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DOCUMENTO PROVISÓRIO
Junho 1999
À Paula, Ricardo e Afonso
_____________________________ Resumo______________________________
RESUMO
Neste trabalho desenvolveu-se um modelo hidrodinâmico, baroclínico, tri-
dimensional, para a simulação de escoamentos costeiros e estuarinos. O
modelo resolve as equações primitivas com a hipótese hidrostática e a
aproximação de Boussinesq. O principal objectivo deste trabalho foi o de
desenvolver uma metodologia de discretização vertical genérica, que permitisse
o uso simultâneo de vários tipos de coordenadas verticais. O modelo usa o
método do volume finito numa célula hexaédrica genérica sem transformação de
coordenadas. A discretização temporal é semi-implícita do tipo ADI. O modelo
foi validado em domínios esquemáticos e em domínios reais, apresentando-se
resultados para os estuários do Sado, do Tejo e para o Atlântico Norte no
domínio do Projecto OMEX. A metodologia usada provou ser adequada à
simulação destes escoamentos, permitindo identificar as suas principais
características e o padrão tridimensional de cada domínio. Devido à sua
natureza modular esta metodologia mostrou também ser apropriada a uma
interacção interdisciplinar entre diversas equipas de trabalho.
V
_____________________________ Abstract______________________________
ABSTRACT
In this work a tri-dimensional, baroclinic hydrodynamic model was developed for
application in coastal and estuarine flows. The model solves the primitive
equations with hydrostatic and Boussinesq approximations. The central target of
this work was the definition of a methodology allowing the use of different vertical
coordinate simultaneously. The model uses the finite volume method with a
generic cell of the hexahedral type with no coordinate transformation. The
Temporal discretization is semi-implicit of the ADI type. The model was validated
in schematic and real domains. Model results for the Sado and Tagus estuaries
and for the North Atlantic on the OMEX domain are presented. The methodology
used proved adequate for this flow simulations, allowing the identification of their
main characteristics and tri-dimensional patterns. The modular approach used in
the model also favoured the interdisciplinary interaction between different work
teams.
VII
__________________________ Palavras chave ___________________________
PALAVRAS CHAVE
Modelação matemática
Hidrodinâmica
Escoamentos costeiros
Estuários
Coordenada vertical genérica
Volume finito
IX
____________________________ Keywords _____________________________
KEYWORDS
Mathematical modelling
Hydrodynamics
Coastal flows
Estuaries
Generic vertical coordinate
Finite-volume
XI
__________________________Agradecimentos __________________________
AGRADECIMENTOS
Aproximando-se o termo de este empreendimento e olhando em retrospectiva,
enumerar em poucas linhas todas as pessoas que de alguma forma me
suportaram e incentivaram nas várias alturas em que tudo parecia sem solução
torna-se uma tarefa difícil, se não impossível. Sob pena de omitir alguém não
queria no entanto deixar de referir o apoio constante, a acessibilidade e a
disponibilidade que sempre mostrou o meu orientador científico, Professor
Ramiro Neves. Agradeço também a toda a equipa do MARETEC, em especial
ao Professor Aires dos Santos, Os Eng. Paulo Leitão, Hélder Martins, Isabel
Antunes, Ricardo Miranda e o Dr. Pedro Montero da Universidade de Santiago
de Compostela, pelo constante olhar crítico sobre o modelo e os intensivos
testes por eles efectuados, sem os quais não teria sido possível o bom termo
deste trabalho.
A realização de uma tese de doutoramento obriga sempre a grandes sacrifícios
no círculo familiar. Quero por isso expressar o agradecimento à minha esposa
Paula e aos meus filhos Ricardo e Afonso pela constante compreensão e apoio
que me deram durante todos estes anos. Dedico por isso a eles este trabalho.
Quero por fim agradecer à Universidade do Algarve pelas facilidades de
dispensa de serviço docente que me facultou, no âmbito do programa PRODEP
e ao Instituto Superior Técnico pelo Acolhimento exemplar e pelas facilidades
que me proporcionaram durante a minha estadia.
XIII
______________________________ Índice_______________________________
ÍNDICE
Resumo ...............................................................................................................V
Abstract .............................................................................................................VII
Palavras chave ...................................................................................................IX
Keywords............................................................................................................XI
Agradecimentos................................................................................................XIII
Índice................................................................................................................ XV
Notação ........................................................................................................... XXI
Símbolos ...................................................................................................... XXI
Símbolos gregos ........................................................................................ XXIII
Sobrescritos ...............................................................................................XXIV
Subscritos ..................................................................................................XXIV
Introdução ........................................................................................................... 1
Perspectivas da modelação Oceânica e Estuarina.......................................... 1
Importância da geometria da malha................................................................. 2
Motivação......................................................................................................... 4
Estrutura da tese.............................................................................................. 5
1 Equações gerais........................................................................................... 7
1.1 Escalas relevantes em escoamentos costeiros e oceânicos .................... 8
1.2 Equações do movimento .......................................................................... 9
1.2.1 Formulação integral ........................................................................... 9
1.2.2 Formulação diferencial .................................................................... 10
1.2.3 Mudança para um referencial solidário com a terra......................... 14
1.2.4 Fluido newtoniano............................................................................ 17
1.2.5 Incompressibilidade ......................................................................... 18
1.2.6 Fecho turbulento.............................................................................. 21
1.2.7 Aproximação hidrostática ................................................................ 28
1.2.8 Elevação da superfície livre e velocidade vertical ........................... 31
1.2.9 Análise de ordens de grandeza ....................................................... 33
XV
______________________________ Índice ______________________________
XVI
______________________________ Índice_______________________________
XVII
______________________________ Índice ______________________________
XVIII
______________________________ Índice_______________________________
XIX
_____________________________ Notação______________________________
NOTAÇÃO
Símbolos
a Amplitude da onda
A Viscosidade cinemática turbulenta
B Largura média
B Viscosidade bi-harmónica
c Velocidade de fase da onda
Cd Coeficiente de atrito no fundo
Cp Calor específico a pressão constante
te
C Constante
D Espessura
e Energia interna
E Energia
Eh Número de Ekman na direcção horizontal
Ev Número de Ekman na direcção vertical
F Força
f Frequência
f Parâmetro de Coriolis (=2W sinf)
Fbc Fluxo de momento associado às forças baroclínicas
Fbt Fluxo de momento associado às forças barotrópicas
Fc Fluxo convectivo
Fdh Fluxo difusivo horizontal
Fdv Fluxo difusivo vertical
Fp Fluxo de momento associado às forças de pressão totais
Fr0 Número de Froude barotrópico
Fri Número de Froude interno
Fxu Caudal volúmico na direcção x1 para a célula de U1
Fxz Caudal volúmico na direcção x1 para a célula das propriedades
XXI
_____________________________ Notação _____________________________
XXII
_____________________________ Notação______________________________
Símbolos gregos
XXIII
_____________________________ Notação _____________________________
w Frequência
W Velocidade de rotação da Terra
m Viscosidade dinâmica
n Viscosidade cinemática
k Condutividade térmica
x Eixo coordenado genérico
z Vorticidade
y Função de corrente
q Distorção da malha curvilínea
q1 Ângulo do eixo x2 com a direcção Norte
Sobrescritos
' Variável do campo das perturbações turbulentas
0 Referencial de inércia
Média na profundidade
Subscritos
0 Valor de referência
1,2,3 Direcções x1, x2 e x3 respectivamente
c Centrífuga (força)
g Gravítica (força)
h Horizontal
p Evolução a pressão constante
p Potencial
r Resultante (força)
v Vertical
XXIV
____________________________ Introdução _____________________________
INTRODUÇÃO
A modelação matemática de escoamentos marinhos constitui actualmente um
ramo bem estabelecido da mecânica de fluidos computacional. A simulação
tridimensional por modelos que resolvem as equações primitivas é uma área de
investigação generalizada e progressivamente vai-se estendendo às aplicações
de engenharia, substituindo os tradicionais modelos bidimensionais. A
modelação de escoamentos geofísicos envolve uma gama muito larga de
escalas espaciais e temporais, com os fenómenos de pequena escala a
influenciar de forma importante as escalas superiores. A consideração explícita
das diversas escalas tornaria as exigências computacionais demasiado
elevadas, recorrendo-se em alternativa à parametrização dos processos não
resolvidos. Por questões de economia de meios de cálculo os modelos
especializaram-se num determinado tipo de domínio, encontrando-se
tradicionalmente modelos de circulação global, costeiros e estuarinos.
1
____________________________ Introdução ____________________________
2
____________________________ Introdução _____________________________
3
____________________________ Introdução ____________________________
Motivação
Dentro do contexto apresentado a principal motivação deste trabalho foi a de
criar um modelo hidrodinâmico genérico, que permita a sua utilização num vasto
conjunto de domínios. Para isso é necessária uma estrutura flexível de forma
que a inclusão de novos tipos de coordenada vertical seja uma tarefa simples.
Pretende-se que o processo de definição de uma determinada lei de variação da
malha, se resuma à adição de um pequeno módulo num ponto específico do
código.
A diferente importância relativa dos processos no diferentes domínios obriga à
inclusão de todos eles na formulação. Com o objectivo de rentabilizar as
capacidades de cálculo, o modelo deve permitir a activação ou desactivação de
cada processo (p.ex. convecção, difusão) e de cada tipo de forçamento (p.ex.
vento, densidade, maré) em função da sua importância no domínio em análise.
Para permitir a utilização do modelo hidrodinâmico como suporte para modelos
específicos de outras disciplinas, é importante criar uma configuração modular
ao nível das equações de transporte e uma definição explícita dos fluxos através
do sistema.
4
____________________________ Introdução _____________________________
Estrutura da tese
A tese é composta por 6 capítulos que descrevem de forma global o contexto
em que o modelo se insere, as metodologias adoptadas no seu desenvolvi-
mento, a sua estrutura e as aplicações efectuadas. No capítulo 1 analisam-se as
equações que estão na base da sua formulação com as simplificações e
hipóteses adoptadas. No capítulo 2 aborda-se o problema da discretização
espacial do domínio de cálculo, identificando-se as várias possibilidades e as
propriedades inerentes a cada uma. No capítulo 3 analisam-se, numa
perspectiva de comparação com o método dos volumes finitos, diversos
métodos numéricos tradicionalmente utilizados na simulação de escoamentos
geofísicos. No capítulo 4 descreve-se a discretização espacial e temporal
adoptada, apresentando-se as equações resolvidas pelo modelo na sua forma
discretizada. Dá-se especial ênfase à forma de implementação da coordenada
vertical genérica e nas suas implicações para o método de cálculo. No capítulo
5 analisam-se os principais processos e fenómenos presentes em escoamentos
costeiros e estuarinos, como forma de situar os resultados das aplicações e
permitir uma análise crítica dos mesmos. Por fim no capítulo 6, apresentam-se
resultados de aplicação do modelo em casos esquemáticos de teste e em
problemas reais. Alguns dos resultados descritos foram obtidos por utilizadores
de diferentes especialidades tanto em ambiente de investigação como
empresarial. Desta cooperação obteve-se sensibilidade para problemas práticos
5
____________________________ Introdução ____________________________
6
_________________________ Equações gerais __________________________
1 EQUAÇÕES GERAIS
Os escoamentos em zonas costeiras são governados pelas leis gerais de
conservação da massa, conservação da quantidade de movimento e
conservação da energia, tomando por base a hipótese de meio contínuo. A
natureza dinamicamente instável do escoamento turbulento e as limitações
analíticas e numéricas para a resolução do problema geral exigem a introdução
de hipóteses simplificativas, baseadas em argumentos de natureza física, que
tornam possível a obtenção de uma solução, mas que restringem o domínio de
aplicabilidade do modelo.
Neste capítulo são apresentadas as equações gerais do movimento e as
simplificações normalmente utilizadas para a análise de escoamentos de
mesoescala em águas pouco profundas. Tradicionalmente este tema é
abordado de forma diferente por físicos e por engenheiros. Numa perspectiva
física analisam-se normalmente processos de grande escala dando-se ênfase a
efeitos como a rotação da terra e a estratificação. Na perspectiva da engenharia
(mecânica dos fluidos) as escalas espaciais e temporais envolvidas são
normalmente muito pequenas, tornando particularmente importante a
modelação da turbulência. Estas diferenças dão origem a abordagens distintas.
Neste capítulo procura-se estabelecer uma ligação entre estes dois tipos de
aproximação ao problema. As equações gerais são inicialmente apresentadas
numa formulação integral independente do tipo de coordenada. Efectua-se
depois a passagem para uma formulação diferencial, função do tipo de
coordenada. Mostra-se assim a capacidade da formulação integral produzir
equações válidas para qualquer tipo de coordenada. Esta característica é
utilizada em capítulos posteriores, associada ao método dos volumes finitos.
As equações gerais são depois simplificadas. As simplificações apresentadas,
apesar de serem sempre obtidas por um processo de análise da importância
dos processos físicos, são divididas em dois grupos: Um primeiro conjunto de
simplificações produz um sistema de equações com um domínio de
7
__________________________ Equações gerais __________________________
8
_________________________ Equações gerais __________________________
9
__________________________ Equações gerais __________________________
d (aV )
=-
(
d aux1 Ax1 )
dx 1 -
(
d aux 2 Ax 2 )
dx 2 -
(
d aux 3 Ax 3) é Fluxos ù é Fontes ù
dx 3 + ê ú+ê ú 1.2
dt dx 1 dx 2 dx 3 ëdifusivos û ë - Poços û
x 3
dx 3
dx 2
dx 1
x2
x1
10
_________________________ Equações gerais __________________________
¶r ¶( ru1 ) ¶ ( ru 2 ) ¶ ( ru3 )
+ + + =0 1.5
¶t ¶x1 ¶x2 ¶x3
R df
R cosf dl
dR
R
11
__________________________ Equações gerais __________________________
dx 1 º R cos f dl ® R cos f ¶l
dx 2 º Rdf ® R¶f
dx 3 º dR ® ¶R
dAx1 º Rdf dR ® R¶f ¶R
dAx 2 º R cos f dl dR ® R cos f ¶l ¶R 1.6
dAx 3 º R 2 cos f dl df ® R 2 cos f ¶l ¶f
dV º R 2 cos f dl df dR ® R 2 cos f ¶l ¶f ¶R
dr d ( ru l ) d (ruf cos f )
R 2 cos f dl df dR = - R 2 cos f dl df dR - R 2dl df dR
dt R cos f dl Rdf
1.7
- cos f dl df dR
(
d ru R R 2 )
dR
O último termo é:
(
d ru R R 2)= R2
d ( ru R )
+ 2 Rru R 1.8
dR dR
Como R >> dR o termo 2RruR pode-se desprezar. Pela mesma razão considera-
se normalmente para coordenada vertical z = R - R0 onde R0 é o raio da terra.
dr 1 d ( ru l ) 1 d (ruf cos f ) d ( ru z )
+ + + =0 1.9
dt R0 cos f dl R0 cos f df dz
12
_________________________ Equações gerais __________________________
¶r ¶ ( ru i )
+ =0 1.11
¶t ¶x i0
¶ ( rui ) ¶ (rui u j ) ¶s ij
+ 0
= rg i + 0 1.12
¶t ¶x j ¶x j
D æ ui ui ö ¶ (s ij ui ) ¶qi
çr + e ÷ = rg i ui + - 0 1.13
Dt è 2 ø ¶x 0j ¶x j
13
__________________________ Equações gerais __________________________
W x3
x2 x1 h
W
H
h
x2 x3
x1
r
x30 f
x
x3
W
x1
x20 N
W3
f q1 W1
x2 W 2
x10
14
_________________________ Equações gerais __________________________
r
1.3. Este referencial é não inercial pois possui velocidade de rotação W em
relação ao referencial fixo e a sua origem desloca-se com movimento acelerado
devido á sua translação.
A equação da continuidade não sofre alteração na passagem para este
referencial uma vez que traduz apenas balanços de massa. Fica:
¶r ¶ ( rui )
+ =0 1.14
¶t ¶xi
r
onde x é o vector posição no referencial acelerado. A passagem da equação de
conservação da quantidade de movimento para um referencial acelerado faz
aparecer explicitamente as forças de inércia. Para o caso geral de um
r r
referencial acelerado A com origem r e velocidade de rotação W relativamente
ao referencial de inércia I a aceleração de um ponto material nos dois
referenciais está relacionada por:
r r r
é Du 0 ù é Du ù r r r r r dW r é D æ Drr ö ù
ê ú =ê ( )
ú + 2W ´ u + W ´ W ´ x + dt ´ x + ê Dt çè Dt ÷ø ú 1.15
ë Dt û I ë Dt û A ë ûI
r
onde u 0 é o vector velocidade do ponto material no referencial de inércia. Os
últimos quatro termos representam acelerações aparentes que surgem quando
se utiliza o referencial acelerado. O último termo contabiliza a aceleração linear
do referencial A, que no caso do referencial x1, x2, x3 é devida apenas à
translação da Terra não se fazer com velocidade linear constante podendo ser
desprezado. O penúltimo termo é nulo devido à velocidade de rotação da terra
ser constante. O antepenúltimo termo representa a aceleração centrípeta. Este
termo pode ser escrito na forma de um potencial sendo usualmente englobado
na aceleração da gravidade (Pedlosky, 1987). O valor de g sofre assim uma
alteração máxima no equador da ordem dos 0.3% passando a estar dirigido
perpendicularmente ao geóide. Em termos práticos para a modelação
r r
hidrodinâmica pode considerar-se o valor de g constante. O termo 2W ´ u é a
15
__________________________ Equações gerais __________________________
¶ ( rui ) ¶ (rui u j ) ¶s ij
+ = rg i + - 2 re ijk W j u k 1.16
¶t ¶x j ¶x j
v r r r
W = (W cos f cosq1 )e1 + (W cosf sin q1 )e2 + (W sin f )e3 1.17
16
_________________________ Equações gerais __________________________
r
Admitindo que o eixo e2 se encontra alinhado com a direcção Norte (q1=p/2) o
último termo da equação 1.16 fica:
r r r
2e ijk W j u k = 2(W cos f × u3 - W sin f × u 2 )e1 + 2(W sin f × u1 )e2 + 2(- W cos f × u1 )e3 1.18
r
onde W = W . No oceano a componente vertical da velocidade é usualmente três
r r
2e ijk W j uk = - fu 2 e1 + fu1e2 1.19
1 æ ¶u ¶u j ö÷
eij = ç i + 1.20
2 çè ¶x j ¶xi ÷ø
A forma mais geral de impor essa dependência linear é pela lei de Cauchy-
Poisson:
17
__________________________ Equações gerais __________________________
s ij = - pd ij + l* e kk d ij + 2meij 1.21
æ ¶u ¶u j ö
s ij = - pd ij + m ç i + ÷ 1.22
ç ¶x ¶x ÷
è j i ø
obtém-se:
1.2.5 Incompressibilidade
Quando o fluido é um líquido, admite-se usualmente que se comporta de forma
incompressível. Com esta hipótese as equações 1.12 e 1.13 deixam de estar
acopladas.
Para que a hipótese seja válida, de uma forma geral, não basta apenas que o
número de Mach seja reduzido. Escolhendo para variáveis independentes a
entropia e a massa volúmica, a pressão numa substância pura é dada por
p = p(s,r). A variação de pressão de um elemento de fluido num referencial
Lagrangeano é:
18
_________________________ Equações gerais __________________________
Dp æ ¶p ö Dr æ ¶p ö Ds
=ç ÷ +ç ÷ 1.24
Dt çè ¶r ÷ø s Dt è ¶s ø r Dt
L Dr L 1 Dp L 1 æ ¶p ö Ds
= - ç ÷ 1.25
rU Dt rU a Dt rU a 2 è ¶s ø r Dt
2
æ L 1 æ ¶p ö Ds ö 10 4 1
Oç ÷» 10 4 10 - 8 = 10 - 9 1.26
ç rU a 2 çè ¶s ÷ø Dt ÷ 103 106
è r ø
æ L 1 Dp ö æ gL L2 f 2 ö
Oçç ÷
÷ = O ç
ç a2 + M 2
+ 2 ÷
÷ 1.27
è rU a Dt ø
2
è a ø
19
__________________________ Equações gerais __________________________
4
æ gL ö 10 × 10
Oç 2 ÷ » 6
= 10 -1 1.28
èa ø 10
( )
OM2 »
1
6
= 10 - 6 1.29
10
æ L2 f 2 ö 10 8 × 10 -8
Oçç 2 ÷÷ » 6
= 10 -6 1.30
è a ø 10
Todos estes termos são muito superiores ao da equação 1.26 pelo que se
conclui que o termo Dp/Dt controla a compressibilidade. Para escoamentos de
gases a alta velocidade o termo da equação 1.29 é o mais importante sendo
superior à unidade para velocidades superiores à velocidade do som. No estudo
da acústica tem-se f=a/L tornando-se o termo da equação 1.30 unitário. No caso
de fluidos geofísicos o termo da equação 1.28 é o mais importante, mostrando
que no caso de escoamentos hidrodinâmicos onde a2/g » 230 Km a hipótese de
fluido incompressível pode ser considerada, mas que por exemplo em
escoamento atmosférico onde a2/g » 11 Km a compressibilidade necessita, em
certos casos, de ser tomada em consideração.
