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Rio de Janeiro
Julho de 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Aprovada por:
iii
À minha famı́lia pelo apoio e
aceitação irrestritos sempre.
Aos meus pais em especial por
terem me ensinado o que é de-
dicação e amor.
iv
Agradecimentos
Acima de tudo, agradeço a Deus e à vida por todas as oportunidades que tive
até hoje.
Agradeço à Universidade e a todos que a constroem a cada dia com o seu trabalho
por toda a experiência acadêmica adquirida.
Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuı́ram para eu me
tornar o que sou hoje. Algumas dessas pessoas escolheram ficar em minha vida e
outras infelizmente tiveram que partir, mas todas impactaram do seu jeito na minha
caminhada até aqui e, por isso, dedico a elas todo o meu carinho.
Aos meus amigos da faculdade: Lucas, Luiz Paulo, Pedro, Matheus, Arthur,
Álvaro, Gabriel e Thiago; obrigado por tornarem cada dia na universidade único.
Aos meus amigos de infância: Roney, João Vitor, Alexandre, Kaled, Geovane,
Igor e João Pedro; obrigado pelos fim de semana em Minas que sempre me fizeram
relembrar o que é estar verdadeiramente em casa.
Finalmente, gostaria de agradecer à toda a minha famı́lia, em especial aos meus
pais Marco Antônio e Maria Laura e à minha avó Ailza; por me apoiarem sempre
nessa jornada de descobertas, desafios e mudanças.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico
Julho/2018
Risers flexı́veis podem ser empregados para exploração de óleo e gás em diferen-
tes configurações e sob a ação de diversos carregamentos dinâmicos complexos. Em
linhas gerais, a linha sofre solicitações dinâmicas e estáticas de movimentação da
plataforma (RAO’s e “offsets”), dos estados de mar (corrente, maré, ondas, tempe-
ratura e pressão), das condições meteorológicas e do fluido escoando internamente
na forma de pressão, temperatura e composição quı́mica (conteúdo de H2 S e CO2 ).
Sob esses carregamentos, a solução final de estrutura deve ser avaliada de modo a
não sofrer curvatura e tensões excessivas e nem ter contatos de interferência com
outras linhas vizinhas. O presente trabalho apresenta a metodologia envolvida na
Análise Global Dinâmica de Risers Flexı́veis, usualmente empregada no cenário
da indústria de óleo e gás para projeto das linhas de exploração dos campos em
águas ultra-profundas como o pré-sal, por exemplo. Além disso, quatro estudos de
caso foram elaborados com base em um modelo construı́do de forma a exemplificar
os resultados de curvatura e tensão obtidos em diferentes alinhamentos dos
carregamentos de corrente, onda e “offset”.
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment
of the requirements for the degree of Mechanical Engineer
July/2018
Flexible risers can be used for offshore oil and gas extraction in different
configurations and under the effects of several complex dynamic loadings. Overall,
the line is under the dynamic and static effects of platform movement (RAO’s e
Offsets), sea states (current, tide, waves, temperature and pressure), meteorological
conditions and of the fluid flowing on the inside in the form of pressure, temperature
and chemical composition (H2 S and CO2 content). The final structural solution
must be chosen to avoid excessive bending, tension and interference with other
neighboring lines. This work will focus on presenting the methodology involved in
the Global Dynamic Analysis of Flexible Risers, commonly used by the oil and gas
companies to design the lines in ultra-deep exploring fields like pre-salt in Brazil,
for example. Four case studies are presented and compared in order to exemplify
the curvature and tension results accessed in different scenarios of current, wave
and offset alignment.
vii
Sumário
Lista de Figuras x
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Escopo do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4 Metodologia e definição do problema mecânico . . . . . . . . . . . . . 5
3 Método Proposto 22
3.1 Modelagem mecânica do riser flexı́vel . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.1 O método de elementos finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.2 Caracterização do riser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2 Modelagem dos carregamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
viii
3.2.1 Coeficientes hidrodinâmicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.2 Ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.3 Correntes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.2.4 Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2.5 Crescimento marinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2.6 Interação com o solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3 Condições de contorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.4 Refinamento da malha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.5 Análise global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.5.1 Análise global estática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.5.2 Análise global dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.5.3 Estágios da simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.6 Amortecimento estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4 Estudos de Caso 44
4.1 Dados utilizados para as análises . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5 Resultados e Conclusões 59
5.1 Tensão efetiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.2 Curvatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.3 Sugestões para trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Referências Bibliográficas 69
ix
Lista de Figuras
x
3.6 Exemplos de espectros de onda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.7 Exemplo de onda irregular com espectro JONSWAP. . . . . . . . . . 32
3.8 Representação simplificada do problema mecânico. . . . . . . . . . . . 38
3.9 Estágios da simulação e a linha do tempo. . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.10 Amortecimento estrutural de Rayleighem função do perı́odo da onda. 43
xi
Lista de Tabelas
5.1 Tensão efetiva máxima obtida por região para cada um dos casos. . . 59
5.2 Curvatura obtida por região para cada um dos casos. . . . . . . . . . 64
5.3 Raio de curvatura obtido por região para cada um dos casos. . . . . . 65
xii
Capı́tulo 1
Introdução
1.1 Motivação
Nos últimos anos, o Brasil tem investido na exploração de petróleo em busca
de ampliar a independência no setor de óleo e gás, aumentando sua capacidade de
produção. Esse fator tem sido um dos pontos chaves para alavancar o desenvolvi-
mento econômico-polı́tico do paı́s e consolidar sua importância no cenário global,
já que o coloca em uma posição estratégica frente à grande demanda de energia
mundial.
