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INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do 8º semestre do Curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Bahia, Campus de Eunápolis. E-mail: nessah_amaral@hotmail.com
E quais as possíveis formas de utilizá-lo como ponte para a aprendizagem do conteúdo
de equações do 1º grau?
Visto que, o erro sem reflexão e intervenção sobre sua ocorrência não conduz a
nada de modo a não o ultrapassar, abordaremos neste trabalho a Análise de Erros
enquanto tendência em Educação matemática, baseada na metodologia de ensino e
pesquisa, com o propósito de explorar as potencialidades do erro e não unicamente de
eliminá-lo. Assim sendo, toda a pesquisa que está estruturada em quatro seções:
Fundamentação Teórica, Metodologia, Análise e Discursão dos dados e Considerações
Finais, está amparada nestes princípios.
Inicialmente para certificar os princípios sobre Análise de Erros que norteiam a
pesquisa traremos as concepções defendidas por Borasi (1988 apud Cury, 1995) e Cury
(2007) e (1995). Logo após, iremos descrever como se constitui o trabalho
metodologicamente, onde o principal objetivo é detalharmos a construção do instrumento
de pesquisa2, a sua aplicação, sua análise e categorização dos erros. O resultado da
discussão dos dados recolhidos é feito na próxima seção, nela iremos mostrar com
exemplos e gráficos tudo que foi concluído na etapa anterior. Por fim, serão destacados
os principais resultados alcançados e quais propostas podem ser utilizadas para se realizar
uma intervenção didática e as principais contribuições do trabalho.
Por fim, o trabalho de campo foi desenvolvido no período de 20 horas, como
resultado principal obtido na análise dos erros cometidos pelos alunos, concluímos que
eles não dominam os conceitos que evolvem o conteúdo de Equações do 1º grau, pois, a
predominância na incidência de erros se deu no exato momento em que os mesmos
precisariam utilizar destes conceitos.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
[...] um erro corrigido (por ele mesmo) pode ser mais fecundo do que
um acerto imediato, porque a comparação de uma hipótese falsa e suas
consequências fornece novos conhecimentos e a comparação entre dois
erros dá novas ideias. (Piaget, apud Casávola et al. 1988)
Com efeito, a perspectiva construtivista defende que o erro deva ser analisado e
considerado durante o processo de aprendizagem, já que uma resposta incorreta também
é resultado de um procedimento de raciocínio para escolha das estratégias e
conhecimentos prévios utilizados e estes, neste caso, podem não estar corretos ou estarem
sendo mal utilizados.
Cury (2007, p. 42) afirma que tanto as perspectivas do behaviorismo, quanto a
perspectiva do processamento de informação, se restringem a análise de erros em
matemática apenas com uma função diagnóstica e reparadora, ou seja, visa
exclusivamente identificar e classificar os erros cometidos pelos alunos e propor
estratégias para eliminá-los. No entanto, Borasi (1988 apud Cury, 1995) aponta outra
possibilidade para se abordar o erro, além de meramente superá-los através da eliminação.
Ela aponta o erro como um instrumento potencialmente a ser explorado, conceituado
dessa maneira como um “fenômeno inerente a aprendizagem” (VALE et al., s.d.), nessa
visão se encaixa a metodologia da Análise de Erros na perspectiva Construtivista.
Importante destacar que se o erro não vier seguido de uma reflexão sobre sua
ocorrência nada pode ser feito. Para Martins (1996 apud Vale et al., s.d.), “na verdade, é
importante que o aluno reflita sobre o seu progresso, identificando os erros cometidos e
utilizando-os de modo a construir sua aprendizagem”. Em vista disso, o erro precisa ser
entendido como algo positivo no processo de ensino e aprendizagem, abandonando a
ideia de fracasso. Essa concepção do erro como ponte para a aprendizagem, de erro como
inerente ao processo de aprendizagem (Borasi, 1996; Cury,2007; Hadji, 1994; Pinto &
Santos, 2006 Apud Vale, s.d.) é o que norteia os princípios desta pesquisa, baseada na
perspectiva metodológica construtivista de Borasi (1988 apud Cury, 1995) que se remete
a metodologia de Análise de Erros como pesquisa e ensino de Cury (2007).
