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ISSN 1984-560X
2008
Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco
PERNAMBUCO | B O L E T I M P E D A G Ó G I C O D E AVA L I A Ç Ã O D A E D U C A Ç Ã O
SISTEMA DE AVALIAÇÃO
EDUCACIONAL DE PERNAMBUCO
SAEPE/2008
BOLETIM PEDAGÓGICO DE
MATEMÁTICA DA 4ª SÉRIE/5ºANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Ficha Catalográfica
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
Governador do Estado de Pernambuco Eduardo Henrique Accioly Campos
Secretário de Educação do Estado Danilo Cabral
Chefe de Gabinete Nilton da Mota Silveira Filho
Secretária Executiva de Gestão de Rede Margareth Costa Zaponi
Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação Aída Maria Monteiro da Silva
Gerente de Avaliação e Monitoramento das Políticas Educacionais Maria Epifânia de França Galvão Valença
Gerente Geral do Programa de Correção do Fluxo Escolar Ana Coelho Vieira Selva
Gerente de Políticas Educacionais de Ensino Fundamental Zélia Granja Porto
Gerente de Políticas Educacionais de Ensino Médio Cantaluce Lima
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco – SE/PE
Gerência de Avaliação e Monitoramento das Políticas Educacionais
Ilustrações
Ruy Barros
UNDIME-PE
Presidente Estadual
Leocádia Maria da Hora Neta
Comissão da UNDIME – PE
Adriana Maria das Neves
Ana Cristina Moreira Rodrigues dos Santos
Leila Maria Lopes Loureiro
Maria de Fátima Cavalcanti Guerra
9 Apresentação
10 A Chegada
12 O Percurso
17 Etapa 1: SAEPE
25 Etapa 2: Matriz
35 Etapa 3: Resultados
83 Etapa 4: Transformação
Essas ações constituem uma via de mão dupla, em que o Estado fornece as condições
básicas para viabilizar os processos de ensino e de aprendizagem, mas ao mesmo
tempo tem o dever de acompanhar e avaliar os seus resultados.
É importante destacar que o cruzamento dos dados do SAEPE com a taxa de aprovação
dos estudantes vai gerar, a exemplo do IDEB, um indicador local - o IDEPE (Índice
de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco), a ser publicado anualmente,
contribuindo para o acompanhamento e o planejamento de intervenções na busca
da melhoria da educação pública no Estado.
Esse indicador será, também, um mecanismo que irá subsidiar a Secretaria de Educação
do Estado para o reconhecimento dos profissionais e de escolas com trabalhos bem
sucedidos, como indicadores para premiação dos mesmos.
É nessa direção que convocamos todos os profissionais da educação para ler e analisar
os dados apresentados neste Boletim, a fim de que possamos, juntos, alcançar o
grande desafio: elevar os índices educacionais e melhorar a educação pública de
Pernambuco.
Danilo Cabral
Secretário de Educação de Pernambuco
Apresentação
É com grande prazer que apresentamos a você este Boletim Pedagógico, com os
resultados do SAEPE – Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco, cujos testes
foram aplicados em dezembro de 2008 em aproximadamente 600 mil estudantes
das 2ªsérie/3° ano, 4ªsérie/5° ano e 8ª série/9° ano do Ensino Fundamental e 3°
ano do Ensino Médio das redes estadual e municipal de ensino de Pernambuco.
Os estudantes foram avaliados quanto aos conteúdos de Língua Portuguesa e de
Matemática.
Sabemos que esse conhecimento da realidade das unidades escolares, sobretudo dos
estudantes, é imprescindível para que cada instância possa cumprir o seu papel: as
Secretarias de Educação do Estado e dos Municípios possam elaborar suas políticas
públicas; a gestão escolar possa planejar melhor as suas intervenções; e você,
professor(a), possa avaliar e planejar melhor as suas aulas, impor metas próprias e
superar os desafios apresentados.
Esperamos que toda a equipe pedagógica da escola se sinta motivada para o estudo
deste Boletim, firmando, mais uma vez, o compromisso de todos os educadores em
formar cidadãos e aprender sempre mais.
A avaliação em larga escala, ao eleger a escola como unidade básica de análise, constitui-se em um
importante instrumento para a consolidação do direito a uma educação de qualidade. Por meio
dessa avaliação, também chamada de avaliação externa, podemos construir um quadro diagnóstico
do desempenho dos estudantes nas habilidades e competências consideradas fundamentais para o
seu sucesso escolar e compreender em quais aspectos estamos indo bem e em quais ainda temos
que melhorar.
Assim, tendo por norte esse objetivo, as escolas passaram por uma avaliação em larga escala em
2008, que incluiu a aplicação de testes de proficiência aos estudantes. Para você se apropriar dos
resultados dessa avaliação da melhor forma possível, é que nós, da Secretaria de Educação do
Estado de Pernambuco - SE/PE em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Pernambuco - UNDIME - PE, em conjunto com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação
da Universidade Federal de Juiz de Fora, CAEd/UFJF, elaboramos este Boletim Pedagógico.
Nossa intenção é criar as bases para uma rotina de discussão dos resultados na escola que possibilite
a todos diagnosticar o desempenho dos estudantes. Esse é o primeiro passo para a implementação
de ações pedagógicas coletivas capazes de contribuir para garantir o direito a uma educação de
qualidade e a igualdade de oportunidades educacionais a todos os estudantes.
* Utilizamos, neste boletim, a forma “Professor” no masculino, para nos dirigirmos a você, professor ou professora.
A quais informações você terá acesso?
Os resultados das avaliações em larga escala são importantes ferramentas a favor da melhoria da
educação ofertada e, por essa razão, é imprescindível que as escolas organizem debates com base
nos materiais produzidos, associando-os às políticas públicas educacionais.
Para atingir esse ideal, é preciso oferecer condições para um debate nas redes de ensino e unidades
escolares sobre as metas que podem ser estabelecidas a partir da compreensão dos indicadores que
associam o fluxo escolar, representado pelos índices de aprovação, de reprovação e de abandono
da escola, às médias de proficiência alcançadas pelos estudantes nos testes de Língua Portuguesa e
Matemática. Para tanto, devem ser continuamente desenvolvidas novas formas para a divulgação e
apropriação das informações das avaliações em larga escala, de uma maneira que possibilite a você,
e a todos da escola, uma discussão sobre os resultados alcançados nas séries/anos avaliados.
Pensando nisso, criamos um conjunto de ações com o propósito de levar a você e a toda comunidade
escolar, uma nova forma de entender os resultados das avaliações em larga escala. Além desse
Boletim Pedagógico com os resultados da escola, você terá acesso:
Como você pode ver, todos esses materiais têm a função de contribuir
no trabalho da escola em detectar os principais problemas de
aprendizagem dos estudantes e, ao mesmo tempo, apoiar você no
estabelecimento de projetos pedagógicos que visem melhorar o nível
de aprendizagem dos estudantes e sua permanência na escola.
O Percurso
Professor,
Etapa 1: SAEPE
Você conhecerá um pouco da história do Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco, o
SAEPE. Saberá também da importância dele para a melhoria da qualidade da educação em nosso
Estado.
Trilhas a percorrer:
Conhecendo o SAEPE.
Desafio a cumprir:
Conhecer o Portal da Avaliação.
Objetivo a alcançar:
Conhecer o Sistema de Avaliação da Educação de nosso Estado como uma política pública.
Etapa 2: MATRIZ
Nesta parte, do percurso vamos explorar a Matriz de Referência para Avaliação do SAEPE, suas
relações com a Base Curricular Comum de Pernambuco (BCC-PE); entender a composição dos testes
de proficiência e como eles são analisados. Tudo isso será percorrido em três trilhas.
Trilhas a percorrer:
A Matriz de Referência para Avaliação em Matemática da 4ª série/5º ano do Ensino
Fundamental.
A Composição dos Testes de Proficiência.
A Metodologia de Análise dos Testes.
Desafio a cumprir:
Comparar a Base Curricular Comum de Pernambuco (BCC-PE) com a Matriz de Referência para
Avaliação.
Objetivo a alcançar:
Compreender a Matriz de Referência para Avaliação, a composição e a análise dos testes.
Etapa 3: RESULTADOS
Nesta etapa, há uma grande meta a ser conquistada: compreender os resultados da escola. Haverá
uma Escala de Proficiência que será seu mapa nesse percurso, explore-a. Na escala, você poderá
acompanhar o desenvolvimento dos estudantes na conquista de suas habilidades e competências
acadêmicas. O objetivo é conhecer melhor como está o ensino e a aprendizagem na escola. Será a
mais importante descoberta do Boletim, temos certeza!
Trilhas a percorrer:
A Apresentação e a Análise dos Resultados da sua Escola.
A Escala de Proficiência.
Os Perfis de Desempenho em Matemática.
Desafios a cumprir:
Compreender a Escala de Proficiência e aprimorar seus conhecimentos utilizando o Portal de
Avaliação.
Analisar o Gráfico do Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência.
Compor o Quadro do Diagnóstico Pedagógico da sua Escola.
Objetivo a alcançar:
Conhecer quais habilidades em Matemática já foram consolidadas pelos estudantes e aquelas que
ainda precisam de uma atenção especial.
Etapa 4: TRANSFORMAÇÃO
Nesta etapa, você encontrará mais uma possibilidade de refletir sobre algumas atitudes que
contribuirão para a transformação da realidade na sala de aula.
Trilhas a percorrer:
Sugestões de Atividades Pedagógicas.
Avaliação: o SAEPE na Escola.
Desafios a cumprir:
Responder aos questionamentos sobre a avaliação.
Estimular, na comunidade escolar, o debate e a discussão sobre os resultados obtidos.
Propor ações pedagógicas com o objetivo de superar as dificuldades diagnosticadas pelo SAEPE.
