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CAMPUS DE JI-PARANÁ
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
Ji-Paraná/RO
2023
ED GABRIEL DOS REIS
KAIO RENAN DAMASCENA SOUZA
KASSIO SANTOS BARBOSA
LUCAS MIRANDA MACHADO
VAGNER MACHADO FERNANDES JUNIOR
Ji-Paraná/RO
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO – UNIJIPA
CAMPUS DE JI-PARANÁ
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
AUTORES: Ed Gabriel Dos Reis, Kaio Renan Damascena Souza, Kassio Santos Barbosa,
Lucas Miranda Machado, Vagner Machado Fernandes Junior.
O presente Trabalho de Conclusão de Curso foi defendido como parte dos requisitos
para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil e aprovado pela Coordenação de
Engenharia Civil, Centro Universitário Estácio – UNIJIPA, Campus de Ji-Paraná, no dia 15 de
novembro de 2023.
.
Prof. Antonio Felix Silva Castelo Branco (Orientador)
Centro Universitário Estácio - UNIJIPA
.
Prof. (Membro)
Centro Universitário Estácio - UNIJIPA
.
Prof. (Membro)
Centro Universitário Estácio – UNIJIPA
Este estudo examinou o papel do sistema de tratamento de esgoto composto por fossa séptica,
filtro anaeróbio e sumidouro, com especial ênfase em residências unifamiliares. Ao longo desta
análise, examinamos os principais objetivos deste sistema, enfatizando seus princípios de
operação e como eles contribuem para a conservação ambiental e a saúde pública. Esses
sistemas devem ser projetados, dimensionados e implementados de acordo com os padrões de
qualidade e conformidade, o que requer a engenharia civil. A conclusão enfatiza a importância
prática do assunto e os benefícios que ele pode trazer para a saúde pública e a preservação do
meio ambiente. O sistema de tratamento de esgoto residencial é um passo significativo em
direção a um futuro mais limpo e saudável, e é essencial para a promoção de comunidades
sustentáveis, sendo assim, como resultado, este estudo enfatiza o papel constante da engenharia
civil na gestão eficaz dos resíduos líquidos e na promoção de um ambiente saudável para as
gerações atuais e futuras.
This study examined the role of the sewage treatment system consisting of a septic tank,
anaerobic filter and sink, with special emphasis on single-family homes. Throughout this
analysis, we examine the main objectives of this system, emphasizing its operating principles
and how they contribute to environmental conservation and public health. These systems must
be designed, dimensioned and implemented according to quality and compliance standards,
which requires civil engineering. The conclusion emphasizes the practical importance of the
subject and the benefits it can bring to public health and environmental preservation. The
residential sewage treatment system is a significant step towards a cleaner and healthier future,
and is essential for promoting sustainable communities, therefore, as a result, this study
emphasizes the constant role of civil engineering in the effective management of wastewater.
liquid waste and promoting a healthy environment for current and future generations.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10
2.3.3 Poliomielite......................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
do esgoto pode resultar em contaminação dos solos, dos rios e lagos, e até mesmo dos lençóis
freáticos, que podem ser uma fonte importante de água para consumo humano e animal. Além
disso, a falta de tratamento de esgoto pode ser uma fonte de proliferação de doenças
transmitidas pela água, como a cólera, a hepatite e a diarreia.
A implantação de um sistema de tratamento de esgoto doméstico em propriedades rurais
pode trazer benefícios significativos para o meio ambiente e para a saúde pública. Os sistemas
de tratamento de esgoto rurais geralmente são mais simples e econômicos do que os sistemas
urbanos, podendo ser compostos por fossas sépticas, biodigestores e filtros biológicos. A
escolha do sistema mais adequado deve levar em consideração as características do esgoto, a
disponibilidade de água e energia elétrica, e a capacidade de investimento do proprietário
(PASCHOALINO, 2018).
Os processos de tratamento de esgoto doméstico são compostos por diversas etapas, que
podem variar de acordo com as características do esgoto e com as tecnologias disponíveis. Entre
as etapas mais comuns estão a remoção de sólidos em suspensão, a remoção da matéria orgânica
por meio de processos biológicos, a remoção de nutrientes como nitrogênio e fósforo, e a
desinfecção da água tratada para eliminação de microrganismos patogênicos.
