos elementos constituintes.
Especificou-se a ordem e os critérios utilizados no lançamento da estrutura no software, quais
tipos de materiais e cargas foram aplicadas e como o Eberick foi configurado para este trabalho.
No quinto capítulo explicou-se o processamento da estrutura para os dois modelos
estruturais adotados nos objetivos específicos.
A análise e comparação de resultados entre os dois modelos foi descrita no sexto
capítulo, onde avaliou-se a estabilidade global, esforços e deslocamentos sobre as fundações,
deslocamentos horizontais e nos pilares de topo, análise de redistribuição de esforços e
quantitativos de materiais componentes da estrutura, de modo a atender os objetivos específicos
definidos para este trabalho.
No sétimo capítulo foram abordadas as considerações finais, de modo a apresentar
a conclusão do trabalho, constatando o atendimento dos objetivos gerais e específicos definidos
para o trabalho, e as sugestões para trabalhos futuros.
22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Colares (2006, p. 14) define um sistema de fundação, como sendo formado por
elementos isolados, os quais são constituídos por elementos estruturais de fundação juntamente
com o solo que os circunda, que também serve de apoio para a superfície de contato do elemento
de fundação.
Ainda de acordo com o autor, os elementos estruturais de fundação (EEF) (Figura 1)
(sapatas, estacas, tubulões, etc.) são os que transferem os esforços resultantes da superestrutura
para o maciço de solos (MS) de forma segura, respeitando as prescrições normativas de
segurança e critério econômicos.
No que diz respeito às transferências de esforços para o solo, o autor (2006, p. 14)
determina que devem atender ainda as seguintes premissas:
a) Segurança em relação à ruptura do solo.
b) Recalques compatíveis com a estrutura.
Segundo o autor (2006, p. 14), a primeira premissa está associada ao fato de que o solo
sobre o qual as fundações estão assentes não pode sofrer ruptura, ou colapso. Enquanto, a
segunda premissa, determina que por mais que a transmissão dos esforços para o maciço de
solos seja efetuada de forma adequada e sem que haja a ruptura do solo, os recalques
apresentados pelas fundações devem estar de acordo com o porte da edificação e assim
atendendo os limites os quais a estrutura admite. Desse modo, devem-se analisar tanto os
recalques absolutos, quantos os diferenciais, para a verificação das condições de segurança,
desempenho e funcionalidade das fundações.
23
De acordo com Cintra et al (2011, p. 109), a NBR 6122:2010 em seu item 7.3, define que,
a tensão admissível do solo deve ser obtida de forma à atender ao ELU (Estado limite último).
Sendo que, para isso, deve-se utilizar pelo menos uma das seguintes metodologias: prova de
carga em placa, métodos teóricos e métodos semiempíricos.
Já para a verificação quanto ao ELS (Estado limite de serviço), segundo os autores (2011,
p. 109), a mesma norma prescreve que a tensão admissível deve ser o maior valor de tensão
aplicada ao terreno, mas que respeite as deformações da estrutura ou os recalques limites.
Segundo Teixeira e Godoy (1996, p. 235), o método para se estimar a tensão admissível
do solo por meio da prova de carga sobre placa, tem como premissa, simular o efeito que uma
sapata gera ao aplicar carregamento sobre o solo, por meio de uma placa com dimensões
reduzidas. Sendo que, os resultados do ensaio são analisados a partir de um gráfico tensão x
recalque (Figura 2). Além disso, segundo Cintra et al (2011, p. 114), deve-se atentar para que,
os resultados sejam interpretados de forma a considerar o efeito de escala entre o modelo de
placa reduzido e a sapata real a ser assentada, assim como as camadas de solo que irão sofrer
influência do carregamento.
A metodologia da prova de carga será vista com mais detalhes no item 2.5.2 deste
trabalho. De todo modo, ainda conforme os autores (2011, p. 114), é possível analisar por duas
formas os dados de uma prova de carga.
Ainda de acordo com os autores (2011, p. 114), caso a curvatura do gráfico seja aberta
(Figura 4), o patamar de ruptura não é mais nítido. Sendo assim, é necessário adotar um critério
arbitrário (convencional) para se determinar a ruptura. Considerando que, por aproximação,
transforma-se a porção final da curva em uma linha reta não vertical, é possível considerar o
ponto inicial deste trecho reto, como sendo o marco determinante da capacidade de carga
(convencional), pelo critério de Terzaghi (1943). Desta forma, tendo definido a capacidade de
carga, aplica-se um fator de segurança igual a 2, e assim, obtém-se a tensão admissível do solo
(equação 1).
σa ≤ σr/2 (1)
Equação 1
25
Segundo Vargas (1955) apud Teixeira e Godoy (1996, p. 237), é possível adotar uma
interpretação baseada nos critérios do código de obras da cidade de Boston (EUA), o qual
segundo, Cintra et al (2011, p.115), considera a existência de dois valores de recalque para a
determinação da tensão admissível (equação 2), sendo que, um diz respeito ao recalque de 10
mm e outro ao recalque de 25 mm, ou seja, σ10 e σ25 respectivamente.
σ10 (2)
σa ≤
σ25/2
Equação 2
Desta forma, analisam-se os valores obtidos, e adota-se o que resulta em menor tensão
admissível.
Segundo Teixeira e Godoy (1996, p. 240), é possível estimar a tensão admissível do solo
(equações 5 e 6), por meio de correlação com os valores de resistência de ponta qc (MPa), o
qual, segundo Cintra et al (2011, p. 113) é o valor médio resultante no bulbo de tensões, e
conforme Teixeira e Godoy (1996, p. 240), são medidos por meio de ensaios de penetração
estática de cone (Figura 6). Sendo que, as equações apresentadas abaixo, são indicadas para
valores de qc > 1,5 MPa.
2.3 RECALQUES
Segundo Velloso e Lopes (2004, p. 84), uma fundação submetida à carregamentos sofre
recalques, sendo esses parcialmente de forma imediata após a aplicação do carregamento, e
parcialmente em decorrência da ação do tempo. Sendo que, o recalque sofrido imediatamente
28
após o carregamento, se trata do recalque instantâneo ou imediato (Figura 7), enquanto o outro,
se trata do recalque ocorrido em função do tempo. Com essas duas parcelas, pode-se obter o
recalque total ou final, que pode ser visto na equação 7.
𝑤𝑓 = 𝑤𝑖 + 𝑤𝑡 (7)
Equação 7
Sendo:
wf = recalque total
wi = recalque imediato
wt = recalque no tempo
Figura 7 - Recalques de uma fundação superficial sob carga vertical centrada.
Ainda de acordo com os autores (2004, p. 84), o recalque proveniente da ação do tempo,
ou recalque no tempo, está associado ao processo de adensamento do solo, onde ocorre a
migração da água contida nos poros. De modo que, ocorre uma redução do índice de vazios do
solo. Além disso, os efeitos do adensamento secundário, que apresenta um comportamento
viscoso, que é proveniente da fluência do solo, também exercem influência sobre o recalque no
tempo. Desse modo, o recalque no tempo pode ser representado pela equação 8.
𝑤𝑡 = 𝑤𝑎 + 𝑤𝑣 (8)
Equação 8
Sendo:
wt = recalque no tempo
wa = parcela devida ao adensamento
wv = parcela devida a fenômenos viscosos (fluência)
29
Segundo, Colares (2006, p. 15), esse tipo de recalque possui grande importância para
situações onde as fundações diretas estão assentes em argilas saturadas. Nesses casos, é
indicado que as fundações diretas estejam apoiadas em argilas sobreadensadas. Além disso, é
recomendável que as tensões admissíveis para essas fundações sejam compatíveis com a tensão
de pré-adensamento.
Ainda conforme o autor (2006, p. 16), para o cálculo do recalque imediato previsto, é
possível adotar hipóteses da teoria da elasticidade. Dessa maneira, o recalque imediato também
pode ser chamado de recalque elástico. Entretanto, como o solo não é um material elástico, os
recalques imediatos não apresentam um comportamento perfeitamente elástico. Logo, ao
ocorrer o descarregamento da fundação, as deformações não são inteiramente recuperáveis.
Com isso, percebe-se que a denominação do recalque imediato como elástico, não é
completamente adequada. De todo modo, devido ao comportamento elástico linear do conjunto
tensão-deformação sobre o qual o solo está submetido ser válido para tensões menores que a
tensão admissível do solo, considerando-se a influência dos fatores de segurança, a teoria da
elasticidade comprova a sua viabilidade.
Segundo Gusmão (1990, p. 09), além do recalque absoluto ou total (W), que recebe a
nomenclatura de “levantamento” caso o deslocamento vertical seja de baixo para cima, há
também o recalque diferencial (ΔW) entre fundações, que é definido como sendo a diferença
entre recalques totais de duas fundações e aponta o deslocamento relativo entre essas. O autor
ainda destaca a existência de uma rotação (θ), que retrata a mudança de inclinação da reta que
liga dois pontos da fundação. Esses fenômenos podem ser observados na figura 8.
de distorção angular, e nada mais é que uma relação (Equação 9) entre o recalque diferencial
(ΔW ou δ) e o espaçamento (L) entre os pontos de referência de duas fundações.
δ (9)
δesp =
𝐿
Equação 9
Skempton & Macdonald (1956) apud Colares (2006, p. 17), realizaram análises sobre
diversos edifícios, com a intenção de observar o comportamento dessas edificações quanto aos
efeitos dos recalques diferenciais específicos (distorções angulares). Diante disso, Skempton &
Macdonald (1956) apud Cintra et al (2011, p. 89), definiram correlações (Figura 9) entre valores
limites de distorções angulares e os respectivos danos nas edificações.
Ainda de acordo com Velloso e Lopes (2004, p. 29), outros autores também sugeriram
correlações entre distorções angulares e respectivos danos causados sobre as edificações,
podendo-se citar Bjerrum (1963) e complementando esse, Vargas e Silva (1973).
31
Figura 10 - Principais modos de deformação de uma estrutura: (a) recalques uniformes, (b)
recalques desuniformes sem distorção, (c) recalques desuniformes com distorção
O termo interação solo-estrutura, para Colares (2006, p. 19), pode abranger todos os
modelos de estrutura e o solo sobre o qual estão assentados. Logo, prédios, pontes, silos e muros
de arrimo podem ser enquadrados nesta concepção de análise. E essa funciona como um
mecanismo de ligação entre a estrutura, as fundações e o solo sobre o qual estão dispostas.
Sendo que, o processo de análise começa em conjunto com o início da construção e termina
apenas quando houver uma situação de equilíbrio, onde as tensões e deformações tanto sobre a
estrutura, quanto no solo tenham se estabilizado. (ANTONIAZZI, 2011, p. 15)
De acordo com Colares (2006, p. 13), é necessário para se realizar o estudo da interação
solo-estrutura, que exista um sistema de referência comum. No entanto, segundo Iwamoto
(2000, p. 02), é comum que engenheiros de estruturas e geotécnicos divirjam quanto ao sistema
de referência adotado. Isso se deve ao fato que engenheiros estruturais comumente adotam o
ponto da base da estrutura como a origem global, com o sentido para cima. Enquanto
engenheiros geotécnicos adotam que o sentido seja para baixo. Dessa maneira, separando o
objeto de atenção de cada área, sendo, para cima, a estrutura, e para baixo, a fundação.
Entretanto, nenhum desses sistemas é o mais adequado, visto que o ponto de referência adotado
é deslocável. Diante disso, o mais apropriado, seria adotar um ponto abaixo do solo, em
profundidade compatível com a camada indeslocável (Figura 11) e que fosse comum tanto para
a área estrutural quanto para a geotécnica.
Antoniazzi (2011, p. 13) explica que, inicialmente as reações de apoio de uma estrutura
devem percorrer as fundações, para que assim, possam ser absorvidas pelo solo, a qual as
fundações estão assentadas. Logo, para que esse mecanismo seja validado, acredita-se que ele
tenha a capacidade de assegurar a indeslocabilidade da base dos pilares. Diante dessa condição,
são elaborados numerosos projetos estruturais considerando-se a estrutura assente sobre base
rígida e indeslocável.