Objetivo a alcançar:
Utilizar os resultados do SAEPE para melhorar a realidade escolar.
Finalizaremos nossa jornada na Partida. Parece estranho terminar assim, mas você entenderá
o porquê.
Agora é sua vez: consulte o Portal, leia este Boletim, releia, leia de novo e – o mais
importante – pergunte! As dúvidas e questionamentos que você anota no Diário de Bordo
não devem ficar no papel. Troque informações, busque outras opiniões, converse, interaja
por meio dos canais de comunicação feitos para você no Portal!
Etapa 1: SAEPE
Bem-vindo ao SAEPE!
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18
SAEPE 2008
Professor,
Temos um grande objetivo: elevar os indicadores educacionais de
Pernambuco.
Foi com esse intuito que a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco reestruturou o Sistema de
Avaliação Educacional de Pernambuco – SAEPE. O seu propósito é o desenvolvimento de programas
de avaliação, cujos resultados apresentam informações importantes para o planejamento de ações
em todos os níveis do sistema de ensino.
Entre os vários objetivos do SAEPE, detalhados a seguir, a SE/PE também utilizará seus resultados como
base para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco - o IDEPE -, instituído
pelo governo do Estado, com a finalidade de medir a qualidade da Educação de Pernambuco.
O IDEPE considera tanto o resultado da avaliação de Língua Portuguesa e Matemática dos estudantes
da 4a série/5o ano e 8a série/9o ano do Ensino Fundamental e do 3o ano do Ensino Médio, como
também a taxa de aprovação da escola.
Esse índice é calculado para todas as escolas da rede estadual e, mediante um processo de articulação
com as redes municipais, poderá ser também utilizado para suas escolas de acordo com a adesão
de cada município.
ESTAÇÃO SAEPE
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Trilha 1 Conhecendo o SAEPE
Os testes do SAEPE têm como objetivo avaliar as competências e habilidades, na área de Língua
Portuguesa (leitura) e Matemática, dos estudantes das redes estadual e municipal nas 2ª, 4ª, e 8ª
séries ou 3°, 5° e 9° anos do Ensino Fundamental e do 3° ano do Ensino Médio, incluindo os projetos
de correção do fluxo escolar. Além da aplicação dos testes, a avaliação inclui outros instrumentos
importantes como o questionário do estudante, cujo objetivo é traçar o perfil socioeconômico e sua
trajetória escolar; os questionários do professor e do diretor, com o objetivo de traçar o perfil dos
profissionais da educação de Pernambuco e o questionário da escola, com objetivo de conhecer sua
infraestrutura e os serviços oferecidos por ela, tendo em vista identificar os fatores que interferem
no desempenho escolar.
Dessa forma, as Secretarias de Educação, por meio do SAEPE, assumem o compromisso de avaliar a
educação pública, tendo como foco de análise, a escola. Para tanto, os instrumentos são construídos
para produzir um diagnóstico do trabalho desenvolvido pelas unidades escolares. Os resultados
retornam às unidades escolares e Secretarias de Educação para subsidiar as ações pedagógicas
SAEPE 2008
e administrativas. A comunidade, por meio da escola, pode e deve ter acesso aos resultados da
avaliação. Esse papel de divulgar o SAEPE cabe a você e a todos da escola.
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Trajetória do SAEPE: Linha do Tempo
2008
Séries Avaliadas:
2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e
3º ano EM
Disciplinas:
Língua Portuguesa (leitura e escrita):
2ª série/3° ano EF 2005
Língua Portuguesa (leitura) e Matemática: Séries Avaliadas:
4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM 2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e
3º ano EM
Abrangência:
Toda a rede estadual mais 184 municípios Disciplinas:
Língua Portuguesa (leitura e escrita):
2ª série/3° ano EF
Língua Portuguesa (leitura) e Matemática:
4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM
Abrangência:
Toda a rede estadual mais 184 municípios
2002
Séries Avaliadas:
2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e
3º ano EM
Disciplinas:
Língua Portuguesa (leitura e escrita): 2000
2ª série/3° ano EF Séries Avaliadas:
Língua Portuguesa (leitura) e Matemática: 2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e
4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM 3º ano EM
Abrangência: Disciplinas:
Toda a rede estadual mais 184 municípios Língua Portuguesa (leitura e escrita):
2ª série/3° ano EF
Língua Portuguesa (leitura), Ciências e Matemática:
8ª série/9° ano EF
Língua Portuguesa (leitura) e Matemática:
3º ano EM
Abrangência:
Toda a rede estadual mais 68 municípios
Linha do Tempo
ESTAÇÃO SAEPE
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O SAEPE 2008
Estudantes
Escolas
Previsto Realizado
Estadual 1.030 225.865 141.467
Municipal 5.679 339.659 274.247
Total 6.709 565.524 415.714
Como você pode perceber, essa é uma grande ação que envolve inúmeros profissionais,
todos imbuídos na tarefa de melhorar a educação dos estudantes e proporcionar-lhes mais
oportunidades educacionais.
Dentre as inovações realizadas no SAEPE 2008, destacamos a nova organização do relatório dos
SAEPE 2008
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Também chamamos atenção para os resultados referentes à 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental
que serão apresentados por estudante nos Boletins Pedagógicos.
Desafio:
Consulte o Portal da Avaliação nos sites www.caed.ufjf.br e
www.educacao.pe.gov.br e acrescente mais informações sobre
a avaliação do SAEPE. Registre em seu Diário de Bordo.
E por falar em avaliação, você sabe o que deu origem aos testes de proficiência que seus estudantes
fizeram? Falaremos disso na próxima etapa.
Até lá!
ESTAÇÃO SAEPE
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SAEPE 2008
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Etapa 2: Matriz
Bem-vindo à Matriz!
25
SAEPE 2008
26
Professor, em sua experiência docente, você já deve ter percebido que a
criança tem contato com os números mesmo antes de frequentar a escola.
Ela vê placas, folhetos de supermercados, teclados de computadores e
celulares, controles de eletrodomésticos, dentre outros. Também observa,
em situações do dia a dia, as pessoas somando, dividindo, multiplicando...
A criança, em seus jogos, brincadeiras e na interação com o outro, ao longo
do seu desenvolvimento, vivencia momentos fundamentais para criação de
esquemas cognitivos ligados à aprendizagem da Matemática.
E qual é o seu papel e o da escola nessa história?
Para que suas ações, efetivamente, contribuam para o avanço da aprendizagem dos estudantes,
é fundamental que você possa identificar quais habilidades já foram consolidadas, quais estão em
desenvolvimento e aquelas que ainda não foram consolidadas pelos estudantes. Para isso, você
sabe, é preciso avaliar.
Em seu trabalho, você realiza avaliações em sala de aula que permitem acompanhar a aprendizagem
dos estudantes. Esse tipo de avaliação é chamado de avaliação interna. Mas existem também outros
tipos de avaliação complementar à interna, que permitem o diagnóstico do desempenho dos
estudantes naquelas habilidades consideradas básicas ao seu período de escolaridade. A avaliação
externa permite esse tipo de análise. É disso que iremos tratar agora.
Nessa etapa você conhecerá o que foi avaliado nos testes da avaliação externa do SAEPE da
4ª série/5º ano do Ensino Fundamental de Matemática, entenderá a composição dos testes e
sua metodologia de análise.
ESTAÇÃO MATRIZ
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Trilha 2 A Matriz de Referência para Avaliação em
Matemática da 4ª série/5º ano do Ensino
Fundamental
Para a efetivação de uma avaliação em larga escala, é necessária a construção de um elemento que
dê transparência e legitimidade ao processo avaliativo, informando com clareza o que foi avaliado.
Esse elemento é o que chamamos de Matriz de Referência para Avaliação.
Uma Matriz de Referência para a avaliação em larga escala é apenas uma amostra representativa da
Matriz Curricular do Sistema de Ensino. Em nosso Estado, existe a BCC-PE como referência para o
ensino das redes públicas. A BCC-PE é ampla e espelha as diretrizes de ensino cujo desenvolvimento
deve ser obrigatório para todos os estudantes. Imagine a Matriz de Referência para Avaliação como
uma bússola indicativa do que será avaliado, informando o que se espera dos estudantes naquele
período da escolaridade.
Deve-se ressaltar que a Matriz de Referência não pode ser concebida como um conjunto de
indicações de estratégias de ensino nas escolas. Esse papel é reservado à BCC-PE, às matrizes
curriculares de ensino, aos parâmetros, aos currículos e às diretrizes curriculares. Essa é a diferença
básica entre uma Matriz de Referência para Avaliação, utilizada como fonte para a organização
dos testes, e a BCC-PE, que é muito mais ampla e espelha as diretrizes de ensino. Em outras
palavras, a Matriz de Referência para Avaliação do SAEPE, utilizada para elaborar os testes de
proficiência em Língua Portuguesa e Matemática, foi construída tendo como referência a BCC-PE,
a Matriz de Referência do SAEPE 2002 e a Matriz de Referência do Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Básica (SAEB). Ela contempla, portanto, as habilidades consideradas fundamentais
e passíveis de serem mensuradas em testes de múltipla escolha.
SAEPE 2008
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Quais são os elementos que formam a Matriz de Referência para Avaliação?
O descritor, como o próprio nome indica, descreve uma habilidade. Ele explicita dois pontos básicos
do que se pretende avaliar: o conteúdo programático e o nível de operação mental necessário para
a aprendizagem.
Vamos conhecer a Matriz de Referência para Avaliação em Matemática do SAEPE 2008, da 4ª série/ 5º ano
do Ensino Fundamental
Desafio:
Professor, para avançar em seu trajeto de compreensão de
uma Matriz de Referência para Avaliação, é fundamental que
os conceitos trabalhados até agora estejam bastante claros
para você. É hora de utilizar novamente o seu Diário de Bordo!