Para tanto, compreendemos a Análise de Erros como uma metodologia de pesquisa,
todavia, ela também pode ser caracterizada como metodologia de ensino, pois,
questionamentos e intervenções se realizados com intencionalidade formativa contribuem
na construção do próprio conhecimento do aluno. Ratificando essa percepção, Cury
(2007) salienta:
2. METODOLOGIA
Ou seja, para Bardin não existe uma única forma de se analisar os erros dos alunos,
em razão de as respostas dos alunos a questões abertas, nem sempre vão pelo mesmo
caminho, por isso, para cada estudo há passos diferentes a seguir.
No início de curso AEEM, ficou determinado com qual professor cada aluno
realizaria toda a pesquisa. Assim, este trabalho contou com a colaboração da professora
3
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia
4
Análise de Erros em Educação Matemática, foi um curso de extensão que teve carga horária de 80h e
realizou-se no período de 25 de fevereiro a 09 de março desse ano, sempre às quintas à noite e aos sábados,
pela manhã. Ocorreu com a colaboração da COEX (Departamento do IFBA responsável por orientar,
supervisionar e certificar as atividades de Extensão realizadas pelo Instituto).
Mariana5, onde a escola em que atua localiza-se em uma região periférica da cidade de
Eunápolis que atende alunos de classe média e baixa, distribuídos entre o fundamental I
e II, em sua maioria moradores do próprio bairro, bairros vizinhos, e da zona rural da
cidade. A escola possui um excelente espaço físico e é considerada modelo entre as
escolas da cidade. A turma selecionada foi do 8º ano do Ensino Fundamental, ela é
composta por um total de 29 alunos, com idades ente 13 e 17 anos. No entanto, apenas
23 alunos participaram da proposta do trabalho. Destaco aqui, a boa receptividade com
que os alunos receberam o objetivo da proposta da pesquisa.
Para construção da nossa pesquisa tivemos anteriormente de confeccionar o objeto
de investigação desse trabalho, o instrumento de pesquisa6, que se configura como uma
lista de exercícios envolvendo o conteúdo desejado, no meu caso, o conteúdo de Equações
do 1º grau. Sua produção foi realizada por mim, juntamente, com a colaboração da
professora cursista Mariana e adequada conforme algumas considerações feitas pelos
outros colegas.
Assim, o instrumento de pesquisa constituiu-se por quatro questões, que tinham o
intuito oportunizar a pesquisa de análise de erros no conteúdo de Equações do 1º grau.
Conforme quadro abaixo, observamos quais questões foram selecionadas e o objetivo
específico de cada uma delas.
3. Cinco caixas de creme dental e dois sabonetes custam R$ 14,50. Uma caixa de creme
dental custa R$ 0,38 a mais que um sabonete. Qual é o preço de uma caixa de creme
dental?
Objetivo Específico: Verificar se o aluno sabe traduzir o problema da linguagem
escrita par a linguagem algébrica. E além disso, empregar o conceito de equações do 1º
grau na resolução de problemas práticos.
5
Este é um nome fictício dado a Professora que colaborou com este trabalho.
6
Disponível no Anexo I.
4. Uma balança de dois pratos está em equilíbrio. Em um prato
há três pesos iguais de valor desconhecido (medido em gramas)
e um terceiro peso de 13g. No outro prato da balança há um outro
exemplar igual aos anteriores de peso desconhecido e um peso de
45g. Qual é o valor do peso desconhecido?
A análise dos dados, dos resultados obtidos das respostas dos alunos, baseou-se
na metodologia de análise de conteúdo, apresentada em Cury (2007) com ênfase nas
discussões feitas por Bardin (1979, apud Cury, 2007), que define a metodologia de análise
de conteúdo, dizendo:
Assim, a solução de um problema respondido por um aluno pode ser analisada com
base em procedimentos sistemáticos, para inferir conhecimento de forma a constituir no
indivíduo a construção do saber matemático. Todavia, o que se torna imprescindível não
é o erro ou acerto em si, mas as formas com que um determinado conhecimento é
apreendido e provoca uma aprendizagem significativa, diante da identificação das
dificuldades no aprendizado.
