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GRUPO SER EDUCACIONAL

SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR - SESPI


FACULDADE UNINASSAU – UNIDADE PARNAÍBA
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

MARLON ANDERSON SILVA DE ALBUQUERQUE

ESTUDO POR SIMULAÇÃO DE ROMPIMENTO HIPOTÉTICO DA BARRAGEM


CALDEIRÃO NO MUNICÍPIO DE PIRIPIRI/PI: ESTUDO PARA DELIMITAÇÃO
DA MANCHA DE INUNDAÇÃO UTILIZANDO HEC-RAS

PARNAÍBA-PI
2020
MARLON ANDERSON SILVA DE ALBUQUERQUE

ESTUDO POR SIMULAÇÃO DE ROMPIMENTO HIPOTÉTICO DA BARRAGEM


CALDEIRÃO NO MUNICÍPIO DE PIRIPIRI/PI: ESTUDO PARA DELIMITAÇÃO
DA MANCHA DE INUNDAÇÃO UTILIZANDO HEC-RAS

Trabalho de conclusão de curso de Graduação


apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Maurício de Nassau - UNINASSAU Parnaíba, como pré-
requisito para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia.
Orientador: Prof.º: Brehno Narciso de Castro Oliveira

PARNAÍBA-PI
2020
MARLON ANDERSON SILVA DE ALBUQUERQUE

ESTUDO POR SIMULAÇÃO DE ROMPIMENTO HIPOTÉTICO DA BARRAGEM


CALDEIRÃO NO MUNICÍPIO DE PIRIPIRI/PI: ESTUDO PARA DELIMITAÇÃO
DA MANCHA DE INUNDAÇÃO UTILIZANDO HEC-RAS

Trabalho de conclusão de curso de Graduação


apresentado ao Curso de Engenharia Civil da
Faculdade Maurício de Nassau - UNINASSAU
Parnaíba, como pré-requisito para obtenção do
título de Bacharel em Engenharia.
Orientador: Prof.º: Brehno Narciso de Castro
Oliveira

APROVADA EM: _____/______/______

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________________________________
BREHNO NARCISO DE CASTRO OLIVEIRA

___________________________________________________________________
XXXXXXXXXXXX

___________________________________________________________________
XXXXXXXXXXX

PARNAÍBA-PI
2020
Dedico esta monografia à minha mãe, Antonia Maria, meu avô
Herminio Nonato (em memória) e a minha filha Maria
Valentina.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus por ter me permitido chegar até aqui e mesmo diante de
todas as dificuldades enfrentadas ao longo desta trajetória ter sido minha força e esperança
para nunca desistir. Agradeço também a todos os professores que compartilharam saberes
durante esta caminhada acadêmica e aos meus colegas de estudo e futuros colegas de
profissão pelo apoio mutuo nestes anos.
“Eu sempre me preparo para o fracasso e acabo surpreendido pelo sucesso”.
Steven Spielberg
RESUMO

Barragens são construções presentes em todo território brasileiro, seja como reservatório de
água, ou mesmo deposito de minerais, estas representam um enorme risco a população que
vivem de forma adjacente caso a estrutura venha a romper. Casos como o de Mariana e
Brumadinho demonstram a necessidade de elaboração de planos emergenciais para evitar
maiores danos a população e ao meio ambiente. Para isso softwares são utilizados com
objetivo de simular a ruptura dessas construções, e obter dados capazes de dimensionar as
faixas de inundação e toda a área afetada. Dentre estes, o HEC-RAS se mostra bastante
eficiente, com dados significativos e confiáveis que podem auxiliar na prevenção destes
danos. Assim, a presente revisão tem como objetivo analisar as diversas simulações de
rompimento de barragens (Dam Break) com uso do software HEC-RAS em estudos de caso
nos últimos cinco anos. A pesquisa foi realizada através do Google Acadêmico com a
obtenção de artigos e trabalhos acadêmicos (TCCs, Dissertações e Teses) entre os anos de
2015 e 2020. Os dados obtidos demonstraram que o programa foi eficaz nos modelos de
simulação utilizados, exibindo a vulnerabilidade das áreas que podem ser afetadas. Assim, o
HEC-RAS se torna uma ferramenta muito importante no estudo de rompimento de barragens,
capaz de estimar danos e auxiliar na elaboração de planos de prevenção.

PALAVRAS CHAVE: Barragens. HEC-RAS. Inundação. Ruptura


ABSTRACT

Dams are constructions present throughout the Brazilian territory, whether as a water
reservoir, or even a deposit of minerals, these represent an enormous risk to the population
living adjacent to them in case the structure breaks down. Cases such as Mariana and
Brumadinho demonstrate the need to develop emergency plans to prevent further damage to
the population and the environment. For that, softwares are used with the objective of
simulating the rupture of these constructions, and obtain data capable of dimensioning the
flood strips and the entire affected area. Among these, HEC-RAS proves to be quite efficient,
with significant and reliable data that can assist in preventing these damages. Thus, this
review aims to analyze the various dam break simulations using the HEC-RAS software in
case studies in the last five years. The research was carried out through Google Scholar with
the obtainment of academic articles and papers (TCCs, Dissertations and Theses) between the
years 2015 and 2020. The data obtained demonstrated that the program was effective in the
simulation models used, showing the vulnerability of the areas that may be affected. Thus,
HECRAS becomes a very important tool in the study of dam rupture, capable of estimating
damage and assisting in the preparation of prevention plans.

KEY-WORDS: Dams. HEC-RAS. Inundation. Break


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Tipos de Barragens de acordo com o material empregado ....................14

Figura 2- XXXXXXXXXXXXX .................................................................15

Gráfico 1 – Número de barragens de acordo com os estados do nordeste, sua

Categoria de Risco (CR) e Dano Potencial Associado (DPA)...........................17


LISTA DE TABELAS

Figura 1- Quatro maiores desastres envolvendo barragens entre 1959 e 1979......16

Figura 2- Possibilidade de falha dos diferentes tipos de barragens........................17

Figura 3- Estudos de caso que utilizaram o Software HEC-RAS para análise do


possível rompimento de barragens........................25

Figura 2- Possibilidade de falha dos diferentes tipos de barragens........................29


LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS

ANA Agência Nacional de Águas

CBDB Comitê Brasileiro de Barragens

CNRG Conselho Nacional de Recursos Hídricos

CR Categoria de Risco

DPA Dano Potencial Associado

PAE Plano de Ação Emergencial

PNSB Política Nacional de Segurança de Barragens

USACE U.S Army Corps of Engineers


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO (EM CONSTRUÇÃO) .................................................................................... 11