Escreva, em poucas linhas, o que é um descritor e qual a relação
entre BCC-PE e Matriz de Referência. A resposta a essa atividade
é essencial para você prosseguir em sua caminhada.
ESTAÇÃO MATRIZ
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MATRIZ DE REFERÊNCIA - SAEPE
MATEMÁTICA - 4a SÉRIE / 5O ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
TEMAS E SEUS DESCRITORES
I. Geometria
D1 Identificar a localização/movimentação de objeto em mapas, croquis e outras representações gráficas.
Identificar propriedades comuns e diferenças entre os poliedros, e entre poliedros e corpos
D2
redondos, relacionando-os com suas planificações.
Identificar propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais pelo número de lados,
D3
pelos tipos de ângulos.
Identificar quadriláteros observando as posições relativas entre seus lados (paralelos, concorrentes,
D4
perpendiculares).
Reconhecer a conservação ou modificação de medidas dos lados, do perímetro, da área em
D5
ampliação e/ou redução de figuras poligonais usando malhas quadriculadas.
D6 Reconhecer figuras com simetria de reflexão e/ou identificar seus eixos de simetria.
II. Grandezas e Medidas
D7 Comparar a medida de grandezas utilizando unidades de medida convencionais ou não.
Resolver problemas significativos utilizando unidades de medida padronizadas como km/m/cm/
D8
mm, kg/g/mg, l/ml.
D9 Resolver problema envolvendo medidas de tempo.
Num problema, estabelecer trocas entre cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro, em
D10
função de seus valores.
Resolver problema envolvendo o cálculo do perímetro de figuras planas, desenhadas em malhas
D11
quadriculadas ou não.
Resolver problema envolvendo o cálculo ou estimativa de áreas de figuras planas, desenhadas em
D12
malhas quadriculadas ou não.
III. Números e Operações/Álgebra e Funções
Reconhecer e utilizar características do Sistema de Numeração Decimal, tais como agrupamentos
D13
e trocas na base 10 e princípio do valor posicional.
D14 Identificar a localização de números naturais na reta numérica.
D15 Reconhecer a decomposição de números naturais nas suas diversas ordens.
D16 Calcular o resultado de uma adição ou subtração de números naturais.
D17 Calcular o resultado de uma multiplicação ou divisão de números naturais.
Resolver problema com números naturais, envolvendo diferentes significados da adição ou
D18
subtração.
Resolver problema com números naturais, envolvendo diferentes significados da multiplicação ou
D19
divisão.
D20 Identificar diferentes representações de um mesmo número racional.
D21 Identificar a localização de números racionais representados na forma decimal na reta numérica.
D22 Resolver problema utilizando a escrita decimal de cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro.
Resolver problema com números racionais expressos na forma de fração ou decimal envolvendo
D23
diferentes significados.
D24 Resolver problema envolvendo noções de porcentagem (25%, 50%, 100%).
IV. Estatística, Probabilidade e Combinatória
D25 Ler informações e dados apresentados em tabelas.
D26 Ler informações e dados apresentados em gráficos (particularmente em gráficos de colunas).
SAEPE 2008
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Desafio:
O detalhamento da Matriz de Referência para Avaliação com
exemplos de itens, você encontra no documento Matrizes
Detalhadas para Avaliação em Matemática. Consulte esse
material em sua escola ou você mesmo poderá “baixar” esse
documento do Portal da Avaliação.
As competências representam agrupamentos de descritores que, por sua vez, indica os grandes
domínios da Matemática.
31
Qual a diferença entre a avaliação que você realiza em sala de aula e a
avaliação externa?
Professor, a esta altura do percurso você pode estar se fazendo exatamente essa pergunta. Sim,
existem diferenças, mas como você verá, os dois tipos de avaliação são complementares.
A avaliação interna é realizada pelos próprios membros da equipe de uma unidade escolar, ou seja,
ela acontece dentro da sala de aula. Seu objetivo principal é avaliar a aprendizagem dos estudantes.
Nesse caso, você pode e deve utilizar diversos instrumentos como, por exemplo, trabalhos em grupos
ou individuais, provas com questões de múltipla escolha ou abertas, dramatizações, observações,
relatórios, dentre outros. Esses instrumentos apresentam características diferentes, mas têm em
comum o fato de que, por meio deles, é possível avaliar a particularidade sobre o progresso de cada
estudante. O foco da avaliação interna, portanto, é o próprio estudante.
Já a avaliação externa recebe esse nome porque é efetivada por uma instituição externa à escola e,
como são avaliadas redes de ensino e um grande número de estudantes, também é chamada de
avaliação em larga escala. Assim, o foco da avaliação em larga escala é a escola, tendo por unidade
de medida o desempenho dos estudantes, geralmente em Língua Portuguesa e Matemática,
aferido por meio de testes padronizados. Os resultados dessa avaliação têm por objetivos básicos a
definição de subsídios para a formulação de políticas educacionais, o acompanhamento, ao longo
do tempo, da qualidade da educação e a produção de informações capazes de desenvolver relações
significativas entre as unidades escolares e os órgãos centrais e distritais de secretarias, bem como
iniciativas pedagógicas dentro das escolas.
Seja na avaliação interna, ou na externa, a ação de avaliar implica refletir sobre uma determinada
realidade, a partir de dados e informações, e emitir um julgamento que possibilite uma tomada de
decisão. Nesse caso, como você percebe em seu dia a dia, o processo avaliativo não se esgota nele
mesmo. Ao possibilitar uma tomada de decisões, a avaliação inicia uma nova fase, ou seja, a avaliação
externa busca subsídios para a tomada de decisões relacionadas à melhoria do ensino em nível de
sistema e da escola de maneira geral. Por sua vez, a avaliação interna, ou em sala de aula, possibilita
decisões relacionadas às ações didáticas que viabilizem o alcance dos objetivos propostos pela escola
no seu Projeto Político Pedagógico para cada sala de aula e para cada estudante.
Tendo em vista a avaliação em larga escala, para que você compreenda um pouco mais sobre
a sua metodologia, é muito importante conhecer as normas e o processo de montagem dos
testes.
32
Trilha 3 A Composição dos Testes de Proficiência
Entender como são montados os testes de proficiência que foram aplicados aos estudantes.
Para a 2ª série/3º ano, utilizamos 56 itens de Língua Portuguesa agrupados em 7 blocos com 8 itens
cada, sendo 7 modelos de cadernos diferentes. Vale lembrar que, nessa etapa, o que se avalia é a
alfabetização, por isso não há itens de Matemática.
Já para a 8ª série/9º ano e 3º ano do Ensino Médio, utilizamos 91 itens de Língua Portuguesa e
91 de Matemática distribuídos em 7 blocos de 13 itens, para cada disciplina. Foram gerados 21
modelos de cadernos. Os estudantes responderam a 2 blocos de Língua Portuguesa (26 itens) e 2
blocos de Matemática (26 itens). Assim, cada estudante respondeu no total a 52 itens alternados
entre Língua Portuguesa e Matemática.
Desafio:
Vamos aprender a elaborar itens? Você pode “baixar” do Portal
da Avaliação o Documento Guia de Elaboração de Itens de
Matemática. Com base nesse documento, elabore alguns itens
e aplique-os em sua turma. Registre os resultados em seu Diário
de Bordo e depois troque experiências com outros professores.
ESTAÇÃO MATRIZ
33
Trilha 4
A Metodologia de Análise dos Testes
Depois da aplicação, as respostas dos testes são enviadas ao CAEd e geram uma grande quantidade
de informações que precisam ser transformadas em resultados de desempenho para que possam
ser analisados qualitativamente.
Como você pode imaginar, os dados resultantes da aplicação dos testes constituem um conjunto
de informações importantes que são organizadas em uma base de dados, que inclui a Gerência
Regional de Ensino (GRE), município, escola, série, turno, turma, rede e as opções de resposta dos
itens respondidos pelos estudantes. Assim, é possível localizar informações específicas por GRE,
município, escola, série, turno, turma por rede de ensino e até por estudante. Após a montagem da
base de dados, é feito o tratamento estatístico das respostas dos itens utilizando os procedimentos
da Teoria da Resposta ao Item – TRI. Essa é uma modelagem que possibilita gerar uma medida de
sua habilidade, denominada proficiência.
34
Etapa 3: Resultados
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Bem-vindo aos resultados de desempenho de sua escola.
Professor, como você pode ver, todo processo avaliativo, seja aquele realizado em sala de aula ou
o externo, parte da premissa de que a avaliação deve produzir seus resultados com um propósito
específico: servir de subsídios para a construção de um diagnóstico.
Nesta etapa você terá acesso aos resultados de sua escola em Matemática e aprenderá como a
Escala de Proficiência pode ser útil para a melhoria da aprendizagem de seus estudantes.
ESTAÇÃO RESULTADOS
37
Trilha 5 A Apresentação e a Análise dos
Resultados da sua Escola
Para você aproveitar da melhor forma possível a trilha, os resultados da sua escola estão dispostos
em:
Um Quadro das Médias de Proficiência, que apresenta a média de proficiência da escola. Esse
quadro também permite que você compare as médias e avalie a participação desta escola na
realização do teste. Com essa informação, você poderá saber o número estimado de estudantes
para a realização do teste e quantos, efetivamente, participaram da avaliação, bem como poderá
comparar a média da sua escola e a média do Município, da GRE, do Estado e do País. Como
os resultados são construídos tendo por base a mesma Escala do Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Básica (SAEB), você também pode comparar a proficiência da sua escola com as
médias do Brasil e do Estado no SAEB. Esse quadro é bem interessante para você localizar sua
escola em relação a todas essas instâncias. Esses dados são muito relevantes, mas apenas com a
análise das médias não é possível determinar o real panorama de desempenho dos estudantes
da escola.
