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ISSN 1984-560X
2008
Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco
PERNAMBUCO | B O L E T I M P E D A G Ó G I C O D E AVA L I A Ç Ã O D A E D U C A Ç Ã O
SISTEMA DE AVALIAÇÃO
EDUCACIONAL DE PERNAMBUCO
SAEPE / 2008
BOLETIM PEDAGÓGICO DE
LÍNGUA PORTUGUESA DA 2ª SÉRIE/3º ANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Ficha Catalográfica
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
Governador do Estado de Pernambuco Eduardo Henrique Accioly Campos
Secretário de Educação do Estado Danilo Cabral
Chefe de Gabinete Nilton da Mota Silveira Filho
Secretária Executiva de Gestão de Rede Margareth Costa Zaponi
Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação Aída Maria Monteiro da Silva
Gerente de Avaliação e Monitoramento das Políticas Educacionais Maria Epifânia de França Galvão Valença
Gerente Geral do Programa de Correção do Fluxo Escolar Ana Coelho Vieira Selva
Gerente de Políticas Educacionais de Ensino Fundamental Zélia Granja Porto
Gerente de Políticas Educacionais de Ensino Médio Cantaluce Lima
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco – SE/PE
Gerência de Avaliação e Monitoramento das Políticas Educacionais
Ilustrações
Ruy Barros
UNDIME-PE
Presidente Estadual
Leocádia Maria da Hora Neta
Comissão da UNDIME – PE
Adriana Maria das Neves
Ana Cristina Moreira Rodrigues dos Santos
Leila Maria Lopes Loureiro
Maria de Fátima Cavalcanti Guerra
9 Apresentação
10 A Chegada
12 O Percurso
17 Etapa 1: SAEPE
25 Etapa 2: Matriz
35 Etapa 3: Resultados
93 Etapa 4: Transformação
Essas ações constituem uma via de mão dupla, em que o Estado fornece as condições
básicas para viabilizar os processos de ensino e de aprendizagem, mas ao mesmo
tempo tem o dever de acompanhar e avaliar os seus resultados.
É importante destacar que o cruzamento dos dados do SAEPE com a taxa de aprovação
dos estudantes vai gerar, a exemplo do IDEB, um indicador local - o IDEPE (Índice
de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco), a ser publicado anualmente,
contribuindo para o acompanhamento e o planejamento de intervenções na busca
da melhoria da educação pública no Estado.
Esse indicador será, também, um mecanismo que irá subsidiar a Secretaria de Educação
do Estado para o reconhecimento dos profissionais e de escolas com trabalhos bem
sucedidos, como indicadores para premiação dos mesmos.
É nessa direção que convocamos todos os profissionais da educação para ler e analisar
os dados apresentados neste Boletim, a fim de que possamos, juntos, alcançar o
grande desafio: elevar os índices educacionais e melhorar a educação pública de
Pernambuco.
Danilo Cabral
Secretário de Educação de Pernambuco
Apresentação
É com grande prazer que apresentamos a você este Boletim Pedagógico, com os
resultados do SAEPE – Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco, cujos testes
foram aplicados em dezembro de 2008 em aproximadamente 600 mil estudantes
das 2ªsérie/3° ano, 4ªsérie/5° ano e 8ª série/9° ano do Ensino Fundamental e 3°
ano do Ensino Médio das redes estadual e municipal de ensino de Pernambuco.
Os estudantes foram avaliados quanto aos conteúdos de Língua Portuguesa e de
Matemática.
Sabemos que esse conhecimento da realidade das unidades escolares, sobretudo dos
estudantes, é imprescindível para que cada instância possa cumprir o seu papel: as
Secretarias de Educação do Estado e dos Municípios possam elaborar suas políticas
públicas; a gestão escolar possa planejar melhor as suas intervenções; e você,
professor(a), possa avaliar e planejar melhor as suas aulas, impor metas próprias e
superar os desafios apresentados.
Esperamos que toda a equipe pedagógica da escola se sinta motivada para o estudo
deste Boletim, firmando, mais uma vez, o compromisso de todos os educadores em
formar cidadãos e aprender sempre mais.
A avaliação em larga escala, ao eleger a escola como unidade básica de análise, constitui-se em um
importante instrumento para a consolidação do direito a uma educação de qualidade. Por meio
dessa avaliação, também chamada de avaliação externa, podemos construir um quadro diagnóstico
do desempenho dos estudantes nas habilidades e competências consideradas fundamentais para o
seu sucesso escolar e compreender em quais aspectos estamos indo bem e em quais ainda temos
que melhorar.
Assim, tendo por norte esse objetivo, as escolas passaram por uma avaliação em larga escala em
2008, que incluiu a aplicação de testes de proficiência aos estudantes. Para você se apropriar dos
resultados dessa avaliação da melhor forma possível, é que nós, da Secretaria de Educação do
Estado de Pernambuco - SE/PE em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Pernambuco - UNDIME - PE, em conjunto com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação
da Universidade Federal de Juiz de Fora, CAEd/UFJF, elaboramos este Boletim Pedagógico.
Nossa intenção é criar as bases para uma rotina de discussão dos resultados na escola que possibilite
a todos diagnosticar o desempenho dos estudantes. Esse é o primeiro passo para a implementação
de ações pedagógicas coletivas capazes de contribuir para garantir o direito a uma educação de
qualidade e a igualdade de oportunidades educacionais a todos os nossos estudantes.
* Utilizamos, neste boletim, a forma “Professor” no masculino, para nos dirigirmos a você, professor ou professora.
A quais informações você terá acesso?
Os resultados das avaliações em larga escala são importantes ferramentas a favor da melhoria da
educação ofertada e, por essa razão, é imprescindível que as escolas organizem debates com base
nos materiais produzidos, associando-os às políticas públicas educacionais.
Para atingir esse ideal, é preciso oferecer condições para um debate nas redes de ensino e unidades
escolares sobre as metas que podem ser estabelecidas a partir da compreensão dos indicadores que
associam o fluxo escolar, representado pelos índices de aprovação, de reprovação e de abandono
da escola, às médias de proficiência alcançadas pelos estudantes nos testes de Língua Portuguesa e
Matemática. Para tanto, devem ser continuamente desenvolvidas novas formas para a divulgação e
apropriação das informações das avaliações em larga escala, de uma maneira que possibilite a você,
e a todos da escola, uma discussão sobre os resultados alcançados nas séries/anos avaliados.
Pensando nisso, criamos um conjunto de ações com o propósito de levar a você e a toda comunidade
escolar, uma nova forma de entender os resultados das avaliações em larga escala. Além desse
Boletim Pedagógico com os resultados da escola, você terá acesso:
Como você pode ver, todos esses materiais têm a função de contribuir
no trabalho da escola em detectar os principais problemas de
aprendizagem dos estudantes e, ao mesmo tempo, apoiar você no
estabelecimento de projetos pedagógicos que visem melhorar o nível
de aprendizagem dos estudantes e sua permanência na escola.
O Percurso
Professor,
Etapa 1: SAEPE
Você conhecerá um pouco da história do Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco, o
SAEPE. Saberá também da importância dele para a melhoria da qualidade da educação em nosso
Estado.
Trilhas a percorrer:
Conhecendo o SAEPE.
Desafio a cumprir:
Conhecer o Portal da Avaliação.
Objetivo a alcançar:
Conhecer o Sistema de Avaliação da Educação de nosso Estado como uma política pública.
Etapa 2: MATRIZ
Nesta parte do percurso, vamos explorar a Matriz de Referência para Avaliação do SAEPE, suas
relações com a Base Curricular Comum de Pernambuco (BCC-PE); entender a composição dos testes
de proficiência e como eles são analisados. Tudo isso será percorrido em três trilhas.
Trilhas a percorrer:
A Matriz de Referência para Avaliação em Língua Portuguesa da 2ª série/3º ano do Ensino
Fundamental.
A Composição dos Testes de Proficiência.
A Metodologia de Análise dos Testes.
Desafio a cumprir:
Comparar a Base Curricular Comum de Pernambuco (BCC-PE) com a Matriz de Referência para
Avaliação.
Objetivo a alcançar:
Compreender a Matriz de Referência para Avaliação, a composição e a análise dos testes.
Etapa 3: RESULTADOS
Nesta etapa, há uma grande meta a ser conquistada: compreender os resultados da escola. Haverá
uma Escala de Proficiência que será seu mapa nesse percurso, explore-a. Na escala, você poderá
acompanhar o desenvolvimento dos estudantes na conquista de suas habilidades e competências
acadêmicas. O objetivo é conhecer melhor como está o ensino e a aprendizagem na escola. Será a
mais importante descoberta do Boletim, temos certeza!
Trilhas a percorrer:
A Apresentação e a Análise dos Resultados da sua Escola.
A Escala de Proficiência.
Os Perfis de Desempenho em Língua Portuguesa.
Desafios a cumprir:
Compreender a Escala de Proficiência e aprimorar seus conhecimentos utilizando o Portal de
Avaliação.
Analisar o Gráfico do Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência.
Compor o Quadro do Diagnóstico Pedagógico da sua Escola.
Objetivo a alcançar:
Conhecer quais habilidades em Língua Portuguesa já foram consolidadas pelos estudantes e aquelas
que ainda precisam de uma atenção especial.
Etapa 4: TRANSFORMAÇÃO
Nesta etapa, você encontrará mais uma possibilidade de refletir sobre algumas atitudes que
contribuirão para a transformação da realidade na sala de aula.
Trilhas a percorrer:
Sugestões de Atividades Pedagógicas.
Avaliação: o SAEPE na Escola.
Desafios a cumprir:
Responder aos questionamentos sobre a avaliação.
Estimular, na comunidade escolar, o debate e a discussão sobre os resultados obtidos.
Propor ações pedagógicas com o objetivo de superar as dificuldades diagnosticadas pelo SAEPE.
Objetivo a alcançar:
Utilizar os resultados do SAEPE para melhorar a realidade escolar.
Finalizaremos nossa jornada na Partida. Parece estranho terminar assim, mas você entenderá
o porquê.
Agora é sua vez: consulte o Portal, leia este Boletim, releia, leia de novo e – o mais
importante – pergunte! As dúvidas e questionamentos que você anota no Diário de Bordo
não devem ficar no papel. Troque informações, busque outras opiniões, converse, interaja
por meio dos canais de comunicação feitos para você no Portal!
Etapa 1: SAEPE
Bem-vindo ao SAEPE!
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SAEPE 2008
Professor,
Temos um grande objetivo: elevar os indicadores educacionais de
Pernambuco.
Foi com esse intuito que a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco reestruturou o Sistema de
Avaliação Educacional de Pernambuco – SAEPE. O seu propósito é o desenvolvimento de programas
de avaliação, cujos resultados apresentam informações importantes para o planejamento de ações
em todos os níveis do sistema de ensino.
Entre os vários objetivos do SAEPE, detalhados a seguir, a SE/PE também utilizará seus resultados como
base para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco - o IDEPE -, instituído
pelo governo do Estado, com a finalidade de medir a qualidade da Educação de Pernambuco.
O IDEPE considera tanto o resultado da avaliação de Língua Portuguesa e Matemática dos estudantes
da 4a série/5o ano e 8a série/9o ano do Ensino Fundamental e do 3o ano do Ensino Médio, como
também a taxa de aprovação da escola.
Esse índice é calculado para todas as escolas da rede estadual e, mediante um processo de articulação
com as redes municipais, poderá ser também utilizado para suas escolas de acordo com a adesão
de cada município.
ESTAÇÃO SAEPE
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Trilha 1 Conhecendo o SAEPE
Os testes do SAEPE têm como objetivo avaliar as competências e habilidades, na área de Língua
Portuguesa (leitura) e Matemática, dos estudantes das redes estadual e municipal nas 2ª, 4ª, e 8ª
séries ou 3°, 5° e 9° anos do Ensino Fundamental e do 3° ano do Ensino Médio, incluindo os projetos
de correção do fluxo escolar. Além da aplicação dos testes, a avaliação inclui outros instrumentos
importantes como o questionário do estudante, cujo objetivo é traçar o perfil socioeconômico e sua
trajetória escolar; os questionários do professor e do diretor, com o objetivo de traçar o perfil dos
profissionais da educação de Pernambuco e o questionário da escola, com objetivo de conhecer sua
infraestrutura e os serviços oferecidos por ela, tendo em vista identificar os fatores que interferem
no desempenho escolar.
