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Rio de Janeiro
Setembro de 2021
Mendes, Mateus Machado
i
“Cada segundo é tempo para mudar
tudo para sempre.”
Charles Chaplin
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família, em especial aos meus pais e à minha irmã, pelo amor
incondicional e por sempre acreditarem em mim. Se eu consegui, foi porque tenho vocês
ao meu lado!
Aos amigos do trabalho, sou grato por todo o suporte durante a caminhada.
iii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
Setembro/2021
iv
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Mechanical Engineer.
September/2021
Despite the growing investment in renewable energy sources, the Brazilian and
world energy matrices continue to be composed mostly of oil and its derivatives. This
raw material has been explored for over 100 years, which has made possible a high
development in the techniques used, allowing exploration in increasingly adverse
environments.
Currently, the largest oil reserves in Brazil are located in basins off the Brazilian
coast. Underwater exploration is only possible due to the use of specialized equipment,
equipment which is only installed after an installation feasibility study.
Aiming to reduce the time spent on computer simulations and consequently their
associated cost, a study was carried out on the application of numerical methods perform
these analyses.
v
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 1
vi
4. ANÁLISE DE CVD DE 1° EXTREMIDADE ....................................................... 22
6. CONCLUSÃO......................................................................................................... 41
8. APÊNDICE ............................................................................................................. 44
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LISTA DE FIGURAS
viii
Figura - 23: Overboarding para CVD de 2° extremidade (COSTA, 2015 [7]) 20
Figura - 27: Visão esquemática do modelo discreto (COSTA, 2015 [7]) ........ 25
ix
LISTA DE TABELAS
x
GLOSSÁRIO
xi
1. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
1
No Brasil, a primeira perfuração de um poço de petróleo bem-sucedida ocorreu
em 1930, na Bahia. Desde então, foram observadas várias descobertas de novos campos
de exploração e também um grande avanço tecnológico nos equipamentos utilizados e na
metodologia aplicada para realizar este tipo de atividade.
2
Atualmente, o método mais comum utilizado para realizar a interligação entre
equipamentos submarinos e UEPs é a Conexão Vertical Direta (CVD). Esta manobra
consiste no lançamento do duto pelo PLSV, com o MCV (Módulo de Conexão Vertical)
previamente instalado na extremidade do duto, para realizar a conexão entre o
equipamento submarino e o duto.
Após a conexão entre o duto e o equipamento submarino, o duto pode ser lançado
em direção a um outro poço ou a uma UEP, que dependerá do tipo de interligação que se
deseja realizar.
3
dutos flexíveis e umbilicais, assim como os seus requisitos básicos para concluir cada
etapa da instalação. Depois, será mostrado como são feitas as interligações entre
equipamentos submarinos com a utilização de dutos, assim como as análises anteriores à
operação. Por fim, será proposto a utilização de um método numérico com o objetivo de
diminuir o tempo total para concluir essas análises e será realizado um estudo de caso
para comprovar a eficácia do método proposto.
4
2. ESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS SUBMARINOS
5
Além disso, a ANM também é composta pela base adaptadora de produção
(BAP). A BAP é um componente que, normalmente, possui 3 hubs cônicos, utilizados
para fazer a conexão entre a ANM e os dutos flexíveis através dos módulos de conexão
vertical (MCV).
2.2 Manifold
Quando utilizado para poços de produção, este equipamento fica responsável por
receber toda a produção dos poços conectados a ele e direcionar o que é produzido para
UEP através de um único duto. Para os casos de poços de injeção, ele fica responsável
por distribuir o que é injetado para os poços.
