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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

ANDRÉ FELIPE FERREIRA MARTINS


RAPHAEL RIBAS CRAMER DE MORAES

ESTABILIDADE DE TALUDE E ESTRUTURA DE CONTENÇÃO: ANÁLISE E


PROJETO PARA UM CASO NA REGIÃO DE CAMPO LARGO/PR

CURITIBA
2023
ANDRÉ FELIPE FERREIRA MARTINS
RAPHAEL RIBAS CRAMER DE MORAES

ESTABILIDADE DE TALUDE E ESTRUTURA DE CONTENÇÃO: ANÁLISE E


PROJETO PARA UM CASO NA REGIÃO DE CAMPO LARGO/PR

Trabalho Final de Curso apresentado ao curso de


graduação em engenharia civil, Setor de
Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, como
requisito parcial à obtenção do título de Bacharel
em engenharia civil.

Orientador(a): Prof. Dr. Sidnei Helder Cardoso


Teixeira
AGRADECIMENTOS

ANDRÉ FELIPE FERREIRA MARTINS

Agradeço a Deus, autor do universo, da vida, de toda beleza e bondade


existente. Meus pais, Andréia e Marcio, aos quais eu devo integralmente essa
formação. Minhas irmãs e irmão pela amizade e amor. Às minhas avós e meu avô,
por tanto empenho, cuidado e apoio dedicados à mim em todas as etapas da minha
vida. Aos professores do curso de Engenharia Civil da UFPR, pela dedicação para
formar bons profissionais. Em especial ao professor Sidnei Helder Cardoso Teixeira
que nos orientou na realização deste trabalho, e sempre se mostrou muito solicito,
prestativo e paciente em todos os momentos. Também aos professores do Grupo de
Estudo em Geotecnia da UFPR (GEGEO) que através do mesmo cultivam entre os
alunos o interesse pela Engenharia Geotécnica. Agradeço ao César laboratorista do
LaME que nos auxiliou nos ensaios realizados neste trabalho.

RAPHAEL RIBAS CRAMER DE MORAES

Ao Deus autor da existência, pela saúde, providência, iluminação e conforto


nos dias difíceis. À toda minha família pelo cuidado, incentivo e amor constantes. Aos
bons amigos e colegas de universidade, pelo auxílio nos estudos, companhia e boas
risadas. A todo corpo docente do curso de engenharia civil da Universidade Federal
do Paraná, pela excelência no conhecimento e no ensino. Especialmente ao
orientador Sidnei Helder Cardoso Teixeira e aos professores e colegas do Grupo de
Estudo em Geotecnia (GEGEO-UFPR) por todo o auxílio nos estudos mais
aprofundados necessários para este trabalho e pelas oportunidades que tornaram a
graduação mais enriquecedora. À Defesa Civil de Campo Largo pelo contato e
confiança na Universidade Pública e a todos que acreditam nos bons frutos que a
UFPR pode trazer à sociedade.
“Não existe triunfo sem perda, não há vitórias sem sofrimento, não há
liberdade sem sacrifício”. (J. R. R. Tolkien)
RESUMO

A estabilidade de taludes tem ganhado destaque recentemente, afetando


diversos públicos, independentemente se estes estão envolvidos no contexto da
engenharia. As catástrofes resultantes dessas rupturas impactam profundamente
comunidades, deixando marcas psicológicas, econômicas e ambientais duradouras.
Os motivos para a ruptura dos taludes abrangem condições geológicas, climáticas,
pluviométricas e geotécnicas. No contexto brasileiro, a vulnerabilidade
socioeconômica leva muitas pessoas a habitarem áreas impróprias, devido a um
processo histórico inconsciente.
A ausência de avaliações técnicas por profissionais de Engenharia e/ou
Geologia contribui para situações evitáveis. Este trabalho, desenvolvido em Campo
Largo – PR, foca em otimizar um projeto existente e propor uma solução para uma
casa em risco. A avaliação da estabilidade do talude utilizou o método de Equilíbrio
Limite (Talude Infinito), com auxílio de softwares de elementos finitos.
Aproveitando dados topográficos solicitados pelos moradores no primeiro
projeto, realizou-se a sondagem SPT em dois pontos da fundação dimensionada. Para
complementar as informações, foram realizados ensaios de caracterização física do
solo, incluindo Limite de Liquidez, Limite de Plasticidade e Cisalhamento Direto.

Palavras-chave: Estabilidade de Taludes. Estrutura de Contenção. Caracterização


Geotécnica.
ABSTRACT

Slope stability has gained prominence in recent years, affecting diverse


audiences, whether or not they are involved in the context of Engineering. The
catastrophes resulting from these slope failures profoundly impact communities,
leaving lasting psychological, economic, and environmental marks. The reasons for
slope failure encompass geological, climatic, pluviometric, and geotechnical
conditions. In the Brazilian context, socio-economic vulnerability leads many people to
inhabit unsuitable areas, owing to an unconscious historical process.
The absence of technical assessments by Engineering and/or Geology
professionals contributes to avoidable situations. This work, conducted in Campo
Largo – PR, focuses on optimizing an existing project and proposing a solution for a
house at risk. The slope stability assessment used the Limit Equilibrium method
(Infinite Slope), with the assistance of finite element software.
Utilizing topographic data requested by residents in the initial project, Standard
Penetration Test (SPT) was conducted at two points on the dimensioned foundation.
To complement the information, physical soil characterization tests, including Liquid
Limit, Plastic Limit, and Direct Shear, were performed.

Keywords: Slope Stability. Retaining Structure. Geotechnical Characterization.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2-1: SUPERFÍCIE DE RUPTURA E ZONA CISALHADA ........................... 25


FIGURA 2-2: EXEMPLO DE GABIÃO ....................................................................... 29
FIGURA 2-3: EXEMPLO DE MURO EM ALVENARIA DE PEDRA ........................... 30
FIGURA 2-4: EXEMPLO DE MURO DE CONCRETO CICLÓPICO ......................... 31
FIGURA 2-5: EXEMPLO DE MURO DE FLEXÃO .................................................... 32
FIGURA 2-6: ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DE SOLO GRAMPEADO ..................... 33
FIGURA 2-7: ESPAÇAMENTO ENTRE OS GRAMPOS ........................................... 34
FIGURA 2-8: RESISTÊNCIA NO CISALHAMENTO NO CONTATO SOLO-GRAMPO
(qs) ..................................................................................................... 35
FIGURA 2-9: REDUÇÃO POR CORROSÃO SUPERFICIAL DA ARMAÇÃO DE AÇO
EM FUNÇÃO DO MEIO E DA VIDA ÚTIL – ESPESSURA DE
SACRIFÍCIO (EM MILIMETROS)....................................................... 36
FIGURA 2-10: REDUÇÃO POR CORROSÃO SUPERFICIAL DA ARMAÇÃO DE
AÇO EM FUNÇÃO DO MEIO E DA VIDA ÚTIL – ESPESSURA DE
SACRIFÍCIO (EM MILIMETROS)....................................................... 37
FIGURA 2-11: MÉTODOS DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES MAIS
COMUMENTE UTILIZADOS E SUAS PREMISSAS .......................... 38
FIGURA 2-12: GEOMETRIA E DIAGRAMA DE CORPO LIVRE DAS FATIAS......... 39
FIGURA 2-13: CONDIÇÕES DO FATOR DE SEGURANÇA .................................... 40
FIGURA 2-14: COEFICIENTE DE EMPUXO NO REPOUSO PARA ALGUNS TIPOS
DE SOLO ........................................................................................... 41
FIGURA 2-15: CONDIÇÕES DE EXEMPLO DAS PRESSÕES ATIVA, PASSIVA EM
REPOUSO ......................................................................................... 42
FIGURA 2-16: ESTADO DE EQUILÍBRIO PLÁSTICO .............................................. 44
FIGURA 2-17: DESENVOLVIMENTO DAS PRESSÕES ATIVAS E PASSIVAS ...... 44
FIGURA 2-18: ELEMENTO BIDIMENSIONAL SUBMETIDO A UM ESTADO PLANO
DE TENSÕES .................................................................................... 46
FIGURA 2-19: CÍRCULO DE MOHR ......................................................................... 47
FIGURA 2-20: CRITÉRIO DE MOHR-COULOMB .................................................... 48
FIGURA 2-21: MODELO ESQUEMÁTICO DE FORMAS E ARMADURAS DE UMA
SAPATA ............................................................................................. 49
FIGURA 2-22: EXECUÇÃO DE RADIER .................................................................. 50
FIGURA 2-23: ETAPAS DE EXECUÇÃO DA HÉLICE CONTÍNUA .......................... 53
FIGURA 2-24: TUBULÃO COM E SEM REVESTIMENTO ....................................... 54
FIGURA 2-25: VALORES DE F1 E F2 DE AOKI-VELLOSO ..................................... 55
FIGURA 2-26: VALORES DE k E α DE AOKI-VELLOSO ......................................... 56
FIGURA 2-27: MODOS DE RUPTURA DE ESTACAS PARA CONDIÇÃO DE TOPO
LIVRE OU RESTINGIDO SOB CARREGAMENTO TRANSVERSAL 57
FIGURA 2-28: DEFLECÇÃO, REAÇÃO DO SOLO E DISTRIBUIÇÃO DO
MOMENTO FLETOR PARA UMA ESTACA CURTA DE TOPO LIVRE
........................................................................................................... 58
FIGURA 2-29: DEFLECÇÃO, REAÇÃO DO SOLO E DISTRIBUIÇÃO DO
MOMENTO FLETOR PARA UMA ESTACA CURTA DE TOPO
RESTRINGIDO .................................................................................. 58
FIGURA 2-30: DEFLECÇÃO, REAÇÃO DO SOLO E DISTRIBUIÇÃO DO
MOMENTO FLETOR PARA UMA ESTACA LONGA DE TOPO LIVRE
........................................................................................................... 59
FIGURA 2-31: DEFLECÇÃO, REAÇÃO DO SOLO E DISTRIBUIÇÃO DO
MOMENTO FLETOR PARA UMA ESTACA LONGA DE TOPO
RESTRINGIDO .................................................................................. 59
FIGURA 2-32: INTERVALO TÍPICO DE VALORES DE ES PARA ALGUNS TIPOS
DE SOLO ........................................................................................... 61
FIGURA 2-33: RESISTÊNCIA LATERAL ÚLTIMA DO SOLO EM FUNÇÃO DA
RAZÃO ENTRE O COMPRIMENTO E O DIÂMETRO ....................... 61
FIGURA 2-34: MOMENTO FLETOR ÚLTIMO RESISTENTE EM FUNÇÃO DA
RAZÃO ENTRE O COMPRIMENTO E O DIÂMETRO ....................... 62
FIGURA 2-35: DEFLECÇÃO LATERAL EM SOLOS COESIVOS............................. 62
FIGURA 2-36: DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO PARA ELEMENTOS DE
CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS À FLEXÃO ........................... 64
FIGURA 2-37: DISTRIBUIÇÃO SIMPLIFICADA DE TENSÕES NA REGIÃO DE
CONCRETO COMPRIMIDO .............................................................. 65
FIGURA 2-38: TABELA DE VARIÁVEIS ADMENSIONAIS PARA SEÇÃO DE
CONCRETO DE CLASSE I E AÇO CA-50 ........................................ 66
FIGURA 2-39: ESPAÇAMENTO HORIZONTAL E VERTICAL DE BARRAS
LONGITUDINAIS ............................................................................... 67
FIGURA 2-40: CENTRO DE GRAVIDADE DAS ARMADURAS NA SEÇÃO
TRANSVERSAL ................................................................................. 68
FIGURA 2-41: FLUXOGRAMA DE DIMENSIONAMENTO DE SEÇÕES FLETIDAS
EM CONCRETO ARMADO................................................................ 69
FIGURA 2-42: TENSÕES NORMAIS PRINCIPAIS DE UMA SEÇÃO FLETIDA COM
CARREGAMENTO DISTRIBUÍDO .................................................... 70
FIGURA 2-43: TENSÕES PRINCIPAIS NOS ELEMENTOS 1 E 2 E SUA
DECOMPOSIÇÃO EM XY ................................................................. 71
FIGURA 2-44: FISSURAS EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO .......................... 71
FIGURA 2-45: ARMADURAS DE TRAÇÃO .............................................................. 72
FIGURA 2-46: ARMADURAS DE CISALHAMENTO ................................................. 72
FIGURA 2-47: FLUXOGRAMA DE DIMENSIONAMENTO DE ARMADURAS DE
CISALHAMENTO EM SEÇÕES FLETIDAS DE CONCRETO
ARMADO ........................................................................................... 73
FIGURA 2-48: BIELAS DE COMPRESSÃO EM UM BLOCO SOBRE DUAS
ESTACAS .......................................................................................... 74
FIGURA 2-49: ESQUEMA DE TRANSMISSÃO DE FORÇAS NO INTERIOR DE UM
BLOCO SOBRE DUAS ESTACAS .................................................... 75
FIGURA 2-50: VISCOSIDADE DA ÁGUA (VALORES EM 10-6 g × s/cm²)................ 79
FIGURA 2-51: ENSAIO DE PENEIRAMENTO.......................................................... 80
FIGURA 2-52: LIMITES DE CONSISTÊNCIA E COMPORTAMENTO TENSÃO X
DEFORMAÇÃO EM FUNÇÃO DESSES LIMITES ............................. 81
FIGURA 2-53: AMOSTRA PREPARADA PARA O ENSAIO ..................................... 82
FIGURA 2-54: GRÁFICO DA RETA DE FLUIDEZ .................................................... 83
FIGURA 2-55: SOLO MODELADO NO FORMATO ELIPSOIDAL PRECONIZADO
PELA NORMA ABNT NBR 7180:2016 ............................................... 84
FIGURA 2-56: CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PLASTICIDADE DO SOLO .............. 85
FIGURA 3-1: LOCALIZAÇÃO DOS LOTES .............................................................. 88
FIGURA 3-2: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 01 ................................................... 88
FIGURA 3-3: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 02 ................................................... 89
FIGURA 3-4: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 03 ................................................... 90
FIGURA 3-5: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 04 ................................................... 91
FIGURA 3-6: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 05 ................................................... 92
FIGURA 3-7: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO DE SONDAGEM ................................. 93
FIGURA 3-8: LOCAÇÃO DOS PONTOS DE SONDAGEM....................................... 94
FIGURA 3-9: PERFIL DE SPT Nº 01 ........................................................................ 95
FIGURA 3-10: PERFIL DE SPT Nº 02 ...................................................................... 96
FIGURA 3-11: DETALHAMENTO DO MURO DE ARRIMO ...................................... 97
FIGURA 3-12: ITERAÇÕES DO SISTEMA DE EQUAÇÕES .................................. 100
FIGURA 3-13: POROSIDADE, ÍNDIECE DE VAZIOS, TEOR DE UMIDADE E PESO
ESPECÍFICO NATURAL DE ALGUNS TIPOS DE SOLO ............... 101
FIGURA 3-14: PARÂMETROS MÉDIOS DO SOLO ............................................... 102
FIGURA 3-15: ENSAIOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA CURVA
GRANULOMÉTRICA ....................................................................... 103
FIGURA 3-13: CURVA GRANULOMÉTRICA DO SOLO ........................................ 104
FIGURA 3-17: CURVA DE FLUIDEZ DO ENSAIO REALIZADO ............................ 105
FIGURA 3-18: ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE ........................................ 106
FIGURA 3-19: GRÁFICO TENSÃO CISALHANTE X DESLOCAMENTO
HORIZONTAL .................................................................................. 107
FIGURA 3-20: GRÁFICO DESLOCAMENTO VERTICAL X DESLOCAMENTO
HORIZONTAL .................................................................................. 108
FIGURA 3-21: RESISTÊNCIA DE PICO – RETA DE COULOMB........................... 108
FIGURA 3-22: CORTE ESQUEMÁTICO DA SOLUÇÃO PROPOSTA ................... 109
FIGURA 3-3: FLUXOGRAMA DE ETAPAS DE SELEÇÃO ..................................... 111
FIGURA 4-1: BASE LINE – LINHA DE BALANÇO.................................................. 122
FIGURA 4-2: CRONOGRAMA DA OBRA TOTAL ................................................... 123
FIGURA 4-3: FERRAMENTA LINHA DE BALANÇO .............................................. 123
FIGURA 4-4: KANBAN DE EQUIPAMENTOS ........................................................ 124
FIGURA 4-5: PLACA DE IDENTIFICAÇÃO (LOUÇAS) .......................................... 124
FIGURA 4-6: QUADRO KANBAN ........................................................................... 125
FIGURA 4-7: QUADRO DE CARTÕES KANBAN ................................................... 125
FIGURA 4-8: QUADRO DE GESTÃO À VISTA KANBAN ....................................... 126
FIGURA 4-9: HEJUNKA BOX ADAPTADO ............................................................. 126
FIGURA 4-10: IMÃS PARA O QUADRO ................................................................. 127
FIGURA 4-11: POST-IT LAST PLANNER SYSTEM ............................................... 127
FIGURA 4-12: QUADRO 5S.................................................................................... 128
FIGURA 4-13: ARMAZENAMENTO DOS PALLETS DE BLOCO CERÂMICO ....... 128
FIGURA 4-14: LOCAL DE TRABALHO ANTES DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA
5S..................................................................................................... 129
FIGURA 4-15: LOCAL DE TRABALHO DEPOIS DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA
5S..................................................................................................... 129
FIGURA 4-16: FORMULÁRIO KAIZEN ................................................................... 130
FIGURA 4-17: GRAFICO DE PARETO ................................................................... 130
FIGURA 4-18: PAINEL ANDON .............................................................................. 131
FIGURA 4-19: ANDON ............................................................................................ 131
FIGURA 4-20: RELATÓRIO A3............................................................................... 132
FIGURA 4-21: REPRESENTAÇÃO DOS TIPOS DE TRABALHO NA OBRA ......... 132
FIGURA 4-22: LAJE DE ESTUDO PARA O NGA ................................................... 133
FIGURA 4-23: MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR – BLOCOS CERÂMICOS 133
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 3-1: BASE DE DADOS FINAL ............................................................... 114
GRÁFICO 4-1: FERRAMENTAS MENCIONADAS POR AUTORES EM TERMOS
PERCENTUAIS................................................................................ 120
GRÁFICO 4-2: QUANTIDADE DE PUBLICAÇÕES SOBRE LEAN CONSTRUCTION
NOS ANOS DE 2020, 2021 E 2022 ................................................. 121
GRÁFICO 4-3: NÚMERO DE PUBLICAÇÕES POR REPOSITÓRIO ..................... 122
LISTA DE QUADROS