Para o caso de fluido incompressível as equações 1.14 e 1.23 simplificam-se
para:
¶ui
=0 1.31
¶xi
20
_________________________ Equações gerais __________________________
1
r (S , T , p ) = r (S , T , p = 0 ) 1.33
(1 - p K (S , T , p ))
v0
K= p = K 0 (S , T ) + A(S , T ) × p + B(S , T ) × p 2 1.34
v0 - v p
(
r = 5890 + 38T - 0.375T 2 + 3S ) ((1779.5 + 11.25T - 0.0745T ) - (3.8 + 0.01T )S +
2
1.35
(
0.698 5890 + 38T - 0.375T 2 + 3S ))
21
__________________________ Equações gerais __________________________
ui ( xi , t ) = U i ( xi , t ) + ui¢( xi , t ) 1.36
p( xi , t ) = P( xi , t ) + p¢( xi , t ) 1.37
22
_________________________ Equações gerais __________________________
+¥
f (t , l ) = ò W (e , l ) f (t + e ) de 1.38
-¥
+¥
ò W (e , l ) de = 1
-¥
1.39
t+T
1 2
f (t , T ) = ò f (e ) de 1.40
T t -T
2
23
__________________________ Equações gerais __________________________
ì1 T
ïï para e <
W (e ) = íT 2 1.41
ï0 T
ïî para e >
2
¶U i
=0 1.42
¶xi
¶U i ¶ (U jU i ) 1 ¶P ¶ æ ¶U i ö
çn
¶u ¢u ¢
÷ - 2e ijk W jU k - i j
+ = gi - + 1.43
¶t ¶x j r ¶xi ¶x j ç ¶x ÷ ¶x j
è j ø
¶ui¢
=0 1.44
¶xi
24
_________________________ Equações gerais __________________________
movimento do campo resolvido sendo por esse motivo o tensor Rij = - r ui¢u¢j
æ ¶U ¶U j ö
- r ui¢u ¢j = m t ç i + ÷ 1.46
ç ¶x ¶x ÷
è j i ø
25
__________________________ Equações gerais __________________________
¶ui¢u ¢j ¶ æ ¶U i ö æ ¶U i ö
- = ç Ah ÷(1 - d j 3 ) + ¶ ç Av ÷d 1.47
¶x j ¶x j ç ¶x ÷ ¶x j ç ¶x ÷ j 3
è j ø è j ø
¶ui¢u ¢j
(1 - d ) = - Bæçç ¶ (D U ) + ¶ (D U )ö÷÷
2 2
- j3 2 h i h i 1.48
¶x j è ¶x1 ¶x22 ø
26
_________________________ Equações gerais __________________________
¶ui
=0 1.49
¶xi
+
(2
¶ U i2 2 ¶ U j U i 2
= g iU i -
)1 ¶PU i
- 2e ijk W jU kU i +
¶ æ ¶ U i2 2 ö
çA ÷-
¶t ¶x j r ¶xi ¶x j ç ¶x ÷
è j ø
1.51
(
¶ ui¢u ¢jU i ) - Aæç ¶U ö÷
i
2
+ ui¢u ¢j
¶U i
¶xi ç ¶x ÷ ¶xi
è jø
2
¶k ¶U j k 1 ¶ ui¢ p¢ ¶ 2 k ¶u¢ k æ ¶u¢ ö ¶U i
+ =- - 2e ijk W j u k¢ u¢ + A 2 - j - Aç i ÷ - ui¢u¢j 1.52
¶t ¶x j r ¶xi ¶x j ¶x j ç ¶x j ÷ ¶x j
è ø
27
__________________________ Equações gerais __________________________
fluxo de energia dá-se sempre no sentido do campo médio para o campo das
perturbações, dando origem a uma cascata de energia que transfere energia
das maiores escalas para as menores. No oceano esta transferência de energia
não se faz numa sub-banda de inércia única pois podem identificar-se três
bandas de números de onda onde é injectada energia. Este processo é
analisado em pormenor em (Coelho, 1996)
28
_________________________ Equações gerais __________________________
1 ¶p
= -g 1.54
r ¶x3
æ 1 ¶p ö
Oçç ÷÷ » 10 1.55
è r ¶x3 ø
¶p
= - rg 1.56
¶x3
29
__________________________ Equações gerais __________________________
r ( x1 , x 2 , x3 , t ) = r 0 + r ¢(x1 , x 2 , x3 , t ) 1.57
h h
¶p
òx ¶x3 dx3 = - xò (r 0 + r ¢)g dx3 1.58
3 3
h
¶p ¶patm ¶h ¶
¶xi
=
¶xi
+ r0 g
¶xi
+g
¶xi ò r ¢ dx
x3
3 i = 1,2 1.60
h
¶p ¶patm ¶h ¶r ¢
= + g [r 0 + r ¢(h )] + gò dx3 i = 1,2 1.61
¶xi ¶xi ¶xi x3
¶xi
b (x ) b (x)
¶ ¶ ¶b ¶a
1
ò f ( x, y ) dy = ò f ( x, y ) dy + f ( x, b ) - f ( x, a )
¶x a ( x ) a (x)
¶x ¶x ¶x
30
_________________________ Equações gerais __________________________
1 ¶p 1 ¶p æ 1 r ¢ r ¢2 ö 1 ¶p
= =ç - + L÷ » i = 1,2 1.62
r ¶xi ( r 0 + r ¢) ¶xi çè r 0 r 02 r 03 ÷ø r 0 ¶xi
h h h
¶u ¶u ¶u
ò-h ¶x11 dx3 + -òh ¶x22 dx3 + -òh ¶x33 dx3 = 0 1.64
¶h ¶h ¶h ¶ (- h ) ¶ (- h )
u3 (h ) - u3 (- h ) = + u1 (h ) + u 2 (h ) - u1 (- h ) - u 2 (- h ) 1.65
¶t ¶x1 ¶x2 ¶x1 ¶x2
31
__________________________ Equações gerais __________________________
¶ (- h )
h
¶ ¶h
ò u1 dx3 - u1 (h ) + u1 (- h ) +
¶x1 - h ¶x1 ¶x1
¶ (- h )
h
¶ ¶h
ò u 2 dx3 - u 2 (h ) + u 2 (- h ) + 1.66
¶x2 - h ¶x 2 ¶x2
¶h ¶h ¶h ¶ (- h ) ¶ (- h )
+ u1 (h ) + u 2 (h ) - u1 (- h ) - u 2 (- h ) =0
¶t ¶x1 ¶x2 ¶x1 ¶x2
h h
¶h ¶ ¶
¶t
=- ò
¶x1 -h
u1 dx3 -
¶x2 -òh
u2 dx3 1.67
x3 x x
¶u1 3
¶u2 3
¶u
ò-h ¶x1 3 -òh ¶x2 3 -òh ¶x33 dx3 = 0
dx + dx + 1.68
x x
¶ 3 ¶ 3
u3 ( x3 ) = -
¶x1 -òh ¶x2 -òh
u1 dx3 - u2 dx3 1.69
¶a ¶a ¶ æ ¶a ö
+uj = çK ÷ + FP 1.70
¶t ¶x j ¶x j ç ¶x ÷
è j ø
32
_________________________ Equações gerais __________________________
33
__________________________ Equações gerais __________________________
¶ui ¶ (ui u j ) r (h ) ¶h g æ ¶u i ö
h
1 ¶patm ¶r ¢ ¶ çA ÷ - 2e ijk W j uk
¶t
+
¶x j
=-
r 0 ¶xi
-g -
r 0 ¶xi r 0 ò ¶x dx3 +
¶x j ç ¶x ÷ 1.71
x3 i è j ø
(1) ( 2) (3) ( 4) (5) ( 6) (7 )
A importância relativa entre o termo convectivo (2) e o termo difusivo (6) é dada
por:
¶ (ui u j ) U2
¶x j UL
» L = = Re 1.72
¶ æç ¶ui ö÷ A U A
A L2
¶x j çè ¶x j ÷ø
que é o número de Reynolds. Para que esta grandeza seja uma medida da
importância relativa entre os fenómenos convectivos e difusivos A deve ser da
ordem de grandeza da viscosidade molecular do fluido. Este número
adimensional caracteriza a natureza laminar ou turbulenta do escoamento,
mostrando que os escoamentos oceânicos são fortemente turbulentos. Por esse
motivo pode-se normalmente desprezar os efeitos da difusão molecular. Em
escoamentos oceânicos o termo de difusão turbulenta é usualmente da mesma
ordem de grandeza do termo convectivo (Pond e Pickard, 1989). Para
escoamento estacionário de fluido homogéneo, sem efeitos de rotação e
confinado (sem superfície livre) este número adimensional caracteriza
completamente o escoamento. Para o caso geral dos escoamentos geofísicos o
fluido é não homogéneo, sujeito a rotação e com superfície livre surgindo para
cada um desses efeitos um novo número adimensional.
O efeito da superfície livre surge do termo de pressão barotrópica (4). Esse
termo é produzido pela acção das forças mássicas como se viu na secção 1.2.6.
A importância relativa entre as forças de inércia e as forças mássicas é assim:
34
_________________________ Equações gerais __________________________
¶ (ui u j ) U2
¶x j U2
» L = = Fr02 1.73
r (h ) ¶h H GH
g G
r 0 ¶xi L
¶ (ui u j )
U2
¶x j U
» L = = Ro 1.74
2e ijk W j u k FU FL
35
__________________________ Equações gerais __________________________
c GH
LRo = = 1.75
F F
¶ æ ¶ui ö
ç Ah ÷ U
¶x jç ¶x ÷ Ah 2
è j ø
» L = Ah = E 1.76
x
2e ijk W j u k FU FL2
¶ æ ¶ui ö
ç Av ÷ U
¶x jç ¶x ÷ Av 2
è j ø» H = Av = E 1.77
v
2e ijk W j u k FU FH 2
Av
Ev » 1 Þ H» 1.78
F
36
_________________________ Equações gerais __________________________
¶b g ¶r
N2 = =- 1.79
¶x3 r 0 ¶x3
que é a frequência com que uma partícula de fluido oscila quando afastada da
sua posição de equilíbrio numa coluna de água estável.
A amplificação das perturbações é obtida por extracção de energia ao
escoamento resolvido o que só é possível quando existem gradientes espaciais
de velocidade no campo resolvido. Utilizando (¶u/¶x3)2 como medida da
tendência que o escoamento possui para amplificar pequenas perturbações. A
razão entre estas duas tendências:
N2
Ri = 1.80
(¶u ¶x3 )2
37
__________________________ Equações gerais __________________________
U H L 2f 02 L2
Ro = << 1 ; d = << 1 ; << 1 e F =
r << 1 1.81
FL L R0 gH
2
onde Ro é o número de Rossby, R0 é o raio da terra e Fr é o quadrado de um
numero de Froude.
As variáveis dependentes são expandidas em série de potências:
¶p0¢ ¶p0¢ 1 ¶
u02 = ; u01 = - ; r 0¢ = - ( r 0 p0¢ ) 1.83
¶x1 ¶x2 r 0 ¶x3
1 ¶
(u03 r 0 ) + ¶u01 + ¶u02 = 0 1.84
r 0 ¶x3 ¶x1 ¶x2
¶u01 ¶u02
+ =0 1.85
¶x1 ¶x2
38
_________________________ Equações gerais __________________________
d0
(z 0 + bx2 ) = 1 ¶ ( r 0u13 ) 1.86
dt r 0 ¶x3
¶u 02 ¶u 01
onde z0 = + é a vorticidade do campo de ordem 1 e
¶x1 ¶x 2
d0 ¶ ¶ ¶
= + u 01 + u 02 é a derivada total quasi-geostrófica. Desta forma
dt ¶t ¶x1 ¶x 2
retirou-se a não linearidade do termo convectivo. A velocidade vertical de ordem
Ro u13 é obtida da primeira lei da termodinâmica, que para o caso da água se
pode escrever (Pedlosky, 1987):
d 0 r 0¢
- + u13 S = À 1.87
dt
¶ 2 p0¢ ¶ 2 p0¢
z0 = - 1.88
¶x12 ¶x22
æ ¶ ¶y ¶ ¶y ¶ ö é ¶ 2y ¶ 2y ¶ æ 1 ¶y ö ù
çç + - ÷÷ ê 2 + 2 + çç ÷÷ + bx2 ú = 0 1.89
è ¶t ¶x1 ¶x2 ¶x2 ¶x1 ø ë ¶x1 ¶x2 ¶x3 è S ¶x3 ø û
39
__________________________ Equações gerais __________________________
¶ é ¶ 2y ¶ 2y ¶ æ 1 ¶y öù ¶y
ê 2 + 2 + çç ÷÷ú + b =0 1.90
¶t ë ¶x1 ¶x2 ¶x3 è S ¶x3 øû ¶x1
que admite soluções separáveis da forma: y = Re ei ( kx1 +lx2 -st )F( x3 ) onde F é uma
F n ( x3 ) n = 0,1,L
ò r F (x ) dx
0
0 n 3 3 =0 n = 1,2,L 1.91
estes modos não produzem assim fluxos de massa integrados na vertical mas
dão origem a velocidades verticais e o perfil vertical das velocidades horizontais
depende da deformação das isobáricas através de y.
Os tradicionais modelos de duas camadas e de gravidade reduzida podem ser
obtidos por esta metodologia, considerando apenas o modo barotrópico e o
primeiro modo interno, tendo em atenção as condições fronteira na direcção
vertical.
Os modelos quasi-geostróficos tem sido usada para identificar processos e
características físicas de escoamentos à escala global (Holland, 1986) não
sendo no entanto adequados como modelos de circulação global devido às suas
excessivas aproximações (McWilliams, 1996).
40
_________________________ Equações gerais __________________________
3 5
H » 10 m ; Dr » 1 Kg/m3 ; Dx » 10 m
41
__________________________ Equações gerais __________________________
c » gH = 100 m s 1.92
Dr
c¢ » g ¢H = H = 1m s 1.93
r
ui ( x , y , z, t ) = ui ( x , y , t ) + ui¢( x , y , z, t ) 1.94
onde
z
1
ui =
H ò u dx
-h
i 3 1.95
¶h ¶ (Hu1 ) ¶ (Hu 2 )
+ + =0 1.96
¶t ¶x1 ¶ x2
42
_________________________ Equações gerais __________________________
h h h
¶ui 1 ¶ ¶h 1 ¶P g ¶r ¢
+
¶t H ¶x j ò-huiu j dx3 = - g ¶xi - r 0 ¶xatmi - Hr 0 ò ò ¶x dx dz +
-h z i
3
1.97
æ ¶ 2u ¶ 2u ö t s - t i f
+ kh ç 2i + 2i ÷ + i - 2e ijk W j uk
ç ¶x ¶ x ÷ H r
è i j ø 0
h hh h
¶ui¢ ¶u 1 ¶ g ¶r ¢ g ¶
¶t
+uj i - ò
¶x j H ¶x j -h
uiu j dx3 = òò
Hr0 -h z ¶x
dx3 dx3 -
r0 ¶xi òz
r ¢dx3 +
1.98
¶ æç ¶ui¢ ö÷ ¶ æç ¶ui¢ ö÷ t s -t f
Ah (1- d j3 )+ Av d j 3 - x x - 2e ijk W j uk¢
¶x j çè ¶x j ÷ø ¶x j çè ¶x j ÷ø Hr0
2D
3D
0 Dt' 2Dt'
43
__________________________ Equações gerais __________________________
z z z
¶ ¶ æ 2 ö
¶x -òh ò ò ÷ø
uu dz = ç u H + u ¢ 2
dz + 2 u u ¢ dz 1.99
¶x è -h -h
z z
ò u¢ dz = ò u - u dz = Hu - Hu = 0
-h -h
1.100
1 æ¶ z ¶
z
ö 1 ¶ æ 2 z
ö 1 ¶ æ z
ö
ç ÷ ç ÷ ç ¢u ¢2 dz ÷ 1.101
ò ò ò ¢ ò
2
ç ¶x u1u1 dz + u1u 2 dz =
÷ H ¶x ç u1 H + u1 dz +
÷ H ¶y ç u1u 2 H + u1 ÷
H è -h ¶y - h ø è -h ø è -h ø
44
_________________________ Equações gerais __________________________
r
t i f = c u × ( ui + ui¢) 1.102
1.4 Conclusões
Neste capítulo utilizaram-se os princípios fundamentais de conservação da
massa, da quantidade de movimento e da energia para derivar as equações que
regem os escoamentos hidrodinâmicos. As ordens de grandeza dos fenómenos
em estudo e as particularidades dos escoamentos em ambientes marinhos
foram usadas no estabelecimento de hipótese que permitiram a simplificação
das equações originais. As equações obtidas são utilizadas para introduzir
alguns números adimensionais normalmente usados na dinâmica dos fluidos
geofísicos.
Neste capítulo são ainda analisados dois tipos de simplificações que são
normalmente usadas em oceanografia para o estudo de problemas à escala
global: As equações quasi-geostróficas e a divisão de modos. Mostra-se que
este tipo de aproximações é útil na compreensão dos fenómenos físicos. Esta
abordagem não é no entanto adequada para a modelação de escoamentos
costeiros e estuarinos reais devido às excessivas simplificações admitidas.
45
_______________________ Malhas computacionais________________________
2 MALHAS COMPUTACIONAIS
Para a resolução numérica das equações do capítulo anterior é necessário
definir uma malha computacional na qual essas equações são discretizadas e
resolvidas. Neste capítulo são analisados vários tipos de malha. O capítulo está
organizado em duas partes: Na primeira parte analisa-se a representação
horizontal do domínio, recorrendo a diversos tipos de malha cartesiana e
curvilínea. As vantagens e inconvenientes de cada metodologia são
identificados. Na segunda parte descrevem-se diversos tipos de coordenada
vertical utilizados em modelação hidrodinâmica, tornando-se claras as
vantagens da opção tomada neste modelo de utilizar uma formulação genérica
para a discretização nessa direcção. O capítulo é escrito na perspectiva do
método do volume finito, identificando-se em várias situações a equivalência
entre este método e outras abordagens mais tradicionais de definição da malha
computacional.
47
_______________________ Malhas computacionais _______________________
48
_______________________ Malhas computacionais________________________
Dxi-1/2 Dxi+1/2
i-1 i i+1
df d2 f Dxi2±1 2 d3 f Dxi3±1 2
f i ±1 = f i ± Dxi ±1 2 + 2 ± 3 +L 2.1
dx xi dx xi
2! dx xi
3!
df f i +1 - f i d 2 f Dxi +1 2
= - 2 -L 2.2
dx xi Dxi +1 2 dx xi
2!
df f i - f i -1 d 2 f Dxi -1 2
= + 2 -L 2.3
dx xi Dxi -1 2 dx xi
2!
f i +1 f
2
- i2-1 2.4
Dxi +1 2 Dxi -1 2
49
_______________________ Malhas computacionais _______________________
Dxi -1 2 æ Dx Dx ö Dx
f i +1 + ç i +1 2 - i -1 2 ÷ f i - i +1 2 f i -1
Dxi +1 2 ç Dx ÷
df
= è i -1 2 Dxi +1 2 ø Dxi -1 2 d3 f
- 3
Dxi +1 2 Dxi -1 2
-L 2.5
dx xi Dxi +1 2 + Dxi -1 2 dx xi
3!
por diferenças centrais numa malha não uniforme garante precisão de segunda
ordem mas obriga ao cálculo da função em três pontos. Apenas para malha de
passo uniforme a aproximação por diferenças centrais dispensa o cálculo no
ponto central.
Considere-se agora a malha descentrada da figura 2.2. Nesta malha as
propriedades não são todas calculadas nos mesmos pontos. Admite-se que o
ponto de cálculo da primeira derivada de f é o ponto x, intermédio entre os nós i
e i+1.
aD x (1-a)D x
i x i+1
f i +1 = f x +
df 2
(1 - a )Dx + d 2f [(1 - a )Dx]2 + d 3 f [(1 - a )Dx]3 + L 2.6
dx x dx x
2! dx 3 x
3!
fi = f x -
df d2 f
a Dx + 2
(aDx )2 - d 3 f (aDx )3 + L 2.7
dx x dx x
2! dx 3 x
3!