Existem diversos processos de tratamento de esgoto doméstico, como o tratamento
primário, secundário e terciário, que podem ser utilizados de forma isolada ou combinada para
atingir os objetivos desejados. O tratamento primário é o processo inicial que remove sólidos
grosseiros e sedimentáveis do esgoto, enquanto o tratamento secundário envolve processos
biológicos que removem a matéria orgânica. Já o tratamento terciário é utilizado para remover
poluentes específicos, como nutrientes e compostos nitrogenados (PASCHOALINO, 2018).
Existem diferentes processos que podem ser adotados, dependendo das características
do esgoto e da capacidade de investimento disponível. Alguns dos processos mais comuns
incluem a lagoa facultativa, a lagoa aerada, o reator UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket),
o sistema de lodos ativados e o filtro biológico (PASCHOALINO, 2018).
É importante lembrar que a escolha do processo de tratamento adequado depende das
características do esgoto, do espaço disponível, da demanda de tratamento e do investimento
disponível. O tratamento do esgoto é crucial para garantir a qualidade da água e a preservação
do meio ambiente, evitando a contaminação de solos e mananciais.
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A poluição hídrica, pode ser caracterizada pela introdução de matéria ou energia que
pode ser responsável pela alteração das propriedades físico-químicas de um corpo d’água.
Dentre um dos principais responsáveis por esse tipo de poluição é o esgoto doméstico, que
compromete a qualidade das águas superficiais e subterrâneas (FRANCISCO, 2023).
Por meio dos mananciais de água, obtém-se água para o consumo humano, necessária
para as diferentes atividades diárias, sendo fundamental para manter uma boa qualidade de vida,
e devido a isso, precisam ser preservados, já que é bem escasso.
Porém, muitos desses mananciais se tornam poluídos, criando impactos ambientais para
todo o ecossistema daquele curso d’água. Isso se dá pelos despejos de esgoto doméstico sem o
seu devido tratamento. A falta de investimento em saneamento básico no Brasil coloca o país
em estado crítico, onde mais da metade do esgoto gerado pela população não é tratado.
O esgoto doméstico despejado nos rios sem tratamento, causam mudanças na
composição natural daquele ecossistema, causando danos à fauna, flora e às pessoas que vivem
ao entorno. Cerca de 99% do esgoto doméstico é composto por água e 1% de sólidos. Os rejeitos
sólidos são compostos por matéria orgânica em decomposição, como fezes e atividades
humanas, em banheiros, pias, máquinas de lavar, tanques entre outros.
Uma das consequências da poluição hídrica pode ser notada na saúde pública. Segundo
o instituto Trata Brasil, 35 milhões de pessoas não possui abastecimento de água potável em
suas residências. Em sua grande maioria a água é diretamente coletada e consumida dos rios,
onde pode ter chances de estar contaminadas pelo despejo de esgoto sem o seu devido
tratamento (AMBIENTAL, 2019).
Os prejuízos causados pela poluição hídrica são imensos, além de afetar a qualidade do
abastecimento de água, gera a morte de espécies aquáticas, além de causar a propagação de
doenças como febre tifoide, meningite, cólera, hepatite A e B, entre outras.
Uma outra consequência que pode ser causada pelo despejo de esgoto doméstico sem
tratamento é o processo chamada eutrofização. A eutrofização ocorre quando há um aumento
significativo de matéria orgânica e nutrientes nos corpos hídricos, onde a qual gera um aumento
de plantas aquáticas e algas (INCT, 2019).
A eutrofização pode ser causada por causas naturais ou artificiais. A artificial é causada
pelos seres humanos, ela é gerada pela poluição dos rios e afluentes com o despejo de esgoto
sem tratamento. Já a natural ocorre por condições ambientais e naturais (INCT, 2019).
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Com o aumento de algas e plantas nos corpos hídricos, ocorre uma redução de oxigênio
presente na água, o que acarreta a dificuldade de peixes e seres vivos aquáticos sobreviverem
naquele ambiente quanto mais algas estiverem presentes no corpo hídrico, maior será a
dificuldade para a entrada de luz solar no corpo hídrico, impedindo que os organismos
existentes ali façam a fotossíntese (INCT, 2019).
