Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Antonio Junior, Wagner, 1979 – Educação, tecnologias e cultura digital / Wagner Antonio Junior. –
Bauru/SP: Edição do autor, 2015.
Apresentação
Considerações finais
Referências
Sobre o autor
Junior, Wagner Antonio. Educação, tecnologias e cultura digital . Unknown. Edição do Kindle.
Apresentação
Esse livro tem por objetivo discutir a fundamentação teórica acerca da avaliação da aprendizagem e
seu desenvolvimento na perspectiva do ensino fundamental, com destaque para os principais
teóricos no assunto.
A avaliação da aprendizagem, nos últimos anos, tem tomado lugar de destaque em debates, análises,
estudos e projetos que tem por objetivo um repensar conceitual sobre os métodos e técnicas de
ensino, bem como uma reformulação dos currículos escolares com vistas a formar cidadãos mais
preparados para atender as demandas impostas pelo sistema criado pela globalização.
É notório o fato de que uma das maiores dificuldades com que o docente se depara no processo
educacional é a avaliação. Frente ao modelo tradicional de avaliação, o docente julga seus alunos de
modo quantitativo, hierárquico e classificatório, algo ainda distante daquele modelo qualitativo, tão
almejado pela literatura educacional contemporânea. E, mesmo frente a essa avalanche de
propostas e estudos já existentes, de autores reconhecidos e de realidades observadas, o ato de
avaliar ainda é uma questão que carece de avanços.
No decorrer da nossa história, os avanços tecnológicos foram responsáveis por alterações nos mais
diversos campos de atividades, inclusive mudanças sócio-culturais. Atualmente, o desenvolvimento
informacional e tecnológico está modificando a sociedade sob diversos ângulos, despertando
questões intimamente ligadas à sua constituição. Parente (1993) nos afirma que
É fundamental refletir sobre os desafios que as tecnologias impõem e, neste cenário global de
alterações, não poderíamos excluir a educação escolar. Para uma avaliação mais imparcial dos
impactos das tecnologias na cultura contemporânea, devemos compreender a educação como um
processo complexo, inacabado e em permanente evolução.
Técnica e tecnologia
Para se entender o contexto das tecnologias, precisamos discutir dois conceitos fundamentais e que,
normalmente, se confundem entre si: técnica e tecnologia. De acordo com as análises de Barros
(2008, p.15):
Técnica e tecnologia se mantiveram atreladas à condição humana e marcaram, através dos séculos, a
presença do homem sobre a terra, além de serem a clara representação da inteligência e da
construção da racionalidade. Portanto, a compreensão e o domínio dos princípios não se confundem
com a manipulação instrumental.
As raízes dessa Terceira Revolução Industrial remontam ao final da Segunda Guerra Mundial e seu
desenvolvimento transcorreu durante a segunda metade do século XX. Sua principal característica
não é a centralidade de informações em si, mas o dilema em torno da aplicação dessas informações
para a geração de saberes significativos, de dispositivos de processamento e comunicação da
informação, em um ciclo de realimentação cumulativo, que parte da inovação e seu uso, tendo como
ponto de chegada a (trans)formação de informações e geração de conhecimentos.
No cenário atual, vemos isso expresso nas inteligências artificiais, nos sintetizadores de som e na
profusão multiforme das imagens técnicas. Neste denso universo, as máquinas [enquanto meras
ferramentas] deixam de ser o centro do processo, cedendo lugar às conexões mais fluidas das
interfaces, por meio das quais as tecnologias informáticas vão crescentemente se potencializando
para novas interações. Lévy nos alerta que:
Na análise de Barros (2003), a revolução gerada pelos avanços tecnológicos nas últimas décadas
ocorre pela capacidade de criar uma interface entre campos tecnológicos diversos, mediante uma
linguagem digital comum em que a informação pode ser gerada, armazenada, recuperada,
processada e transmitida para qualquer lugar e em qualquer espaço de tempo. Ou seja, o cerne da
transformação da revolução atual refere-se às tecnologias da informação, processamento e
comunicação.