50
_______________________ Malhas computacionais________________________
df f - f (1 - 2a )Dx d 2 f
= i +1 i - -
(1 - 3a + 3a )Dx2 2
d3 f
-L 2.8
dx x Dx 2! dx 2 x
3! dx 3 x
f g f g
a = 2/3
f g f g
a = 0.5
51
_______________________ Malhas computacionais _______________________
A u,v
B u,v C
v
u,v,h h
u h u
u,v u,v
v
D h
E h
u u,v
h
u,v u,v
v v
h h
u u,v
r ¶u
Ñ huh + 3 = 0 2.9
¶x3
52
_______________________ Malhas computacionais________________________
¶u1 æ bx ö 1 ¶p
- f 0 çç1 + 2 ÷÷u2 + =0 2.10
¶t è f0 ø r 0 ¶x1
¶u2 æ bx ö 1 ¶p
+ f 0 çç1 + 2 ÷÷u1 + =0 2.11
¶t è f0 ø r 0 ¶x 2
¶p
rg + =0 2.12
¶x3
Hs us
h
Hf uf
) r r
obtêm-se as equações para o primeiro modo baroclínico u = u s - u f :
) æ bx ö r )
¶u
+ f 0 çç1 + 2 ÷÷e3 ´ u + g ¢Ñh = 0 2.13
¶t è f0 ø
¶h )
+ H *Ñu = 0 2.14
¶t
( )
onde g ¢ = g (r f - r s ) r 0 e H * = H f H s H f + H s .
Utilizando as dimensões características L, h0, T=1/f0, U=L/T, as equações
anteriores podem ser escritas na forma adimensional (Adcroft, 1997):
53
_______________________ Malhas computacionais _______________________
¶u r
+ e3 ´ u + Ñh = 0 2.15
¶t
¶h
S -1 + Ñu = 0 2.16
¶t
¶2D
+ D - SÑ 2 D = 0 2.17
¶t 2
(
w 2 = 1+ S k 2 + l2 ) 2.18
r2
Da análise desta relação conclui-se que para as ondas longas S k << 1 a
54
_______________________ Malhas computacionais________________________
r
proporcional ao número de onda: w ® S k . A velocidade de grupo destas
ondas é:
r ¶w r ¶w r S r r
cg =
¶k
ek +
¶l
el = r 2 (kek + lek ) 2.19
1+ S k
r
mostrando que a energia, que possui velocidade c g , se desloca sempre na
direcção da onda.
A forma discretizada das equações 2.15 e 2.16 deve conseguir produzir ondas
com um comportamento semelhante ao da solução contínua, sob pena de
introduzir erros na frequência da onda e na propagação da sua energia.
Usando as malhas B e C e definindo os operadores:
¶u1
- u 2t + d x1 h x2 = 0 2.21
¶t
¶u 2
+ u1t + d x2 h x1 = 0 2.22
¶t
¶h
S -1
¶t
(
+ d x1 u1x2 + d x2 u 2x1 = 0 ) 2.23
Malha C:
¶u1
- u 2x1 x2t + d x1 h = 0 2.24
¶t
55
_______________________ Malhas computacionais _______________________
¶u 2
+ u1x1x2t + d x2 h = 0 2.25
¶t
¶h
S -1
¶t
( )
+ d x1 u1 + d x2 u 2 = 0 2.26
Malha C:
D = d x1 u1 + d x2 u 2 2.28
¶2D
¶t 2
( )
+ D tt - S d x1 x1 D x2 x2 + d x2 x2 D x1 x1 = 0 2.29
Malha C:
¶2D
¶t 2
( )
+ D x1 x1 x2 x2tt - S d x1x1 D + d x2 x2 D = 0 2.30
Estas equações são diferentes das que se obteriam se a equação 2.17 fosse
discretizada directamente na malha e reflectem a forma como o modelo,
baseado nas equações 2.15 e 2.16, se comporta do ponto de vista de
propagação das ondas inerciais-gravíticas. Substituindo a solução ei(kx+ly-wt)
obtêm-se as relações de dispersão:
56
_______________________ Malhas computacionais________________________
Malha B:
éæ 2 2
Dx1 ö æ
2
Dx 2 ö æ 2
2
Dx 2 ö æ Dx1 ö ù
2
w = 1 + S êçç
2
sin k ÷ ç cos l ÷ +ç sin l ÷ ç cos k ÷ ú 2.31
êëè Dx1 2 ÷ø è 2 ø çè Dx2 2 ÷ø è 2 ø ú
û
Malha C:
æ
2
Dx1 ö æ Dx 2 ö
2 éæ 2 2
Dx1 ö æ 2 Dx2 ö ù
2
÷ + S êçç ÷ +ç ÷ ú
2
w = ç cos k ÷ ç cos l sin k sin l 2.32
è 2 ø è 2 ø êëè Dx1 2 ÷ø çè Dx2 2 ÷ø ú
û
57
_______________________ Malhas computacionais _______________________
WR=2 WR=0.5
12.0 3.5
3.0
9.0
2.5
Exacta
6.0 w2
w2
1.0 2.0
1.0
0.8 0.8
3.0 1.5
0.6 0.6
n 0.4 n 0.4
0.0 0.2 1.0
0.2
1.0 0.0 0.8 1.0
0.0 0.6 0.8 0.4 0.6
0.2 0.4 0.0 0.2
0.0 m
m
3.00 1.5
1.4
Malha B
1.3
2.00
w2 w2
1.0 1.0 1.2
0.8
0.8
0.6 1.1
0.6
n 0.4
n 0.4
0.2 1.00
1.0 0.2 1.0
0.0 0.6 0.8 1.0
0.2 0.4 0.0 0.6 0.8
0.0 0.2 0.4
m 0.0
m
1.0
3.8
3.4 0.9
Malha C
3.0
0.8
2.6
w2 w2
1.0 2.2 1.0 0.7
0.8 1.8 0.8
0.6 0.6 0.6
1.4
n 0.4 n 0.4
0.2 1.0 0.2 0.5
0.0 0.8 1.0 0.0 0.8 1.0
0.4 0.6 0.4 0.6
0.0 0.2 0.0 0.2
m m
58
_______________________ Malhas computacionais________________________
velocidade de grupo possui o sinal errado para m + n > 1, fazendo com que o
sentido de propagação da energia seja contrário ao da solução contínua.
Antes de se considerar a malha C como a melhor alternativa é no entanto
necessário analisar o seu comportamento em situações onde a capacidade de
resolução das ondas inerciais-gravíticas é reduzida. Tomando como referência o
caso WR = 0.5 verifica-se que a malha B apresenta características muito
semelhantes às do caso WR = 2, com os problemas já referidos para os
números de onda elevados. A malha C no entanto, mudou completamente o seu
comportamento, apresentando agora dois mínimos de frequência para as ondas
alinhadas com as direcções principais da malha e uma velocidade de grupo com
direcção contrária para m + n < 1. Este comportamento está associado ao termo
em cosenos que surge na equação 2.32, tendo sido produzido, em última
análise, pelas médias à velocidade necessárias ao calculo do termo de Coriolis
quando se usa a malha C.
Conclui-se por isso que a malha C apenas reproduz correctamente o
andamento da solução contínua quando a resolução da onda é elevada. Para
condições normais no oceano a situação WR < 1 verifica-se quando se utilizam
passos espaciais superiores a várias dezenas de quilómetros. Esta situação é
mais comum em modelos de circulação global justificando a utilização
generalizada da malha B nesses modelos. No entanto, com o aumento da
capacidade de cálculo, mesmo no caso de circulação global a capacidade de
resolução começa a ser suficiente para o uso de malhas do tipo C.
Do ponto de vista da implementação a malha C é a mais adequada à utilização
do método do volume finito pois evita médias às velocidades nos cálculos dos
fluxos através das faces das células. Pelos motivos apontados foi adoptada
neste modelo a malha do tipo C.
A análise anterior não considerou a variação do parâmetro de Coriolis com a
latitude, quando esta limitação é suprimida torna-se possível a propagação de
ondas de Rossby que apresentam, em geral, problemas nos modelos discretos
em todas as malhas. A solução mais eficiente para contornar este problema nos
59
_______________________ Malhas computacionais _______________________
( )
u1*ijk = a u1 u1ijk + 1 - a u1 u1ij-1k 2.33
( )
u2*ijk = a u2 u2ijk + 1 - a u2 u2ij-1k 2.34
( )
u3*ijk = a u3 u3ijk + 1 - a u3 u3ij-1k 2.35
60
_______________________ Malhas computacionais________________________
u*2i+1j
u2i+1j-1 u2i+1j
u*2ij
u2ij-1 u2ij
Dxhij-1 Dxhij
Dxuij
r
A condição de divergência nula: Ñ × u * = 0 pode ser discretizada por:
onde Dxuij=(Dxhij + Dxhij-1)/2 , Dyu= Dyh =Dy e Dzu= Dzh =Dz. Aplicando as operações
( )
a u1 u1ij+1k + 1 - a u1 u1ijk - a u1 u1ijk - 1 - a u1 u1ij-1k ( )
+
Dxuij
( )
a u23 u2i+1 jk + 1 - a u23 u 2i+1 j-1k - a u23 u 2ijk - 1 - a u23 u 2ij-1k ( )
+ 2.37
Dy
(
a u23 u3ijk +1 + 1 - a u23 ) (
u3ij-1k +1 - a u23 u3ijk - 1 - a u23 u3ij-1k )
=0
Dz
onde se considerou au2 = au3 = au23 por se tratarem ambas de médias a faces
compostas por parte da face da célula i,j e parte da face da célula i,j+1. Como o
campo u é não divergente tem-se:
61
_______________________ Malhas computacionais _______________________
r
Ñ ×u* =
(
a u1 u1ij+1k - u1ijk a u u1 - u1ijk
- 23 ij+1k
) ( )
(
0.5 Dxhij + Dxhij-1 Dxhij )
(1 - a )(u u1 1ijk - u1ij-1k ) - (1 - a )(u u 23 1ijk - u1ij-1k )=
+ 2.39
(
0.5 Dxhij + Dxhij-1 ) Dxhij-1
( ) (
A u1ij+1k - u1ijk + B u1ijk - u1ij-1k = 0 )
Para que esta expressão se anule independentemente dos valores de u deve-se
verificar: A = 0 e B = 0 obtendo-se o sistema:
ì a u1 au
ï - 23 = 0
(
ïï 0.5 Dxhij + Dxhij-1 Dxhij )
2.40
í
ï (
1 - a u1
-
)
1 - a u23
=0
( )
ï
(
ïî 0.5 Dxhij + Dxhij-1 Dxhij-1 )
a solução deste sistema fornece as condições a que devem obedecer as
operações de média para que o campo u* seja não divergente:
ìa u1 = 0.5
ïï
Dxhij 2.41
ía =
ï u23
ïî (
0.5 Dxhij + Dxhij-1 )
Esta análise foi efectuada para o caso de células com volume constante, para
células com volume variável a divergência nula também se mantém desde que o
volume das células das velocidades seja obtido dos volumes das células
adjacentes pela operação de média:
62
_______________________ Malhas computacionais________________________
ijk 1
( 1
)
Vu1 = a Vu Vhijk + 1 - a Vu Vhij-1k 2.42
( )
com a Vu1 = a u23 = Dxhij 0.5 Dxhij + Dxhij-1 . Que equivale a efectuar a mesma
63
_______________________ Malhas computacionais _______________________
pontos da malha como pontos de terra que, apesar de não serem calculados,
ocupam recursos no computador.
Para o caso geral de estuários com largura elevada, lagoas costeiras e
domínios oceânicos a topografia não apresenta uma direcção horizontal
preferencial e as fronteiras são muito irregulares. Torna-se por isso mais
eficiente o uso de coordenadas cartesianas nesses domínios.
Apesar de se ter optado por coordenada cartesiana no modelo, analisam-se
neste capítulo as principais características de uma malha curvilínea. Mostra-se
também que, com o método do volume finito, este tipo de coordenada pode ser
facilmente implementado por manipulação da geometria das células no espaço
real.
x2
e2
e2
x2
x1
e1
e1 x1
64
_______________________ Malhas computacionais________________________
onde o operador:
é o jacobiano da transformação.
No caso de a transformação ser especificada por uma expressão analítica o
jacobiano pode ser determinado analiticamente. No caso geral, mesmo quando
a expressão analítica é conhecida, prova-se que a precisão do método é
superior se o jacobiano for determinado numericamente, usando o mesmo
65
_______________________ Malhas computacionais _______________________
J=
[Cofactor (J )] -1 T
2.46
J -1
é ¶x2 ¶x3 ¶x2 ¶x3 ¶x1 ¶x3 ¶x1 ¶x3 ¶x1 ¶x2 ¶x1 ¶x2 ù
ê ¶x ¶x - ¶x ¶x -
¶x 3 ¶x 2 ¶x 2 ¶x 3
-
¶x 2 ¶x 3 ¶x 3 ¶x 2 ú
ê 2 3 -1 3 2 ú
ê J J -1 J -1 ú
ê ¶x ¶x ¶x ¶x ¶x1 ¶x3 ¶x1 ¶x3 ¶x1 ¶x2 ¶x1 ¶x2 ú
ê 2 3- 2 3 - - ú
¶x ¶x ¶x ¶x ¶x1 ¶x 3 ¶x 3 ¶x1 ¶x 3 ¶x1 ¶x1 ¶x 3 ú
J = êê 3 1 -1 1 3 ú 2.47
J J -1 J -1
ê ú
ê ¶x2 ¶x3 - ¶x2 ¶x3 ¶x1 ¶x3 ¶x1 ¶x3
-
¶x1 ¶x2 ¶x1 ¶x2 ú
-
ê ¶x ¶x ¶x ¶x ¶x 2 ¶x1 ¶x1 ¶x 2 ¶x1 ¶x 2 ¶x 2 ¶x1 ú
ê 1 2 -1 2 1 ú
ê J J -1 J -1 ú
êë úû
Esta forma é mais conveniente quando a malha não é especificada por uma
função pois nesse caso o que se conhece são os valores (x1, x2, x3) para cada
ponto discreto (x1, x2, x3).
66
_______________________ Malhas computacionais________________________
¶xi ¶x ¶x
dxi = dx 1 + i dx 2 + i dx 3 2.49
¶x1 ¶x 2 ¶x 3
obtendo-se:
3
æ ¶x öæ ¶x ö
ds 2 = å çç k dx i ÷÷ç k dx j ÷ = g ijdx idx j 2.50
k =1 è ¶x i
ç ÷
øè ¶x j ø
3
¶xk ¶xk
g ij = å 2.51
k =1 ¶x i ¶x j
1
dA = g 2 dx 1dx 2 2.52
67
_______________________ Malhas computacionais _______________________
e2
A x2
A x1
d sx 2 q d sx 1
b a
e1
1
dsx 2æg ö
2
AR = = çç 22 ÷÷ 2.53
dsx1 è g11 ø
r r r
Ax1 = dsx 2 sin b e1 + dsx 2 cos b e2 2.55
r r r
Ax 2 = -dsx1 sin a e1 + dsx1 cos a e2 2.56
r é ¶x2 ¶x1 ù
ìï Ax üï ê ¶x dx 2 -
¶x 2
dx 2 ú
A=ír ý=ê 2 ú 2.57
1
ïî Ax 2 ïþ ê- ¶x2 dx 1 ¶x1
dx 1 ú
êë ¶x1 ¶x1 úû
68
_______________________ Malhas computacionais________________________
J
A= 2.58
J
ì ¶x 1 ¶x ü
ï u1 + 1 u 2 ï
r r ï ¶x1 ¶x2 ï
uc = uT ×J = í ý 2.59
ï ¶x 2 u + ¶x 2 u ï
ïî ¶x1 1 ¶x2 2 ïþ
69
_______________________ Malhas computacionais _______________________
¶A ¶B ¶C
+ + =0 2.61
¶t ¶x1 ¶x2
ì ¶ ¶ ü ì ¶ ¶ ü
í ý=í ý×J 2.62
î ¶x1 ¶x2 þ î ¶x1 ¶x 2 þ
¶B ¶x1 ¶C ¶x1 ¶B ¶x 2 ¶C ¶x 2
+
¶ ( A J ) ¶x1 ¶x1 ¶x1 ¶x2 ¶x 2 ¶x1 ¶x 2 ¶x2
+ + + =0 2.63
¶t J J J
Esta equação pode-se simplificar tendo em atenção que, por exemplo para o
segundo termo:
70
_______________________ Malhas computacionais________________________
¶x 1 1 ¶x 2
Como devido à equação 2.47 para o caso 2D se tem: = -1 a equação
¶x1 J ¶x 2
anterior fica:
¶B ¶x1 ¶ æ ¶x 1 ö ¶ æ ¶x 2 ö
J = çB J ÷÷ - B ç ÷ 2.65
¶x1 ¶x1 ¶x1 çè ¶x1 ø ¶x1 çè ¶x 2 ÷ø
definindo as funções:
¶x1 ¶x ¶x 2 ¶x
B +C 1 B +C 2
¶x1 ¶x2 ¶x1 ¶x2
A* = A J B* = C* = 2.68
J J
¶A * ¶B * ¶C *
+ + =0 2.69
¶t ¶x1 ¶x 2
71
_______________________ Malhas computacionais _______________________
que tem uma forma semelhante à da equação original mas nas coordenadas do
espaço transformado. Assim a equação da continuidade transformada fica:
¶ (h J ) ¶ é æ ¶x1 ¶x ö ù ¶ é æ ¶x 2 ¶x ö ù
+ ê H çç u1 + u2 1 ÷÷ J ú + ê H çç u1 + u 2 2 ÷÷ J ú = 0 2.70
¶t ¶x1 ë è ¶x1 ¶x2 ø û ¶x 2 ë è ¶x1 ¶x2 ø û
¶B ¶C æ ¶B * ¶C * ö
+ = J çç + ÷÷ 2.71
¶x1 ¶x2 ¶
è 1 x ¶x 2 ø
¶A ¶B ¶C ¶ 2 D ¶2E ¶2F
+ + = 2 + + 2 2.72
¶t ¶x1 ¶x2 ¶x1 ¶x1¶x2 ¶x2
Para:
¶A * ¶B * * ¶C * * ¶ 2 D * ¶ 2 E * ¶ 2 F *
+ + = + + 2.74
¶t ¶x1 ¶x 2 ¶x12 ¶x1¶x 2 ¶x 22
72
_______________________ Malhas computacionais________________________
e2 x2
C D' C'
P B P'
D
A A' B'
e1 x1
¶h r r r r r r r r
òV ¶t dV + òADH u × n dS + òBC H u × n dS + òAB H u × n dS + òCD × n dS = 0
H u 2.75
anterior é equivalente a:
¶h
V + H AD (u1S x + u 2 S y )AD + H BC (u1S x + u 2 S y )BC + H AB (u1S x + u 2 S y )AB +
¶t 2.76
H CD (u1S x + u 2 S y )CD = 0
73
_______________________ Malhas computacionais _______________________
r r r
onde S xab = Sab n × ex é a projecção da face AD no plano perpendicular a e x .
æ -1 ¶x1 ö æ -1 ¶x1 ö
S x AD = çç J ÷ S y AD = çç J ÷ 2.77
è ¶x1 ÷ø AD è ¶x2 ÷ø AD
æ -1 ¶x 2 ö æ -1 ¶x 2 ö
S x AB = çç J ÷ S y AB = çç J ÷ 2.78
è ¶x1 ÷ø AB è ¶x2 ÷ø AB
-1 ¶h æ -1 ¶x1 ö æ -1 ¶x1 ö
J A'B 'C 'D ' - çç H u1 J ÷÷ - çç H u2 J ÷ -
¶t è ¶x1 ø A'D ' è ¶x2 ÷ø A'D'
æ -1 ¶x 2 ö æ -1 ¶x 2 ö æ -1 ¶x1 ö æ -1 ¶x1 ö
- çç H u1 J ÷÷ - çç H u2 J ÷÷ + çç H u1 J ÷÷ + çç H u2 J ÷ + 2.79
è ¶x1 ø A'B ' è ¶x2 ø A'B ' è ¶x1 ø B 'C ' è ¶x2 ÷ø B 'C '
æ -1 ¶x 2 ö æ -1 ¶x 2 ö
+ çç H u1 J ÷÷ + çç H u2 J ÷ =0
è ¶x1 ø C 'D ' è ¶x2 ÷øC 'D'
1 -1
Onde se utilizou V A' B 'C ' D ' = g 2
=J devido à equação 2.52.