Dessa forma, as Secretarias de Educação, por meio do SAEPE, assumem o compromisso de avaliar a
educação pública, tendo como foco de análise, a escola. Para tanto, os instrumentos são construídos
para produzir um diagnóstico do trabalho desenvolvido pelas unidades escolares. Os resultados
retornam às unidades escolares e Secretarias de Educação para subsidiar as ações pedagógicas
SAEPE 2008
e administrativas. A comunidade, por meio da escola, pode e deve ter acesso aos resultados da
avaliação. Esse papel de divulgar o SAEPE cabe a você e a todos da escola.
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Trajetória do SAEPE: Linha do Tempo
2008
Séries Avaliadas:
2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e
3º ano EM
Disciplinas:
Língua Portuguesa (leitura e escrita):
2ª série/3° ano EF 2005
Língua Portuguesa (leitura) e Matemática: Séries Avaliadas:
4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM 2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e
3º ano EM
Abrangência:
Toda a rede estadual mais 184 municípios Disciplinas:
Língua Portuguesa (leitura e escrita):
2ª série/3° ano EF
Língua Portuguesa (leitura) e Matemática:
4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM
Abrangência:
Toda a rede estadual mais 184 municípios
2002
Séries Avaliadas:
2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e
3º ano EM
Disciplinas:
Língua Portuguesa (leitura e escrita): 2000
2ª série/3° ano EF Séries Avaliadas:
Língua Portuguesa (leitura) e Matemática: 2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e
4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM 3º ano EM
Abrangência: Disciplinas:
Toda a rede estadual mais 184 municípios Língua Portuguesa (leitura e escrita):
2ª série/3° ano EF
Língua Portuguesa (leitura), Ciências e Matemática:
8ª série/9° ano EF
Língua Portuguesa (leitura) e Matemática:
3º ano EM
Abrangência:
Toda a rede estadual mais 68 municípios
Linha do Tempo
ESTAÇÃO SAEPE
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O SAEPE 2008
Estudantes
Escolas
Previsto Realizado
Estadual 1.030 225.865 141.467
Municipal 5.679 339.659 274.247
Total 6.709 565.524 415.714
Como você pode perceber, essa é uma grande ação que envolve inúmeros profissionais,
todos imbuídos na tarefa de melhorar a educação dos estudantes e proporcionar-lhes mais
oportunidades educacionais.
Dentre as inovações realizadas no SAEPE 2008, destacamos a nova organização do relatório dos
SAEPE 2008
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Também chamamos atenção para os resultados referentes à 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental
que serão apresentados por estudante nos Boletins Pedagógicos.
Desafio:
Consulte o Portal da Avaliação nos sites www.caed.ufjf.br e
www.educacao.pe.gov.br e acrescente mais informações sobre
a avaliação do SAEPE. Registre em seu Diário de Bordo.
E por falar em avaliação, você sabe o que deu origem aos testes de proficiência que seus estudantes
fizeram? Falaremos disso na próxima etapa.
Até lá!
ESTAÇÃO SAEPE
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SAEPE 2008
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Etapa 2: Matriz
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Professor, em sua experiência docente, você já deve ter percebido que a
criança tem contato com as letras mesmo antes de frequentar a escola. Ela
vê placas, folhetos de supermercados, teclados de computadores e celulares,
controles de eletrodomésticos, dentre outros. Também observa, em situações
do dia a dia, as pessoas lendo, escrevendo, falando...
A criança, em seus jogos, brincadeiras e na interação com o outro, ao longo
do seu desenvolvimento, vivencia momentos fundamentais para criação de
esquemas cognitivos ligados à aprendizagem da Língua Portuguesa.
E qual é o seu papel e o da escola nessa história?
Para que suas ações, efetivamente, contribuam para o avanço da aprendizagem dos estudantes,
é fundamental que você possa identificar quais habilidades já foram consolidadas, quais estão em
desenvolvimento e aquelas que ainda não foram consolidadas pelos estudantes. Para isso, você
sabe, é preciso avaliar.
Em seu trabalho, você realiza avaliações em sala de aula que permitem acompanhar a aprendizagem
dos estudantes. Esse tipo de avaliação é chamado de avaliação interna. Mas existem também outros
tipos de avaliação complementar à interna, que permitem o diagnóstico do desempenho dos
estudantes naquelas habilidades consideradas básicas ao seu período de escolaridade. A avaliação
externa permite esse tipo de análise. É disso que iremos tratar agora.
Nessa etapa você conhecerá o que foi avaliado nos testes da avaliação externa do SAEPE da
2ª série/3º ano do Ensino Fundamental de Língua Portuguesa, entenderá a composição dos
testes e sua metodologia de análise.
ESTAÇÃO MATRIZ
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A Matriz de Referência para Avaliação em
Trilha 2 Língua Portuguesa da 2ª série/3º ano do
Ensino Fundamental
Para a efetivação de uma avaliação em larga escala, é necessária a construção de um elemento que
dê transparência e legitimidade ao processo avaliativo, informando com clareza o que foi avaliado.
Esse elemento é o que chamamos de Matriz de Referência para Avaliação.
Uma Matriz de Referência para a avaliação em larga escala é apenas uma amostra representativa da
Matriz Curricular do Sistema de Ensino. Em nosso Estado, existe a BCC-PE como referência para o
ensino das redes públicas. A BCC-PE é ampla e espelha as diretrizes de ensino cujo desenvolvimento
deve ser obrigatório para todos os estudantes. Imagine a Matriz de Referência para Avaliação como
uma bússola indicativa do que será avaliado, informando o que se espera dos estudantes naquele
período da escolaridade.
Deve-se ressaltar que a Matriz de Referência não pode ser concebida como um conjunto de
indicações de estratégias de ensino nas escolas. Esse papel é reservado à BCC-PE, às matrizes
curriculares de ensino, aos parâmetros, aos currículos e às diretrizes curriculares. Essa é a diferença
básica entre uma Matriz de Referência para Avaliação, utilizada como fonte para a organização
dos testes, e a BCC-PE, que é muito mais ampla e espelha as diretrizes de ensino. Em outras
palavras, a Matriz de Referência para Avaliação do SAEPE, utilizada para elaborar os testes de
proficiência em Língua Portuguesa e Matemática, foi construída tendo como referência a BCC-PE,
a Matriz de Referência do SAEPE 2002 e a Matriz de Referência do Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Básica (SAEB). Ela contempla, portanto, as habilidades consideradas fundamentais
e passíveis de serem mensuradas em testes de múltipla escolha.
SAEPE 2008
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Quais são os elementos que formam a Matriz de Referência para Avaliação?
O descritor, como o próprio nome indica, descreve uma habilidade. Ele explicita dois pontos básicos
do que se pretende avaliar: o conteúdo programático e o nível de operação mental necessário para
a aprendizagem.
Vamos conhecer a Matriz de Referência para Avaliação de Língua Portuguesa do SAEPE 2008,
da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental.
Desafio:
Professor, para avançar em seu trajeto de compreensão de
uma Matriz de Referência para Avaliação, é fundamental que
os conceitos trabalhados até agora estejam bastante claros
para você. É hora de utilizar novamente o seu Diário de Bordo!
Escreva, em poucas linhas, o que é um descritor e qual a relação
entre BCC-PE e Matriz de Referência. A resposta a essa atividade
é essencial para você prosseguir em sua caminhada.
ESTAÇÃO MATRIZ
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MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO EM ALFABETIZAÇÃO - SAEPE
2a SÉRIE / 3O ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Desafio:
O detalhamento da Matriz de Referência para Avaliação com
exemplos de itens, você encontra no documento Matrizes
Detalhadas para Avaliação em Língua Portuguesa. Consulte esse
material em sua escola ou você mesmo poderá “baixar” esse
documento do Portal da Avaliação.
SAEPE 2008
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Professor, no quadro a seguir, você pode ver como os descritores da
Matriz de Referência se articulam com os domínios e competências
da Escala de Proficiência.
As competências representam agrupamentos de descritores que, por sua vez, indicam os grandes
domínios de Língua Portuguesa.
ESTAÇÃO MATRIZ
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Qual a diferença entre a avaliação que você realiza em sala de aula e a
avaliação externa?
Professor, a esta altura do percurso você pode estar se fazendo exatamente essa pergunta. Sim,
existem diferenças, mas como você verá, os dois tipos de avaliação são complementares.
A avaliação interna é realizada pelos próprios membros da equipe de uma unidade escolar, ou seja,
ela acontece dentro da sala de aula. Seu objetivo principal é avaliar a aprendizagem dos estudantes.
Nesse caso, você pode e deve utilizar diversos instrumentos como, por exemplo, trabalhos em grupos
ou individuais, provas com questões de múltipla escolha ou abertas, dramatizações, observações,
relatórios, dentre outros. Esses instrumentos apresentam características diferentes, mas têm em
comum o fato de que, por meio deles, é possível avaliar a particularidade sobre o progresso de cada
estudante. O foco da avaliação interna, portanto, é o próprio estudante.
Já a avaliação externa recebe esse nome porque é efetivada por uma instituição externa à escola e,
como são avaliadas redes de ensino e um grande número de estudantes, também é chamada de
avaliação em larga escala. Assim, o foco da avaliação em larga escala é a escola, tendo por unidade
de medida o desempenho dos estudantes, geralmente em Língua Portuguesa e Matemática,
aferido por meio de testes padronizados. Os resultados dessa avaliação têm por objetivos básicos a
definição de subsídios para a formulação de políticas educacionais, o acompanhamento, ao longo
do tempo, da qualidade da educação e a produção de informações capazes de desenvolver relações
significativas entre as unidades escolares e os órgãos centrais e distritais de secretarias, bem como
iniciativas pedagógicas dentro das escolas.
Seja na avaliação interna, ou na externa, a ação de avaliar implica refletir sobre uma determinada
realidade, a partir de dados e informações, e emitir um julgamento que possibilite uma tomada de
decisão. Nesse caso, como você percebe em seu dia a dia, o processo avaliativo não se esgota nele
mesmo. Ao possibilitar uma tomada de decisões, a avaliação inicia uma nova fase, ou seja, a avaliação
externa busca subsídios para a tomada de decisões relacionadas à melhoria do ensino em nível de
sistema e da escola de maneira geral. Por sua vez, a avaliação interna, ou em sala de aula, possibilita
decisões relacionadas às ações didáticas que viabilizem o alcance dos objetivos propostos pela escola
no seu Projeto Político Pedagógico para cada sala de aula e para cada estudante.
Tendo em vista a avaliação em larga escala, para que você compreenda um pouco mais sobre
a sua metodologia, é muito importante conhecer as normas e o processo de montagem dos
testes.
32
Trilha 3
A Composição dos Testes de Proficiência
Entender como são montados os testes de proficiência que foram aplicados a seus estudantes.
Para a 2ª série/3º ano, utilizamos 56 itens de Língua Portuguesa agrupados em 7 blocos com 8 itens
cada, sendo 7 modelos de cadernos diferentes. Vale lembrar que, nessa etapa, o que se avalia é a
alfabetização, por isso não há itens de Matemática.
Já para a 8ª série/9º ano e 3º ano do Ensino Médio, utilizamos 91 itens de Língua Portuguesa e
91 de Matemática distribuídos em 7 blocos de 13 itens, para cada disciplina. Foram gerados 21
modelos de cadernos. Os estudantes responderam a 2 blocos de Língua Portuguesa (26 itens) e 2
blocos de Matemática (26 itens). Assim, cada estudante respondeu no total a 52 itens alternados
entre Língua Portuguesa e Matemática.
Desafio:
Vamos aprender a elaborar itens? Você pode “baixar” do Portal
da Avaliação o Documento Guia de Elaboração de Itens de Língua
Portuguesa. Com base nesse documento, elabore alguns itens e
aplique em sua turma. Registre os resultados em seu Diário de
Bordo e depois troque experiências com outros professores.