QUADRO 3-1: BASE DE DADOS INICIAL .............................................................. 111


QUADRO 3-2: OPERADOR DE PESQUISA ........................................................... 111
QUADRO 3-3: REMOÇÃO DE DUPLICADOS E SEM ACESSO ............................ 111
QUADRO 3-4: REMOÇÃO DE RSL E ESTRANGEIROS ....................................... 112
QUADRO 3-5: ESTUDOS DE CASO ENCONTRADOS ......................................... 112
QUADRO 3-6: LEITURA SISTEMATICA DOS ESTUDOS...................................... 113
QUADRO 3-7: BASE DE DADOS FINAL ................................................................ 113
QUADRO 4-1: AUTORES E PRÁTICAS LEAN CONSTRUCTION ......................... 114
QUADRO 4-2: FERRAMENTAS MENCIONADAS POR AUTORES EM TERMOS
ABSOLUTOS ................................................................................... 118
LISTA DE TABELAS

TABELA 3-1: CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO .............................................................. 112


TABELA 3-2: CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DOS AUTORES ................................... 113
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS

CAGED - CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS


FVS - VERIFICAÇÃO DE SERVIÇO
JIT - JUST IN TIME
LDB - LINHA DE BALANÇO
LPS - LAST PLANNER SYSTEM
MFV - MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR
NGA - NÍVEL GERAL DE ATIVIDADES
PIB - PRODUTO INTERNO BRUTO
PPC - PERCENTUAL DE PLANOS CONCLUÍDOS
SEBRAE - SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS
RIUT - REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA
FEDERAL DO PARANÁ
RI UFSC - REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL UFSC
RUNA - REPOSOTÓRIO UNIVERSITÁRIO DA ÂNIMA
TC - TRABALHO CONTRIBUTIVO
TNC - TRABALHO NÃO CONTRIBUTIVO
TP - TRABALHO PRODUTIVO
LISTA DE SÍMBOLOS

 - marca registrada
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 22
1.1 PROBLEMA ........................................................................................................ 23
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 23
1.2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................... 23
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 24
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 24
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 25
2.1 ESTABILIDADE DE TALUDES ........................................................................... 25
2.1.1 TALUDES CONSTRUÍDOS ............................................................................. 26
2.1.2 TALUDES NATURAIS ...................................................................................... 26
2.2 ESTABILIDADE DE TALUDES ........................................................................... 27
2.2.1 MUROS DE GRAVIDADE ................................................................................ 27
2.2.1.1 MURO DE GABIÃO ...................................................................................... 28
2.2.1.2 MURO DE ALVENARIA DE PEDRA E CONCRETO CICLÓPICO ............... 29
2.2.2 MURO DE FLEXÃO ......................................................................................... 31
2.2.3 SOLO GRAMPEADO ....................................................................................... 32
2.3 MODELOS DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES ............................ 37
2.3.1 MÉTODO DE BISHOP ..................................................................................... 39
2.3.2 EMPUXOS DE TERRA E TENSÕES NO SOLO .............................................. 40
2.3.3 RESISTÊNCIA DO SOLO PELO CRITÉRIO DE MOHR COULOMB ............... 45
2.4 FUNDAÇÕES ...................................................................................................... 48
2.4.1 FUNDAÇÕES RASAS ...................................................................................... 49
2.4.1.1 SAPATA ISOLADA ....................................................................................... 49
2.4.1.2 RADIER ........................................................................................................ 50
2.4.2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS ........................................................................... 51
2.4.2.1 ESTACAS PRÉ-MOLDADAS ....................................................................... 51
2.4.2.2 ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA ................................................................... 52
2.4.2.3 TUBULÕES .................................................................................................. 53
2.5 MODELOS DE CÁLCULO DE FUNDAÇÕES ..................................................... 54
2.5.1 CAPACIDADE DE ESTACA PELO MÉTODO DE AOKI-VELLOSO ................ 54
2.5.2 CAPACIDADE DE ESTACA SOLICITADA À ESFORÇOS TRANSVERSAIS –
MÉTODO DE BROMS .............................................................................................. 56
2.6 MODELOS DE CÁLCULO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
SUBMETIDAS À FLEXÃO......................................................................................... 62
2.7 MODELOS DE CÁLCULO DE BLOCOS SOBRE ESTACAS.............................. 74
2.8 ENSAIOS LABORATORIAIS............................................................................... 77
2.8.1 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ....................................................................... 77
2.8.2 ÍNDICES FÍSICOS ........................................................................................... 80
2.8.2.1 ÍNDICE DE PLASTICIDADE DO SOLO ....................................................... 80
2.8.2.2 ÍNDICE DE PLASTICIDADE DO SOLO ....................................................... 81
2.8.2.3 LIMITE DE PLASTICIDADE ......................................................................... 83
2.8.2.4 ÍNDICE DE PLASTICIDADE ......................................................................... 84
2.8.3 ENSAIO DE CISALHAMENTO DO SOLO E OBTENÇÃO DE PARÂMETROS
DE RESISTÊNCIA .................................................................................................... 85
2.8.3.1 ÂNGULO DE ATRITO E INTERCEPTO COESIVO ...................................... 85
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 87
3.1 RETROANÁLISE ................................................................................................. 98
3.1.1 CÁLCULO DO MOMENTO MÁXIMO RESISTIDO PELA SEÇÃO ................... 99
3.2 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA .......................................... 102
3.2.1 ENSAIO DE PENEIRAMENTO E SEDIMENTAÇÃO ..................................... 102
3.2.2 ENSAIO DE MASSA ESPECÍFICA ................................................................ 104
3.2.3 PLASTICIDADE DO SOLO ............................................................................ 104
3.2.4 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO ........................................................ 106
3.3 MODELO E PROPOSTA ESTRUTURAL .......................................................... 109
3.3.1 DIMENSIONAMENTO DOS PILARES ........................................................... 110
3.3.2 CARREGAMENTO ATUANTE NOS PILARES .............................................. 110
3.4 SELEÇÃO ......................................................................................................... 111
3.4.1 BASE DE DADOS INICIAL............................................................................. 111
3.4.2 REMOÇÃO DE ESTUDOS DUPLICADOS E SEM ACESSO ........................ 111
3.4.3 REMOÇÃO DE ESTUDOS RSL E ESTRANGEIROS .................................... 112
3.4.4 FILTRAGEM DE ESTUDOS DE CASO.......................................................... 112
3.4.5 AVALIAÇÃO DOS ESTUDOS ........................................................................ 112
3.4.6 LEITURA INTEGRAL DOS ESTUDOS .......................................................... 113
3.5 ANÁLISE ........................................................................................................... 113
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 114
4.1 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................. 118
4.1.1 FERRAMENTA LINHA DE BALANÇO ........................................................... 122
4.1.2 FERRAMENTA KANBAN ............................................................................... 124
4.1.3 FERRAMENTA LAST PLANNER SYSTEM ................................................... 126
4.1.4 FERRAMENTA 5S ......................................................................................... 128
4.1.5 FERRAMENTA KAIZEN ................................................................................. 130
4.1.6 FERRAMENTA ANDON ................................................................................. 130
4.1.7 FERRAMENTA RELATÓRIO A3 .................................................................... 132
4.1.8 FERRAMENTA NÍVEL GERAL DE ATIVIDADES .......................................... 132
4.1.9 FERRAMENTA MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR .............................. 133
5 ANÁLISE E CONCLUSÃO .................................................................................. 133
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 133
6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................... 134
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 134
22

1 INTRODUÇÃO

A ocorrência de movimentos gravitacionais de massa frequentemente torna-se


desastres, pois podem causar prejuízos ambientais, econômicos, psicológicos e perda
de vidas humanas. Com frequência no Brasil convivemos com esses infelizes eventos.
Gerados por inúmeros fatores, e contemplando principalmente àqueles que se
tornaram vítimas do excludente processo de urbanização do país no século passado.
Quando ocorrem esses eventos, afetam obras de infraestrutura como rodovias,
ferrovias, dutos de transporte de água e gás, e encostas em áreas urbanas. Têm maior
importância quando afetam vidas e/ou tem um grande impacto ambiental ou material.
Conforme Fiori e Carmignani (2009) o número de acidentes e por tantas vezes com
perdas de vidas humanas e/ou grandes prejuízos materiais são os principais motivos
para a sociedade se ater quanto a este problema.
Houve grandes avanços no estudo do comportamento dos solos nas mais
diversas condições, mas ainda escorregamentos de encostas nos trazem graves
problemas, sendo uma questão pública e governamental, como nos recorda
Gerscovich (2016).
Cada situação com potencial risco de ruptura de talude tem sua particularidade,
de tal forma que para um bom dimensionamento e projeto de estabilidade de talude,
deve-se levar em consideração dados de investigação de campo, ensaios
laboratoriais, análises de estabilidade efetuadas e principalmente o bom senso do
Engenheiro, segundo Dyminski (2007). A sensibilidade crítica e técnica se faz
fundamental para a análise de estabilidade e para realização do projeto, uma vez que
os resultados laboratoriais, de investigação de campo e quaisquer outros dados
obtidos, são informações isoladas, que necessitam de uma interpretação condizente
com a realidade que se manifesta no local. Haja visto que como nos recorda Heidmann
(2015) os climas subtropicais permitem processos de intemperismo químico com
formação de solos cujo comportamento geomecânico ainda não é amplamente
conhecido.
Para Gerscovich (2016) um talude pode tornar-se instável quando as tensões
cisalhantes mobilizadas na massa de solo ou rocha atingem a resistência ao
cisalhamento do material. Essa condição pode ser atingida pela intervenção de
agentes externos ou internos.
23

Existem várias técnicas comumente empregadas na contenção de taludes,


vários tipos de muro de contenção cada um com funções, características e métodos
de aplicação diferentes. Os principais tipos de contenção são: Muros Simples com
Perfil Retangular, Trapezoidal e Escalonado, Estrutura de Pontes; Muro com
Contraforte; Muro de Concreto Armado que podem ter as configurações de Perfil em
L ou T invertido, Clássico ou Especial; Muro Atirantado; Muro de Pedra Seca; Muro de
Alvenaria de Pedra; Concreto Ciclópico; Muro de Gabião; Muro de Solo- Cimento
Ensacado; Muro de Bolsacreto; Muro de Pneus; CribWalls; Cortinas de Estaca-
Prancha de Madeira, Aço ou Concreto; Cortina de Estacas Justapostas; Concreto
Projetado; Muro de Solo Reforçado e Terra Armada (MOLITERNO, 1994).
Cabe ao engenheiro desenvolver um projeto que seja ótimo em termos
econômicos e, principalmente, que garanta a segurança do empreendimento
(GERSCOVICH, 2016).

1.1 PROBLEMA

A escassez de publicações que realizam revisões sistemáticas de literatura,


especialmente aquelas que se concentram nas ferramentas e práticas da Lean
Construction, levanta uma questão importante: "Como ferramentas e práticas do Lean
Construction estão sendo utilizadas?". Esta questão é relevante dada a crescente
importância do Lean Construction em obras de engenharia.
Para abordar esta lacuna, é necessário realizar uma revisão sistemática da
literatura que se concentre especificamente em entender quais são as práticas e
ferramentas do Lean Construction mais comumente utilizadas e como elas estão
sendo utilizadas.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

O trabalho foi desenvolvido na área de um talude construído, que por definição


é resultado de cortes em encostas, de escavações ou do lançamento de aterros
(GERSCOVICH, 2016), nesse caso em específico foi originado de um corte. De tal
24

forma visamos obter os parâmetros do solo através da investigação de campo e


ensaios laboratoriais, também tendo acesso ao histórico do local, e propor soluções
de forma a atender as necessidades apresentadas pelos stakeholders e garantir a
segurança preconizada pela NBR 11682 (ABNT, 2009).

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Obtenção das informações geométricas do local;


b) Retroanálise de uma solução já conhecida;
c) Realização dos ensaios laboratoriais para obtenção dos parâmetros do solo
necessários para elaboração das propostas de estabilidade de talude;
d) Elaboração de outra proposta como solução de estabilização do talude.

1.3 JUSTIFICATIVA

Motivados por desastres que aconteceram no Paraná, como os


escorregamentos e deslizamentos de encostas na BR-376 em novembro de 2022 e
no munícipio de Campo Largo na PR-090 em março de 2023 é que realizamos este
trabalho. Campo Largo – PR é também o 14° município com maiores áreas de risco
(IBGE, 2010) em todo Estado do Paraná.
Considerando que a cada chuva intensa, ações antrópicas sem o auxílio da
Engenharia para garantir segurança e qualidade, não é raro que nos deparemos com
realidades de comunidades em áreas de risco. Em contato com as Defesas Civis de
alguns munícipios do Paraná foi possível constatar inúmeras realidades nestas
condições. Sendo no município de Campo Largo – PR possível desenvolver este
trabalho, propondo uma solução com segurança e qualidade técnica.
Segundo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS agenda de 2030
o presente trabalho tem sinergia com três de seus pilares, ODS 1, ODS 11 e ODS 13,
que tratam sobre a erradicação da pobreza em todas as suas formas e lugares, tornar
os ambientes em que moramos locais seguros, resiliente e sustentáveis, e por fim
combater a mudança do clima e seus impactos
25

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ESTABILIDADE DE TALUDES

Um talude é uma designação utilizada para descrever qualquer superfície


inclinada de um grande volume de solo ou rocha. Essa inclinação pode ocorrer
naturalmente, sendo chamada de encosta, ou pode ser construída pelo ser humano,
como é o caso de aterros e cortes. No caso de aterros construídos ou cortes, a análise
deve ser realizada levando em consideração as alterações ocorridas ao longo da
execução e após a conclusão da obra, com o objetivo de identificar a condição mais
crítica em termos de segurança. (GERSCOVICH, 2016). A ruptura em um talude é
caracterizada pela formação de uma superfície de cisalhamento contínuo na massa
de solo. Isso resulta na criação de uma zona cisalhada, onde uma camada de solo ao
redor da superfície de cisalhamento perde suas características originais, conforme
ilustrado na figura. Inicialmente, forma-se uma zona cisalhada e, em seguida,
desenvolve-se uma superfície de cisalhamento (GERSCOVICH, 2016).

FIGURA 2-1: SUPERFÍCIE DE RUPTURA E ZONA CISALHADA

FONTE: Adaptado de (GERSCOVICH, 2008).