Segundo dados apresentados pelo ministério das cidades, no ano de 2010, apenas 46%
da população brasileira possuía coleta e tratamento de esgoto. Na região Norte do país, onde
estão localizados os maiores reservatórios de água doce do Brasil, a situação é mais crítica
ainda, onde segundo dados apenas 6,2% das residências recebem coletada de esgoto (SILVA,
2023).
2.3.1 Cólera
A cólera é uma doença bacteriana aguda que pode ser fatal. É causada pela bactéria
Vibrio cholerae encontrada em alimentos e água contaminados. A cólera é mais comum em
áreas com saneamento precário, onde o acesso à água potável é limitado. As águas residuais
domésticas são um importante fator de risco para a infecção por cólera (BRASIL, Ministério
da saúde, 2023).
2.3.2 Hepatite
2.3.3 Poliomielite
A poliomielite é uma doença viral que afeta principalmente crianças menores de cinco
anos. É transmitida através da água ou alimentos contaminados com fezes infectadas. As águas
residuais domésticas são um importante fator de risco para a infecção da poliomielite. A doença
é altamente contagiosa e pode causar paralisia e morte (BRASIL, Ministério da saúde, 2023).
2.3.4 Esquistossomose
2.3.5 Diarreia
As doenças transmitidas pela água causadas por esgoto doméstico têm muitas
consequências sociais e econômicas significativas. Esses efeitos incluem:
Doenças transmitidas pela água podem ser fatais. Cólera, hepatite A e diarreia estão
entre as principais causas de morte nos países em desenvolvimento. A perda de vidas pode ter
um impacto significativo nas famílias e comunidades afetadas.
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As doenças transmitidas pela água podem afetar a produtividade das pessoas afetadas.
Por exemplo, a diarreia pode levar à desidratação e à perda de nutrientes importantes. Isso pode
levar à fadiga, perda de apetite e incapacidade de realizar tarefas diárias. Um declínio na
produtividade pode ter um impacto significativo nas economias locais (EOS consultores, 2023).
As doenças transmitidas pela água podem aumentar os custos de saúde para as famílias
e comunidades afetadas. Isso pode incluir custos relacionados ao tratamento, medicamentos e
hospitalização. Os custos médicos podem ser particularmente problemáticos para famílias de
baixa renda (EOS consultores, 2023).
As doenças transmitidas pela água podem ter um impacto significativo nas economias
locais. A perda de produtividade e os custos com saúde podem reduzir a renda das famílias
afetadas. Além disso, a doença pode impactar negativamente o turismo e outras indústrias que
dependem de água limpa e segura (EOS consultores, 2023).
A prevenção e o controle de doenças transmitidas pela água causadas por águas residuais
domésticas requerem uma abordagem multifacetada. As principais estratégias de prevenção e
controle incluem:
A falta de saneamento básico continua a ser um problema que afeta a qualidade de vida,
a saúde e a economia de comunidades em todo o mundo. A falta de saneamento está associada
a riscos como a subnutrição e problemas de higiene, o que facilita a propagação de doenças,
especialmente entre indivíduos que já estão em condições de saúde precárias. A diarreia é um
grande exemplo desse problema, que a cada ano mata tragicamente 361 mil crianças com menos
de cinco anos em todo o mundo.
A importância desse problema fica ainda mais evidente quando se considera que a coleta
e o tratamento adequados de esgoto, combinados com a disponibilidade de água potável,
poderiam evitar 88% das mortes causadas pela diarreia. Esses números claros mostram que o
saneamento básico, a saúde pública e a economia de um país estão intimamente relacionadas.
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
(SNIS), administrado pelo Ministério das Cidades, em 2021, aproximadamente 35 milhões de
pessoas no Brasil ainda não têm acesso à água tratada. Isso refuta a noção errônea de que
investir em saneamento básico é uma despesa. A situação é ainda mais preocupante quando
sabemos que cerca de 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto e que apenas 55,8%
dos esgotos gerados são tratados.