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Figura - 7: Manifold (Disponível em :> https://www.panoramaoffshore.com.br/en/advantages-
of-use-of-manifold-in-production-of-petroleo/<. Acesso 15 jun de 2021)
7
Figura - 8: Seção típica de uma linha flexível (Disponível em :>
http://nfatmala.blogspot.com/2016/02/flexible-pipe.html. Acesso 15 jun de 2021)
2.4 Umbilicais
8
2.5 Acessórios dos dutos flexíveis e umbilicais
9
2.5.2 Conector e Armor Pot
O conector, como o próprio nome diz, tem a função de conectar dois tramos de
linhas flexíveis por meio do seu flange ou, ainda, fazer a conexão da linha flexível com
algum equipamento, como por exemplo o MCV.
O armor pot tem a mesma finalidade que o conector, porém realiza a conexão
entre tramos de umbilicais ou entre o umbilical e um equipamento. Tanto o armor pot,
quanto o conector, ficam localizados nas extremidades dos umbilicais e linhas flexíveis.
10
2.5.3 Restritor de Curvatura ou Vértebra
2.5.4 Flutuadores
11
Figura - 14: Flutuadores (Disponível em :> https://www.floatex.com/product/marker-pick-up-
buoys/. Acesso 28 jun de 2021)
12
3. INSTALAÇÃO DE DUTOS FLEXÍVEIS E UMBILICAIS
O objetivo deste capítulo é prover uma visão geral das principais etapas de
instalação, assim como os principais requisitos dos navios para realizar estas operações.
3.1.1 Bobina
13
Figura - 15: Bobinas
3.1.2 Carrossel
14
Esta seção tem como objetivo apresentar sistemas típicos de lançamento de dutos
flexíveis, assim como seus principais equipamentos. Existem dois principais tipos de
sistemas de lançamento, sendo eles:
A principal diferença entre esses dois sistemas está na disposição dos seus
tensionadores.
3.2.1 Tensionadores
Para isso, ele geralmente é composto por 2, 3 ou 4 esteiras que aplicam uma
força de compressão ao produto flexível por meio de cilindros hidráulicos ao longo do
comprimento destas esteiras.
15
3.2.2 Guindastes
Figura - 18: Principais componentes de um guindaste com lança articulada (Disponível em :>
http://techcon.eng.br/en/curso-icamento-offshore/. Acesso 03 jul de 2021)
3.2.3 Guinchos
16
Figura - 19: Guincho (Disponível em :>
https://www.macgregor.com/Products/products/offshore-deck-machinery-
equipment/offshore-mooring-winches/. Acesso 07 jul de 2021)
17
Existem dois tipos de conexão vertical direta, a de primeira extremidade e a de
segunda extremidade.
18
Figura - 21: Verticalização do MCV (Adaptado de COSTA, 2015 [7])
19
3.3.2 CVD de 2° extremidade
20
Figura - 24: Verticalização do MCV na CVD de 2º extremidade (COSTA, 2015 [7])
21
4. ANÁLISE DE CVD DE 1° EXTREMIDADE
A operação de CVD de primeira se divide em etapas, nas quais cada etapa tem
suas particularidades e pontos críticos. Neste documento, o foco será nas etapas de
verticalização do MCV (análise estática) e no momento logo após a conexão do MCV ao
equipamento submarino (análise dinâmica).
Para realizar estas análises, será utilizado o software OrcaFlex, que é baseado no
método dos elementos finitos. Com ele, é possível representar o nosso sistema real e
contínuo, através de um modelo discretizado.
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Figura - 25: Fluxograma da Análise de CVD
4.1 Modelagem
4.1.1 Flexíveis
24
menores do que aqueles próximos da superfície do mar. Esses segmentos possuem molas
que representam a rigidez axial da linha.
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já que parâmetros como pressão e temperatura irão influenciar diretamente na curva de
rigidez.
Além disso, outros dados necessários para a modelagem são o diâmetro interno,
diâmetro externo, peso na água (vazio), peso na água (cheio), raio mínimo de curvatura,
rigidez axial e a densidade do conteúdo interno do duto.
Como já foi dito anteriormente, a vértebra é utilizada para evitar que o raio
mínimo de curvatura do flexível seja atingido. Sendo assim, ela é montada sobre o
flexível, logo após o conector.