74
_______________________ Malhas computacionais________________________
-1 ¶h ¶ éæ -1 ¶x1 ö æ -1 ¶x 1 ö ù
J + êçç H u1 J ÷÷ + çç H u2 J ÷ú +
¶t ¶x1 ëè ¶x1 ø è ¶x2 ÷øû
2.80
¶ éæ -1 ¶x 2 ö æ -1 ¶x 2 ö ù
+ êçç H u1 J ÷÷ + çç H u2 J ÷÷ú = 0
¶x 2 ë è ¶x1 ø è ¶x 2 øû
¶ (h J ) ¶ é æ ¶x1 ¶x ö ù ¶ é æ ¶x 2 ¶x ö ù
+ ê H çç u1 + 1 u 2 ÷÷ J ú + ê H çç u1 + 2 u 2 ÷÷ J ú = 0 2.81
¶t ¶x1 ë è ¶x1 ¶x2 ø û ¶x 2 ë è ¶x1 ¶x2 ø û
75
_______________________ Malhas computacionais _______________________
76
_______________________ Malhas computacionais________________________
77
_______________________ Malhas computacionais _______________________
Desta forma o volume de água é tratado de forma mais precisa mas a resolução
da malha junto ao fundo continua a ser deficiente.
Outra desvantagem apontada neste tipo de malha é a falta de resolução nas
zonas pouco profundas. Isto deve-se ao facto do número de camadas presente
entre o fundo e a superfície ser mais reduzido nessas zonas. Como nas regiões
pouco profundas a dimensão vertical característica dos fenómenos é menor,
seria precisamente aí que uma elevada resolução se revelaria útil.
Os inconvenientes apontados a este tipo de malha são principalmente gravosos
na modelação de escoamentos costeiros e estuarinos onde as profundidades
são reduzidas e o escoamento é muito influenciado pela batimetria. Para
escoamentos oceânicos este tipo de malha continua a ser largamente utilizada
pois reúne algumas vantagens importantes:
Devido à forma cartesiana da malha as equações são facilmente discretizadas e
resolvidas no espaço real, não sendo necessária qualquer transformação de
coordenadas. Os gradientes horizontais de pressão podem ser calculados com
elevada precisão pois as camadas são horizontais, encontrando-se os pontos
de cálculo da pressão todos ao mesmo nível. O código torna-se rápido e fácil de
paralelizar, o que é fundamental para a simulação de longos períodos de tempo.
~ ~ ~ ~ x +h
t =t x1 = x1 x2 = x2 x3 = L 3 = Ls 2.82
H
78
_______________________ Malhas computacionais________________________
coordenada ~
x3 = 1 . Uma superfície no espaço transformado definida por ~
x3 = a
produz, no espaço físico uma camada que dista em cada ponto aH do fundo e
(1-a)H da superfície.
Por vezes torna-se conveniente aumentar a resolução vertical da malha junto à
superfície e ao fundo mesmo nas regiões de grande profundidade. Este
aumento de resolução é fundamental quando se pretende resolver as camadas
limites do fundo e da superfície. Song e Haidvogel (1994) propõem uma
generalização da coordenada anterior em que uma superfície ~
x no espaço3
x3 = h (1 + ~
x3 ) + hc ~
x3 + (h - hc )C (~
x3 ) 2.83
79
_______________________ Malhas computacionais _______________________
~
sinh (q x3 ) tanh[q ( x3 + 2 )] - tanh ( 2 q )
~ 1 1
C (~
x3 ) = (1 - b ) +b 2.84
sinh q 2 tanh ( 12 q )
80
_______________________ Malhas computacionais________________________
81
_______________________ Malhas computacionais _______________________
Camada de Mistura
te
r=C
Camadas Isopícnicas
82
_______________________ Malhas computacionais________________________
nessas situações, que a difusão numérica na direcção vertical seja baixa para
não destruir essa estrutura. Nos modelos de coordenadas isopícnicas é usual
considerar que a difusão entre camadas é nula o que, aliado a uma baixa
difusão numérica, permite manter a estratificação. O transporte vertical é assim
implementado nestes modelos de forma indirecta, através da transferência de
massas de água entre camadas seguida de uma homogeneização instantânea.
Este processo tem como resultando o movimento vertical da camada (Bleck et
al., 1992).
Em regiões onde a coluna de água é homogénea a camada que corresponde a
essa densidade ocupa grande parte do domínio, forçando as outras camadas
para uma espessura perto de zero (Bleck e Smith, 1990). Esta situação é
frequente em águas pouco profundas onde os mecanismos de mistura são mais
intensos. Para além do problema computacional que a redução das camadas
representa a resolução espacial torna-se muito reduzida. No limite, para uma
coluna de água totalmente homogénea, o modelo possuiria apenas uma
camada activa tornando-se bidimensional.
Nas regiões da superfície com menor densidade as camadas têm tendência a
emergir. Para resolver esse problema este tipo de modelos possuem uma
camada na superfície do tipo camada de mistura, homogénea na vertical e com
um gradiente horizontal de densidade compatível com as densidades das
camadas isopícnicas que se encontram por baixo. As trocas nessa interface são
explicadas em pormenor por (Bleck et al., 1989).
Em regiões influenciadas pelo fundo, pela inércia ou em presença de
escoamentos secundários o campo de velocidades possui uma componente
importante na direcção perpendicular às isopícnicas, contrariando os
pressupostos do modelo. Apesar de este tipo de malha produzir resultados
muito bons em regiões fortemente estratificadas, os problemas que apresenta
em regiões homogéneas, em zonas de afloramento, e em águas pouco
profundas fazem com que a malha não possa ser aplicada em diversas
situações de interesse.
83
_______________________ Malhas computacionais _______________________
84
_______________________ Malhas computacionais________________________
85
_______________________ Malhas computacionais _______________________
Sigma
Isopícnica
Sigma
Espessura
Constante
86
_______________________ Malhas computacionais________________________
rUDx1Dx2 sin 2q
AN = 2.85
(
4 Dx2 sin 3 q + Dx1 cos 3 q )
Onde q é a inclinação do campo de velocidades relativamente a x1. Esta
dependência da inclinação da malha é explicada pela análise do mecanismo de
produção da difusão numérica. A difusão numérica está associada ao termo
convectivo e surge das aproximações efectuadas na discretização desse termo.
D C
UW
PW
US
Uq
A B
q
Pq
PS
r r
Fconv = ò ò Pu × nds dt
Dt DAB
2.86
87
_______________________ Malhas computacionais _______________________
A diferença entre estes dois fluxos faz com que as equações discretizadas
possuam uma natureza difusiva, que é devida apenas à discretização numérica.
Para valores elevados de q e para números de Courant altos esta discretização
produz erros apreciáveis devido às aproximações consideradas para o caudal e
para o valor da propriedade transportada.
A discretização usando um método de características ou um método do tipo PIC
“Particle In Cell” permite reduzir de forma drástica a difusão numérica pois
aproxima de forma mais eficiente o fluxo convectivo considerando a velocidade
Uq e usando para propriedade um valor Pq dependente da inclinação do campo
de velocidades (Roache, 1972). Estes métodos são no entanto muito exigentes
do ponto de vista computacional e apenas se tornam necessários em algumas
regiões do escoamento. Quando o escoamento apresenta um ângulo pequeno
relativamente à malha e quando o número de Courant è próximo da unidade
estas discretizações são equivalentes ao método “Upwind”. Por este motivo uma
abordagem alternativa ao problema da difusão numérica pode ser a de garantir
em todos os instantes um pequeno valor de q.
Quando as equações possuem um termo de difusão física a difusão numérica
actua de forma aditiva, sendo adicionada à difusão turbulenta. Desta forma o
problema da difusão numérica só se torna importante quando o seu valor não
for desprezável face ao da difusão turbulenta local. Em escoamentos costeiros
e oceânicos a difusão turbulenta na direcção vertical é fortemente inibida pela
estratificação. Por esse motivo, as situações de escoamento estratificado são as
mais sensíveis aos efeitos da difusão numérica. Com o objectivo de assegurar
um pequeno valor de q na direcção vertical propõe-se o uso de uma malha
adaptativa do tipo lagrangeano para essa direcção.
Com a utilização do método dos volumes finitos a geometria pode ser definida
explicitamente através das coordenadas dos nós da malha. Desta forma a
coordenada lagrangeana é implementada neste modelo movimentando os
88
_______________________ Malhas computacionais________________________
vértices das células com uma lei que é função da velocidade vertical do campo
de velocidades. Desta forma garante-se que o fluxo através das camadas é
reduzido, mantendo-se o escoamento alinhado com a malha como é
representado na figura 2.17. Este conceito é semelhante ao utilizado na malha
isopícnica onde as camadas coincidem com iso-superfícies de densidades e o
fluxo entre camadas é pequeno devido ao campo de velocidades se orientar na
direcção dessas superfícies.
89
_______________________ Malhas computacionais _______________________
2.3 Conclusões
Neste capítulo analisaram-se várias alternativas de construção da malha
computacional, tanto para o plano horizontal como para a direcção vertical. Para
o plano horizontal mostrou-se que a opção de malha cartesiana ou geográfica
em detrimento de malhas curvilíneas se justifica pela natureza excessivamente
irregular da linha de costa e pelo baixo custo operacional de implementação de
novas geometrias. Dentro das malhas cartesianas analisaram-se as
propriedades numéricas de várias alternativas, tendo-se concluído que a malha
“C” de Arakawa representa a melhor solução para a simulação de escoamentos
costeiros e estuarinos. Na direcção vertical descreveram-se os vários tipos de
coordenadas tradicionalmente em uso, tendo-se mostrado as vantagens da
abordagem de coordenada genérica usada neste modelo. A subdivisão do
domínio em subdomínios e a utilização de malha lagrangeana foram apontadas
como formas de reduzir o problema da difusão numérica.
90
________________________ Métodos numéricos _________________________
3 MÉTODOS NUMÉRICOS
Neste capítulo analisam-se numa perspectiva crítica as várias abordagens
possíveis para a solução numérica das equações obtidas no capítulo 1.
Comparam-se para esse efeito os métodos das diferenças finitas, dos volumes
finitos e a classe de métodos dos resíduos ponderados (dentro da qual se
destacam os métodos dos elementos finitos e os métodos espectrais). Esta
análise toma como referência o método dos volumes finitos, mostrando-se que
este método partilha muitas das características dos outros métodos. Este
método apresenta uma grande flexibilidade na implementação da geometria e
boas propriedades do ponto de vista numérico, justificando-se desta forma a sua
adopção no modelo implementado.
91
_________________________ Métodos numéricos_________________________
ì ¶H ¶H ¶u
ïï ¶t + u 0 ¶x + H 0 ¶x = 0 ¶U ¶U
í Û +A =0 3.1
¶
ï +uu ¶ u ¶H ¶t ¶x
+g =0
ïî ¶t 0
¶x ¶x
onde
éH ù éu H0 ù
U=ê ú A=ê 0 3.2
ëu û ëg u 0 úû
ì ¶H H i +1 - H i -1 u -u
ïï ¶t = -u0 2 Dx
- H 0 i +1 i -1
2 Dx ¶U U - U i -1
í Û = - A i +1 3.3
¶ -
ï = -u i +1 i -1 - g i +1 H i -1
u u u H - ¶t 2Dx
ïî ¶t 0
2 Dx 2 Dx
ì n +1 H in+1 + H in-1 Dt
ïï H i =
2
-
2Dx
[ ( )
u0 H in+1 - H in-1 + H 0 uin+1 - uin-1 ( )]
í n n
3.4
2 2Dx
0 i +1 [ (
ïu n+1 = ui +1 + ui -1 - Dt u u n - u n + g H n - H n
ïî i i -1 i +1) ( i -1 )]
U in+1 + U in-1 A Dt n
U in +1 =
2
-
2 Dx
(
U i +1 - U in-1 ) 3.5
92
________________________ Métodos numéricos _________________________
n n n
n n ¶U ¶ 2 U Dx 2 ¶ 3U Dx 3
U i ±1 =U ±
i Dx + 2 ± 3 +L 3.6
¶x i ¶x i 2! ¶x i 3!
n n n
n +1 n ¶U ¶ 2 U Dt 2 ¶ 3U Dt 3
U i =U +
i Dt + 2 ± 3 +L 3.7
¶t i ¶t i 2! ¶t i 3!
93
_________________________ Métodos numéricos_________________________
U in+1 + U in-1
U in +1 - n n
¶U ¶U
Dt
2 +
A
(
2Dx
)
U in+1 - U in-1 =
¶t i
+A
¶x i
+ O(Dt , Dx ) 3.8
X n+1 = C X n 3.9
94
________________________ Métodos numéricos _________________________
é M ù
êéH ù ú
êê ú ú
ê ë u û i -1 ú 3.10
X=ê
éH ù ú
êê ú ú
êë u û i ú
êë M úû
e C é o operador da discretização:
é ù
ê × × × × × ú
ê ú
ê 1 æ A Dt ö 1 æ A Dt ö ú
ê çç1 + ÷÷ 0 ç1 - ÷ 0 0 ú
ê 2 è 2 D x ø 2 çè 2 Dx ÷ø ú
ê 1 æ A Dt ö 1 æ A Dt ö ú
C=ê 0 ç1 + ÷ 0 ç1 - ÷ 0 ú 3.11
ê 2 çè 2 Dx ÷ø 2 çè 2 Dx ÷ø ú
ê 1 æ A Dt ö 1 æ A Dt ú
ö
ê 0 0 ç1 + ÷ 0 çç1 - ÷ú
ê 2 çè 2 Dx ÷ø 2 è 2 Dx ÷ø ú
ê ú
ê × × × × × ú
ë û
N
Xin = åa
m =- N
n Iif
m e 3.12
a n +1 = G (f ) a n 3.13
onde
95
_________________________ Métodos numéricos_________________________
é u 0 Dt Dt ù
êcos f - Dx I sin f -I
Dx
g sin f ú
G (f ) = ê ú 3.14
Dt u Dt
ê -I H 0 sin f cos f - 0 I sin f ú
ë Dx Dx û
r (G ) £ 1 3.15
r (G ) = Max l j 3.16
j =1, p
G - LI = 0 Þ l± = cosf - I u0 ± gH 0 Dt Dx ( ) 3.17
( )
r (G ) = l+ = cos 2 f - I sin 2 f u0 + gH 0 Dt 2 Dx 2 £ 1
2
3.18
( )
que é satisfeita para u0 ± gH 0 Dt Dx £ 1 . Esta condição equivale a um valor
BX n +1 = X n Þ X n+1 = B -1 X n 3.19
96
________________________ Métodos numéricos _________________________
O estudo das características numéricas foi aqui apresentada para o método das
diferenças finitas mas o procedimento pode igualmente ser aplicado a outros
métodos pois geralmente a sua forma final reduz-se à solução de um sistema
com a forma da equação 3.9 e esta equação constitui o ponto de partida para a
análise efectuada.
N
a~ » a ( x1 , x2 , x3 , t ) = a 0 ( x1 , x2 , x3 , t ) + å an (t )f n ( x1 , x2 , x3 ) 3.20
n =1
97
_________________________ Métodos numéricos_________________________
f (a~ ) = 0 3.21
f (a ) = R 3.22
O resíduo é assim uma função contínua em todo o domínio que depende das
funções de forma escolhidas e cujo valor é determinado pelos coeficientes an(t).
Este resíduo é uma medida do erro cometido na solução aproximada,
procurando-se que seja próximo de zero para todo o domínio. Os valores das
incógnitas an(t) é assim obtido da condição:
òòòW (x , x , x ) × R dx dx dx
Domínio
m 1 2 3 1 2 3 =0 m = 1,¼,M 3.23
r r
ìWm ( x ) = 1 x Î Dm
í r r 3.24
îWm ( x ) = 0 x Ï Dm
98
________________________ Métodos numéricos _________________________
forem:
r r r
Wm ( x ) = d ( x - xm ) 3.25
r r
Wm ( x ) = f m ( x ) 3.26
99
_________________________ Métodos numéricos_________________________
N
a ( x1 , x2 , x3 , t ) = å a n (t )f n ( x1 , x2 , x3 ) 3.27
n =1
100
________________________ Métodos numéricos _________________________
forma e funções de peso uma família de funções que sejam ortogonais. Duas
funções fi e fj são ortogonais se:
ì¹ 0 i= j
òòòfi (x1 , x2 , x3 ) × f j (x1 , x2 , x3 ) dx1dx2 dx3
Domínio
í
î= 0 i¹ j
3.28
101
_________________________ Métodos numéricos_________________________
102
________________________ Métodos numéricos _________________________
¶ r r
ò
¶t V
a dV + ò F × dn = ò fp dV
S V
3.29
r
onde n é a normal exterior da superfície S que define a fronteira de V e fp é o
termo de fontes e poços da propriedade. O integral de superfície contabiliza os
fluxos da propriedade através de S. As equações de Navier-Stokes e as
equações de transporte de salinidade e temperatura podem ser escritas nesta
forma através de uma escolha conveniente das variáveis a e fp.
103
_________________________ Métodos numéricos_________________________
a=r ; fp = 0 3.30
r r
Os fluxos F × nS da propriedade através das faces do volume de controlo
representam assim caudais mássicos.
A equação anterior pode ser discretizada pelo método dos volumes finitos
numa célula hexaédrica de geometria genérica, como a apresentada na figura
3.1. Considera-se nessa discretização que as propriedades são homogéneas no
interior da célula.
A discretização espacial fica:
N faces
r
¶
(a ijkVijk ) = - å Fm × nrS m + FPijkVijk 3.31
¶t m =1
nDHGC
G
C
nABCD D
nEFGH
H
B F
nAEHD
104
________________________ Métodos numéricos _________________________
r r r r
Fm × n S m = a mum × n S m 3.32
r
onde um é o valor representativo do campo de velocidades na face m e am o
105
_________________________ Métodos numéricos_________________________
P'
U3ijk+1
D
P G
H
U1ijk
r, S, T
U1ij+1k
(i,j,k)
B Q' F
U3ijk
k A Q
E
i
j
média ponderada para o caso geral de passo variável. Se for utilizada uma
discretização do tipo “upwind” o valor será:
onde Fxzijk = U1ijk S ABCD é o caudal volúmico pela face ABCD. A letra x no fluxo
indica a direcção (x, y ou z) e a letra z indica a célula a que se refere (z, u ou v).
Uma formulação híbrida que permita a contribuição das duas discretizações
ponderada por um parâmetro g tem assim a forma:
æ Fxzijk + Fxzijk ö
(Fr × nrS )
ABCD = -g ç
ç 2
a ij -1k +
Fxzijk - Fxzijk
2
a ijk ÷ - (1 - g )a ij -1 2k Fxzijk
÷
3.34
è ø
106
________________________ Métodos numéricos _________________________
n +1 n +1 n n
¶
(a ijkVijk ) = a ijk Vijk - a ijkVijk 3.35
¶t Dt
r N -1 faces
r r a n+1V n +1 - a ijkn Vijkn
(F × nrS )DHGC =- å Fm × nS m - ijk ijk
Dt
3.36
m =1
Para o caso geral da face DHGC ser inclinada, o fluxo calculado desta forma é o
fluxo total que atravessa a face, como ilustrado na figura 3.3:
(Fr × nrS )
DHGC = Fzzijk +1 ×a = ( F1n1 + F2 n2 + F3n3 )SDHGC × a 3.37
107
_________________________ Métodos numéricos_________________________
a = S ou T ; fp = 0 3.38
r 1 r 1 ¶a r ¶a r ¶a r
FDiff m = -
Sm òS a dS = - S m
K Ñ òK
Sm
H
¶x1
e1 + K H
¶x2
e2 + KV
¶x3
e3 dS 3.39
m
r r r r ¶a a - a ij -1k
FdhABCD × n S ABCD = - ò KÑa × n dS = ò
S ABCD S ABCD
KH
¶x1
dS = K H ABCD ijk
Dx1
S ABCD 3.40
æ Fzzijk +1 + Fzzijk +1 ö
(Frc × nrS )
DHGC =gç
ç 2
a ijk +
Fzzijk +1 - Fzzijk +1
2
a ijk +1 ÷ + (1 - g )a ijk +1 2 Fzzijk +1
÷
3.41
è ø
onde Fzz é o caudal volúmico obtido por continuidade das equações 3.36 e 3.37
e que engloba componentes nas três direcções. Esta discretização equivale a
108
________________________ Métodos numéricos _________________________
¶a a - a ijk
F3n3 SDHGC = - ò
SDHGC
KV
¶x3
dS = KVDHGC ijk +1
Dx3
SDHGC 3.42
F3
F
n
n3
G,H
n1
C,D P,P' F1
F1EFGH
F1ABCD
Q,Q'
E,F
A,B
109
_________________________ Métodos numéricos_________________________
aproximação da expressão:
¶ æ ¶~x3 ¶a ö ¶~ x3 ¶ æ ¶a ¶~x ¶a ö
~ ç
ç K V ~ ÷
÷ + ~ ç
ç K H ~ + 3 KV ~ ÷÷ 3.43
¶x1 è ¶x1 ¶x3 ø ¶x1 ¶x3 è ¶x1 ¶x1 ¶x3 ø
onde ~
x1 e ~
x3 são as coordenadas no espaço transformado. A discretização
decomposto em:
sendo os fluxos difusivos F1¢ e F1¢¢ aproximados por F1¢ » F1ABCD e F1¢¢» F1EFGH que
110
________________________ Métodos numéricos _________________________
O termo de fonte e poço que se considerou nulo pode ser usado nas células da
superfície para a imposição da evaporação ou precipitação. A precipitação é
assim modelada como uma variação de salinidade e não como um acréscimo
de água doce.