Em 2006 a Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS) anunciou a descoberta de
reservas de petróleo na Bacia de Santos em campos offshore numa totalidade de
112.000 km2 de área [1] situados abaixo da cama de sal do leito marinho a grandes
profundidades (aproximadamente 5000m). A Figura 1.1 mostra as duas principais
bacias do litoral sudeste possuidoras de reservas no pré-sal.
Os poços e dutos de escoamentos (“Flowlines”) são conectados às unidades flu-
tuantes de produção por meio de risers rı́gidos ou flexı́veis, sendo estes últimos os
mais difundidos nos campos brasileiros de exploração atualmente. Segundo HOFF-
MAN et al. [3], o mercado de óleo e gás offshore começou a utilizar tubos flexı́veis
no começo da década de 70, mas foi só em 1978 que foram empregados no campo
de Enchova no Brasil como parte de um sistema de produção.
Devido às suas caracterı́sticas estruturais multicamadas apresentadas em seções
futuras desse trabalho, as linhas flexı́veis conseguem absorver de maneira eficiente as
movimentações do FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e trans-
1
Figura 1.1: Campos de exploração das bacias de Campos e Santos no litoral brasileiro
Fonte: Adaptado de PETROBRAS [2].
2
Figura 1.2: Evolução temporal da profundidade e lâmina d’água exploradas no
Brasil pela Petrobras. Fonte: PETROBRAS [4].
Além disso, cada poço e região geográfica representa um desafio único com di-
ferentes condições de “metocean” (dados meteorológicos e do oceano). Ao redor do
globo há lâminas d’água de produção que variam desde 50m (Vietnã) [5] até pro-
fundidades como 2200m [4], limite máximo instalado no pré-sal brasileiro até 2014.
A Figura 1.2 traz um panorama histórico das profundidades de operação atingidas
pela PETROBRAS ao longos dos últimos anos nos campos do Brasil.
Figura 1.3: Dados da EIA sobre a evolução da exploração dos poços em paı́ses
referência e mundo.
Fonte: U.S. Energy Information Administration, based on Rystad Energy. [6]
3
Pode-se perceber pela Figura 1.3 que no Brasil, Estados Unidos e Angola, a ex-
ploração em águas profundas (125m a 1500m) e ultraprofundas (acima de 1500m)
tem crescido consideravelmente nos últimos anos, [6]. Esse novo desafio de ex-
ploração fez com que tanto o setor privado quanto os órgãos públicos de pesquisa
brasileiros investissem no desenvolvimento de tecnologia e conhecimento teórico para
solucionar as novas dificuldades encontradas.
Linhas mais robustas e, consequentemente, sujeitas a um maior peso próprio,
foram desenvolvidas para suportar as maiores pressões hidrostáticas e o ambiente
mais corrosivo no anular das armaduras oriundo do maior conteúdo de H2 S e CO2
dos reservatórios do pré-sal.
Esse cenário de novas aplicações e testes de diferentes configurações, sistemas de
boias e estruturas ressalta a relevância da etapa de projeto referente à análise global
dinâmica, apresentada ao longo deste trabalho.
1.2 Objetivos
O presente texto objetiva apresentar os conhecimentos mı́nimos relativos aos
variados parâmetros envolvidos em uma análise global dinâmica e a metodologia
empregada pelo programa de elementos finitos OrcaFlex R . Ao final, um modelo é
então construı́do utilizando valores representativos de inputs obtidos da bibliografia
e das boas práticas da indústria. Com base nesse modelo, quatro estudos de caso
com diferentes alinhamentos de corrente, onda e offset serão avaliados e comparados
para ilustrar o processo de obtenção dos resultados de curvatura e tensão ao longo
da linha.
4
unidade flutuante. Há também uma breve discussão sobre os tipos de movimentação
dinâmica e a apresentação da teoria que define os RAOs.
No capı́tulo 3 é apresentada a modelagem do riser e dos carregamentos, as
condições de contorno, o refinamento da malha, o amortecimento estrutural e o
método como o software realiza a análise global dinâmica.
No capı́tulo 4, são definidos todos os parâmetros de entrada empregados para a
construção do modelo e é feita a diferenciação dos quatro estudos de caso realizados.
O capı́tulo 5 apresenta, por fim, os resultados e as conclusões obtidas, além de
sugestões para trabalhos futuros e melhorias.
5
as etapas de análise, é necessário retornar e fazer novas escolhas nas etapas ante-
riores para atingir os valores requisitados e cumprir com os fatores de segurança
estabelecidos em normas técnicas.
Pode-se perceber pela sua localização final no fluxograma que a etapa de análise
estática/dinâmica global é decisiva no processo de projeto. Por isso a importância de
uma boa compreensão da metodologia dessa análise, dos dados selecionados como
“inputs”, das ferramentas de simulação normalmente usadas e de como variações
nesses dados podem influenciar nos resultados obtidos.