Dois gráficos que apresentam o Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência. Nesses
gráficos você encontrará a distribuição dos estudantes ao longo das faixas de proficiência
no Estado e na sua escola e identificará a quantidade de estudantes que estão nos níveis de
Desempenho Elementar I, Elementar II, Básico e Desejável. Essa informação será importantíssima
para o estudo dos Perfis de Desempenho.
SAEPE 2008
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Resultados da sua escola no SAEPE 2008
Compare a média da sua escola com as outras médias. Como você interpreta a posição da sua
escola? Quais os fatores que podem ter contribuído para esse resultado?
E a participação da sua escola? Caso você considere essa posição pouco satisfatória, como modificar
essa situação para as próximas avaliações?
Registre suas respostas no Diário de Bordo.
ESTAÇÃO RESULTADOS
39
Gráficos do Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência
No Estado:
Em sua escola:
Agora que você já conhece o percentual de estudantes em cada nível de proficiência e a evolução
da proficiência da sua escola, é preciso identificar quem são esses estudantes. Para isso, temos que
SAEPE 2008
40
Trilha 6 A Escala de Proficiência
Professor, uma escala é a expressão da medida de uma grandeza. É uma forma de apresentar
resultados com base em uma espécie de régua construída com critérios próprios. Em seu percurso
pelos caminhos da avaliação, a Escala de Proficiência é uma ferramenta para orientá-lo em relação
às competências que seus estudantes desenvolveram.
Em sala de aula você usa, muitas vezes, um intervalo de 0 a 10 que estabelece a nota do estudante
em uma prova. Trabalhar com uma medida que expressa a quantidade de questões acertadas pode
funcionar para avaliar os estudantes em sala de aula. Para obter essa nota, como já falamos, você
pode utilizar vários instrumentos e o conjunto desses instrumentos será usado no julgamento do
desempenho do estudante.
Para avaliar um sistema inteiro, entretanto, é necessária uma medida específica. Essa medida é o que
chamamos de Escala de Proficiência. Assim, enquanto a escola, na sua avaliação interna, trabalha
com notas ou conceitos individuais, a avaliação externa trabalha com a média de desempenho do
grupo avaliado.
41
SAEPE 2008
42
Educação Básica
Escala de Proficiência: uma caminhada pelo desenvolvimento da Matemática.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS
Localizar objetos em
representações do espaço
Identificar figuras
geométricas e suas
Espaço e propriedades
Forma
Reconhecer
transformações no plano
Aplicar relações
e propriedades
Utilizar sistemas
de medidas
Grandezas e
Medidas Medir grandezas
Estimar e comparar
grandezas
Conhecer e utilizar
números
Números,
Realizar e aplicar
Operações e
operações
Álgebra
Utilizar procedimentos
algébricos
Legenda:
A gradação de cores indica a complexidade da competência desenvolvida GRAU I GRAU II GRAU III GRAU IV GRAU V
Desafio:
Consulte no Portal da Avaliação a Escala de Proficiência. A forma
como a escala está apresentada no Portal permite uma interação
muito maior com o texto. Você fará grandes descobertas.
Como você viu, a Escala de Proficiência em Matemática é composta por quatro domínios: Espaço e
Forma; Grandezas e Medidas; Números, Operações e Álgebra; Tratamento da Informação.
Cada um dos domínios se divide em competências que, por sua vez, reúnem um conjunto de
habilidades que são apresentadas por meio dos descritores da Matriz de Referência. As cores que vão
do amarelo-claro ao vermelho apresentam a gradação das habilidades desenvolvidas, pertinentes a
cada competência apresentada na escala.
ESTAÇÃO RESULTADOS
43
Detalhamento dos domínios e competências da escala
DOMÍNIO: ESPAÇO E FORMA
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Localizar objetos em
representações do espaço
Estudantes que se encontram no intervalo de 200 a 250 pontos na Escala, faixa amarelo-clara,
estão no início do desenvolvimento dessa competência e realizam atividades que envolvam referenciais
diferentes da própria posição como, por exemplo, localizar qual o objeto está situado entre outros
dois. Também localizam e identificam a movimentação de objetos e pessoas em mapas e croquis. Veja
a seguir um item que os estudantes resolvem com sucesso.
SAEPE 2008
44
EXEMPLO
(M08329SI) No mapa abaixo, encontram-se representadas as ruas do bairro
onde mora Mariana.
CAEd/UFJF.
COMPETÊNCIAS
Nessa competência, a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para
se referir tanto às figuras bidimensioniais como às tridimensionais. Em todos os lugares, nós nos
deparamos com diferentes formas geométricas – arredondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas,
cônicas, esféricas dentre muitas outras. A percepção das formas que estão ao nosso redor é
desenvolvida pelas crianças, mesmo antes de entrarem na escola. Nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, os estudantes começam a desenvolver as habilidades de reconhecimento de formas
utilizando alguns atributos das figuras planas (um dos elementos que diferencia o quadrado do
triângulo é o atributo número de lados) e tridimensionais (conseguem distinguir a forma esférica
de outras formas).
de lados, identificam aquelas que são triângulos e as que são quadriláteros. Em relação aos sólidos,
os estudantes identificam suas propriedades comuns e suas diferenças, utilizando um dos atributos,
nesse caso, o número de faces. Veja um item que eles resolvem com sucesso.
45
EXEMPLO
(IT-039148) Joana usou linhas retas fechadas para fazer este desenho.
www.inep.gov.br
Os estudantes cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos já identificam algumas
características de quadriláteros relativas a lados e ângulos e, também, de reconhecer alguns
polígonos, como trapézios, pentágonos, hexágonos entre outros, considerando, para isso, o número
de lados. Em relação aos quadriláteros, conseguem identificar as posições dos lados, valendo-se do
paralelismo. Com relação aos sólidos geométricos, esses estudantes identificam os objetos com
forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano e reconhecem algumas características
dos corpos redondos. O amarelo-escuro indica o desenvolvimento dessas habilidades. Veja um item
que os estudantes resolvem com sucesso.
EXEMPLO
(M04460SI-PUB) Alice e suas amigas desenharam algumas figuras
geométricas.
Veja o que cada uma desenhou.
46
DOMÍNIO: GRANDEZAS E MEDIDAS
O estudo de temas vinculados a esse domínio deve propiciar aos estudantes conhecer aspectos
históricos da construção do conhecimento; compreender o conceito de medidas, os processos
de medição e a necessidade de adoção de unidades-padrão de medidas; resolver problemas
utilizando as unidades de medidas; estabelecer conexões entre grandezas e medidas com outros
temas matemáticos como, por exemplo, os números racionais positivos e suas representações.
Através de diversas atividades, é possível mostrar a importância e o acentuado caráter prático das
Grandezas e Medidas, para poder, por exemplo, compreender questões relacionadas aos Temas
Transversais. Além de sua vinculação a outras áreas de conhecimento, como as Ciências Naturais
(temperatura, velocidade e outras grandezas) e a Geografia (escalas para mapas, coordenadas
geográficas e outros papéis).
Essas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo
que a cada ano de escolaridade os estudantes aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento
nesse domínio.
Para a 4ª série/5º ano do Ensino Fundamental, agrupam-se, nesse domínio, três competências, as
quais serão detalhadas a seguir.
COMPETÊNCIAS
Utilizar sistemas
de medidas
No intervalo representado pela cor amarelo-clara, de 175 a 225 pontos, os estudantes conseguem
ler horas e minutos em relógio digital e de ponteiro em situações simples, resolver problemas
relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas,
minutos e horas), bem como, estabelecer relações entre diferentes medidas de tempo (horas, dias,
semanas), efetuando cálculos. Em relação à grandeza comprimento, os estudantes resolvem problemas
relacionando metro e centímetro. Quanto à grandeza Sistema Monetário, identificam quantas moedas
de um mesmo valor equivalem a uma quantia inteira dada em reais e vice-versa.
Os estudantes que apresentam uma proficiência entre 225 e 300 pontos desenvolvem tarefas
mais complexas em relação à grandeza tempo. Esses estudantes relacionam diferentes unidades
ESTAÇÃO RESULTADOS
de medidas como, por exemplo, o mês, o bimestre, o ano, bem como estabelecem relações entre
segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando da grandeza Sistema Monetário,
resolvem problemas de trocas de unidades monetárias, que envolvem um número maior de cédulas
e em situações menos familiares. Também resolvem problemas realizando cálculo de conversão de
medidas das grandezas comprimento (quilômetro/metro), massa (quilograma/grama), capacidade
(litro/mililitro). A cor amarelo-escura indica o grau de complexidade dessa habilidade.
47
Veja uma tarefa que os estudantes resolvem com sucesso.
EXEMPLO
(M050133A8) Carla ganhou de presente de aniversário o Jogo da Vida.
Depois de jogar uma partida, ela somou suas notas e descobriu que tinha
6.050 reais.
Como nesse jogo há somente notas de 100, de 10 reais e de 1 real, Carla
ganhou
A) 6 x 100 reais e 5 x 1 real.
B) 6 x 100 reais e 5 x 10 reais.
C) 60 x 100 reais e 5 x 10 reais.
D) 60 x 100 reais e 50 x 10 reais.
CAEd/UFJF.
COMPETÊNCIAS
Medir grandezas
EXEMPLO
(M050130A8) Isabel quer cobrir o mural de seu quarto com papel reciclado.
Observe a representação do mural na parte sombreada da malha.
C) 10 metros quadrados.
D) 20 metros quadrados.
CAEd/UFJF.
48
Os estudantes cuja proficiência se encontra entre 225 e 275 pontos já realizam tarefas mais
complexas, comparam e calculam áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas. Em relação
ao perímetro, demonstram a habilidade de identificar os lados e, conhecendo suas medidas, calcular
a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada, bem como,
calcular o perímetro de figura sem o apoio de malhas quadriculadas. O desenvolvimento dessas
habilidades é indicado pela cor amarelo-escura. Veja um item que os estudantes resolvem com
sucesso.