ESTAÇÃO MATRIZ
33
Trilha 4
A Metodologia de Análise dos Testes
Depois da aplicação, as respostas dos testes são enviadas ao CAEd e geram uma grande quantidade
de informações que precisam ser transformadas em resultados de desempenho para que possam
ser analisados qualitativamente.
Como você pode imaginar, os dados resultantes da aplicação dos testes constituem um conjunto
de informações importantes que são organizadas em uma base de dados, que inclui a Gerência
Regional de Ensino (GRE), município, escola, série, turno, turma, rede e as opções de resposta dos
itens respondidos pelos estudantes. Assim, é possível localizar informações específicas por GRE,
município, escola, série, turno, turma por rede de ensino e até por estudante. Após a montagem da
base de dados, é feito o tratamento estatístico das respostas dos itens utilizando os procedimentos
da Teoria da Resposta ao Item – TRI. Essa é uma modelagem que possibilita gerar uma medida de
sua habilidade, denominada proficiência.
34
Etapa 3: Resultados
36
Bem-vindo aos resultados de desempenho de sua escola.
Professor, como você pode ver, todo processo avaliativo, seja aquele realizado em sala de aula ou
o externo, parte da premissa de que a avaliação deve produzir seus resultados com um propósito
específico: servir de subsídios para a construção de um diagnóstico.
Nesta etapa você terá acesso aos resultados de sua escola em Língua Portuguesa e aprenderá como
a Escala de Proficiência pode ser útil para a melhoria da aprendizagem de seus estudantes.
ESTAÇÃO RESULTADOS
37
Trilha 5 A Apresentação e a Análise dos
Resultados da sua Escola
Para você aproveitar da melhor forma possível a trilha, os resultados de sua escola foram analisados
por duas teorias estatísticas: Teoria Clássica dos Testes (TCT) e Teoria da Resposta ao Item (TRI).
Pela Teoria da Resposta ao Item (TRI), o foco principal são as medidas de desempenho alocadas
nos diversos níveis da Escala de Proficiência. Para a compreensão desses resultados, são discutidas
diferentes apresentações dos resultados de proficiência. Na Abrangência são apresentados o
quantitativo bruto de estudantes nas diferentes turmas e turnos da escola, o número de estudantes
avaliados por turma e o percentual de participação para cada turma. O Quadro Comparativo de
Proficiência posiciona a média de proficiência da escola em comparação às médias de proficiência
do Brasil, do Estado, da GRE a qual pertence a escola e do Município. E por fim, a Distribuição
do Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência em Alfabetização informa o percentual de
estudantes da escola e do estado em cada nível da escala de proficiência, além de posicionar as
médias da escola e do estado nos níveis correspondentes. O objetivo fundamental desse último
gráfico é possibilitar a identificação do percentual de estudantes do Estado e da escola nas diferentes
categorias de desempenho, bem como reconhecer a posição das médias da escola e do Estado
dentro das categorias.
Pela teoria Clássica dos Testes (TCT), o foco principal é a apresentação dos resultados tendo por
base as médias do acerto ao teste. Essas médias de acerto são então dispostas de quatro maneiras.
Na primeira, o Gráfico das Médias de Acerto por Descritor, dispõe os descritores que compuseram
o teste aplicado e a média de acerto para cada descritor, levando em conta todo o universo de
estudantes que realizaram a avaliação. Na segunda, o Gráfico Comparativo dos Resultados
Alcançados, apresenta a média de acertos geral do Estado, da GRE a qual pertence a escola, do
Município e da própria Escola. Na terceira forma, o Gráfico dos Resultados da Escola por Turma,
apresenta todas as turmas que foram avaliadas na escola e o percentual de acertos das turmas em
cada descritor. Por último, são apresentados os Resultados da Escola por Estudante. Nesse quadro
pode-se identificar o percentual de acerto para cada estudante, de cada turma da escola, em cada
descritor.
SAEPE 2008
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Resultados de Proficiência da sua escola
1. Abrangência
Compare a média da sua escola com as outras médias. Como você interpreta a posição da sua
escola? Quais os fatores que podem ter contribuído para esse resultado?
E a participação da sua escola? Caso você considere essa posição pouco satisfatória, como modificar
essa situação para as próximas avaliações?
ESTAÇÃO RESULTADOS
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Gráficos do Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência
No Estado:
Em sua escola:
Agora que você já conhece o percentual de estudantes em cada nível de proficiência e a evolução
da proficiência da sua escola, é preciso identificar quem são esses estudantes. Para isso, temos que
SAEPE 2008
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Média de acerto por descritor nos testes aplicados
Comecemos por conhecer, a média de acerto por descritor dos estudantes de sua escola.
41
ESTAÇÃO RESULTADOS
Quadro comparativo dos resultados alcançados
Neste quadro você poderá comparar o percentual de outros no teste no Estado, GRE, Município e
em sua escola.
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Os resultados da sua escola por turma
Professor, na tabela a seguir, são apresentados os resultados de sua escola por turma. Além disso, você poderá observar como foi o desempenho das turmas em cada
uma das questões que compuseram os teste realizado pelos estudantes.
ESTAÇÃO RESULTADOS
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SAEPE 2008
44
Os resultados do desempenho dos estudantes
Prefessor, a próxima tabela traz uma infromação que você, certamente, está ansioso por conhecer: o desempenho dos estudantes de sua turma em casa uma das
questões que compuseram o teste.
Desafio:
C) Agora, observe o descritor no qual os estudantes de sua escola tiveram mais dificuldade.
Escreva-o.
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Discuta com os demais profissionais de sua escola suas observações. Uma boa forma de con-
duzir essa discussão seria trocar informações sobre as atividades realizadas por você e que se
relacionam aos descritores que compõem a Matriz de Referência para Avaliação.
Agora que você já analisou o desempenho dos estudantes, tente planejar, com os demais
profissionais da escola, atividades que possam contribuir para que os estudantes avancem em
seus processos de aprendizagem. A troca de informações pode dar origem a um planejamento
conjunto entre os profissionais, o que certamente contribuirá para um enriquecimento dos
professores e, consequentemente, para a melhoria da qualidade do trabalho pedagógico.
ESTAÇÃO RESULTADOS
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Desafio:
C) Depois de fazer essa consulta, escreva, resumidamente, as suas conclusões com relação
ao desempenho da turma.
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
D)Pense quais os procedimentos pedagógicos necessários para que aqueles estudantes, que
ainda apresentam desempenho insatisfatório, avancem. E também para que aqueles que
tiveram bom desempenho no teste, mantenham esses resultados.
E) Faça um quadro, como no exemplo abaixo, em que você possa registrar as suas
conclusões.
Discuta com os seus colegas suas conclusões, especialmente com os demais professores que
trabalham, ou trabalharão, com esses estudantes. Compartilhe essas informações com o(a)
diretor(a) e a equipe pedagógica da escola.
46
Trilha 6 A Escala de Proficiência
Professor, uma escala é a expressão da medida de uma grandeza. É uma forma de apresentar
resultados com base em uma espécie de régua construída com critérios próprios. Em seu percurso
pelos caminhos da avaliação, a Escala de Proficiência é uma ferramenta a orientá-lo em relação às
competências que seus estudantes desenvolveram.
Em sala de aula você usa, muitas vezes, um intervalo de 0 a 10 que estabelece a nota do estudante
em uma prova. Trabalhar com uma medida que expressa a quantidade de questões acertadas pode
funcionar para avaliar os estudantes em sala de aula. Para obter essa nota, como já falamos, você
pode utilizar vários instrumentos e o conjunto desses instrumentos será usado no julgamento do
desempenho do estudante.
Para avaliar um sistema inteiro, entretanto, é necessária uma medida específica. Essa medida é o que
chamamos de Escala de Proficiência. Assim, enquanto a escola, na sua avaliação interna, trabalha
com notas ou conceitos individuais, a avaliação externa trabalha com a média de desempenho do
grupo avaliado.
47
SAEPE 2008
48
Educação Básica
Escala de Proficiência: uma caminhada pelo desenvolvimento da Língua Portuguesa.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS
Identifica letras
Apropriação
do Sistema Manifesta consciência
de Escrita fonológica
Lê palavras
Localiza informação
Identifica tema
Estratégias
de Leitura
Realiza inferência
Estabelece relações
lógico-discursivas
Identifica elementos
de um texto narrativo
Processamento
do Texto Estabelece relações
entre textos
Distingue posicionamentos
Identifica marcas
linguísticas
Legenda:
A gradação de cores indica a complexidade da competência desenvolvida Leitor Iniciante Leitor Iniciante Leitor Ativo Leitor Interativo Leitor Interativo Leitor Proficiente
Avançado Avançado
Desafio:
Consulte no Portal da Avaliação a Escala de Proficiência. A forma
como a escala está apresentada no Portal permite uma interação
muito maior com o texto. Você fará grandes descobertas.
Como você viu, a Escala de Proficiência em Língua Portuguesa é composta por três domínios:
Apropriação do Sistema de Escrita, Estratégias de Leitura e Processamento do Texto.
Cada um dos domínios se divide em competências que, por sua vez, reúnem um conjunto de
habilidades que são apresentadas por meio dos descritores da Matriz de Referência. As cores que vão
do amarelo-claro ao vermelho apresentam a gradação das habilidades desenvolvidas, pertinentes a
cada competência apresentada na escala.
ESTAÇÃO RESULTADOS
49
Detalhamento dos domínios e competências da Escala
DOMÍNIO: APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA
Professor, a apropriação do sistema de escrita é condição para que o estudante leia com
compreensão e de forma autônoma. Essa apropriação é o foco do trabalho nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, ao longo dos quais se espera que o estudante avance em suas hipóteses
sobre a língua escrita. Nesse domínio, encontram-se reunidas quatro competências que envolvem
percepções acerca dos sinais gráficos que utilizamos na escrita – as letras – e sua organização
na página e aquelas referentes a correspondências entre som e grafia. O conjunto dessas
competências permite ao alfabetizando ler com compreensão.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Identifica letras
Uma das primeiras hipóteses que a criança formula com relação à língua escrita é a de que escrita
e desenho são uma mesma coisa. Sendo assim, quando solicitada a escrever, por exemplo, “casa”,
a criança pode simplesmente desenhar uma casa. Quando começa a ter contatos mais sistemáticos
com textos escritos, observando-os e vendo-os ser utilizados por outras pessoas, a criança começa a
perceber que escrita e desenho são coisas diferentes, reconhecendo as letras como os sinais que se
deve utilizar para escrever. Para chegar a essa percepção, a criança deverá, inicialmente, diferenciar
as letras de outros símbolos gráficos, como os números, por exemplo. Uma vez percebendo essa
diferenciação, um próximo passo será o de identificar as letras do alfabeto, nomeando-as e sabendo
identificá-las mesmo quando escritas em diferentes padrões.
Estudantes que se encontram em níveis de proficiência até 125 pontos estão em processo de
desenvolvimento dessa competência e esse fato é indicado na Escala de Proficiência pela cor amarelo-
clara.
Estudantes com nível de proficiência acima de 125 pontos diferenciam as letras de outros sinais
gráficos e identificam as letras do alfabeto, mesmo quando escritas em diferentes padrões gráficos.
Esse dado está indicado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.
SAEPE 2008
50
COMPETÊNCIA: Manifesta consciência fonológica
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Manifesta consciência
fonológica
Os estudantes que se encontram em níveis de proficiência até 125 pontos estão em processo
de consolidação dessa competência que envolve habilidades de perceber e refletir sobre as relações
entre fala e escrita. Esse fato é representado, na Escala de Proficiência, pela cor amarela. Para que
essa competência se desenvolva, concorrem as habilidades de identificar rimas, contar as sílabas
de uma palavra, identificar sílabas no início, meio e fim de palavras e estabelecer relações entre
fonemas e grafemas. Essas habilidades começam a ser desenvolvidas na educação infantil e são
objeto de um trabalho mais sistemático nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Estudantes com proficiência acima de 125 pontos já consolidaram essa habilidade e esse fato
está representado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.
COMPETÊNCIA: Lê palavras
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Lê palavras
Para ler palavras com compreensão, o alfabetizando precisa desenvolver algumas habilidades.