Os parâmetros mais relevantes para a análise executada serão definidos em de-
talhes na seção 3.2 e seus valores serão escolhidos ao longo do presente texto.
6
Capı́tulo 2
Jumpers são estruturas que conectam dois equipamentos. Pode ser de aplicação
dinâmica ou estática, dependendo das condições em que sem encontre.
7
2.1.1 Tubos flexı́veis: definição
Tubos flexı́veis de camadas não aderentes (ou “unbonded flexible pipes”) são
tubos compostos por camadas sobrepostas não fixadas umas às outras.
Cada camada apresenta uma função especı́fica (ou mais de uma) correspondente
à sua forma construtiva e às caracterı́sticas dos materiais de que é feita. A com-
binação dessas estruturas forma um tubo final de baixa rigidez à flexão e alta rigidez
axial, radial e à torção; capaz ainda de resistir às diversas solicitações já descritas
como, por exemplo, as altas pressões, o peso próprio e os esforços dinâmicos resul-
tantes dos parâmetros de entrada.
Além disso, um tubo flexı́vel pode ser fabricado em grandes comprimentos
contı́nuos já que pode ser armazenado em bobinas ou cestas, como mostrado nas
figuras 2.1(b) e 2.1(a). Embora o produto em si possa ser utilizado em diversas
aplicações: produção de gás e óleo, injeção de água, gasodutos, injeção quı́mica, gás
lift, etc., o projeto de um flexı́vel oferece uma solução otimizada feita sob medida
de acordo com as necessidades especificadas pelo cliente.
8
Figura 2.2: As camadas padrão de um flexı́vel.
Fonte: Adaptado de API Recommended 17B. [7].
Carcaça intertravada
Segundo MBAYE [10] e PADILHA [11], as fitas são intertravadas com um pe-
queno passo e com uma folga no intertravamento e enroladas helicoidalmente em
torno de um gabarito cilı́ndrico.
Exemplos de materiais empregados segundo a API 17B [7]: Aços inoxidáveis -
AISIs 304, 304L, 316, 316L 409 e 430
9
Camada de pressão
Armadura de pressão
10
Figura 2.4: Perfis da armadura de pressão: a) perfil Z b) perfil C c) perfil T com
grampo e d) perfil T. Fonte: Adaptado de API 17B [7].
Armadura de tração
11
da estrutura.
Os arames que a constituem podem ser de perfil plano, retangular ou circular [1]
e são usualmente feitos de aço carbono de teor baixo, médio ou alto; dependendo
das condições de serviço a que estão expostos, [12].
Camadas anti-desgaste
Segundo PADILHA [11], é camada não estanque formadas por fitas anti-desgaste
de polietileno ou poliamida empregada somente em aplicações dinâmicas do flexı́vel
12
pois evita a fricção e o desgaste entre camadas metálicas causados por possı́veis
movimentações relativas.
Normalmente não há fitas anti-desgaste entre as duas armadura de pressão por-
que elas são espirais quase horizontais e, por isso, se movem em conjunto.
A Figura 2.2 ilustra a presença dessa camada como uma estrutura contı́nua
porque além de fitas, ela também pode ser extrudada em forma de tubo.
Camada externa
13
disponı́veis de instalação. Em linhas gerais o processo se resume em um balanço
técnico-econômico de todos esses fatores.
Alguns exemplos de requisitos técnicos são: comportamento estático/dinâmico
adequado, adequação ao campo e aos outros elementos de exploração (FPSO,
distância ao poço, ancoragem, interferência com outras linhas, etc.) e condições
de instalação e recuperação de linha (profundidade, custo e complexidade de ins-
talação, tempo de instalação, etc.).
A seguir, baseando-se no trabalho de KAREGAR [5] e na API 17B [7], serão
apresentadas as duas configurações mais utilizadas no Brasil. Posteriormente, as
Figuras 2.9(a) a 2.9(c) ilustram algumas outras existentes.
Figura 2.7: Configuração em Catenária Livre Fonte: Adaptado de API 17B [7].
14
Figura 2.8: Configuração em Lazy Wave. Fonte: Adaptado de API 17B [7].
Lazy wave
15
(a) “Steep Wave” (b) “Lazy S ” (c) “Steep S ”
Figura 2.9: Outras configurações. Fonte: Fonte: Adaptado de API 17B [7].
16
Figura 2.10: Tipos de plataformas:
a) Fixa, b) TLP - “Tension Leg Platform”, c) Monocoluna e d) Semissubmersı́vel
Fonte: banco de imagens da PETROBRAS [14].
Figura 2.11: Plataforma Spread Moored (a) e Turet (b). Fonte: (a) banco de imagens
da PETROBRAS [14] (b) site ENERGY-PEDIA [15].
17
2.2.2 Movimentação dinâmica
Consiste na resposta direta às forças geradas pelas ondas com perı́odos de 0 a
30 segundos (região do espectro de onda onde a maior parte da energia do mar está
concentrada). As caracterı́sticas da resposta de cada embarcação à esses movimentos
são diferentes e podem ser representadas por meio de Response Amplitude Operators
- RAOs.