Ainda de acordo com a autora (2011, p. 13):
Normalmente o processo nos escritórios consiste em, de um lado, o projetista de
estruturas, desenvolvendo o projeto do edifício com a hipótese de apoios
indeslocáveis e, do outro lado, o projetista de fundações considerando as ações dos
apoios recebidas e projetando fundações, de maneira que seus deslocamentos sejam
compatíveis com a estrutura (superestrutura), não ocasionando danos que
comprometam a estabilidade, a utilização ou a estética. Com isso, não são
considerados os efeitos da rigidez da estrutura, bem como a sequência e o processo
construtivo, isto é, considera-se a estrutura já pronta, embora se saiba que as cargas
são aplicadas progressivamente, ao longo da construção do edifício. Logo, o que acaba
por ocorrer nos projetos reais é o desprezo deste mecanismo de consideração da
Interação Solo-estrutura (ISE).
Para Colares (2006, p. 20), muitos são os fatores associados tanto à superestrutura,
quanto à solução de fundação, que podem interferir na análise com a interação solo-estrutura
(ISE). Sendo que, essa interferência pode assumir diferentes magnitudes. Desse modo,
Antoniazzi (2011 p. 16) cita alguns dos fatores que podem ser destacados como, a influência
dos primeiros pavimentos, o número de andares da edificação, o processo construtivo, forma
da planta baixa do edifício, edifícios vizinhos, rigidez relativa estrutura-solo, entre outros.
Segundo Reis (2000, p. 109), Costa Nunes (1956) foi o primeiro a discutir a influência
de construções vizinhas sobre as configurações dos recalques e desaprumos de edifícios, e
separou em quatro grupos os movimentos característicos causados pelos carregamentos das
edificações vizinhas, considerando a época da construção delas.
Costa Nunes (1956) apud Reis (2000), define que o primeiro grupo abrange casos de
edificações vizinhas construídas de maneira simultânea, sendo assim, gerando uma
sobreposição das tensões na porção de solo existente entre as edificações, causadas pelos seus
carregamentos, o que intensifica os recalques nesta região (Figura 13). O segundo grupo, de
acordo com o autor, abrange os casos em que as edificações vizinhas não são construídas de
forma simultânea, em que a primeira gera pré-adensamento do solo, enquanto a segunda gera
um acréscimo de tensões sobre o maciço, que acabam se somando às tensões aplicadas pela
primeira edificação, e assim, intensificando os recalques dessa (Figura 14).
O autor define o terceiro grupo como sendo o que abrange os casos em que é construída
uma nova edificação entre duas já existentes, já o quarto grupo abrange o caso contrário em que
duas novas edificações são construídas adjacentes à uma existente. Desta forma, segundo o
autor no caso do terceiro grupo, ocorre um acréscimo de tensões sobre o maciço, que se somam
às tensões aplicadas pelas edificações já existentes, o que intensifica os recalques que essas
sofrem em sentidos contrários (Figura 15). Em contrapartida, para o autor, no quarto grupo
(Figura 16) como o maciço encontra-se pré-adensado devido à existência de uma edificação,
quando os novos prédios forem construídos, haverá um acréscimo de tensões sobre o maciço.
Entretanto, como o diagrama de tensões aplicadas sobre o maciço se mantém simétrico em
relação ao edifício já existente, a tendência é que ele não sofra desaprumos. Já para o caso dos
novos edifícios, como serão executados posteriormente sobre solo pré-adensado, na região mais
próxima à edificação existente ocorrerão os menores recalques, enquanto os maiores recalques
ocorrerão no lado contrário ao edifício já existente
Figura 15 - Efeito de construções vizinhas – terceiro prédio construído entre dois carregamentos
Equação 10
Sendo:
Kss – Rigidez relativa estrutura-solo.
Ke – Rigidez da superestrutura.
Ks – Rigidez do solo.
n – Número de pavimentos.
38
O autor considera que a rigidez da superestrutura é discretizada por meio de uma viga
equivalente, a qual representa o somatório de rigidezes a flexão das barras que compõem um
pórtico (Figura 17). Já a rigidez do solo é representada pelo módulo de elasticidade do solo.
Figura 17 - Conjunto constituído por fundação e superestrutura (a) e por fundação e viga
equivalente (b)
Comprovando o modelo proposto por Meyerhof (1953), Lopes e Gusmão (1991) apud
Colares (2006, p. 21), analisaram o comportamento de um pórtico modelado como edificação
em concreto armado, apoiado sobre meio elástico, adotando a metodologia para o cálculo da
rigidez relativa estrutura-solo conforme indicado na equação 11.
𝐾𝑒 𝐸𝑐. 𝐼𝑏 (11)
𝐾𝑠𝑠 = =
𝐾𝑠 𝐸𝑠. 𝑙
Equação 11
Sendo:
Ec – Módulo de elasticidade do material da estrutura
Es – Módulo de elasticidade do solo.
Ib – Momento de inércia da viga equivalente.
l – Comprimento do vão entre pilares.
39
Lopes e Gusmão (1991) apud Colares (2006, p. 21) concluíram, conforme indicado na
figura 18, que uma elevação na rigidez relativa entre estrutura e solo (Kes), resulta em valores
menores de recalques, sendo que, esse comportamento é mais intenso para o recalque
diferencial.
Segundo Gusmão (1990, p. 59), a partir do cálculo da rigidez relativa entre estrutura e
solo, percebe-se que, quanto maior o número de pavimentos em um edifício, maior será a sua
rigidez relativa, e menores serão os recalques diferenciais. Entretanto, a tendência à
uniformização dos recalques não cresce linearmente, conforme o número de pavimentos. Goshy
(1978) apud Gusmão (1990), observou que, os primeiros pavimentos possuem maior
participação na uniformização dos recalques, devido a estruturas abertas com painéis terem
comportamento, semelhante ao de vigas parede. Desse modo, segundo Gusmão Filho (1998, p.
258), os pavimentos mais inferiores da estrutura compõem a altura virtual da viga parede, e
assim, tendem a sofrer deformações somente à flexão (Figura 19), enquanto, os demais
pavimentos superiores atuam como chapa, os quais distribuem o carregamento sobre a viga e
sofrendo poucas interferências pela movimentação dos andares de baixo. Além disso, Goshy
(1978) apud Gusmão (1990), também constatou que a participação na uniformização dos
recalques também depende da rigidez relativa estrutura-solo, e se torna maior, na medida que o
valor dessa rigidez relativa aumenta (Figura 20). Para analisar o fator de contribuição de cada
pavimento, o autor analisou um edifício de quinze pavimentos, conforme indicado na equação
12.
40
Moura (1995) apud Colares (2006 p. 22), determina que, por conta dos efeitos da
interação solo-estrutura, as solicitações nos elementos da superestrutura, em especial os
momentos fletores nas vigas e pilares, possuem maior intensidade nos primeiros pavimentos e
tendem a reduzir nos pavimentos superiores.
De acordo com Gusmão Filho (1998, p. 242) a estrutura em um determinado ponto da
construção, atinge uma rigidez limite, sendo que, isso está atrelado ao número de pavimentos,
onde a partir de um pavimento “n”, o acréscimo no número de pavimentos eleva a carga total
dos pilares, mas os recalques diferenciais se mantêm constantes. Desse modo, a configuração
dos recalques diferenciais não se altera. Entretanto, os recalques totais aumentam de acordo
com a elevação de carregamentos provenientes do acréscimo de pavimentos do edifício. O autor
(1998, p. 240 e 242) ainda destaca que, alcançada a rigidez limite, a redistribuição de
carregamentos sobre os pilares tende a cessar. De modo que, não há alteração no valor da
porcentagem de carga que cada pilar suporta devido à consideração da interação solo-estrutura.
Já para os casos onde a rigidez limite não é atingida, conforme a estrutura é carregada, por não
haver uma rigidez considerável para contrapor os recalques diferenciais, ela sofre elevada
influência dos carregamentos provenientes destes recalques. Sendo que, esse tipo de situação
pode ocorrer em casos onde a rigidez do solo é muito elevada em relação à estrutura.
42
Ainda segundo a autora (2011, p. 22), dar importância ao processo construtivo em uma
análise com a consideração da interação solo-estrutura, consiste em aplicar carregamentos
gradativos sobre a estrutura. De modo que, segundo Holanda Jr (1998, p. 112 e 113), em um
primeiro momento, o pórtico seja composto apenas pelas barras que compõem o primeiro
pavimento, e o carregamento aplicado seja referente apenas a esse pavimento. Já na etapa
seguinte, são adicionadas ao pórtico as barras referentes ao segundo pavimento, e aplica-se
sobre a estrutura, apenas as cargas associadas a este pavimento. Sendo que, ao término de cada
etapa, é efetuada uma análise estática linear de modo a avaliar o comportamento da estrutura.
O procedimento de acréscimo de carregamentos continua até que seja alcançado o topo da
edificação (Figura 22).
43
Segundo Chamecki (1969) apud Antoniazzi (2000, p. 25), pode-se dividir em quatro
casos (Figura 23) a interação entre solo e estruturas com variadas rigidezes sob a influência do
tempo, sendo possível analisar os casos quanto ao comportamento dos recalques e das pressões
de contato com solo.
O primeiro caso, segundo Chamecki (1969) apud Antoniazzi (2000, p.25), se trata do
caso a, o qual agrupa estruturas infinitamente rígidas, as quais apresentarão recalques
uniformes. Logo, devido ao solo tender a deformar mais na porção central da edificação, em
função da continuidade parcial do solo existente, a distribuição das pressões de contato entre as
44
fundações e o solo apresentarão uma disposição não uniforme, onde nas extremidades
apresentarão valores máximos, e no centro valores mínimos. Essa distribuição é análoga ao de
um corpo infinitamente rígido apoiado sobre meio elástico. O comportamento que estruturas
infinitamente rígidas apresentam é independente da influência do tempo. Sendo que, casos de
edifícios muito altos que tenham o fechamento das paredes resistentes cooperando de forma
conjunta com a estrutura, podem se enquadrar nesse modelo de comportamento.
Opostamente ao caso a, o caso d, de acordo com Chamecki (1969) apud Antoniazzi
(2000, p.26), agrupa estruturas que não possuem rigidez a incidência de recalques diferenciais.
Em vista disso, estruturas que se enquadram nesse caso, se moldam perfeitamente às
deformações que ocorrem no maciço de solo, e consequentemente, a distribuição das pressões
de contato entre as fundações e o solo apresentarão uma disposição uniforme, e que não se
modifica conforme os recalques se intensificam. Assim como visto no caso anterior, esse
modelo de estrutura não sofre influência da ação do tempo. Sendo que, estruturas isostáticas, e
com grandes extensões ao longo do eixo horizontal, se enquadram nesse modelo de
comportamento.
O caso b, conforme Chamecki (1969) apud Antoniazzi (2000, p.26), compreende
estruturas perfeitamente elásticas, e assim como os casos já vistos, não apresenta diferença de
comportamento devido à influência do tempo. Logo, estruturas que se enquadram nesse modelo
possuem rigidez suficiente de modo a não dependerem da velocidade de progressão de
recalques. De todo modo, os recalques diferenciais que esse caso de estrutura sofre, serão
maiores que o caso de estruturas infinitamente rígidas, mas menores que o caso de estruturas
que não apresentam rigidez, e a distribuição das pressões de contato entre fundações e o solo
não sofre grandes alterações durante a ocorrência dos recalques. Estruturas de aço podem ser
enquadradas nesse modelo de comportamento.
O caso c, de acordo com Chamecki (1969) apud Antoniazzi (2000, p.26), abrange as
estruturas visco-plásticas, onde se enquadram as estruturas em concreto armado, que
apresentam rigidez em função da velocidade do avanço dos recalques diferenciais. Logo, a
rigidez de estruturas que se enquadram nesse modelo apresentam dependência da ação do
tempo. Sendo que, caso os recalques ocorram rapidamente, o comportamento da estrutura se
aproximará ao do caso b. Entretanto, caso os recalques ocorram lentamente, a estrutura se
comportará conforme um líquido viscoso, de maneira semelhante ao caso d. A característica
viscosa do concreto armado está associada à sua fluência, que causa uma redistribuição de
tensões para as peças estruturais menos carregadas, de modo a suavizar as tensões locais mais
elevadas.
45
Segundo Velloso e Lopes (2004, p. 126), as principais formas (Figura 25) de retratar o
solo em uma análise da interação solo-estrutura, são as seguintes:
Hipótese de Winkler.
Meio contínuo.