Em particular, os índices na região norte do Brasil causam preocupação. Conforme os
dados do SNIS de 2021, apenas 13,1% da população tem acesso à coleta de esgotos e apenas
21,4% do volume total de esgoto gerado é tratado.
A fossa séptica normatizada parece ser uma solução útil e barata para esses problemas.
Garantir o tratamento adequado do esgoto não apenas evita a propagação de doenças, mas
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3 SISTEMA FOSSA-FILTRO-SUMIDOURO
utilizado fica entre 1 e 2 anos e a disposição do mesmo deve ser feito em centrais de tratamento
de logo ou até mesmo no solo, quando a quantidade for pequena (AVILA, 2005).
Segundo Ávila (2005), o líquido é tratado ao passar entre os interstícios do meio suporte,
estando em contato com o lodo ativo retido, sendo responsável pela transformação dos materiais
orgânicos solúveis em produtos interpostos e finais (metano e gás carbônico).
Na figura 2 é mostrado o esquema de um filtro anaeróbio.
Figura 2. Filtro Anaeróbio
Segundo a NBR 13969 (ABNT, 1997), todo processo anaeróbio é bastante afetado pela
temperatura do esgoto, sendo assim apresenta valores de faixas prováveis de eficiência em
conjunto com a fossa séptica, onde para DBO5,20 a eficiência pode ficar entre 40% e 75%, para
DQO de 40% a 70%, para sólidos suspensos de 60% a 90% e para sólidos sedimentáveis 70%
ou mais, sendo que os valores limites inferiores são para temperaturas abaixo de 15ºC e os
limites superiores são para temperaturas acima de 25ºC, sendo também influenciados pelas
condições operacionais e grau de manutenção.
Quanto a forma do tanque, este pode ser feito de forma cilíndrica ou prismática, com
seção quadrada ou retangular, composto por fundo falso. Já o meio suporte pode ser preenchido
com materiais de vários tipos, o que é mais utilizado no país é a brita nº 4, que é um material
muito pesado e relativamente caro, algumas alternativas a ela são anéis de plástico, bambu,
escória de alto forno, etc.
A NBR 13969 limita a altura do filtro aeróbio em 1,20m contando com o fundo falso.
A altura do meio suporte pouco influência sobre a eficiência do filtro, porém quanto maior a
altura maior dificuldade operacional para remoção do lodo em excesso (CAMPOS et al. 1999,
apud AVILA, 2005, p. 46).
3.3 Sumidouro
4 MATERIAL E MÉTODOS
Esse estudo foi feito em uma residência unifamiliar, onde reside 3 habitantes e está
localizada no segundo distrito de Ji-Paraná, na rua Cedro, bairro JK.
A residência é feita em alvenaria, sendo de padrão médio de acordo com os materiais
de acabamento utilizados, possui 2 quartos, 2 banheiros, sala, cozinha e garagem, como
apresentado na figura 6 a seguir, onde é apresentado a planta baixa da mesma.
Figura 6. Planta baixa
Antes do dimensionamento do tanque séptico, a NBR 7229 (ABNT, 1993) traz algumas
condições específicas quanto ao posicionamento do mesmo no local a ser construído, devendo
respeitar as seguintes distancias mínimas:
a) 1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e ramal
predial de água;
b) 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água;
c) 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.
Quanto ao dimensionamento, a fossa séptica será dimensionada conforme os requisitos
presentes na referida norma. Seu volume será calculado conforme a Equação 1.
V = 1000 + N. (C. T + K. Lf ) Eq. (1)
Onde:
V = volume útil, em litros;
N = número de pessoas;
C = contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia;
T = período de detenção, em dias;
K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo
fresco;
Lf = contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia.
A primeira variável a ser definida é N (número de pessoas da residência), a norma não
traz tabela para definição do número de pessoas, neste caso utiliza-se a tabela 1 a seguir de
Carvalho Junior (2014) para definição do valor, relacionando o tipo da construção com a taxa
de ocupação da mesma.