As discussões a respeito da relação entre homem e tecnologia não é assunto recente. Segundo
Santaella (1996), a relação homem-máquina já aparecia em Aristóteles, passando pela concepção
dualista de Descartes e ocupando a mente de outros inúmeros filósofos. A mesma autora detectou
três grandes grupos de tecnologias, que surgiram no decorrer da história a fim de potencializar as
ações humanas. São elas:
As máquinas musculares, as quais eram amplificadores da força humana, como foi o caso
dos motores a vapor e, mais tarde, dos artefatos movidos pela energia elétrica, no contexto
da Revolução Industrial;
Há um aspecto fundamental que diferencia a atual revolução das anteriores, ocorridas nos séculos
XVIII e XIX. As revoluções tecnológicas anteriores ocorreram apenas em algumas sociedades e foram
difundidas em uma área geográfica relativamente limitada, muitas vezes ocupando espaço e tempo
isolados em comparação a outras regiões do planeta.
De origem na Europa Ocidental, no século XVIII, a Revolução Industrial estendeu-se para a maior
parte do globo durante os dois séculos seguintes. Sua expansão foi muito seletiva e seu ritmo
bastante lento em relação aos padrões atuais de difusão tecnológica.
As novas tecnologias da informação difundiram-se pelo globo muito rapidamente, entre as décadas
de 1970 e 1990 do século XX, por meio de sua aplicação imediata no próprio desenvolvimento da
tecnologia gerada, conectando o mundo através da informação. Entretanto, há grandes áreas do
planeta e consideráveis segmentos da população que estão “desconectados” do novo sistema
tecnológico.
Segundo Castells (1999), a velocidade da difusão de tecnologia é seletiva tanto social quanto
funcionalmente. O fato de países e regiões apresentarem diferenças quanto ao momento oportuno
de dotarem seu povo do acesso à tecnologia, representa fonte crucial de desigualdade em nossa
sociedade.
A mudança voraz avança em duas frentes simultâneas e derivadas da mesma matriz: na primeira,
processa-se a automatização desmedida do trabalho produtivo, de atividades de prestação de
serviços e de outros tipos de trabalho não manuais e simbólicos. Na segunda vertente, consolida-se o
predomínio total dos suportes informáticos na circulação virtual da informação, na comunicação
global e na produção, transmissão, recuperação e armazenamento do conhecimento social.
Nela, a Internet desponta como portadora universal e on-line de outra cultura, de nova racionalidade
em que o concreto e o simbólico não mais se diferenciam.
Se o novo modo de trabalho ocorre, cada vez mais, em ambientes informáticos e com ferramentas
digitais, por consequência os que não têm acesso à nova realidade estão sendo rapidamente
apartados da vida produtiva e ficarão sem meios efetivos de sobrevivência. A velocidade das
revoluções tecnológicas e as transformações socioeconômicas que elas acarretam reduzem ainda
mais as possibilidades daqueles que não dominam as ferramentas informacionais.
Milton Santos denomina esse novo território como meio técnico-científico-informacional, que ocorre
em vários locais de forma extensa e contínua, como Europa, Estados Unidos, Japão, parte da América
Latina. Entretanto, em outros, como África, Ásia e parte da América Latina, apenas pode-se
manifestar como manchas ou pontos. Desse modo, ocorre uma oposição entre espaços adaptados às
exigências das ações econômicas, políticas e culturais formando, virtualmente, espaços luminosos e
espaços opacos.
Um modelo de economia ainda mais desigual se dissemina e se sustenta com a ampliação constante
de redes digitais de informação, que se estabelecem sem limitações de fronteiras nacionais ou
continentais, sem distinção de características históricas, culturais ou étnicas. O ideal moderno, que
sustentou as revoluções técnico-científicas e que impulsionou a expansão capitalista por duzentos
anos, ainda traz contradições o século XXI.
As Revoluções Industriais: da máquina a vapor à energia elétrica
O processo de desenvolvimento capitalista, intensificado pela revolução comercial dos séculos XVI e
XVII estava, até então, ligado à circulação de mercadorias. A partir da segunda metade do século
XVIII, iniciou-se na Inglaterra a mecanização industrial, desviando a acumulação de capitais da
atividade comercial para o setor da produção.
Esse fato trouxe grandes mudanças de ordem tanto econômica quanto social, que possibilitaram o
desaparecimento dos restos do feudalismo ainda existentes e a definitiva implantação do modo de
produção capitalista. Iniciava-se então um “divisor de águas” na história da humanidade, período
este conhecido como Revolução Industrial.