2.2.3 Offsets
O passeio final do navio pode ser dividido em três classes distintas: FAR, NEAR
e CROSS.
18
Cross Offset Todos os carregamentos CROSS são aplicados numa direção normal
ao plano do riser.
19
Figura 2.13: Graus de liberdade de uma embarcação. Fonte: Elaborada pelo autor.
em relação à incidência da onda, [17]. Esses valores são também função do calado
do navio.
Segundo KAREGAR [5], o OrcaFlex utiliza da seguinte definição:
Em que:
20
A origem do sistemas de coordenadas do RAO é na linha de centro do navio,
no meio do navio e a altura varia com o calado. Os eixos são orientados como na
Figura 2.13 e as direções da onda são definidas como:
Figura 2.14: Direções de RAO e ondas do OrcaFlex. Fonte: Elaborada pelo autor.
21
Capı́tulo 3
Método Proposto
22
reconhecido.
Segundo GONÇALVES [16], pode-se resumir as etapas básicas de uma análise
matricial em:
6. Execução da análise;
7. Interpretação de resultados.
23
propriedades como massa e flutuabilidade são concentradas nesses nós presentes nas
extremidades, [17].
Os segmentos são numerados do “End A” ao “End B” sequencialmente, portanto
cada um une o nó n ao n + 1, conforme pode ser observado na figura 3.1.
Cada um dos nós representa uma das metades do segmento de linha antes e
depois à exceção dos nós de ponta que representam apenas meio segmento.
A figura 3.2 na página 25 representa com maior detalhe o que foi descrito do
modelo. Ela mostra os conjuntos de mola/amortecedores associados a cada segmento
que modelam as propriedades estruturais da linha.
A rigidez e o amortecimento axial da linha são representados pelo conjunto
mola/amortecedor no centro de cada segmento. Esse conjunto aplica uma tensão
efetiva igual e oposta aos nós em cada ponta.
As propriedades de flexão são representadas pelos conjuntos mola/amortecedor
em cada um dos lados do nó, varrendo da direção axial →
−
n do nó à direção axial do
z
segmento →
−
sz .
24
Figura 3.2: Modelo detalhado da linha em OrcaFlex R .
Fonte: Manual Online ORCINA [17].
25
midade.
Além disso, a figura 3.2 mostra também os ângulos e sistemas de coordenadas
usados na descrição completa e mais detalhada da teoria, que pode ser encontrada
em ORCINA [17].
Caso o riser seja composto por mais de uma estrutura, dividindo-o em seções
diferentes, essas caracterı́sticas devem ser especificadas para cada tramo.
D πD2 πD2
F= Cd ρw v|v| + ρw as + Ca ρw ar (3.1)
2 4 4
Em que:
26
F = Força hidrodinâmica (N/m)
Cd = Coeficiente adimensional de arrasto
Cm = Coeficiente adimensional de inércia
Ca = Cm − 1 = Coeficiente adimensional de massa adicionada
D = diâmetro externo do riser (m)
ρw = densidade da água (kg/m3 )
v = velocidade relativa entre o elemento do riser e as partı́culas de água (m/s)
as = vetor aceleração do fluido (m/s2 )
ar = vetor aceleração relativa entre o riser e as partı́culas de água (m/s2 )
ORCINA [17] recomenda em seu manual para cilindros lisos Cda = 0.008 e Cdn =
1.2. Para Cmd a indústria usualmente aplica o valor máximo da faixa recomendada,
portanto Cmd = 2.0 e despreza o valor referente à Cma .
3.2.2 Ondas
27
Onda regular
Conforme ilustrada na Figura 3.3, a equação da onda pode ser descrita por:
η = A × cos(ωt + φ) (3.2)
Em que:
28
Figura 3.4: Exemplificação das teorias de onda regular. Fonte: KAREGAR [5].
Onda de Stokes
É uma onda regular não-linear de boa aplicação para lâminas d’água inter-
mediárias e profundas. Ondas de Stokes de segunda ordem para cima não apre-
sentam simetria entre altura de crista e vale.
Onda Cnoidal
Onda periódica de picos elevados e vales largos, útil quando se modela uma onda
longa em águas rasas.
Aplicabilidade das teorias de onda regular:
A escolha de uma teoria apropriada para a aplicação desejada depende da relação
entre: altura de onda, perı́odo e profundidade. Ela pode ser feita baseando-se no
gráfico de seleção da Figura 3.5 retirado de CHAKRABARTI [20].
Em resumo, os programas de análise dinâmica precisam dos seguintes inputs
para ondas regulares:
29
Figura 3.5: Gráfico dos limites de aplicabildiade das teorias de onda.
Fonte: CHAKRABARTI [20].
Onda irregular
n
X
η= Ai × cos(ωi t + φi ) (3.3)
1
30
Em que:
31
Existem inúmeras formulações matemáticas algébricas para o espectro S(w) na
literatura de ondas. As duas mais comuns e disponı́veis no OrcaFlex R são:
Pierson-Moskowitz
( !−4 )
5 5 ω
SP M (ω) = . Hs2 . ωp4 . ω −5 exp − (3.4)
16 4 ωp
JONSWAP
n 2 o
ω−ωp
exp −0.5 σ . ωp
Sj (ω) = [1 − 0.287ln(γ)] . SP M (ω) . γ (3.5)
Em que:
σ = 0.07 para ω ≤ ωp
Figura 3.7: Exemplo de onda irregular com espectro JONSWAP com Hs = 4.0m e
Tp = 8.0s . Fonte:DNV-RP-C205 [19].