111
_________________________ Métodos numéricos_________________________
P'
U3ij-1k+1
D
P G
H
U3ijk+1
r, S, T
U1ijk
(i,j-1,k)
r, S, T
(i,j,k)
B Q' F
U3ij-1k U3ijk
k A
Q E
i
j
Figura 3.5: Célula tridimensional do tipo “C” para cálculo da velocidade u1.
Isto obriga a interpolações para o cálculo dos caudais volúmicos nas faces,
como foi analisado na secção 2.1.1.3.
r æ 1 ör
p m = -ç ÷ n = - Pm nr
ç Sm òS p dS
÷
3.46
è m ø
r r r
Fpm = -p 1m e1 = Pm n1m e1 3.47
112
________________________ Métodos numéricos _________________________
r
O sentido de F é o simétrico da força para compatibilidade com a equação
3.31. A integração nas faces da célula, tendo em conta que as normais das
faces verticais coincidem com os eixos coordenados, fica:
N faces
r r
å Fp m × nS m = (Pn1S )DHGC + ( Pn1S )AEFB - (PS )ABCD + (PS )EFGH 3.48
m =1
A pressão média P nas faces das células é dada pela integração da pressão em
toda a superfície da face. A pressão é calculada para cada ponto pela equação
1.59 onde se usou a aproximação hidrostática. Obtém-se:
1 1 é h ù
Pm =
Sm òS ( pbtrop + pbclin )dS = S m ò atm 0
ê
Sm ê
P + r g (h - x3 ) + g ò 3 úú dS
r ¢dx 3.49
m ë x3 û
r
{[ )] [ )]}
N faces
r
å Fbt m ( (
× nS m = Patmij + r 0 g hij - xˆ3PP¢Q¢Q - Patmij-1 + r 0 g hij -1 - xˆ3PP¢Q¢Q SPP¢Q¢Q 3.50
m =1
Simplificando fica:
r
[( ) ]
N faces
r
å Fbt m × nS m = Patmij - Patmij-1 + r 0 g (hij - hij -1 ) SPP¢Q¢Q 3.51
m =1
113
_________________________ Métodos numéricos_________________________
N faces æ ör r
N faces
r r g
h
Tomando como exemplo a célula Uijkmax-1 da figura 3.6 a integração para a face
ABCD é:
r r
h é x3CD
ù
FbcABCD × n S = - g ò ò 3 r ¢dx dS = - g ê r ¢ h - x(+ r ¢ dx )
ò ij -1kmax ij -1 3CD xò ij -1kmax-1 3 úú dS = 3.53
ABCD x3 ABCD ê
ë 3 û
- gS ABCD [ ¢ ( ) ¢ (
r ij -1kmax hij -1 - x3CD + r ij -1kmax-1 x3CD - x3ABCD
ˆ )]
onde x̂3ABCD é o centro de gravidade da face ABCD.
Para as faces da célula que não são verticais, a força de pressão baroclínica
depende da estrutura da estratificação existente sobre elas (densidade e
geometria das células entre essa face e a superfície).
hij
hij-1
Uijkmax rijkmax
rij-1kmax
P, P' G, H
C, D
A, B Q, Q' E, F
114
________________________ Métodos numéricos _________________________
r r æh ö æ hij-1 x3DPP¢C
ö
ç r ¢dx ÷ dS = gn ç r¢ ÷
FbcAQQ¢B × n S = gn1 ò ç
AQQ¢B è x3
ò 3
÷ 1 ò
ç ò ij -1kmax dx3 + ò r ¢
ij -1kmax -1 dx3 dS =
÷ 3.54
ø AQQ¢B è x3DPP¢C x3 ø
gn1 (r ij¢ -1kmax Vkmax + r ij¢ -1kmax -1 Vkmax -1 )
onde Vkmax é o volume da metade da célula Uijkmax que pertence à célula rij-1kmax.
AQQ’B é:
x3 ABCD
( ) (
p x3 AQQ¢B = p x3 ABCD + g) ò r¢ ij -1kmax -1 dx3 3.55
x3 AQQ¢B
r r é x3CD
ù
FbcAQQ¢B × nS = n1 g ê r ¢ h ( - x + )
ò ij -1kmax ij -1 3CD x ò ij -1kmax-1 3 úú dS =
r ¢ dx
AQQ¢B ê 3.56
ë 3AQQ¢B û
n1 gS AQQ¢B [ ( ) ( )]
r ij¢ -1kmax hij -1 - x3CD + r ij¢ -1kmax -1 x3CD - xˆ3AQQ¢B
r r
F [ ( )
å bc× nS = -gSPP¢Q¢Q rij¢-1kmax hij-1 - x3CD + rij¢-1kmax-1 x3CD - x̂3PP¢Q¢Q( )] 3.57
DPP¢C
ABCD
AQQ¢B
115
_________________________ Métodos numéricos_________________________
r
å Fbc × nS = gS
r
PP¢Q¢Q [r ¢ (h
ijkmax ij ) (
¢ -1 x3GH - x̂3PP¢Q¢Q
- x3GH + r ijkmax )] 3.58
PHGP¢
EFGH
QEFQ¢
r
( )
N faces
ì é kmax
å
r
Fbcm × n S m = gSPP¢Q¢Q íê å r ijn ¢ Dx3ijn + r ijk ( ù
¢ x3GH - xˆ3PP¢Q¢Q ú - )
m =1 î ë n =k +1 û
3.59
é kmax
( ) (
- ê å r ij¢ -1n Dx3ij-1n + r ij¢ -1k x3CD - xˆ3PP¢Q¢Q
ùü
)
úý
ën =k +1 ûþ
Onde Dx3ijk é a espessura da célula Uijk na face rijk. Esta equação pode ser
116
________________________ Métodos numéricos _________________________
3.5 Conclusões
Neste capítulo analisaram-se alguns dos métodos tradicionalmente usados na
simulação de escoamentos costeiros e oceânicos.
Mostrou-se que o método das diferenças finitas tem como principal vantagem a
sua simplicidade que resulta de traduzir directamente para diferenças os
diversos termos das equações diferenciais. A aplicação deste método a
geometrias complexas é no entanto dificultada pela necessidade de efectuar
uma transformação das equações para um sistema de coordenadas que se
adapte à geometria em análise.
Os métodos dos resíduos ponderados, e particularmente o método dos
elementos finitos, não apresentam esta dificuldade uma vez que podem ser
aplicados em malhas não estruturadas compostas geralmente por elementos
triangulares e tetraédricos. Para além desta vantagem a solução produzida por
estes métodos é conhecida em todo o domínio e não em pontos discretos como
acontece no método das diferenças finitas. O método dos elementos finitos
obriga no entanto à solução de sistemas de equações algébricas relativamente
dispendiosos do ponto de vista computacional. Este tipo de método apresenta
também dificuldades na implementação do termo convectivo devido à simetria
normalmente adoptada para as funções de forma.
O método dos volumes finitos foi analisado em mais detalhe tendo-se visto que
possui algumas das vantagens dos métodos anteriores. A geometria é bem
representada uma vez que o método permite a utilização de malhas
estruturadas e não estruturadas com células de qualquer tipo. As equações são
resolvidas na sua forma integral, podendo-se identificar claramente as
contribuições dos diversos fenómenos físicos. Não é necessário efectuar
transformação de coordenadas pois essas equações são resolvidas no espaço
real. O sistema de equações algébricas resultante no caso de malha estruturada
117
_________________________ Métodos numéricos_________________________
118
_____________________ Discretização das equações ______________________
r r r r r
AABCD n = ( xD - xB )´ ( xC - xA ) 4.1
r r r r r r r r
r æ xC + xD xA + xB ö æ xB + xC xA + xD ö
AABCD n = ç - ÷´ç - ÷ 4.2
è 2 2 ø è 2 2 ø
r
onde xi é o vector posição do vértice i. A segunda equação utiliza a propriedade
119
_____________________ Discretização das equações _____________________
Desta forma a superfície tem um suporte físico com pelo menos quatro pontos
pertencentes à célula mas o número de operações necessárias é superior.
Para a célula adoptada no modelo os pontos que definem as faces verticais são
coplanares e por isso este problema não se coloca para essas faces. Os pontos
que definem as faces superior e inferior não se encontram no mesmo plano pois
são definidos pela coordenada genérica. No entanto, devido às hipóteses
consideradas no capítulo anterior, apenas a componente vertical dos fluxos por
essas faces necessita de ser calculado. Esses fluxos dependem apenas da
projecção das faces no plano horizontal não sendo por isso necessário o cálculo
da sua área. As áreas das seis faces de cada célula são por isso calculadas em
cada iteração usando apenas a expressão da área de um trapézio plano. O
volume da célula não fica no entanto definido univocamente.
O volume de uma célula hexaédrica genérica pode ser determinado por
decomposição desta em formas geométricas regulares como pirâmides ou
prismas e usando definições das faces semelhantes às das equações 4.1 e 4.2.
Devido às particularidades da célula do modelo optou-se por uma
decomposição em quatro prismas triangulares definidos pelas faces verticais e
partilhando uma aresta comum PQ que é obtida por médias aos vértices das
faces superior e inferior.
A figura 4.1 representa essa decomposição e a nomenclatura utilizada neste
capítulo para as grandezas geométricas.
Esta célula é utilizada para o cálculo das propriedades r, S, T e para a definição
da viscosidade horizontal. A viscosidade vertical é definida numa célula
centrada no ponto P. As células para o cálculo das velocidades u1, u2 e u3
encontram-se descentradas de forma que as áreas Au, Av e o ponto Q passam
pelos seus centros respectivamente. Os índices i, j e k da localização espacial
das células coincidem com as direcções x2, x1 e x3 respectivamente.
120
_____________________ Discretização das equações ______________________
G
Azx
P
C
Au D DWZ
Azy
k Av H
DZE F
Q DZI
A
B
E
DZX
DVX
DUX
i j
DXX
Os passos espaciais horizontais são definidos de forma que para cada célula
DUX pode ser diferente de DXX e, para a direcção x2, DVY pode ser diferente de
DYY. As células não ficam assim limitadas a ser rectangulares na sua projecção
horizontal, podendo ser quadrangulares com qualquer forma. Do ponto de vista
geométrico as variáveis são suficientes para implementar uma coordenada
curvilínea genérica no plano horizontal. No entanto, as equações de
discretização consideram que os fluxos pelas faces verticais são
perpendiculares a estas. A liberdade na geometria da malha horizontal fica por
isso limitada aos casos de coordenada cartesiana e coordenadas geográficas,
sendo neste último caso calculadas as componentes da velocidade nas
direcções dessas coordenadas.
121
_____________________ Discretização das equações _____________________
(u +
1 )
2 gH Dt Dx £ 1 4.3
Ai Dt Dxi2 £ 1
2 i = 1,2,3 4.4
f Dt 2 £ 1 4.5
122
_____________________ Discretização das equações ______________________
( ) ¾¾® u
Cálculo da
h t +1 2 u1t +1 , u1t , u2t + 2 , u2t - t +1
¾® u3* t +1 2 ¾Geometria
¾ ¾¾® u3t +1 2 ¾
¾® S t +1 2 , T t +1 2 ® L
1 1
2
1 ¾
Cálculo da
(
L ® h t +1 u1t , u1t +1 , u2t + 3 2 , u2t +1 2 ¾ )
¾® u2t +3 2 ¾
¾® u3* t +1 ¾Geometria
¾¾¾® u3t +1 ¾
¾® S t +1 , T t +1
Figura 4.2: Discretização do esquema de quatro equações S21.
123
_____________________ Discretização das equações _____________________
Cálculo da
u 2t +1 2 ¾ ( )
¾®h t +1 2 u1t +1 2 , u 2t ¾
¾® u1t +1 2 ¾
¾® u3* t +1 2 ¾Geometria
¾ ¾¾® u3t +1 2 ¾
¾® S t +1 2 , T t +1 2 ® L
Cálculo da
L ® u1t +1 ¾ ( )
¾®h t +1 u1t +1 2 , u 2t +1 ¾
¾® u2t +1 ¾
¾® u3* t +1 ¾Geometria
¾ ¾¾® w3t +1 ¾
¾® S t +1 , T t +1
Figura 4.3: Discretização do esquema Leendertse de seis equações.
124
_____________________ Discretização das equações ______________________
n
r 0Vuijk (
U1nijk+1 - U1nijk )+ N faces
r r
Dt
åF
m =1
m
n
× nS m = r 0 fuijkVuijk U 2nijk 4.6
n
onde Vu ijk é o volume da célula de cálculo de U1ijk e fuijk é o valor do parâmetro
DXX i +1 jU 2ni+1 j-1k + DXX i +1 j -1U 2ni+1 jk DXX ijU 2nij-1k + DXX ij -1U 2nijk
+
DXX i +1 j + DXX i +1 j -1 DXX ij + DXX ij -1
U 2nijk = 4.7
2
125
_____________________ Discretização das equações _____________________
U 2n +1 2 Av n-1 2 + U 2n-1 2 Av n -3 2
n
Fyz = 4.9
2
n -1 2
n -1 2
Fxzijk + Fxzijn--11k2
Fxuijk = 4.10
2
n
n -1 2
DXX ij -1k Fyzijk + DXX ijk Fyzijn-1k
Fyu ijk = 4.11
DXX ij -1k + DXX ijk
N faces
r r r r r r r r r
å
r
Fcm × n S m = Fc × n S ( ) n
ij -1 2 k (
+ Fc × n S )n
ij +1 2 k (
+ Fc × nS )
n
i -1 2 jk (
+ Fc × n S )
n
i +1 2 jk +
m =1 4.12
r r r r
(
+ Fc × nS )n
(
ijk -1 2 + Fc × n S ) n
ijk +1 2
onde os índices espaciais dos fluxos convectivos são relativos à célula U1ijk.
Os fluxos nas direcções horizontais são dados pela equação 3.34. Para a
direcção e1fica:
r r é æ Fxuijk
n -1 2 n -1 2
+ Fxuijk n -1 2
Fxuijk n -1 2
- Fxuijk ö
(Fc × n S ) n
ij - 1 2 k = r 0 êg ç
ê çè 2
n
U 1ij-1k +
2
U 1nijk ÷ +
÷
ë ø 4.13
U n
+U n
ù
+ (1 - g )
1ijk 1ij -1 k n -1 2
ú Fxuijk
2 ûú
126
_____________________ Discretização das equações ______________________
r r é æ Fyuijk
n n
+ Fyuijk n
Fyuijk n
- Fyuijk ö
(Fc × n S )
n
i - 1 2 jk
ê
= r0 g ç
ê çè 2
n
U 1i-1 jk +
2
U 1nijk ÷ +
÷
ë ø 4.14
DYYijU n
+ DYYi -1 jU n
ù
+ (1 - g )
1i -1 jk 1ijk n
ú Fyuijk
DYYij + DYYi -1 j úû
r r é æ Fzuijk
n n
+ Fzuijk n
Fzuijk n
- Fzuijk ö
(Fc × n S )
n
ijk - 1 2
ê
= r0 g ç
ê çè 2
n
U 1ijk -1 +
2
U 1nijk ÷ +
÷
ë ø 4.15
DZEijkU n
+ DZEijk -1U n
ù
+ (1 - g )
1ijk -1 1ijk n
ú Fxuijk
DZEijk + DZEijk -1 úû
127
_____________________ Discretização das equações _____________________
r
[( ) )]
N faces
- å Fbt m
r n +1
× n S m = Patm ij -1
n +1
- Patm ij
(
+ r 0 g hijn-+1 2 - hijn+ 2 Auijk
1 1 n
4.16
m =1
r
N faces
r ìé kmax n ù
å íê å (r ij¢ -1l DWZ ij -1l ) + r ij¢ -1k Dxˆ3ij-1k ú -
n n
- F bc m × n S m = g
m =1 îël = k +1 û
4.17
é kmax ùü n
- ê å (r ijl¢ n DWZ ijl ) + r ijk
¢n Dxˆ3nijk ú ý Auijk
ël =k +1 ûþ
128
_____________________ Discretização das equações ______________________
cálculo da velocidade.
A discretização deste termo é efectuada de forma explícita pois a velocidade de
propagação dos modos internos é muito inferior à velocidade de propagação do
modo barotrópico. A restrição no passo de tempo associada ao número de
Courant não é por isso crítica quando comparada com a do modo barotrópico,
como se pode ver da análise dimensional efectuada na secção 1.3.2.
N facesh
r
- å
r
(
Fdhm × nS m = Fdhijn- 1 2 k Azxijn-1k - Fdhijn+ 1 2 k Azxijk
n
+ )
m =1
4.18
æ Av n + Avijn-1k Avin+1 jk + Avin+1 j -1k ö
ç Fdhin- 1 jk ijk n
- Fdhi + 12 jk ÷
ç 2
2 2 ÷
è ø
n n
U1nijk - U1nij-1k
Fdh ij - 1 2 k = - r0 A
hij-1 k 4.19
DUX ij -1
n n
U1nijk - U1ni-1 jk
Fdh = - r0 A 4.20
i - 1 2 jk hi -1 2 j-1 2k
(DYYij + DYYi -1 j ) 2
onde
129
_____________________ Discretização das equações _____________________
Dt gH
<1 Þ Dt < 10 s 4.22
Dxh
Av Dt
< 1
2 Þ Dt < 10 s 4.23
Dx32
130
_____________________ Discretização das equações ______________________
N faces
r
- å
r n +1
Fdvm × n S m = Fdvijk ( n +1 n
- 1 2 - Fdvijk + 1 2 Ahij - 1 2 ) 4.24
m =1
( )
onde Ahijn- 1 2 = Ahijn-1 + Ahijn 2 . Os valores de Fdv são dados pela equação 3.42:
n +1 n
U1nijk+1 - U1nijk+-11
Fdv ijk - 1 2 = - r0 A vij -1 2k -1 4.25
DUZ ijkn -1
(
onde Avnij-1 2k -1 = DUX ij Avnij-1k -1 + DUX ij -1 Avnijk -1 ) (DUX ij + DUX ij -1 ) é a viscosidade ver-
U1nijk+1 - U1nijk éæ p t +1 - p t +1 ö
Dt
1
= n
Vuijk
êç atmij-1
ê ç r0
atmij
(
+ g h ijn-+11 2 - h ijn +1 2 )÷÷ × Au n
ijk
+
ëè ø
4.26
æ U -U n +1 n +1
U n +1
-U n +1
ö ù
+ ç Avnij-1 2k ÷ × Ah 1 + X n ú
1ijk +1 1ijk 1ijk 1ijk -1
- Avnij-1 2k -1
ç DUZ ijkn DUZ ijkn -1 ÷ ij - 2 ijk
úû
è ø
131
_____________________ Discretização das equações _____________________
ë èë øû
com os coeficientes Du, Eu, Fu e TIu dados pela expressão anterior. A aplicação
desta expressão a todos os pontos do domínio produz um sistema tri-diagonal
que é resolvido de forma eficiente pelo método de Thomas.
Para a componente e2 da quantidade de movimento o cálculo é em todo
semelhante obtendo-se, para o caso do esquema S21:
Du 2ijk × U 2nijk+ -12 + Eu 2ijk × U 2nijk+ 2 + Fu 2ijk × U 2nijk+ +12 = TIu 2ijk
3 3 3
4.29
com:
n+ 1
Dt Ahi - 12 j Avi-1 22jk -1
Du2ijk = - n+
4.30
DVZ ijkn +-12
1 1
Vvijk 2
é Dt Ah 1 æ Avn + 2
1
A n + 2 öù
1
Eu 2ijk = ê1 +
i- 2 j ç i-1 2 jk -1 + vi-1 2 jk ÷ú 4.31
ê
n+ 12
Vvijk ç DVZ ijkn +-112 DVZ ijkn + 1 2 ÷ú
ë è øû
Avni-+1 22jk
1
Dt Ahi - 12 j
Fu2ijk = - n+
4.32
DVZ ijkn+
1 1
Vvijk 2 2
132
_____________________ Discretização das equações ______________________
é æ é p n +3 2 - p n+3 2 ù öù
TIu 2ijk = U n +1 2
2 ijk
D t
+ ê n +1 2 çç ê i-1 j
êVvijk ê
atm
r0
atmij
(
+ g h in-1+j1 - h ijn +1 )úú Av n +1 2
ijk
+ Yijkn+1 2 ÷÷ú
ú
4.33
ë èë û øû
O termo barotrópico faz parte do termo independente pois já foi calculado nesse
passo de tempo.