O meio contínuo, de acordo com os Velloso e Lopes (2004, p. 127), pode ser do tipo
elástico (Figura 25.d) ou elasto-plástico (Figura 25.e). Sendo que, no primeiro tipo, existem
soluções para vigas e placas a partir da teoria da elasticidade. Enquanto para o segundo tipo,
por ser um modelo que exige uma solução por meio do método dos elementos finitos, ou seja,
de complexidade elevada de elaboração e análise, geralmente não é utilizado em projetos
usuais. Em vista disso, o segundo tipo não será abordado neste trabalho.
A hipótese de Winkler, segundo os autores (p. 126), considera que as pressões (q) na
interface de contato entre uma fundação e o solo sobre o qual ela está assente são proporcionais
aos recalques (w) sofridos pela fundação (Figura 25.a). Isso pode ser verificado na equação 13.
𝑞 = 𝑘𝑣 . 𝑤 (13)
Equação 13
47
Holanda Jr (1998, p. 24), define a hipótese elaborada por Winkler como sendo um
modelo simplificado, pois, por mais que seja considerado o fato de que uma deformação do
solo sofrida em um ponto qualquer é diretamente proporcional à tensão aplicada sobre esse
ponto (Figura 26), não se considera a influência que carregamentos em regiões adjacentes
poderiam ter sobre as deformações do solo contido neste ponto, ou seja, considera-se para esse
ponto, apenas a influência que um carregamento sobre ele teria. Sendo que, de acordo com de
Souza e dos Reis (2008, p. 162), os possíveis erros provindos dessa desconsideração tendem a
ser mais acentuados para o caso de solos com baixa rigidez.
Scarlat (1993) apud de Souza e dos Reis (2008, p. 162), informa que em teoria, a maneira
mais adequada e assertiva para a consideração da deformabilidade do solo por meio da interação
solo-estrutura, seria através de um estudo interativo, utilizando modelos tridimensionais para
unificar a estrutura e o solo, onde esse poderia ser analisado até o ponto sobre o qual as tensões
a ele submetidas, poderiam ser desconsideradas. Entretanto, salvo em exceções, esse tipo de
estudo, na prática não costuma ser utilizado em larga escala em função da dificuldade de
modelar análises como essa, devido à complexidade dos modelos matemáticos adotados, como
o método dos elementos finitos, conforme indicado anteriormente.
Segundo Scarlat (1993) apud Antoniazzi (2011, p. 34), devido à elaboração do modelo
de análise descrito acima ser de difícil execução, é possível utilizar um modelo simplificado
baseado na hipótese de Winkler para discretizar a rigidez do solo e considerar os efeitos da
deformabilidade deste (Equação 14). Sendo que, conforme Antoniazzi (2011, p. 62), a rigidez
de um solo pode ser representada por duas formas. Logo, enquanto o coeficiente de reação
vertical (kv) retrata a rigidez de um solo que resiste à um deslocamento em função da ação de
uma pressão atuante (Figura 27), conforme indicado na equação 15, o coeficiente de apoio
elástico (km), o qual é diretamente proporcional ao coeficiente de reação vertical (kv) e a área
carregada (Af), utiliza uma força (Figura 28) e não uma pressão para retratar a rigidez (equação
16).
𝑘𝑚 (14)
𝑘𝑣 =
𝐴𝑓
Equação 14
Sendo:
km = Coeficiente de apoio elástico
kv = Coeficiente de reação vertical
Af = Área carregada
𝑝 = 𝑘𝑣 . 𝑑 (15)
Equação 15
49
Sendo:
p = Pressão atuante
kv = Coeficiente de reação vertical
d = Deslocamento
𝑓 = 𝑘𝑚 . 𝑑 (16)
Equação 16
Sendo:
f = Força atuante
km = Coeficiente de mola
d = Deslocamento
seja adotado tanto para discretizar fundações submetidas à carregamentos verticais, como
sapatas isoladas, sapatas corridas e radiers, quanto para fundações submetidas à carregamentos
horizontais, como estacas sob ações horizontais e estruturas para escoramento de escavações.
A autora (2011, p. 35) determina ainda que, caso seja considerado que posteriormente à
ocorrência da deformação elástica do solo, a base da fundação continue rígida. É possível adotar
uma simplificação para considerar a variação das tensões como linear. Para isso, pode-se trocar
a série de molas discretas, por três molas globais localizadas no centro da fundação:
Ainda de acordo com a autora (2011, p. 35), a partir dos coeficientes de mola, é possível
determinar os deslocamentos com base na hipótese de Winkler, conforme indicado nas
equações 17, 18 e 19.
𝐹 𝐹 (17)
𝜌= =
𝑘𝑚(𝑣) 𝑘𝑣. 𝐴𝑓
𝐻 𝐻 (18)
𝑣= =
𝑘𝑚(ℎ) 𝑘ℎ. 𝐴𝑓
𝑀 𝑀 (19)
𝜑= =
𝑘𝑚(θ) 𝑘𝜃. 𝐼𝑓
Equação 17
Equação 18
Equação 19
Sendo:
F = Carregamento vertical
H = Carregamento horizontal
M = Momento fletor
ρ = Deslocamento vertical
v = Deslocamento horizontal
θ = Rotação
Segundo de Souza e dos Reis (2008, p. 163), usualmente considera-se que kv = kh = kθ.
Desse modo, os coeficientes de recalque horizontais (kh) e de rotação (kθ) possuem valores
iguais ao coeficiente de reação vertical (kv). De todo modo, existem diversos ensaios que
51
mostram que os valores dos coeficientes são diferentes. Isso está associado ao fato que o
coeficiente de reação vertical (kv) não configura uma propriedade do solo, e é definido em
função de diversos elementos, como, forma e dimensões da fundação, flutuações de
carregamento e o modelo de construção.
Segundo Velloso e Lopes (2004, p. 127), analisando-se os casos de rigidez quase infinita
e quase nula para fundações, é possível perceber com maior nitidez as distinções dos resultados
que os modelos a partir da hipótese de Winkler e meio contínuo fornecem. Em vista disso,
percebe-se que a distribuição de pressões (q) de contato atuantes para o caso de rigidez quase
infinita possui diferença entre os modelos de discretização (Figura 29).
Já, para o caso de rigidez quase nula, percebe-se que a distribuição de recalques (w)
sobre a fundação possui diferença considerável entre os modelos de discretização (Figura 30).
52
𝜎 (20)
𝑘𝑣 =
𝑦
Equação 20
Segundo de Souza e dos Reis (2008, p.163), é possível determinar o coeficiente de
reação vertical (kv) de formas diferentes, como por exemplo, a partir de ensaios de placas,
tabelas com valores típicos, e segundo Antoniazzi (2011, p. 36), por meio da determinação do
recalque vertical estimado.
Segundo Medeiros (2013, p. 45), para se obter uma análise mais precisa sobre o
funcionamento de uma fundação sobre o efeito de tensões e recalques, seria necessário utilizar
53
um modelo em escala real. Entretanto como na prática isso é inviável, pode-se adotar o ensaio
de placa como solução, o qual é balizado pela NBR 6489:1984, e de acordo com Cintra et al
(2004, p. 80), a prova de carga em placa consiste em um ensaio que por meio de uma placa,
aplica-se compressão sobre a superfície de um solo. Sendo que, pela norma americana, a placa
é quadrada e possui dimensão de 30 cm (1 pé), enquanto no Brasil, a placa é circular, de aço,
rígida e possui 80 cm de diâmetro. Antoniazzi (p. 37 e 38) complementa, informando que as
cargas verticais são aplicadas em etapas sobre o centro da placa. Desse modo, pode-se realizar
a leitura das deformações de maneira concomitante com o acréscimo de carregamentos. E de
acordo com Medeiros (2013, p. 45), o ensaio tem como objetivo, simular de forma aproximada
o funcionamento do elemento de fundação superficial e sua respectiva interação com o solo
sobre o qual está assente.
Todavia, de acordo com Décourt e Quaresma Filho (1996) apud Antoniazzi (2011, p.
37), o ensaio de placa também não conta com larga utilização no meio prático, por mais que
seja a forma ideal para se obter as informações de carga-recalque dos elementos de fundação.
Sendo que as razões para a pouca utilização envolvem desde questões financeiras, como
elevado custo, quanto questões de tempo, como elevado tempo de execução. Além disso, de
acordo com Cintra et al (2004, p. 80) existe ainda o empecilho da necessidade de se realizar
para uma mesma tensão admissível, uma extrapolação direta dos resultados de recalques sobre
as placas para se adequar aos recalques sobre os elementos de fundação.
De acordo com Holanda Jr (1998, p. 41), a partir do estudo da curva “pressão – recalque
da placa” gerado como resultado do ensaio de placa, pode-se obter o coeficiente de recalque.
Para isso, analisa-se a inclinação inicial (longe da ruptura) da curva, a qual informa o coeficiente
de reação vertical (kv, prim), indicado na figura 31. O autor utiliza como base para a sua
explicação, a placa normatizada pela norma americana, ou seja, quadrada com 30 cm (1 pé) de
dimensão. Com isso, segundo o autor (1998, p.41) é comum que o coeficiente de reação vertical
obtido a partir da utilização deste tipo de placa, seja representado por k0 ou ks1. Além disso, a
curva pressão-recalque da placa pode apresentar comportamento não linear acentuado. Desse
modo, quando esse tipo de situação ocorre, o coeficiente de recalque (kv, ur) deve ser obtido
através de uma região de pressões prevista, e posterior à ciclos de cargas, caso necessário, assim,
como indicado na figura 31.
Segundo Velloso e Lopes (2004, p. 115 e 128), o coeficiente de recalque (kv) obtido
pelo método do ensaio de placa precisa ser ajustado para considerar de maneira adequada a
forma e as dimensões do elemento de fundação em estudo. E ainda segundo os autores, isso se
deve ao fato de o coeficiente de recalque não ser uma característica única do solo, mas também
uma resposta do solo diante da aplicação de um carregamento por meio do elemento de
fundação, conforme visto anteriormente.
Cintra et al (2011, p. 81) definem que, considerando uma análise entre modelo x
protótipo, a partir de uma placa e uma sapata de formatos circulares e ambas apoiadas sobre a
superfície de um maciço de solo, com diâmetros Bp e Bf, pode-se adotar a seguinte relação:
Desse modo, ainda segundo os autores (2011, p. 81), mesmo com sapatas retangulares
ou com formatos irregulares, pode-se adotar uma sapata fictícia de área equivalente de formato
circular, e assim, mantém-se a proporção tanto para os bulbos de tensões, quanto para os
“bulbos” de recalques. Isso pode ser verificado na figura 32.
55
De acordo com Velloso e Lopes (2004, p. 116), para meios em que o módulo de
elasticidade (E) cresce de maneira linear com a profundidade (z), como, segundo Antoniazzi
(2011, p. 40) é o caso de solos arenosos, a equação 21 abaixo pode ser usada para corrigir o
coeficiente de recalque (kv):
Já, segundo os autores (2004, p. 116), para meios em que o módulo de elasticidade (E)
é constante, ou seja, o meio é homogêneo, como, segundo Antoniazzi (2011, p. 41) é o caso de
solos argilosos rijos e muito rijos, a seguinte equação (22) pode ser usada para corrigir o
coeficiente de recalque (kv):
𝑏. 𝐼𝑠, 𝑏 (22)
𝑘𝑣 (𝐹𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜) = 𝑘𝑣(𝑃𝑙𝑎𝑐𝑎)
𝐵. 𝐼𝑠, 𝐵
Equação 22
Sendo:
Is = Fator de forma (Figura 33)
56
Cabe ressaltar que, como os valores típicos informados por Terzaghi (1955), foram
obtidos a partir de ensaios de placa quadrada de 1 pé de dimensão, se faz necessário realizar os
ajustes indicados nas equações 21 e 22 para se estimar o coeficiente de recalque da fundação
superficial em estudo de forma adequada.