26

2.1.1 TALUDES CONSTRUÍDOS

Os taludes construídos pela intervenção humana são formados por meio de


cortes em encostas, escavações ou deposição de aterros. Os cortes devem ser
realizados com altura e inclinação para garantir a estabilidade da obra. O projeto
desses taludes depende das propriedades geomecânicas dos materiais envolvidos,
bem como das condições de fluxo, levando em consideração os aspectos de
segurança (GERSCOVICH, 2016). Os aterros são construídos em projetos de
barragens de terra e em obras viárias, também são empregados na implantação de
diversas estruturas, especialmente quando o solo de fundação possui baixa
capacidade de suporte ou para nivelar o terreno. Um aspecto vantajoso dos aterros é
que, devido ao fato de as propriedades geotécnicas do solo compactado serem
conhecidas, os cálculos de estabilidade são menos incertos em comparação com os
dos solos naturais. Essa vantagem decorre da possibilidade de obter informações
precisas sobre as características do solo compactado, permitindo uma análise mais
precisa da estabilidade do talude (GERSCOVICH, 2016).

2.1.2 TALUDES NATURAIS

Os taludes naturais podem ser constituídos por solo residual e/ou coluvionar
e rocha. O solo residual é aquele que permanece no local onde foi formado, enquanto
o solo coluvionar é resultado do transporte de sedimentos pela ação da gravidade
acumulados no pé ou a pequenas distâncias de taludes mais íngremes (LACERDA &
SANDRONI, 1985). Quanto à forma, os taludes podem ter uma face plana ou
curvilínea (côncava ou convexa), o que influencia a ocorrência de fluxos de água
superficial preferenciais (GERSCOVICH, 2016). Os taludes naturais estão
constantemente sujeitos a problemas de instabilidade, uma vez que as forças
gravitacionais naturalmente os induzem para o desencadeamento de movimentos.
É bastante comum observar encostas que permaneceram estáveis por muitos
anos passarem por processos de movimentação. Isso ocorre quando outros fatores
alteram o estado de tensão da massa, gerando tensão cisalhantes que se igualam à
resistência ao cisalhamento do solo. A instabilidade das encostas é uma
consequência natural, devido a própria evolução delas. À medida que os processos
físico-químicos de alteração das rochas avançam, o material resultante torna-se
27

menos resistente. Dependendo da influência da topografia, condições propícias são


geradas para a ruptura (GERSCOVICH, 2016).

2.2 ESTABILIDADE DE TALUDES

Contenção é todo elemento ou estrutura destinada a contrapor-se a empuxos


ou tensões geradas em um maciço de solo, cuja condição de equilíbrio foi alterada por
algum tipo de escavação, corte ou aterro (HACHICH W et al., 1998). As obras de
contenção têm por objetivo resistir ao seu peso próprio e aos esforços externos
evitando a ruptura do solo, deslizamentos e tombamentos. De modo que a estrutura
tanto interna quanto externamente se mantenha estável. De acordo com Caputo
(1987), existem diferentes tipos de muros de arrimo. Os muros de arrimo podem ser
classificados em muros de gravidade, que são construídos com alvenaria ou concreto
simples ou ciclópico. Outra categoria é a dos muros de flexão ou contraforte, que são
feitos de concreto armado. Além disso, temos os muros do tipo crib wall, que são
compostos por peças de madeira, aço ou concreto armado pré-moldado, acomodados
com solo entre as peças. Outra modalidade de contenção é o uso de gabiões, que
consistem em gaiolas de aço administradas com pedras.

2.2.1 MUROS DE GRAVIDADE

De acordo com Xavier (2011), um muro de gravidade é um tipo de estrutura de


contenção que se caracteriza por ter uma espessura considerável, sendo projetada
para equilibrar as laterais, incluindo o empuxo do solo, 22 principalmente por meio de
seu próprio peso. Esse tipo de muro é comumente usado em solos que possuem alta
capacidade de suporte. Conforme Baroni (2007), os muros de gravidade são
geralmente construídos para alturas de até 5 metros, e a segurança estrutural deve
ser verificada em relação aos casos de segurança e tombamento da estrutura de
contenção.
É importante garantir a estabilidade do muro para evitar possíveis falhas e
colapsos.
28

2.2.1.1 MURO DE GABIÃO


O muro de gabião é uma forma tradicional de muro de arrimo por gravidade
disponível no mercado. Esse tipo de construção tem suas raízes na Itália, onde é
conhecido como "gabbione", que significa "gaiola" em italiano. Sua versão moderna
começou a ser utilizada no final do século XIX. No Brasil, o muro de gabião foi
introduzido no início dos anos 70 e desde então tem sido amplamente adotado em
várias regiões do país, com um crescimento contínuo ao longo dos anos (BARROS,
et al, 2017).
Devido ao fato de o revestimento do muro de gabião ser preenchido com pedras
britadas ou seixos rolados, ele se torna completamente permeável, conferindo a
estrutura alta capacidade de drenagem. A má ou falta de drenagem é causa de
instabilidade de taludes. Logo, a permeabilidade do gabião faz com que o muro seja
altamente eficiente em aliviar o empuxo hidrostático, o que o torna mais estável em
comparação com outras estruturas de contenção. Portanto, a alta permeabilidade do
muro de gabião contribui para sua longa vida útil. Pode tornar-se uma problemática à
medida que pessoas queiram usar retirar algumas pedras para uso próprio.
Dependendo da quantidade removida, isso pode comprometer a estabilidade do muro
e exigir manutenção regular (BARROS et al., 2017).
Como já comentado o muro de gabião permite a infiltração e percolação das
águas, sem causar obstáculos aos fluxos naturais. Isso é especialmente importante
em obras de proteção hidráulica, onde a estrutura não altera significativamente as
linhas de fluxo, minimizando o impacto na fauna e flora local. No entanto, dependendo
da área em que o muro é construído, podem ser necessários dispositivos de drenagem
para garantir o escoamento adequado da água e evitar problemas como inundação
em estradas (BARROS et al., 2017).
29

FIGURA 2-2: EXEMPLO DE GABIÃO

FONTE: ECO Engenharia.

2.2.1.2 MURO DE ALVENARIA DE PEDRA E CONCRETO CICLÓPICO

Os muros de alvenaria de pedra são considerados os mais antigos na história


da infraestrutura e, portanto, são os mais comuns em geral. Conforme mencionado
por Luiz (2014), esses muros são construídos com pedras de dimensões
aproximadamente regulares, dispostos manualmente e sua resistência é atendida
pela sobreposição das pedras. Devido ao fato de as pedras não serem argamassadas,
essas estruturas não necessitam da instalação de um sistema de drenagem, pois o
próprio material do muro é drenante.
Essa técnica é de fácil execução e geralmente é utilizada para muros com até
2 metros de altura. No entanto, os muros de alvenaria de pedra também podem ser
construídos com o uso de argamassa no assentamento das pedras, o que proporciona
maior segurança e permite a construção de muros com alturas maiores. Nesse caso,
os blocos de pedra com dimensões variadas podem ser utilizados. No entanto, o uso
de argamassa anula a eficiência drenante, tornando necessária a instalação de um
sistema de drenagem competente (GEORIO, 2000).
A FIGURA 2-3 ilustra o esquema de um muro de alvenaria de pedra,
juntamente com elementos drenantes, como dreno de areia e tubos de barbacãs, que
ajudam a aliviar a pressão na estrutura.
30

FIGURA 2-3: EXEMPLO DE MURO EM ALVENARIA DE PEDRA

FONTE: (GERSCOVICH, 2007).

Os muros de concreto ciclópico ou concreto de gravidade são estruturas


construídas utilizando blocos de rocha e concreto simples. Esses blocos de rocha têm
dimensões variadas e geralmente são do tipo "pedra de mão" (LUIZ, 2014). A
construção desses muros envolve o preenchimento da forma com rochas de tamanhos
diferentes, juntamente com concreto, e a implementação de um sistema de drenagem
adequado para garantir a segurança da estrutura. Os orifícios de drenagem devem
ser posicionados de forma a minimizar o impacto visual causado pelo fluxo de água
ou adotar medidas equivalentes.
A seção transversal dos muros de concreto ciclópico geralmente possui formato
trapezoidal, conforme ilustrado na FIGURA 2-4. Caso a face frontal do muro seja plana
e vertical, é recomendável incliná-lo em direção ao reaterro em pelo menos dois graus
em relação à vertical, a fim de evitar a sensação visual de inclinação para frente.
De acordo com Marchetti (2007), para o pré-dimensionamento deste tipo de
contenção, pode-se assumir que a largura da base é equivalente a 40% da altura, em
um perfil retangular. Com o objetivo de obter economia nesse tipo de construção, é
possível adotar faces inclinadas ou perfis escalonados. Com essas variações é
possível obter uma geometria que contribua com uma melhor distribuição das cargas
e maior eficiência estrutural possibilitando maior economia na construção.
31

FIGURA 2-4: EXEMPLO DE MURO DE CONCRETO CICLÓPICO

FONTE: (GERSCOVICH, 2007).

2.2.2 MURO DE FLEXÃO

Os muros de flexão são estruturas construídas em concreto armado e projetado


para suportar esforços de flexão causados pelo empuxo do solo. Geralmente,
possuem seções transversais em formato de “L” (GERSCOVICH, 2016), compostas
por duas lajes: uma horizontal, que atua como fundação e equilibra o empuxo, e outra
vertical, que é engastada na base do muro.
Devido ao seu próprio peso ser menor em comparação a outros tipos de muros,
os muros de flexão apresentam maior versatilidade, permitindo sua utilização em
locais com solos de baixa resistência. Isso ocorre porque a interação entre o solo e a
fundação mantém o equilíbrio do sistema.
De acordo com Marchetti (2007), assim como nos muros de gravidade, os
muros de flexão também devem ter uma proporção de 40% a 70% da dimensão da
base em relação à altura do maciço. No entanto, esse tipo de solução pode ser mais
dispendioso em situações em que a altura do aterro varia entre 5 a 7 metros. Para
alturas maiores, é recomendável utilizar contrafortes para aumentar a resistência do
muro contra o tombamento. Isso proporciona uma maior estabilidade à estrutura e é
uma alternativa mais econômica para alturas elevadas.
32

FIGURA 2-5: EXEMPLO DE MURO DE FLEXÃO

FONTE: (MARCHETTI, 2007).

2.2.3 SOLO GRAMPEADO

A técnica de estabilização com solo grampeado consiste na introdução de


elementos semi-rígidos em seu interior. Os grampos podem ser cravados ou
introduzidos em um furo pré-executado, posteriormente é injetada a nata de cimento
e executada a parede, esta é realizada normalmente com concreto projetado e sem
função estrutural. (GERSCOVICH et al., 2005).
O solo grampeado é uma estrutura passiva, ou seja, os grampos não são pré-
tensionados quando inseridos no maciço do solo (RIBEIRO, 2015). A estrutura passa
a realizar trabalho somente quando solicitada pelo solo.
Em casos de terreno não natural, a estrutura é executada de baixo para cima,
respeitando as geometrias e parâmetros do solo que garantem sua estabilidade sem
o reforço, com altura próxima dos 1,5m no máximo. Ou quando já ocorrida a ruptura
e não sendo modificada a geometria, não há essa preocupação, de tal forma que os
grampos somente são inseridos.
33

FIGURA 2-6: ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DE SOLO GRAMPEADO

FONTE: Adaptado de (FHWA, 2015).

O espaçamento entre os grampos deve respeitar os seguintes critérios (FHWA,


2015):
34

FIGURA 2-7: ESPAÇAMENTO ENTRE OS GRAMPOS

FONTE: Adaptado de (FHWA, 2015).

Onde, Svo está entre 0,60 e 1,00 m e sempre menor que S v. E Svn deve estar
entre 0,60 e 0,90 m e sempre menor que Sv.
Segundo Bruce et al. (1986, apud NGS, 2004) a relação entre o comprimento
do grampo e a altura do talude deve variar entre 50% e 80%. E outra relação é:

𝐶𝐿 (1)
0,6 > > 0,3
𝑆𝑣𝑆ℎ

Onde:
• C = comprimento do furo para inserção do grampo.
• L = comprimento do grampo.
• Sv = espaçamento vertical entre os grampos.
• Sh = espaçamento horizontal entre os grampos.

Segundo Franco (2010) a base de estabilização dos taludes em solo


grampeado é a tração mobilizada nos grampos, que varia a depender do atrito
mobilizado durante a movimentação do grampo. O valor da resistência ao
arrancamento (qs) é o atrito unitário gerado na interface solo/grampo, sendo este o
principal parâmetro para dimensionamento do solo grampeado. Segundo ele, para
35

estruturas de pequeno porte o pré-dimensionamento pode ser feito através de


correlações empíricas. Sendo algumas destas:

• 𝑞𝑠 = 50 + 7,5(𝑁𝑠𝑝𝑡) (ORTIGÃO, 1977)


• 𝑞𝑠 = 45,12𝐿𝑁(𝑁𝑠𝑝𝑡) − 14,99 (SPRINGER, 2006)

Segundo Lazarte et al. (2003, apud FRANCO, 2010) estas são estimativas
aceitáveis para a resistência ao cisalhamento no contato solo-grampo:

FIGURA 2-8: RESISTÊNCIA NO CISALHAMENTO NO CONTATO SOLO-GRAMPO (qs)

FONTE: Lazarte et al. (2003, apud FRANCO, 2010).

Segundo a NBR 16920-2 (ABNT, 2021) é possível obter a resistência unitária


ao arrancamento mobilizada através do ensaio de arrancamento através da seguinte
equação:
36

𝑇max (2)
𝑞𝑠 =
𝜋𝐷𝐿𝑎𝑛𝑐𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜

Onde:
• Tmax: força axial de tração máxima no grampo.
• D: diâmetro do furo.
• Lancorado : comprimento ancorado ou injetado do grampo.

A capacidade de carga a tração do grampo, composto pelo aço, pode ser


definida da seguinte maneira segundo Franco (2010):

𝐹𝑒 (3)
𝐹𝑡 =
𝐹𝑠. 𝛾𝑠

Onde:
• Ft – carga de trabalho do aço.
• Fe – carga de escoamento do aço.
• Fs – área de seção do aço.
• γs – coeficiente de minoração.

Deve-se considerar também a espessura de sacrifício, dada pela NBR 16920-


2 (ABNT, 2021).

FIGURA 2-9: REDUÇÃO POR CORROSÃO SUPERFICIAL DA ARMAÇÃO DE AÇO EM FUNÇÃO


DO MEIO E DA VIDA ÚTIL – ESPESSURA DE SACRIFÍCIO (EM MILIMETROS)

FONTE: ABNT 16920-2. (ABNT, 2021).


37

FIGURA 2-10: REDUÇÃO POR CORROSÃO SUPERFICIAL DA ARMAÇÃO DE AÇO EM FUNÇÃO


DO MEIO E DA VIDA ÚTIL – ESPESSURA DE SACRIFÍCIO (EM MILIMETROS)

FONTE: ABNT 16920-2. (ABNT, 2021).

2.3 MODELOS DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES

Talude é um termo amplo que engloba qualquer superfície inclinada que


delimita um volume de solo, rocha ou ambos. Essa inclinação pode ser natural, como
em encostas ou vertentes, ou artificial, quando construída pelo homem, como em
cortes e aterros. A estabilidade dos taludes é influenciada por diversos fatores
relacionados à natureza dos materiais envolvidos e aos agentes perturbadores, sejam
eles de origem geológica, antrópica ou geotécnica. Essa complexidade torna o estudo
dos taludes um campo aberto para especialistas em Geologia Aplicada, Mecânica dos
Solos e Mecânica das Rochas (FIORI, 2015).
A importância desse estudo é evidente ao considerar os inúmeros acidentes
que ocorrem com frequência em todo o mundo, muitas vezes resultando em perdas
humanas e significativos danos materiais. Do ponto de vista teórico, um talude é
conceituado como uma massa de solo sujeita a três campos de força distintos: as
forças devido ao peso dos materiais, as forças causadas pelo fluxo da água e as forças
relacionadas à resistência ao cisalhamento. A análise da estabilidade dos taludes
deve levar em consideração o equilíbrio entre essas forças, uma vez que as duas
primeiras tendem a movimentar a massa de solo ladeira abaixo, enquanto a última
atua como um mecanismo de contenção. Além disso, compreender precisamente
como cada força atua é crucial para projetar adequadamente medidas preventivas
contra deslizamentos (FIORI, 2015).
38

FIGURA 2-11: MÉTODOS DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES MAIS COMUMENTE


UTILIZADOS E SUAS PREMISSAS

FONTE: Adaptado de (DAS, 2011).

Para o presente trabalho foi dado maior enfoque no método de Bishop


Simplificado, devido a sua relativa facilidade em ser empregado.
39

2.3.1 MÉTODO DE BISHOP

Desenvolvido por Bishop em 1955, este método assume que as forças entre as
fatias atuam horizontalmente (normal aos lados) e desconsidera as forças de
cisalhamento entre as fatias. A geometria da fatia e seu diagrama de corpo livre são
mostrados na FIGURA 2-12.
As forças normais e de cisalhamento na base são obtidas somando as forças
na direção vertical (Σ Fy = 0) e utilizando a resistência ao cisalhamento de Mohr-
Coulomb, em conjunto a definição do fator de segurança dada pela Equação (4). A
expressão para o fator de segurança é determinada pelo equilíbrio de momentos (Σ
My = 0) em torno do centro da cunha de ruptura (DAS, 2011).