U1nijk++11 - U1nijk+1
A n
vij -1 2k = tuijvento 4.34
DUZ ijkn
e os coeficientes ficam:
Fu2ijk = 0 4.37
é
Dt æ é p n +1 - p n +1
ç ê atmi-1 j (
ù
) tuijvento öù
n ÷ú
+ê n + g h in-1+j 2 - h ijn + 2 ú Au ijk +
n 1 1 n
TIu1ijk = U Ahij - 12 + X ijk ÷
atmij
1ijk çê 4.38
êVuijk r0 úû r0 ú
ë èë øû
O fluxo difusivo pela face inferior da célula do fundo deve também ser entendido
como uma tensão de corte no fundo. A tensão de corte no fundo é calculada por
133
_____________________ Discretização das equações _____________________
Dt Ahij - 12
+1
U1nijkfundo = U1nijkfundo + n
(tu ijkfundo +1 -tuijkfundo ) + X ijkfundo
¢n 4.39
r 0Vu ijkfundo
r
tu ijkfundo = r 0C D uijkfundo U1nijkfundo 4.40
Dt Ahij - 12
+1
U1nijkfundo = (1 - R )U1nijkfundo + n
(tu ijkfundo +1 )+ X ¢ n
ijkfundo 4.41
r 0Vu ijkfundo
onde
r
Dt Ahij - 12 C D uijkfundo
R= n
4.42
Vuijkfundo
é uma grandeza positiva. Para R > 1 esta forma não é estável produzindo uma
alternância no sinal de U1 em cada iteração. Se a tensão de corte for
discretizada de forma implícita por:
r
tu ijkfundo
+1
= r 0C D uijkfundo U1nijkfundo 4.43
Dt Ahij - 12
+1
U1nijkfundo (1 + R ) = U1nijkfundo + n
(tu ijkfundo +1 )+ X ¢ n
ijkfundo 4.44
Vu ijkfundo
134
_____________________ Discretização das equações ______________________
é Dt Ahij - 12 ù
+1
U1nijkfundo = Fxij êU1nijkfundo + n
(tu ijkfundo +1 )+ X ¢ n
ijkfundo ú 4.45
êë Vuijkfundo úû
onde
1
Fxij = r 4.46
Dt Ahij - 1 2 C D uijkfundo
1+ n
Vuijkfundo
Esta forma possui uma natureza estável. Backhaus (1985) propõe que a tensão
na segunda camada seja calculada de forma explícita pois a sua ordem de
grandeza é inferior à da tensão de corte no fundo. Existem no entanto várias
formas de implementar essa tensão de forma implícita (Santos, 1995).
éì kmax n+1
( ) ( ) ( ) ( )üïï
kmax kmax kmax
η n +1 2
-η êï
n å
1 êï k =kfundo
n
U1ijk × Auijk + å U1nijk × Auijk
k =kfundo
n -1
å U1n+ 1
ij+1 k
× Au n
ij +1k + å U1nij+1k × Auijn+-11k
ij
= ij
í - k =kfundo k =kfundo
ý
Dt 2 ê
Ahij ï 2 2 ï
êï ïþ 4.47
ëî
(
ì kmax n+1 2
) ( ) ( ) ( )üïïùú
kmax kmax kmax
ï å U 2ijk × Avijk + å U 2ijk × Avijk å U 2n+i+11jk2 × Avin-+11 jk2 + å U 2n-i+11 jk2 × Avin-+13jk2
n -1 2 n-1 2 n-3 2
ï
+ í k =kfundo ýú
k = kfundo
- k =kfundo k = kfundo
ï 2 2 ïú
ïî ïþúû
135
_____________________ Discretização das equações _____________________
éì kmax n+1
( ) ( ) ( ) ( )üïï
kmax kmax kmax
ï å 2ijk å å å
n +1 2 n +1 2 n -1 2 n +1 2
U × Avijk + U 2ijk × Avijk U n+3 2
2i+1 jk × Avi +1 jk + U 2ni++11jk2 × Avin+-11jk2
ï k =kfundo
ýú
k =kfundo k = kfundo k = kfundo
+í -
ï 2 2 ïú
ïî ïþúû
136
_____________________ Discretização das equações ______________________
å (U ) å (U )
kmax kmax
n +1 n n n
1ijk × Auijk = 1ijk × Auijk +
k = kfundo k = kfundo
ìæ p n +1 - p n+1
ï atmij-1
+ Dt íç
ö
(
÷ + g h n +1 2 - h n +1 2
ü kmax
ï
) (Au ) n 2
ý× å
ijk
+
atmij
4.51
ç r0 ÷ ij -1 ij
Vu n
ïîè ø ïþ k =kfundo ijk
Vuijkmax
-tuij × n ý Ahij - 1 2 +
fundo
Vuij1 ïþ
× å X ijk
r 0 k =kfundo çè n ÷
Vuijk
÷
ø
å (U ) å (U ) å (U )
kmax kmax kmax
n +1 n +1 n +1
1ijk × Auijk = U1nijkfundo n
× Auijkfundo + 1ijk
n
× Auijk = n
1ijk
n
× Auijk +
k = kfundo k = kfundo +1 k = kfundo +1
æ Dt × X ijkfundo ö n æ Au ijkn ö
÷ Auijkfundo + Dt
kmax
+ Fxij çU1nijkfundo +
ç r 0 ×Vuijkfundo ÷ø
n
r0
å ç ijk Vu n ÷÷ +
ç X
è k = kfundo +1
è ijk ø
(
ìï p natm+1 - p atmn +1
) ( üï é
)
n
(
Au ijkfundo
2
+ å
)
kmax Au ijkn ù
2
( ) 4.52
+ Dt í + g h ijn-+11 2 - h ijn +1 2 ý × ê Fxij ú+
ij -1 ij
n n
ïî r 0 ïþ êë Vuijkfundo k = kfundo +1 Vuijk ú
û
Dt Au ijnkmax æ n
Au ijkfundo n
Au ijkfundo ö æ U1nijkfundo+1 - U1nijkfundo öüï
+
r0
{
× tuij × n
vento ç
+ Fxij n
Vuijkmax çè
- n
Vuijkfundo Vuijkfundo
+1 ÷ ç
× r A n
÷ ç 0 vij- 12kfundo DUZijkfundo n
÷ý Ah 1
֕ ij - 2
+1 ø è øþ
com os coeficientes:
Dzij = -
Dt 2 g é
ê Fxij
( n
Au ijkfundo
2
+ å
)
kmax Au nijk ù
2
ú
( ) 4.54
n n
4 Ahij ê Vuijkfundo k = kfundo +1 Vu ijk ú
ë û
137
_____________________ Discretização das equações _____________________
Ezij = 1 +
é
Dt 2 g ê ì Au n
ï ( 2
)+ å
kmax (
Au ijkn üï
2
)
Fxij í ý+
ijkfundo
4 Ahij ê ï
n
Vuijkfundo n
k = kfundo +1 Vuijk ï
ë î þ
4.55
ì Au n
ï ( 2
) kmax (
Au ijn+1k üïù
2
)
+ Fxij +1 í n + å ýú
ij +1 kfundo
Vu
ïî ij +1kfundo k = kfundo +1 Vu n
ij +1k ï
ú
þû
Fzij = -
Dt 2 g éê
Fxij +1
(
Au ijn+1kfundo
2
kmax
+ å
) Au ijn+1k ù
2
ú
( ) 4.56
4 Ahij ê Vuijn+1kfundo k =kfundo +1 Vuijn+1k ú
ë û
Dt é ìï
( )
n
kmax
Dt Auijkfundo
TIzij = hijn + ê (1 + Fxij )U1nijkfundo Auijkfundo
n
+ 2 å U1nijk Auijk n
+ Fx X
í ij ijkfundo n
+
4 × Ahij ê r0 ïî Vuijkfundo
ë k = kfundo +1
kmax
+ å ç X ijk
æ Au ijkn öüï p t +1 2 - p tatm+1 2 é
÷ý + Dt atmij-1 ij
ê Fx
n
Auijkfundo( 2
+ å
kmax ) (Au ) ùú +
n 2
ijk
ç Vuijk ÷øï
n
r0 êë
ij n
Vuijkfundo Vu n
úû
k = kfundo +1
è þ k = kfundo +1 ijk
Dt Au n æ n
Au ijkfundo Au nijkfundo+1 ö æ U 1nijkfundo+1 - U1nijkfundo öüï
r0
{
× tuijvento × nijkmax + ç Fxij
Vuijkmax ç n
Vu ijkfundo
-
Vu nijkfundo+1
÷×ç r A
÷ ç 0 vij - 1 2kfundo DUZ ijkfundo n
÷ý Ah 1 -
֕ ij - 2
è ø è øþ
é Dt ìï
( ) Auijn+1kfundo
kmax
ê (1 + Fxij +1 )U1ij +1kfundo Auij +1kfundo + 2 å U1ij +1k Auij +1k +
n n n n
í Fxij +1 X ij +1kfundo +
êë k = kfundo +1 r 0 ïî Vuijn+1kfundo 4.57
kmax æ
ç
Au ijn+1k öüï p t +1 2
÷ý + Dt atmij
- p atmij +1 t +1 2
é (
Auijn+1kfundo )
2
kmax Auijn+1k ( ) ùú +
2
+ å ç ij +1k Vu n
X
֕ r0
ê Fxij +1
êë Vuijn+1kfundo
+ å n
k = kfundo +1 Vuij +1k úû
k = kfundo +1
è ij +1k øþ
ù
å (U ) å (U )
kmax kmax
n+1 2
2ijk
n
× Avijk + U 2nijk-1 2 × Avijk
n -1
- n+1 2
2 i+1 jk × Avin+1 jk + U 2ni-+11jk2 × Avin+-11jk ú
k = kfundo k = kfundo ûú
138
_____________________ Discretização das equações ______________________
139
_____________________ Discretização das equações _____________________
U *n+1 2
=U *n+1 2
+
(Fxz n +1 2
ijk ) (
- Fxzijn++11k2 + Fyzijk
n
- Fyzin+1 jk ) 4.58
3ijk+1 3ijk
Ahij
n +1 2
U1nijk+1 Auijk
n n -1
+ U1nijk Auijk
Fxz ijk = 4.59
2
n
U 2nijk+1 2 Avijk
n -1 2
+ U 2nijk-1 2 Avijk
n -3 2
n +1 2
Vzijk n
- Vzijk
=
(Fxz
n +1 2
ijk ) (
- Fxzijn++11k2 + Fyzijk
n
- Fyzin+1 jk ) =U *n+1 2 n+1 2
- U3*ijk 4.61
3ijk+1
Ahij Dt 2 Ahij
140
_____________________ Discretização das equações ______________________
O passo iii. não é neste caso necessário, pois a equação anterior garante
velocidade vertical nula.
Para coordenada sigma o movimento da malha depende apenas de h não
sendo por isso função de u3*. Para a coordenada isopícnica, devido à reduzida
celeridade do modo interno, a movimentação pode ser efectuada explicitamente
usando o campo de densidade do instante n. Não dependendo igualmente de
u3*. O valor de u3* é no entanto calculado para todas as malhas pois a sua
diferença representa a divergência horizontal do campo de velocidades, sendo
usada no cálculo da velocidade vertical final para todas os tipos de malha. Esse
processo é explicado na secção seguinte.
Os vários processos de movimentação da malha acima referidos resultam numa
redefinição dos lugares geométricos dos vértices das células no novo instante
de tempo. O cálculo da geometria (áreas e volumes das células) é depois
efectuado em conjunto, para todos os subdomínios, por um algoritmo único.
Este algoritmo é independente do tipo de malha pois as grandezas geométricas
dependem apenas das coordenadas dos vértices. Nos subdomínios onde a
malha permanece fixa este algoritmo apenas é necessário na inicialização,
traduzindo-se por uma considerável economia computacional. Estão nessas
circunstâncias os subdomínios com coordenada cartesiana e com coordenada
sigma quando situados abaixo do superior.
U n +1 2
=U n +1 2
+
(Fxz
n +1 2
ijk ) (
- Fxzijn++11k2 + Fyzijk
n
- Fyzin+1 jk ) - Vz
n +1 2
ijk
n
- Vzijk
4.62
3ijk+1 3ijk
Ahij Ahij Dt 2
Como foi referido na secção anterior a velocidade vertical intermédia pode ser
usada no cálculo da velocidade final. Usando a equação 4.58 a expressão
anterior fica:
141
_____________________ Discretização das equações _____________________
n +1 2
( )-
n
n +1 2 n +1 2 *n +1 2 *n +1 2
Vzijk - Vzijk
U 3ijk+1 =U 3ijk +U 3ijk +1 -U 3ijk 4.63
Ahij Dt 2
Nos subdomínios onde a malha permanece fixa este cálculo não é necessário
coincidindo a velocidade vertical intermédia com a velocidade final. Nos
subdomínios com malha Lagrangeana este cálculo não é igualmente
necessário, sendo a velocidade vertical nula.
De forma a garantir a propriedade conservativa os volumes das células
calculados durante a redefinição da geometria devem ser tais que, somados em
toda a coluna de água, produzam uma variação de volume igual à provocada
pela variação da superfície livre. Com o método do volume finito esta
propriedade é sempre satisfeita desde que se utilizem os mesmos fluxos nos
dois cálculos. Os erros de arredondamento nas operações de cálculo da
geometria são no entanto uma fonte de problemas, principalmente para o
transporte da salinidade e da temperatura. Uma forma de resolver esse
problema consiste em distribuir o erro por todas as células da coluna de água.
142
_____________________ Discretização das equações ______________________
Nível de referência
de
rfície
u Supe orrente
c
Volume de
controle
-x3vc
-x3sc
¶x3sc ¶x ¶x
u3real = + u1 3sc + u 2 3sc 4.64
¶t ¶x1 ¶x2
¶x3vc ¶x ¶x
u3transporte = + u1 3vc + u2 3vc 4.65
¶t ¶x1 ¶x2
¶x3vc ¶x ¶x
u3real = u3 + u3transporte = u3 + + u1 3vc + u 2 3vc 4.66
¶t ¶x1 ¶x2
143
_____________________ Discretização das equações _____________________
n+1 2 SZZ ijkn +-112 - SZZ ijkn -1 SZZ ijn++11k2-1 - SZZ ijn-1k -1
U 3real = U 3nijk+1 2 - - U1nij++1122k -1 2 -
ijk
Dt 2 DZX ij -1 + DZX ij
4.68
SZZ in++11jk2-1 - SZZ in-1 jk -1
U 2ni++1122jk -1 2
DZYi -1 j + DZYij
n+1 2 n+1 2
Vzijk n
aijk -Vzijkaijkn r r n+1 2 r r n+1 2 r r n+1 2 r r n+1 2
Dt 2
( ) ( ) ( ) (
= - Fc × nS ij-1 2k - Fc × nS ij+1 2k - Fc × nS i-1 2 jk - Fc × nS i+1 2 jk - )
r r n+1 2 r r n+1 2 æ n aijn-1k -aijkn aijkn -aijn+1k ö
( ) ( ç)
- Fc × nS ijk-1 2 - Fc × nS ijk+1 2 + Ahij-1 2k
ç DZX
n n
× Auijk - Ahij+1 2k
DZX
× Auijn+1k ÷ +
÷
4.69
è ij -1k ijk ø
æ n ai-1 jk -aijk
n n n
ai+1 jk -aijkn
ö æ n aijk-1 -aijk
n+1 2 n+1 2
aijkn+1 2 -aijkn++112 ö
ç Ah × Avn
- An
× Av n ÷ + ç A - An ÷ Ahij
ç i-1 2 jk DZY ijk hi+1 2 jk
DZY
i +1 jk ÷ ç vijk-1
DZZ n+1 2 vijk
DZZ n+1 2 ÷
è i -1 jk ijk ø è ijk -1 ijk ø
144
_____________________ Discretização das equações ______________________
r r é æ Fxzijkn +1 2 n +1 2
+ Fxzijk n +1 2
Fxzijk n +1 2
- Fxzijk ö
(
Fc × n S )
n +1 2
ij - 1 2 k
ê
= g
ê çè
ç
2
n
a ij -1k +
2
a ijkn ÷ +
÷
ë ø 4.70
DXU ija ijn-1k + DXU ij -1a ijkn ù
+ (1 - g ) ú Fxzijk
n +1 2
DXU ij + DXU ij -1 úû
r é æ Fyzijk
n
+ Fyzijk n n
Fyzijk n
- Fyzijk ö
(Fc × nrS )n +1 2
i - 1 2 jk = êg ç
ê çè 2
a in-1 jk +
2
a ijkn ÷ +
÷
ë ø 4.71
DXVija i -1 jk + DXVi -1 ja ijk ù
n n
+ (1 - g ) n
ú Fyzijk
DXVij + DXVi -1 j ûú
r r é æ Fzzijkn +1 2
+ Fzzijk n +1 2 n +1 2
Fzzijk n +1 2
- Fzzijk ö
(
Fc × n S )
n +1 2
ijk - 1 2
ê
= g
ê çè
ç
2
n
a ijk -1 +
2
a ijkn ÷ +
÷
ë ø 4.72
DWZ ijkn +1 2a ijkn -1 + DWZ ijkn +-112a ijkn ù
+ (1 - g ) n +1 2
ú Fzzijk
DWZ ijkn +1 2 + DWZ ijkn +-112 úû
145
_____________________ Discretização das equações _____________________
146
_____________________ Discretização das equações ______________________
velocidades deslocam-se com a velocidade das ondas internas, sendo por isso
necessários tempos de arranque da ordem de L g ¢H onde L é a dimensão
horizontal do domínio e g' a gravidade reduzida. Em termos práticos isto
significa tempos de arranque da ordem de vários dias. Outra solução que evita
tempos de arranque tão longos, consiste em iniciar o modelo com o campo de
velocidades geostrófico, calculado a partir do campo de densidades.
Os campos de salinidade e temperatura ajustam-se com uma celeridade que
depende do transporte desses constituintes, sendo por isso da ordem de
grandeza da velocidade. Em escoamentos costeiros a dimensão do domínio é
excessivamente elevada, sendo economicamente inviável efectuar um arranque
"frio" e esperar o ajuste dos campos. A incerteza nas condições fronteira de
salinidade e temperatura inviabilizam também essa abordagem. Por esse
motivo, os campos de salinidade e temperatura são inicializados através de
dados climatológicos. Na simulação de escoamentos baroclínicos em estuários,
a dimensão do domínio é reduzida e as condições fronteira de salinidade e
temperatura são conhecidas com algum rigor. O campo de velocidades é
influenciado maioritariamente pelo forçamento barotrópico. Por esse motivo é
possível nos escoamentos em estuários um arranque "frio" dos campos de
salinidades e temperaturas.
Fzzijkmax +1 = 0 4.73
147
_____________________ Discretização das equações _____________________
Fzzijkfundo = 0 4.74
148
_____________________ Discretização das equações ______________________
4.7.5.1 Hidrodinâmica
Para as equações da hidrodinâmica o tipo de condição a impor depende do
local e da razão pela qual a fronteira foi aplicada. Consideram-se dois tipos de
condições diferentes: caudal imposto e elevação da superfície livre imposta.