A Primeira Revolução Industrial começou pouco antes dos últimos trinta anos do século XVIII,
caracterizada por novas tecnologias como a máquina a vapor, a fiadeira, o processo Cort em
metalurgia e a substituição das ferramentas manuais.
O diferencial deste período foi a descoberta do vapor como força motriz que, além de impulsionar a
produção industrial, atingiu também os meios de transporte. Segundo a análise histórica de
Vicentino (1997, p. 286):
Tanto a Primeira quanto a Segunda Revolução Industrial trouxeram em seu bojo transformações nos
diversos modos de ser no mundo, nas relações humanas e, principalmente, no universo do trabalho.
Segundo Marx (1983, p.351), “na manufatura, a revolução no modo de produção começa com a força
do trabalho; na indústria moderna ela começa com os instrumentos de trabalho”. Da Idade Média
até a explosão da Revolução Industrial, os trabalhadores independentes foram perdendo sua função
até desaparecerem completamente, cedendo lugar aos operários da segunda metade do século XVIII.
O acentuado progresso científico, observado desde meados do século XVIII, permitiu o surgimento
de sistemas de produção cada vez mais eficientes, com o aparecimento de máquinas robustas e
rápidas, capazes de produzir maior quantidade de um mesmo artigo a custos cada vez mais
reduzidos.
O advento de sistemas mais modernos e mais baratos para a produção de aço, o desenvolvimento do
motor de combustão interna que usava como combustível derivados do petróleo, e a generalização
do uso da energia elétrica, contribuíram para fazer com que as fábricas das potências industriais
vivessem um surto produtivo que, por sua vez, criava a necessidade de uma quantidade cada vez
maior de matérias-primas, combustíveis e mercados consumidores.
Com a expansão de um sistema de transporte mais rápido, a generalização do uso de navios a vapor
e a construção de centenas de quilômetros de ferrovias, as distâncias ficavam cada vez menores,
viabilizando, por exemplo, a exploração de petróleo pelos alemães em regiões inóspitas e distantes
nos desertos do Oriente Médio, ou a aquisição de algodão na Índia para alimentar as indústrias
inglesas, ou ainda, a obtenção de freguesia para todo tipo de produto originário de qualquer lugar do
planeta.
As distâncias também ficaram mais curtas devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação,
com o estabelecimento de milhares de quilômetros de linhas telegráficas e telefônicas, permitindo
comunicação intercontinental instantânea. A humanidade começa a caminhar “da antiga comunhão
individual dos lugares com o Universo à comunhão hoje global: a interdependência universal dos
lugares é a nova realidade do território”. (SANTOS, 2002, p. 15).
Também na medicina ocorreram grandes progressos na segunda metade do século XIX. Ampliaram-
se os conhecimentos dos mecanismos de funcionamento do corpo humano com os estudos de
anatomia e avançaram as pesquisas ligadas à microbiologia, as quais conduziram a esclarecimentos
acerca da origem de certas doenças, de sua prevenção e da maneira de combatê-las. De certa forma,
esses avanços também contribuíram para a explosão populacional que ocorreu no Ocidente,
originando uma grande disponibilidade de mão de obra barata.
Cem anos após seu início, a Revolução Industrial tinha provocado uma série de transformações, que
começaram pela Inglaterra e depois se espalharam por quase toda a Europa, pelo Japão e pelos
Estados Unidos. Estes dois últimos, protagonistas de uma grande expansão imperialista para além do
continente europeu.
A industrialização e o crescente aumento dos negócios privados e estatais, além da enorme expansão
dos mercados consumidores, proporcionaram a multiplicação da produção e da circulação de
riquezas, com a concentração destas últimas nas mãos de grandes conglomerados empresariais, que
passaram a ter uma influência cada vez maior na condução dos assuntos de política interna e externa
de seus países, os quais acabaram usando, como instrumentos, as guerras de conquista para ampliar
seus mercados consumidores e fornecedores.
Auxiliados por tecnologia superior, organização militar mais poderosa e pela máquina do Estado, as
potências ocidentais passaram a estabelecer vários graus de controle político sobre grande parte do
resto do mundo. A resposta à dominação e ao avanço imperialista neste período veio no século
seguinte. O “breve século XX”, segundo Eric Hobsbawm, foi marcado pela violência entre os homens,
sobretudo pela intensificação de guerras envolvendo as nações mais desenvolvidas e poderosas, em
que todo o desenvolvimento tecnológico resultou numa profusão de instrumentos capazes de
aniquilar milhões de pessoas. Nunca na história da humanidade se matou tanta gente em guerras,
particularmente a população civil, já que as guerras modernas são “totais”, ou seja, não incluem
apenas os militares.