FIGURA 2-12: GEOMETRIA E DIAGRAMA DE CORPO LIVRE DAS FATIAS

FONTE: Adaptado de (DAS, 2011).

1 𝑐𝑖 𝑏𝑖 + (𝑊𝑖 − 𝑢𝑖 𝑏𝑖 ) tan 𝜑𝑖 (4)


𝐹𝑆 = ∑
∑𝑖 𝑊𝑖 sin 𝛼𝑖 tan 𝜑𝑖 sin 𝛼𝑖⁄
𝑖 cos 𝛼𝑖 + 𝐹𝑆
40

Onde:
• ui – empuxo atuante no bloco.
• ci, φi – valores efetivos dos parâmetros do solo.
• Wi – peso do bloco.
• αi – inclinação do segmento.
• Bi – largura do bloco.

FIGURA 2-13: CONDIÇÕES DO FATOR DE SEGURANÇA

FONTE: Adaptado de (LEÃO et. PAIVA, 2011).

2.3.2 EMPUXOS DE TERRA E TENSÕES NO SOLO

O solo é um sistema trifásico composto por sólidos, água e ar. Parte dos
esforços é transmitido pelos grãos, enquanto, dependendo das condições de
saturação, outra parte é transmitida pela água. Em solos secos, todos os esforços são
transmitidos pelo arcabouço sólido.
As tensões in situ têm origem no próprio peso do maciço, e sua determinação
pode ser bastante complexa em situações a topografia é irregular e o solo fortemente
heterogêneo. No entanto, quando a superfície do terreno e suas camadas, é horizontal
e há pouca variação nas propriedades do solo nesta direção, determinar as tensões
in situ é relativamente simples. Esta condição é nomeada geostática. (GERSCOVICH,
2012).
Na direção horizontal, as deformações se anulam devido à reação horizontal
de elementos adjacentes. Com a inexistência deste deslocamento horizontal, não são
41

mobilizadas tensões cisalhantes nos planos horizontais durante o processo de


formação do depósito de solo. (GERSCOVICH,2012)
A tensão horizontal é calculada a partir da premissa de que seu valor
corresponde ao esforço necessário para anular as deformações horizontais. Assim,
sua magnitude depende da tensão vertical aplicada e, em determinadas situações, da
compressibilidade do solo; isto é, da capacidade dos grãos de mudar de posição.
Como essa mobilidade depende das tensões aplicadas nos grãos, o cálculo da tensão
horizontal é definido em termos de tensão efetiva, isto é:

(5)
𝜎𝑣 = 𝜎𝑧 𝑘0

(6)
𝑘𝑜 = 1 − sin 𝜑

Onde:
• σv – tensão total horizontal.
• σz – tensão total vertical.
• k0 – coeficiente de empuxo no repouso.
• φ – ângulo de atrito interno.

FIGURA 2-14: COEFICIENTE DE EMPUXO NO REPOUSO PARA ALGUNS TIPOS DE SOLO

FONTE: Adaptado de (MURTHY, 2002).


42

A Teoria de Rankine é baseada no estudo das condições de plasticidade sobre


um caso estritamente particular, considerando que a superfície interna da contenção
é vertical, não considera o atrito solo-estrutura, o maciço é semi-infinito e está em
equilíbrio plástico, além de obedecer ao critério de ruptura de Mohr (LEÃO&PAIVA,
2018).
Existem outras duas condições de empuxo que são denominadas como ativa e
passiva. Conforme apresentado por Das (20??) se considerarmos uma massa de solo
semelhante a apresentada na FIGURA 2-15. A massa é restringida por um muro sem
atrito de altura AB. Um elemento do solo localizado a uma profundidade z é submetido
a uma pressão efetiva vertical, e outra pressão efetiva horizontal. Não há forças de
cisalhamento nos planos vertical e horizontal do elemento do solo.

FIGURA 2-15: CONDIÇÕES DE EXEMPLO DAS PRESSÕES ATIVA, PASSIVA EM REPOUSO

FONTE: Adaptado de (DAS, 2011).


43

Se o muro (desprezando o atrito) devido ao empuxo rotacionar sobre sua base


para a posição A’B como esquematizado na FIGURA 2-15c, a massa de solo atingirá
um equilíbrio plástico. Neste caso a tensão é chamada de pressão ativa:

(7)
𝜎′𝑣 = 𝜎′𝑧 𝑘𝑎

Onde:
• σ’v – tensão efetiva horizontal.
• σ'z – tensão efetiva vertical.
• ka – coeficiente de empuxo ativo.

Se o muro (desprezando o atrito) devido ao empuxo rotacionar sobre sua base


para a posição A’’B como esquematizado na FIGURA 2-15b, a massa de solo atingirá
semelhantemente um equilíbrio plástico. Porém, neste caso a tensão é chamada de
pressão passiva:

(8)
𝜎′𝑣 = 𝜎′𝑧 𝑘𝑝

Onde:
• σ’v – tensão efetiva horizontal.
• σ'z – tensão efetiva vertical.
• kp – coeficiente de empuxo ativo.

Os coeficientes de empuxo ativo e passivo das equações (7) e (8) podem ser
obtidas em função do ângulo de atrito pelas expressões:

𝜑 (9)
𝑘𝑎 = tan (45° − ) ²
2

𝜑 (10)
𝑘𝑝 = tan (45° + ) ²
2
44

FIGURA 2-16: ESTADO DE EQUILÍBRIO PLÁSTICO

FONTE: Adaptado de (DAS, 2011).

FIGURA 2-17: DESENVOLVIMENTO DAS PRESSÕES ATIVAS E PASSIVAS

FONTE: Adaptado de (DAS, 2011).


45

Para um solo com uma parcela de resistência coesiva – conceito de


resistência definido na seção 2.3.3 e na seção 2.8.3.1 – o empuxo atuante sobre um
muro de contenção submetido à condição ativa pode ser expresso como:


1 (11)
𝐸𝐴 = ∫ 𝜎ℎ 𝑑𝑧 = 𝐾𝑎 𝛾ℎ2 − 2𝑐ℎ√𝐾𝑎
0 2

Onde:
• c – coesão do solo.
• γ – peso específico do solo.
• ka – coeficiente de empuxo ativo.
• h – altura total do talude em contato com a estrutura de contenção.

A coesão possibilita manter um corte vertical sem necessidade de


escoramento, até uma determinada altura do solo (altura crítica), na qual o empuxo
resultante é nulo, dado pela expressão (LEÃO e PAIVA, 2018):

4𝑐 (12)
𝑍𝑐𝑟 =
𝛾√𝐾𝑎

2.3.3 RESISTÊNCIA DO SOLO PELO CRITÉRIO DE MOHR COULOMB

Entre as simplificações para podermos avaliar a resistência ao cisalhamento de


um solo, está a consideração do Estado Plano de Tensões, que é a base para poder
justificar o ensaio de cisalhamento direto realizado para saber a resistência ao
cisalhamento do solo em que as propostas foram realizadas. Partindo da premissa
que existem planos ortogonais entre si e que para esses a tensão cisalhante é nula, o
Estado Plano de Tensões consiste em desconsiderar a força normal intermediária
entre elas, considerando somente o plano principal (DAS, 2011).
Torna-se importante porque sabendo as tensões principais em um determinado
plano, é possível definir quaisquer valores de tensões principais e de cisalhamento
para qualquer outro plano genérico, inclusive o de ruptura.
46

Destaca-se o fato de a ruptura não ocorrer necessariamente no plano o qual


está a tensão de cisalhamento máxima.

FIGURA 2-18: ELEMENTO BIDIMENSIONAL SUBMETIDO A UM ESTADO PLANO DE TENSÕES

FONTE: Adaptado de (DAS, 2011).

O estado plano principal pode ser considerado através das seguintes


equações:

(σ1 + σ3) (σ1 − σ3) (13)


σ𝑁 = + cos2θ
2 2

(σ1 − σ3) (14)


τ𝑁 = sen2θ
2

Onde:
• σ1 e σ3 são as tensões principais no plano.
• σn a tensão axial máxima gerada pelas tensões principais
• ka – coeficiente de empuxo ativo.
• τn a tensão cisalhante em função das tensões principais.

Tais equações também podem ser representadas através do círculo de Mohr,


que é uma maneira gráfica de interpretar as equações matemáticas apresentadas,
obtendo então as tensões no plano desejado, da seguinte maneira:
47

FIGURA 2-19: CÍRCULO DE MOHR

FONTE: Adaptado de (DAS, 2011).

Coulomb (1776) contribuiu ao aproximar a envoltória de ruptura que relaciona


a tensão cisalhante de ruptura com a coesão e o ângulo de atrito do solo, do seguinte
modo:

(15)
𝜏𝑓 = c + σ. tan φ

Dessa forma o critério de Mohr-Coulomb é apresentado graficamente da


seguinte forma:
48

FIGURA 2-20: CRITÉRIO DE MOHR-COULOMB

FONTE: Extraído de (PINTO, 2011).

2.4 FUNDAÇÕES

A complexidade do solo em sua totalidade exige de uma construção, uma


infraestrutura que seja capaz de transmitir sua carga para a superfície terrestre com
base em um estudo prévio do terreno que será inserido, visto que uma fundação para
que seja executada da maneira correta deve-se considerar dados obtidos por meio de
uma sondagem e pode corresponder de 3% a 10% do valor total da obra (BARROS,
1996).
Segundo Ávila (2019) para garantir a escolha adequada da fundação, é
responsabilidade do profissional técnico compreender as necessidades do cliente e
as características do solo. A partir dessas informações, ele poderá optar por uma
fundação que combine economia e funcionalidade. Em termos gerais, as fundações
podem ser classificadas como rasas ou profundas.
De acordo com Ávila (2019) as fundações rasas são geralmente indicadas para
obras de pequeno porte e transferem a carga diretamente para o solo por meio das
pressões exercidas pela base da fundação. Já as fundações profundas são
recomendadas para construções maiores, com uma profundidade mínima de 3,00
metros, e a carga é transmitida por meio da resistência da base, do fuste ou de ambos.
49

2.4.1 FUNDAÇÕES RASAS

2.4.1.1 SAPATA ISOLADA

A sapata básica é um tipo de fundação rasa que suporta a carga de um único


pilar. Diferentemente dos blocos de fundação, as sapatas são estruturadas com
armaduras para reforço. Elas podem apresentar diferentes formas, que são
determinadas de acordo com as decisões do projetista. Além disso, as sapatas podem
ter altura constante ou variável.
Conforme descrito por Carvalho (2014), as sapatas apresentam diversas
vantagens em comparação com outras formas de fundação. Uma dessas vantagens
é a rapidez e facilidade de execução, já que não exigem equipamentos especiais ou
mão de obra altamente especializada, ao contrário das fundações profundas, que
precisam de tais recursos. Esse fator contribui para agilizar o processo construtivo e
reduzir os custos.
Atualmente, como as sapatas são amplamente utilizadas e são consideradas
uma das formas mais comuns de fundação, conforme apontado por Carvalho (2014),
essas fundações são recomendadas para locais em que o solo possui uma
capacidade de suporte de carga de média a alta. Essa capacidade de carga do solo é
um fator essencial a ser considerado na escolha do tipo de fundação, e as sapatas
são uma opção viável quando o solo apresenta essa característica

FIGURA 2-21: MODELO ESQUEMÁTICO DE FORMAS E ARMADURAS DE UMA SAPATA

FONTE: (RETONDO, s.d)


50

2.4.1.2 RADIER

O radier é uma forma de fundação rasa que consiste em uma laje maciça de
concreto armado ou protendido, de acordo com a ABNT NBR 6122 (2010). Esse tipo
de fundação recebe a totalidade ou parte dos pilares da estrutura. O radier pode ter
uma espessura uniforme ou variável e pode incluir elementos de enrijecimento, como
vigas.
De acordo com Dória (2007), o radier é empregado quando o solo possui baixa
capacidade de carga, quando se deseja uniformizar os recalques da estrutura, quando
as áreas das sapatas se aproximam umas das outras ou quando a área das sapatas
é maior que a metade da área da construção.
A utilização do radier como elemento de fundação remonta a séculos atrás.
Alguns exemplos de edificações em Roma, Itália, mostram a utilização de 30 radier
desde 300 a.C Esse tipo de fundação foi necessário devido à predominância de solos
arenosos na região (Formigoni, 2009). Existem diferentes tipos de projetos de radier,
dependendo das necessidades e decisões do projetista. Os principais tipos são: radier
liso, radier com pedestais, radier nervurado e radier com caixão.

FIGURA 2-22: EXECUÇÃO DE RADIER

FONTE: (DELALIBERA, 2016)


51

2.4.2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS

2.4.2.1 ESTACAS PRÉ-MOLDADAS

Dentre todos os materiais de construção, o concreto é o que melhor se adequa


à confecção de estacas, devido à sua resistência aos agentes agressivos e à sua
capacidade de suportar as variações de umidade. Além disso, o concreto permite a
execução de estacas com diferentes capacidades de carga, desde estacas de
pequeno porte até estacas de grande capacidade (Velloso e Lopes, 1997).
No caso das estacas de concreto, podemos considerar separadamente como
estacas pré-moldadas e os diversos tipos de estacas moldadas no terreno. As estacas
pré-moldadas são fabricadas em canteiro de obras ou em usinas e podem ser
classificadas de acordo com o método de confecção, como: (a) concreto vibrado, (b)
concreto centrifugado e (c) extrusão. Além disso, quanto à armadura utilizada, as
estacas podem ser classificadas como: (i) concreto armado e (ii) concreto protendido
(Velloso e Lopes, 1997).
Essas diferentes técnicas de confecção e os tipos de estacas de concreto
oferecem flexibilidade e versatilidade na escolha do sistema mais adequado para cada
situação de trabalho. A seleção do tipo de estaca de concreto dependerá das
características do solo, das cargas atuantes e das condições específicas do projeto
estrutural. É importante considerar também as normas técnicas para garantir a
qualidade e a segurança das estacas de concreto utilizadas na construção.
Uma desvantagem desse tipo de fundação é que apesar de todo controle de
qualidade em obra necessário, perde-se muito material, as vibrações e ruídos ocorrem
em excesso e ela tem baixa produtividade, cerca de 100 m por dia (Joppert, 2007).
Para Velloso e Lopes (1997) uma das principais vantagens das estacas pré-
moldadas em relação às estacas moldadas no terreno é de alta qualidade do concreto
que pode ser obtido durante sua fabricação. O processo de pré-moldagem permite um
maior controle sobre a dosagem dos materiais e as condições de cura do concreto,
gerado em um produto de excelente qualidade. Além disso, a fabricação das estacas
pré-moldadas é realizada em ambiente controlado, o que reduz a interferência de
agentes agressivos presentes no solo durante o processo de pega e cura do concreto.
52

2.4.2.2 ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA

A norma NBR 6122 descreve esse tipo de estaca como de concreto moldada
in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado
helicoidal contínuo e de injeção de concreto pela própria haste central do trado,
simultaneamente a sua retirada. A armação sempre é colocada após a concretagem
da estaca.
Quando há escavação do solo segundo Velloso e Lopes (1997), o método de
execução das estacas hélice contínua envolve o uso de um trado em hélice de grande
comprimento, composto por chapas em espiral que se desenvolvem em torno de um
tubo central. Esse trado é equipado com garras na extremidade inferior para facilitar
o corte do terreno e possui uma tampa que impede a entrada de solo no tubo central
durante a escavação.
As estacas são executadas com máquinas perfuratrizes com trado contínuo
com comprimento variando de 17 a 24 m. A depender do torque da perfuratriz as
bitolas das estacas poderão variar de 25 a 125 cm (JOPPERT, 2007).
Para (Velloso e Lopes, 1997) à medida que a perfuração avança, o solo é
removido do trado e transporte para fora do furo por meio da hélice. Esse processo é
realizado de maneira contínua, sem contínua, até que a cota de projeto seja atingida.
Após a perfuração, a armadura é encaixada no interior do furo e o concreto é injetado,
preenchendo o espaço entre o tubo central e as paredes do furo. Ao final do processo,
obtém-se uma estaca com características de resistência e estabilidade adaptadas.
A execução das estacas hélice contínua apresenta algumas vantagens, como
a possibilidade de perfuração em diferentes tipos de solo, incluindo solos coesivos e
granulares (VELLOSO E LOPES, 1997). Além disso, o método é relativamente rápido
e barato, tendo os custos de mão de obra muito competitivos. Tendo como
desvantagem principal a perda excessiva de concreto, que pode chegar até 20%
(JOPPERT, 2007).
53

FIGURA 2-23: ETAPAS DE EXECUÇÃO DA HÉLICE CONTÍNUA

FONTE: (ESCOLA ENGENHARIA, 2017)

2.4.2.3 TUBULÕES

Para Velloso e Lopes (1997) conforme definido pela norma, os tubulões são
estruturas que possuem uma fase de execução em que o operário desce em seu
interior. Esse operário pode participar desde a escavação do fuste ou apenas da fase
de ampliação da base. Em alguns casos, o alargamento da base é realizado por
equipamento, e o operário participa apenas do preparo e limpeza da base para a
concretagem.
Ainda de acordo com os autores, os tubulões possuem sempre um fuste
cilíndrico, e a base pode ser alargada ou não. Os prolongamentos de base podem
terminar em uma forma circular ou "elíptica". Esses aumentos são realizados de
maneira que a forma final da base dispensa o uso de armadura. Para isso, é adotado
um ângulo de 60° em relação à horizontal. Outros fatores que determinam a forma da
base estão relacionados à estabilidade da escavação, como a quantidade que a base
pode se expandir lateralmente em relação ao fuste (denominado de "disparo" da base)
e a altura do alargamento, que não deve ultrapassar 2 metros (VELLOSO E
LOPES,1977).
Para (Velloso e Lopes, 1997) a execução dos tubulões pode exigir ou não o
uso de revestimento. Existem tubulões sem revestimento, em que a escavação é
realizada diretamente no solo, e tubos com revestimento, que podem ser revestidos
54

com uma "camisa" metálica ou de concreto. O revestimento tem a função de


estabilizar as paredes da escavação e evitar desmoronamentos durante a execução.