EXEMPLO
(IT-040853) A parte destacada na malha quadriculada abaixo representa
uma figura na bandeira da escola de João. Cada lado do quadradinho
mede 1 metro.
www.inep.gov.br
COMPETÊNCIAS
Estimar e comparar
grandezas
49
EXEMPLO
CAEd/UFJF.
O amarelo-escuro, 275 a 350 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se
encontra nesse intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas relativas a essa competência,
como, por exemplo, resolver problemas estimando outras medidas de grandezas utilizando unidades
convencionais como o litro.
Como seria a nossa vida sem os números? Em nosso dia a dia nos deparamos com eles a todo o
momento. Várias informações essenciais para a nossa vida social são representadas por números:
CPF, RG, conta bancária, senhas, número de telefones, número de nossa residência, preços de
produtos, calendário, horas, entre tantas outras. Não é por acaso que Pitágoras, um grande
filósofo e matemático grego (580-500 a.C) elegeu como lema para a sua escola filosófica “Tudo é
Número”, pois acreditava que o universo era regido pelos números e suas relações e propriedades.
Esse domínio envolve, além do conhecimento dos diferentes conjuntos numéricos, as operações
e suas aplicações à resolução de problemas.
As operações aritméticas estão sempre presentes em nossas vidas. Quantos cálculos temos que
fazer? Orçamento do lar, cálculos envolvendo nossa conta bancária, cálculo de juros, porcentagens,
divisão de uma conta em um restaurante, dentre outros. Essas são algumas das muitas situações
com que nos deparamos em nossas vidas e nas quais precisamos realizar operações.
50
COMPETÊNCIA: Conhecer e utilizar os números
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Conhecer e utilizar
números
As crianças, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, têm contato com os números e já podem
perceber a importância deles na vida cotidiana. Já conhecem a escrita de alguns números e já realizam
contagens. Nessa fase da escolaridade, os estudantes começam a conhecer os diferentes conjuntos
numéricos e a perceberem a sua utilização em contextos do cotidiano. Entre os conjuntos numéricos
estudados estão os naturais e os racionais em sua forma fracionária e decimal. Não podemos nos
esquecer de que o domínio de números está sempre relacionado a outros domínios como o das
Grandezas e Medidas.
O amarelo-escuro, 200 a 250, indica que os estudantes com proficiência nesse intervalo já
conseguem elaborar tarefas mais complexas. Eles trabalham com a forma polinomial de um número,
realizando composições e decomposições de números de até três algarismos, identificando seus
valores relativos. Já em relação aos números racionais, reconhecem a representação de uma fração
por meio de representação gráfica. Veja um exemplo de item que os estudantes resolvem com
sucesso.
EXEMPLO
(M050244A8) Observe o retângulo abaixo.
D) 8
3
CAEd/UFJF.
51
No intervalo representado pela cor laranja-clara, de 250 a 300 pontos, os estudantes percebem
que, ao mudar um algarismo de lugar, o número se altera. No que diz respeito a números racionais,
eles conseguem transformar uma fração em número decimal e vice-versa. Nesse intervalo, aparecem,
também, habilidades relacionadas à porcentagem. Além de estabelecer a correspondência de 50%
de um todo à metade, conseguem comparar números racionais na forma decimal, quando eles têm
diferentes partes inteiras. Veja um item que eles resolvem com sucesso.
EXEMPLO
(IT-033236) Uma professora ganhou ingressos para levar 50% de seus
estudantes ao circo da cidade. Considerando que essa professora leciona
para 36 estudantes, quantos estudantes ela poderá levar?
A) 9
B) 18
C) 24
D) 36
www.inep.gov.br
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Realizar e aplicar
operações
No intervalo representado pela cor amarelo-clara, de 150 a 200, esses estudantes, em relação à
adição e subtração, realizam operações envolvendo números de até três algarismos com reserva. Já
em relação à multiplicação, realizam operações com reserva, tendo como multiplicador um número
com um algarismo. Os estudantes resolvem problemas utilizando adição, subtração e multiplicação
envolvendo, inclusive, o Sistema Monetário.
SAEPE 2008
52
EXEMPLO
(M02004CE) Amandae Laura têm juntas 31 bonecas.
Amanda tem 19 bonecas.
Quantas bonecas Laura tem?
A) 8
B) 12
C) 28
D) 56
CAEd/UFJF.
Entre 200 e 250 pontos na escala, há um outro nível de complexidade, indicado pela cor
amarelo-escura. Os estudantes, cuja proficiência se encontra nesse intervalo realizam subtrações mais
complexas com quatro algarismos e com reserva. Eles conseguem, também, realizar multiplicações
com reserva, com multiplicador de até dois algarismos, além de realizar divisões e resolver problemas
envolvendo divisões exatas com divisor de duas ordens e de resolver problemas envolvendo duas ou
mais operações. Veja um exemplo de item que eles resolvem com sucesso.
EXEMPLO
Em um pacote cabem 18 biscoitos. Quantos biscoitos serão
(M04403SI)
necessários para encher 140 pacotes do mesmo tamanho?
A) 140
B) 1120
C) 1400
D) 2520
CAEd/UFJF.
No intervalo representado pela cor laranja-clara, de 250 a 300 pontos na Escala de proficência,
os estudantes resolvem problemas envolvendo as diferentes ideias relacionadas à multiplicação em
situações contextualizadas, além de realizar cálculo de expressões numéricas utilizando parênteses e
colchetes com adição e subtração. Também, calculam porcentagens simples (25% e 50%) e resolvem
problemas reconhecendo que 50% correspondem à metade.
53
COMPETÊNCIA: Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
EXEMPLO
(M02015RS) Uma escola fez uma pesquisa para saber qual era a fruta preferida
dos estudantes. Veja, no quadro abaixo, o resultado dessa pesquisa.
FRUTA PREFERIDA
FRUTA NÚMERO DE ESCOLHAS
Banana 70
Goiaba 20
Laranja 50
Mamão 30
Quantos estudantes preferem laranja?
A) 20
B) 30
C) 50
D) 100
CAEd/UFJF.
No intervalo representado pela cor amarelo-escura, de 200 a 250 pontos na escala, há um outro
nível de complexidade para os estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental. Os estudantes cuja
proficiência se encontra nesse intervalo localizam informações e interpretam dados num gráfico de
colunas ou barras por meio da leitura de valores no eixo vertical e realizam a leitura de gráficos de
setores. Veja o exemplo de um item que esses estudantes realizam com sucesso.
SAEPE 2008
54
EXEMPLO
Uma rede de supermercados resolveu fazer uma pesquisa para
(M11518SI)
saber qual horário as pessoas mais gostavam de ir ao supermercado.
Foram entrevistadas 2000 pessoas e o resultado está no gráfico abaixo.
CAEd/UFJF.
ESTAÇÃO RESULTADOS
55
Trilha 7 Os Perfis de Desempenho em Matemática
No entanto, esse perfil não é fixo, pelo contrário, ele está sujeito a muitas variáveis ou pode
até modificar-se intencionalmente a partir de nossa interferência. Por exemplo, se um grupo de
estudantes se enquadra em um perfil de baixo desempenho, é totalmente possível reverter esse
quadro com ações de intervenção pedagógicas específicas. Essas ações terão maior efeito se você
identificar, com clareza, o nível de desempenho dos estudantes.
É esse o caminho a percorrer nesta trilha. Aqui, você conhecerá os perfis de desempenho em
Matemática e, para exemplificar o que o estudante pode resolver, vamos apresentar alguns itens
do teste.
56
Os perfis de desempenho em Matemática
Os perfis que serão apresentados a seguir foram definidos a partir de alguns pontos importantes da
Escala de Proficiência em Matemática. Eles descrevem, de forma sintética, características comuns a
estudantes que se encontram num mesmo nível de proficiência. Portanto, tomam como referência
o desempenho desses estudantes nos testes, ou seja, as habilidades que eles demonstram ter
desenvolvido.
Esses perfis não estabelecem uma tipologia que evoluiria de forma linear ao longo do processo
de escolarização, mas evidenciam habilidades do conhecimento matemático que os estudantes já
consolidaram e sinalizam aquelas que ainda precisam ser consolidadas e que podem ser observadas
em níveis subsequentes de proficiência.
As características apresentadas nos perfis não esgotam tudo aquilo que os estudantes fazem, uma
vez que as habilidades avaliadas são apenas aquelas consideradas as mais importantes em cada etapa
da escolarização e passíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes,
através dos instrumentos de observação e dos registros que utilizam em sua prática cotidiana,
identificar outras características apresentadas por seus estudantes e que não são contempladas nos
perfis. Isso porque, embora existam traços comuns a estudantes que se encontram num mesmo nível
de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação
da prática pedagógica, com vistas à melhoria da qualidade da educação a que os estudantes têm
acesso.
É importante lembrar, ainda, que os perfis não estão, necessariamente, vinculados a uma etapa da
escolarização. Podemos encontrar, por exemplo, estudantes que estão na 8ª série/9º ano do Ensino
Fundamental que apresentam um perfil compatível com nível de proficiência desejável a estudantes
da 4ª série/5º ano do Ensino Fundamental, ou mesmo com aqueles que estão iniciando seu processo
de formação. Há, ainda, a possibilidade de identificar estudantes que apresentam um perfil de quem
normalmente se encontra em etapas posteriores de escolarização. Em ambos os casos, a identificação
dos perfis pode subsidiar a escola no planejamento de intervenções que atendam às necessidades
apresentadas pelos estudantes.