Uma delas, bastante elementar, é a de identificar as direções da escrita: de cima para baixo e da
esquerda para direita. Em geral, ao iniciar o processo de alfabetização, o alfabetizando lê com maior
facilidade as palavras formadas por sílabas no padrão consoante/vogal, isso porque quando estão se
apropriando da base alfabética, as crianças constroem uma hipótese inicial de que todas as sílabas
são formadas por esse padrão. Posteriormente, em função de sua exposição a um vocabulário mais
amplo e a atividades nas quais são solicitadas a refletir sobre a língua escrita, tornam-se hábeis na
leitura de palavras compostas por outros padrões silábicos.
Na Escala de Proficiência, a cor amarela indica que os estudantes que apresentam níveis de
proficiência de até 125 pontos estão em processo de consolidação dessa competência. Podem, por
exemplo, já ter desenvolvido a habilidade de ler palavras no padrão consoante/vogal, mas encontrar
dificuldades com relação a palavras que apresentam outros padrões silábicos, decodificando-as
mais lentamente, o que pode comprometer o processo de compreensão.
A cor vermelha indica que estudantes com proficiência acima de 125 pontos já consolidaram as
habilidades que concorrem para a construção da competência de ler palavras.
ESTAÇÃO RESULTADOS
51
DOMÍNIO: ESTRATÉGIAS DE LEITURA
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Localiza informação
A competência de localizar informação explícita em textos pode ser considerada uma das mais
elementares, uma vez que seu desenvolvimento torna o leitor pode recorrer a textos de diversos
gêneros, buscando neles informações de que possa necessitar. Essa competência pode apresentar
diferentes níveis de complexidade - desde localizar informações em frases, por exemplo, até fazer
essa localização em textos mais extensos - e se consolida a partir do desenvolvimento de um conjunto
de habilidades que devem ser objeto de trabalho do professor em cada período de escolarização.
Isso está indicado, na Escala de Proficiência, pela gradação de cores.
Estudantes que se encontram num nível de proficiência de até 125 pontos localizam informações
em frases, pequenos avisos, bilhetes curtos, um verso. Essa é uma habilidade importante porque
mostra que o leitor consegue estabelecer nexos entre as palavras que compõem uma sentença,
produzindo sentido para o todo e não apenas para as palavras isoladamente. Na Escala de
Proficiência, o desenvolvimento dessa habilidade está indicado pela cor amarelo-clara.
Os estudantes que apresentam proficiência entre 125 e 175 pontos localizam informações em
textos curtos, de gênero familiar e com poucas informações. Esses leitores conseguem, por exemplo,
a partir da leitura de um convite, localizar o lugar onde a festa acontecerá ou ainda, a partir da
leitura de uma fábula, localizar uma informação relativa à caracterização de um dos personagens.
Essa habilidade está indicada, na Escala, pela cor amarelo-escura.
Os estudantes com proficiência entre 175 e 225 pontos localizam informações em textos mais
extensos, desde que o texto se apresente em gênero que lhes seja familiar. Esses leitores selecionam,
dentre as várias informações apresentadas pelo texto, aquela(s) que lhes interessa(m). Na Escala de
Proficiência, a cor laranja-clara indica o desenvolvimento dessa habilidade.
Os estudantes com proficiência entre 225 e 250 pontos, além de localizar informações em
textos mais extensos, conseguem localizá-las mesmo quando o gênero e o tipo textual lhe são
menos familiares. Isso está indicado, na Escala de Proficiência, pela cor laranja-escura.
52
COMPETÊNCIA: Identifica tema
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Identifica tema
Estudantes que apresentam um nível de proficiência entre 150 e 175 pontos identificam o
tema de um texto desde que esse venha indicado no título, como no caso de textos informativos
curtos, notícias de jornal ou revista, textos instrucionais. Esses estudantes começam a desenvolver
a competência de identificar tema de um texto, fato indicado na Escala de Proficiência pela cor
amarelo-clara.
Estudantes com proficiência entre 175 e 225 pontos fazem a identificação do tema de um texto
valendo-se de pistas textuais. Na Escala de Proficiência, a cor amarelo-escura indica esse nível mais
complexo de desenvolvimento da competência de identificar tema de um texto.
Estudantes com proficiência entre 225 e 275 pontos identificam o tema de um texto mesmo
quando esse tema não está marcado apenas por pistas textuais, mas é inferido a partir da conjugação
dessas pistas com a experiência de mundo do leitor. Justamente por mobilizar intensamente a
experiência de mundo, estudantes com esse nível de proficiência conseguem identificar o tema em
textos que exijam inferências desde que os mesmos sejam de gênero e tipo familiares. A cor laranja-
clara indica este nível de complexidade mais elevado da competência.
Já os estudantes com nível de proficiência a partir de 275 pontos identificam o tema em textos
de tipo e gênero menos familiares que exijam a realização de inferências nesse processo. Esses
estudantes já consolidaram a competência de identificar tema em textos, o que está indicado na
Escala de Proficiência pela cor vermelha.
ESTAÇÃO RESULTADOS
53
COMPETÊNCIA: Realiza inferências
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Realiza inferência
Fazer inferências é uma competência bastante ampla e que caracteriza leitores mais experientes,
que conseguem ir além daquelas informações que se encontram na superfície textual, atingindo
camadas mais profundas de significação. Para realizar inferências, o leitor deve conjugar, no processo
de produção de sentidos para o que lê, as pistas oferecidas pelo texto aos seus conhecimentos
prévios, à sua experiência de mundo. Estão envolvidas na construção da competência de fazer
inferências as habilidades de: inferir o sentido de uma palavra ou expressão a partir do contexto
no qual ela aparece; inferir o sentido de sinais de pontuação ou outros recursos morfossintáticos;
inferir uma informação a partir de outras que o texto apresenta ou, ainda, o efeito de humor ou
ironia num texto.
Aqueles estudantes que apresentam proficiência entre 175 e 225 pontos inferem informações
em textos não-verbais e de linguagem mista, desde que a temática desenvolvida e o vocabulário
empregado lhes sejam familiares. Esses estudantes conseguem, ainda, inferir o efeito de sentido
produzido por sinais de pontuação e o efeito de humor em textos como piadas e tirinhas. Na
Escala de Proficiência o desenvolvimento dessas habilidades pelos estudantes está indicado pela cor
amarelo-escura.
Estudantes com proficiência entre 225 e 275 pontos realizam tarefas mais sofisticadas como
inferir o sentido de uma expressão metafórica ou efeito de sentido de uma onomatopeia; inferir o
efeito de sentido produzido pelo uso de uma palavra em sentido conotativo e pelo uso de notações
gráficas e, ainda, o efeito de sentido produzido pelo uso de determinadas expressões em textos
pouco familiares e/ou com vocabulário mais complexo. Na Escala de Proficiência o desenvolvimento
dessas habilidades está indicado pela cor laranja-clara.
54
COMPETÊNCIA: Identifica gênero, função e destinatário de textos de diferentes gêneros
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Aqueles estudantes com proficiência de 175 a 250 pontos identificam o gênero e o destinatário
de textos de ampla circulação na sociedade, valendo-se das pistas oferecidas pelo texto, tais como:
o tipo de linguagem e o apelo que faz a seus leitores em potencial. Na Escala de Proficiência, a
maior complexidade dessa competência está indicada pela cor amarelo-escura.
ESTAÇÃO RESULTADOS
55
DOMÍNIO: PROCESSAMENTO DO TEXTO
Nesse domínio, estão agrupadas competências cujo desenvolvimento tem início nas séries iniciais
do Ensino Fundamental, progredindo em grau de complexidade até o final do Ensino Médio. Para
melhor compreendermos o desenvolvimento dessas competências, precisamos lembrar que a
avaliação tem como foco a leitura, não se fixando em nenhum conteúdo específico. Na verdade,
diversos conteúdos trabalhados no decorrer de todo o período de escolarização contribuem para
o desenvolvimento das competências e habilidades associadas a esse domínio.
Chamamos de processamento do texto as estratégias utilizadas na sua constituição e sua
utilização na e para a construção do sentido do texto. Nesse domínio, encontramos cinco
competências, as quais serão detalhadas a seguir, considerando que as cores apresentadas na
Escala, indicam o início do desenvolvimento da habilidade, as gradações de dificuldade e sua
consequente consolidação.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Estabelece relações
lógico-discursivas
Os estudantes com proficiência acima de 300 pontos na Escala estabelecem relações lógico-
semânticas mais complexas, pelo uso de conectivos menos comuns ou mesmo pela ausência de
conectores. A cor vermelha indica a consolidação das habilidades associadas a essa competência.
SAEPE 2008
É importante ressaltar que o trabalho com elementos de coesão e coerência do texto deve ser
algo que promova a compreensão de que os elementos linguísticos que constroem uma estrutura
sintática estabelecem entre si uma rede de sentido, o qual deve ser construído pelo leitor.
56
COMPETÊNCIA: Identifica elementos de um texto narrativo
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Identifica elementos
de um texto narrativo
Os textos com sequências narrativas são os primeiros com os quais todos nós entramos em contato
e com os quais mantemos maior contato, tanto na oralidade quanto na escrita. Daí, observarmos
a consolidação das habilidades associadas a essa competência em níveis mais baixo da Escala
de Proficiência, ao contrário do que foi visto na competência anterior. Identificar os elementos
estruturadores de uma narrativa significa conseguir dizer onde, quando e com quem os fatos
ocorrem, bem como sob que ponto de vista a história é narrada. Essa competência envolve, ainda,
a habilidade de reconhecer o fato que deu origem à história (conflito ou fato gerador), o clímax e o
desfecho da narrativa. Esses elementos dizem respeito tanto às narrativas literárias (contos, fábulas,
crônicas, romances...) como a narrativas de caráter não-literário, uma notícia, por exemplo.
Os estudantes cuja proficiência se encontra entre 150 e 175 pontos na Escala, nível marcado
pela cor amarelo-clara, estão começando a desenvolver essa competência. Esses estudantes
identificam o fato gerador de uma narrativa curta e simples, bem como reconhecem o espaço em
que transcorrem os fatos narrados.
Entre 175 e 200 pontos na Escala, há um segundo nível de complexidade, marcado pela cor
amarelo-escura. Nesse nível, os estudantes reconhecem, por exemplo, a ordem em que os fatos são
narrados.
A partir de 200 pontos, os estudantes agregam a essa competência mais duas habilidades:
o reconhecimento da solução de conflitos e do tempo em que os fatos ocorrem. Nessa última
habilidade, isso pode ocorrer sem que haja marcas explícitas, ou seja, pode ser necessário fazer uma
inferência. A faixa vermelha indica a consolidação das habilidades envolvidas nessa competência.
COMPETÊNCIAS
Estabelece relações
entre textos
Essa competência diz respeito ao estabelecimento de relações intertextuais, as quais podem ocorrer
dentro de um texto ou entre textos diferentes. É importante lembrar, também, que a intertextualidade
é um fator importante para o estabelecimento dos tipos e dos gêneros, na medida em que os
relaciona e os distingue. As habilidades envolvidas nessa competência começam a ser desenvolvidas
em níveis mais altos da Escala de Proficiência, revelando, portanto, tratar-se de habilidades mais
complexas, que exigem do leitor uma maior experiência de leitura.
Os estudantes que se encontram entre 225 e 275 pontos na Escala, marcado pela cor amarelo-
clara, começam a desenvolver as habilidades dessa competência. Esses estudantes reconhecem
ESTAÇÃO RESULTADOS
O amarelo-escuro, 275 a 325 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que
se encontra nesse intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas ao comparar textos,
como, por exemplo, reconhecer, na comparação entre textos, posições contrárias acerca de um
determinado assunto.
57
A partir de 325 pontos temos o vermelho, que indica a consolidação das habilidades
relacionadas a essa competência. Os estudantes que ultrapassam esse nível na Escala de Proficiência
são considerados leitores proficientes.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Distingue posicionamentos
Distinguir posicionamentos está diretamente associado a uma relação mais dinâmica entre o leitor e o texto.
Essa competência começa a se desenvolver entre 200 e 225 pontos na Escala de Proficiência.