FIGURA 2-24: TUBULÃO COM E SEM REVESTIMENTO

FONTE: (VELLOSO e LOPES, 1997).

2.5 MODELOS DE CÁLCULO DE FUNDAÇÕES

2.5.1 CAPACIDADE DE ESTACA PELO MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Em nosso país, a investigação geotécnica mais amplamente difundida e


praticada é a sondagem a percussão (SPT). Por essa razão, há bastante tempo, os
profissionais de fundações têm se preocupado em desenvolver métodos para calcular
a capacidade de carga de estacas com base nos resultados das sondagens a
percussão. (VELLOSO, 2010).
O método elaborado por Aoki e Velloso (1975) originou-se de uma análise
comparativa entre os resultados de provas de carga em estacas e os do SPT. Esse
método é aplicável tanto com dados do SPT quanto do ensaio CPT.

(16)
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴𝑏 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 + 𝑈 ∑ 𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 ∆𝑙
55

𝑞𝑐𝑜𝑛𝑒 𝜏𝑐𝑜𝑛𝑒
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴𝑏 +𝑈∑ ∆𝑙 (17)
𝐹1 𝐹2

Adotando:

(18)
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑒 = 𝑘𝑁

(19)
𝜏𝑐𝑜𝑛𝑒 = 𝛼𝑞𝑐𝑜𝑛𝑒 = 𝛼𝑘𝑁

Por fim:

𝑘𝑁𝑠𝑝𝑡 𝛼𝑘𝑁𝑠𝑝𝑡 (20)


𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴 +𝑈∑ ∆𝑙
𝐹1 𝐹2

Onde:
• A – área da seção transversal da estaca.
• k – coeficiente de resistência do solo.
• α – coeficiente de ajuste percentual.
• F1 – fator de ajuste da resistência de ponta.
• F2 – fator de ajuste da resistência lateral.
• U – área da superfície lateral do fuste da estaca.
• ∆l – intervalo de comprimento do fuste da estaca.
• Nspt – número de golpes registrado no ensaio de standart penetration test
(SPT).

FIGURA 2-25: VALORES DE F1 E F2 DE AOKI-VELLOSO

FONTE: Adaptado de (VELLOSO e LOPES, 1997).


56

FIGURA 2-26: VALORES DE k E α DE AOKI-VELLOSO

FONTE: Adaptado de (VELLOSO e LOPES, 1997).

2.5.2 CAPACIDADE DE ESTACA SOLICITADA À ESFORÇOS TRANSVERSAIS –


MÉTODO DE BROMS

Quando um solo de baixa capacidade de suporte se estende a uma


profundidade considerável, geralmente são utilizadas estacas para transmitir cargas
verticais e laterais ao meio do solo. Essas estacas ou grupos de estacas devem resistir
não apenas aos movimentos verticais, mas também aos movimentos laterais
(MURTHY,2002). A resposta a cargas laterais tem sido estudada por diversos
pesquisadores.
Murthy (2002) aponta que Matlock e Reese (1960) fornecem soluções
generalizadas para estacas verticalmente carregadas sujeitas a cargas laterais. O
impacto de cargas verticais, além das cargas laterais, foi analisado por Davisson
(1960) em termos de parâmetros adimensionais. Broms (1964a, 1964b) e Poulos e
Davis (1980) propuseram abordagens diferentes para resolver problemas de estacas
carregadas lateralmente. O método de Broms é especialmente engenhoso e baseia-
57

se principalmente no uso de valores limites de resistência do solo. Este é o método


que será apresentado neste estudo.
Broms forneceu soluções tanto para estacas curtas quanto longas instaladas
em solos coesivos e não coesivos, respectivamente (BROMS, 1964). Ele considerou
estacas fixas ou com liberdade para girar na extremidade superior. As deflexões
laterais sob cargas de trabalho foram calculadas usando o conceito de reação do
subleito. A premissa é que a deflexão aumenta de forma linear com as cargas
aplicadas quando estas são inferiores a um terço a um meio da resistência lateral
máxima da estaca.

FIGURA 2-27: MODOS DE RUPTURA DE ESTACAS PARA CONDIÇÃO DE TOPO LIVRE OU


RESTINGIDO SOB CARREGAMENTO TRANSVERSAL

FONTE: Adaptado de (BROMS, 1964).

De acordo com Broms (1964) a definição e comportamento de uma estaca


como sendo classificada em longa ou curta é dada por:

Estacas Curtas: A distribuição das reações do solo e dos momentos fletores ao


longo de uma estaca relativamente curta no ponto de falha é ilustrada na FIGURA
2-28. A falha ocorre quando o solo cede ao longo do comprimento total da estaca,
fazendo com que a estaca gire como uma unidade única.
58

FIGURA 2-28: DEFLECÇÃO, REAÇÃO DO SOLO E DISTRIBUIÇÃO DO MOMENTO FLETOR PARA


UMA ESTACA CURTA DE TOPO LIVRE

FONTE: Adaptado de (BROMS, 1964).

FIGURA 2-29: DEFLECÇÃO, REAÇÃO DO SOLO E DISTRIBUIÇÃO DO MOMENTO FLETOR PARA


UMA ESTACA CURTA DE TOPO RESTRINGIDO

FONTE: Adaptado de (BROMS, 1964).

Estacas Longas: O mecanismo de falha para uma estaca longa, quando uma
articulação plástica se forma no local do momento fletor máximo, é apresentado na
Figura 10(a). A falha ocorre quando o momento fletor máximo, calculado a partir da
Equação 13, é igual à resistência ao momento da seção da estaca.
59

FIGURA 2-30: DEFLECÇÃO, REAÇÃO DO SOLO E DISTRIBUIÇÃO DO MOMENTO FLETOR PARA


UMA ESTACA LONGA DE TOPO LIVRE

FONTE: Adaptado de (BROMS, 1964).

FIGURA 2-31: DEFLECÇÃO, REAÇÃO DO SOLO E DISTRIBUIÇÃO DO MOMENTO FLETOR PARA


UMA ESTACA LONGA DE TOPO RESTRINGIDO

FONTE: Adaptado de (BROMS, 1964).

Deslocamentos laterais e carregamentos podem ser determinados por meio do


comprimento adimensional βL, onde β é expresso por:

4 𝑘ℎ ⋅ 𝐷 (21)
𝛽=√
4𝐸𝑝 ⋅ 𝐼𝑝
60

Onde:
• EI – rigidez da seção da estaca.
• k – coeficiente de reação horizontal do solo.
• D – diâmetro da estaca.
• L – comprimento da estaca.

A estaca é considerada curta ou longa de acordo com as


seguintes condições:

Estaca de topo livre:


• Longa se 𝛽𝐿 > 2,50;
• Curta se 𝛽𝐿 < 2,50.

Estaca de topo fixo:


• Longa se 𝛽𝐿 > 1,50;
• Curta se 𝛽𝐿 < 1,50.

O coeficiente de reação horizontal por sua vez pode ser determinado pela
equação de Vésic extraído de Poulos & Davis (1980).

1
0,65 𝐸𝑠 ⋅ 𝐷4 12 𝐸𝑠 (22)
𝑘ℎ = ⋅( ) ⋅
𝐷 𝐸𝑝 ⋅ 𝐼𝑝 1 − 𝜈2

Onde:
• Ep – módulo de elasticidade da estaca.
• Ip – momento de inércia da estaca.
• Es – módulo de elasticidade do solo.
• D – diâmetro da estaca.
• ν – coeficiente de Poisson.

O módulo secante do solo conforme Lambe & Whitman (1969), denotado por
𝐸𝑠 , é definido como a relação entre a variação do desvio da tensão normal e a
correspondente deformação axial, seguindo a equação a seguir:
61

FIGURA 2-32: INTERVALO TÍPICO DE VALORES DE ES PARA ALGUNS TIPOS DE SOLO

FONTE: Adaptado de (GOPAL et. RAO, 2000).

Broms (1964) propôs ábacos para a obtenção da capacidade de carga lateral


e deslocamento máximo de estacas longas e curtas, com restrição ou sem restrição
no topo. Estes ábacos estão representados a seguir:

FIGURA 2-33: RESISTÊNCIA LATERAL ÚLTIMA DO SOLO EM FUNÇÃO DA RAZÃO ENTRE O


COMPRIMENTO E O DIÂMETRO

FONTE: Adaptado de (BROMS, 1964).


62

FIGURA 2-34: MOMENTO FLETOR ÚLTIMO RESISTENTE EM FUNÇÃO DA RAZÃO ENTRE O


COMPRIMENTO E O DIÂMETRO

FONTE: Adaptado de (BROMS, 1964).

FIGURA 2-35: DEFLECÇÃO LATERAL EM SOLOS COESIVOS

FONTE: Adaptado de (BROMS, 1964).

2.6 MODELOS DE CÁLCULO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO


SUBMETIDAS À FLEXÃO

Para o cálculo da estrutura de concreto armado, foram considerados os critérios


e normativas da ABNT NBR 6118:2014 e as Notas de Aula de Estruturas de Concreto
armado (ARGENTA, 2021). Elementos submetidos a flexão, como vigas e pilaretes de
muros de arrimo devem ser dimensionados criteriosamente de acordo com a NBR
6118, levando em consideração as cargas atuantes, para o caso deste estudo, os
empuxos de solo obtidos por meio de ensaios de caracterização e resistência.
63

É importante compreender os domínios de deformação e ruptura de um


elemento fletido para garantir a segurança, bom desempenho em serviço e economia.
De acordo com Argenta (2021) os domínios de deformação, em consonância com a
NBR 6118:2014 são:

• No domínio 2:
− o concreto não chegou ao seu encurtamento limite (𝜀𝑐𝑢 ), possuindo uma certa
reserva de capacidade resistente;
− o aço chegou ao seu alongamento máximo (10‰), esgotando sua capacidade
resistente;
− a viga ao ser submetida a um carregamento superior ao de projeto apresentará
fissuração intensa devido ao alongamento excessivo da armadura e do concreto
adjacente.

• No domínio 3:
− o concreto chegou ao seu encurtamento limite (𝜀𝑐𝑢 ), esgotando sua capacidade
resistente;
− o aço tem seu alongamento entre 𝜀𝑦𝑑 e 10‰, possuindo ainda uma reserva em sua
capacidade resistente;
− a viga ao ser submetida a um carregamento superior ao de projeto apresentará certa
fissuração devido ao alongamento considerável da armadura e do concreto adjacente.

• No domínio 4:
− o concreto pode ultrapassar seu encurtamento limite (𝜀𝑐𝑢 ), tendo esgotando sua
capacidade resistente completamente;
− o aço tem seu alongamento entre0‰ e 𝜀𝑦𝑑 , possuindo uma grande reserva em sua
capacidade resistente;
− a viga ao ser submetida a um carregamento superior ao de projeto não apresentará
fissuração tão intensa devido ao pequeno alongamento da armadura e do concreto
adjacente.
64

FIGURA 2-36: DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO PARA ELEMENTOS DE CONCRETO ARMADO


SUBMETIDOS À FLEXÃO

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

Conforme a norma ABNT NBR 6118/2014, em relação aos Estados Limites


Últimos (ELU), além de assegurar uma segurança adequada, é essencial garantir uma
boa ductilidade. Isso visa assegurar que, em caso de eventual colapso, o processo
ocorra de maneira mais lenta e perceptível, alertando os usuários. A ductilidade em
vigas de concreto armado é assegurada ao manter a linha neutra dentro do domínio
3, com uma margem de segurança adequada em relação à reta 3-4. Se necessário,
adota-se a armadura de compressão.

0,450, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑡é 50 𝑀𝑃𝑎


𝛽𝑥,𝑙𝑖𝑚 = {
0,350, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑐𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑒 50 𝑀𝑃𝑎

A norma NBR 6118:2014 permite a simplificação da distribuição das tensões


de compressão no concreto do modelo parábola-retângulo, conforme ilustrado:
65

FIGURA 2-37: DISTRIBUIÇÃO SIMPLIFICADA DE TENSÕES NA REGIÃO DE CONCRETO


COMPRIMIDO

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

A partir da distribuição de esforços e das relações geométricas, adotam-se


relações adimensionais entre estas variáveis para o dimensionamento da seção de
concreto e sua respectiva armadura. Seguindo o roteiro de cálculo proposto por
Argenta (2021), as variáveis são:

𝑥 (23)
𝛽𝑥 = ≤ 𝛽𝑥,𝑙𝑖𝑚
𝑑

(24)
𝛽𝑦 = 𝜁𝑐 𝛽𝑥

𝑧 (25)
𝛽𝑧 = = 1 − 0,5𝜁𝑐 𝛽𝑥
𝑑
66

FIGURA 2-38: TABELA DE VARIÁVEIS ADMENSIONAIS PARA SEÇÃO DE CONCRETO DE


CLASSE I E AÇO CA-50

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

É necessário garantir uma taxa de armadura mínima na seção para evitar que
a estrutura tenha comportamento frágil na ruptura, esta é definida pela norma e
fornece o momento mínimo de cálculo pelas equações:

(26)
𝑀𝑠𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 0,8𝑊0 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝

Onde:
• W0 – módulo de resistência da seção transversal.
• Fctk,sup – resistência característica superior do concreto à tração

Semelhantemente, para garantir a ductilidade, a NBR 6118:2014 limita a taxa


máxima de armadura na seção, considerando tanto a armadura de tração quanto a
armadura de compressão, se necessário, ou armadura construtiva:

𝐴𝑠 (27)
𝜌𝑚𝑖𝑛 = ≥ 0,15%
𝐴𝑐

(𝐴𝑠 + 𝐴′𝑠 ) (28)


𝜌𝑚𝑎𝑥 = ≤ 4%
𝐴𝑐

Onde 𝐴𝑐 é a área total de concreto da seção transversal.


67

Considerando as disposições construtivas, Argenta (2021) em conformidade


com a NBR 6118:2014 especifica os espaçamentos máximos e mínimos entre barras,
e o efeito que estas possuem na altura útil da seção, como esquematizado a seguir:

FIGURA 2-39: ESPAÇAMENTO HORIZONTAL E VERTICAL DE BARRAS LONGITUDINAIS

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

2 𝑐𝑚
(29)
𝑎ℎ ≥ { Ø𝑙
1,2𝑑𝑚𝑎𝑥

2 𝑐𝑚
(30)
𝑎𝑣 ≥ { Ø𝑙
0,5𝑑𝑚𝑎𝑥

Onde:
• dmax – máximo diâmetro do agregado graúdo utilizado no concreto.
• Øl – diâmetro da barra longitudinal da armadura.
68

FIGURA 2-40: CENTRO DE GRAVIDADE DAS ARMADURAS NA SEÇÃO TRANSVERSAL

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

O centro geométrico das armaduras possui influência inversamente


proporcional ao braço de alavanca z do momento resistente da altura útil d, reduzindo
esta última. Para levar em consideração, utiliza-se as equações propostas por Argenta
(2021):

∑𝑛𝑖=1[𝐴Ø𝑖 (∑𝑖𝑗=1 𝑦Ø𝑗 )] (31)


𝑦𝑠 =
𝐴𝑠,𝑒𝑓

Por fim, a altura útil deve ser computada da forma:

(32)
𝑑 = ℎ − 𝑐𝑛𝑜𝑚. − Ø𝑡 − 0,5Ø𝑙 − 𝑦𝑠

Argenta (2021), propõe um modelo em formato de fluxograma para o processo


de dimensionamento da seção fletida de concreto armado. Esta metodologia visa
tornar mais didática a metodologia e permite melhor visualização dos processos e
critérios e será usado como base para o estudo do presente documento.
69

FIGURA 2-41: FLUXOGRAMA DE DIMENSIONAMENTO DE SEÇÕES FLETIDAS EM CONCRETO


ARMADO

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).