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Figura- 29: Curva de Rigidez da estrutura homogênea Vértebra + Flexível
4.1.3 Conector
4.1.4 Flutuadores
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utilizados nessas operações. O cabo de içamento do MCV tem por finalidade única e
exclusiva representar a distância da linha na mesa de trabalho para o guindaste que irá
içar o MCV. Essa distância é conhecida como DPM. Esse elemento define ainda o ponto
sob o qual o MCV irá rotacionar.
4.1.6 MCV
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4.2 Critérios de Aceitação
Para que o resultado da análise seja satisfatório, ele deve atender a alguns
critérios de aceitação.
O primeiro deles é que o MCV deve estar verticalizado (com uma inclinação em
relação a vertical entre +0.5° e -0.5°) antes de ser realizado o seu assentamento no hub do
equipamento submarino. Para isso, devemos encontrar um comprimento de linha que
equilibre o momento em relação ao olhal do MCV e satisfaça essa condição.
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Além disso, deve-se encontrar uma configuração que não comprometa a
integridade dos equipamentos e acessórios que estão sendo instalados. Para isso, é preciso
garantir que os carregamentos aos quais os equipamentos estão sendo submetidos não
excedam os limites indicados pelos fornecedores dos equipamentos.
Outro ponto importante é encontrar uma configuração que não infrinja o raio
mínimo de travamento da vértebra. Desta forma, consegue-se evitar que a vértebra trave
e tenha um momento fletor atuando sobre ela. Caso não seja possível, é necessário
verificar se o momento fletor encontrado na vértebra não supera o momento admissível
indicado pelo fornecedor.
O MCV livre possui um desequilíbrio natural causado pelo braço entre o ponto
de aplicação do peso submerso e o ponto de aplicação da tração no cabo de içamento do
equipamento. Esse desequilíbrio deve ser compensado pelo trecho suspenso da linha
suportado pelo MCV e aplicado no flange do mesmo.
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O objetivo da análise estática é determinar o comprimento de linha necessário
para que o MCV esteja em equilíbrio e com uma inclinação entre +0.5° e -0.5°, assim
como os esforços no flange do MCV e o raio de curvatura da linha para essa configuração
de equilíbrio.
O método da secante é aplicado por ser mais apropriado, pois a função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) que
governa o comportamento comprimento de linha x inclinação é desconhecida, não sendo
possível encontrar sua derivada (caso fosse possível, o método mais indicado seria o de
Newton-Raphson). Além disso, através do software OrcaFlex, é possível conhecer alguns
pontos (comprimento de linha x inclinação) da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥), através das análises estáticas.
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possível calcular os próximos comprimentos de linha a serem utilizados a partir da
equação abaixo
𝑥𝑥𝑛𝑛 − 𝑥𝑥𝑛𝑛−1
𝑥𝑥𝑛𝑛+1 = 𝑥𝑥𝑛𝑛 − 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 ) , 𝑛𝑛 ≥ 1
𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 ) − 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛−1 )
4.3.2 Python
33
Figura- 36: Frames da Análise Dinâmica
34
5. ESTUDO DE CASO
35
Tabela 2: Dados de entrada do conector
36
Tabela 4: Dados de entrada do MCV
38
Foram necessárias apenas 4 interações para encontrar um comprimento de linha
que atenda o critério de parada. E mais uma vez, o método proposto se mostra eficaz na
otimização das iterações.
Um ponto importante a ser observado é que para essa nova configuração foi
necessário um comprimento maior de linha para compensar o empuxo causado pelo
flutuador.
Com esse comprimento de linha maior, pode-se observar que a curvatura da linha
foi um pouco menor do que para o caso anterior sem flutuadores, dando mais conforto a
operação. Como todas as restrições foram respeitadas, pode-se dar seguimento para
análise dinâmica.