Os estudantes que se encontram no nível indicado pelo amarelo-claro, distinguem fato de opinião
em um texto narrativo, por exemplo.
O laranja-claro, 275 a 325 pontos, indica uma nova gradação de complexidade das habilidades
associadas a essa competência. Os estudantes cujo desempenho se localiza nesse intervalo da Escala
de Proficiência conseguem reconhecer, na comparação entre textos, posições contrárias acerca de
um determinado assunto.
O vermelho, acima do nível 325, indica a consolidação das habilidades envolvidas nessa
competência.
É importante lembrar que são habilidades mais complexas, exigindo uma maior capacidade de
abstração, pois a opinião pode se manifestar pelo uso de um adjetivo, de um advérbio ou de um
certo verbo, por exemplo.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Identifica marcas
linguísticas
Essa competência relaciona-se ao reconhecimento de que a língua não é imutável e faz parte do
patrimônio social e cultural de uma sociedade.
Assim, identificar marcas linguísticas significa reconhecer as variações que uma língua apresenta, de
acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
linguísticas.
58
Os estudantes que se encontram na faixa amarelo-clara – de 125 a 175 pontos na Escala –
começam a desenvolver essa competência, ao reconhecer expressões próprias da oralidade.
Os estudantes que apresentam uma proficiência de 275 a 325 pontos, cor laranja-escura,
identificam marcas de coloquialidade que evidenciam o locutor e o interlocutor, as quais são
indicadas por expressões idiomáticas.
ESTAÇÃO RESULTADOS
59
Trilha 7
Os Perfis de Desempenho em Língua
Portuguesa
No entanto, esse perfil não é fixo, pelo contrário, ele está sujeito a muitas variáveis ou pode
até modificar-se intencionalmente a partir de nossa interferência. Por exemplo, se um grupo de
estudantes se enquadra em um perfil de baixo desempenho, é totalmente possível reverter esse
quadro com ações de intervenção pedagógicas específicas. Essas ações terão maior efeito se você
identificar, com clareza, o nível de desempenho dos estudantes.
É esse o caminho a percorrer nesta trilha. Aqui, você conhecerá os perfis de desempenho em Língua
Portuguesa e, para exemplificar o que o estudante pode resolver, vamos apresentar alguns itens do
teste.
60
Os Perfis de desempenho em Leitura
Os perfis de leitor que serão apresentados a seguir foram definidos a partir dos níveis da Escala de
Proficiência em leitura. Eles descrevem, de forma sintética, características comuns a estudantes que
se encontram num mesmo nível de proficiência, portanto tomam como referência o desempenho
desses estudantes nos testes, ou seja, as habilidades em leitura que os estudantes demonstram ter
desenvolvido.
Esses perfis não estabelecem uma tipologia de leitores que evoluiria de forma linear ao longo do
processo de escolarização, mas evidenciam habilidades em leitura que os estudantes já consolidaram
e sinalizam aquelas que ainda precisam ser consolidadas e que podem ser observadas em níveis
subsequentes de proficiência.
As características apresentadas nos perfis não esgotam tudo aquilo que os estudantes realizam,
uma vez que as habilidades avaliadas são apenas aquelas consideradas as mais importantes
em cada etapa da escolarização e passíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha.
Cabe aos docentes, através dos instrumentos de observação e dos registros que utilizam em sua
prática cotidiana, identificar outras características apresentadas por seus estudantes e que não são
contempladas nos perfis. Isso porque, a despeito de traços comuns a estudantes que se encontram
num mesmo nível de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para
a reorientação da prática pedagógica, com vistas à melhoria da qualidade da educação a que os
estudantes têm direito.
É importante lembrar, ainda, que os perfis não estão, necessariamente, vinculados a uma etapa
da escolarização. Podemos encontrar, por exemplo, estudantes que estão na 8ª série/9º ano de
escolarização que apresentam um perfil compatível com nível de proficiência desejável a estudantes
da 4ª série/5º ano, ou mesmo com aqueles que estão iniciando seu processo de formação como
leitores. Há, ainda, a possibilidade de identificar estudantes que apresentam perfil de leitores que
normalmente se encontram em etapas posteriores de escolarização. Professor, em ambos os casos
a identificação dos perfis de leitores pode subsidiar a escola no planejamento de intervenções para
atender às necessidades apresentadas pelos estudantes.
61
Quadro da descrição sintética dos perfis de leitor
Intervalo Perfil Descrição Sintética
Aqueles estudantes que se encontram em níveis de proficiência abaixo de 75 pontos não diferenciam,
ainda, letras de outros sinais gráficos, portanto, muito provavelmente, não diferenciam a escrita
do desenho ou de pseudo-letras ou rabiscos. É necessária uma avaliação diagnóstica por parte
dos professores para que seja possível identificar as hipóteses sobre a língua escrita que eles já
formulam.
SAEPE 2008
62
Já aqueles estudantes que se encontram no nível de proficiência entre 75 e 125 pontos começam
a compreender como a língua escrita representa sons da fala; diferenciar letras de outros sinais,
portanto já sabem que a escrita se diferencia de desenhos e outras formas gráficas; percebem
que as palavras são compostas por unidades menores que elas próprias e que existe uma
correspondência entre o que se fala e o que se escreve, embora não necessariamente saibam fazer
essa correspondência de forma convencional. A análise dos textos que apresentamos a seguir pode
nos ajudar a compreender melhor o que esses leitores realizam.
Texto 1
Texto 2
O JACARÉ
PARECE UM TRONCO DE ÁRVORE, O JACARÉ,
BOIANDO NO MEIO DO RIO
PORÉM, QUANDO ELE ABRE A BOCA,
EU NÃO RIO, DOU NO PÉ.
FILHO, Aristides Torres. Bichos divertidos. São Paulo: Scipione, 2004.
O Leitor Iniciante provavelmente não encontraria dificuldades na leitura do texto 1, um aviso que se
resume a uma única frase. As palavras que compõem a frase estão escritas em letras maiúsculas, o
que contribui para que as diferenças entre o traçado das letras possa ser mais claramente perceptível,
facilitando o processo de leitura. Os leitores com perfil de Leitor Iniciante conseguem ler frases
simples, no padrão canônico – sujeito/verbo/objeto, sendo essa uma habilidade importante uma
vez que a leitura de frases requer a capacidade de estabelecer nexos entre os diferentes elementos
que as compõem. Ao ler uma frase, além de decodificar as palavras, o leitor deve armazená-las em
sua memória de trabalho para, ao término da leitura, produzir um sentido para a frase como um
todo pela articulação de suas partes. Por terem desenvolvido essa habilidade, esses leitores leem
pequenos avisos, como aquele apresentado no exemplo, mensagens curtas, manchetes, embora
possam encontrar dificuldades quando nessas frases aparecem palavras formadas por sílabas com
maior complexidade. Os estudantes com perfil de Leitor Iniciante conseguem, portanto, de ler o
aviso extraindo dele informações como o que está sendo vendido e como são as pipas. Além disso,
saberiam identificar a finalidade do texto.
Com relação ao texto 2, uma poesia, gênero provavelmente familiar aos estudantes, composta
ESTAÇÃO RESULTADOS
por poucos versos e vocabulário simples, o Leitor Iniciante consegue lê-la, embora possa encontrar
alguma dificuldade em fazer inferências básicas, tais como o duplo sentido da palavra rio, que
aparece no segundo verso como acidente geográfico e, no último, como uma conjugação do verbo
rir. Outra inferência que pode representar uma dificuldade ao Leitor Iniciante é a compreensão de
por que o autor afirma, nos dois últimos versos, que “dá no pé” quando o jacaré abre a boca. Por
essa razão, esse leitor pode necessitar, ainda, do apoio de parceiros mais experientes para realizar
uma leitura com compreensão.
63
As dificuldades que o Leitor Iniciante encontra para realizar inferências e para ler textos mais longos
podem ser consequência de uma leitura ainda hesitante, vagarosa, o que dificulta a produção de sentidos
para o que se lê pelo esforço e tempo despendidos no processo de decodificação. Além disso, quando os
estudantes dispõem de um vocabulário limitado, essa pode ser uma dificuldade adicional.
Sem desconsiderar essa experiência anterior do leitor, o termo “Iniciante Avançado” é utilizado,
aqui, para fazer referência às primeiras iniciativas de leitura compreensiva de forma autônoma, ou
seja, esse termo faz referência àqueles leitores que já podem ser considerados alfabetizados, por
decifrarem o texto escrito e produzir sentido para ele.
O que diferencia o Leitor Iniciante de um Leitor Iniciante Avançado é o fato de que, para esse último,
a decifração do escrito já não apresenta dificuldades, exceto no caso de palavras pouco familiares,
que podem exigir um esforço maior para sua decifração, tornando a leitura menos fluente. O texto
que apresentamos a seguir pode nos ajudar a compreender as habilidades de leitura que o Leitor
Iniciante Avançado já construiu.
Texto
A PANELA MÁGICA
Era uma vez uma menina que vivia sozinha com sua mãe, e as duas já não
tinham coisa alguma para comer. Indo à floresta, a menina encontrou
uma velha muito simpática, que, sabendo de sua dolorosa situação,
ofereceu-lhe uma panelinha mágica. Quando a menina dissesse:
”Cozinha, panelinha, cozinha”, a panela cozinhava um gostoso mingau,
e quando dissesse : “Pára, panelinha, pára”, ela imediatamente deixava
de cozinhar. A menina levou a panela para casa, e ela e sua mãe nunca
mais passaram fome.
Jacob e Wilhelm Grimm. Contos de Grimm. Belo Horizonte, Itatiaia, 2000. (Fragmento)
Para ler com compreensão o conto “A panela mágica”o leitor, além de decifrar as palavras que
o constituem, precisa conhecer o significado dessas palavras, ou seja, precisa ter o domínio de
um vocabulário razoável. O vocabulário do texto utilizado como exemplo pode ser considerado
acessível a leitores com perfil de Leitor Iniciante Avançado que realizam uma decifração do texto
suficientemente fluente.
Além do conhecimento do vocabulário, esses leitores dispõem de uma fluência na leitura que lhes
permite reter na memória as palavras lidas, impedindo que se percam na progressão textual.
Por apresentarem certa familiaridade com o tipo narrativo e o gênero contos de fadas, conseguem
fazer predições baseando-se no título do texto e no modo como ele se inicia “Era uma vez...”
SAEPE 2008
Portanto, logo no início do texto, já conseguem “preparar” para a leitura em função do que esperam
encontrar: uma história.
Estudantes que correspondem ao perfil de Leitor Iniciante Avançado conseguem, ao ler esse texto
64 – um texto curto, de linguagem simples e gênero que provavelmente lhes é familiar – localizar
informações como, por exemplo, com quem a menina da história vivia, quem ela encontrou na
floresta, o que a velha lhe deu de presente, dentre outras que se encontram explícitas na superfície
textual.
Além de localizar informações dessa natureza, o leitor Iniciante Avançado, infere o sentido de
palavras que possam ser desconhecidas a partir do contexto em que elas aparecem como, por
exemplo, a palavra “imediatamente”, cujo sentido pode ser inferido a partir do contexto da frase:
“Pára, panelinha, pára” e ela, imediatamente, parava de cozinhar, o que permite compreender que
“imediatamente” quer dizer “na mesma hora”.
Sabemos que algumas crianças se apropriam da estrutura dos textos narrativos muito antes de
estarem alfabetizadas. Isso acontece quando adultos leem ou contam para elas histórias como
contos tradicionais e lendas. Desse modo elas reproduzem a estrutura desses textos no plano
da oralidade: contam histórias com princípio, meio e fim, caracterizam personagens e até dão
entonações específicas à sua fala em momentos de clímax ou desfecho. Entretanto, para que
construam as competências de identificar os elementos que compõem a narrativa e estabelecer
relações lógico discursivas entre eles em textos escritos, necessitam desenvolver habilidades que
permitam reconhecer o modo como as diferentes partes do texto se articulam, permitindo a
progressão textual. Para isso, precisam tornar-se conscientes dos nexos que se estabelecem entre
as partes do texto e que permitem sua progressão. As habilidades necessárias a essa percepção
começam a ser construídas pelo Leitor Iniciante Avançado e delineiam mudanças no perfil desse
leitor. Tais mudanças se consolidarão num nível posterior de proficiência, no qual se encontra o
Leitor Ativo.