2. REFERENCIAL TEÓRICO (EM CONSTRUÇÃO) .................................................................. 13
2.1 Barragens no Brasil e implicações legais .................................................................................... 13
2.2 Tipos de barragens ...................................................................................................................... 15
2.3 Segurança das Barragens ............................................................................................................. 17
2.4 Medidas de prevenção para rompimento de barragens ............................................................... 18
2.5 Simulação de rompimento com HEC-RAS ................................................................................. 19
3. METODOLOGIA (EM CONSTRUÇÃO) .................................................................................... 22
3.1 Tipo de estudo ............................................................................................................................. 22
3.2 Procedimentos para coleta de dados............................................................................................ 22
3.3 Descrição da Barragem Caldeirão no município de Piripiri-PI ................................................... 22
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................... 26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS (EM CONSTRUÇÃO) .................................................................. 32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (EM CONSTRUÇÃO) .................................................. 33
11

1. INTRODUÇÃO (EM CONSTRUÇÃO)

A principal função de uma barragem é o armazenamento de água para consumo


humano. O Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB) define como obstáculos com capacidade
de reter qualquer liquido, rejeitos ou detritos, para fins de armazenamento ou controle,
podendo variar de tamanho e são geralmente usadas para fornecimento de água, geração de
energia hidroelétrica, para controle de cheias e para irrigação.
Todos os anos no período chuvoso em nosso país e principalmente em nosso estado,
ouvimos rumores que uma barragem em determinado local estaria se rompendo. Tendo em
vista que em nosso estado no ano de 2009 ouve uma tragédia desse porte, diversos alarmes
que são divulgados principalmente pela população local, acabam que por muitas vezes, sendo
falsos, trazendo muito desespero às populações ribeirinhas que vivem geralmente a Jusante do
maciço da barragem.
O estudo de Dam-Breack visa mitigar os impactos causados pelo rompimento dessas
estruturas e poder avaliar os riscos que ela causa a vidas humanas e à economia de uma
região. É necessário que sejam estabelecidos parâmetros mínimos de segurança para essas
estruturas. Com a grande quantidade de alertas feitos nos últimos anos, foi escolhida com base
na sua grande importância, tanto em questões humanas e econômicas, além do fator risco a
barragem de Caldeirão, localizada no município de Piripiri-PI, cujo uma possível tragédia
desse porte, afetaria enormemente a todos da região.
Diversas ferramentas são utilizadas atualmente para investigação das possíveis
rupturas dessas estruturas, possibilitando o estudo e desenvolvimento de planos de prevenção
eficazes. Desse modo, o estudo de Dam-Break com auxílio de softwares visa mitigar os
impactos causados pelo rompimento de maciços e avaliação dos riscos que esta pode causar a
vidas humanas e à economia de uma região. Estabelecendo parâmetros mínimos de segurança
para essas estruturas.
A presente pesquisa apresenta como objetivo principal - gerar diversas simulações
computacionais de rompimento hipotético do maciço da Barragem de Caldeirão, no município
de Piripiri-PI, e com os resultados obtidos, determinar os hidrogramas de vazão a jusante da
Barragem, mapa de inundação e analisar todo o possível impacto causado nas imediações do
canal, bem como o resgate de toda população ribeirinha.
O desenvolvimento da presente pesquisa norteia-se através da investigação da
influência e incidência das chuvas sobre o maciço da barragem, tendo em vista as
consequências que esta pode causar; da identificação dos parâmetros influenciadores para a
12

formação da brecha de ruptura, tendo em vista as simulações e dados objetivos pelos


hidrogramas de vazão a jusante, e ainda da modelagem do nível de risco e comprometimento
das populações ribeirinhas a jusante do maciço, bem como mediante análise e proposição de
soluções que possam mitigar os impactos causados em decorrência de um possível
rompimento.
A metodologia que será empregada nesse trabalho será a caracterização geométrica
de todo o projeto, abrangendo toda a bacia de contribuição do açude, além de previsões de
possíveis hidrogramas de cheia, usando o auxílio de softwares de geoprocessamento e
simulação hidrológica, afim de ser prever o que causaria o rompimento hipotético do maciço.
A simulação será realizada considerando vários cenários, onde será possível a investigação
dos possíveis parâmetros causadores da brecha, a definição dos volumes, cotas e a da mancha
de inundação com o nível de risco causado pelo rompimento hipotético.
13

2. REFERENCIAL TEÓRICO (EM CONSTRUÇÃO)

2.1 Barragens no Brasil e implicações legais

A humanidade ao longo da história tem encontrado nas barragens inúmeros


benefícios que possibilitaram o desenvolvimento econômico e agrícola de vários países. As
barragens apresentam inúmeras finalidades, desde a geração de energia elétrica,
armazenamento de rejeitos minerais e industriais, bem como o controle de cheias,
abastecimento de água, irrigação, entre outros aspectos, que variam mediante o objetivo a
qual se destinam (ROCHA, 2015).
Encontram-se evidências históricas de que as barragens juntamente com seus
reservatórios, correspondem a uma das construções mais antigas elaboradas pelo homem.
Babilônia, Egito, Pérsia e Índia, por exemplo, já utilizavam essa estrutura para armazenar
água, para o consumo e irrigação durante os prolongados períodos de seca (JANSEN, 1983
apud KÜHLAMP et al., 2016). No Brasil a construção de barragens teve início em 1877, após
uma seca catastrófica enfrentada na região Nordeste do país (CDBD, 1982).
Barragem, de acordo com a Legislação Brasileira é definida como “qualquer
estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de contenção ou
acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos, compreendendo o
barramento e as estruturas associadas” (BRASIL, 2010). A primeira barragem de que se tem
registros construída no Brasil, localiza-se na cidade de Recife (PE), atualmente conhecida
como Açude Apipucos, datada no século XVI, devido à sua impressão em um mapa de 1577
(CBDB, 2011 apud KÜHLAMP et al., 2016).
O Brasil, no final da década de 90 (noventa), em decorrência de uma crise enfrentada
pelo setor energético acompanhou a construção de várias centrais hidroelétricas, oriundas de
parcerias provenientes de empresas públicas e privadas, que contribuíram para o surgimento
de um conjunto importante de barragens. O aumento exponencial dessas construções
viabilizara estudos no tocante ao impacto natural que os mesmos causam ao meio ambiente,
tendo em vista a sustentabilidade desses empreendimentos, além de viabilizarem uma análise
quanto aos potenciais danos provenientes da ruptura das mesmas (PEREIRA et al., 2017).
Historicamente falhas nas estruturas de barragens culminaram em catástrofes que
afetaram a população, propriedades, bens e materiais, devido ao, conforme explica Neto
(2016) apud Santos (2019, p. 300) “aumento significativo da vazão, velocidade e
14

profundidade do escoamento ao longo da planície de inundação”.