32
Para ondas irregulares, é necessário, portanto, obter os seguintes dados de input:
• Pierson-Moskowitz: Hs e Tp
• JONSWAP: Hs , Tp e γ
3.2.3 Correntes
33
Tipos de correntes
Velocidade da corrente:
34
3.2.4 Vento
Segundo a norma API RP 2SK [21], existem dois métodos para quantificar os
efeitos do vento no projeto de sistemas offshore:
35
No presente trabalho, o leito marinho é considerado como plano e sem declives
e é modelado pela rigidez do solo (restrição vertical) e pelos coeficientes de atrito
com a tubulação (restrição lateral e longitudinal).
Como referência de valores de rigidez a norma DNV-RP-F105 [24] dá algumas
recomendações para o cálculo exato quando se tem uma caracterização mais deta-
lhada do solo e estipula também alguns valores representativos nas tabelas 7-5 e 7-6
da obra. Esses valores são reproduzidos na Tabela 3.1.
Argiloso
Solto 250
Médio 530
Denso 1350
Arenoso
36
vadorismo.
Longitudinal 0.4
Lateral 1.1
Fonte: CARVALHAL [25].
37
Figura 3.8: Representação simplificada do problema mecânico.
Fonte: Adaptado de YANG et al. [26].
38
selecionados de: comprimento, massa, ângulo de topo (ou localização do ponto de
touchdown) e flutuabilidade.
Se o modelo foi corretamente elaborado, o cálculo converge para uma confi-
guração de equilı́brio após os seguintes passos iterativos [5], [17]: com a posição
inicial determinada, é calculado o desbalanceamento de cada corpo livre (nós,
boias,etc.) gerado pela ação dos carregamentos e da interação com os elementos
vizinhos. Novas posições são então estimadas/calculadas repetidamente até que
esse desbalanceamento tenda a zero e o sistema esteja em equilı́brio.
Os objetivos finais dessa análise são, então:
39
• Os carregamentos máximos que servirão de input para as análises locais de
tensão;
Em que:
40
V(t+1) = Vt + dt × At
P(t+1) = Pt + dt × Vt
Assim, a cada passo novas posições e orientações dos elementos são calculadas e
o processo se repete.
41
Figura 3.9: Estágios da simulação e a linha do tempo.
Fonte: adaptado de ORCINA [17].
Segundo ORCINA [17], o estágio 0 deve ter duração mı́nima de pelo menos
um perı́odo da onda empregada. Os estágios seguintes são definidos pelo usuário
conforme suas necessidades e consistem nos estágios principais da análise.
Para o caso da análise global dinâmica com ondas regulares, bastam apenas dois
estágios: o estágio 0 de “build-up” e o estágio 1. A duração do estágio 1 deve ser
correspondente a pelo menos alguns perı́odos de onda, de forma a representar bem
a resposta da embarcação. Por outro lado, quanto maior a duração da simulação,
maior tempo computacional é gasto no processo.
C = µM + λK (3.7)
42
Em que:
C= matriz de amortecimento
M = matriz de massa
K= matriz de rigidez
µ, λ= constantes de proporcionalidade de amortecimento
Esse modelo resulta em diferentes amortecimentos para cada frequência de res-
posta de acordo com a equação 3.8:
1µ
ξ= + λω (3.8)
2 ω
Em que:
Esse método está implementado no programa e o usuário pode dar como input
somente o valor final do amortecimento ξ, normalmente estipulado como máximo de
5% na indústria. Esse valor também foi adotado e apresentado em CARVALHAL
[25] e CASTRO [18]. O programa calcula os coeficientes µ e λ e gera uma curva do
amortecimento em função do perı́odo da onda, apresentada na Figura 3.10.
43
Capı́tulo 4
Estudos de Caso
1.5 0 17 56 30 4
44
Figura 4.1: Vista tridimensional do modelo criado no software. É possı́vel ver em
detalhes os sistemas de coordenadas locais e globais e as divisões das seções do riser.
Fonte: Elaborada pelo autor.
45
Figura 4.2: Vista normal ao plano do riser do modelo criado no software.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Tabela 4.2: Caracterı́sticas estruturais dos risers empregados, valores escolhidos com
base no trabalho de CARVALHAL [25].
Tramo do Riser Topo Intermediário Inter. com boias Fundo
46
Figura 4.3: Vista superior da embarcação no modelo criado no software. É possı́vel
perceber o aproamento do FPSO e o azimute do riser.
Fonte: Elaborada pelo autor.
47
Figura 4.5: Vista lateral da embarcação no modelo criado no software durante si-
mulação dinâmica. É possı́vel perceber a movimentação do FPSO com a passagem
da onda. Fonte: Elaborada pelo autor.