Vamos compreender melhor as habilidades que o estudante com perfil de Leitor Ativo mobiliza a
partir de uma análise do texto que apresentamos a seguir.
ESTAÇÃO RESULTADOS
65
Texto
Uma história de príncipes e reis. E nada de dragões.
Numa bela manhã, um formoso reino recebia ordens de um outro reino
distante. Com o cair da tarde, porém, este encanto se quebrou e ele
tornou-se livre como sempre sonhou...
Não, não houve feitiço nenhum. Nem bruxaria. Essa história que está aí
em cima aconteceu no Brasil e, portanto, não inclui bruxas, feiticeiros ou
dragões. Mas tinha príncipes. Bem diferentes dos contos de fada, mas
eram príncipes. Um deles, de nome Pedro , estava viajando de Santos
a São Paulo quando recebeu uma carta do pai, o rei de Portugal. Devia
estar bem bravo: exigiu a volta do filho para casa. Não porque estava
tarde, mas porque disso dependia a manutenção do poder.
O fato é que, depois daquele grito - cantado até no nosso hino -, o Brasil
passou a não receber mais ordens de Portugal. Durante um tempo, Pedro
foi rei. Depois, obedeceu ao pai e voltou para casa, deixando a coroa para
seu filho - outro Pedro, o segundo. Um detalhe: o menino tinha apenas
cinco anos. Devia acreditar em bruxas, feiticeiros e dragões, embora
nessa história não tenha dragão nenhum. Só quando completou 14
anos pôde assumir o poder. Isso até 1889, quando outros descontentes
resolveram que o País deveria ser uma República. Mas essa já é uma
outra história.
Extraído de BRASIL: Almanaque de Cultura Popular, n° 113, setembro de 2008, p. 17.
Estudantes que apresentam o perfil de Leitor Ativo identificam a função do texto, a despeito dele
apresentar-se num gênero híbrido, que mistura o tipo narrativa de contos de fadas a informações
sobre fatos reais. No caso do texto utilizado como exemplo, tal habilidade seria fundamental à
leitura com compreensão.
“Uma história de príncipes e reis. E nada de dragões.” é um texto informativo, bastante extenso, no
qual várias informações são apresentadas e que relata um episódio da história do Brasil. A despeito
da extensão do texto, estudantes que apresentam o perfil de Leitor Ativo localizam informações
que se encontram na superfície textual tais como: onde a independência do Brasil foi proclamada,
quem a proclamou, quem substituiu Pedro no trono quando ele teve que retornar a Portugal,
dentre outras.
ao nosso hino – para identificar o tema do texto, que não era um conto de fadas, como se poderia
supor de início, mas “A independência do Brasil”, um fato real de nossa história.
66
O vocabulário utilizado no texto é simples, mas também aparecem palavras mais sofisticadas como
“manutenção”, “proclamaria”, “bradou”. É, portanto, um texto que exige do leitor a realização de
algumas inferências, para as quais deverá mobilizar seus conhecimentos do texto e também seus
conhecimentos de mundo. Por exemplo, quando no último parágrafo se afirma que Pedro “voltou
para casa”, é necessário que o leitor infira que essa casa ficava em Portugal. Para realizar essa
inferência, o leitor deve estar atento a uma informação apresentada no segundo parágrafo, no qual
se lê que o rei de Portugal estava bravo e exigia a volta de seu filho para casa. Também é necessário
inferir que o texto relata um fato real da história do Brasil, a despeito do seu início semelhante a
um conto de fadas. Para realizar essa inferência, os conhecimentos de mundo do leitor devem ser
mobilizados, nesse caso, é necessário um conhecimento, ainda que superficial, da história do Brasil.
O Leitor Ativo é aquele que reúne condições para fazer essas inferências, estabelecendo relações
que devem ser buscadas nas entrelinhas do texto.
Outra habilidade importante que o leitor deveria mobilizar para a leitura desse texto seria a de
identificar elementos da narrativa como personagens, tempo, lugar e sequência em que os fatos
são narrados, o que seria possível a estudantes com o perfil de Leitor Ativo.
Para uma leitura com compreensão do texto “Uma história de príncipes reis. E nada de dragões.” o
leitor deveria, ainda, estabelecer relações entre partes do texto, relacionando, no primeiro parágrafo,
a expressão “um deles”, a “príncipes”, ou ainda, no segundo parágrafo, “Pedro” a “fez um discurso
rápido”. Em alguns trechos, tais relações se encontram distantes e a habilidade de reconhecê-las
demarca uma alteração no perfil desses estudantes que indica um passo adiante em seu trajeto de
leitores que conseguem não apenas de agir sobre o texto, mas interagir com ele, identificando as
intenções do autor. Tal capacidade será característica de Leitores Interativos, cujo perfil está descrito
nos boletins da 4a série/5° ano, 8a série/9° ano do Ensino Fundamental e do 3° ano Ensino Médio.
ESTAÇÃO RESULTADOS
67
A interpretação pedagógica dos Níveis de Proficiência
Professor, você viu que na Escala de Proficiência existem intervalos que vão de 0 a 500 pontos.
Esses intervalos são chamados de Níveis de Proficiência. Como o desempenho é apresentado em
ordem crescente e cumulativa, os estudantes posicionados em um nível mais alto da Escala, revelam
ter desenvolvido não só as habilidades do nível em que se encontram, mas também aquelas dos
níveis anteriores. Para proporcionar uma interpretação pedagógica, os níveis de proficiência foram
agrupados em categorias de desempenho.
Assim, na avaliação da 2ª série/3º ano de Língua Portuguesa do SAEPE, consideramos que estão
na categoria Desejável os estudantes que se encontram nos níveis acima de 150 pontos na Escala.
Ou seja, os estudantes que se encontram a partir desse intervalo demonstram dispor das condições
suficientes para prosseguir em seu processo de escolarização. Observe no quadro abaixo as categorias
de desempenho e seus respectivos níveis de proficiência.
68
Categoria de Desempenho: Elementar I
Até 100 pontos
ESTAÇÃO RESULTADOS
69
Item AL0055A8
Esse item avalia a habilidade de identificar sílaba formada pelo padrão silábico consoante/vogal. O
que facilita a realização da tarefa é o tamanho da palavra e a posição inicial do segmento sonoro
a ser reconhecido.
Os estudantes que fizeram a opção pela alternativa D (80,8%) demonstram ter construído a
habilidade avaliada pelo item, uma vez que identificam a segmentação de palavras em sílabas.
Aqueles que escolheram as alternativas A (7,0%), B (3,7%) ou C (5,9%), não conseguiram identificar
o som inicial da palavra “lata”, provavelmente por encontrarem dificuldades na correspondência
entre o som que a consoante “l” realiza na palavra “lata” e o grafema (letra) “l”.
SAEPE 2008
70
Item AL0157A8
LaBO
A)
H j
3 1
B) 4 0
& %
C) = $
? * &
D) , ^
Brancos
A B C D
e Nulos
Esse item tem o objetivo de avaliar a capacidade do estudante diferenciar letras de outros
sinais gráficos. Ele deve identificar o balão no qual aparecem apenas letras, dentre as opções
apresentadas.
71
A representação do nosso sistema de escrita se dá por meio das letras do alfabeto. A compreensão
de que utilizamos, ao escrever, letras e não outros símbolos ou sinais gráficos é fundamental para
que o estudante avance na aquisição desse sistema.
Os estudantes que fizeram opção pela letra A (93,1%) demonstram ter consolidado essa habilidade,
uma vez que identificaram o balão no qual aparecem apenas letras.
Aqueles que optaram pela alternativa B (3,1%) ainda não fazem distinção entre letras e números.
Os que escolheram as alternativas C (1,5%) não distinguem letras de outras formas gráficas
frequentes no mundo letrado.
Os estudantes que marcaram a letra D (0,8%) confundiram letras com alguns sinais do nosso
sistema de escrita, como acentos e sinais de pontuação.
SAEPE 2008
72
Item AL0075A8
Esse item requer do estudante a habilidade de identificar sílaba formada pelo padrão silábico
consoante/vogal em posição final. O reconhecimento de sílabas na posição final de palavras é uma
habilidade mais complexa do que o reconhecimento daquelas presentes no início da palavra. Nesse
item, além de reconhecer o som final da palavra “cavalo”, o estudante deverá associá-lo à sílaba
que o representa.
Os estudantes que fizeram a opção pela alternativa C (61,3%) demonstraram ter desenvolvido a
habilidade avaliada pelo item, uma vez que identificaram a sílaba “lo”.
Os que escolheram as alternativas B (24,9%) ou D (7,2%) confundiram a sílaba final com a sílaba
inicial e com a sílaba medial da palavra, respectivamente.
Aqueles que optaram pela alternativa A (4,0%) não conseguiram reconhecer os sons e as sílabas
que compõem a palavra cavalo pois, embora as letras “al” apareçam próximas na palavra, elas não
representam uma sílaba desta palavra.
ESTAÇÃO RESULTADOS
73
Categoria de Desempenho: Elementar II
De 100 até 125 pontos
74
Item AL0125A8
Esse item avalia a habilidade de reconhecer palavras como unidades gráficas. O estudante deverá
contar quantas palavras há num pequeno texto, nesse caso, um trava-línguas, provavelmente
bastante conhecido pelos estudantes.
Para responder, corretamente, ao item, o estudante deve ter desenvolvido o conceito de palavra,
ou seja, deve compreender que, embora a fala se apresente num fluxo contínuo, na escrita, esse
fluxo divide-se em unidades de sentido menores. Quando o estudante chega a essa compreensão,
consegue perceber que, numa frase, as palavras são escritas entre dois espaços em branco. Dominar
essa convenção gráfica é um importante passo para a aquisição do nosso sistema de escrita.
Os estudantes que fizeram opção pela alternativa D (41,1%), a correta, demonstraram ter reconhecido
ESTAÇÃO RESULTADOS
Aqueles que optaram pela alternativa A (34,8%) não consideraram os artigos definidos (o, a) e as
preposições (do, de) como palavras.
Os estudantes que marcaram as alternativas B (10,9%) e C (9,6%) ainda não captaram o conceito
de palavra e, por isso, não identificaram a segmentação dos espaços em branco.
75
Categoria de Desempenho: Básico
De 125 até 150 pontos
76
Item AL0143A8
O gatinho estava
A) ferido.
B) cansado.
C) assustado.
D) perdido.
Lemos os textos de diferentes gêneros que circulam na sociedade com diversos objetivos. Um deles
é o de localizar informações relevantes que são selecionadas entre as várias informações que um
texto pode apresentar.
Esse item avalia a habilidade de localizar informação em texto. O texto que dá suporte ao item é
curto, de temática provavelmente familiar ao universo infantil e apresenta poucas informações.
Os estudantes que fizeram opção pela alternativa D (66,5%) – gabarito - demonstraram ter
construído a habilidade avaliada pelo item.
Aqueles que optaram pela alternativa A (12,1%) podem ter sido atraídos pelas semelhanças entre
as palavras “perdido” e “ferido” que têm a mesma terminação.
Os estudantes que optaram pela letra B (9,8%), podem ter associado o fato do gatinho estar
perdido com a ideia de cansaço, mas essa informação não aparece no texto.
Aqueles que escolheram a alternativa C (7,2%), provavelmente, imaginaram qual seria o sentimento
ESTAÇÃO RESULTADOS
do gatinho perdido. Essa opção pode revelar uma aproximação do próprio sentimento do menino
ao se colocar no lugar do gatinho.