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Tabela 2. Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e ocupação
Unid.: L
Prédio Unidade Contribuição de esgoto (C) e
lodo fresco (Lf)
1 Ocupantes permanentres
- Residência
Padrão alto Pessoa 160 1
Padrão médio Pessoa 130 1
Padrão baixo Pessoa 100 1
- Hotel (exceto lavanderia e cozinha) Pessoa 100 1
- Alojamento provisório Pessoa 80 1
2 Ocupantes temporários
- Fábrica em geral Pessoa 70 0,30
- Escritório Pessoa 50 0,20
- Edifícios públicos ou comerciais Pessoa 50 0,20
- Escolas (externatos) e locais de Pessoa 50 0,20
longa permanencia
Fonte: Adaptado NBR 7229 (ABNT, 1993)
Para definição da variável T (Tempo de detenção de esgoto), utiliza-se a tabela 3 a
seguir, considerando a contribuição diária, encontrada através da equação 3.
𝐶𝐷 = 𝐶 . 𝑁 𝑒𝑞. (3)
Onde:
CD = Contribuição diária;
C = Contribuição de esgoto;
N = População.
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4 . 𝐴𝑢
𝐷𝑖 = √ 𝑒𝑞. (5)
𝜋
Onde:
Di = Diâmetro interno;
Au = Altura útil;
Π = 3,14.
Todos os valores encontrados são internos, para definição das características
construtivas do tanque e para efetiva escavação, devem ser encontrados valores considerando
as espessuras das paredes a serem construídas, além considerar também altura para separação
atmosférica devido a geração de escuma dentro do tanque séptico.
Com a finalidade de se obter a medida da altura total construtiva, pode se utilizar a
equação 6 a seguir.
𝐻𝑐 = 𝐻𝑢 + 𝑆 + 𝐸𝑡 + 𝐸𝑓 𝑒𝑞. (6)
Onde:
Hc = Altura construtiva;
Hu = Altura útil;
S = Separação atmosférica;
Et = Espessura da tampa;
Ef = Espessura do fundo.
Para se definir o valor de S (Separação atmosférica), a NBR 7229 (ABNT, 1993),
através da figura 6, a referida norma traz sugestões de dimensões a serem respeitadas.
31
Para dimensionar o volume útil do filtro anaeróbio, a NBR 13969 (ABNT, 1997)
apresenta a seguinte expressão:
Vu = 1,6. N. C. T Eq. (8)
Onde:
Vu = Volume útil (litros);
N = Número de contribuintes;
C = Contribuição de despejos, em litros x habitantes/ dia;
T = Tempo de detenção hidráulica, em dias.
A primeira variável a ser descoberta da equação, variável N (Número de contribuintes),
foi definida no cálculo do dimensionamento do tanque séptico, onde, com auxílio da tabela 1 e
definição do tipo de ocupação para qual o filtro anaeróbio será utilizado, encontra-se o número
de contribuintes através da equação 2.
Para definição da variável C (Contribuição de despejos), utiliza-se a tabela 6 a seguir
disponibilizada pela NBR 13969 (ABNT, 1997), onde, relacionando o padrão de construção,
encontra-se o valor da variável em questão.
Tabela 6. Contribuição diária de despejos e de carga orgânica por tipo de prédio e de ocupantes
Prédio Unidade Contribuição de Contribuição de carga
esgoto L/D orgânica 𝒈𝑫𝑩𝑶𝟓,𝟐𝟎 /d
1 Ocupantes Permanentes
Residencia
Padrão alto Pessoa 160 50
Padrão medio Pessoa 130 45
Padrão baixo Pessoa 100 40
Hotel (exceto lavanderia Pessoa 100 30
e cozinha
Alojamento provisório Pessoa 80 30
Fonte: Adaptado NBR 13969 (ABNT, 1997)
Para definição da variável T (Tempo de detenção hidráulica), deve-se obter
primeiramente o valor de CD (Contribuição diária), encontrado através da equação 3, com este
valor, utiliza-se a tabela 7 a seguir, disponibilizada pela referida norma para definição da
variável citada.