𝐸𝑠 = 𝐸₀ + 𝑘𝑧 (23)
Equação 23
Sendo:
E0 = Módulo de deformabilidade ao nível da base da placa (É um valor constante)
k = Taxa de crescimento do módulo de deformabilidade (É um valor constante)
z = Profundidade
Ainda segundo os autores (2011, p. 65), para o caso de k = 0, tem-se um meio elástico
homogêneo, onde Es = E0, e por consequência os recalques serão diretamente proporcionais ao
aumento das dimensões da sapata em relação à placa de ensaio. Enquanto o coeficiente de
reação vertical será inversamente proporcional. Já para o caso onde E0 = 0, e Es = kz, tem se
um meio elástico não homogêneo, o qual possuirá recalques de valores iguais, tanto para a placa
de ensaio quanto para as sapatas, e por consequência, irão possuir o mesmo coeficiente de
reação vertical. Em vista disso, de acordo com os autores (2011, p. 85), como o módulo de
deformabilidade (Es) possui valor compreendido entre os dois casos extremos apresentados, os
recalques das sapatas estarão contidos entre o valor de recalque da própria placa e o obtido
através da proporção direta do aumento de dimensão entre placa e a sapata real, para uma
mesma tensão aplicada.
59
Segundo Cintra et al (2011, p. 65), algumas das metodologias que podem ser aplicadas
para se estimar os recalques imediatos de sapatas, são:
Camada semi-infinita.
Camada finita.
Multicamadas.
Cintra et al (2011, p. 76), informam que Schmertmann (1970) utilizou para estimar o
módulo de deformabilidade (Es) de cada subcamada de solo, correlações com a resistência de
ponta do ensaio de cone (qc) e com o índice de resistência Nspt. Sendo que, foram elaboradas
a partir de estudos em areais da região da Flórida, EUA. Todavia, é possível adotar as
correlações para solos brasileiros elaboradas por Teixeira e Godoy (1996), a partir das equações
25 e 26.
60
𝐸𝑠 = 𝛼 . 𝑞𝑐 (25)
Equação 25
𝐸𝑠 = 𝛼 . 𝐾 . 𝑁𝑠𝑝𝑡 (26)
Equação 26
Onde o fator α e o coeficiente K são definidos em função do tipo de solo. Cabe ainda
realizar uma interpolação para solos que não estejam presentes nas tabelas 1 e 2 indicadas
abaixo.
Ainda segundo os autores, (2011, p. 93), é possível adotar valores típicos determinados
por Teixeira e Godoy (1996) para o coeficiente de Poisson do solo (Tabela 3).
61
Cintra et al (2011, p. 66), observam também que, ao analisar a figura 33, percebe-se que
o recalque que ocorre nas extremidades de uma placa quadrada flexível (aplica tensão uniforme
sobre o solo), é metade do ocorrido no centro. Em vista disso, para uma placa rígida (sofre
recalques uniformes), as tensões de contato aplicadas sobre o solo devem ser maiores nas
extremidades do que no centro. Isso pode ser observado na figura (36) abaixo.
Figura 36 - Tensão de contato entre placa e argila sobreadensada: a) placa flexível; b) placa
rígida
Em contrapartida, para o caso das areias, os autores (2011, p. 67) observam que
comportamento segue uma diferente premissa. Sendo que, para o caso de placa flexível (aplica
tensão uniforme sobre o solo), os recalques nas extremidades são mais acentuados do que os da
porção central da placa, devido ao efeito de confinamento que ocorre na região central da placa,
o que resulta em uma maior resistência à deformação. Enquanto na placa rígida (sofre recalques
uniformes), as tensões de contato aplicadas sobre o solo devem possuir maior intensidade na
porção central da placa, para que assim, os recalques sobre a placa possam ser uniformes. Isso
pode ser verificado na figura (37) abaixo.
62
Figura 37 - Tensão de contato entre placa e areia: a) placa flexível; b) placa rígida.
Em vista dessas constatações, os autores (2011, p. 67) ainda apontam que a rigidez da
placa e o tipo de solo em estudo, possuem influência direta sobre como as tensões de contato
serão distribuídas.
Segundo Antoniazzi (2011, p. 45), situações em que houver uma camada de argila
deformável finita acima de uma camada indeformável, ajustes devem ser realizados sobre a
equação 24, para que seja possível representar esse cenário.
De acordo com Cintra et al (2011, p. 68), é possível estimar o valor do recalque devido
à utilização de uma metodologia que considera que a sapata será retangular (comprimento L e
largura B) ou circular (diâmetro D) e estará assente à uma profundidade (h) em relação à
superfície do solo. Considera-se ainda que o módulo de deformabilidade (Es) do solo se mantém
constante, e que haverá uma profundidade H entre o fundo da sapata assentada e o topo da
camada de solo indeslocável existente abaixo. As relações provindas dessas considerações
podem ser verificadas na figura 38.
63
𝜌𝑖 = 𝜇0 . 𝜇1 . [𝜎𝐵/𝐸𝑠] (27)
Equação 27
Sendo:
μ0: Fator de influência de embutimento da sapata
μ1: Fator de influência da camada de solo.
Cintra et al (2011, p. 71), determinam que à uma profundidade de H = 6B, para solos
que representam um meio elástico homogêneo, atinge-se o meio indeslocável, ou seja, o
“bulbo” de recalques limite, onde para profundidades maiores, os recalques obtidos são
desprezíveis.
2.5.4.2.1 Multicamadas
De acordo com Cintra et al (2011, p. 69), é possível que o maciço de solo sobre o meio
indeslocável seja composto por diversas subcamadas, e cada uma possuindo um módulo de
deformabilidade. Em vista disso, uma das maneiras para se obter o recalque total de uma sapata,
é por meio da adoção de uma camada hipotética para representar o maciço de solo.
Ainda segundo os autores (2011, p. 72), em um exemplo de obtenção de recalque total
para uma situação de duas subcamadas, inicialmente, calcula-se o recalque (ρ1) da subcamada
superior, adotando-se a metodologia da camada finita, com a consideração do indeslocável
estando no topo da subcamada inferior. Em sequência, para a obtenção da parcela de recalque
da camada inferior (ρ2), conforme Simons e Menzies (1981) apud Cintra el al (2011, p. 72),
admite-se uma camada hipotética que possui profundidade equivalente ao total das duas
subcamadas, com o intuito de compreender o módulo de deformabilidade da subcamada
inferior. Com isso, pode-se calcular o recalque da camada hipotética, e em sequência, descontar
o excedente, ou seja, o valor de recalque obtido para a primeira camada com a consideração do
módulo de deformabilidade da camada inferior. Desse modo, obtém-se o valor total de recalque
(ρi) (Equação 28) da sapata em estudo.
𝜌𝑖 = 𝜌1 + 𝜌2 (28)
Equação 28
Cintra et al (2011, p. 73), definem que, diferentemente das argilas, as areias mesmo
possuindo granulometria, mineralogia e compacidade homogêneas, não apresentam um módulo
de deformabilidade constante com a profundidade. Desse modo, constituindo um meio elástico
não homogêneo. Isso ocorre principalmente devido a areia apresentar, com o aumento da
profundidade, elevação do módulo de deformabilidade em função do fenômeno do
confinamento.
65
De acordo com Antoniazzi (2011, p. 48), por mais que a teoria da elasticidade seja uma
metodologia utilizada para a determinação de recalques em sapatas inseridas em meios que
apresentam módulo de deformabilidade constante com o aumento da profundidade, como o
caso de argilas sobreadensadas. Todavia, é possível, por meio da utilização dos fatores μ0 e μ1
apresentados na equação 25, adequar a teoria da elasticidade para que seja válida a sua aplicação
também para areias. Para isso, divide-se o maciço do solo em subcamadas, e adota-se um
módulo de deformabilidade (Es) médio para cada uma. D’Appolonia et al (1970) apud
Antoniazzi (2011, p. 48) informam que caso o valor médio do módulo de deformabilidade tenha
sido adotado e determinado de forma adequada, os resultados apresentados para o recalque em
areias podem ser aceitos.
Ainda segundo a autora (2011, p. 48), para que seja possível adotar a teoria da
elasticidade para a determinação do recalque de sapatas assentadas em areia (Equação 29), se
faz necessário adotar um coeficiente de 1,21 para adequar os fatores μ0 e μ1, que inicialmente
foram desenvolvidos para argilas saturadas com v = 0,5. Para isso, cria-se uma relação
utilizando um v = 0,3 para representar a areia.
1 − 0,3
= 1,21
1 − 0,5
Equação 29
𝜀𝑧 = 𝐼𝑧 . [𝜎/𝐸𝑠] (30)
Equação 30
Ainda de acordo com Cintra et al (2011, p.74), Schmertmann efetuou estudos a partir
de análises teóricas, modelos e simulações a partir do método dos elementos finitos, com o
intuito de se obter um melhor entendimento sobre a variação da deformação vertical sob sapatas
rígidas assentes em solos arenosos homogêneos ao longo da profundidade do maciço de solo.
Com isso, concluiu que, a maior deformação não ocorre na região de interface do contato entre
a base da sapata rígida (B) e solo, mas sim em uma cota mais profunda, sendo que sua
localização (z) aproximada segue a relação z = B/2. Para cotas mais profundas do que a obtida
pela relação descrita acima, as deformações diminuem de forma gradual, sendo possível
desprezá-las quando a relação z = 2B é atendida.
Diante desta constatação, Schmertmann sugeriu uma distribuição no formato triangular
para a determinação do fator de influência na deformação (Figura 39), para ser utilizado no
cálculo de recalques de sapatas rígidas assentes em areias.
c) Embutimento da sapata
O método elaborado por Schmertmann (1970), segundo Cintra et al (2011, p.75), conta
com um fator de correção do recalque (C1), o qual pode ser determinado pela equação 31. Esse
fator está associado ao fato de que, ao se considerar um embutimento maior da sapata sobre o
solo arenoso, o recalque pode sofrer uma redução de até 50%.
Sendo:
q = Tensão vertical efetiva à cota de apoio da fundação (sobrecarga)
σ* = Tensão “líquida” aplicada pela sapata (σ* = σ – q)
Desse modo, de acordo com Antoniazzi (2011, p. 50), uma sapata que se encontra
apoiada na superfície do solo arenoso, tem-se que q = 0. Sendo assim, não havendo redução do
recalque. Todavia, havendo a situação de q = σ/2, ou q = σ*, tem-se a máxima redução de
recalque.
d) Efeito do tempo
Segundo Cintra et al (2011, p. 75), o método em estudo conta com um outro fator de
correção (C2) para definir o recalque final, e pode ser obtido por meio da equação 32. Sendo
que o fator em questão se deve ao fato de sapatas assentadas em areias sofrerem além do
recalque imediato, um acréscimo de recalque em função do tempo, de forma análoga à
compressão secundária sofrida por argilas.
e) Formulação
De acordo com Antoniazzi (2011, p. 51), o valor total do recalque sofrido por sapatas
rígidas apoiadas sobre areias, é obtido por meio do somatório dos recalques de n subcamadas
adotadas como homogêneas, estando localizadas entre as profundidades de 0 a 2B. Consideram-
se ainda os efeitos provindos do embutimento e do tempo, como pode ser verificado na equação
33.
(33)
𝜌𝑖 = 𝐶1 . 𝐶2 . 𝜎 ∗. [(𝐼𝑧/𝐸) . ∆𝑧]
Equação 33
Sendo:
68
Ainda segundo Antoniazzi (2011, p. 51), é plausível que a tensão líquida (σ*) seja a
adotada para a determinação do recalque total de sapatas assentes sobre areias, já que a fração
referente à sobrecarga, retrata a reposição do alívio de tensões geradas pela escavação. Desse
modo, não devem gerar recalque sobre as sapatas. Para fundações rasas, não necessariamente
deve-se utilizar a tensão líquida na equação para a determinação do recalque total. Pois, os
resultados dos recalques sobre as paredes com ou sem o uso da tensão líquida, são muito
próximos. Entretanto, para o caso de fundações profundas, a consideração da tensão líquida
deve ser feita para a determinação do recalque.
A autora (2011, p. 51) informa que, o valor médio de Iz, pode ser estimado para cada
subcamada por meio de semelhança de triângulos ou por meio das equações 34 e 35 indicadas
abaixo.
Sendo:
z = profundidade contada a partir da base da sapata.
Em sua nova metodologia, Cintra et al (2011, p. 77) informam que Schmertmann (1978),
determina que o valor de Iz máx (Equação 36) é obtido na profundidade de ¼ do “bulbo” de
recalques. Sendo que para sapatas quadradas isso ocorre quando z = B/2 e para sapatas corridas
z = B.
Equação 36
Sendo:
σv = Tensão vertical efetiva na profundidade correspondente a Iz máx.