ESTAÇÃO RESULTADOS
57
Quadro da descrição sintética dos perfis de desempenho
Intervalo Perfil Descrição Sintética
58
GRAU I (125 até 175 pontos)
Em relação ao domínio de Espaço e Forma, o estudante desenvolveu um conjunto de habilidades
básicas relacionadas à identificação de figuras geométricas planas simples como os quadriláteros.
Utilizando capacidades cognitivas básicas, como a percepção, os estudantes identificam por
exemplo, que um quadrilátero é diferente de um triângulo. A seguir, apresentamos um exemplo de
item que os estudantes resolvem com sucesso.
Exemplo
(M04D18I01PAT) A professora apresentou aos seus estudantes as seguintes figuras.
1 2 3 4
CAEd/UFJF.
Exemplo
(M050168A8) Aliceguardou em seu cofre
• 10 moedas de 5 centavos;
• 5 moedas de 50 centavos;
• 7 moedas de 1 real.
Trocou todas as suas moedas por uma nota.
Qual é o valor dessa nota?
A)
B)
C)
ESTAÇÃO RESULTADOS
D)
CAEd/UFJF.
59
Em relação ao Domínio Números e Operações, os estudantes desenvolveram um conjunto de
habilidades que levam à compreensão do Sistema de Numeração Decimal, entre elas podemos citar
a habilidade de reconhecer que o sistema de numeração que utilizamos é decimal e posicional.
Compreendendo o Sistema de Numeração Decimal, os estudantes reconhecem o valor posicional
dos algarismos e realizam adições com até três algarismos com reserva. A seguir apresentamos um
exemplo de item que o estudante resolve com sucesso.
Exemplo
(M060001A8) Ricardo precisa escrever um algarismo formado por quatro
números diferentes.
Qual é o maior número que ele pode escrever com os algarismos 1, 2, 3 e 4
sem repeti-los?
A) 4 123
B) 4 231
C) 4 312
D) 4 321
CAEd/UFJF.
Exemplo
B) 21h 45min
C) 22h
D) 22h 15min
CAEd/UFJF.
60
No que se refere ao domínio Números e Operações, esse nível, caracteriza o estudante que
desenvolveu um conjunto de habilidades relacionadas à realização das quatro operações aritméticas
básicas. O estudante utiliza o algoritmo para o cálculo de adições com reservas, subtrações com
números de até quatro algarismos, multiplicações com números de dois algarismos e divisões
exatas por números de um algarismo. A seguir apresentamos um exemplo de item que o estudante
resolve com êxito.
Exemplo
(M050003CE) Cláudia estuda na escola “Aprender” que possui 12 salas de aula
e em cada sala há 35 carteiras. Qual o total de carteiras dessa escola?
A) 47
B) 96
C) 410
D) 420
CAEd/UFJF.
Exemplo
(M030152A8) Veja o resultado da eleição para escolha do pássaro-mascote da
turma do 3º ano da escola “Sucesso”.
CAEd/UFJF.
ESTAÇÃO RESULTADOS
61
GRAU III (225 até 275 pontos)
Em relação ao Domínio Espaço e Forma, o estudante desenvolveu um conjunto de habilidades
necessárias para identificar características (atributos) relacionadas aos sólidos geométricos e aos
quadriláteros. A identificação de atributos é uma habilidade essencial para que o estudante consiga
observar semelhanças e diferenças entre as diferentes figuras geométricas. Pela observação dos
atributos de um cilindro e de uma pirâmide, o estudante consegue perceber suas características
comuns e suas diferenças. Por exemplo: o cilindro possui forma arredondada e a pirâmide não.
Em relação às figuras planas, utilizando como atributos lados e ângulos, o estudante consegue
identificar diferentes tipos de quadriláteros. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o
estudante resolve com sucesso.
Exemplo
(M08039CD-PUB) Numa aula sobre a civilização egípcia, o professor de História
pede a seus estudantes que construam a miniatura de uma pirâmide egípcia.
Os estudantes apresentaram 4 tipos de miniatura, representadas abaixo.
CAEd/UFJF.
Exemplo
(M04301SI) Para fazer uma receita, Regina precisa de 1 kg de carne. Ao tirar o
pacote de carne da geladeira, vê que ele tem apenas 625 gramas.
De quantos gramas de carne ela ainda precisa para fazer a receita?
A) 375 gramas.
B) 325 gramas.
C) 425 gramas.
D) 485 gramas.
CAEd/UFJF.
SAEPE 2008
Em relação ao Domínio de Números, Operações e Álgebra, esse perfil caracteriza o estudante que
desenvolveu um conjunto de habilidades básicas envolvendo no campo dos números naturais cálculos
mais complexos e a resolução de problemas por meio das quatro operações básicas da Aritmética. No
campo dos números racionais, o estudante consegue representar esses números na forma fracionária
62
tendo como apoio a representação gráfica. No campo dos números decimais, os estudantes comparam
números com diferentes partes inteiras. Também calculam porcentagens simples. É importante enfatizar
que a aprendizagem de porcentagens deve estar articulada à aprendizagem de números decimais.
Se um inteiro é dividido em 100 partes iguais e dele são pintadas 20 partes o estudante, nesse
nível, já sabe, por meio da representação gráfica, que a parte pintada representa 20 partes de 100,
ou seja, 20/100. Assim, esse estudante utiliza outras formas de representação de uma fração com
denominador 100, neste caso 20%. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o estudante
resolve com sucesso.
Exemplo
(M050061CE) A avó de Alan fez um bolo. Ela dividiu o bolo em 8 pedaços iguais e
Alan comeu 3 pedaços. Observe a representação do bolo na figura abaixo.
3
B)
5
3
C)
8
5
D)
3
CAEd/UFJF.
ESTAÇÃO RESULTADOS
63
A interpretação pedagógica dos Níveis de Proficiência
Professor, você viu que na Escala de Proficiência existem intervalos que vão de 0 a 500 pontos.
Esses intervalos são chamados de Níveis de Proficiência. Como o desempenho é apresentado em
ordem crescente e cumulativa, os estudantes posicionados em um nível mais alto da escala, revelam
ter desenvolvido não só as habilidades do nível em que se encontram, mas também aquelas dos
níveis anteriores. Para proporcionar uma interpretação pedagógica, os níveis de proficiência foram
agrupados em categorias de desempenho.
64
Categoria de Desempenho: Elementar I
Até 150 pontos
ESTAÇÃO RESULTADOS
65
Item M060001A8
O item tem por objetivo avaliar a habilidade que o estudante tem de reconhecer e utilizar
características do Sistema de Numeração Decimal, principalmente, com relação ao valor posicional.
Para acertar o item o estudante pode estabelecer que o maior número é obtido colocando-se os
algarismos de maior valor nas maiores ordens. Considerando a posição dos algarismos como
critério de comparação, o estudante inicia a comparação pela ordem das centenas, já que, em
todas as alternativas, o algarismo da ordem dos milhares é o mesmo (4), encontrando assim o
número 4321.
Atividades baseadas em situações de vida do estudante são bastante propícias para a compreensão
do Sistema de Numeração Decimal, principalmente, no que diz respeito ao valor posicional. Uma
proposta de trabalho que contemple a comparação de números como, por exemplo, organizando
uma coleção que tenha tantos objetos quanto uma outra, uma coleção que tenha o dobro, ou
o triplo, etc.; assim como a utilização de materiais em que os números aparecem escritos em
sequências ordenadas (fita métrica, calendário, régua etc), pode permitir que o estudante consiga
atribuir sentido à magnitude dos números.
SAEPE 2008
66
Categoria de Desempenho: Elementar II
De 175 até 200 pontos
ESTAÇÃO RESULTADOS
67
Item M030093A8
(M030093A8)Nos fins de semana, Jorge vende pastéis e coxinhas na praça de sua cidade.
Veja, no quadro abaixo, quanto ele vendeu no último fim de semana.
Sábado Domingo
Pastéis 36 44
Coxinhas 68 52
Nesse item busca-se avaliar a capacidade do estudante ler dados apresentados em uma tabela. Para
isso ele deve articular duas referências, o dia da semana (domingo), e o tipo de salgado vendido
(coxinhas), para identificar as 52 coxinhas.
O estudante que assinala a alternativa A (6,7%) pode estar sendo atraído pelo menor valor
apresentado na tabela, enquanto que aquele que indica a opção D (16,7%) pode estar sendo
atraído pelo maior valor ou considerando apenas uma das grandezas envolvidas (tipo de salgado).
Já o estudante que escolhe a alternativa B (15,2%) não considera as duas grandezas, focando a sua
atenção apenas no dia da semana (domingo).
É importante que as atividades de sala de aula envolvendo tabelas não se resumam à simples
leitura de valores. O estudante deve sempre ser estimulado a compreender as grandezas que estão
envolvidas na situação e, sempre que possível, as atividades devem possibilitar ao estudante fazer
diferentes tratamentos de dados de diversas naturezas, o que poderá levá-lo a se apropriar do
sentido da situação representada pela tabela.
SAEPE 2008
68
Categoria de Desempenho: Básico
De 200 até 225 pontos
ESTAÇÃO RESULTADOS
69
Item M030002A8
A capacidade de coordenar duas referências para localizar um objeto no plano demanda um trabalho
de ordem didática em sala de aula. Assim são importantes atividades que levem o estudante a
coordenar duas informações para realizar uma localização; por exemplo, identificar, em sua sala
de aula, “o estudante que senta na fila junto à janela, e mais próximo da mesa da professora”.
Esse tipo de trabalho pode ser bastante enriquecido quando o estudante é solicitado a representar
essa localização em algum tipo de suporte gráfico, como um croqui ou uma malha quadriculada.
SAEPE 2008
Esse trabalho pode facilitar bastante a construção da ideia de sistema cartesiano, em uma etapa
posterior de sua escolaridade.