77
Item P030093A8
A CUTIA
O item avalia a habilidade de localizar informação explícita em um texto Essa é uma habilidade
importante porque os leitores que a desenvolveram dispõem de meios para recorrer a textos de
diferentes gêneros textuais - como uma bula de remédio, um romance, uma notícia, entre outros
- para buscar informações de que possam necessitar. Esses leitores selecionam, entre diversas
informações apresentadas num texto, aquela (s) que lhes interessa (m),
O texto que dá suporte ao item é informativo, curto, e apresenta recursos coesivos que auxiliam
a leitura, além de apresentar vocabulário acessível aos estudantes do período de escolarização
avaliado.Para realizar tarefa solicitado no comando do item o estudante precisa ler com compreensão,
relacionando as diferentes partes do texto, pois a informação solicitada não aparece logo no seu início.
Os estudantes que optaram pela alternativa A (46,6%) demonstraram ter desenvolvido a habilidade
avaliada, pois conseguiram localizar a informação solicitada pelo enunciado do item.
A alternativa B (15,9%) - esquecer sua comida - é semelhante à informação que aparece no texto
“esquecendo de onde as enterrou” e vem logo em seguida à informação solicitada. Esse fato pode ter
contribuído para que os estudantes tenham sido atraídos por essa alternativa.
A alternativa C (13,9%) faz menção à consequência do que ocorre se a cutia se esquecer das castanhas
enterradas, que é o surgimento de árvores. Porém ela não tem a intenção de plantá-las (enterrá-las) para seu
crescimento e sim para comê-las depois, como forma de proteger o próprio alimento. Os estudantes que
escolheram essa alternativa relacionaram a palavra “enterrar”, que aparece no texto, com outras que são
do mesmo campo semântico: “plantação e árvores”, mas não ficaram atentos à informação solicitada.
SAEPE 2008
Os estudantes que optaram pela alternativa D (20,0%) estabeleceram uma relação de causa e consequência,
uma vez que a causa da cutia enterrar as castanhas é o fato dela recolher mais alimentos do que precisa
para sua alimentação, e não a consequência como está apresentada nesta alternativa.
78
Item 2P2D013.0004
Esse item avalia a habilidade de interpretar texto não-verbal. Em alguns textos o elemento não-
verbal é o único recurso utilizado para contar uma história, como nessa tirinha.
Para interpretar o texto que dá suporte ao item, o estudante precisa ficar atento às expressões faciais
e gestos dos personagens e, principalmente, a sequência de imagens que constituem o texto.
Os estudantes que marcaram a alternativa A (11,9%) não perceberam que Cebolinha não está
brincando, pois as estrelinhas, sinais que indicam dor, localizadas ao redor de seu dedo permaneceram
mesmo depois que a Mônica fechou sua boca.
Aqueles que optaram pela alternativa B (10,1%) não interpretaram a tirinha, uma vez que nela não
há elementos que indiquem que o menino estivesse com vontade de comer.
Os estudantes que marcaram a letra D (7,0%) não observaram o que representa a expressão facial
do Cebolinha, os traços acima de sua cabeça indicando a elevação da voz, assim como as estrelinhas
indicando dor, o que explica uma interpretação equivocada da tirinha.
79
Categoria de Desempenho: Desejável
De 150 até 175 pontos
80
Item 2P2D015.0002
A leitura de um texto não é realizada unicamente por meio do código linguístico. Alguns textos
empregam outros recursos que não o texto verbal, por isso são chamados textos extraverbais.
O item avalia a habilidade de interpretar texto não-verbal na tirinha. O leitor deve, para realizar
a tarefa solicitada, observar as expressões faciais, os gestos dos personagens e a sequência dos
quadros que compõem a tirinha.
O comando do item aponta o sentimento do menino após a atitude tomada pelo cachorro e o
estudante precisa interpretar o que o cachorro fez para que o menino tivesse a reação apresentada no
último quadro. Aqueles que marcaram a alternativa B - gabarito -(64,2%) conseguiram interpretar os
gestos, as atitudes e as expressões dos personagens, demonstrando que desenvolveram a habilidade
avaliada. Eles entenderam que o cachorro saiu de casa para pegar o jornal e, provavelmente, entregá-
lo ao seu dono, o que seria o esperado. O elemento surpresa foi o fato do cachorro ter passado pelo
menino, tomando o seu lugar de leitor provocando sua expressão de aborrecimento.
Os estudantes que optaram pela letra A (13,8%) não perceberam que apesar do cachorro levar o jornal
na boca este não aparece estragado na imagem, como pode ser visto no terceiro quadrinho.
Os estudantes que marcaram a alternativa C (9,4%) demonstram ter extrapolado as informações que
o texto apresenta, pois a atitude do cachorro de rasgar o jornal poderia até acontecer já que o animal
ESTAÇÃO RESULTADOS
poderia ver esse objeto como um brinquedo. Entretanto, isso não é o que aparece na imagem.
Os estudantes que optaram pela letra D (9,3%) também não fizeram a interpretação adequada,
pois prenderam-se apenas aos dois primeiros quadros, que mostram o animal indo pegar o jornal e
depois carregando-o na boca, dando a entender que, ao segurá-lo, poderia tê-lo apertado demais,
amassando-o. Porém, no último quadro, a informação que aparece, ou seja, o jornal totalmente
inteiro, inviabiliza essa hipótese.
81
Item AL0113A8
ESCORPIÃO
O escorpião possui até doze olhos, mas isso não o impede de ter uma péssima
visão! Ainda bem que não precisa muito dela por ser um animal noturno, que caça
durante a noite e consegue sentir suas presas (aranhas, insetos), graças a pêlos
muito sensíveis às vibrações.
(Texto retirado da Enciclopédia Planeta Animal. Girassol Brasil edições ltda.)
O assunto do texto é
A) a extinção do escorpião.
B) a visão do escorpião.
C) o ferrão da aranha.
D) o habitat dos insetos.
Esse item avalia a habilidade de identificar o tema central de um texto. Para fazer essa identificação,
o estudante precisa ler com compreensão, percebendo o sentido global do texto e não apenas
localizando informações pontuais.
O gênero do texto que dá suporte ao item é informativo. É um texto curto, construído com recursos
coesivos que dão unidade ao texto, exigindo do estudante uma leitura atenta para não se perder
durante a retomada de palavras pela substituição, enquanto as informações vão sendo apresentadas.
O suporte vem acompanhado pela imagem de um escorpião, o que auxilia a interpretação.
Os estudantes que marcaram a alternativa A (22,0%) não compreenderam que apesar dessa alternativa
apresentar a palavra “escorpião”, o assunto tratado no texto não é a extinção dessa espécie.
Aqueles que optaram pela alternativa B (56,1%) conseguiram conjugar as pistas do texto, construindo
um sentido global para ele, o que demonstra o desenvolvimento da habilidade avaliada.
Os estudantes que marcaram a opção C (12,4%) não conseguiram conjugar as diversas informações
SAEPE 2008
apresentadas ao longo do texto porque, provavelmente, focalizaram apenas a palavra “aranha”, que
aparece entre parênteses na penúltima linha.
Os estudantes que escolheram a alternativa D (7,8%) não compreenderam o texto ou fizeram uma
82 escolha baseada, talvez, num desconhecimento do significado da palavra “habitat”.
Categoria de Desempenho: Desejável
De 175 até 200 pontos
83
Item P030137A8
Os estudantes que fizeram a opção pela alternativa A (52,0%) demonstraram ter construído a
habilidade avaliada, uma vez que, ao ler a mensagem, perceberam que se trata de um assunto que
lembra festividade e relacionaram o uso do ponto de exclamação para dar ênfase ao sentimento de
alegria da autora.
Aqueles que marcaram a alternativa C (27,6%), aquela que mais atraiu os estudantes que não
acertaram o item, podem ter sido atraídos pelo fato do ponto de exclamação indicar, usualmente,
surpresa. Esses estudantes não consideraram, adequadamente, o contexto dos versos nos quais
uma pessoa fala de seu próprio aniversário, o que não justifica que estivesse surpresa com o fato.
Aqueles estudantes que marcaram a alternativa D (7,4%), não consideraram o contexto mais amplo
da mensagem do texto e, por isso, não compreenderam o efeito de sentido causado pelo ponto de
exclamação.
SAEPE 2008
84
Item P04467SI
O médico e o louco
Uma das habilidades que indica o envolvimento do leitor com práticas de letramento é a identificação
do gênero de um texto. Essa habilidade, avaliada por meio desse item, é importante porque, além
de considerar a organização estrutural interna dos textos, ou seja, os aspectos lexicais, sintáticos, as
relações lógico-discursivas, entre outros, o estudante precisa perceber que os textos que circulam na
sociedade têm uma função específica, são escritos para um público definido e que são produzidos
em diferentes situações de interação. Essa percepção é importante porque permite que o leitor “se
prepare” para a leitura do texto, lançando mão de estratégias de antecipação que vão contribuir no
processo de interação leitor/texto.
Aqueles que escolheram a opção B (19,9%) confundiram esse gênero com uma história,
provavelmente, porque nas histórias também encontramos diálogos.
Os que optaram pelas alternativas A (11,5%), provavelmente, o fizeram porque nas cartas o remetente
estabelece um diálogo com seu destinatário. Entretanto, esses estudantes não observaram a ausência
de elementos próprios às cartas como local, data e saudação. Os estudantes que escolheram a
alternativa C (13,0%), provavelmente, fizeram essa escolha porque o texto que dá suporte ao item
ESTAÇÃO RESULTADOS
85
Categoria de Desempenho: Desejável
De 200 até 225 pontos
86
Item P030127A8
O elefantinho
Esse item avalia a habilidade de estabelecer relações de causa e consequência entre partes de um
texto, nesse caso, um poema. Para responder corretamente ao item, o estudante precisa relacionar
o segundo verso da poesia aos dois últimos.
Apesar da informação solicitada pelo comando do item estar explícita, o estabelecimento da relação
causa e consequência torna-se mais difícil por não existir proximidade entre os fatos apresentados.
Aqueles que escolheram a alternativa C (11,6%) não compreenderam que a expressão “andas
ESTAÇÃO RESULTADOS
Os que optaram pela alternativa D (14,0%) não estabeleceram relação causa e consequência, uma
vez que as palavras “perdido” e “desconsolado” adjetivam o elefantinho e não são a causa da
corrida do animal.
87
Item P030027A8
O item avalia a habilidade de inferir o sentido de uma palavra a partir de seu contexto. O texto
que dá suporte ao item é uma poesia que aborda a fábula da Cigarra e da Formiga, provavelmente
conhecida pelos estudantes que se encontram na etapa de escolarização avaliada. O sentido da
palavra “cantiga” pode ser inferido pelo contexto, ou seja, se relaciona à palavra “canta”, utilizada
no texto, como também é referida como algo que distrai, na terceira estrofe, dois elementos, pois,
que lembram música.
A poesia é estruturada por meio de associação de palavras e ideias, que se ligam umas às outras em
uma construção sustentada pela sonoridade. A compreensão dessa construção é que permitirá ao
leitor a realização da inferência solicitada no enunciado do item.
Os estudantes que optaram pela alternativa D (45,2%) consideraram todos os fatos apresentados
no texto para realizar a inferência solicitada no comando do item.
Os estudantes que optaram pela alternativa A (20,3%) realizaram uma inferência apoiada,
provavelmente, no fato de que quem canta geralmente está alegre. Esses estudantes, embora
não tenham acertado o item, demonstram que já realizam um tipo de inferência, uma vez que
deduziram que quem canta está alegre.
Aqueles que escolheram a alternativa B (21,5%), provavelmente, fizeram uma associação entre a
palavra “cantiga” e outra que também aparece no texto: “comida”. Esses estudantes não realizaram
uma operação de inferência, uma vez que se apoiaram simplesmente na presença da palavra no
texto para fazer sua opção.
SAEPE 2008
Canguru
Uma das habilidades que o estudante precisa desenvolver para ler com compreensão é estabelecer
relações de causa e consequência entre partes de um texto. Essa habilidade é avaliada por esse
item.
O texto que dá suporte ao item é uma estrofe de um poema e a relação de causalidade que o
estudante deve estabelecer está marcada, no texto, pela expressão “por isso”. Para perceber essa
relação o estudante precisa relacionar dois versos do texto.
Aqueles que marcaram a opção B (16,7%) também acharam que o carrinho poderia ser um
brinquedo que o canguru daria de presente ao seu filhote, guiando-se por seu conhecimento de
mundo, o que demonstra que os estudantes não compreenderam a estrofe.