Para gerar o riser intermediário com boias, foi empregada uma ferramenta do
OrcaFlex R chamada “Line Type Wizard”. Nela, é possı́vel colocar como dados de
entrada as caracterı́sticas da linha sem boias, as propriedades das boias e obter uma
linha equivalente sem precisar modelar e posicionar cada boia. Esse método e as
equações empregadas estão detalhadamente descritos em ORCINA [17].
Baseando-se no trabalho de KAREGAR [5], os flutuadores escolhidos apresentam
diâmetro de 1m, comprimento de 3,3m, “pitch” de 10m e densidade de 0, 33ton/m3 .
Para os coeficientes hidrodinâmicos, ORCINA [17] recomenda Cdn =1.0 e DNV RP-
C205 [19] estabelece o o valor teórico de Cmn = 2.0 (coeficiente de massa adicionada
normal é 1.0).
A malha empregada e o comprimento de cada seção do riser estão descritos na
Tabela 4.3. O tamanho total do riser se aproxima portanto a 4000m, porém, foi
modelado um comprimento exagerado de riser de fundo em contato com o solo para
assegurar que a região do TDP está compreendida no modelo e longe do ponto de an-
coragem. Em situações reais de linhas instaladas, ao final de um certo comprimento
48
de riser de fundo há ainda a seção estática de “flowline” até o poço.
Nenhuma conexão intermediária, enrijecedores de flexão (“bend-stiffener ”) e
vértebras foram incluı́dos no modelo.
RT 4 0,2 20
RT 10 1 10
RT 100 2 50
RT 260 4 65
RI 965 4 241
RI 200 2 100
RI 210 1 210
RI 100 1 100
RI 90 4 22
RF 315 4 79
RF 300 2 150
RF 480 1 480
RF 500 10 50
49
Tabela 4.4: Coeficientes adimensionais de arrasto e inércia.
Coeficiente de Topo Intermediário Inter. com boias Fundo
O solo foi modelado como plano e com as caracterı́sticas descritas na tabela 4.5,
seguindo as orientações descritas no capı́tulo anterior.
A mesma onda e o mesmo perfil de corrente foram aplicados nos quatro estu-
dos de caso feitos. Esses carregamentos hidrodinâmicos foram alinhados de maneira
diferente em relação à linha e à embarcação em cada um deles, de modo a veri-
ficar o modelo e avaliar se os resultados obtidos correspondiam com o esperado,
especialmente para tensão e curvatura da linha em cada um dos casos.
O offset, sendo uma consequência desses carregamentos, também segue para
cada caso o alinhamento escolhido para onda e corrente. A Tabela 4.6 apresentada
a seguir resume os quatro casos simulados.
A Figura 4.7 ilustra as direções de aproamento da embarcação, azimute da linha,
alinhamento dos carregamentos e resultado final do offset para os estudos de caso
empregados no layout do programa.
O diagrama na Figura 4.6 mostra o alinhamento dos carregamentos em relação
ao norte verdadeiro de maneira esquemática.
50
Tabela 4.6: Matriz de estudo de casos. Ângulos a partir do norte verdadeiro no
sentido horário.
Ângulo de incidência
Caso
Onda Corrente Offset
51
Figura 4.7: Comparação do conjunto de casos simulados. O ponto vermelho denota
a posição inicial do riser sem o offset. A seta azul indica a direção da onda e da
corrente. Fonte: Elaborada pelo autor.
52
O perfil de corrente adotado está apresentado na Tabela 4.7 em valores discretos
e representado graficamente na Figura 4.8. A Figura 4.9 mostra o perfil contı́nuo
adotado pelo programa por meio do método de interpolação descrito no Capı́tulo 3;
repare que os efeitos da camada limite na região do solo foram desprezados.
53
Tabela 4.7: Perfil de velocidades da corrente em função da profundidade, direção:
250o .
Perfil de corrente
30 1,25 250
50 1,2 250
150 1 250
54
Foi aplicada a onda regular Stokes de 5a ordem apresentada a seguir na Figura
4.10 de H = 5m com T = 15s.
Figura 4.10: Onda regular aplicada no modelo. Fonte: Elaborada pelo autor.
55
Figura 4.11: Exemplo do RAO (amplitude) empregado para 60o e 180o , mostrando
a amplitude da resposta em função do perı́odo para cada um dos graus de liberdade.
Fonte: Elaborada pelo autor.
56
Como explicado na seção 2.2.3, o valor de “offset” empregado foi o de 230m
(correspondente a 10% da profundidade) em direção variável de acordo com o caso
analisado.
Foram rodados quatro conjuntos de simulações (uma estática e uma dinâmica
para cada caso de alinhamento) com método de integração implı́cito no domı́nio do
tempo com passo de 0,02s.
Os tempos de simulação dinâmica foram escolhidos segundo o que foi explicado
na seção 3.5.3: 15 segundos para o estágio 0, correspondente a um perı́odo da onda,
e 60 segundos para o estágio principal subsequente, compreendendo pelo menos mais
quatro perı́odos de onda.
Nas Figuras 4.12 e 4.13 estão apresentados os modelos da linha e do navio ren-
derizados pelo programa.
57
Figura 4.13: Modelo 3D renderizado da linha. Fonte: Elaborada pelo autor.
58
Capı́tulo 5
Resultados e Conclusões
Tabela 5.1: Tensão efetiva máxima obtida por região para cada um dos casos.