No Brasil, para evitar problemas estruturais nas barragens e garantir a segurança
desses empreendimentos, em 20 de setembro de 2010, instituiu-se a Lei 12.334 que estabelece
a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), dando surgimento ao Plano de Ação
Emergencial (PAE), que deve ser elaborado obrigatoriamente para todas as barragens que
possuem um índice elevado de Dano Potencial Associado (DPA) (BRASIL, 2010).
As barragens contempladas pela Lei nº 12.334, devem apresentar uma das
características descritas a seguir: a) reservatório com capacidade maior ou igual a 3.000.000
m³; b) maciço com altura maior ou igual a 15 m, devendo este ser medido da crista ao ponto
mais baixo da fundação; c) armazenamento de resíduos perigosos; d) DPA de categoria médio
ou alto, analisando o risco potencial de perda de vidas humanas, tendo em vista fatores
ambientais, econômicos e sociais (BRASIL, 2010).
A PNSB estabelece um sistema de classificação de barragens destinadas à disposição
de rejeitos, acumulação de resíduos industriais e acumulação de água, sendo estes
posteriormente detalhados, através do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH),
observando “as categorias de risco, dano potencial associado e volume do reservatório”
(PEREIRA et al., 2017, p. 76), definidos na Resolução nº 143, promulgada em 10 de julho de
2012 (CNRH, 2012).
O presente documento quando classifica uma barragem com alto potencial de dano,
“força os empreendedores a avaliar as consequências adversas no caso de ruptura da
barragem, aspecto que obriga à modelação de cheias induzidas e ao mapeamento das zonas de
risco a jusante” (PEREIRA et al., 2017, p. 76).
A elaboração do Plano de Ação Emergencial (PAE) é realizada mediante modelagem
hidrodinâmica da onda de cheia, obtida através do cálculo do rompimento hipotético da
barragem em estudo e posterior delimitação das áreas no entorno do vale que poderão ser
inundadas, situadas à jusante da barragem (ANA, 2016). A compilação de informações e a
regulamentação de ações que contribuam para o gerenciamento da segurança das barragens
construídas pelos governos, conforme determinação da PNSB,

[...] atribui ao órgão fiscalizador a responsabilidade de exigir do


empreendedor o cumprimento das recomendações de segurança, de reportar
à ANA qualquer não conformidade que implique em risco imediato à
segurança e, ainda, de implantar e manter o cadastro atualizado da situação
das barragens localizadas sob sua jurisdição. Enquanto que, ao
empreendedor atribui a responsabilidade de manutenção das condições de
segurança, a elaboração e atualização do Plano de Segurança de Barragem
(PSB) e, quando solicitado, o PAE (SANTOS, 2019, p. 300)
15

A execução do Plano de Ação Emergencial (PAE) baseia-se no levantamento das


regiões que foram afetadas pelas ondas de inundação em função do intervalo de tempo entre a
hora de rompimento da barragem e a chegada da onda nas regiões afetadas. Deste modo o
objetivo do PAE concentra-se em elencar uma série de estratégias que minimizem os riscos à
vida, bem como possa dirimir o impacto ao patrimônio (KÜHLAMP et al., 2016).

2.2 Tipos de barragens

Existem diversos tipos de barragens, que se distinguem conforme o material


empregado na sua construção e a finalidade para o qual foi projetada. Os tipos mais usuais no
Brasil são barragem de terra, de enrocamento com face de concreto, barragem de concreto,
gravidade aliviada, arco contraforte.
Nessa perspectiva, as barragens de terra representam cerca de 75% das barragens em
todo o mundo, devido principalmente o seu baixo custo, já que os materiais necessários para a
sua construção são aqueles disponibilizados na natureza. Ademais, podem ser utilizados
diversos tipos de fundação para a sua construção o que confere versatilidade no projeto de
execução desse tipo de obra (DE MELO, 2014).
As barragens de enrocamento com face de concreto, por usa vez, caracterizam-se por
enrocamento e placas de concreto sobre o talude de montante. Entre as vantagens da
construção desse tipo de barragem está a rapidez na execução independendo do clima,
proporciona menores volumes de material e maior altura do maciço.
Em relação as barragens de concreto, esta é documentada desde 1887 com a
execução da barragem de San Mateo nos Estados Unidos. Esse tipo de maciço é composto
principalmente por concreto simples, convencional ou compactado, ou ainda, concreto
armado. No mundo houve um crescente aumento no número de barragens desse tipo entre os
anos de 1996 e 2002 com 251 construídas e mais 34 em execução em 35 países (WENDLER,
2010).
E como alternativa a barragem de gravidade maciça está a barragem de gravidade
aliviada, com vantagens quanto economia no volume e diminuição das áreas sobre as quais
pode agir a subpressão e a pressão intersticial. Além dessas as barragens de arco também
demonstram ser excelentes alternativas, tendo em vista que fazem uso de menor quantidades
de concreto em comparação com as demais, sendo permitido fundações com baixa qualidade
já que a menor parte da carga é efetivamente transferida a fundação. Por último as barragens
16

de contraforte, estas já não são muito utilizadas no Brasil em razão dos tipos de gravidade
aliviados (GOUVEIA, 2020).

Figura 1: Tipos de barragens de acordo com o material empregado.

Fonte: HICKMANN, 2016.

Apesar da diversidade de barragens no nosso país, inúmeros são os problemas que


estas podem acarretar, seja para o meio social, ambiental e até mesmo econômico.
Apresentando riscos de ruptura, podendo estes ocorrer de forma súbita ou gradual.

Na falha súbita, ou instantânea, uma grande porção da barragem é


removida em um período curto de tempo, este tipo de rompimento está
associado às barragens de concreto em falhas por deslizamento ou
galgamento. Já na ruptura gradual o rompimento ocorre de maneira
mais lenta, normalmente levando algumas horas para chegar ao estado
final da brecha, este rompimento está associado às barragens de terra,
nas quais a adoção de um rompimento súbito não é uma suposição
realista (VISHER, 1997 apud KÜHLAMP et al., 2016).

