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Nesse nível de entendimento, Perrenoud (1999) expõe que a avaliação está entre
duas lógicas: seleção e formação. A lógica seletiva desvela práticas conservadoras, que
classificam e selecionam, enquanto que a lógica da formação, vivencia práticas
diferenciadas, auxiliando a aprendizagem, dando informações, explicando erros e sugerindo
interpretações, dentro de intervenções individualizadas; e Bonniol (2001) comenta que a
avaliação somativa se interessa pelos resultados e privilegia critérios1 quantitativos,
enquanto que a avaliação formativa privilegia critérios qualitativos e valoriza o processo
educacional. Bonniol esclarece ainda, que a avaliação formativa é a descoberta e é o fator
principal que permitirá lutar contra o fracasso escolar, devido à reflexão e diálogo nela
existentes. Mais uma vez confirmamos o pensamento de que para avaliarmos
aprendizagens, precisamos nos distanciar da fixação nos produtos e valorizarmos o
processo, é nele que temos a oportunidade de sugerirmos ações de superação.
Por essência a característica principal da avaliação é uma operação de confronto,
de correlação, não se trata portanto, de medir um objeto, mas de dizer em que medida esse
objeto corresponde a expectativas específicas sobre ele; por isso é preciso libertar-se da
alegoria da medida., pois um fenômeno reforça o outro tornando-se muito fácil treinar o
aluno em uma espiral de fracasso ou de êxito (HADJI 2001).
A noção de avaliação formativa foi proposta por Scriven em 1967 em relação aos
currículos, antes de ser estendidas aos alunos por Bloom em 1971. Desse período até os
dias atuais, busca-se uma avaliação ideal que possibilite ao aluno a regulação e otimização
de sua própria aprendizagem, onde o erro seja uma fonte de informação e não uma falta a
ser reprimida. Nesses anos têm-se pretendido construir uma prática a serviço das
aprendizagens. Mas, como conseguir tornar a avaliação formativa uma realidade? Como
diz Hadji torna-se necessário então compreender para agir.
Nessa perspectiva, precisamos perceber que a Évaluation à Volunté Formative -
EVF (francês – Avaliação com Intenção Formativa), é uma possibilidade para o professor
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Critério é uma ferramenta de reajuste, que serve para melhorar. Bonniol (2001 p.257)
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que pretende ajudar seus alunos, e que apresenta sempre uma dimensão utópica, pois não é
um modelo diretamente operatório e a sua existência concreta jamais é assegurada, sendo
portanto considerada por Hadji (2001) uma utopia promissora, que precisa ser
compreendida e vivenciada. É um apelo a que se articule melhor as atividades de avaliação
e de ensino, pois o mais importante não é julgar o grau de êxito do aluno (SCALLON. 1988
p.17 apud HADJI. 2001), mas dar-lhe a informação para compreender e corrigir seus erros.
Apreciar mais êxito das aprendizagens do que o grau de conformidade a um modelo social
dominante, é a exigência maior de uma EVF (HADJI.2001).
A prática da avaliação de aprendizagem, tem sua história marcada pela divisão entre
as lógicas formativa e classificatória e,
esse fato decepciona ou escandaliza aqueles que lutam contra o fracasso
escolar e sonham com uma avaliação puramente formativa. A avaliação
tradicional, empobrece as aprendizagens e induz, nos professores
didáticas conservadoras e nos alunos, idéias utilitaristas (PERRENOUD.
1999).
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Referências Bibliográficas
VIEIRA, Ada Pimentel G. F. LIMA, Edgar Linhares, LIMA, Francisco Ferreira et. al.
Regimento: a cara da escola - Coleção vida & educação, vol.3, Conselho de Educação
do Ceará. Fortaleza, 1996.