Tensão Efetiva (kN)
Pode-se perceber que, como esperado, o caso NEAR apresentou valores menores
de tensão do que o caso FAR, já que a linha encontra-se mais tensionada quando o
59
navio se afasta do ponto de ancoragem e sofre a ação dos carregamentos da natureza.
O carregamento de topo no caso FAR é aproximadamente 10% maior do que o
caso NEAR e nas regiões de curvatura na corcova as tensões obtidas são mais do
que o dobro. A tensão extraı́da para o TDP (primeiro segmento da malha que toca
o solo) no caso FAR é de 222,5 kN enquanto que no caso NEAR é apenas um terço
desse valor, aproximadamente 73 kN; as tensões no inı́cio e fim das boias foram
aproximadamente equivalente para ambos, sendo ainda um pouco maior no caso
FAR.
Os casos CROSS e CROSS 2 por outro lado, à exceção do topo, apresentaram
valores de tensão bastante próximos entre si para todas as regiões analisadas. Pode-
se dizer ainda que esses valores representaram muito bem a situação de alinhamento
intermediário pois ficaram, em linhas gerais, com magnitudes intermediárias entre
os casos NEAR e FAR.
Na região do topo, a diferença expressiva de magnitude da tensão pode ser ex-
plicada pela diferente resposta da embarcação quando a onda incidente chega em
ângulos diferentes em relação ao aproamento do navio. Como os RAOs são diferen-
tes dependendo do ângulo de incidência (ver Figura 2.14 ), a movimentação do topo
é diferente pra cada um dos casos, gerando assim, respostas e tensões diferentes.
A Figura 5.1 a seguir retrata bem essa direcionalidade; para o caso CROSS a
onda vem mais pela popa do navio enquanto que no caso CROSS 2 ela vem mais
pela proa.
Os valores de tensão obtidos para o ponto denominado ‘Ancoragem’ não são
representativos da realidade, pois na etapa de análise global dinâmica o tramo de
Flowline não é modelado e apenas um comprimento exagerado de riser de fundo é
representado para simular a interação com o solo. Esses dados, entretanto, servem
para analisar se há compressão na região do TDP, um fenômeno potencialmente
danoso já que pode levar ao aparecimento do efeito gaiola de passarinho descrito no
Capı́tulo 2 (“Reverse End-cap Effect”).
Os valores de tensão extraı́dos, todavia, permaneceram positivos inclusive no
caso NEAR em que a linha é forçada contra a ancoragem. Assim, pode-se concluir
que não há compressão no fundo para o modelo criado.
A Figura 5.2 apresenta na forma gráfica os valores extraı́dos para tensão efetiva
60
Figura 5.1: Comparação das direções CROSS e CROSS 2.
Fonte: Elaborada pelo autor.
para cada um dos casos ao longo de todo o comprimento da linha. Os casos CROSS
e CROSS 2 permanecem na região compreendida entre as curvas NEAR e FAR,
confirmando o que foi concluı́do anteriormente. Os pontos de máximos e mı́nimos
da curva são os pontos representados na Tabela 5.1: mı́nimo local no SAG, máximo
local do inı́cio das boias, mı́nimo local do HOG e máximo local do fim das boias,
respectivamente.
A tensão se inicia alta pois cada elemento suporta o peso de todos os elementos
que estão abaixo até a região flutuante das boias. Nessa região, a tensão cresce e
diminuiu nas partes em que o tubo se curva para baixo (SAG) e para cima (HOG).
As boias funcionam como um novo inı́cio de riser livremente pendurado (“free han-
ging”): cada elemento suporta o peso de todos os elementos abaixo. Conforme nos
movemos sobre a linha aumentando o comprimento de arco, o número de elementos
inferiores que traciona a linha diminui, reduzindo a magnitude da tensão.
Para exemplificar as oscilações no tempo, a Figura 5.3 foi gerada mostrando
61
Figura 5.2: Perfil de tensão efetiva por comprimento de linha.
Fonte: Elaborada pelo autor.
como a tensão na conexão de topo com a plataforma varia em função dos quatro
perı́odos de onda da simulação para o caso NEAR. É possı́vel identificar as oscilações
cossenoidais em perı́odos de 15 segundos com um pequeno valor de defasagem.
A Figura 5.4 mostra os valores máximos, médios e mı́nimos obtidos para cada
segmento da linha no caso NEAR em virtude dessas oscilações. A seção das boias
funciona como uma região de atenuação da movimentação: após a corcova as va-
riações se tornam visualmente imperceptı́veis. O desvio padrão dessa variação é
representado na Figura 5.5. O valor tende a zero a partir de aproximadamente
1500m, região de inı́cio do SAG.
62
Figura 5.3: Tensão efetiva no topo em função do tempo para quatro perı́odos de
onda no caso NEAR. Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 5.4: Tensão efetiva máxima, mı́nima e média para o caso NEAR durante
o estágio principal de simulação total de 60s em função do comprimento da linha.
Fonte: Elaborada pelo autor.
63
Figura 5.5: Desvio padrão dos resultados da Figura 5.4.
Fonte: Elaborada pelo autor.