Portanto, é necessário o desenvolvimento de planos que possam superar


os problemas que esses maciços possam ocasionar, seja no momento da
execução, ou mesmo para prevenção de catástrofes.
17

2.3 Segurança das Barragens

As estruturas de engenharia estão sujeitas a falha, quer seja por erro de projeção,
dimensionamento, execução ou operação. Deste modo as barragens ao longo do tempo podem
apresentar problemas associados às estruturas do barramento, que culminaram em acidentes,
com risco potencial para as regiões alagadas. Ao longo da história ocorreram inúmeros
acidentes trágicos em barragens, como por exemplo, a de Malpasset (1959), na França, Vaiont
(1963), na Itália, Teton (1976), nos Estados Unidos e Macchu II (1979), na Índia. Os locais
supracitados totalizaram mais de 4.000 mil mortes e danos incalculáveis ao patrimônio
público e privado (KÜHLAMP et al., 2016).
Na metade do século XX, após constatação da capacidade destrutiva das barragens,
mediante uma eventual ruptura, que libera em segundos uma quantidade exorbitante de água,
no lado à jusante do maciço, formando uma onda de inundação, capaz de causar danos
irreversíveis à população existente na região, passou-se a analisar com mais atenção o tema
sobre segurança de barragens. A tabela 02 a seguir, mostra os quatro maiores acidentes
envolvendo barragens no período de 1959 a 1979 (KÜHLAMP et al., 2016).

Tabela 1 – Quatro maiores desastres envolvendo barragens entre 1959 e 1979.


Barragem Tipo, altura (m)
Evento
(ano de ocorrência) (ano de construção)
-Problema de fundação e falta
Malpasset (1959) Arch, 61 m (1954) de suporte lateral do pilar;
colapso total (421 mortes).
-Deslizamento da encosta do
reservatório, despejando 200 x
106 de material dentro do
reservatório;
Reservatório de Vaiont A onda gerada ultrapassou
Arch, 262 m (1960)
(1963) a crista da barragem em 110 m;
A barragem ficou intacta após
o evento, porém a onda gerada
foi capaz de devastar vilarejos
a jusante (c. 2000 mortes).
-Erosão interna ocasionada por
um corte em trincheira mal
Barragem de terra, 93
Teton (1976) projetado; Ruína total da
(em construção)
estrutura (11 mortos e prejuízo
de 500 milhões de dólares).
-Cheia catastrófica; mau
Barragem de terra e de
Macchu II (1979) funcionamento da comporta;
gravidade 26 m (1972)
Galgamento da barragem que
18

não resistiu e foi


completamente erodida
(estima-se 2000 mortos).
Fonte: KÜHLAMP et al., 2016, adaptado NOVAK, 1990.

Brunner (2014) determina uma lista de eventos ligados diretamente ao rompimento


de barragens, composta por 11 itens, a saber: cheias, piping, escorregamento, abalos sísmicos,
falhas de fundação, falha na operação das comportas, problemas estruturais, ruptura de uma
barragem à montante, esvaziamento rápido do reservatório, sabotagem e remoção planejada
do barramento. O supracitado autor, em seus estudos, relacionou os prováveis tipos de falhas
que comumente ocorrem de acordo com o tipo de barragem, conforme observa-se na tabela a
seguir.

Tabela 2 – Possibilidade de falha dos diferentes tipos de barragens.


Barragem
Barragem Barragem Barragem
Barragem de com
Tipo de Falha de em com
Terra/Enrocamento múltiplos
gravidade arco contraforte
Arcos
Galgamento X X X X X
Piping X X X X X
Problemas de
X X X X X
fundação
Deslizamento X X X
Tombamento X X
Cracking X X X X X
Falha de
X X X X X
equipamento
Fonte: KÜHLAMP et al., 2016, adaptado BRUNNER, 2014.

No período entre 2014 e 2016, três barragens brasileiras romperam, provocando


danos inestimáveis às regiões afetadas, objetivando minimizar as falhas e, por conseguinte
evitar novos rompimentos, as Instituições Regulamentadoras e Legislações que normatizam
este setor, tem se empenhado para estabelecer diretrizes e especificações cada vez mais
rigorosas que possam garantir a segurança desses empreendimentos (ROCHA, 2015).

2.4 Medidas de prevenção para rompimento de barragens

O nosso país em menos de 10 anos presenciou duas tragédias relacionadas ao


rompimento de barragens, a de Mariana em 2015 e a da Mina do Córrego do Feijão em
Brumadinho em 2019. Tais fatos demonstram a importância de se elaborar planos e medidas
19

preventivas capazes de evitar esse tipo de acontecimento (LOPES, MORAES, BARBIERI


2016).
Atualmente sabe-se que é proibido barragens de alteamento a montante, porém ainda
é registrado dezenas dessas em todo o país com alto risco associado. Além disso, medidas
vêm sendo tomadas a respeito de tornar públicas todas as pesquisas relacionadas ao risco de
rompimento das barragens, tonando assim esse assunto acessível a toda população. Eugenio
Singer (2019) acrescenta:

Deve-se intensificar, ainda, o monitoramento contínuo, com a instalação de


acelerômetros, inclinômetros, radares e satélites, assim como piezômetros e
monitoramentos tradicionais. Outra providência cabível é instituir a
exigência de um número proporcional de engenheiros e geólogos
geotécnicos nos quadros das empresas, da mesma forma como ocorre na
segurança e medicina do trabalho.

Ademais, podem ser incluídos estudos e diretrizes internacionais, tais como


pesquisas sismológicas para o rastreamento de possíveis tremores e movimentos terrestres que
possam afetar a estrutura do maciço. Quanto ao monitoramento, medidas também devem ser
adotadas como a utilização de laser e fotogramas. De acordo com Singer (2019) “São
tecnologias que ajudam na identificação de pequenas mudanças na conformação da barragem,
no nível de água e na pressão total”.
Uma ferramenta bastante empregada atualmente é a simulação de rompimento dessas
barragens, avaliando todo o fluxo do liquido e os possíveis
danos. Dentre os softwares utilizados está o HEC-RAS com análises que possibilita a
simulação unidimensional do escoamento em canais abertos, sob o regime permanente e não
permanente, e também na condição de fundo móvel (transporte de sedimentos) o estudo de
barragens específicas, tornando-se assim mais uma ferramenta na prevenção desse tipo de
catástrofe. Portanto, é imprescindível a implementação de uma gestão de riscos eficaz,
considerando a probabilidade de ocorrência e a gravidade de suas consequências.