Diante disso, Cury (2007) enfatiza que
Visto isso, Cury (2007) assinala três etapas básicas apontadas por Bardin (1979,
apud Cury, 2007) para a análise de conteúdo, que podem ser subdivididas de acordo com
as necessidades da pesquisa: a pré-analise, a exploração do material e o tratamento dos
resultados.
Fundamentado nessas concepções, seguimos estas mesmas etapas onde na pré-
análise, todo material foi organizado, para serem feitas as correções das questões sendo
elas classificadas em corretas, incorretas e em branco. Desse modo, para cada questão, as
respostas formam, então, o corpus sobre o qual os investigadores se debruçam para fazer
a análise (CURY E BORTOLY, 2011).
Na etapa de exploração do material realizamos a categorização dos erros
cometidos pelos alunos, ou seja, agrupamos os erros semelhantes e determinamos as
categorias a partir do próprio material. Além disso, escolhemos algumas respostas que
usaríamos para exemplificar cada categoria.
E por fim na última etapa do tratamento dos resultados descrevemos os resultados
das categorias estabelecidas na etapa anterior por meio de quadros, tabelas e gráficos,
com indicação das distribuições de frequência dos erros. Por conseguinte, salienta Moraes
(1999 apud Cury 2007) que essa etapa visa atingir uma compreensão mais aprofundada
do conteúdo, sendo necessário dessa forma ir mais além na análise dos dados.
As categorias estabelecidas para os erros encontrados na questão número 2, letra
(A) e letra (C), são de autoria própria. No quadro 3, identificamos como se estabeleceram
a propostas das categorias para cada questão. Na questão 2 letra (A), agrupamos os erros
cometidos pelos alunos em quatro categorias: I, III, V e VII. Já para a questão 2 letra (C),
dividimos os erros em três categorias: II, IV e VI.
Incorretas
74%
Questão 2. (C)
Em branco
Corretas
9%
0%
Incorretas
91%
FREQUÊNCIA DE
CATEGORIAS DE ERROS
OCORRÊNCIA
Questão
IV. Erros originados na utilização da determinação
2(C) 7 30%
do MMC de forma incorreta.
Quadro 5: Distribuição dos índices de frequência de erros de cada categoria. Fonte: Autor.
Figura 2: Gráficos referente a frequência da incidência de erro em cada
categoria. Fonte: Autor.
Para a questão 2 letra (C), apresentaremos exemplificações das categorias II, IV, e
VI definidas na seção anterior.
2. Resolva as equações abaixo:
𝒙+𝟑 𝒙−𝟏 𝟕
c) − =
𝟒 𝟑 𝟐
CONSIDERAÇÕES
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Disponível em <http://nlvm.usu.edu/es/nav/frames_asid_324_g_3_t_2.html>.
REFERÊNCIAS
VALE, Luísa; FERREIRA, Rosa Antónia; SANTOS, Leonor. O erro como ponte para a
aprendizagem das equações: o caso da Maria. [S.l.]: [S. e.], [S.d.]. Disponível em
<http://cmup.fc.up.pt/cmup/eiem/grupos/documents/24.Vale_Ferreira%20e%20S
antos.pdf> Acesso em: 12 abr 2013.
Anexo I
(Instrumento de Pesquisa)
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional
e Tecnológica
Instrumento de Pesquisa
Leia com atenção as seguintes instruções antes de iniciar.
Responda todas as questões justificando suas respectivas respostas.
A atividade pode ser respondida à lápis.
Procure apresentar as resoluções de forma legível.
A atividade é INDIVIDUAL e SEM CONSULTA.
( ) Sim ( ) Não
Porque?
a) 17𝑥 + 50 = 7𝑥
b) 5(𝑥 − 2) − 2(3𝑥 − 1) = 13
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional
e Tecnológica
𝑥+3 𝑥−1 7
c) − =
4 3 2
3. Cinco caixas de creme dental e dois sabonetes custam R$ 14,50. Uma caixa de creme
dental custa R$ 0,38 a mais que um sabonete. Qual é o preço de uma caixa de creme
dental?