5.2 Curvatura
A Tabela 5.2 compara a curvatura máxima obtida por região do riser, do topo
ao TDP e a Tabela 5.3 apresenta os mesmos resultados na forma de raio de curvatura,
para melhor visualização.
Tabela 5.2: Curvatura obtida por região para cada um dos casos.
Curvatura (1/m)
64
Tabela 5.3: Raio de curvatura obtido por região para cada um dos casos.
Raio de Curvatura (m)
O caso NEAR foi o caso que apresentou os maiores resultados de curvatura, tanto
na região de fundo próxima ao TDP (curvatura quatro vezes maior que o caso FAR)
quanto nas regiões de SAG/HOG (curvatura aproximadamente duas vezes maior
que o caso FAR). A Figura 5.6 extraı́da da simulação mostra visualmente o que foi
descrito anteriormente.
65
Os casos CROSS e CROSS 2 apresentam nessas regiões, como esperado, valores
mais altos de curvatura que o caso FAR e mais baixos que o caso NEAR, já que
são casos intermediários de incidência dos carregamentos do mar. Além disso, os
valores encontrados para ambos são os mesmos ou suficientemente próximos; cor-
roborando o fato que eles possuem simetria oposta de offsets e carregamentos; à
exceção de pequenas assimetrias do angulo real com que a linha vai do navio ao
fundo, ligeiramente diferente do angulo teórico de 250o .
Os valores de curvatura extraı́dos para o topo não são representativos da reali-
dade pois a presença de um enrijecedor no topo restringe a forma como essa curva-
tura é progressivamente atingida até o contato com a plataforma. Esses números,
entretanto, caracterizam que a linha está mais esticada no caso FAR (maior curva-
tura) e menos esticada no caso NEAR (menor curvatura).
Para os casos CROSS e CROSS 2 os valores de curvatura também são altos no
topo porque a linha se curva em direção a ancoragem para fora do plano inicial do
riser na posição neutra, conforme pode ser observado na Figura 4.7.
66
A Figura 5.7 mostra a variação da curvatura para a região de 500 a 3500m,
mostrando as variações na corcova e no TDP. Os valores correspondentes aos casos
CROSS e CROSS 2 permaneceram sempre entre os valores dos casos NEAR e FAR
e foram praticamente coincidentes em todos os pontos.
O modelo elaborado, portanto, cumpriu sua função de apresentar as escolhas
e simplificações que são usualmente adotadas no processo de modelagem de uma
análise global dinâmica.
Os estudos de caso realizados serviram para exemplificar a influência da direci-
onalidade dos carregamentos dinâmicos sobre um riser e o processo de extração e
comparação de resultados.
As simplificações apresentadas ao longo do texto como, por exemplo, a ausência
de um enrijecedor no topo e das conexões intermediárias, serviram como base para
elaborar as sugestões para futuros trabalhos apresentadas na próxima seção.
67
• Apresentar a metodologia de análise local para encontrar os carregamentos em
cada camada da tubulação flexı́vel.
68
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jeto de graduação, Universidade Estadual de São Paulo, USP, São Paulo,
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69
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Tubos Flexı́veis e Cabos Umbilicais, 2000.
70
ria Oceânica, COPPE, UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2009.
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tures. Van Nostrand Reinhold, 1981.
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[28] CHUNG, J., HULBERT, G., “A time integration algorithm for structural dy-
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Journal of Applied Mechanics, v. 60, n. 2, pp. 371–375, 1993.
[30] DET NORSKE VERITAS, DNV-OS-F201: Dynamic risers - rules and stan-
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[31] BRANDÃO, L. A., Análise Acoplada dos Movimentos de uma Unidade Flutu-
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de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Engenharia Oceânica,
COPPE, UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE/UFRJ,
Rio de Janeiro, Brasil, 2008.
72
Apêndice A
A seguir serão apresentados nas Figuras A.2 a A.4 os RAO empregados para am-
plitude de alguns intervalos representativos para ilustrar a resposta de movimentação
da embarcação.
O intervalo de 0o a 90o foi escolhido para clareza de ilustração nos gráficos já que
os valores costumam se repetir nos outros intervalos de 90o em 90o até se completar
360o .
Eles foram gerados com base em valores usualmente usados na indústria e com
base nas tabelas de RAO apresentadas por MALTA [1] no apêndice de seu trabalho.
Normalmente RAOs são dados fornecidos com detalhes para o projeto da tu-
bulação flexı́vel.
A referência de convenção é a Figura 2.13, reproduzida novamente abaixo como
Figura A.1.
Figura A.1: Graus de liberdade de uma embarcação. Fonte: Elaborada pelo autor.
73
Figura A.2: RAO de “surge” e “roll ” empregado, mostrando a amplitude da resposta
em função do perı́odo para um intervalo ilustrativo de 0o a 90o .
Fonte: Elaborada pelo autor.
74
Figura A.3: RAO de “sway” e “pitch” empregado, mostrando a amplitude da res-
posta em função do perı́odo para um intervalo ilustrativo de 0o a 90o .
Fonte: Elaborada pelo autor.
75
Figura A.4: RAO de “heave” e “yaw ” empregado, mostrando a amplitude da res-
posta em função do perı́odo para um intervalo ilustrativo de 0o a 90o .
Fonte: Elaborada pelo autor.
76