2.5 Simulação de rompimento com HEC-RAS

O HEC-RAS configura-se como um software para simulação de modelo


hidrodinâmico, desenvolvido pelo U.S Army Corps of Engineers (USACE), que viabiliza, “a
simulação hidráulica de fluxo, para regimes permanente e não permanente, transporte de
sedimento, computação de leito móvel, modelagem da temperatura e qualidade d’água,
20

transporte e destino de nutrientes e rompimento de barragens” (SANTOS, 2019, p. 301).


O software pode ser obtido gratuitamente, apresentando layout simplificado,
podendo ser instalado no sistema Windows, viabilizando o acesso e a integração com
plataformas externas e no seu pacote encontra-se o aplicativo HEC-GeoRas, “que permite
importar informações geométricas de software de SIG, para simulação e retorno de resultados,
de modo a viabilizar a elaboração de mapas de inundação e de risco” (SANTOS, 2019, p.
301).
Neto (2016) explica que para a realização da análise e processamento dos dados
matemáticos, o software HEC-RAS, utiliza uma malha computacional, composta por células
em formatos de triângulo, quadrado, retângulo, ou polígonos de 05 até 08 faces. O programa
analisa o movimento e a direção do escoamento entre as células, conforme o perfil encontrado
entre as faces das células, tomando como referência os detalhes do terreno em estudo.
O software HEC-RAS encontra-se disponível para a comunidade técnica e científica,
constituindo-se como o exemplo mais difundindo em termos internacionais para análise da
onda de cheia oriunda do processo de rupturas de barragem. Através deste modelo é possível

[...] calcular e apresentar graficamente as curvas de regolfo de escoamentos


unidimensionais, em regime permanente, lento ou rápido, e em regime
variável. Baseia-se na solução da equação unidimensional da conservação da
energia. As versões mais recentes do modelo HEC-RAS incluem algoritmos
para modelar rupturas de barragens que consideram o alargamento da brecha
ao longo do tempo (PEREIRA et al., 2017, p. 77).

Os cálculos de escoamento são realizados através das equações de Saint-Venant,


analisando como variáveis os princípios de conservação da massa e a quantidade de
movimento, conforme as equações seguir, em que t refere-se a tempo em s; x é relativo a
direção do escoamento em m; u representa a velocidade média do escoamento em m/s; g
significa a aceleração da gravidade em m/s², h representa a espessura da lâmina líquida em m;
S0 remete-se a declividade da calha do canal em m/m e finalmente temos Sf que refere-se a
média da declividade da linha de energia em m/m (KÜHLAMP et al., 2016).
a) Conservação da Massa –
21

b) Conservação da Quantidade de Movimento –

KÜHLAMP (et al., 2016, p. 35) determina os parâmetros essenciais para a


elaboração de um estudo hipotético de rompimento de barragem, utilizando o software HEC-
RAS. Sendo estes:

 Condição de contorno de montante (hidrograma de montante);


 Condição de contorno de jusante (inclinação a jusante, cotagrama ou
curva de descarga);
 Seções transversais ao longo do eixo do rio (seções topobatimétricas);
 Estruturas hidráulicas e suas características (barragens, pontes,
diques);
 Coeficientes de rugosidade da superfície (número de Manning).

Dessa forma, o software é uma ferramenta eficaz na simulação do rompimento de


barragens, evidenciando faixas de inundações e os danos associados.
22

3. METODOLOGIA (EM CONSTRUÇÃO)

A atual pesquisa compreende a uma revisão sistemática quanti-qualitativa que busca


compreender a utilização do software HECRAS na simulação do rompimento de barragens,
principalmente aquelas presentes no nordeste brasileiro.
Foram utilizados estudos de casos obtidos a através da plataforma Google
Acadêmico, com palavras chaves relacionadas a barragens, rompimento, HEC-RAS, Dam
Break e nordeste. Tais estudos de casos compreendem a artigos e trabalhos acadêmicos
(TCCs, dissertações e teses). Além disso, os estudos se concentraram entre os anos de 2015 e
2020.

3.1 Tipo de estudo

3.2 Procedimentos para coleta de dados

3.3 Descrição da Barragem Caldeirão no município de Piripiri-PI

Os dados apresentados no presente trabalho, referente à barragem em estudo


encontram-se no site do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). A
barragem do Açude Caldeirão localiza-se no município de Piripiri, estado do Piauí, a cerca de
180 km da capital do estado - Teresina-PI. Conforme dados do IBGE de 2019, a cidade de
Piripiri possui uma população estimada em 63.742 habitantes, estando a uma altitude de 170
metros e tendo uma área total de 1.409 km².
O acesso à barragem pode ser feito a partir de Teresina pela BR-343, e por Fortaleza,
pela BR-222 até a localidade de Piripiri, onde se situa a barragem. O Açude Caldeirão tem
como finalidade básica a regularização do rio de mesmo nome, garantindo a irrigação das
férteis várzeas da região, que devido ao potencial de armazenamento da barragem torna
habitável a região que outrora antes da sua construção não era possível devido aos períodos
prolongados de seca, tal como se verificou em 1900, 1908, 19159 1919, 1927 e 1932.
Os trabalhos de construção foram iniciados em 01 de abril de 1937 e concluídos em
meados de 1945, por administração direta do DNOCS. Durante a execução da obra,
problemas não determinados levaram à modificação do projeto. Além da introdução dos
23