89
Professor, como você viu, essa foi uma longa etapa.
Desafio:
Para elaborar o diagnóstico pedagógico de sua escola, volte aos
resultados de desempenho. Com base nesses dados, preencha
o quadro diagnóstico a seguir.
SAEPE 2008
90
Língua Portuguesa - 2ª série / 3º ano do Ensino Fundamental
Média da Escola:__________ Número de Estudantes na 2ª série / 3º ano EF:__________ Número de Estudantes que fizeram o teste:__________
Abaixo da Média:
Até 100 ELEMENTAR I
Na Média:
ELEMENTAR II
100 até125
Acima da Média:
BÁSICO
125 até 150
91
ESTAÇÃO RESULTADOS
Professor, com as informações do quadro, é possível identificar, e até mesmo nomear os estudantes
com maiores dificuldades e que precisam de novas oportunidades de aprendizagem.
92
Etapa 4: Transformação
94
Professor, transformar quer dizer transpor a forma original, criar novas
perspectivas, formar novos pontos de vista.
Assim, temos certeza de que, depois de ler este Boletim, vencer os desafios propostos até aqui, e
interagir com o Portal, você agora, possui mais informações sobre a avaliação que foi realizada em
nosso Estado. Mas, como você sabe, conhecer o diagnóstico da escola, implica em responsabilidade.
E aí, inevitavelmente, vem a pergunta: agora que o diagnóstico já está definido, o que fazer com
essa informação?
Bem, sabemos que não existem fórmulas mágicas para resolver os problemas da educação, também
sabemos que muitos desses problemas têm origem na própria estrutura social, como a pobreza, o
desemprego, a violência e a falta de apoio familiar. Essa realidade transcende os muros da escola,
mas seus efeitos na aprendizagem são sentidos em cada sala de aula.
Ainda assim, a escola pode fazer a diferença na vida dos estudantes, porque o trabalho que é
coletivamente realizado por ela, interfere em uma parcela significativa da aprendizagem dos
estudantes. Por isso, toda e qualquer atitude em direção à transformação da qualidade da educação,
será sempre bem vinda.
Nessa altura da caminhada, o que propomos nessa etapa é a possibilidade de uma reflexão sobre
algumas atitudes possíveis de transformar a realidade da escola para melhor.
ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO
95
Trilha 8 Sugestões de Atividades Pedagógicas
Nossa proposta, agora, é que você conheça e incorpore à sua prática pedagógica algumas sugestões
de atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula, a fim de desenvolver habilidades
importantes para que seus estudantes prossigam, com sucesso, o processo de escolarização.
1. Estabelecer rotinas nas quais sejam reservados, diariamente, momentos para que os estudantes
ouçam a leitura de histórias e realizem atividades que proporcionem uma reflexão sobre como
se organiza a língua escrita. Aproveite momentos da rotina diária para transformá-los em
situações de leitura e de escrita. Alguns exemplos de como isso pode acontecer:
9 Discuta com os estudantes o planejamento das atividades diárias. Confeccione com eles
cartões que representem os diferentes momentos da rotina e, no início de cada aula,
planeje com o grupo o que farão durante aquele dia.
Além disso, aproveite esses momentos para fazer com os estudantes a necessária revisão do
texto – já que ele será destinado a comunicar algo a alguém, precisa estar compreensível. Esse
é um momento adequado para se discutir questões de ortografia, pontuação, utilização de
elementos de coesão, dentre outras questões relativas à estrutura do texto.
2. O professor é um mediador importante da relação dos estudantes com a língua escrita. Ele é um
modelo de leitor no qual os estudantes buscam referências, especialmente quando oriundos de
famílias nas quais os pais ou irmãos mais velhos não são alfabetizados. Por isso, leia para seus
estudantes. Compartilhe com eles notícias de jornal referentes a temas que possam despertar-
lhes o interesse, histórias variadas – histórias em quadrinhos, contos, fábulas – comunicados
escolares, receitas culinárias e outros textos. Quando o professor lê para os estudantes, fornece
a eles modelos importantes de como fazer as entonações adequadas, as pausas, a ênfase em
determinados períodos.
3. Faça a correção das atividades realizadas pelos estudantes juntamente com eles, levando-os
a observar possíveis omissões e/ou repetição de letras, segmentação indevida de palavras na
SAEPE 2008
construção de frases, dentre outros possíveis equívocos, para que sejam levados a questionar
as hipóteses construídas. Proponha, em algumas situações, que façam a correção em pares,
um corrigindo a atividade – por exemplo, um ditado – realizada por outro e, em seguida,
invertendo os papéis.
96
4. Incentive a leitura dos estudantes. Promova momentos em que as crianças sejam solicitadas a
apresentar e comentar suas leituras, a refletir sobre elas e a criar a partir delas.
5. Organize varais temáticos de leitura. Você pode ter, durante um mês, um varal com jornais;
no mês seguinte, um varal com revistas em quadrinhos; em outro, um varal com panfletos e
assim sucessivamente. A permanência dos varais dependerá do interesse que os estudantes
manifestem em relação a eles. As formas de utilização dos materiais de leitura expostos nos
varais podem ser, também, variadas: podem ler no intervalo entre as atividades de acordo com
seu próprio interesse ; podem levar os materiais na forma de empréstimo para ler em casa; o
professor pode estabelecer momentos e /ou propostas de atividades com os materiais.
Como você pode perceber, professor, são várias as alternativas que você pode criar para que a
leitura e a escrita façam parte do cotidiano de sua sala de aula. Tente incorporar algumas dessas
sugestões à sua prática e compartilhe com seus colegas os resultados alcançados.
Desafio:
Com base nas sugestões que você viu aqui, desenvolva algumas
atividades com seus estudantes. Registre em seu Diário de Bordo
essa experiência e divulgue em sua escola.
ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO
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Trilha 9
Avaliação: o SAEPE na Escola
Professor, como você viu ao longo desse Boletim, a avaliação realizada pelo SAEPE permite
acompanhar o desempenho da escola em relação às habilidades e competências fundamentais
para o sucesso escolar dos estudantes em Língua Portuguesa. Mas, para que o diagnóstico que você
elaborou contribua efetivamente para a transformação da realidade escolar, é necessária a criação
de uma cultura de avaliação que dê sustentação às ações a serem efetivadas.
Construir uma cultura democrática para utilização dos resultados das avaliações, requer a participação
da comunidade escolar. Os educadores têm um papel muito importante na disseminação e análise
dos resultados da escola. O gestor deverá propor momentos específicos no calendário escolar para
o estudo do Boletim Pedagógico. Participe dessas reuniões e discuta os tópicos que você anotou em
seu Diário de Bordo. Motive seus colegas professores, de todas as disciplinas, para a importância da
avaliação realizada pelo SAEPE.
1. O SAEPE
9 O professor pode utilizar os resultados do SAEPE para planejar suas avaliações de sala de
aula? Como?
SAEPE 2008
98
3. A BCC-PE, os Parâmetros, Diretrizes Curriculares e as Matrizes de
Referência para Avaliação em Língua Portuguesa
9 Quais as relações entre o que é proposto nas Matrizes de Referência para Avaliação e a
BCC-PE, os Parâmetros e Diretrizes Curriculares?
9 Por que nem tudo o que está na BCC-PE, nos Parâmetros e Diretrizes Curriculares está na
Matriz de Referência para Avaliação?
9 Na sua opinião, o que o estudante deve saber em Língua Portuguesa ao final do 3º ano
do Ensino Fundamental? Qual deve ser o perfil desse estudante?
Lembramos que essas são algumas questões para iniciar o diálogo sobre a avaliação na escola.
Mas elas não se esgotam aqui. Elabore outras e crie grupos de estudo com o tema da avaliação.
Essa é uma boa atitude para formar, na escola, uma cultura de aprendizagem colaborativa sobre a
avaliação.
E os Quadros Diagnósticos que você construiu com base nos resultados de desempenho no SAEPE?
Como, efetivamente, você e todos da escola podem utilizá-los para a melhoria da qualidade da
educação?
Nesse sentido, um caminho que sugerimos é a reflexão coletiva sobre as características dos
estudantes nos diferentes níveis de desempenho e as metas de aprendizagem previstas no Projeto
Político Pedagógico da sua escola. Essa reflexão deverá, inclusive resultar em um plano de ações de
intervenção pedagógica com vistas à melhoria da aprendizagem dos estudantes.
ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO
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A partir daí, a escola poderá:
Professor, como dissemos no início de nossa caminhada, é preciso garantir o direito dos estudantes
a uma educação de qualidade. Mas para isso, não basta apenas o esforço de todos os profissionais
da escola, é necessário também envolver os estudantes e suas famílias na discussão sobre o SAEPE.
O debate acerca dos resultados do SAEPE precisa romper os limites da escola e chegar até as
famílias dos estudantes.
Divulgar os resultados do SAEPE para os estudantes, de uma forma que eles possam
compreender a avaliação que foi realizada como um instrumento a favor da melhoria da
escola.
Divulgar os resultados aos pais dos estudantes, dando uma atenção especial aos Quadros
Diagnósticos.
Comprometer os pais na desafiante tarefa de melhorar, ainda mais, os resultados alcançados,
deixando claro que eles têm grande participação no desempenho de seus filhos.
100
A PARTIDA:
SEGUINDO NOVAS TRILHAS
Professor,
Você viu, neste Boletim, o desempenho da sua os conhecimentos que você desenvolveu no
escola nos testes de proficiência. Conheceu a percurso. Acreditamos que a prática constante
Matriz de Referência para Avaliação, comparou da ação-reflexão-ação, tendo por base os dados
dados, analisou informações, enfim aprendeu da avaliação em larga escala, contribuirão para
um pouco mais sobre o SAEPE. De posse deste que a escola cumpra, efetivamente, o seu papel:
material, você identificou os pontos fortes e proporcionar um ensino de qualidade a seus
os fracos, o que está indo bem e o que ainda estudantes.
precisa (e pode) ser melhorado em sala de aula,
na escola. Enfim, você e toda a comunidade É preciso transformar as informações sobre o
escolar têm em mãos dados concretos sobre o resultado do SAEPE em ações de intervenção
processo de desenvolvimento das habilidades pedagógica. Você tem um papel fundamental
e competências básicas da 2ª série / 3º ano do nesse percurso.
Ensino Fundamental em Língua Portuguesa.
Agora, já está clara, a razão deste material ter
Naqueles aspectos em que os estudantes sido apresentado na forma de um caminho a ser
foram bem sucedidos, você pode manter e trilhado! Ele não deve ficar guardado na estante
até intensificar as suas práticas. Por outro ou na gaveta. Este Boletim deve acompanhá-lo
lado, não desanime se os resultados que você nas reuniões, nas conversas com seus colegas,
recebeu não foram satisfatórios. Eles poderão com o(a) gestor(a), enfim ele é um instrumento
ser melhorados. Temos certeza de que você e para muitas outras descobertas.
todos da escola estão preocupados com isso
e encontrarão estratégias para reverter essa Então, professor, nossa história, na verdade,
situação. está apenas começando!
CAEd/UFJF. Guia para elaboração de itens: Língua Portuguesa. Juiz de Fora: 2008.
CARDOSO, Beatriz. Ensinar: tarefa para profissionais. Rio de Janeiro: Record, 2007.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2007.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 4.ed. Campinas: Pontes, 1995.
______ (Org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da
escrita. Campinas: Mercado das Letras, 1995.
PERNAMBUCO, Secretaria de Educação. Base Curricular Comum para as Redes Públicas de Ensino
de Pernambuco: Língua Portuguesa/. Recife: SE, 2008, 110p.
SMITH, Frank. Compreendendo a leitura: uma análise psicanalítica da leitura e do aprender a ler.
Tradução Daise Batista. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
TERZI, Sylvia Bueno. A construção da leitura: uma experiência com crianças de meios iletrados.
Campinas: Pontes e Ed.da Unicamp, 1995.
SAEPE 2008
http://www.inep.gov.br/basica/saeb/default.asp.
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Este Boletim é para ser usado e compartilhado por
todos os professores da escola.
Aproveite-o bem!
Até a próxima...