70

Conforma exposto por Argenta (2021), uma viga submetida à flexão simples
está sujeita a esforços provenientes de momentos fletores e forças cortantes. A
armadura, para satisfazer o equilíbrio interno da viga em relação aos momentos
fletores consiste na armadura longitudinal. No entanto, se faz necessário adotar um
procedimento de cálculo da resistência de vigas ao esforço cortante e a definição da
armadura transversal para 'costurar' as bielas de tração que ocorrem no interior da
viga fletida.
O comportamento real de elementos de concreto armado fletidos é algo
complexo e ainda não possui plena compreensão. Uma das teorias que se propõe a
abordar esse comportamento é a analogia de treliça de Mörch. Esta consiste em
assumir que os esforços de tração e compressão são resistidos por banzos fictícios
em forma de diagonais e montantes de tração e compressão.

FIGURA 2-42: TENSÕES NORMAIS PRINCIPAIS DE UMA SEÇÃO FLETIDA COM


CARREGAMENTO DISTRIBUÍDO

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

Ao decompor os elementos diferenciais da figura, é possível visualizar as


tensões de cisalhamento relacionadas às de compressão e tração.
71

FIGURA 2-43: TENSÕES PRINCIPAIS NOS ELEMENTOS 1 E 2 E SUA DECOMPOSIÇÃO EM XY

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

É possível observar que próximo aos apoios as fissuras inclinam-se a


aproximadamente 45°, em contrapartida, no meio do vão elas são verticais.

FIGURA 2-44: FISSURAS EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

Nestas regiões é necessário o uso de armaduras de tração, conforme esquema


na FIGURA 2-45:
72

FIGURA 2-45: ARMADURAS DE TRAÇÃO

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

A fim de simplificar sob o aspecto construtivo a montagem das armaduras de


cisalhamento, adotam-se barras (estribos) verticais, conforme FIGURA 2-46:

FIGURA 2-46: ARMADURAS DE CISALHAMENTO

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).

Para o dimensionamento dos estribos será adotado o fluxograma elaborado por


Argenta (2021), dispensando no presente documento o aprofundamento teórico pois
o cisalhamento dos elementos de concreto armado são de baixa magnitude, conforme
será exposto posteriormente, não sendo, pois este critério de grande importância no
escopo do estudo.
A Seguir, o fluxograma para dimensionamento de peças de concreto armado
submetidas ao cisalhamento:
73

FIGURA 2-47: FLUXOGRAMA DE DIMENSIONAMENTO DE ARMADURAS DE CISALHAMENTO


EM SEÇÕES FLETIDAS DE CONCRETO ARMADO

FONTE: Adaptado de (ARGENTA, 2021).


74

2.7 MODELOS DE CÁLCULO DE BLOCOS SOBRE ESTACAS

De acordo com Bastos (2020) e conforme a NBR 6118, 1 item 22.7: “Blocos
são estruturas de volume usadas para transmitir às estacas e aos tubulões as cargas
de fundação, podendo ser considerados rígidos ou flexíveis por critério análogo ao
definido para sapatas.”
O escopo deste documento irá limitar-se ao estudo de blocos sobre duas
estacas, metodologia proposta no estudo de caso e no projeto que será apresentado
posteriormente. Bastos (2020) afirma que no Brasil, os métodos predominantes para
calcular o dimensionamento de blocos sobre estacas são o "Método das Bielas"
(proposto por Blévot em 1967) e o Método CEB-70 (Comité Euro-International du
Béton – 1970). O Método das Bielas e o método CEB-70 são aplicados
exclusivamente para blocos rígidos. No caso de blocos flexíveis, aplicação de métodos
clássicos adequados para vigas ou lajes é utilizada.
O Método das Bielas propõe uma treliça como o modelo resistente no interior
do bloco. As forças que atuam nas “barras” comprimidas da treliça são resistidas pelo
concreto e os esforços de tração são resistidos pela armadura de aço.

FIGURA 2-48: BIELAS DE COMPRESSÃO EM UM BLOCO SOBRE DUAS ESTACAS

FONTE: Adaptado de (BASTOS, 2020).


75

FIGURA 2-49: ESQUEMA DE TRANSMISSÃO DE FORÇAS NO INTERIOR DE UM BLOCO SOBRE


DUAS ESTACAS

FONTE: Adaptado de (BASTOS, 2020).

Conforme Bastos (2020), as bielas comprimidas de concreto devem ter o


ângulo α, no intervalo 40° ≤ α ≤ 55° a fim de evitar a falha por punção. O ângulo α
pode ser calculado por:

𝑑
tan 𝛼 = 𝑒 𝑎 (33)
𝑝
2− 4

Desta forma é possível calcular a altura útil d para o intervalo ideal de α. Deve-
se atentar em garantir a altura necessária para a ancoragem da espera do pilar no
bolo, ou vice-versa. Este critério é verificado pela formulação:

𝑑 ≥ 𝑙𝑏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 , onde 𝑙𝑏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 é o comprimento de ancoragem da armadura do pilar.

A altura total do bloco é:

(34)
ℎ = 𝑑 = 𝑑′
76

5 𝑐𝑚
(35)
𝑑´ ≥ 0,5 {√𝜋
Ø
10 𝑒𝑠𝑡.

Procede-se para a verificação das bielas comprimidas conforme


equacionamento (BASTOS, 2020):

• No pilar:
𝑁𝑑 (36)
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 =
𝐴𝑝 ∙ sin² 𝛼

• Na estaca:
𝑁𝑑 (37)
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡. =
2𝐴𝑐 ∙ sin² 𝛼

Segundo o modelo de Blévot, as tensões atuantes devem ser inferiores às


resistentes segundo a expressão:

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙. < 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚,𝑝𝑖𝑙. (38)


𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡. < 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚,𝑒𝑠𝑡.

Onde:

(39)
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚,𝑝𝑖𝑙. = 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚,𝑒𝑠𝑡. = 1,4𝐾𝑅 𝑓𝑐𝑑

Para valores de 𝐾𝑅 variando entre 0,90 e 0,95 a fim de considerar a perda de


resistência devido ao efeito Rüsch.

Por fim, para o cálculo das armaduras, conforme Bastos (2020):

• Para a armadura principal:


1,15 ∙ 𝑁𝑑 (40)
𝐴𝑠 = (2𝑒 − 𝑎𝑝 )
8𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑑
77

• Para a armadura superior ou secundária:


(41)
𝐴𝑠,𝑠𝑢𝑝. = 0,2𝐴𝑠

• Para a armadura de cisalhamento (estribos):

𝐴𝑠𝑝 𝐴𝑠𝑤 (42)


( ) =( ) = 0,075𝐵
𝑠 𝑚𝑖𝑛 𝑠 𝑚𝑖𝑛

2.8 ENSAIOS LABORATORIAIS

2.8.1 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Segundo Vargas (1977) os grãos dos solos acham-se reunidos e em contato


entre si, deixando espaços vazios: os poros. Os poros são preenchidos por água ou
ar. A medida do tamanho relativo dos grãos que formam a fase sólida dos solos é a
granulometria, e para a análise granulométrica do solo é utilizado o simples método
do peneiramento (VARGAS, 1977).
O ensaio consiste em inserir a amostra de solo seca e destorroada em peneiras
com aberturas progressivamente menores (DAS, 2011). De acordo com a NBR 7181
(ABNT, 1984) o solo deve ser destorroado e separado em grãos passantes até a
peneira de 2,0mm para peneiramento fino, e entre a peneira de abertura de 2,0mm
até a de 0,075mm para peneiramento fino. Para o material passante pela peneira de
0,075mm deve ser realizado o ensaio de sedimentação.
Segundo Das (2011) ensaio de sedimentação é baseado no princípio da
sedimentação dos solos na água. Quando a amostra de solo é dispersa na água, os
grãos devem sedimentar em diferentes velocidades, sendo esta uma função do
formato dos grãos, viscosidade da água, tamanho e peso. Para simplificar, considera-
se que este fenômeno é regido pela lei de Stokes (DAS, 2011), segundo a qual:

𝜌𝑠 − 𝜌𝑤 (43)
𝜈= 𝐷²
18𝜂
78

Onde:
• ν - velocidade.
• ρs - massa específica das partículas de solo.
• ρw - massa específica da água.
• η - viscosidade da água.
• D - diâmetro das partículas do solo.

Considerando:

𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐿 (44)
𝜈= =
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡

(45)
ρs = Gs ∗ ρw

Sendo pw aproximadamente igual a 1g/cm³, obtém-se:

(30𝜂 − 𝜌𝑤) 𝐿 (46)


𝐷 =√ √
(𝐺𝑠 − 1) 𝑡

A NBR 7180 faz as seguintes considerações para cálculo:

1800𝜇 𝑧 (47)
𝑑 =√ √
𝜌𝑠 − 𝜌𝑚𝑑 𝑡

Onde:
• d é o diâmetro máximo das partículas, expresso em milímetros;
• μ é o coefciente de viscosidade do meio dispersor, à temperatura de ensaio,
em g x s/cm2;
• z é a altura de queda das partículas, com resolução de 0,1 cm,
correspondente à leitura do densímetro, expressa em centímetros segundo o
anexo A da referida norma.
• t é o tempo de sedimentação, expresso em segundos;
• ρs é a massa específca dos grãos do solo, determinada de acordo com o
Anexo B da ABNT NBR 6458:2016, expressa em gramas por centímetro
cúbico;
79

• ρmed é a massa específca do meio dispersor, à temperatura de ensaio,


expressa em gramas por centímetro cúbico;

FIGURA 2-50: VISCOSIDADE DA ÁGUA (VALORES EM 10-6 g × s/cm²)

FONTE: NBR 7181 (ABNT, 2018).

O densímetro é colocado na suspensão de solo por determinado período,


medido a partir do início da sedimentação, ele mede o peso específico ao redor do
bulbo a uma certa profundidade. O peso específico é uma função da quantidade de
partículas de solo presentes por volume de suspensão àquela profundidade. Os
densímetros são desenvolvidos para determinar a quantidade de solo, em gramas,
que ainda está em suspensão (DAS, 2011).
O resultado do ensaio é ilustrado pelo gráfico da imagem abaixo, ressalta-se a
descontinuidade que ocorre entre o peneiramento fino para o ensaio de sedimentação,
que se dá porque as partículas de solo possuem formato irregular (DAS, 2011).
80

FIGURA 2-51: ENSAIO DE PENEIRAMENTO

FONTE: (DAS, 2011).

2.8.2 ÍNDICES FÍSICOS

2.8.2.1 ÍNDICE DE PLASTICIDADE DO SOLO

Conhecer a granulometria dos solos é indispensável, mas para compor esses


resultados e poder inferir com maior propriedade sobre o comportamento do solo,
torna-se necessário saber outras inúmeras características do material, sendo uma
delas a plasticidade do solo, pois somente a distribuição granulométrica não
caracteriza bem o solo (PINTO, 2006). A plasticidade do solo está presente
fundamentalmente nos solos finos, onde, foi possível constatar que um material
argiloso por exemplo, comporta-se de diferentes formas ao variar seu teor de umidade.
Assim a plasticidade dos solos é função do teor de umidade (PINTO. 2006).
O estudo desses argilominerais é muito complexo, desse modo a engenharia
através de Atterberg resolveu aplicar uma solução indireta generalizando o
comportamento do solo na presença da água, e sendo padronizado por Arthur
Casagrande (PINTO, 2006).
81

Fisicamente, quando o solo tem um teor de umidade muito alto ele se comporta
como um fluído, se tem um teor de umidade muito baixo ele se comporta como um
sólido. Sendo assim, em uma base arbitrária e para diferentes teores de umidade o
solo pode ser dividido em quatro estados: sólido, semissólido, plástico e líquido (DAS,
2011).
Segundo Das (2011) quando atingido o teor de umidade em que o solo está na
iminência de passar do estado sólido ao estado semissólido, esse valor é o LC (limite
de contração). Com teor de umidade na iminência de passar do estado semissólido
para o estado plástico, este é o LP (limite de plasticidade). E quando o solo está
prestes a se tornar um fluído devido ao aumento do seu teor de umidade, este limite
é conhecido com o LL (limite de liquidez).

FIGURA 2-52: LIMITES DE CONSISTÊNCIA E COMPORTAMENTO TENSÃO X DEFORMAÇÃO EM


FUNÇÃO DESSES LIMITES

FONTE: (DAS, 2011).

2.8.2.2 ÍNDICE DE PLASTICIDADE DO SOLO

Pode-se obter o Limite de Liquidez ao menos de duas formas: pelo ensaio


popularmente conhecido como Casagrande ou através do cone de penetração, que é
mais popular na Ásia e na Europa, segundo Das (2011).
O ensaio de Arthur Casagrande é regido pela NBR 6459. O aparelho e sua
execução são operacionalmente simples. O aparelho é composto por uma concha de
latão e uma base de borracha rígida. A concha de latão é golpeada contra a base
82

através de um excêntrico acionado pela manivela (DAS, 2011). O solo é inserido na


concha de modo a preencher os 2/3 inferiores da concha e ter espessura de 10mm,
posteriormente é realizada uma ranhura padronizada com o cinzel, como mostra a
imagem a seguir:

FIGURA 2-53: AMOSTRA PREPARADA PARA O ENSAIO

FONTE: (AUTORES, 2023).

O ensaio é realizado para diferentes teores de umidade girando a manivela à


razão de 2 voltas por segundo. Deve-se obter 5 valores de modo a contemplar um
intervalo entre 15 e 35 números de golpes para fechar um comprimento ao longo das
bordas inferiores de 13mm aproximadamente, como preconizado na NBR 6459
(ABNT, 2016). O teor de umidade o qual fechou o comprimento de 13mm com 25
golpes é definido como Limite de Liquidez, entretanto é relativamente difícil chegar a
essa condição exatamente, por isso deve ser realizar o ensaio obtendo-se 5 pontos
com teor de umidade distintos, definindo a Curva de Fluidez (DAS, 2011).
83

FIGURA 2-54: GRÁFICO DA RETA DE FLUIDEZ

FONTE: (DAS, 2011).

2.8.2.3 LIMITE DE PLASTICIDADE

O limite de plasticidade é a umidade em que a água livre passa a existir numa


quantidade maior do que aquela necessária para satisfazer a adsorção do solo. Ou
ainda, o teor de umidade limite para o qual o solo estando abaixo deste, perde a
plasticidade, isto é, deforma-se, com mudança de volume e trincamento (MASSAD,
2016).
O teste do limite de plasticidade é relativamente simples e realizado enrolando-
se repetidamente uma massa de solo de formato elipsoidal com as mãos sobre uma
placa de vidro (DAS, 2011). Os procedimentos para o teste do limite de plasticidade
são dados pela norma ABNT 7180.
84

FIGURA 2-55: SOLO MODELADO NO FORMATO ELIPSOIDAL PRECONIZADO PELA NORMA


ABNT NBR 7180:2016

FONTE: (AUTORES, 2023).

Segundo a NBR 7180 (ABNT, 2016) o ensaio é realizado com o objetivo de


moldar 10g de solo homogeneizada, pressionando-a de maneira a adquirir um formato
elipsoidal. com 3mm de diâmetro e 100mm de comprimento, tal que, atingidas essas
considerações, deve-se obter o teor de umidade da amostra. Obtém-se ao menos 3
valores de umidade, de tal modo que nenhum deles difira em mais de 5% da média.

2.8.2.4 ÍNDICE DE PLASTICIDADE

Atterberg definiu como como Índice de Plasticidade (IP) a diferença entre o


Limite de Liquidez e o Limite de Plasticidade (VARGAS, 1977). Esse índice nos
permite classificar o solo quanto a sua plasticidade (FIGURA 2-56). O IP nos permite
avaliar o quanto o teor de umidade do solo pode variar, sem ou para que haja mudança
em seu estado plástico.
85

FIGURA 2-56: CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PLASTICIDADE DO SOLO

FONTE: (DAS, 2011).