Segundo Antoniazzi (2011, p. 53), o valor de Iz máx aumenta de acordo com a tensão
líquida que é aplicada sobre a sapata. Em vista disso, para um exemplo em que inicialmente
tem se que σ*/σv = 1, e em um segundo momento σ*/σv = 10, o valor obtido de Iz máx que
inicialmente seria 0,60, aumenta para 0,82.
De acordo com Cintra et al (2011, p. 77), para o caso de sapatas intermediárias (1 < L/B
< 10), é possível adotar interpolações para gerar um novo diagrama, de modo que o “bulbo” de
recalques compreenda a profundidade que atenda a relação indicada pela equação 37.
Segundo Antoniazzi (2011, p. 56), o método de Aoki – Lopes (1975) assim como o de
Schmertmann (1970 e 1978), se origina da teoria da elasticidade, sendo que para sua
discretização, utiliza a equação de Mindlin (1936) para efetuar o cálculo do recalque e a
metodologia elaborada por Steinbrenner (1934) para considerar a influência da estratigrafia do
maciço de solo em estudo.
Segundo Colares (2006, p. 29), com o intuito de abordar o comportamento contínuo dos
solos, comumente retrata-se o maciço de solos como um elemento elástico e tridimensional.
Em vista disso, conforme Antoniazzi (2011, p. 56), a hipótese de Mindlin (1936) parte do
princípio que o solo é representado por um meio tridimensional, semi-infinito, isotrópico,
homogêneo e elástico-linear. Desse modo, ao aplicar-se um carregamento concentrado em um
ponto qualquer interno ao maciço de solo, pode-se determinar o recalque vertical gerado. Isso
pode ser verificado na figura 41.
71
Segundo Antoniazzi (2011, p. 57), para o caso de sapatas, a carga aplicada sobre o solo
não é concentrada, mas sim uniformemente distribuída. Desse modo, Aoki – Lopes (1975)
propuseram uma forma de se obter os recalques gerados a partir de um carregamento
uniformemente distribuído provindo de uma sapata com dimensões L1 e L2 em planta,
conforme indicado pela equação 38.
𝛿𝑡 = 𝛿 𝑑𝑥𝑑𝑦 (38)
Equação 38
A partir da metodologia elaborada por Aoki – Lopes (1975), Antoniazzi (2011, p. 57),
informa que é possível realizar uma discretização da superfície de contato da sapata com o solo,
em n divisões (Figura 42), de modo a se obter um valor mais preciso para a integral resultante
da equação indicada acima.
𝑊 = 𝛿1 − 𝛿2 (39)
Equação 39
Sendo:
δ1 = Recalque para z igual à cota inicial da camada, considerando-a como se fosse semi-infinita;
δ2 = Recalque para z igual à cota final da camada, considerando-a como se fosse semi-infinita;
Segundo de Souza e dos Reis (2008, p. 166), duas abordagens podem ser adotadas para
se realizar uma análise iterativa simplificada, que considere a deslocabilidade do solo, sendo
uma por meio da utilização de coeficientes de apoio elásticos (km) e outra por meio da
imposição de deslocamentos sobre as fundações.
A primeira metodologia (Figura 43), de acordo com os autores (2008, p.166), consiste em
uma análise estática linear para a obtenção dos esforços de reação da estrutura, com a hipótese
de apoios indeslocáveis. Em sequência, a partir dos esforços de reação obtidos nos apoios, são
dimensionadas as sapatas e determinados os recalques obtidos sobre os apoios, por meio de
uma das metodologias demonstradas no item 2.5.4 deste trabalho. Em seguida, a partir da
73
equação 17, obtém-se o coeficiente de apoio elástico (km) para cada fundação, o qual servirá
para simular a deslocabilidade do solo. Desta forma, com posse dos valores de coeficientes de
apoio elásticos (km), os quais serão utilizados para discretizar os elementos de apoio,
substituindo os apoios indeslocáveis, realiza-se uma nova análise estática linear. Dessa maneira,
novas reações de apoio são obtidas, as quais servirão para a determinação de novos recalques e
novos coeficientes de apoios elásticos (km). Sendo assim, por ser um processo iterativo, deve
ser repetido até que as reações de apoio ou os coeficientes de apoio elásticos (km) convirjam
para um valor.
A metodologia apresentada pelos autores não possui uma etapa específica para a
determinação do coeficiente de reação vertical (kv), já que em princípio pela equação 16, em
posse do deslocamento (recalque) e da força que a fundação aplica sobre o solo, pode-se
determinar o coeficiente de apoio elástico (km) de forma direta. De todo modo, como o
coeficiente de apoio elástico (km) conforme indicado no item 2.4.3.1 deste trabalho, está
conceitualmente associado ao coeficiente de reação vertical (kv) e é diretamente proporcional
à este, como também pode ser verificado nas equações 14 e 17, percebe-se a participação do
coeficiente de reação vertical (kv) no processo, mesmo que de forma indireta.
Os autores (2008, p. 166 e 167) informam ainda que, a segunda maneira para considerar
a deslocabilidade do solo, consiste em uma forma semelhante à vista anteriormente. Entretanto,
enquanto na formulação anterior, eram utilizados os coeficientes de apoio elásticos (km) para
realização das análises estáticas lineares, nesta (Figura 44), são utilizados os recalques (y)
obtidos conforme uma das maneiras vistas no item 2.5.4 deste trabalho. Sendo assim, ao se
obter os recalques, estes são impostos sobre os apoios inicialmente considerados indeslocáveis.
Desta maneira, conforme já visto, inicia-se o procedimento iterativo, de modo a se obter novas
reações de apoio e novos recalques. Com isso, o processo é repetido até que os recalques ou as
reações de apoio convirjam para um valor.
74
Fase inicial
Fase iterativa
Para Giongo (2007, p.1), o Brasil é uma evidência de que o concreto armado é
adaptável a qualquer forma estrutural, visto que até mesmo a sede do governo brasileiro,
construída em Brasília, utilizou esse material nas mais diversas invenções arquitetônicas em
todo o seu complexo de edificações. O concreto armado pode atender qualquer finalidade e
concepção estrutural, seja em edifícios públicos, comerciais ou residenciais e a sua
implementação tem dependência com aspectos financeiros e técnicos.
Giongo (2007, p.2) ressalta que há diversas modalidades para empregar o concreto
armado, podendo utilizá-lo de forma exclusiva ou associada ao concreto protendido, alvenaria
estrutural, estrutura metálica e estruturas de madeira. Ainda, dentro do concreto armado existem
diversas possibilidades de estruturação, como nervuras em lajes e utilização de elementos pré-
moldados ou armados e concretados no local. Usualmente as lajes, vigas e pilares compõem o
sistema estrutural global juntamente com a fundação, na qual as ações da edificação são
transferidas através dos pilares apoiados sobre sapatas diretas ou blocos sobre estacas.
Esses elementos têm empregos diferentes a fim de conceber um complexo
resistente que seja durável, econômico, seguro e atenda aos conceitos estéticos e de
funcionalidade impostos pela arquitetura. ALVA (2007, p.1). Para atender o último requisito, é
necessária a garantia da coexistência desses elementos com os demais projetos e limitações,
como os projetos elétrico, hidráulico, telefônico e SPDA, além do posicionamento dos pilares
de forma que não afete o estacionamento dos automóveis nas garagens. Na condição estética,
em geral, atenta-se para o embutimento dos elementos nas alvenarias. A economia caminha
associada à otimização do tempo de construção, como utilização das mesmas fôrmas
repetidamente ao longo da concretagem além de ser ponderada também na etapa de projeto,
com a escolha de materiais e métodos utilizados, bem como uma análise estrutural que permita
o caminhamento mais semelhante possível das cargas para cada elemento da infraestrutura.
Quanto mais a estrutura resistir às ações horizontais, maior a chance de ser considerada uma
estrutura segura, e para isso devem manter uma série instruções em relação ao posicionamento
dos elementos em relação aos outros apresentando resistência e rigidez adequadas, conforme
Alva (2007, p.8)
76
Para Giongo (2007, p.2), o sistema estrutural global é formado por lajes, vigas e
pilares, podendo estar dispostos de forma singular ou associados, como é o exemplo de escadas
que são formadas por vigas e lajes. As ações resultantes são transferidas ao solo por meio das
fundações, como sapatas diretas ou bloco sobre estacas, através dos pilares.
sendo
a) Elementos lineares de seção delgada;
b) Elementos lineares de seção não delgada;
c) Elementos bidimensionais;
d) Elementos tridimensionais.
A NBR 6118 (2014) prescreve que a análise linear é geralmente empregada para a
verificação dos estados limites de serviço (ELS). Porém, se garantida a dutilidade mínima às
peças, os esforços solicitantes decorrentes dessa análise também podem ser utilizados para o
dimensionamento dos elementos estruturais no estado limite último (ELU), mesmo que o
mesmo admita a plastificação dos materiais.
Os materiais são considerados como elástico-lineares. Utiliza-se para o cálculo da
rigidez dos elementos estruturais lineares o momento de inércia da seção bruta do concreto.
Segundo a NBR 6118 (2014), análises não lineares servem tanto para verificações
do ELS quanto para o ELU. Só é possível a realização dessa análise com a geometria e as
armaduras conhecidas, pois há dependência direta dos seus resultados com o modo com que a
estrutura foi armada.
Admite-se o comportamento não linear geométrico e dos materiais. Condições de
equilíbrio, de compatibilidade e ductilidade devem ser satisfeitas.
78
Segundo Alva (2007), as lajes, vigas e pilares são os três elementos principais no
comportamento primário da estrutura. As cargas verticais impostas sobre as lajes seguem um
fluxo de transferência para as vigas de apoio, que então serão transferidas para os pilares e por
sua vez para as fundações.
Os pilares também resistem as ações horizontais impostas pelo vento. Podem
resistir a esses carregamentos através dos pórticos, que são a junção dos mesmos com as vigas
ou por pilares com grande rigidez.
A união dos elementos estruturais com seus respectivos materiais, concreto, aço,
mistos e outros, formam o sistema estrutural do edifício. Esses elementos devem ser dispostos
racionalmente, para que possam resistir juntos as ações atuantes. Dessa forma, o objetivo dessa
reunião é manter a estrutura estável e em perfeita utilização. ALVA, (2007).
Rebello (2003) descreve a estrutura como um conjunto de elementos que serve de
caminho pelo qual as forças que atuam sobre elas passam até atingir o solo, seu destino final.
As forças caminham sobre o percurso mais longo, portanto quanto menor o caminho, menor a
solicitação sobre os elementos.
Segundo Alva (2007), a estabilidade global do edifício é aferida com a constituição
de um pórtico tridimensional, que consiste na associação de pórticos planos, vigas e pilares
conectados rigidamente, nas duas direções ortogonais.
79
Para a largura da viga Alva (2007) sugere que, para escondê-las dentro de paredes,
deve-se considerar 3 cm para o revestimento em paredes de 25 cm de espessura e 1,5 cm em
paredes de 15 cm. A espessura do revestimento citado se dá em cada face da parede. Isso ocorre,
pois, normalmente, os tijolos cerâmicos e blocos de concreto tem espessuras de 9, 14 e 19 cm.
O espaçamento ideal entre os pilares deve ser de 4 a 6 metros evitando, assim como
nas vigas, o lançamento desproporcional dos espaçamentos. A continuidade dos pilares, do
pavimento à cobertura tem extrema importância no fator econômico da construção, já que se
evitam vigas de transição. REBELLO, (2003).
Quando os pilares são locados no centro da viga, aumenta-se a solicitação do
momento fletor, posicioná-los no encontro das extremidades de cada viga evita o apoio de viga
sobre viga. Rebello (2003) também ressalta que os eixos dos pilares devem ser os mesmos a
fim de de facilitar a locação em obra.
Para fins de pré-dimensionamento Alva (2007) traz que a soma das cargas acidentais e
permanentes deve estar em torno de 10 a 12 kN/m². O método utilizado para descobrir a segunda
dimensão dos pilares consiste em multiplicar a carga estabelecida (g+k) pela área de influência
(Ai) gerando a força nominal (Nk) que será aplicada no pilar correspondente para um único
pavimento.
A quantidade de pavimentos que influenciará cada pilar é dada por n. Em função da posição
dos pilares devemos considerar um fator (β). Os pilares internos admitem valor de 1,8 e os de
extremidade de 2,2. Já os pilares de canto têm β igual a 2,5.
A força normal de dimensionamento (Nd) é resultante de Nk multiplicado pelo fator β e
pela quantidade de pavimentos acima do pilar em análise.