muros de concreto referidos no item Arranjo Geral, foi adotada uma seção com enrocamento a
jusante a partir da berma situada na cota 94,00, revestida com pedra argamassadas,
eliminando-se as manilhas anteriormente existentes abaixo da referida berma, sendo os
demais detalhes construtivos preservados.
A barragem compreende uma área drenada na bacia hidrográfica do rio Caldeirão
que corresponde a 220 km², com um volume acumulado no reservatório de 54.600.000 m³,
regularizando uma vazão de 2,16 m³/s. A capacidade de irrigação do reservatório é de 1.400
ha em anos de pluviosidade média e de cerca de 700 ha em anos secos.
Os estudos do Açude Caldeirão, considerando os trabalhos de campo e escritório,
foram elaborados pela Comissão do Piauí, no período de agosto de 1933 a julho de 1936,
quando foi iniciada a elaboração dos desenhos do Projeto Executivo, concluídos por volta de
julho de 1937, pela Seção Técnica da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS),
antiga denominação do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas).
A bacia hidrográfica localiza-se entre os postos de Piripiri e Pedro Il. Calculou-se
através da média precipitada nestes postos, a chuva média, sendo observadas as precipitações
que ocorreram por um período de 22 anos de observação. A seguir, admitiu-se como válido
um coeficiente de escoamento correspondente a 20% da chuva precipitada e calculado o
volume afluente na bacia. O volume armazenável foi obtido considerando-se, para as perdas
por evaporação ano a ano, valores baseados em observações levadas a efeito no Açude Cedro
e as possibilidades de acumulação estabelecidas topograficamente pela bacia hidráulica.
A barragem Caldeirão, com altura máxima de 22 m, é constituída de um maciço de
terra com enrocamento a jusante, a partir da berma situada na cota 94,00, revestido com pedra
argamassadas. Durante a construção foi incorporada uma cortina de concreto armado 15,00 m
a montante do eixo da barragem, engastada de 1,5 m a 2 m na rocha, entre as estacas 49 e 61
(trecho da ombreira esquerda até a cota do terreno natural em torno de l 00,00), portanto, com
120 m de comprimento. No trecho restante, e no mesmo alinhamento, previu-se a execução de
um muro de chicana de cerca de 2 m de altura, mais um engaste de 0,70 m em rocha. A união
entre a cortina e o muro da chicana é feita através do engastamento de 1 m.
A barragem Caldeirão está assente em grande parte sobre rocha e contém um "cut-
off" de alvenaria argamassada, destinado a evitar possíveis infiltrações no contato entre o
maciço e a rocha de fundação. O material sílico-argiloso utilizado no maciço da barragem foi
proveniente de jazida localizada na ombreira esquerda da mesma.
A disposição geral das estruturas inclui a barragem de terra fechando o vale, com 746
m de comprimento de crista, o vertedouro situado na ombreira direita, imediatamente após o
24

final da barragem, e a tomada d'água em torre, cujo conduto se situa sob a barragem, na
ombreira esquerda, conforme observa-se na figura 01.

FIGURA 01: CURVAS COTA x ÁREA x VOLUME

FONTE: DNOCS

A cheia máxima é determinada utilizando a fórmula de Ryves. Os parâmetros


principais foram determinados, obtendo-se os valores indicados na tabela 01, conforme
observa-se na figura 02.

TABELA 01: CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS DA BARRAGEM CALDEIRÃO


DESCRIÇÃO TOTAL
Área da bacia 220 km²
Comprimento do talvegue 36 km
Pluviometria média anual 1.500 mm
Coeficiente de escoamento 20%
Volume afluente 54 x 10 m³
Cheia maxima 195 m³/s
FONTE: DNOCS
25

FIGURA 01: CHEIA MÁXIMA

FONTE: DNOCS

A ampliação do Açude Público Caldeirão, atualmente com o Projeto Executivo


concluído, possibilitará a elevação da capacidade do reservatório dos 54,6 x 106 m³ atuais
para 190 x l06m³,constituindo-se, assim, na principal fonte hídrica da região, para a
perenização do curso d'água principal, para o abastecimento d'água da cidade de Piripiri e
para a implantação do Projeto de Irrigação de Piripiri, com uma superfície total irrigável de
aproximadamente 3.000 ha.
26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Referências selecionadas para revisão e análise

A curadoria dos dados para composição da presente da pesquisa, teve início mediante
a utilização do site de pesquisas de artigos científicos e demais trabalhos acadêmicos - Google
Acadêmico. Ao digitar na caixa de pesquisa do referido site as palavras - ESTUDO POR
SIMULAÇÃO DE ROMPIMENTO HIPOTÉTICO DE BARRAGEM, o mesmo apresentou
aproximadamente 1.180 resultados em 0,05 segundos, com várias publicações que
dialogavam com a temática em análise. Ao aplicar o filtro de pesquisa que delimita o período
de publicação das obras, sendo este a partir de 2016, são fornecidos 526 resultados em 0,05
segundos.
Utilizou-se também o site de buscas da Scielo com a mesma temática na caixa de
pesquisa, porém não foram encontrados resultados. Modificando a temática de pesquisa para
– ROMPIMENTO HIPOTÉTICO DE BARRAGEM, o referido site continuou não
encontrado nenhuma publicação acadêmica relacionada ao tema. Trocando mais uma vez a
nomenclatura de pesquisa para – ROMPIMENTO DE BARRAGEM, foram disponibilizados
24 resultados que de modo mais abrangente e pouco específico estabelecem ligações com o
objeto de estudo da presente pesquisa.
Após uma análise geral dos artigos encontrados, foram descartados aqueles que não
estabeleciam ligação direta com os objetivos da presente pesquisa, foram publicados antes de
2015, não detalhavam a metodologia de estudos utilizada para apresentação dos resultados.
Ao final da pesquisa foram selecionados e incluídos no estudo para análise e discussão um
total de sete trabalhos acadêmicos que contribuíram para a composição do referencial teórico
do presente trabalho e nortearam os caminhos adotados para a construção deste estudo.
A tabela-01 apresenta de forma simplificada os dados mais relevantes, à cerca do
conteúdo abordado, em cada um dos trabalhos acadêmicos analisados, destacando de forma
resumida a o autor/ano das publicações, o tipo de estudo, o objetivo norteador da pesquisa
realizada e os resultados encontrados pelos autores, com ênfase na comprovação da
importância deste tipo de estudo para mensurar os impactos provocados pelo consequente
colapso de uma barragem.
27

Tabela 1 – Estudos pesquisados que analisaram o rompimento hipotético de uma barragem,