2.8.3 ENSAIO DE CISALHAMENTO DO SOLO E OBTENÇÃO DE PARÂMETROS


DE RESISTÊNCIA

2.8.3.1 ÂNGULO DE ATRITO E INTERCEPTO COESIVO

O solo como o concreto é um material que resiste majoritariamente a


compressão e oferece pouca resistência aos esforços de tração e cisalhamento.
Sendo assim a maioria das rupturas com que nos deparamos na engenharia
geotécnica são oriundas de esforços cisalhantes. De modo peculiar dentro da
engenharia o solo é um material trifásico, composto por uma parcela sólida (grãos),
uma parcela líquida (água) e outra gasosa (ar) (DAS, 2011). Sua ruptura devido aos
esforços cisalhantes ocorre fundamentalmente pelo deslocamento relativo dos grãos.
A zona em que ocorre esse deslocamento relativo entre os grãos é chamada cunha
de ruptura. Logo, importa garantir tensões no solo que sejam suficientemente
resistente a tendência de cisalhamento.
As rupturas ocorrem basicamente devido a uma carga aplicada verticalmente,
que vai gerar um valor máximo de tensão cisalhante que terá a tendência de provocar
o deslocamento relativo entre os grãos. Assim, torna-se importante saber qual é o
valor de resistência ao cisalhamento máximo do solo, para que a tensão de
cisalhamento solicitada não seja maior que a tensão cisalhante suportada. A
resistência ao cisalhamento do solo apresenta dois componentes, a coesão e o atrito
(DAS, 2011).
86

Fundamentalmente a parcela de resistência ao cisalhamento conferida pelo


atrito é justificada através da física básica, onde a tensão de cisalhamento é
diretamente proporcional ao esforço normal aplicado àquele solo. Essa relação pode
ficar mais complexa quando temos esforços normais relativamente grandes em áreas
pequenas e que leve o material ao escoamento, assim surgem também ligações entre
as partículas que devem ser consideradas, Terzaghi (1943) explicou isso. Também se
considera o desencaixe e o rolamento entre uma partícula e outra.
Para coesão, sua parcela de resistência ao cisalhamento independe do esforço
normal aplicado. Ela está ligada principalmente a atração química que ocorre entre as
partículas, em especial nas argilas, devido a água adsorvida que implicam na atração
iônica das partículas, ocorrem também devido a ações de cimentação (FRANCO,
2016), pela formação de óxidos de ferro e alumínio por exemplo. As tensões
superficiais geradas pelos meniscos capilares também cooperam, gerando então a
coesão aparente (PINTO, 2006), que devido a sucção matricial confere uma coesão
ao solo que depende do seu grau de saturação, de modo que uma vez saturado, essa
coesão não colabora mais para resistir ao cisalhamento. As tensões residuais das
rochas de origem, que decrescem com o intemperismo seu, também se somam com
as demais parcelas podendo conferir maior coesão ao solo.
A mecânica dos sólidos e a mecânica dos fluídos são justificadas pela mecânica
dos contínuos. Como já abordado anteriormente, o solo é um material trifásico. De tal
modo que a mecânica que explica seu comportamento na realidade é a do
descontínuo. Para esse trabalho a consideração realizada é de que o solo é um
material contínuo e deformável.

AQUI SERIA IDEAL COLOCAR UMA IMAGEM DO CISALHAMENTO DIRETO,


DO APARATO ETC
87

3 METODOLOGIA

A proposta deste trabalho consiste em avaliar, propor soluções em


forma de projetos e estudar diferentes aspectos de viabilidade em quesitos
como economia, desempenho estrutural, complexidade de execução e
demais fatores que são inerentes ao desenvolvimento de soluções de
engenharia e tomadas de decisões.
O caso objeto deste estudo consiste em um talude escavado em
propriedade privada na região de Campo Largo, região metropolitana de
Curitiba/PR. O talude possui aproximadamente 4,50 m de altura por 15,00
m de comprimento em solo silto-argiloso. Conforme informações fornecidas
pela Defesa Civil e pelos moradores do lote, após períodos de chuvas,
houve desmoronamentos da crista do talude.
A situação possui certa complexidade devido ao fato de o talude em
questão ser “elemento divisório” entre dois lotes, um superior onde está
edificada uma residência há poucos metros da crista, situação de risco; e
outro abaixo que se encontra vago, mas há interesse da parte do
proprietário em edificar uma residência, interesse este que se torna inviável
devido ao risco de desmoronamentos futuros.
Foi contratada uma empresa de engenharia e sondagem por parte
do proprietário do lote inferior – doravante lote B – para execução de uma
estrutura de contenção em alvenaria e concreto armado. Com base nestes
documentos, os autores se propuseram em avaliá-los e desenvolver
soluções otimizadas e alternativas mais economicamente viáveis.

Abaixo, segue relatório fotográfico do local:

R. Sergipe, 61 – Jardim Boa Vista, Campo Largo/PR.


Coordenadas UTM 27°27’42”S 49°24’02”W
88

FIGURA 3-1: LOCALIZAÇÃO DOS LOTES

FONTE: (AUTORES, 2023).

FIGURA 3-2: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 01

FONTE: (AUTORES, 2023).


89

FIGURA 3-3: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 02

FONTE: (AUTORES, 2023).


90

FIGURA 3-4: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 03

FONTE: (AUTORES, 2023).


91

FIGURA 3-5: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 04

FONTE: (AUTORES, 2023).


92

FIGURA 3-6: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Nº 05

FONTE: (AUTORES, 2023).

No dia 10 de novembro de 2022 foi realizada por uma empresa de


sondagem (preservaremos a identidade da entidade e doravante será
referida como EMPRESA DE SONDAGEM), um relatório de sondagem a
percussão – Standart Penetration Test – em conformidade com a norma
brasileira ABNT NBR 6484/2020: “Solo – Sondagens de simples
reconhecimento com SPT-Método de ensaio”. Os resultados da sondagem
e relatório seguem abaixo:
93

FIGURA 3-7: RELATÓRIO FOTOGRÁFICO DE SONDAGEM

FONTE: Adaptado de (EMPRESA DE SONDAGEM, 2023).


94

FIGURA 3-8: LOCAÇÃO DOS PONTOS DE SONDAGEM

FONTE: Adaptado de (EMPRESA DE SONDAGEM, 2023).


95

FIGURA 3-9: PERFIL DE SPT Nº 01

FONTE: Adaptado de (EMPRESA DE SONDAGEM, 2023).


96

FIGURA 3-10: PERFIL DE SPT Nº 02

FONTE: Adaptado de (EMPRESA DE SONDAGEM, 2023).

Com base nestes relatórios, foi realizado um projeto estrutural por uma empresa
que, por motivos de confidencialidade, será referida como EMPRESA ESTRUTURAL.

O estudo consiste em uma solução em foram de pórtico em concreto armado,


com fechamento em alvenaria e fundações em blocos sobre estacas. O projeto
detalhado será adotado como base para os estudos desenvolvidos neste trabalho.

Abaixo, imagem do detalhamento (projeto completo estará anexo ao final do


documento).
97

FIGURA 3-11: DETALHAMENTO DO MURO DE ARRIMO

FONTE: Adaptado de (EMPRESA DE ESTRUTURAL, 2023).

Conforme informações obtidas pelo técnico da Defesa Civil de Campo


Largo, o cliente informou que o custo estimado de execução segundo o orçamento
da empresa contratada estaria em torno de R$ 100.000,00 (considerando o
primeiro semestre de 2023). Isto posto, os autores propuseram inicialmente estimar
os parâmetros mais relevantes para o dimensionamento da estrutura de contenção,
a saber, peso específico natural γ, ângulo de atrito φ e coesão c.

Com estes dados iniciais é possível avaliar o desempenho do projeto


fornecido frente aos parâmetros de referência na literatura técnica. Por fim, a coleta
de amostras para caracterização geotécnica e obtenção dos parâmetros de
resistência a fim de garantir dados consistentes com a situação in situ e conjugá-
los com uma nova proposta estrutural que seja mais proveitosa no ponto de vista
estrutural, geotécnica, social e econômica consiste na metodologia deste trabalho.
98

COLETA DE
OBTENÇÃO DO PROJETO RETROANÁLISE E AMOSTRAS E
E DA ESTIMATIVA DE ENSAIOS DE
DEMANDA/NECESSIDADE PARÂMETROS CARACTERIZAÇÃO E
RESISTÊNCIA

PROPOSTA DE
SOLUÇÃO APRESENTAÇÃO
ESTRUTURAL E DOS RESULTADOS
DIMENSIONAMENTO

Com base na norma brasileira ABNT NBR 6118/2014: “Projeto de estruturas de


concreto – Procedimento”, foi realizada retro análise estrutural para obter os esforços
solicitantes devido ao empuxo do solo.
Pelo modelo estrutural adotado, sabe-se que os pilares serão os elementos
principais na transmissão dos esforços ao solo, atuando como barras engastadas em
sua base e livres no topo. O modelo de pórtico plano modelado no software FTOOL
pode ser visto na imagem abaixo:

COLOCAR IMAGENS

3.1 RETROANÁLISE

Considerando que os pilares transmitem as cargas para a fundação e com base


no projeto fornecido, é possível estimar o peso específico γ do solo. Foram adotados
os seguintes parâmetros médios característicos para estruturas de concreto armado
usuais e com base no projeto detalhado fornecido na FIGURA 3-11.

𝜂𝑐 = 0,85;
𝜁𝑐 = 0,8;
𝑓𝑐𝑑 = 1,786 𝑘𝑁/𝑐𝑚2 (𝑓𝑐𝑘 25𝑀𝑃𝑎);
𝑓𝑦𝑑 = 43,478 𝑘𝑁/𝑐𝑚2 (𝑎ç𝑜 𝐶𝐴 − 50);
99

𝐸𝑠 = 21000 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
bw = 25 cm;
h = 45 𝑐𝑚;
ys = 1,95 𝑐𝑚;
d = 39,12 𝑐𝑚;
d’ = 3,755𝑐𝑚;
As,ef = 16,085 𝑐𝑚2 (8 Ø 16𝑚𝑚);
A’s,ef = 3,682 𝑐𝑚2 (3 Ø 12,5𝑚𝑚);
𝛽s = 𝛽’s = 1 (adotado);

3.1.1 CÁLCULO DO MOMENTO MÁXIMO RESISTIDO PELA SEÇÃO

𝑓𝑦𝑑
𝛽𝑥 = (𝐴 𝛽 − 𝐴′𝑠,𝑒𝑓 𝛽′𝑠 ) = 0,454
𝜂𝑐 𝜁𝑐 𝛽𝑠 𝑏𝑤 𝑓𝑐𝑑 𝑑 𝑠,𝑒𝑓 𝑠

O parâmetro βx excede o limite da norma ABNT NBR 6118/2014 de 0,45.


O momento resistido é dado por:

𝑀𝑟𝑑𝑤 = 𝜂𝑐𝜁𝑐𝛽𝑥𝑏𝑤𝑑2𝑓𝑐𝑑(1 − 0,5𝜁𝑐𝛽𝑥) = 172,643 𝑘𝑁𝑚

Adotando: 𝑀𝑟𝑑𝑤 = 𝑀𝑠𝑑.


O momento solicitante de cálculo Msd = 172,643 kNm
Momento solicitante característico:

𝑀𝑠𝑑
𝑀𝑠𝑘 = = 123,316 𝑘𝑁𝑚
𝛾𝑐

O momento atuante na seção pode ser escrito como:

𝐸𝑎 ∗ ℎ ∗ 𝑏 (𝐾𝑎 ∗ 𝛾ℎ2 − 2𝑐√𝐾𝑎) ∗ ℎ ∗ 𝑏


𝑀𝑠𝑘 = =
3 6

Por meio da equação da altura crítica e para um intervalo de valores de Ka


característico, é possível obter valores e avaliá-los com valores de literatura.
100

4𝑐
𝑍𝑐𝑟 =
𝛾√𝐾𝑎

COLOCAR O SISTEMA DE EQUAÇÕES

Considerando a altura de 4,50 m, por meio de cálculos iterativos, obtém-se:

FIGURA 3-12: ITERAÇÕES DO SISTEMA DE EQUAÇÕES

FONTE: (AUTORES, 2023).

É possível observar pelos valores obtidos na retroanálise que foi adotada a


consideração de que o solo não possui coesão. Isto devido ao peso específico de
101

solos em geral estar em torno de 12 a 23 kN/m³ conforme (Murthy,2002) e Joppert


(2007).

FIGURA 3-13: POROSIDADE, ÍNDIECE DE VAZIOS, TEOR DE UMIDADE E PESO ESPECÍFICO


NATURAL DE ALGUNS TIPOS DE SOLO

FONTE: Adaptado de (MURTHY, 2002).


102

FIGURA 3-14: PARÂMETROS MÉDIOS DO SOLO

FONTE: Adaptado de (JOPPERT, 2007).

Com estas considerações iniciais, foram realizados ensaios de caracterização


geotécnica e de resistência ao cisalhamento com o objetivo de obter maior fidelidade
as condições de campo e realizar uma otimização no projeto estrutural proposto com
o intuito de torná-lo mais viável economicamente e estruturalmente mais eficiente.

3.2 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA

3.2.1 ENSAIO DE PENEIRAMENTO E SEDIMENTAÇÃO

Os ensaios para obtenção da curva granulométrica do solo foram realizados


com base na ABNT:2018 NBR 7181.
Após a secagem do material e destorroamento, foi realizado o peneiramento
grosso que contempla o intervalo de formato dos grãos com dimensões de 2,0 mm
até 50mm. Posteriormente foi realizado o peneiramento fino, considerando o material
103

passante pela peneira de 2,0 mm até a peneira de 0,075 mm. Para ambas as faixas
granulométricas foram obtidas as umidades higroscópicas.
Então foi realizado o ensaio de sedimentação. Inicialmente o material passante
pela peneira de 0,075 mm foi inserido no béquer juntamente com defloculante, agitado
de modo que todo o material foi imerso e mantido em repouso por 24h. Posteriormente
o material esteve no dispersor por 15min. Por fim o material foi inserido na proveta,
adicionado água até que atingido o traço de 1000 cm³, agitado por 1min e então dado
início a sedimentação, sendo tomadas as leituras de densidade e temperatura para
os tempos de 0,5min, 1min, 2min, 4min, 8min, 15min, 30min, 1h, 2h, 4h, 8h e 24h.

FIGURA 3-15: ENSAIOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA CURVA GRANULOMÉTRICA

FONTE: (AUTORES, 2023).


104

FIGURA 3-16: CURVA GRANULOMÉTRICA DO SOLO

FONTE: (AUTORES, 2023).

3.2.2 ENSAIO DE MASSA ESPECÍFICA

3.2.3 PLASTICIDADE DO SOLO

Os solos arenosos são perfeitamente identificáveis através de sua curva


granulométrica, de tal modo que para uma mesma granulometria o comportamento
destes solos é relativamente semelhante. Entretanto, quando se trata dos solos finos,
o conhecimento somente da curva granulométrica não é o suficiente para conhecer
seu comportamento na prática (VARGAS, 1977). Os limites de liquidez e de
plasticidade nos permitem saber o quão plástico é um solo, complementando os
resultados da curva granulométrica.
Os ensaios de limite de liquidez e de plasticidade foram realizados seguindo as
determinações da NBR 6459 (ABNT:2017) e NBR 7180 (ABNT:2016),
respectivamente, sendo realizada a secagem prévia das amostras, por forma a obter
o índice de plasticidade do solo e classificá-lo.
Para o limite de liquidez foram realizados vários ensaios de maneira a obter
diferentes teores de umidade, considerando para a obtenção da curva de fluidez as
amostras com número de golpes entre 11 e 35. De modo particular, uma das amostras
105

atingiu o número de golpes igual a 25 para fechar a parte inferior da ranhura com
comprimento de 13 mm, e quando ajustada a reta de fluidez, confirmou-se o valor do
teor de umidade para o número de golpes de 25 como obtido para a amostra em
específico. Como demonstrado no gráfico a seguir, o limite de liquidez do solo é de
38%.

FIGURA 3-17: CURVA DE FLUIDEZ DO ENSAIO REALIZADO

FONTE: (AUTORES, 2023).

O ensaio de limite de plasticidade foi realizado de acordo com a NBR 7180, de


tal sorte que foram moldados e considerados para cálculo do limite os de formato
elipsoidal com 3 mm de diâmetro e 100 mm de comprimento sem que houvesse a
ruptura destes, como mostram as figuras:
106

FIGURA 3-18: ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE

FONTE: (AUTORES, 2023).

Calculados os limites de liquidez e de plasticidade foi possível determinar,


através da subtração dos limites, o índice de plasticidade do solo e classificá-lo quanto
a sua plasticidade:
𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 = 5

Segundo a FIGURA 2-56 o solo é ligeiramente plástico.