A condição de caudal imposto é normalmente usada nas fronteiras com rios,
impondo-se o caudal do rio directamente nas variáveis Fxz e Fyz das faces em
contacto com a fronteira. A elevação na fronteira é calculada por continuidade,
de forma semelhante à efectuada para os pontos interiores, mas com os
caudais na fronteira impostos de forma explícita. Considerando uma fronteira
com o rio em j+1 tem-se para a discretização S21 no primeiro meio passo de
tempo:
149
_____________________ Discretização das equações _____________________
éì kmax n+1
( ) ( )
kmax
ηn +1 2
-η ê
nï å
1 êï k =kfundo
n
U1ijk × Auijk + å U1nijk × Auijk
n -1
kmax ü
ij
Dt 2
= ij
í
Ahij êï 2
k =kfundo
- å Fxzijn++11k2 ý ( )
k = kfundo þ
êï
ëî 4.76
ì
( ) ( ) ( ) ( )üïïùú
kmax kmax kmax kmax
ï å U 2ijk × Avijk + å U 2ijk × Avijk å U 2n+i+11jk2 × Avin-+11 jk2 + å U 2n-i+11 jk2 × Avin-+13jk2
n+1 2 n -1 2 n-1 2 n-3 2
ï
+ í k =kfundo ýú
k = kfundo
- k =kfundo k = kfundo
ï 2 2 ïú
ïî ïþúû
150
_____________________ Discretização das equações ______________________
æ Fxzijmink
n +1 2 n +1 2 n +1 2 n +1 2
ö
(Frc × nrS )
n +1 2
ijmin - 1 2 k =gç
ç
+ Fxzijmink
2
a *+
Fxzijmink - Fxzijmink
2
n
a ijmink ÷ Fxz n +1 2
÷ ijk
4.77
è ø
151
_____________________ Discretização das equações _____________________
Domínio Computacional
afront
aijmink
DXdilu Maré
O valor a* a usar durante a enchente deve ser tal que produza em cada passo
de tempo um fluxo de propriedade compatível com o perfil a(x) imposto:
t + Dt 2
a * Fxijmink Dt 2 = ò Fx ijmink ( )
a u1ijmink t dt 4.78
t
( )
onde se fez a transformação de variável a ( x ) = a u1ijmink t . Considerando para a(x)
o perfil linear:
a front - a ijmink
a ( x ) = a ijmink + x 4.79
DX dilu
a front - a ijmink
a * = a ijmink + u1ijmink Dt 4 4.80
DX dilu
Este valor deve ser interpretado, de acordo com a figura 4.6, como o valor
constante que introduz uma massa de a no interior da célula igual à introduzida
pela convecção do perfil a(x).
152
_____________________ Discretização das equações ______________________
a front
a*
a ijmink
Fx
DXdilu
U1ijminkDt/2
n +1 2 n +1 2 n n
Vijmink a ijmink - Vijmink a ijmink n +1 2 æ
a - a ijmink n +1 2 ö
= Fxijmink çça jmink + front U1ijmink Dt 4 ÷÷ 4.81
Dt / 2 è DX dilu ø
n +1 2 n +1 2
Vijmink n
a ijmink - Vijmink n
a ijmink æ n +1 2 a front - a ijmink
n +1 2
ö
= Fx n +1 2 ça ijmink + +1 2
U1nijmink Dt 4 ÷ 4.82
Dt / 2
ijmink ç DX dilu ÷
è ø
obtém-se:
n +1 2
a ijmink = (1 - g )a ijmink
n
+ ga front 4.83
onde
1
g = n n +1 2
4.84
Vijmink DX dilu Auijmink
1+
(Fx n +1 2
ijmink Dt 2 )
2
4
153
_____________________ Discretização das equações _____________________
a) b)
u1ijk Hmin
Hij
Hmin u1ijk
Hij-1
hij-1
hij
hij
hij-1
Referência
154
_____________________ Discretização das equações ______________________
ou
A segunda condição da equação 4.85 impede que a célula se cubra por uma
onda que progrida da esquerda para a direita e a segunda condição da equação
4.86 impede que a célula se cubra por uma onda que progrida da direita para a
esquerda. O ruído produzido pelas variações abruptas de velocidade devidas à
cobertura e descobertura pode ser controlado mediante uma escolha cuidadosa
do parâmetro Hmin (Stelling, 1983).
4.8 Conclusões
Neste capítulo utilizou-se o método dos volumes finitos para discretizar as
equações primitivas para águas pouco profundas com a aproximação
hidrostática. Utilizaram-se duas discretizações temporais diferentes: o esquema
S21 de 4 equações e o esquema de Leendertse com 6 equações. Ambas as
discretizações produzem um esquema globalmente centrado no tempo sendo o
esquema S21 mais eficiente em águas profundas e o esquema de Leendertse
mais apropriado para águas pouco profundas com zonas de descobertura. Na
discretização das equações ficaram patentes as características do método do
volume finito, permitindo uma separação entre o processo de cálculo e a
geometria da malha. Esta separação permite a implementação da coordenada
vertical genérica sem alteração na forma das equações. A programação torna-
se também mais metódica e estruturada pois os fluxos são calculados para
todas as células sendo depois construídas a partir deles as equações do
modelo. Neste capítulo analisou-se ainda a implementação das condições
155
_____________________ Discretização das equações _____________________
156
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
157
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
centro de massas com um período de 27,3 dias (Fc na figura 5.1). Esta força é
distinta da força centrífuga devida à rotação da terra sobre o seu próprio eixo e
é aproximadamente igual para todos os pontos da sua superfície. A mesma
partícula está sujeita também a uma força devida ao campo gravítico da lua (Fg
na figura 5.1).
FC B Fgx
Fr
Fg
Lua
FC Fr C Fg FC A Fr Fg
Terra
Fg
Fr
D Fgx
Estas duas forças anulam-se para uma partícula situada no centro da Terra,
para qualquer outro ponto as forças não se equilibram originando uma
resultante Fr. Na figura 5.1 estão representadas essas forças para quatro pontos
na superfície da Terra. A força resultante actua na massa de água deformando
a superfície livre relativamente à sua posição de equilíbrio geopotencial (elipse a
tracejado na figura 5.1). Em condições de equilíbrio esta elipse manteria sempre
o seu eixo maior alinhado com a linha que une o centro de gravidade dos dois
astros. Devido à rotação da Terra e à translacção da Lua um ponto fixo na Terra
sentiria dois ciclos de maré durante um dia lunar (24,8 horas) com uma
amplitude que dependeria da sua posição. Na realidade a velocidade de
158
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
159
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
Para além da análise harmónica atrás descrita são frequentemente usados mais
dois métodos na análise dos valores de maré: O método de resposta e a análise
por ondas elementares.
No método de resposta efectua-se uma análise de Fourier convencional ao sinal
de maré, dividindo o espectro em intervalos de frequência iguais D¦=1/T desde
¦1=1/T até ¦n=1/(2Dt) onde T é a dimensão do sinal e Dt é o tempo de
amostragem (Munk e Cartwright, 1965).
Na análise por ondas elementares decompõe-se o sinal da onda de maré não
numa série de funções trigonométricas com um único parâmetro w como nos
outros métodos mas sim numa série de funções escaláveis. Estas funções são
obtidas a partir de uma função base Y0( t ) que é depois escalada em frequência
160
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
1 æt -d ö
y a ,d (t ) = y 0 ç ÷ 5.2
a è a ø
Y
a Y
t t
Figura 5.2: Onda elementar escalável e efeito dos parâmetro de controle.
161
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
gh
LR0 = 5.3
f
162
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
UU
Cd
h + h Cd U
~ 5.4
¶U wh
¶t
1
rg (2a )
2
E= 5.5
8
3
rg 2 2
E c0 = a h 5.6
2
163
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
a2 h
=4 1 5.7
a1 h2
164
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
U
Fr0 = 5.8
gH
165
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
166
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
Qs
Vg
Quente Frio
Mistura
Frio
ra
Mistu
q&
dT = dt 5.9
rHC p
167
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
1 æ ¶v ö 1 æ ¶H ö
b= ç ÷ = ç ÷ 5.10
v è ¶T ø p H è ¶T ø p
¶H bq&
= 5.11
¶t rC p
H
1
E p = ò rgz dz = MgH 5.12
0
2
¶E p 1 bq&
= Hg 5.13
¶t 2 Cp
168
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
tU = rC d-1 2 u *3 5.15
Uma fracção e desta potência é utilizada na mistura. A condição crítica para que
a coluna de água se mantenha homogénea é obtida igualando esta potência de
mistura à variação de energia potencial do sistema:
-1 2
1 bq& H 2erC d C p
erC d-1 2 u *3 = Hg Þ = 5.16
2 Cp u*3 gbq&
O lado direito desta equação é constante para cada valor de q& pelo que o
3
parâmetro H/U onde U é a amplitude da corrente de maré integrada na
profundidade tem-se revelado um bom indicador para a localização da posição
de frentes deste tipo (Simpson e James, 1986). Esta análise simplificada ignora
os efeitos da rotação da Terra. Quando estes efeitos são considerados forma-se
uma camada de Ekman no fundo com uma espessura da ordem de:
D E = p 2 Av f 5.17
169
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
170
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
¶h ¶B(h + h )U
B + =0 5.18
¶t ¶x
¶U ¶U ¶h UU
+U +g + Cd =0 5.19
¶t ¶x ¶x h +h
fB
<< 1 5.20
gh
para garantir que os efeitos transversais devidos à rotação não são importantes
e factores de forma reduzidos:
B 2w 2
<< 1 5.21
gh
fB
5.22
2 gh
171
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
172
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
h( m )
C > gh
M2
M2+M4
M4
x(m)
C < gh
173
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
u(m/s)
M2
M2+M6
M6
t(s)
174
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
efeito de carácter linear faz no entanto com que os efeitos dos termos não
lineares sejam diferentes dos produzidos pelas constituintes quando actuam
isoladamente.
Considerando a interacção das constituintes M2 e N2 a onda resultante é
modulada com um período de 27.6 dias. Os efeitos não lineares que provocam
o surgimento da harmónica M4 devido a diferenças de profundidade são assim
modulados com esta frequência o que produz uma variação na M4. Esta
variação pode ser representada na análise harmónica por duas novas
componentes: 2NM2 e 2MN2.
As correntes de maré serão também maiores quando M2 e N2 estão em fase do
que as produzidas isoladamente por M2 ou N2. O oposto acontece meio período
depois. Devido à natureza quadrática da tensão de corte no fundo o aumento de
perda de energia quando as constituintes estão em fase é superior à diminuição
de perda de energia quando as componentes estão fora de fase, a perda total
de energia é portanto superior quando as ondas actuam simultaneamente. Este
facto tem consequências na calibração dos modelos numéricos: Quando um
modelo é forçado apenas por uma componente na sua fronteira (usualmente a
M2) este efeito de aumento de perda por interacção entre constituintes não está
presente, é assim necessário aumentar artificialmente o coeficiente de atrito de
forma a obter bons resultados. Esta prática tem no entanto alguns
inconvenientes: Os efeitos não lineares não são uniformes em todo o domínio
não sendo bem representados por um aumento constante do coeficiente de
atrito. A solução da constituinte principal é melhorada mas as constituintes
geradas internamente são representadas de forma deficiente quando se
aumenta artificialmente o valor do coeficiente de atrito (Amin, 1993). É por isso
de grande importância forçar o modelo com o maior número de componentes
disponível.
175
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
176
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
iva
éV
M ar
o rta
Maré M
Tensão de Corte
Nas zonas mais a montante dos rios onde as ondas de frequência semi-diurna
se encontram já bastante amortecidas ainda é possível encontrar uma
modulação quinzenal na elevação da superfície livre com uma amplitude de
alguns centímetros (Godin, 1991).
Nos períodos em que o caudal do rio é elevado a tensão de corte no fundo
aumenta sendo necessário, para manter o equilíbrio atrás referido, um aumento
do gradiente da superfície livre. O nível médio das regiões de montante
aumenta por isso quando o caudal do rio é elevado. A dissipação produzida por
essa tensão de corte provoca também uma diminuição da amplitude da maré
nesses períodos.
177
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
K 1 + O1
F= 5.23
M 2 + S2
D = f M 4 - 2f M 2 5.24
178
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
Vazante Dominante:
Vazantes curtas e com velocidades
179
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
h
g
( r - r 0 )z dz
h -òh
f= 5.25
180
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
h
¶f g ¶r
h -òh ¶x
= (u - U ) z dz 5.26
¶t C
g 2 H 4 (¶r ¶x )
2
¶f
= 5.27
¶t C rK v
¶f erC d u *3
= 5.28
¶t F H
181
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
H 5 (¶r ¶x )
2
¶f ¶f er 2Cd
+ =0 Þ = 2
= C te 5.29
¶t C ¶t F
3
u* K v g
Para o caso de estuários do tipo cunha salina para além da mistura devida à
turbulência originada no fundo verifica-se também mistura devida à turbulência
originada na interface da cunha salina. Esta mistura pode ser conseguida por
difusão turbulenta ou por aprisionamento de fluido proveniente da camada
inferior na camada superficial (Dyer, 1973). Para este tipo de estuário apesar de
cerca de 90% da energia cinética turbulenta ser produzida no fundo, devido à
grande estabilidade da coluna de água esta turbulência não consegue ser
transportada para a picnoclina (Bowden, 1983). Por este motivo a turbulência
gerada localmente na interface é o principal mecanismo de aumento da energia
potencial da coluna de água. A mistura na interface é controlada pelo número de
Richardson de fluxo que é definido como a razão entre a taxa de aumento da
energia potencial da coluna de água e a taxa de produção de energia cinética
turbulenta na interface:
¶E p
Ri f = ¶t 5.30
Pi
Ñr gD
r
RiL = 5.31
(Ñu )2
182
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
183
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
u ( z , t ) = u 0 ( z , t ) - D( z , t ) = ( A( z ) - d ( z ) ) cos(w t ) 5.32
ò d (z ) dz = 0
-h
5.33
u u0 Z u u0
d>0
d<0
184
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
u
Fri = 5.34
(Ñr r )gD
M 4V
M 4Z
AN = 5.35
M 2V
M 2Z
185
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
186
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
187
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
r
r r
Este tipo de frente pode ser provocada por dois mecanismos diferentes
consoante se desenvolva em estuários estratificados ou verticalmente
homogéneos. Em estuários estratificados a energia de mistura pelo corte no
fundo e nas fronteiras laterais pode ser suficiente para homogeneizar a coluna
de água nas regiões de menor profundidade, usualmente junto às margens. A
região central de maior profundidade mantém-se estratificada surgindo uma
frente ao longo do eixo do estuário separando estes dois regimes. Os gradientes
transversais são mais pronunciados na vazante devido ao efeito adicional de
deformação do gradiente longitudinal devido ao corte. Na zona da frente a
188
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
189
____________ Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
190
____________Aspectos dinâmicos em estuários e zonas costeiras ____________
5.5 Conclusões
Neste capítulo analisaram-se os principais mecanismos que influenciam o
escoamento de maré nas zonas costeiras e no interior dos estuários. Viu-se que
tanto nos escoamentos barotrópicos como nos baroclínicos a natureza não
linear das equações de transporte é responsável pela distorção da maré
produzindo assimetrias no escoamento e gerando constituintes harmónicas com
frequências superiores à da onda original. Nos domínios onde as diferenças de
densidade são importantes viu-se que a competição entre os processos de
mistura e de estratificação ditam a natureza do escoamento formando-se zonas
frontais dividindo regiões com diferentes características. O estudo das
embocaduras dos estuários deve pois ser feito recorrendo a modelos
baroclínicos tridimensionais, especialmente em condições de caudal elevado.
No capítulo seguinte apresentam-se várias aplicações do modelo, algumas
delas em domínios reais, tentando-se identificar alguns dos fenómenos
descritos neste capítulo.
191
____________________________ Aplicações_____________________________
6 APLICAÇÕES
Neste capítulo apresentam-se várias aplicações efectuadas com o modelo,
tendo como objectivo a sua validação. A validação deve neste caso ser
entendida no sentido lato como o processo de legitimação de um modelo novo e
não apenas a aplicação de um modelo existente a um novo domínio. Este é um
processo complexo, devendo-se adoptar várias abordagens diferentes: Testes
preliminares às propriedades numéricas do modelo, Comparação com
resultados analíticos, comparação com resultados numéricos de modelos fiáveis
e comparação com medidas experimentais de campo e de modelos físicos.
Estas abordagens não são alternativas, devendo ser aplicadas em conjunto de
forma a aumentar a credibilidade nos resultados e a robustez do modelo em
novas situações. Este é obrigatoriamente um processo iterativo que está
intimamente ligado à detecção de erros, à optimização do código e à sua
manutenção, devendo ser efectuado em conjunto com estes.
O aumento da capacidade de cálculo e a melhoria dos métodos numéricos tem
permitido na última década a modelação hidrodinâmica de zonas costeiras com
elevados níveis de resolução e precisão. Por esse motivo o conhecimento da
hidrodinâmica deixou de ser um fim em si, passando a ser uma ferramenta que
permite a análise dos processos físicos, químicos e biológicos presentes nesses
sistemas. Esta nova dimensão exige do modelo hidrodinâmico uma
modularização e flexibilidade que permita a sua ligação a modelos de descrição
desses processos físicos. O modelo foi desenvolvido de forma a permitir a
integração de modelos de transporte de sedimentos, de qualidade da água e de
produção primária desenvolvidos por outros grupos. A abordagem do volume
finito revelou-se eficiente nesta integração interdisciplinar pois permite um
relacionamento coerente entre os fluxos das grandezas hidrodinâmicas e das
grandezas próprias de cada módulo. Do ponto de vista da validação a inclusão
dos módulos obriga por isso a uma estreita colaboração entre as diversas
equipas de forma a obter um desempenho correcto de todo o sistema.
193
____________________________ Aplicações ____________________________
194
____________________________ Aplicações_____________________________
As equações a resolver são um caso particular das equações para águas pouco
profundas integradas na profundidade:
¶h ¶Hu1 ¶Hu 2
+ + =0 6.1
¶t ¶x1 ¶ x2
¶ui ¶h tw
+g + t f ui - i = 0 i = 1,2 6.2
¶t ¶xi H
195
____________________________ Aplicações ____________________________
iwt
z = z0×e . A solução analítica das equações sujeitas a essa condição fronteira é
da forma:
ì éb ü
ïï (
Cosh ê r 2 - R12 ú)
ù
ï
z (r , t ) = Re íz 0 ë2 û eiwt ï
ý
ï Cosh é b R 2 2 - R12 ù
( ) ï
ïî êë 2 úû ïþ
onde
w 2 - iwt
b=
gh0
Devido a questões de precisão relacionadas com o cálculo da solução analítica
optou-se por um domínio de cálculo com as dimensões R1 = 2000m,
R2 = 4000m, Dx = Dy = 40m, com uma batimetria dada por h = 3.125 ´ 10 -7 r 2 e
ip/600t
forçado por uma onda da forma z=0.1×e . Utilizou-se para o cálculo da tensão
de corte no fundo o valor t =0.03 s-1.
Na solução numérica utilizou-se o mesmo domínio e condições fronteira,
anularam-se os termos difusivo e convectivo e linearizou-se o atrito no fundo.
Não se considerou nesta aplicação a tensão do vento para testar a simetria da
solução. Como se trata de uma solução integrada na profundidade considerou-
se uma discretização vertical do tipo sigma com apenas uma camada.
Na figura 6.2 compara-se a elevação da solução numérica com a solução
analítica para uma angulo de fase da condição fronteira de 2np. As duas
soluções são coincidentes na quase totalidade do domínio
196
____________________________ Aplicações_____________________________
-0.003
-0.007
-0.005
-0.001
0.005
0.007
0.003
0.008
0.001
197
____________________________ Aplicações ____________________________
198
____________________________ Aplicações_____________________________
199
____________________________ Aplicações ____________________________
10
11
12
200
____________________________ Aplicações_____________________________
201
____________________________ Aplicações ____________________________
202
____________________________ Aplicações_____________________________
Batimetria (m)
203
____________________________ Aplicações ____________________________
204
____________________________ Aplicações_____________________________
lineares presentes perto da barra são responsáveis por uma alteração nas
características da maré que passa a apresentar inversões de maré longas na
preia-mar (ver tabela 5.2). Os efeitos não lineares são no entanto muito
reduzidos apresentando a onda de maré uma forma essencialmente do tipo M2.
Perto da embocadura formam-se dois vórtices residuais que ocupam grande
parte da região e condicionam o transporte nessa zona. Na região de montante
o padrão é mais complexo confirmando a divisão do estuário em duas regiões
como sugerido por Wollast baseado em distribuições de temperatura e
salinidade. Estes estudos indicam que a região de jusante do estuário se
comporta, do ponto de vista hidrodinâmico, como uma lagoa costeira com
pequena influência da água doce e que a região de montante possui
características típicas de um estuário estreito. O tempo de residência no
estuário foi estudado utilizando traçadores lagrangeanos (Neves, 1985) tendo-
se mostrado que o tempo de residência na região de jusante é da ordem de
alguns dias enquanto na região de montante é da ordem dos meses. Esta
diferença confirma a divisão do estuário em duas regiões com características
marcadamente distintas.
O caudal do rio apresenta uma forte variabilidade com valores diários no Verão
inferiores a 1 m3/s e valores máximos no Inverno superiores a 20 m3/s, sendo o
valor médio anual de cerca de 1 m3/s. As medidas de salinidade e velocidade de
Ambar et al., (1980) permitem classificar o estuário como fracamente
estratificado segundo o diagrama de Hansen e Rattray (ver secção 5.4.1).