buscando minimizar os impactos
ESTUDO/
AUTOR/ ANO OBJETIVO RESULTADOS
AMOSTRA
Apresentar um modelo
simplificado para estimar a área Verificou-se que os resultados obtidos
inundada por cheias geradas pela em termos das áreas de inundação são
ruptura de barragens e uma idênticos, contudo, o amortecimento da
Estudo de caso
proposta de melhoria deste onda de cheia ocorre de maneira menos
PEREIRA et al., com simulação
modelo simplifcado pela acentuada do que na formulação
2017 utilizando
introdução de uma rotina de inicialmente utilizada. O artigo faz ainda
software
cálculo para modelação do uma comparação dos resultados obtidos
amortecimento de cheias pelos dois modelos simplificados e o
baseada no método de modelo HEC-RAS.
Muskingum-Cunge.
Estudo de caso
Avaliar a aplicabilidade de Os resultados sugerem que a topografia
pautado em
ROCHA, 2015 métodos e critérios geralmente pode ser o principal fator de influência na
revisão de
adotados em estudos de ruptura previsão da mancha de inundação.
literatura
Avaliar o comportamento da onda
Os resultados encontrados, apesar do
de cheia ao longo do vale de
caráter preliminar do estudo, podem
jusante da barragem de
auxiliar na composição de cenários e
SANTOS, 2019 Estudo de caso Jatunaíba, bem como o alcance
servir como ponto de partida para a
da mancha de inundação e da
elaboração do Plano de Ação
profundidade e velocidade
Emergencial da barragem.
máximas da lâmina d’água.
Ao longo do desenvolvimento do estudo
foram simulados, através de um modelo
hidrodinâmico elaborado no software
Entender o impacto do
HEC-RAS, três cenários hidrológicos
rompimento de uma das
KÜHLKAMP, diferentes. A elaboração do modelo
Estudo de caso barragens do rio Irani nas outras
2016 contou com seções topobatimétricas,
estruturas de barramento
níveis de água aferidos em campo,
existentes no mesmo rio.
modelo digital do terreno e
características das pontes e barramentos
existentes no curso do rio.
Examinar a causa do rompimento
da barragem de Brumadinho e Os resultados apontam a extensão do
comparar as observações com fluxo de lama do HEC-RAS e
simulações de modelo: HEC- a simulação corresponde à atual
RAMAN; LIU,
RAS, desenvolvido pelo US Army inundação devido ao rompimento da
2019
Corps of barragem. Esta técnica de simulação
Engenheiros, para prevenir que pode mais tarde ser usada para futuras
uma tragédia semelhante se previsões de colapso de barragens.
repita.
Os resultados obtidos com a
metodologia aplicada servem de apoio
na mitigação dos efeitos resultantes da
Definir e comparar a mancha de
ruptura de uma barragem,
inundação em decorrência da
principalmente no que diz respeito à
LOPES JÚNIOR, ruptura de uma barragem
classificação do empreendimento quanto
2020 por meio de modelagens
ao Dano Potencial Associado e na
unidimensionais dinâmica e
elaboração do Plano de Ação
estática.
Emergencial, instrumentos da Lei
12.334/10 que estabelece a Política
Nacional de Segurança de Barragens.
Simular as ondas de cheia Os resultados apontam a onda de cheia
induzidas pela barragem de que ocasionaria o rompimento hipotético
AMARAL, 2017 Estudo de caso
Peti, em São Gonçalo do Rio de Peti pela formação da brecha por
Abaixo-MG. Já os objetivos meio do programa computacional HEC-
28

ESTUDO/
AUTOR/ ANO OBJETIVO RESULTADOS
AMOSTRA
específicos foram: analisar a área RAS, definindo a área atingida a jusante.
de uso e ocupação do solo a As consequências do rompimento
montante da barragem; definir o simulado foram: impactos
hidrograma de cheia e simular o socioeconômicos e a perda de vidas
avanço da onda de cheia humanas, atingindo cerca de 30 mil
hipotética da ruptura da pessoas.
barragem, com a utilização de
programas computacionais;
verificar a área de inundação
gerada.
Fonte: "Elaborado pelo autor, com base na pesquisa realizada".

4.2 Uso do software HEC-RAS para as pesquisas de simulação de rompimento de barragens

Atualmente a tecnologia dispõe de muitas ferramentas para a prevenção de


catástrofes, tais como rompimento de barragens. Desastres como esse tem sido documentado
a décadas, e desde então algumas medidas preventivas são adotadas com objetivo de diminuir
os riscos e avaliar as possíveis consequências. Softwares já são bastante empregados para
simulação do rompimento desses maciços, na qual possibilitam avaliar a vazão dos fluidos da
barragem sobre um determinado local. O que pode trazer uma perspectiva diferenciada para
estudos de caso dessa área.
De acordo com ANA (2014) o nordeste do país possui cerca de 88 barragens, seja
como reservatório de água ou depósito de resíduos de minérios. Todos esses maciços são
inspecionados e possuem algum risco com possíveis danos associados, o gráfico abaixo
mostra a distribuição dessas barragens e quais possuem Categoria de Risco (CR) e Dano
Potencial Associado (DPA) alto.

Gráfico 1: Número de barragens de acordo com os estados do nordeste, sua Categoria de


Risco (CR) e Dano Potencial Associado (DPA).

Fonte: Elaboração própria a partir de ANA 2014.


29

Observa-se que a região Nordeste apresenta um número considerável de barragens


categorizadas como alto risco, correspondendo a 81% dos maciços analisados. Além disso,
todas as construções apresentadas demonstram alto Dano Potencial Associado (DPA). Isso
sugere a necessidade de se obter dados e elaborar medidas capazes de prevenir o rompimento
destas construções.
A categoria de risco (CR) está relacionada com os aspectos da barragem capazes de
influenciar na segurança, tais como características técnicas, estado de conservação e plano de
segurança. Já o Dano Potencial Associado (DPA) tem relação com o dano que ocorre em
consequência da ruptura, podendo ser calculado de acordo com as perdas de vidas humanas e
impactos sociais, econômicos e ambientais que a ruptura poderá promover (ESMERALDO et
al., 2017).
Anderáos e colaboradores (2013) salienta que essa categorização funciona como um
medidor para planejamento de tomadas de decisões no que concerne o monitoramento, de
forma que essas barragens se tornem mais seguras com periodicidade de inspeções e se
necessário a elaboração de um Plano de Ação Emergencial (PAE). Assim são realizados
estudos envolvendo a simulação do rompimento de barragens com auxílio de softwares para a
melhor visualização do possível problema, principalmente no que concerne a vazão de fluidos
e a área que poderá ser afetada. O HEC-RAS é bastante utilizado pois possui uma série de
aplicações, desde a simulação de transporte de sedimentos até mesmo a elucidação das
principais causas de ruptura de estruturas dessa natureza (WILLINGHOEFER, 2015).
O quadro 3 apresenta os estudos de caso que utilizaram o software HEC-RAS para as
pesquisas de simulação de rompimento de barragens presentes no Nordeste brasileiro.