Obtida a carga concentrada em cada pilar, pode-se determinar a área da seção de concreto
por:
𝑁
𝐴 =
𝑓
0,85. 𝛾 + 𝜌. 𝜎
onde
𝜌 é a taxa de armadura longitudinal total no pilar, adotado o valor de 2%
𝜎 é a tensão de compressão nas barras das armaduras para uma deformação de 0,2%. Para
aço CA-50 a tensão se equivale a 42 kN/cm²
81
Segundo Alva (2007) determina-se a espessura das lajes dividindo o menor vão da laje, em
centímetros, por 40.
A NBR 6118 (2014) estabelece limites mínimos para a espessura das lajes maciças. As
lajes em de cobertura não devem ser inferiores a 5 cm, mas se estiverem em balanço devem ser
de 7 cm. Para suportar as cargas de veículos inferior a 30 kN o mínimo é de 10 cm, para
superiores a esse valor, 12 cm. Além disso, para as lajes lisas são 16cm e para as lajes-cogumelo
são 14 cm. Em edifícios recomenda-se espessura mínima de 10 cm para evitar deformações
excessivas e problemas com o isolamento acústico entre os pavimentos.
Bastos (2006, p.49) explica que no estado limite último (ELU), tanto os elementos
estruturais de concreto armado quanto os protendidos são dimensionados como se estivessem
hipoteticamente à beira do rompimento. Como o objetivo não é realmente atingir a ruína da
estrutura, todo o cálculo de dimensionamento dos elementos é feito com uma margem de
segurança, ou seja, aplica-se um coeficiente de ponderação que majore as cargas de forma que,
na realidade, a estrutura para romper teria que estar submetida a carregamentos muito superiores
aos calculados inicialmente. Desta forma, a estrutura estará trabalhando sem proximidade à
condição de ruína.
Tão importante quanto não romper a estrutura, é fazer uso da mesma com conforto
e durabilidade. Por esse motivo a NBR 6118 (2014) prescreve que as estruturas também devem
ser verificadas de acordo com a estética e atender ao funcionamento para o qual foi projetado,
82
tanto para os usuários quanto para maquinários e equipamentos. Quando a estrutura não oferece
essas condições, admite-se que atingiu seu estado limite de serviço. Em condições normais,
estipulam-se limites para formação e abertura de fissuras, bem como vibrações e deformações
excessivas.
A NBR 6118 (2014) estabelece que para proteção contra a corrosão das armaduras
o limite máximo de abertura de fissuras, deve estar entre 0,2 mm e 0,4 mm sob ação das
combinações frequentes. Essa exigência tem relação direta com a classe de agressividade do
ambiente e o tipo de concreto estrutural.
A norma ressalta que apesar da necessidade de respeitar esses limites, esses podem
não representar as aberturas de fissuras reais, podendo com que na realidade, ultrapassem-nos.
Conforme prescreve a NBR 6118 (2018), todas as informações dos grupos básicos
podem ser encontradas na tabela 13.3 da mesma.
84
2.9.1.1 Permanentes
Segundo a NBR 6118 (2014) as cargas que não sofrem quase nenhuma alteração ao
longo da vida útil da construção ou as que crescem no tempo, mas tendem a um valor limite
constante, são consideradas como ações permanentes.
Podem ser classificadas como diretas e indiretas. A primeira é formada pelo peso
próprio da estrutura, pelos pesos dos elementos construtivos fixos e das instalações
permanentes, além de empuxos permanentes como os empuxos de terra. A segunda é
constituída pelas deformações impostas por retração e fluência do concreto, deslocamentos de
apoio, imperfeições geométricas e protensão.
2.9.1.2 Variáveis
2.9.1.3 Excepcionais
São definidas como efeitos que não podem ser controlados por outros meios e os
seus valores são definidos por Normas Brasileiras específicas para cada tipo de efeito, segundo
a NBR 6118 (2014). Giongo (2007, p. 34) define estas ações como de ocorrência atípica, sem
grandes chances de acontecimentos e curta duração, como explosões, impactos de veículos,
incêndios, inundações ou terremotos excepcionais.
85
A NBR 6118 (2014) define vida útil o período em que as características da estrutura
de concreto se preservam no todo ou nas suas partes. Podem sofrer intervenções, desde que não
sejam expressivas, que estejam de acordo com os requisitos prescritos pelo projetista e
construtor no uso e manutenção da edificação ou que sejam reparos causados por ações
acidentais.
As partes da estrutura que forem consideradas com vida útil inferior ao conjunto da
obra devem ter acessos para inspeção e manutenção.
86
Conforme a NBR 6118 (2014), cuidados em projeto devem ser tomados a fim de
de evitar o acúmulo de água pluvial ou de limpeza da edificação sobre as estruturas de concreto.
Ambientes como coberturas, pátios, garagens, estacionamentos e varandas, ou seja, quaisquer
superfícies de concreto horizontalizadas, devem ser dispostas com ralos e condutores. As juntas
de dilatação devem evitar a passagem da água em seu interior, todas precisam ser devidamente
seladas. As pingadeiras nos beirais devem ser implementadas, assim como os rufos nos
encontros em diferentes níveis, protegendo assim topos de platibandas e paredes.
A NBR 6118 (2014) permite a utilização de uma tabela que relaciona a classe de
agressividade com o tipo de concreto a ser utilizado (armado ou protendido) fornecendo qual a
relação água cimento máxima e qual a classe do concreto a ser utilizada.
Segundo Bastos (2006, pg.64), que faz referência a NBR 8953/1992, a numeração
das classes de concreto tem relação direta com a resistência à compressão. Ou seja, um concreto
de classe C20 representa um valor de 𝑓 de 20 MPa.
87
Existem algumas ressalvas que podem ser utilizadas conforme prescritas na norma
em relação à tolerância de execução dos elementos realizados in loco. Caso exista um controle
rigoroso de qualidade e limites rígidos de tolerância de variabilidade das medidas durante a
construção, desde que estipuladas em projeto, o cobrimento nominal determinado na tabela para
a classe de agressividade correspondente pode ser reduzido em 5mm. Da mesma forma que, se
utilizado um concreto de resistência superior ao mínimo estipulado, a mesma redução poderá
ser aplicada.
Assim como a classe do concreto garante a proteção das armaduras, o agregado
graúdo utilizado também exige uma limitação em relação ao cobrimento nominal (𝑐 ):
𝑑 á ≤ 1,2 𝑐
2.11 CONCRETO
Segundo Bastos (2006, p.64) existem três termos utilizados para determinar à
resistência do concreto à tração: tração direta (𝑓 ) , tração indireta (𝑓 , ) e tração na
flexão (𝑓 , ). A NBR 6118 (2014) relembra que 𝑓 , e 𝑓 , são resultados de ensaios
realizados conforme as ABNT NBR 7222 e ABNT NBR 12142, respectivamente. Sendo:
𝑓 = 0,9 𝑓 ,
ou
𝑓 = 0,7 𝑓 ,
Na ausência dos ensaios de tração indireta e na flexão, estipula-se pela NBR 6118
(2014) que a resistência à tração direta pode ser determinada de acordo com as seguintes
equações:
𝑓 , = 0,7 𝑓 ,
𝑓 , = 1,3 𝑓 ,
onde
/
𝑓 , = 0,3 𝑓 para concretos de classes C20 à C50
𝑓 , = 2,12 ln(1 + 0,11𝑓 ) para concretos de classes C55 à C90.
Caso 𝑓 seja atinja um valor igual ou superior a 7 MPa, todas as expressões acima
podem ser utilizadas para idades diferentes de 28 dias.
Bastos (2006, p. 67) explica que, o concreto ao sofrer ação de tensões, em geral de
compressão, tende a se deformar. Assim sendo, o módulo de elasticidade é o parâmetro
89
numérico que relaciona esse evento. Quanto maior a resistência à compressão do concreto
menor será a sua deformação, logo maior será o seu módulo de elasticidade
Segundo a NBR 6118 (2014) o traço do concreto, em especial a natureza dos
agregados, tem relação com a deformação elástica do concreto. Bastos (2006) adiciona que
além do tipo de agregado, esse módulo também depende da pasta de cimento e da zona de
transição entre a argamassa e os agregados.
Ainda segundo Bastos (2006), o módulo de elasticidade será determinante no
cálculo de flechas em lajes e vigas. A NBR 6118 (2014) ressalta que tanto para a tração quanto
para a compressão, é adotado valor igual ao módulo de deformação secante (𝐸 ) para avaliar
o comportamento de um elemento estrutural ou seção transversal.
A NBR 6118 (1994, p. 24) determina um conjunto de expressões que devem ser
aplicados para determinação do valor do módulo de elasticidade inicial (𝐸 ) caso não seja
realizado o método de ensaio estabelecido pela ABNT NBR 8522, a qual determina o módulo
de deformação tangente inicial no 28º dia após a moldagem do corpo de prova. Os valores
estimados são obtidos pelas seguintes fórmulas:
𝐸 = 𝛼 . 5600 𝑓 , com 20 MPa ≤ 𝑓 ≤ 50 MPa;
sendo
𝛼 = 1,2 para basalto e diabásio
𝛼 = 1,0 para granito e gnaisse
𝛼 = 0,9 para calcário
𝛼 = 0,7 para arenito
onde
𝐸 e 𝑓 são dados em MPa.
A NBR 6118 (1994, p. 24) prescreve que caso não seja realizado o método de ensaio
estabelecido pela ABNT NBR 8522 para determinação do módulo de deformação secante (𝐸 ),
o valore pode ser obtido pela expressão:
𝐸 = 𝛼 .𝐸
sendo
𝑓
𝛼 = 0,8 + 0,2 ≤1
80
90
Segundo a NBR 6118 (2014) adota-se, para o concreto não fissurado, o diagrama
tensão-deformação bilinear de tração. Bastos (2006) explica que a deformação máxima de
alongamento é de 0,15 ‰ e que 𝐸 = 𝑡𝑔 𝑎.
Bastos (2006) informa que a categoria de aço utilizada no Brasil é estabelecida pela
norma ABNT NBR 7480 de forma que as barras de aço são nomeadas de acordo com o tipo de
concreto e com o valor característico da resistência de escoamento (𝑓 ) em kN/cm². Essas são
classificadas entre CA-25, CA-50 e CA-60. Os dois primeiros são considerados aços de alta
dutilidade e o último aço de dutilidade normal.
A NBR 6118 (2014) afirma que a massa específica é de 7850 kg/m³ e seu módulo
de elasticidade é de 210 GPa. Além disso, 10 /°C é valor do coeficiente de dilatação térmica
tanto para armaduras passivas quanto para ativas, desde que respeitem os intervalos de
temperatura de -20°C a 150°C e -20º a 100°C respectivamente.
Para o cálculo nos estados limites de serviço e último, a norma permite a utilização
do diagrama representado nas Figura 49 e 50.
Fonte: NBR 6118 (2014, p.29). Fonte: NBR 6118 (2014, p.31).
92
2.13 VENTO
A NBR 6123 (1988) considera as forças devido à ação estática e dinâmica do vento
para efeitos de cálculo de edificações analisando a velocidade básica do vento (𝑉 ), o fator
topográfico (𝑆 ), a rugosidade do terreno, as dimensões da edificação e altura sobre o terreno
(𝑆 ) além do fator estatístico (𝑆 ).
2.13.2 Fator S1
2.13.3 Fator S2
2.13.4 Fator S3
exposição da edificação à ação do vento, podendo ser majorados ou minorados de acordo com
o tipo da edificação.
A NBR 6118 (2014) afirma que existem três tipos de instabilidade em estruturas.
Os dois primeiros casos ocorrem tanto para estruturas de material de comportamento linear
quanto não linear.
A primeira diz respeito a estruturas sem imperfeições geométricas iniciais que,
perdem estabilidade por bifurcação do equilíbrio (flambagem), quando solicitadas a
carregamentos especiais.
Na segunda, a estrutura perde estabilidade sem bifurcação de equilíbrio, mas por
passagem brusca de uma configuração para outra reversa da anterior.
A última não sofre com flambagem, mas como são estruturas de material de
comportamento não linear, com imperfeições geométricas iniciais, podem perder estabilidade
conforme o crescimento do carregamento, fazendo com que a capacidade resistente da estrutura
passe a ser menor do que o aumento da solicitação (ponto-limite sem reversão). A NBR 6118
(2014) separa as imperfeições geométricas em imperfeições globais e imperfeições locais.