39
5.3 Análise Dinâmica
40
6. CONCLUSÃO
Na grande maioria dos projetos de engenharia, boa parte do custo está associado
ao tempo gasto para realiza-lo. Portanto, é sempre visto com bons olhos quando é possível
reduzir o tempo gasto com uma determinada etapa, mantendo a qualidade e a segurança
da operação.
Neste projeto foi estudado como são realizadas as análises de conexão vertical
direta de 1º extremidade, desde a sua modelagem até a avaliação dos seus resultados, e
também foi proposto a aplicação de um algoritmo baseado em métodos numéricos para
que esse tipo de análise fosse realizada de uma maneira mais rápida e eficaz.
Por fim, fica como sugestão para trabalhos futuros a realização de um mesmo
estudo para análises de CVD de 2º extremidade, já que os princípios são os mesmos e
muito provavelmente também será possível chegar a um resultado satisfatório.
41
7. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
42
14. ORCINA. Orcaflex User Manual version 10.2. Disponível em:
<https://www.orcina.com/>.
43
8. APÊNDICE
Por não se tratar do objetivo principal deste projeto, neste apêndice será
apresentado a teoria base da metodologia aplicada.
44
• Critério de Parada: como para se obter um resultado final não é
possível repetir o processo iterativo infinitamente, é necessário pará-lo
em algum instante. Para isso, deve-se utilizar um certo critério de parada,
que irá depender do problema a ser resolvido e da precisão que se precisa
obter na solução. O critério adotado para parar as iterações de um
processo numérico é chamado de critério de parada.
A técnica utilizada por este método, é realizar uma linearização da função não
linear 𝑓𝑓(𝑥𝑥) , através da reta tangente em um dado ponto 𝑥𝑥𝑛𝑛 (estimativa inicial),
suficientemente próximo da raiz de 𝑓𝑓(𝑥𝑥). A reta tangente será uma aproximação da
função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) na vizinhança do ponto 𝑥𝑥𝑛𝑛 e será dada por:
Como o ponto 𝑥𝑥𝑛𝑛 deve estar próximo da raiz de 𝑓𝑓(𝑥𝑥), considera-se a tangente
como uma boa aproximação para encontrar o zero de 𝑓𝑓(𝑥𝑥):
𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 )
𝑥𝑥𝑛𝑛+1 = 𝑥𝑥𝑛𝑛 −
𝑓𝑓′(𝑥𝑥𝑛𝑛 )
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Figura- 44: Representação Gráfica do Método de Newton Raphson (Buffoni, 2002)
|𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 )| ≤ 𝜀𝜀
𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 ) − 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛−1 )
𝑓𝑓(𝑥𝑥) ≅ 𝑆𝑆𝑛𝑛 (𝑥𝑥) = 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 ) + (𝑥𝑥 − 𝑥𝑥𝑛𝑛 ) = 0
𝑥𝑥𝑛𝑛 − 𝑥𝑥𝑛𝑛−1
Sendo �𝑥𝑥𝑛𝑛−1 , 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛−1 )� e �𝑥𝑥𝑛𝑛 , 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 )� os pontos de 𝑓𝑓(𝑥𝑥) por onde a secante
passa. Portanto, a equação de iteração será:
𝑥𝑥𝑛𝑛 − 𝑥𝑥𝑛𝑛−1
𝑥𝑥𝑛𝑛+1 = 𝑥𝑥𝑛𝑛 − 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 ) , 𝑛𝑛 ≥ 1
𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛 ) − 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛−1 )
46
Figura - 45: Representação Gráfica do Método da Secante (Disponível em :>
http://hplgit.github.io/Programming-for-Computations/pub/p4c/._p4c-bootstrap-Python028.html
. Acesso 28 jun de 2021)
47
ANEXO A – DADOS DE ENTRADA - ESTUDO DE CASO
Abaixo podem ser encontrados os dados utilizados para realizar as análises do
estudo de caso:
48
49
50