Tabela 3. Estudos de caso que utilizaram o Software HEC-RAS para análise do possível
rompimento de barragens.
Barragem Estado Resultados Referência
A simulação com HEC-RAS
Barragem de Santa possibilitou observar uma mancha
Bahia VIEIRA, 2018
Helena de inundação no vale a jusante do
barramento em questão.
A falta de dados impossibilitou
Bacia hidrográfica melhores resultados do software
Alagoas MEDEIROS, 2017
do rio Paraíba que correspondesse com
a realidade.
O software obteve resultados
Reservatório satisfatórios. A faixa de inundação
Ceará Oliveira, 2018
Banabuiú obtida pelo HEC-RAS está coerente
para a simulação desejada.
Barragem de Bahia Estudo com o software mostrou a Souza, Fontes
30

Pedras Altas possibilidade de inundação do 2016


distrito de Pedras Altas, com
resultados coerentes com a
realidade.
O programa foi eficaz nos dados
Rio apresentados apenas para alguns
Barragem Armando Medeiros, Zanella
Grande trechos do estudo, apresentando
Ribeiro Gonçalves 2019
do Norte deficiência na precisão das cotas de
inundação.
O HEC-RAS foi eficaz na
modelagem hidrodinâmica,
permitindo representar o Borges, Fontes,
Santo Amaro Bahia
comportamento do sistema hídrico e Nascimento 2017
estimar valores quanto a
população que poderá ser atingida.
O software demonstrou
bons resultados em todos os trechos
analisados, com dados
Maranguapinho CE Giordani, 2018
precisos capazes de estimar as
faixas de inundações em diferentes
situações.
Fonte: "Elaborado pelo autor, com base na pesquisa realizada".

O quadro acima descrito apresenta os estudos de casos realizados com intuito de


simular o rompimento de barragens e estimar as possíveis faixas de inundação, bem como,
todos os danos que esta pode causar. Na maioria dos casos o software demonstrou bons
resultados, com dados que correspondiam a realidade. E aqueles que os resultados não foram
considerados satisfatórios, foi devido principalmente à falta de informações que o programa
exigia ou ainda, as características da área estudada.
O estudo apresentado por Vieira (2018) demonstrou a instabilidade de corpos de
inundação simulada pelo HEC-RAS e comprovou a influência deste na minimização dos
impactos e prevenção catástrofes. Isto foi observado também por Oliveira (2018) em seus
estudos de rompimento de barragem no Ceará:

Os mapas de inundação gerados pelo software HEC-RAS a partir


da topografia extraída de um modelo digital de elevação (MDE) com
imagens SRTM, forneceram uma ideia inicial das áreas inundadas,
de forma a auxiliar no desenvolvimento de modelagens posteriores
exigidas para a elaboração dos Planos de Ação de Emergência
das barragens, de acordo com a Lei nº 12.334/2010 (pag. 74, 2018).

Já Medeiros e Zanella (2019) demonstraram que esse programa foi eficaz apenas
para alguns trechos devido à forte influência das marés nas áreas contempladas, com
31

necessidade de estudos posteriores das vazões específicas para esta área de forte interação
fluviomarinha. Porém em outros trechos os resultados se mostraram eficazes, evidenciando a
vulnerabilidade das regiões inseridas à jusante da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves.
Desse modo, o software ainda possui algumas limitações, exibindo vantagens e
desvantagens de acordo com a área a ser simulada. Dentre as vantagens deste programa está
em trabalhar com versões simplificadas na equação de Saint Venant, agregando valor a um
estudo de escoamento. Ele permite a integração com poderosos softwares de análise GIS,
como o ArcGIS e o AutoCAD Civil 3D, e assim facilita a criação de mapas de inundação.
Ainda, o HEC-RAS exibe grande precisão e confiabilidade, considerando os dados
apresentados como significativos durante a tomada de decisões relacionadas aos impactos
causados por uma determinada inundação.
Já as desvantagens estão relacionadas ao escoamento unidirecional e a falta de
manutenção do escoamento em partes da seção. Portanto, a utilização do software HEC-RAS
pode ser uma ferramenta bastante eficaz no estudo do possível rompimento de barragens,
evidenciando as faixas de inundação e possibilitando a elaboração de planos capazes de
prevenir esse tipo de catástrofes com perdas de vidas, ambiental e econômica.
32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS (EM CONSTRUÇÃO)

A presente revisão buscou analisar as condições das barragens presentes no nordeste


do país, avaliando a categoria dos riscos que apresentam e os possíveis danos associados. Foi
avaliado ainda estudos de caso que utilizaram o software HEC-RAS na simulação da possível
ruptura de barragens, demonstrando bons resultados na maioria dos trabalhos analisados.
Ainda, esta revisão exibiu as vantagens da utilização desse programa e o seu potencial na
investigação de faixas de inundações, se tornando uma ferramenta eficaz para elaboração de
planos de prevenção emergencial.
33

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (EM CONSTRUÇÃO)

Agência Nacional de Águas (ANA). Classificação de barragens reguladas pela


agência nacional de águas. Relatório, 2014.

ANDERÁOS, A.; ARAÚJO, L. M. N.; NUNES, C. M. Classificação de Barragem


quanto à Categoria de Risco e ao Dano Potencial Associado – Um Exercício.
In: XX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Anais XX Simpósio
Brasileiro de Recursos Hídricos Bento Gonçalves, 2013.

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enrocamento:estudo de caso de barragens da CEMIG GT. 2014.

Dissertação (Mestrado em Geotecnia). Universidade Federal de Minas Gerais,


Belo Horizonte, 2014.

ESMERALDO, A. et al. Análise da classificação quanto à categoria de risco e


danopotencial associado a barragens: estudo de caso de barragens do estado
do Ceará. In: XIV Simpósio de Recursos Hídricos do. Anais XIV Simpósio de
Recursos Hídricos do Nordeste. Florianópolis, 2017.

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Maranguapinho mediante cenário de mudanças climáticas. 2018.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, 2018.

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https://www.aecweb.com.br/revista/materias/tipos-de-barragens/13731. Acesso
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Métodos numéricos em Engenharia), Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
2016.

KÜHLKAMP, Jonas de Freitas et al. Análise do efeito em cascata da


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https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/171380. Acesso em: 25 fev.
2019.

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Administração de Empresas de São Paulo, São Paulo, 2016.

MEDEIROS, F. C. Estudo das propriedades físicas do solo na


parametrização de modelos hidrológicos visando a prevenção de
34

desastres naturais na bacia hidrográfica do rio paraíba no estado de


Alagoas, Brasil. 2017. Tese (Doutorado em Meio Ambiente). Universidade de
Évora, Alagoas, 2017.

MEDEIROS, M. D.; ZANELLA, M. E. Estudo das vazões e estimativas de


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uma pequena central hidrelétrica na bacia do rio do peixe. 2015. Trabalho
de Conclusão de Curso (Engenharia Sanitária e Ambiental). Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.
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AMARAL, Diego Roger Borba. Simulação de ondas de cheia induzidas pelo rompimento
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(Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017.

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LOPES JUNIOR, Paulo Roberto et al. Definição da Mancha de Inundação Gerada por
Rompimento Hipotético de Barragem: uma comparação entre modelos dinâmico e
estático. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/212048. Acesso
em: 15 out. 2020.

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