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Tabela 7. Tempo de detenção hidráulica de esgotos (T), por faixa de vazão e temperatura do
esgoto (em dias)
Vazão L/dia Temperatura média do mês mais frio
Abaixo de 15º C Entre 15ºC e 25ºC Maior que 25ºC
Ate 1500 1,17 1,0 0,92
De 1501 a 3000 1,08 0,92 0,83
De 3001 a 4500 1,00 0,83 0,75
De 4501 a 6000 0,92 0,75 0,67
De 6001 a 7500 0,83 0,67 0,58
De 7501 a 9000 0,75 0,58 0,50
Acima de 9000 0,75 0,50 0,50
Fonte: Adaptado NBR 13969 (ABNT, 1997)
Vale ressaltar que a NBR 7229 (ABNT, 1993), também disponibiliza uma tabela para
definição da variável T para o dimensionamento do tanque séptico, porém os intervalos de
temperatura são diferentes, sendo assim, neste trabalho será considerado a tabela
disponibilizada em cada NBR para seu referido dimensionamento. Com isto, encontrado o valor
da contribuição diária (mantido da equação 3), correlaciona-se na tabela anterior considerando
a temperatura do mês mais frio do ano.
Segundo a NBR 13969 (ABNT, 1997), o volume útil mínimo do leito filtrante não deve
ser menor que 1.000 L.
Encontrado o valor de todas as variáveis, é definido o valor do Vu (Volume útil) do
filtro anaeróbio, a partir deste valor é possível definir as dimensões do filtro anaeróbio, onde
primeiramente deve-se definir o valor de Au (Área útil) através da equação 9.
𝑉𝑢
𝐴𝑢 = 𝑒𝑞. (9)
𝐻
Onde:
Au = Área útil (m²);
Vu = Volume útil (m³);
H = Altura do leito filtrante (m).
Vale ressaltar que esta equação tem semelhança com a equação 3 citada no
dimensionamento do tanque séptico, porém no dimensionamento do filtro anaeróbio, o valor de
H (Altura do leito filtrante) é definido como 1,20 m pela NBR 13969 (ABNT, 1997), sendo
assim, o valor de Au (Área útil), é definido através da equação 10.
34
𝑉𝑢
𝐴𝑢 = 𝑒𝑞. (10)
1,2
Onde:
Au = Área útil (m²);
Vu = Volume útil (m³);
H = Altura do leito filtrante (m).
Como citado neste trabalho, o filtro pode ser construído de forma circular ou retangular,
neste exemplo, será utilizado para fins de cálculo o filtro do tipo circular, que é usualmente
mais utilizado. Sendo assim, para o cálculo do diâmetro interno pode-se utilizar a equação 11 a
seguir.
4 . 𝐴𝑢
𝐷𝑖 = √ 𝑒𝑞. (11)
𝜋
Onde:
Di = Diâmetro interno;
Au = Área útil;
π = 3,14.
Assim como no dimensionamento do tanque séptico, os valores encontrados são
internos, sendo assim se faz necessário encontrar as dimensões construtivas para escavação,
primeiro define-se o valor de H (Altura total interna). Segundo a NBR 13969 (ABNT, 1997), o
valor de H pode ser encontrado através da equação 12 a seguir.
𝐻 = ℎ + ℎ1 + ℎ2 𝑒𝑞. (12)
Onde:
H = altura total interna do filtro anaeróbio;
h = altura total do leito filtrante;
h1 = altura da calha coletora;
h2 = é a altura sobressalente (variável).
A NBR 13969 (ABNT, 1997) traz algumas dimensões a serem adotadas, apresentadas
na figura 7 a seguir.
35
4.3.3 Sumidouro
Onde:
A = Area de infiltração, em m²;
Cd = Contribuição diária;
Ci = coeficiente de infiltração em litros por m² x dia (L/m² x dia).
Para encontrar o valor da variável Cd (Contribuição diária), utiliza-se a equação 3, citada
no dimensionamento do tanque séptico.
Já o valor de Ci (Coeficiente de infiltração), pode ser obtido através de ensaios de
percolação do solo, disponibilizado pela NBR 13969 (ABNT, 1997), onde se pode chegar a
valores mais precisos, ou também através de tabelas disponibilizadas por diferentes literaturas,
onde se é possível verificar valores médios do coeficiente de infiltração diária de acordo com a
textura do solo. A tabela 8 a seguir traz os valores propostos por Jordão e Pessoa (2005).
37
Onde:
Hc = Altura construtiva;
H = Altura do líquido;
S = Separação atmosférica;
Et = Espessura da tampa;
Ef = Espessura do fundo.