Giongo (2007, p.81) afirma que devem ser consideradas em edificações formadas por pórtico e
pilares parede, nos eixos das peças verticais da estrutura sem ação, um certo desaprumo.
Efeitos de 2ª ordem são aqueles que se somam aos obtidos em uma análise de
primeira ordem (em que o equilíbrio da estrutura é estudado na configuração
geométrica inicial), quando a análise do equilíbrio passa a ser efetuada considerando
a configuração deformada. (NBR 6118, 2014, item 15.2).
último deslocamento lateral tenha uma diferença em valor muito pequena em relação ao seu
anterior, o processo pode ser finalizado. O resultado obtido pode não ser apropriado para o
efeito na análise dinâmica, portanto pode-se utilizar a equação a seguir que obtém, sem
iterações, de forma exata o deslocamento lateral na estrutura deformada:
𝑉𝐿³
∆=
3𝐸𝐼 − 𝑃𝐿²
2.14.2 Processo γz
onde
∆𝑀 , é o momento de tombamento. Consiste no somatório das forças horizontais,
com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura.
∆𝑀 , , é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura,
na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos
deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação,
obtidos da análise de 1ª ordem.
A NBR 6118 (2014) prescreve que quando os valores de 𝛾 forem inferiores a 1,1
considera-se que a estrutura é de nós fixos. Nesses casos os efeitos de segunda ordem são
desprezíveis, sendo necessário somente a consideração dos efeitos locais e localizados de 2ª
ordem. Já com valores de 𝛾 superiores a 1,1 diz-se que a estrutura é de nós móveis, onde os
deslocamentos horizontais são maiores fazendo com que, além das considerações necessárias
para nós fixos, os efeitos de segunda ordem sejam imprescindíveis.
2.15 EBERICK
3 MÉTODO DE PESQUISA
4 PROJETO ARQUITETÔNICO
Para a análise do projeto estrutural pelo software Eberick foi elaborado um projeto
arquitetônico de um edifício multifamiliar com onze pavimentos composto por um térreo, oito
tipos, uma casa de máquinas e um reservatório. Os pavimentos tipo possuem quatro unidades
por andar, todas com dois dormitórios, totalizando 32 apartamentos. Dentre os quatro
apartamentos por andar, dois possuem 92 m² e os outros dois 82 m² de área útil. O pavimento
térreo possui vagas de garagem e áreas de uso comum. A área total construída do projeto é de
4251,15 m². Os projetos arquitetônicos são de autoria própria e fictícios.
Estipulou-se a altura de cada pavimento e suas posições em relação ao solo, as quais podem
ser verificadas na figura 53 através da uma janela de propriedades da edificação do Eberick,
sendo que, devido ao sistema de reconhecimento do lançamento da escada do software, foi
necessário considerar o pavimento teto tipo 8 como sendo um nível intermediário (altura 330)
do pavimento UA (última altura do elevador) e a figura 54 demonstra um corte esquemático
gerado a partir das informações de nível dos pavimentos.
Para que todos os níveis tenham um alinhamento entre si foi definido um ponto de inserção
comum a todas as plantas baixas, que por sua vez, tiveram que ser configurados para facilitar a
visualização no software. Isto é, eliminou-se alguns layouts de mobiliário, linhas de corte e
textos irrelevantes para o processo. Mantiveram-se apenas os itens necessários das plantas
(Figuras 55 a 58), como contorno de paredes, esquadrias, elementos hidráulicos e escadas.
Estes projetos são importados nos formatos DXF e DWG para o Eberick na aba “desenho”
de cada nível correspondente, a fim de de analisar como um todo a concepção da estrutura e
testar hipóteses de lançamento de vigas, pilares e lajes.
Com o auxílio da NBR 6118 (2014) e por critérios definidos por Alva (2007), é possível
estimar as dimensões mínimas de elementos estruturais. Sendo que, para isso, considerou-se
um fck (resistência característica do concreto à compressão) de 35 MPa.
4.2.1 Pilares
A Tabela 5 demonstra como foi o cálculo para a estimativa das seções dos pilares do
edifício pelo método da área de influência. Cabendo ressaltar que para um pré-
dimensionamento a favor da segurança, considerou-se uma carga de pavimento tipo mesmo
para os pavimentos que possuem cargas menores. Entretanto, para os pilares P10, 11, 13, 17,
18, 21, 22, 23 24, optou-se por seções reduzidas, por questões arquitetônicas. De todo modo, as
seções são posteriormente verificas por meio da análise dos resultados do processamento
efetuado pelo Eberick, de forma a se determinar se possíveis ajustes nas seções destes pilares
são necessários.
4.2.2 Vigas
A seção das vigas foi delimitada de forma com que ficassem, na maioria dos casos,
embutidas em paredes. A Tabela 6 define a espessura de cada viga utilizada de acordo com a
função da parede que a reveste. As paredes externas são aquelas que têm uma de suas faces
voltada para o exterior da edificação, as divisórias são as que estão em comum com dois ou
mais apartamentos e as internas possuem suas duas faces voltadas para o mesmo apartamento.
Como a NBR 6118 (2014) não admite valores menores que 12 cm para a largura da viga e
foi estipulado uma espessura de 16 para menor espessura de parede, as internas, arbitrou-se 14
cm de espessura das vigas para internas e 19 cm para externas e divisórias.
104
Interna 16 14 1 1 14
Externa 22 19 1 2 19
Divisória 23 19 2 2 19
Fonte: Autores, 2019.
De acordo com a arquitetura do projeto e com a posição previamente estipulada dos pilares,
determinou-se a disposição das vigas nos pavimentos (Figuras 60 a 64). Sendo que, para efetuar
o pré-dimensionamento das mesmas, foi utilizado o método dos vãos comparáveis, dividindo
sempre o vão médio por 10. A Tabela 7 apresenta todos os dados utilizados para a realização
do pré-dimensionamento das vigas do edifício.
Observa-se ainda que, foi possível gerar pórticos na estrutura nas duas direções (X e Y),
(Figura 65) sendo que para a direção Y, utilizando a planta de baldrame como referência os
mais eficientes são compostos pelos conjuntos V18/P1/P10/P15/P23/P28, V19/P2/P16/P29,
V20/P3/P17/P30, e seus elementos espelhados. Já para a direção X, pelos elementos
V3/P7/P8/P9 e V9/P15/P16/P17 e seus elementos espelhados.
4.2.3 Lajes
O sistema de painéis de lajes foi definido por meio de elementos maciços de concreto
armado. Sendo assim, a Tabela 8 mostra as dimensões do menor vão de cada laje do pavimento
tipo e sua respectiva espessura mínima, conforme sugerido na metodologia definida por Alva
(2007).
108
Visto que a maioria das lajes tem a espessura mínima de 10 cm, estipulou-se este valor para
todas, a fim de padronizar um possível processo construtivo. De todo modo, assim, como visto
para os pilares, as seções são posteriormente verificas por meio da análise dos resultados do
processamento efetuado pelo Eberick, de forma a se determinar se possíveis incrementos na
espessura das lajes L13, L16, L28 e L29 serão necessários.
Do baldrame até o teto do último pavimento tipo, todos os pilares são contínuos. Acima
disso, apenas os pilares P7, P8, P9, P12, P13, P14, P21, P22, P25, P26 e P27 seguem até o teto
da casa de máquinas e apenas P7, P9, P12 e P14 seguem até o teto do reservatório. Como todos
os pilares lançados coincidem em eixo com os pilares de arranque, não existirão vigas de
transição na estrutura. Além disso, cada pilar manteve a sua respectiva seção em toda a sua
prumada. Ao todo, foram contabilizados 35 pilares.
Assim como definido no pré-dimensionamento, os pilares que possuem seção menor que a
estimada, serão verificados após o processamento da estrutura, se possuem a capacidade
necessária para resistir aos esforços solicitantes, ou se será necessário realizar modificações nas
dimensões.
Após o pré-dimensionamento das vigas, notou-se que era necessário alterar algumas
dimensões das vigas, já que algumas se encontravam com altura maior do que nas quais estavam
se apoiando e outras por mais que fossem internas iriam compor pórticos de contraventamento.
Sendo assim, adotou-se, sempre, uma dimensão equivalente. Também buscou-se rotular essas
intersecções, pois os esforços de torção resultantes do momento fletor negativo gerado nas
extremidades, não são essenciais ao equilíbrio do conjunto e assim, não precisam ser
considerados, já que a NBR 6118 (2014) confere a possibilidade de desprezar esse esforço de
momento, quando não se trata de uma torção de equilíbrio, mas sim de uma torção de
compatibilidade.
Ao lançar as vigas respeitou-se ao máximo a intenção de mantê-las internamente às
paredes, porém como a diferença de nível entre os pavimentos tipo da estrutura foi estabelecida
em 330 cm e a maior altura de viga pré-dimensionada é de 60 cm e a laje de 10 cm espera-se
que não aconteçam interferências arquitetônicas, já que a altura útil ainda seria de pelo menos
270 cm para os pavimentos tipo, respeitando o disposto no artigo 100 do código de obras de
Florianópolis.
110
As lajes foram delimitadas pelo contorno das vigas lançadas, e conforme definido no pré-
dimensionamento, todas as lajes foram lançadas com 10 cm de espessura e serão verificadas se
possuem a necessidade de redimensionamento após o processamento da estrutura.
Como a diferença entre níveis dos pavimentos tipo é de 330 cm, estipulou-se que um
patamar seria inserido a cada 165 cm. Já para o pavimento de casa de máquinas, foi inserido
um patamar na altura de 180 cm, pois, possui uma diferença de nível em relação ao último
pavimento tipo de 360 cm. Com isso, os lances das escadas (Figura 66) foram inseridos de
forma a se conectar aos patamares inseridos.
4.3.5 Estrutura
A NBR 6120 (1980) estipula que o peso específico aparente de todo elemento de concreto
armado possui carga de 25 kN/m³. Esse dado é considerado pelo software. Sendo que, o peso
próprio de cada elemento estrutural baseia-se na sua geometria.
4.4.2 Lajes
Todas as lajes inseridas no projeto são maciças de concreto armado e sobre elas são
aplicadas suas cargas de peso próprio, acidentais e de revestimento advindas das configurações
do Eberick, que por sua vez respeita as bases normativas da NBR 6120 (1980) para esses casos.
Sendo assim, as cargas aplicadas sobre as lajes podem ser verificadas na tabela 9.
4.4.3 Paredes
A norma vigente de cargas para o cálculo de estruturas de edificações é a NBR 6120 (1980).
Desta forma, o item 2.1.3 dessa norma explica que, caso não se tenha a informação experimental
da carga do elemento, pode-se utilizar a tabela da norma que fornece os materiais de construção
mais frequentes. Em vista disso, buscou-se realizar a determinação experimental das cargas de
paredes compostas por blocos de alvenaria vazados de espessura nominais de 14 e 19 cm, que
serão os adotados para o projeto. Entretanto, os valores de cargas obtidos foram inferiores aos
verificados na tabela 2 de alvenarias do projeto de consulta pública de atualização da norma em
116
questão. Diante disto, optou-se por adotar os dados experimentais constatados na tabela (Tabela
10) de alvenarias para blocos cerâmicos vazados.
Por conta das diferentes alturas de vigas ou da isenção das mesmas embutidas em uma
parede, as cargas lineares aplicadas terão diferentes valores.
4.4.4 Escadas
Todos lances de escadas e patamares foram especificados com acesso ao público, portanto
ambos terão 300 kgf/m² de carga acidental. Os patamares (Figura 75) resultarão em 154,5
kgf/m² de revestimento, conforme os itens e valores adotados pela NBR 6120.
Para reservatórios de água, o Eberick permite o lançamento destes por meio de paredes e
lajes, sendo necessário definir uma altura de água por meio de câmaras, de modo a definir o
carregamento causado pela água sobre as paredes e a laje de fundo. No caso do projeto em
questão, utilizou-se 2 câmaras com uma altura de 140 cm cada, suficiente para atender o
consumo de água do edifício habitado e para a reserva técnica de incêndio. Isso gerou uma
carga extra de 1400 kgf/m² na laje do reservatório.