70
Item M050232A8
O item tem por objetivo avaliar a habilidade do estudante em reconhecer e utilizar características
do Sistema de Numeração Decimal, tais como agrupamento e troca na base 10 e o princípio do
valor posicional. Para acertar o item o estudante precisa ter clareza quanto a ideia de agrupamento
e reagrupamento, ao adicionar cinco, as cinco dezenas já existentes do número e obter 4300.
O estudante que marca a alternativa A (34,7%), acrescenta as cinco dezenas na ordem das
unidades. Aquele que escolhe a opção C (18,3%), segue a mesma linha de raciocínio do que escolhe
a alternativa A, mas, acrescenta as cinco dezenas na ordem das centenas. Já o estudante que
apresenta 4755 como resposta, optando pela alternativa D (17,7%), adiciona as cinco dezenas
tanto na ordem das centenas como na ordem das unidades.
Atividades baseadas em situações de vida do estudante são bastante propícias para a compreensão
do Sistema de Numeração Decimal, principalmente, no que diz respeito ao valor posicional. Uma
proposta de trabalho que permita que o estudante reflita sobre seus procedimentos de resolução
como, por exemplo, quais os significados encontrados para um mesmo número quando colocado
na casa das unidades, das dezenas, das centenas, das unidades de milhar, é de grande valia por
permitir que realize comparações do que vai construindo em cada etapa. A utilização de recurso
como material dourado, ábaco, canudos, tampinhas, etc, também pode ser grande aliada para
compreensão do SND, desde, que seja o estudante o autor das diferentes estratégias de resolução.
ESTAÇÃO RESULTADOS
71
Item M050239A8
O estudante que escolhe a alternativa A (28,8%) soma os dois valores apresentados no enunciado,
sem se apropriar do sentido do problema. Para o estudante que marca as opções B (21,2%) ou
C (17,4%), pode-se levantar a hipótese de que ele consegue compreender a operação necessária
para resolver o problema. Entretanto, a falta de habilidade no trato com o algoritmo formal pode
estar na origem do erro, na medida em que esse estudante simplesmente subtrai os números
menores dos maiores como é o caso da alternativa B, ou não considera a reserva das dezenas,
sendo feito para a alternativa C.
Atividades baseadas em situações de vida dos estudantes são bastante propícias para que se
explorem os diferentes significados das operações fundamentais. No caso da adição, é importante
que o estudante tenha contato com estruturas aditivas que envolvam as ideias de: juntar, separar
e tirar, transformações de quantidades com aumento ou diminuição, e a ideia de comparação de
quantidades. Além disso, o trabalho com o cálculo mental pode desenvolver no estudante o senso
numérico. Por exemplo, para partir de 87 e chegar em 137, ele pode perceber que até 137 se teriam
50 passageiros, adicionando três passageiros e obtendo 53 passageiros.
SAEPE 2008
72
Categoria de Desempenho: Básico
De 225 até 250 pontos
ESTAÇÃO RESULTADOS
73
Item M050154A8
(M050154A8) Marcelo faz o controle dos materiais da escola “Aprender”. Até o final do mês
de abril, ele recebeu 120 pacotes de papel reciclado, com 500 folhas cada um.
No final do mês de abril, essa escola havia recebido
A) 620 folhas de papel.
B) 6 000 folhas de papel.
C) 60 000 folhas de papel.
D) 600 000 folhas de papel.
Esse item tem como objetivo verificar a habilidade do estudante em resolver um problema de
multiplicação envolvendo números naturais, e contemplando a ideia de adição repetida. Usando a
estratégia de cálculo mental, o estudante pode realizar a multiplicação de 12 por 5, obtendo 60 e
acrescentando os três zeros, obtendo 60 000 folhas como resultado.
Para desenvolver habilidades de cálculo no estudante, a escola deve buscar de forma sistemática
o trabalho com o cálculo mental e a realização de estimativas, o que promove, no estudante, a
capacidade de refletir sobre o resultado encontrado na resolução de um problema. É o caso desse
item, em que o estudante poderia estimar que se 1 pacote tem 500 folhas, 10 pacotes teriam 5 000
folhas, e 120 pacotes teriam pouco mais de 50 000 folhas.
SAEPE 2008
74
Categoria de Desempenho: Desejável
De 250 até 275 pontos
ESTAÇÃO RESULTADOS
75
Item M030153A8
(M030153A8) O Tangram é formado por sete peças. Com ele, podemos criar figuras como
mostra o desenho abaixo.
Com esse item pretende-se verificar se o estudante consegue identificar quantos triângulos aparecem
em uma figura composta por cinco triângulos, um quadrado e um paralelogramo. Isso implica
em, além de reconhecer um triângulo, visualizar os cinco triângulos presentes na representação e
efetuar a contagem deles.
É provável que o estudante que assinala a alternativa A (23,0%) tenha se esquecido de contar
um dos triângulos. Já o estudante que marca a opção C (17,2%) pode ter visualizado dois dos
triângulos (que formam uma das pernas do desenho) como sendo um paralelogramo. Por outro
lado, o estudante que assinala a alternativa D (27,1%), encontrando sete como resposta considerou
como comando a contagem de todas as peças que formam a figura, não levando em consideração
que estava sendo solicitado apenas o número de triângulos.
Em sala de aula, o trabalho com as figuras geométricas, tanto planas quanto espaciais, deve caminhar
na direção de levar o estudante ao desenvolvimento do pensamento geométrico. Nessa faixa de
escolaridade, é importante que ele consiga abandonar a ideia de figura geométrica pela simples
percepção do seu formato, para reconhecer que ela é portadora de propriedades específicas. Dessa
forma o estudante conseguirá, posteriormente, reconhecer, por exemplo, os casos de inclusão dos
quadriláteros, identificando o quadrado como sendo losango.
SAEPE 2008
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Item M050003PE
(M050003PE)A prefeitura de “Luar” está asfaltando algumas ruas da cidade. Nesse mês,
foram asfaltados 12 000 m.
Quantos quilômetros foram asfaltados?
A) 12
B) 120
C) 1 200
D) 12 000
Para o estudante que escolhe a alternativa D (52,7%) como resposta, pode-se levantar a hipótese que
ele está somente repetindo um dos dados numéricos do enunciado, sem se apropriar do contexto
do problema. Já para o estudante que assinala as opções B (12,6%) ou C (16,2%) como resposta, ou
ele não conseguiu construir a ideia das magnitudes das grandezas envolvidas (m e km), ou ele busca
aplicar mecanicamente processos de transformação de unidades baseados na multiplicação por
potências de dez, sem conseguir associar corretamente a potência de dez envolvida no problema.
No trabalho com a Matemática escolar, é importante que o estudante consiga construir imagens
mentais das grandezas e unidades de medida envolvidas em uma situação. Por exemplo, conseguir
perceber o “tamanho” equivalente a um metro, e que esse “tamanho” repetido mil vezes equivale a
um quilômetro. A ênfase em procedimentos que envolvem a multiplicação/divisão por potências de
dez pouco habilita o estudante a perceber as grandezas envolvidas em uma situação.
ESTAÇÃO RESULTADOS
77
Item M050108A8
(M050108A8) Para participar de um jogo, Leandro vai fazer um dado de papel igual a
este.
O estudante que assinalou a letra A (17,1%) reconhece o cubo como um sólido formado por seis faces
quadradas e iguais, mas, desconhece a posição das mesmas na forma planificada. Já o estudante que
escolhe a letra C (18,5%) identifica corretamente o número de faces do cubo, mas desconhece que
as mesmas devem ser iguais e quadradas. O estudante que escolheu a letra D (7,0%) desconhece o
número de faces de um cubo, mas reconhece que elas são quadradas e iguais.
Explorando situações concretas como, por exemplo, a utilização de embalagens com diferentes
planificações, os estudantes são estimulados a identificar os principais elementos de uma figura
geométrica em suas formas planificada e tridimensional. Observando semelhanças e diferenças
entre as embalagens, construindo representações planas de figuras espaciais sob diferentes pontos
SAEPE 2008
de vista, eles se capacitam a entender a presença da geometria em sua vida cotidiana. O uso
de softwares como Cabri-Geomètre II e Geogebra dentre outros, são recursos tecnológicos de
grande utilidade no ensino de geometria: sendo interativos, eles viabilizam, com pouco esforço, a
construção de modelos que exigiriam grande perícia, se desenhados no quadro.
78
Categoria de Desempenho: Desejável
De 275 até 300 pontos
ESTAÇÃO RESULTADOS
79
Professor, como você viu, essa foi uma longa etapa.
Desafio:
Para elaborar o diagnóstico pedagógico de sua escola, volte aos
resultados de desempenho. Com base nesses dados, preencha
o quadro diagnóstico a seguir.
SAEPE 2008
80
Matemática - 4ª série / 5º ano do Ensino Fundamental
Média da Escola:__________ Número de Estudantes na 4ª série / 5º ano EF:__________ Número de Estudantes que fizeram o teste:__________
81
ESTAÇÃO RESULTADOS
Professor, com as informações do quadro, é possível identificar, e até mesmo nomear os alunos com
maiores dificuldades e que precisam de novas oportunidades de aprendizagem.
82
Etapa 4: Transformação
84
Professor, transformar quer dizer transpor a forma original, criar novas
perspectivas, formar novos pontos de vista.
Assim, temos certeza de que, depois de ler este Boletim, vencer os desafios propostos até aqui, e
interagir com o Portal, você agora, possui mais informações sobre a avaliação que foi realizada em
nosso Estado. Mas, como você sabe, conhecer o diagnóstico da escola, implica em responsabilidade.
E aí, inevitavelmente, vem a pergunta: agora que o diagnóstico já está definido, o que fazer com
essa informação?
Bem, sabemos que não existem fórmulas mágicas para resolver os problemas da educação, também
sabemos que muitos desses problemas têm origem na própria estrutura social, como a pobreza, o
desemprego, a violência e a falta de apoio familiar. Essa realidade transcende os muros da escola,
mas seus efeitos na aprendizagem são sentidos em cada sala de aula.