O valor de S (Separação atmosférica) pode ser definido através da NBR 7229 (ABNT,
1993), como citado anteriormente no trabalho. Já a espessura do fundo, a NBR 13969 (ABNT,
1997) recomenda a espessura mínima de 0,30 m, assim como o valor do diâmetro mínimo
também ser no mínimo 0,30 m.
Para definição do valor do Dc (Diâmetro construtivo), utiliza-se a equação 7, citada no
dimensionamento do tanque séptico.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4 . 𝐴𝑢
𝐷𝑖 = √
𝜋
4 . 1,14
𝐷𝑖 = √
3,14
𝐷𝑖 = 1,21 𝑚
40
Com relação as medidas finais construtivas para escavação do tanque, deve-se somar as
medidas de Ep (Espessuras paredes), Ef (Espessura do fundo) e S (Separação atmosférica. Para
o cálculo da altura final construtiva, utiliza-se a equação 6 citada. Será utilizado 10 centímetros
para espessura da tampa e fundo e com relação ao valor de S, a figura 6 da NBR 7229 (ABNT,
1993) orienta que deve-se considerar o diâmetro do tubo do esgoto afluente, neste caso será
utilizado 150 mm (15 centímetros) somado aos 15 centímetros definido pela norma, logo o
valor de S será 30 centímetros
𝐻𝑐 = 𝐻𝑢 + 𝑆 + 𝐸𝑡 + 𝐸𝑓
𝐻𝑐 = 1,70 + 0,30 + 0,10 + 0,10
𝐻𝑐 = 2,20 𝑚
Já com relação ao Dc (Diâmetro construtivo), utiliza-se a equação 7 citada, onde será
considerado 10 centímetros de espessura de parede.
𝐷𝑐 = 𝐷𝑖 + 2 . 𝐸𝑝
𝐷𝑐 = 1,21 + 2 . 0,10
𝐷𝑐 = 1,41 𝑚
Vu = 832 Litros ∗∗
Ressalta-se que a NBR 13969 (ABNT, 1997) estabelece como volume útil mínimo para
o filtro anaeróbio de 1.000 Litros, logo o valor de Vu será igual a 1.000 litros.
Vu = 1000 litros
Vu = 1 m³
Definido Volume útil, deve-se calcular o valor de Au (Área útil), encontrado através da
equação 10 citada:
𝑉𝑢
𝐴𝑢 =
1,2
1,0
𝐴𝑢 =
1,2
𝐴𝑢 = 0,83 𝑚²
Feito isso, o diâmetro interno é definido através da equação 11 citada:
4 . 𝐴𝑢
𝐷𝑖 = √
𝜋
4 . 0,83
𝐷𝑖 = √
3,14
𝐷𝑖 = 1,02 𝑚
Com relação as medidas finais construtivas, o valor de Dc (diâmetro construtivo) pode
ser definido através da equação 7 citada, onde considerando 10 centímetros para espessura das
paredes, tem-se a expressão:
𝐷𝑐 = 𝐷𝑖 + 2 . 𝐸𝑝
𝐷𝑐 = 1,02 + 2 . 0,10
𝐷𝑐 = 1,22 𝑚
Para se definir o valor de Hc (Altura construtiva), utiliza-se a equação 13 citada:
𝐻𝑐 = 𝐻 + 𝐸𝑓 + 𝐴𝑐 + 𝐸𝑡 + 𝑆
𝐻𝑐 = 1,20 + 0,10 + 0,30 + 0,10 + 0,30
𝐻𝑐 = 2,00 𝑚
42
5.3 Sumidouro
o dimensionamento adequado do sistema de esgoto não apenas protege a saúde individual dos
moradores, mas também fortalece a saúde coletiva, contribuindo para a construção de
comunidades mais seguras e saudáveis.
45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INCT Sustentáveis. “O que acontece com os rios que recebem esgoto sem
tratar”; Minas Gerais: UFMG, 24 de setembro, 2019.
SILVA, Júlio César Lázaro da. "Saneamento Básico e a Poluição Hídrica"; Brasil
Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/saneamento-basico-
poluicao-hidrica.htm. Acesso em 03 de abril de 2023.