A plataforma exterior ao estuário possui um canal de navegação com 14 m de
profundidade. Foram efectuados estudos de optimização para os trabalhos de
dragagem do canal (localização e profundidade inicial) usando um modelo
bidimensional e considerando os efeitos combinados da maré e das ondas
(Silva e Leitão, 1995). Os resultados deste estudo auxiliaram a interpretação
dos processos físicos que controlam o transporte nessa região e mostraram que
apenas um modelo tridimensional poderia explicar alguns aspectos relacionados
com a formação do grande banco de sedimentos localizado na embocadura. A
205
____________________________ Aplicações ____________________________
206
____________________________ Aplicações_____________________________
207
____________________________ Aplicações ____________________________
208
____________________________ Aplicações_____________________________
209
____________________________ Aplicações ____________________________
210
____________________________ Aplicações_____________________________
Velocidade
Residual (m/s)
13-21/7/80
211
____________________________ Aplicações ____________________________
Velocidade
Vertical
(mm/s)
212
____________________________ Aplicações_____________________________
Velocidade
Residual
(m/s)
NE SW
213
____________________________ Aplicações ____________________________
Velocidade
Residual
(m/s)
N S
6.3.6 conclusões
Com esta aplicação mostrou-se a capacidade do modelo para simular com
realismo um problema complexo de circulação num estuário. A utilidade do uso
de modelos tridimensionais neste tipo de domínios foi posta em evidência,
mesmo para o caso de estuários bem misturados, mostrando-se como a
interpretação do padrão tridimensional do escoamento permite identificar os
principais mecanismos responsáveis pela mistura e pelo transporte de
sedimentos no estuário.
214
____________________________ Aplicações_____________________________
215
____________________________ Aplicações ____________________________
216
____________________________ Aplicações_____________________________
217
____________________________ Aplicações ____________________________
6.4.1 Calibração
Aplicou-se o modelo neste domínio usando uma discretização horizontal com
134 x 168 células com passo espacial variável entre 1000m na região da
fronteira aberta até 300m no interior do estuário. A discretização vertical é do
218
____________________________ Aplicações_____________________________
219
____________________________ Aplicações ____________________________
Figura 6.20: Comparação dos níveis para a estação 14 (Vila Franca de Xira).
Velocidades
Instantâneas
(m/s)
1/2/1998 11h00m
220
____________________________ Aplicações_____________________________
Velocidades
Residuais
(m/s)
(Superfície)
221
____________________________ Aplicações ____________________________
222
____________________________ Aplicações_____________________________
223
____________________________ Aplicações ____________________________
As origens dos traçadores podem ser identificadas pelas suas cores de acordo
com a tabela 6.3.
224
____________________________ Aplicações_____________________________
6.4.5 Conclusões
Esta aplicação permitiu testar o modelo hidrodinâmico numa situação real que
apresenta várias dificuldades do ponto de vista numérico. A extensa zona de
descobertura nas regiões de montante constitui um teste exigente para a
condição de fronteira móvel. As elevadas velocidades no canal de saída
condicionam a estabilidade do modelo, especialmente nas situações em que o
campo de velocidades é oblíquo em relação à malha. A forte irregularidade da
topografia do fundo constitui também um teste rigoroso ao cálculo da geometria.
Os bons resultados da calibração mesmo nas regiões interiores do estuário e o
uso de passos de tempo da ordem dos 30 segundos mostram que o tipo de
formulação adoptada no modelo pode ser usada em problemas práticos de
engenharia. A inclusão do módulo de transporte lagrangeano mostrou também
que o método do volume finito simplifica a modularização do código, tornando
fácil o desenvolvimento em paralelo de modelos que trocam informação com o
modelo hidrodinâmico.
225
____________________________ Aplicações ____________________________
226
____________________________ Aplicações_____________________________
¶p ¶r ¶h
= g (h - x3 ) + rg 6.3
¶x2 ¶x2 ¶x2
profundidade:
¶h H ¶r
=- 6.4
¶x2 r ¶x2
227
____________________________ Aplicações ____________________________
228
____________________________ Aplicações_____________________________
229
____________________________ Aplicações ____________________________
230
____________________________ Aplicações_____________________________
231
____________________________ Aplicações ____________________________
232
____________________________ Aplicações_____________________________
233
____________________________ Aplicações ____________________________
234
____________________________ Aplicações_____________________________
6.6 Conclusões
Neste capítulo apresentaram-se algumas das aplicações efectuadas com o
modelo durante o processo de correcção de erros e afinação. Usando uma
batimetria esquemática comparou-se o modelo em modo barotrópico com uma
solução analítica num domínio com alguma complexidade geométrica.
Comparou-se ainda numa batimetria esquemática os resultados do modelo com
os produzidos por um modelo implementado em coordenada sigma tradicional
numa situação puramente baroclínica. Em domínios reais usou-se o modelo nos
estuários do Sado, do Tejo e no Atlântico Norte no domínio do projecto OMEX.
Efectuou-se a calibração do modelo nesses domínios e mostrou-se que os
resultados reproduziam os principais aspectos da circulação, permitindo a
identificação das estruturas tridimensionais desses escoamentos.
235
___________________________ Conclusões ____________________________
7 CONCLUSÕES
O principal objectivo deste trabalho, foi o de produzir um modelo tridimensional,
com uma metodologia adequada à modelação tanto de escoamentos costeiros
como estuarinos. Devido à natureza distinta dos processos dominantes nesses
dois tipos de sistemas, considerou-se que um requerimento importante no
desenvolvimento do método seria a sua capacidade para admitir diferentes
discretizações na direcção vertical. O método devia também possuir
características de modularidade e de simplicidade que permitissem o seu
acoplamento a novos módulo de forma simples e uma fácil aprendizagem por
utilizadores de outras vertentes científicas, com reduzida formação em métodos
numéricos.
O método dos volumes finitos foi escolhido para a discretização das equações.
Este método tem sido pouco usado no contexto da modelação de escoamentos
costeiros sendo inovador dentro do grupo de trabalho onde foi desenvolvido. O
método foi escolhido por possibilitar a utilização de células com geometria
genérica e apresentar uma separação completa entre as propriedades
geométricas e as equações que são resolvidas. A criação de malhas com leis de
variação complexa, em geral função das variáveis resolvidas, ficou assim
facilitada resumindo-se no modelo à criação de uma nova rotina de redefinição
da geometria. O facto do método operar no espaço real sem transformação de
coordenadas contribuiu também para a simplicidade do código, facilitando a sua
interpretação e manutenção.
O método impõe, de forma intrínseca, o cálculo explícito de um campo
conservativo de fluxos entre células. Este campo torna a integração de novos
módulos um processo transparente e menos sujeito a erros. Estes novos
módulos são geralmente módulos de transporte de um conjunto de variáveis
específicas a um determinado processo. Estas variáveis podem ser por exemplo
a carga de sedimento, concentrações, fitoplâncton, etc. em função do tipo de
módulo. Os processos de transporte destas variáveis são no entanto comuns,
237
____________________________ Conclusões ____________________________
devendo por isso ser usado o mesmo código tanto para o transporte de
variáveis hidrodinâmicas como de variáveis exteriores. Os diferentes módulos
resumem-se assim à definição dos termos de produção e de destruição. Outra
vantagem desta abordagem é a de permitir aos módulos de transporte um fácil
acoplamento a outros modelos hidrodinâmicos. Esta metodologia simplificou de
forma significativa o acoplamento de módulos de transporte de sedimentos e de
qualidade da água entretanto desenvolvidos.
A utilização do método dos volumes finitos com uma malha variável no tempo
obriga a uma redefinição da geometria em todas as iterações. Por esse motivo
este método é frequentemente apontado como pouco eficiente do ponto de vista
computacional quando comparado com métodos especializados num tipo
particular de transformação de coordenadas (por exemplo sigma). A restrição do
movimento dos vértices à direcção vertical permite no entanto simplificações
consideráveis no cálculo das grandezas geométricas e uma redução
significativa nas necessidades de memória. Com estas simplificações
obtiveram-se prestações globais semelhantes às de um modelo com
coordenada sigma com velocidades 10 a 20% inferiores e necessidades de
memória 20% superiores. Este facto permitiu a utilização do modelo em
domínios reais, como os casos apresentados do Estuário do Sado, do Estuário
do Tejo e do OMEX.
A utilização intensiva da coordenada sigma efectuada na fase de testes serviu
diversos objectivos. Para o caso de uma só camada este tipo de coordenada
não só é o único admissível como degenera numa formulação bidimensional.
Tirou-se partido disso para comparação do modelo com um modelo
bidimensional existente e com soluções analíticas das equações 2D. Para o
caso tridimensional existia também outro modelo disponível e uma vasta
experiência em domínios costeiros. Este facto permitiu a comparação tanto dos
resultados como do desempenho do novo código. No modelo, a coordenada
sigma não é tratada como um caso especial, sendo o processo em tudo igual ao
efectuado para outra lei de posicionamento dos vértices. É por isso de esperar
238
___________________________ Conclusões ____________________________
239
____________________________ Conclusões ____________________________
facilitar a introdução dos dados e a visualização dos resultados. Deve antes ser
uma ferramenta que integre o modelo com outras aplicações e que responda às
questões que o utilizador procura. Estas questões envolvem dados gerados pelo
modelo mas não se limitam a eles. Deve por isso ter características de
integração, combinando os resultados provenientes de diversas fontes e
assistindo o utilizador durante todo o processo de tomada de decisão. O facto
de todos os resultados serem grandezas geo-referenciáveis permite a utilização
das modernas técnicas de informação geográfica. Um sistema de Informação
geográfica é por isso uma plataforma natural para o desenvolvimento dessa
interface.
240
______________ Apêndice 1: Hipótese de incompressibilidade _______________
L 1 æ ¶p ö Ds
ç ÷ A1.1
rU a 2 è ¶s ø r Dt
Ds æ Ds ö æ Ds ö æ F q i ¶T ö ¶ æ q i ö
r = rç ÷ + rç ÷ = çç - 2 ÷- ç ÷ A1.2
Dt è Dt ø irrev è Dt ø rev è T T ¶xi ÷ø ¶x i è T ø
æ U2 ö
O(F ) = Oçç m 2 ÷÷ A1.3
è L ø
æFö æ U2 ö 1 J
Oç ÷ = Oçç m 2 ÷÷ » 10-3 2 8 = 10 -13 3
A1.4
èT ø è TL ø 10 10 m × K ×s
241
_______________ Apêndice 1: Hipótese de incompressibilidade_______________
æ æ Ds ö ö æFö J
Oçç r ç ÷ ÷÷ = Oç ÷ » 10
-13
3
A1.5
è è Dt ø irrev ø èT ø m × K ×s
¶T
q i = -k A1.6
¶x i
æ Ds ö ¶ æ k ¶T ö
rç ÷ =- ç ÷ A1.7
è Dt ø rev ¶x i çè T ¶xi ÷ø
æ æ Ds ö ö 1 æ 1 10 ö J
Oçç r ç ÷ ÷÷ » 2 ç 2 2 ÷ = 10
-5
3
A1.8
è è Dt ø rev ø 10 è 10 10 ø m × K ×s
242
______________ Apêndice 1: Hipótese de incompressibilidade _______________
æ Ds ö æ 10 10 -5 ö
-13
-8 J
Oç ÷ » çç 3 + 3 ÷÷ » 10 A1.9
è Dt ø è 10 10 ø Kg × K × s
Na equação 2.25 este termo vem multiplicado por (¶p/¶s)r. Para o caso de água
pura em condições típicas do oceano este factor tem uma ordem de grandeza
de 104 (Keenan et al., 1978), pelo que se tem:
æ L 1 æ ¶p ö Ds ö 10 4 1
Oç ÷» 10 4 10 - 8 = 10 - 9 A1.10
ç rU a 2 çè ¶s ÷ø Dt ÷ 103 106
è r ø
243
_____________ Apêndice 2: Decomposição do campo turbulento______________
¶ui
=0 A2.1
¶xi
ui ( xi , t ) = U i ( xi , t ) + ui¢( xi , t ) A2.3
p( xi , t ) = P( xi , t ) + p¢( xi , t ) A2.4
¶U i
=0 A2.6
¶xi
245
_____________ Apêndice 2: Decomposição do campo turbulento _____________
¶f ¶ f
= A2.7
¶s ¶s
f¢=0 A2.8
F=F A2.9
¶ (U i + ui¢ ) ¶U i ¶ui¢
- = =0 A2.10
¶xi ¶xi ¶xi
¶ui ¶ (u j ui ) 1 ¶p ¶ æ ¶ui ö
çn ÷ - 2e ijk W j uk
+ = gi - + A2.11
¶t ¶x j r ¶xi ¶x j ç ¶x j ÷
è ø
com:
¶ui ¶u i ¶U i
= = A2.12
¶t ¶t ¶t
1 ¶p 1 ¶ p 1 ¶P
= = A2.13
r ¶xi r ¶xi r ¶xi
¶ æ ¶ui ö ¶ æ ¶ui ö ¶ æ ¶U i ö
çn ÷= çn ÷= çn ÷ A2.14
¶x j ç ¶x ÷ ¶x ç ¶x ÷ ¶x ç ¶x ÷
è j ø j è j ø j è j ø
246
_____________ Apêndice 2: Decomposição do campo turbulento______________
f × g = F × G + f ¢ × g¢ A2.16
C te × g = C te × G A2.17
Para o caso geral de uma média dada pela equação 1.38 a propriedade A2.16
não é válida pelo que nenhum destes termos se anula. Na técnica LES, que
utiliza uma operação de média semelhante à da equação 1.38 mas com
integração nas três dimensões espaciais para um instante fixo no tempo, os
termos:
adicional pois
U iU j ¹ U iU j A2.20
O tensor
lij = U iU j - U iU j A2.21
247
_____________ Apêndice 2: Decomposição do campo turbulento _____________
¶U i ¶ (U jU i ) 1 ¶P ¶ æ ¶U i ö
çn
¶u ¢u ¢
÷ - 2e ijk W jU k - i j
+ = gi - + A2.23
¶t ¶x j r ¶xi ¶x j ç ¶x ÷ ¶x j
è j ø
+
(2
¶ U i2 2 ¶ U j U i 2 )
= g iU i -
1 ¶PU i
- 2e ijk W jU kU i +
¶ æ ¶ U i2 2 ö
çn ÷-
¶t ¶x j r ¶xi ¶x j ç ¶ x ÷
è j ø
A2.25
2
æ ¶U ö ¶ ui¢u ¢jU i
nç i ÷ -
( )
+ ui¢u ¢j
¶U i
ç ¶x ÷ ¶x j ¶x j
è jø
248
_____________ Apêndice 2: Decomposição do campo turbulento______________
2
¶ui¢ ¶ ui¢ 2
ui¢ = A2.27
¶t ¶t
2 2
¶U j ui¢ ¶U j ui¢ 2 ¶U j ui¢ 2
ui¢ = = A2.28
¶x j ¶x j ¶x j
¶u¢jU i ¶U i ¶U i
ui¢ = ui¢u¢j = ui¢u¢j A2.29
¶x j ¶x j ¶x j
1 ¶p¢ 1 ¶ui¢ p¢
- ui¢ =- A2.30
r ¶xi r ¶xi
2 2
¶ æ ¶ui¢ ö ¶ æ ¢ö æ ¢ö 2 2
¢ æ ¢ö
ui¢ çn ÷= çnui¢ ¶ui ÷ -n ç ¶ui ÷ = n ¶ ui 2 -n ç ¶ui ÷ A2.31
¶x j ç ¶x j ÷ ¶x j ç ¶x j ÷ ç ¶x j ÷ 2
¶x j ç ¶x j ÷
è ø è ø è ø è ø
2
¶ui¢u¢j ¶u¢j ui¢ 2
ui¢ = A2.33
¶x j ¶x j
249
_____________ Apêndice 2: Decomposição do campo turbulento _____________
¶ui¢u ¢j ¶ui¢u¢j
ui¢ = ui¢ =0 A2.34
¶x j ¶x j
2
¶k ¶U j k 1 ¶ui¢ p¢ ¶ 2 k ¶u¢j k æ ¶u ¢ ö ¶U i
+ =- ¢ ¢
- 2e ijk W j uk u + n 2 - - n ç i ÷ - ui¢u¢j A2.35
¶t ¶x j r ¶xi ¶x j ¶x j ç ÷
è ¶x j ø ¶x j
250
_________ Apêndice 3: Transformação para coordenadas curvilíneas __________
¶A ¶B ¶C ¶ 2 D ¶2E ¶2F
+ + = + + A3.1
¶t ¶x1 ¶x2 ¶x12 ¶x1¶x2 ¶x22
r r
escrita no referencial cartesiano e1 , e2 vai ser transformada neste apêndice para
r r
o referencial em coordenadas curvilíneas x 1 , x 2 .
O lado direito da equação anterior pode ser escrito como:
onde:
¶x1 é ¶D ¶E ù ¶x1 é ù
ê +e ú + ê (1 - e ) ¶E + ¶F ú
¶x ¶x ¶x2 û ¶x2 ë ¶x1 ¶x2 û
G= 1 ë 1 A3.4
J
¶x 2 é ¶D ¶E ù ¶x 2 é ¶E ¶F ù
ê
¶x1 ë ¶x1
+e +
¶x2 úû ¶x2 ê(1 - e ) ¶x + ¶x ú
H= ë 1 2û
A3.5
J
251
__________Apêndice 3: Transformação para coordenadas curvilíneas__________
¶ æ ¶x1 ö ¶ 2x ¶ æ ¶x 1 ö ¶ 2x1
çç D ÷÷ - D 21 + çç eE ÷÷ - eE
¶x ¶x1 ø ¶x1 ¶x2 è ¶x1 ø ¶x1¶x2
G= 1è +
J
A3.6
¶ é ¶x 1 ù ¶ 2x1 ¶ æ ¶x1 ö ¶ 2x1
(1 - e )E - (1 - e )E + ç F ÷ - F
¶x1 êë ¶x2 úû ¶x1¶x2 ¶x2 çè ¶x2 ÷ø ¶x22
J
¶ é ¶x1 ¶x ù ¶ æ ¶x1 ¶x ö
ê D + (1 - e )E 1 ú + çç eE + F 1 ÷÷
¶x ¶x1 ¶x2 û ¶x2 è ¶x1 ¶x2 ø
G= 1ë -
J
A3.7
¶ 2x1 ¶ 2x1 ¶ 2x1
D 2 +E +F 2
¶x1 ¶x1¶x2 ¶x 2
J
252
_________ Apêndice 3: Transformação para coordenadas curvilíneas __________
¶ é æ ¶x 1 ö æ ¶x1 ö ù
2 2
¶x1 ¶x1
G= ê Dç ÷ +E + F çç ÷ ú+
¶x1 ê çè ¶x1 ÷ø ¶x1 ¶x2 è ¶x2 ÷ø ú
ë û
¶ æ ¶x 2 ¶x1 ¶x ¶x ¶x ¶x ö
+ çç D + E 2 1 + e J E + F 2 1 ÷÷ - A3.9
¶x 2 è ¶x1 ¶x1 ¶x1 ¶x2 ¶x 2 ¶ x 2 ø
2 2 2
¶x ¶ x1 ¶x
D 21 + E + F 21
¶x1 ¶x1¶x2 ¶x2
-
J
¶x 2 ¶x 1 ¶x 2 ¶x 1
onde se usou a definição de jacobiano: J = - .
¶x 2 ¶x1 ¶x1 ¶x 2
Efectuando uma operação semelhante para o termo H, equação A3.5, e
substituindo ambos os resultados na equação A3.3 a equação genérica de
segunda ordem A3.1 é transformada em:
¶A * ¶B * * ¶C * * ¶ 2 D * ¶ 2 E * ¶ 2 F *
+ + = + + A3.10
¶t ¶x1 ¶x 2 ¶x12 ¶x1¶x 2 ¶x 22
onde
¶ 2x 2 ¶ 2x 2 ¶ 2x 2
D + E + F
¶x12 ¶x1¶x2 ¶x22
C ** = C * + A3.12
J
2 2
æ ¶x ö ¶x ¶x æ ¶x ö
Dçç 1 ÷÷ + E 1 1 + F çç 1 ÷÷
¶x ¶x1 ¶x2 è ¶x 2 ø
D* = è 1 ø A3.13
J
253
__________Apêndice 3: Transformação para coordenadas curvilíneas__________
¶x1 ¶x 2 æ ¶x ¶x ¶x ¶x ö ¶x ¶x
2D + E çç 1 2 + 1 2 ÷÷ + 2 F 1 2
¶x1 ¶x1 è ¶x1 ¶x2 ¶x2 ¶x1 ø ¶x2 ¶x2
E* = A3.14
J
2 2
æ ¶x ö ¶x ¶x æ ¶x ö
Dçç 2 ÷÷ + E 2 2 + F çç 2 ÷÷
¶x ¶x1 ¶x2 è ¶x 2 ø
F* = è 1 ø A3.15
J
nas malhas de passo variável que não tem correspondência com erros nas
equações do espaço físico.
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