Ainda assim, a escola pode fazer a diferença na vida dos estudantes, porque o trabalho que é
coletivamente realizado por ela, interfere em uma parcela significativa da aprendizagem dos
estudantes. Por isso, toda e qualquer atitude em direção à transformação da qualidade da educação,
será sempre bem-vinda.
Nessa altura da caminhada, o que propomos nessa etapa é a possibilidade de uma reflexão sobre
algumas atitudes possíveis de transformar a realidade da escola para melhor.
ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO
85
Trilha 8 Sugestões de Atividades Pedagógicas
Professor, você aprendeu, neste Boletim, a identificar as habilidades já desenvolvidas pelos estudantes
e aquelas que ainda estão em fase de desenvolvimento em Matemática ao final da 4a série/5º ano
de escolarização.
Nossa proposta agora é que você reflita sobre algumas sugestões de atividades que podem ser
trabalhadas em sala de aula, a fim de desenvolver habilidades importantes para que os estudantes
nesse nível de ensino prossigam em seu processo de escolarização.
Espaço e Forma
A habilidade de localização/movimentação de um objeto em mapas, croquis e outras representações
gráficas, característica desse domínio, está diretamente relacionada com o desenvolvimento das
habilidades de percepção espacial, importante no estudo da Geometria. Além da utilidade em
situações cotidianas comuns, o desenvolvimento dessa habilidade prepara o estudante para o
estudo das coordenadas cartesianas e o traçado de gráficos. Todo esse estudo serve como apoio
no Ensino Médio quando é introduzida a geometria analítica básica que faz uma relação entre as
representações geométricas com equações algébricas.
A seguir, veremos algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento dessa
habilidade.
86
Grandezas e Medidas
O tópico Grandezas e Medidas, além de ter um forte caráter social, é também um tópico integrador
da Matemática, pois se relaciona com a Geometria, Números e Operações e a Álgebra. Por isso é
importante que o professor proponha atividades, em sala de aula, com figuras diversas e contextos
significativos para os estudantes.
A seguir, veremos algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento dessa
habilidade.
Números e Operações
A análise das regras de numeração decimal é importante para que o estudante compreenda a
escrita e a representação de qualquer número e garanta, assim, o desenvolvimento de diferentes
habilidades inerentes à resolução de problemas matemáticos.
A seguir, veremos algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento dessa
habilidade.
Propor atividades com o Material Dourado para facilitar a compreensão das trocas que
envolvem as operações no Sistema de Numeração Decimal e contribuir para a construção do
significado desse sistema.
Mostrar sequências numéricas incompletas e pedir para os estudantes descobrirem regularidades
nessas formações – o “segredo” – que permite descobrir valores desconhecidos envolvendo o
Sistema de Numeração Decimal.
Trabalhar com contagem e organização dos números no sistema decimal e quadro posicional –
unidades, dezenas, centenas e milhar – para auxiliar a construção de pré-requisitos que serão
utilizados na construção dos conceitos e compreensão dos algoritmos das quatro operações
fundamentais.
Utilizar
ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO
87
Tratamento da Informação
A inclusão do tema Tratamento da Informação se justifica pela sua importância social e é, nesse
tema, que a Matemática manifesta mais claramente a sua utilidade no dia-a-dia. Por isso, o professor
deve utilizar informações em suas diversas formas, de modo que o estudante possa explorar a partir
da leitura e da discussão das mesmas, os processos que a Estatística utiliza para representá-la.
A seguir, veremos algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento dessa
habilidade.
Desafio:
Com base nas sugestões que você viu aqui, desenvolva algumas
atividades com seus estudantes. Registre em seu Diário de
Bordo essa experiência e divulgue em sua escola.
SAEPE 2008
88
Trilha 9 Avaliação: o SAEPE na Escola
Professor, como você viu ao longo desse Boletim, a avaliação realizada pelo SAEPE permite
acompanhar o desempenho da escola em relação às habilidades e competências fundamentais para
o sucesso escolar dos estudantes em Matemática. Mas, para que o diagnóstico que você elaborou
contribua efetivamente para a transformação da realidade escolar, é necessária a criação de uma
cultura de avaliação que dê sustentação às ações a serem efetivadas.
Construir uma cultura democrática para utilização dos resultados das avaliações, requer a participação
da comunidade escolar. Os educadores têm um papel muito importante na disseminação e análise
dos resultados da escola. O gestor deverá propor momentos específicos no calendário escolar para
o estudo do Boletim Pedagógico. Participe dessas reuniões e discuta os tópicos que você anotou em
seu Diário de Bordo. Motive seus colegas professores, de todas as disciplinas, para a importância da
avaliação realizada pelo SAEPE.
Para ajudar, sugerimos alguns assuntos, em forma de questionamentos, a serem debatidos nas
reuniões com a equipe. São eles:
1. O SAEPE
9 O professor pode utilizar os resultados do SAEPE para planejar suas avaliações de sala
ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO
de aula? Como?
89
3. A BCC-PE, os Parâmetros, Diretrizes Curriculares e as Matrizes de
Referência para Avaliação em Matemática
9 Quais as relações entre o que é proposto nas Matrizes de Referência para Avaliação e a
BCC-PE, os Parâmetros e Diretrizes Curriculares?
9 Por que nem tudo o que está na BCC-PE, nos Parâmetros e Diretrizes Curriculares está
na Matriz de Referência para Avaliação?
9 Na sua opinião, o que o estudante deve saber em Matemática ao final da 4ª série/ 5º ano
do Ensino Fundamental? Qual deve ser o perfil desse estudante?
Lembramos que essas são algumas questões para iniciar o diálogo sobre a avaliação na escola.
Mas elas não se esgotam aqui. Elabore outras e crie grupos de estudo com o tema da avaliação.
Essa é uma boa atitude para formar, na escola, uma cultura de aprendizagem colaborativa sobre a
avaliação.
E os Quadros Diagnósticos que você construiu com base nos resultados de desempenho no SAEPE?
Como, efetivamente, você e todos da escola podem utilizá-los para a melhoria da qualidade da
educação?
Nesse sentido, um caminho que sugerimos é a reflexão coletiva sobre as características dos
estudantes nos diferentes níveis de desempenho e as metas de aprendizagem previstas no Projeto
Político Pedagógico da sua escola. Essa reflexão deverá, inclusive resultar em um plano de ações de
intervenção pedagógica com vistas à melhoria da aprendizagem dos estudantes.
SAEPE 2008
90
A partir daí, a escola poderá:
Professor, como dissemos no início de nossa caminhada, é preciso garantir o direito dos estudantes
a uma educação de qualidade. Mas para isso, não basta apenas o esforço de todos os profissionais
da escola, é necessário também envolver os estudantes e suas famílias na discussão sobre o SAEPE.
O debate acerca dos resultados do SAEPE precisa romper os limites da escola e chegar até as
famílias dos estudantes.
Divulgar os resultados do SAEPE para os estudantes, de uma forma que eles possam
compreender a avaliação que foi realizada como um instrumento a favor da melhoria da
escola.
Divulgar os resultados aos pais dos estudantes, dando uma atenção especial aos Quadros
Diagnósticos.
Comprometer os pais na desafiante tarefa de melhorar, ainda mais, os resultados alcançados,
deixando claro que eles têm grande participação no desempenho de seus filhos.
91
A PARTIDA:
SEGUINDO NOVAS TRILHAS
Professor,
Você viu, neste Boletim, o desempenho da sua percurso. Acreditamos que a prática constante
escola nos testes de proficiência. Conheceu a da ação-reflexão-ação, tendo por base os dados
Matriz de Referência para Avaliação, comparou da avaliação em larga escala, contribuirão para
dados, analisou informações, enfim aprendeu que a escola cumpra, efetivamente, o seu papel:
um pouco mais sobre o SAEPE. De posse deste proporcionar um ensino de qualidade a seus
material, você identificou os pontos fortes e estudantes.
os fracos, o que está indo bem e o que ainda
precisa (e pode) ser melhorado em sala de aula, É preciso transformar as informações sobre o
na escola. Enfim, você e toda a comunidade resultado do SAEPE em ações de intervenção
escolar têm em mãos dados concretos sobre o pedagógica. Você tem um papel fundamental
processo de desenvolvimento das habilidades nesse processo.
e competências básicas da 4ª serie/5° ano do
Ensino Fundamental em Matemática. Agora, já está clara, a razão deste material ter
sido apresentado na forma de um caminho a ser
Naqueles aspectos em que os estudantes trilhado! Ele não deve ficar guardado na estante
foram bem sucedidos, você pode manter e até ou na gaveta. Este Boletim deve acompanhá-lo
intensificar as suas práticas. Por outro lado, não nas reuniões, nas conversas com seus colegas,
desanime se os resultados que você recebeu não com o(a) gestor(a), enfim ele é um instrumento
foram satisfatórios. Eles poderão ser melhorados. para muitas outras descobertas.
Temos certeza de que você todos da escola estão
preocupados com isso e encontrarão estratégias Então, professor, nossa história, na verdade,
para reverter essa situação. está apenas começando!
PERNAMBUCO, Secretaria de Educação. Base Curricular Comum para as Redes Públicas de Ensino
de Pernambuco: Matemática/. Recife: SE, 2008, 110p.
PIRES, C., CURI, E. e CAMPOS, T. Espaço e Forma: a construção de noções geométricas pelas
crianças das quatro séries iniciais do Ensino Fundamental. São Paulo: PROEM, 2000.
http://www.inep.gov.br/basica/saeb/default.asp.
SAEPE 2008
94
Este Boletim é para ser usado e compartilhado por
todos os professores da escola.
Aproveite-o bem!
Até a próxima...