3.2.4 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO

O ensaio de cisalhamento direto foi realizado no LaME (Laboratório de


Materiais e Estruturas) no laboratório G1. Regido pela norma técnica americana ASTM
D-3080 - 03. A amostra indeformada submetida ao ensaio foi retirada do corte
realizado no terreno estudado, garantindo assim representatividade da realidade para
os dados obtidos.

COLOCAR AS FOTOS DO ENSAIO


107

Os ensaios foram realizados para as tensões normais de 30 kPa, 60 kPa e 100


kPa, com velocidade de 0,07 mm/min por forma a não gerar poropressão, com o solo
na condição inundada. Os gráficos gerados de tensão tangencial (kPa) x
deslocamento horizontal (mm) e deslocamento horizontal (mm) x deslocamento
vertical (mm) são mostrados a seguir:

FIGURA 3-19: GRÁFICO TENSÃO CISALHANTE X DESLOCAMENTO HORIZONTAL

FONTE: (AUTORES, 2023).


108

FIGURA 3-20: GRÁFICO DESLOCAMENTO VERTICAL X DESLOCAMENTO HORIZONTAL

FONTE: (AUTORES, 2023).

Por fim, obtemos o seguinte resultado para a reta de Coulomb:

FIGURA 3-21: RESISTÊNCIA DE PICO – RETA DE COULOMB

FONTE: (AUTORES, 2023).


109

De tal modo que a coesão efetiva do solo é de 13,38 kPa e o ângulo de atrito
interno efetivo de 20,25°.

3.3 MODELO E PROPOSTA ESTRUTURAL

Realizados os ensaios de caracterização e obtidos os parâmetros de


resistência e propriedades do solo, foi proposta uma nova solução estrutural que
pudesse reduzir os momentos fletores nos pilares e consequentemente na fundação.
A proposta é conjugar um muro à flexão com um tirante ancorado no solo, este
último engastado em uma estaca de pequeno porte no interior do talude. Esta solução
visa manter a simplicidade construtiva, mantendo a estrutura de pórtico em concreto
armado e fechamento em alvenaria, estacas escavadas a trado e uma estrutura
ancorada de relativa simplicidade executiva.

FIGURA 3-22: CORTE ESQUEMÁTICO DA SOLUÇÃO PROPOSTA

FONTE: (AUTORES, 2023).


110

3.3.1 DIMENSIONAMENTO DOS PILARES

Realizados os ensaios de caracterização e obtidos os parâmetros de


resistência e propriedades do solo, foi proposta uma nova solução estrutural que
pudesse reduzir os momentos fletores nos pilares e consequentemente na fundação.
A proposta é conjugar um muro à flexão com um tirante ancorado no solo, este
último engastado em uma estaca de pequeno porte no interior do talude. Esta solução
visa manter a simplicidade construtiva, mantendo a estrutura de pórtico em concreto
armado e fechamento em alvenaria, estacas escavadas a trado e uma estrutura
ancorada de relativa simplicidade executiva.

3.3.2 CARREGAMENTO ATUANTE NOS PILARES

Foi adotada a consideração de uma área de influência longitudinalmente ao


muro de 1,00 m para cada lado dos pilares, totalizando 2,00 a fim de obter o empuxo
linearmente distribuído ao longo do comprimento do pilar.
Considerando os parâmetros obtidos conforme exposto na SEÇÂO XX:

𝛾𝑠𝑎𝑡
𝑐 ′ = 13,38 𝑘𝑃𝑎
𝜑 ′ = 20,25°

O carregamento foi computado sendo:

𝑞 = 𝜎′𝑣 ⋅ 𝑏
𝑞 = (𝐾𝑎 ⋅ 𝛾ℎ − 2𝑐√𝐾𝑎) ⋅ 𝑏
𝜙
𝐾𝑎 = tan2 (45 − )
2
𝐾𝑎 = 0,4858
𝑞 = (0,4858 × 19,11 × 4,5 − 2 × 13,38 × √0,4858) = 46,249 𝑘𝑁/𝑚
111

3.4 SELEÇÃO

FIGURA 3-23: FLUXOGRAMA DE ETAPAS DE SELEÇÃO

REMOÇÃO DE
REMOÇÃO DE
BASE DE DADOS ESTUDOS
ESTUDOS RSL E
INICIAL DUPLICADOS/SEM
ESTRANGEIROS
ACESSO

FILTRAGEM DE AVALIAÇÃO DOS LEITURA INTEGRAL


ESTUDOS DE CASO ESTUDOS DOS ESTUDOS

FONTE: O AUTOR (2023).

3.4.1 BASE DE DADOS INICIAL

QUADRO 3-1: BASE DE DADOS INICIAL

Ano ESTUDOS ENCONTRADOS


2020 36

2021 57

2022 61

Total 154

FONTE: O AUTOR (2023).

QUADRO 3-2: OPERADOR DE PESQUISA

DATABASE STRING DE BUSCA RESULTADOS


Google Scholar allintitle: “Lean Construction” OR “Construção Enxuta” 154

FONTE: O AUTOR (2023).

3.4.2 REMOÇÃO DE ESTUDOS DUPLICADOS E SEM ACESSO

QUADRO 3-3: REMOÇÃO DE DUPLICADOS E SEM ACESSO

Ano ESTUDOS
2020 33
112

2021 47

2022 54

Total 134

FONTE: O AUTOR (2023).

3.4.3 REMOÇÃO DE ESTUDOS RSL E ESTRANGEIROS

QUADRO 3-4: REMOÇÃO DE RSL E ESTRANGEIROS

Ano ESTUDOS
2020 16

2021 37

2022 40

Total 93

FONTE: O AUTOR (2023).

3.4.4 FILTRAGEM DE ESTUDOS DE CASO

QUADRO 3-5: ESTUDOS DE CASO ENCONTRADOS

Ano ESTUDOS
2020 13

2021 37

2022 35

Total 85

FONTE: O AUTOR (2023).

3.4.5 AVALIAÇÃO DOS ESTUDOS

TABELA 3-1: CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO

Critério para Avaliação


Nota Qualidade do Estudo
Alta Estudo aparenta apresentar ferramentas ou métodos
Média Estudo não deixa explicito se apresenta ferramentas ou métodos
Baixa Estudo aparenta não apresentar ferramentas ou métodos

FONTE: O AUTOR (2023).


113

TABELA 3-2: CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DOS AUTORES

Consolidação das Avaliações


Avaliação dos Autores Avaliação do estudo
Alta Alta Alta Alta
Alta Alta Média Alta
Alta Alta Baixa Média
Alta Média Média Média
Alta Baixa Alta Média
Alta Baixa Média Baixa
Alta Baixa Baixa Baixa

FONTE: O AUTOR (2023).

3.4.6 LEITURA INTEGRAL DOS ESTUDOS

QUADRO 3-6: LEITURA SISTEMATICA DOS ESTUDOS

Ano ESTUDOS
2020 7
2021 19
2022 18
Total 44

FONTE: O AUTOR (2023).

3.5 ANÁLISE

QUADRO 3-7: BASE DE DADOS FINAL

Ano ESTUDOS
2020 5
2021 5
2022 9
Total 19

FONTE: O AUTOR (2023).

No GRÁFICO 3-1 são apresentadas, de maneira resumida, as etapas


constituintes dos processos de seleção de estudos.
114

GRÁFICO 3-1: BASE DE DADOS FINAL

Metodologia
180

160 154

140 134

120

100 93
85
80

60
44
40
19
20

0
BASE DE DADOS REMOÇÃO DE REMOÇÃO DE RSL E FILTRAGEM DE LEITURA INTEGRAL DOS ANÁLISE
INICIAL DUPLICADOS E SEM ESTRANGEIROS ESTUDOS DE CASO ESTUDOS
ACESSO

FONTE: O AUTOR (2023).

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

QUADRO 4-1: AUTORES E PRÁTICAS LEAN CONSTRUCTION

N° AUTORES PRÁTICAS LEAN CONSTRUCTION

1 BASTOS et al. (2022) Relatório A3

Linha de Balanço
2 SANTANA et al. (2022)
Relatório A3
115

3 LIMA et al. (2022) Kanban

5S
Kaizen
4 MARTINS et al. (2022) Kanban
Last Planner System
Linha de Balanço

5S
Kaizen
5 SILVA et al. (2022)
Kanban
Linha de Balanço

Kanban
6 ANDRADE (2022)
Last Planner System

7 ALVES (2022) Linha de Balanço


116

5S
8 CASTEDO (2022) Last Planner System
Nível Geral de Atividades

Kanban
9 MIRANDA (2022)
Linha de Balanço

Andon
10 ALMEIDA e SILVA (2021) Kanban
Linha de Balanço

Kanban
11 JUNIOR et al. (2021)
Andon

Kanban
12 AMORIM et al. (2021) Last Planner System
Linha de Balanço
117

5S
Andon
Kaizen
13 SANTOS (2021) Kanban
Last Planner System
Linha de Balanço
Mapeamento de Fluxo de Valor

Last Planner System


14 VIEIRA (2021)
Linha de Balanço

Kanban
15 LUCENA (2020)
Kaizen

Linha de Balanço
16 GREGOLIS (2020) Last Planner System
Mapeamento do Fluxo de Valor

5S
Last Planner System
17 CONTRERAS (2020)
Linha de Balanço
Nível Geral de Atividades
118

Linha de Balanço
18 MOELLER (2020)
Last Planner System

Andon
19 MORAIS et al. (2020) Kanban
Linha de Balanço

FONTE: O AUTOR (2023).

4.1 RESULTADOS OBTIDOS

QUADRO 4-2: FERRAMENTAS MENCIONADAS POR AUTORES EM TERMOS ABSOLUTOS

PRÁTICAS E
CITAÇÕES AUTORES
FERRAMENTAS
SANTANA et al. (2022), MARTINS et al. (2022), SILVA et al. (2022),
ALVES (2022), MIRANDA (2022), ALMEIDA e SILVA (2021), AMORIM
Linha de Balanço 13
et al. (2021), SANTOS (2021), VIEIRA (2021), GREGOLIS (2020),
CONTRERAS (2020), MOELLER (2020) e MORAIS et al. (2020)

LIMA et al. (2022), MARTINS et al. (2022), SILVA et al. (2022),


ANDRADE (2022), MIRANDA (2022), ALMEIDA e SILVA (2021),
Kanban 11
JUNIOR et al. (2021), AMORIM et al. (2021), SANTOS (2021),
LUCENA (2020) e MORAIS et al. (2020)

MARTINS et al. (2022), ANDRADE (2022), CASTEDO (2022), AMORIM


Last Planner System 9 et al. (2021), SANTOS (2021), VIEIRA (2021), GREGOLIS (2020),
CONTRERAS (2020) e MOELLER (2020)

MARTINS et al. (2022), SILVA et al. (2022), CASTEDO (2022),


5S 5
SANTOS (2021) e CONTRERAS (2020)
119

MARTINS et al. (2022), SILVA et al. (2022), SANTOS (2021)


Kaizen 4
e LUCENA (2020)

ALMEIDA e SILVA (2021), JUNIOR et al. (2021), SANTOS (2021) e


Andon 4
MORAIS et al. (2020)

Relatório A3 2 BASTOS et al. (2022) e SANTANA et al. (2022)

NGA 2 CASTEDO (2022) e CONTRERAS (2020)

MFV 2 SANTOS (2021) e GREGOLIS (2020)

FONTE: O AUTOR (2023).


120

GRÁFICO 4-1: FERRAMENTAS MENCIONADAS POR AUTORES EM TERMOS PERCENTUAIS

CITAÇÕES

MFV
NGA 4%
4%
Relatório A3
4%
Linha de Balanço
25%
Andon
8%

Kaizen
8%

5S
9%

Kanban
21%

Last Planner
17%

Linha de Balanço Kanban Last Planner 5S Kaizen Andon Relatório A3 MFV

FONTE: O AUTOR (2023).


121

GRÁFICO 4-2: QUANTIDADE DE PUBLICAÇÕES SOBRE LEAN CONSTRUCTION NOS ANOS DE


2020, 2021 E 2022

PUBLICAÇÕES LEAN CONSTRUCTION/CONSTRUÇÃO ENXUTA


60
54

50 47

40
33

30

20

10

0
2020 2021 2022

FONTE: O AUTOR (2023).


122

GRÁFICO 4-3: NÚMERO DE PUBLICAÇÕES POR REPOSITÓRIO

RESEARCH, SOCIETY AND DEVELOPMENT (RSD) 1

UNIVATES 1

Poli-Integra - USP 1

SISTEMA DE BIBLIOTECAS UFCG 1

Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção (SIBRAGEC) 1


Origem da Publicação

Revista de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis 1

Repositório Institucional AEE 1

Repositório Instituto Federal Goiano 1

Revista de Engenharia e Tecnologia - UEPG 1

Revista Gestão e Secretariado 1

Repositório Institucional UFSC 2

Repositório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT) 2

Repositório Universitário da Ânima (RUNA) 5


Quantidade
0 1 2 3 4 5 6

FONTE: O AUTOR (2023).

4.1.1 FERRAMENTA LINHA DE BALANÇO

FIGURA 4-1: BASE LINE – LINHA DE BALANÇO


123

FONTE: (ALMEIDA e SILVA, 2021).

FIGURA 4-2: CRONOGRAMA DA OBRA TOTAL

FONTE: (CONTRERAS, 2020).

FIGURA 4-3: FERRAMENTA LINHA DE BALANÇO

FONTE: (MORAIS et al., 2020).


124

4.1.2 FERRAMENTA KANBAN

FIGURA 4-4: KANBAN DE EQUIPAMENTOS

FONTE: (SILVA et al., 2022).

FIGURA 4-5: PLACA DE IDENTIFICAÇÃO (LOUÇAS)

FONTE: (ANDRADE, 2022).


125

FIGURA 4-6: QUADRO KANBAN

FONTE: (ALMEIDA e SILVA, 2021).

FIGURA 4-7: QUADRO DE CARTÕES KANBAN

FONTE: SANTOS (2021).


126

FIGURA 4-8: QUADRO DE GESTÃO À VISTA KANBAN

FONTE: (LUCENA, 2020).

4.1.3 FERRAMENTA LAST PLANNER SYSTEM

FIGURA 4-9: HEJUNKA BOX ADAPTADO

FONTE: (ANDRADE, 2022).


127

FIGURA 4-10: IMÃS PARA O QUADRO

FONTE: (ANDRADE, 2022).

FIGURA 4-11: POST-IT LAST PLANNER SYSTEM

FONTE: (CASTEDO, 2022).


128

4.1.4 FERRAMENTA 5S

FIGURA 4-12: QUADRO 5S

FONTE: (CASTEDO, 2022).

FIGURA 4-13: ARMAZENAMENTO DOS PALLETS DE BLOCO CERÂMICO

FONTE: (SANTOS, 2021).


129

FIGURA 4-14: LOCAL DE TRABALHO ANTES DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA 5S

FONTE: (CONTRERAS, 2020).

FIGURA 4-15: LOCAL DE TRABALHO DEPOIS DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA 5S

FONTE: (CONTRERAS, 2020).


130

4.1.5 FERRAMENTA KAIZEN

FIGURA 4-16: FORMULÁRIO KAIZEN

FONTE: (SANTOS, 2021).

FIGURA 4-17: GRAFICO DE PARETO

FONTE: (SANTOS, 2021).

4.1.6 FERRAMENTA ANDON


131

FIGURA 4-18: PAINEL ANDON

FONTE: (ALMEIDA e SILVA, 2021).

FIGURA 4-19: ANDON


132

FONTE: (SANTOS, 2021)

4.1.7 FERRAMENTA RELATÓRIO A3

FIGURA 4-20: RELATÓRIO A3

FONTE: (SANTANA et al., 2022).

4.1.8 FERRAMENTA NÍVEL GERAL DE ATIVIDADES

FIGURA 4-21: REPRESENTAÇÃO DOS TIPOS DE TRABALHO NA OBRA


133

FONTE: (CASTEDO, 2022).

FIGURA 4-22: LAJE DE ESTUDO PARA O NGA

FONTE: (CONTRERAS, 2020).

4.1.9 FERRAMENTA MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR

FIGURA 4-23: MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR – BLOCOS CERÂMICOS

FONTE: (SANTOS, 2021).

5 ANÁLISE E CONCLUSÃO

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
134

6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS


Para futuros trabalhos, recomenda-se a expansão do quantitativo realizado na
forma de orçamento a fim de obter dados mais precisos quanto à viabilidade financeira
da solução proposta frente ao projeto inicial e alternativas que poderiam ser aplicadas
para este estudo.

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1997.

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