Para as configurações das ações (Figura 77) que compõem as combinações de cálculo
atuantes na estrutura, para o dimensionamento no estado limite último (ELU), verificação do
estado limite de serviço (ELS) e para as fundações do projeto, foi necessário apenas realizar
modificações nos fatores de combinação para ações acidentais para dimensionamento no ELU
e verificações do ELS, de modo que ficassem calibrados para edificações residenciais,
118
conforme prescrito na NBR 6118 (2014). Quanto aos demais parâmetros, não houve
necessidade de se realizar alterações, pois, o programa já vem pré-configurado para atender os
critérios da norma indicada acima.
O programa fornece dois métodos para o processo de cálculo para obtenção de esforços
internos solicitantes e deslocamentos, sendo um definido pela composição do conjunto de
grelha e pórtico espacial. Sendo que, as grelhas servem para discretizar as lajes, e a partir das
reações destas aplicá-las sobre as vigas, que em conjunto dos pilares, os quais servem de
elementos de apoio para as vigas, irão compor o pórtico espacial. Enquanto o segundo método,
é composto por um modelo integrado, em que as lajes são discretizadas diretamente sobre o
119
pórtico espacial, não havendo uma separação entre os modelos que discretizam os elementos,
como ocorre no primeiro método.
Tendo em vista os dois métodos de análise, optou-se pelo primeiro, já que, costuma
apresentar menor tempo de processamento, apesar de o segundo considerar esforços que o
primeiro não considera.
No que diz respeito à redução de rigidez à torção de vigas e pilares, conforme a NBR
6118 (2014) no item 17.5.1.2, e como já visto no item 4.3.2 deste trabalho, quando a torção for
desnecessária ao equilíbrio, ou seja, configure uma torção de compatibilidade, pode-se
desprezá-la, desde que, o elemento estrutural possua capacidade suficiente de adaptação
plástica, e que os outros esforços atuantes sobre o elemento sejam calculados sem a
consideração dos efeitos que ela causa. Desta forma, reduziu-se a rigidez no Eberick em 85%,
de modo a atender o critério normativo.
O efeito do processo construtivo é uma situação prática que deve ser considerada na etapa
de projeto, principalmente para uma análise com a interação solo-estrutura, conforme
explicitado no item 2.4.2.4 deste trabalho. Sendo assim, o programa fornece por meio do
recurso de aumento na rigidez axial de pilares, uma forma para considerar os efeitos
construtivos de forma aproximada, que, por padrão não são avaliados pelo modelo matemático
de pórtico espacial. Entretanto ao utilizar o recurso, conforme Longo (2018), adotam-se
pequenos incrementos na rigidez axial dos pilares, aumentando-os de cima para baixo, com
valores que não variem mais que 0,10 a cada pavimento. Desta forma, evitam-se incrementos
indevidos e contra a segurança.
Quanto a não linearidade física, a NBR 6118 (2014) em seu item 15.7.3 prescreve que,
na análise para a obtenção de esforços globais de 2ª ordem, em estruturas reticuladas com pelo
menos quatro pavimentos, pode-se considerar a não-linearidade física de forma aproximada,
120
Sendo:
Ic = Momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo, quando for o caso, as
mesas colaborantes.
Ec = Módulo de deformação do concreto.
4.5.3.1 Pilares
cálculo, e assim atendendo a necessidade de projeto. Além disso, optou-se por não permitir o
dimensionamento de pilares que apresentam cargas nulas ou negativas, com o intuito de evitar
possíveis edições em detalhamentos e situações indesejáveis de comportamento da estrutura.
Quanto aos limites de taxa de armadura, seção transversal mínima e dimensão
mínima, não há necessidade de realizar nenhuma alteração, já que se encontram com os limites
prescritos na NBR 6118 (2014). E quanto ao número máximo de barras numa face da seção, o
valor apresentado na figura 78, já é o valor máximo que o programa pode adotar.
Além disso, foram adotados coeficientes de escolha de bitolas de armadura, de
forma que o programa priorizasse a barra de 12,5 mm, de forma a padronizar o
dimensionamento e facilitar a análise de quantitativo dos modelos estruturais. Para os casos em
que barras de 12,5 mm não atendem ao dimensionamento, o programa foi configurado para
adotar barras de 16,0 mm.
4.5.3.2 Vigas
considerado que a soma das armaduras de tração e compressão da viga podem ocupar no
máximo 4% da seção transversal. Desta forma, o programa adota 2% para cada uma, e assim
evita que ocorra um dimensionamento fora dos padrões normativos. Além disso, assim como
nos pilares, para as vigas, foram adotados os mesmos coeficientes de escolha de bitolas de
armadura, de forma a facilitar a análise dos quantitativos dos modelos.
mesmo item exposto anteriormente, prevê um espaçamento máximo de 33 cm. Desta forma,
optou-se por um valor menor de 25 cm.
Quanto aos limites, assim como para as vigas, os valores já estão de acordo com os
critérios normativos. Desta forma, a taxa máxima de armadura já se encontra em 2% e relação
máxima entra altura e CG da armadura igual a 10 %.
4.5.3.4 Sapatas
No que diz respeito ao fck, conforme indicado no item 4.2 deste trabalho, optou-se por
um fck de valor de 35 MPa. Desta forma por ser um valor mais elevado que o mínimo exigido
pela CAA, é possível efetuar uma redução do cobrimento nominal das peças de concreto em
até 5 mm, conforme o item 7.4.7.6. Além disso, para situações de elementos (vigas e pilares)
em ambiente interno seco, a tabela 6.1, do item 6.4.2 da NBR 6118 (2014), indica que é possível
também, adotar uma CAA menos agressiva. Sendo assim, exigindo um cobrimento nominal
menor para estes elementos. Diante disto, quando possível optou-se por adotar estas reduções
de cobrimentos sobre os elementos do projeto.
5 PROCESSAMENTO DA ESTRUTURA
Tendo realizado o processamento da estrutura com apoios indeslocáveis, e por meio das
reações de apoio sobre as fundações, pode-se efetuar o processamento com a consideração da
interação solo-estrutura (ISE), conforme visto no item 2.6 deste trabalho. Em vista disso, foi
utilizada a primeira metodologia apresentada neste item, já que, a segunda não pode ser aplicada
no Eberick. Sendo que, para a estimativa dos recalques sobre cada fundação, foi utilizada a
equação 24 indicada no item 2.5.4.1.1 deste trabalho, logo, considerou-se o solo como uma
camada semi-infinita de argila. Com isso, foram necessários 7 processamentos da estrutura com
vínculos elásticos em deslocamentos verticais (Figura 89) para se atingir a convergência de
valores de reações de apoio e coeficientes de mola. Todos os dados para a realização do
procedimento iterativo estão no anexo C deste trabalho.
O Eberick avalia a estabilidade global de edifícios por meio do coeficiente γz, e aplica
sobre a edificação, os esforços oriundos de segunda ordem global por meio do processo P-delta.
Diante disto, estes serão os parâmetros analisados (Figura 90).
A partir dos resultados verificados, percebe-se que o modelo rotulado é mais rígido e
menos suscetível aos efeitos de 2ª ordem globais que o modelo elástico (ISE). Isto está
diretamente associado aos recalques (deslocamentos verticais) sob os quais o modelo elástico
está submetido, pois, devido a isto, a estrutura como um todo perde rigidez e se torna mais
deslocável, logo, ao ser solicitada por carregamentos horizontais como o vento, os pórticos de
contraventamento tem sua eficiência reduzida. Em vista disso, os deslocamentos de 1ª ordem
tendem a ser maiores, o que por consequência, contribui para a ocorrência de efeitos de 2ª ordem
mais intensos neste projeto em estudo.
132
A partir dos resultados de esforços sobre as fundações (Figura 91), ou seja, obtidos a
partir da envoltória de esforços máximos para as diferentes combinações de cálculo, percebeu-
se que do modelo rotulado para o elástico, algumas fundações apresentaram acréscimos e outras
alívios nos esforços. Sendo assim, é possível destacar alguns casos em que as diferenças são
mais evidentes, como as fundações P8 e P26, que no modelo elástico apresentaram um
acréscimo de esforço em torno de 20%, em contrapartida, as fundações P7, P17 e P18
apresentaram alívio em seus esforços em torno de 8 a 10%. Além disso, no modelo elástico,
conforme a figura 92, verificou-se que houve uma distribuição mais uniforme dos esforços
sobre as fundações, em comparação ao modelo com apoios indeslocáveis, visto que, os esforços
máximos e mínimos estão mais próximos do valor médio. Com isso, observou-se uma tendência
da estrutura no modelo elástico, aliviar as cargas em fundações associadas à pilares com
maiores áreas de influência e carregar as associadas à pilares com menores áreas de influência
133
(Figura 93), o que vai de acordo com o descrito pelo item 2.4 deste trabalho, em que é exposta
a tendência da estrutura ter um alívio nos carregamentos sobre os pilares mais solicitados e
carregar os menos solicitados.
6.5.1 Pórticos
De acordo com os resultados esperados descritos no item 2.4.1 sobre a tendência dos
pilares mais solicitados distribuírem os esforços para os pilares menos solicitados após a
interação solo-estrutura, analisou-se os diagramas de momento fletor em vigas de pórticos e
comparou-se a quantidade de barras que eram necessárias para realizar o dimensionamento na
estrutura com apoio rotulado e na estrutura com apoio elástico. Desta forma, para facilitar a
visualização das discrepâncias entre os dois modelos, nomeou-se os pórticos a serem
analisados, conforme a figura 98, sendo que, de modo a evitar repetições, como os pórticos Y1,
Y2, Y3 e X1 possuem versões praticamente espelhadas na outra porção da estrutura devido a
simetria da arquitetura, estas versões não serão analisadas, visto que o comportamento estrutural
é muito semelhante.
138
de o pilar P30 perder capacidade de apoio efetivo para a viga V17, de modo que, no modelo
rotulado, todas as combinações de cálculo ainda apresentam esforços cortantes que evidenciam
uma certa capacidade de suporte, entretanto, no modelo elástico (ISE), devida a maior
participação do tramo existente entre o pilar P30 e P34 no contraventamento da estrutura,
existem combinações de cálculo em que o pilar P30 não fornece apoio para a viga V17, o que
fica evidenciado no comportamento do diagrama de esforços cortantes (Figura 102) no tramo
em estudo.
Apesar da mudança de comportamento estrutural verificado na viga, ela não apresentou
mudanças de dimensionamento entre o modelo rotulado e modelo elástico (ISE).
Figura 101 - Diagrama de momentos fletores de cálculo atuantes sobre a viga V17 - Baldrame
Figura 102 – Diagrama de esforços cortantes de cálculo atuantes sobre a viga V17 - Baldrame
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos, Notas de Aula: Disciplina 1288 (fundamentos de concreto
armado) – Estruturas de concreto I. Baruru: Universidade Estadual Paulista, 2006.
CINTRA, José Carlos A.; AOKI, Nelson; ALBIERO, José Henrique. Fundações diretas:
projeto geotécnico. Oficina de Textos, 2011.
149
DE SOUZA, Rafael Alves; DOS REIS, Jeselay Hemetério Cordeiro. Interação solo-estrutura
para edifícios sobre fundações rasas. Acta Scientiarum. Technology, v. 30, n. 2, 2008.
GIONGO, José Samuel. Concreto armado: Projeto estrutural de edifícios. Apostila – Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, SP, 2007. Disponível
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152
ANEXOS
153
σa = 0,02 N
𝜎𝑎 = 0,02 x 14,2
𝜎𝑎 = 0,284 MPa
𝜎𝑎 = 284 KPa
𝜎𝑎 = 0,02 𝑁
𝜎𝑎 = 0,02 𝑥 18,0
𝜎𝑎 = 0,360 𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑎 = 360 KPa
155
𝐸𝑠 = 𝛼 . 𝐾 . 𝑁𝑠𝑝𝑡
Dados fundação P1
F = 190,37 tf
B (menor lado da sapata) = 240 cm = 2,4 m
H (maior lado da sapata) = 300 cm = 3,0 m
A (área da sapata em planta) = 7,2 m²
𝜌𝑖 = 2,042870557 𝑐𝑚
156
𝑘𝑣 = 1294270,833 𝑘𝑔𝑓/𝑚³
𝑘𝑚 = 𝑘𝑣 . 𝐴𝑓
𝑓
𝑘𝑚 =
𝑑
(190,37 . 1000)
𝑘𝑚 = = 9318750 𝑘𝑔𝑓/𝑚
(2,042870557 . 0,01)