Segundo Hobsbawm (2000), durante os quatro anos de duração da Primeira Guerra Mundial (1914 a
1918), foram mortas 10 milhões de pessoas na Europa, sendo que 65% eram civis, incluindo centenas
de milhares de mulheres e crianças. Até a metade do século XIX, as batalhas travadas no Ocidente
envolviam somente militares, quase sempre em campo aberto.
Com o desenvolvimento tecnológico da segunda metade do século XIX, armas de maior alcance
apareceram. Canhoneiras que disparavam uma bomba de cem quilos a uma distância de três a
quatro quilômetros representavam um poder de destruição que não escolhia vítimas, demolindo
cidades centenárias em questão de algumas horas.
Passados vinte e um anos do final da Primeira Guerra Mundial, surge um período ainda mais
sangrento e destruidor: a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), denominado por Hobsbawm como
uma “guerra civil ideológica internacional” (2000, p.146).
O fim desta guerra ocorreu com a rendição japonesa, apressada pelos norte-americanos, que se
valeram da tecnologia de destruição absoluta: a bomba atômica. A população civil das cidades de
Hiroxima, bombardeada em 06 de agosto de 1945 e Nagazaqui, atacada em 09 de agosto do mesmo
ano, foi a primeira vítima do ataque nuclear. No momento da explosão, duzentas mil pessoas
morreram, seguidas por outras milhares, vitimadas pela radioatividade que contaminou a região.
Com o fim da guerra, as consequências mais visíveis foram a imensa destruição, principalmente na
Europa, e a grande quantidade de mortos – entre 60 e 70 milhões, além de muitos outros milhões de
feridos e mutilados. Esses números fizeram com que a humanidade se desse conta da irracionalidade
sem limites de que era capaz e despertaram em alguns o ódio a todo tipo de guerra e a regimes
totalitários, que no entanto voltaram a assolar, de tempos em tempos, todas as regiões do mundo,
inclusive a Europa.
Segundo Thomas Hobbes. “a guerra consiste não só na batalha, ou no ato de lutar: mas num período
de tempo em que a vontade de disputar pela batalha é suficientemente conhecida” (HOBBES, 1979,
p.52). A Guerra Fria foi um desses períodos, marcado, entre outras coisas, por uma corrida
tecnológica, armamentista e espacial.
É neste cenário que tem início a Terceira Revolução Industrial, ou Revolução da Tecnologia da
Informação, na qual predominará, como fator determinante, a importância decisiva de informações e
conhecimentos científicos para sustentar e guiar o desenvolvimento tecnológico após 1945. Neste
novo contexto, Santos (2002, p. 17) nos afirma que,
A história da economia mundial desde a Revolução Industrial tem sido de acelerado progresso
técnico, de contínuo, porém irregular crescimento econômico e de crescente “globalização”, ou seja,
de uma organização mundial cada vez mais elaborada e complexa de trabalho, numa rede cada vez
maior de fluxos e intercâmbios que ligam todas as partes da economia mundial ao sistema global.
Este progresso técnico foi se intensificando, se transformando e sendo transformado pelas guerras
mundiais do século XX. Ianni (2001) analisa que
a Revolução Industrial tem sido de acelerado progresso técnico, de contínuo, porém irregular
crescimento econômico e de crescente “globalização”, ou seja, de uma organização mundial cada vez
mais elaborada e complexa de trabalho, numa rede cada vez maior de fluxos e intercâmbios que
ligam todas as partes da economia mundial ao sistema global. Este progresso técnico foi se
intensificando, se transformando e sendo transformado pelas guerras mundiais do século XX. Ianni
(2001) analisa que
Ianni (2005) analisa também a importância decisiva das tecnologias da eletrônica e da informática na
consolidação da aldeia global, visto que estas disponibilizam aos meios de comunicação maiores
recursos, mais dinamismo e alcance. Os meios de comunicação de massa, potencializados pelas
novas tecnologias, rompem fronteiras físicas, culturais, étnicas, religiosas, políticas, de desigualdades
ou diversidades sociais, de hierarquias de raça, sexo e idade.
Por ser global, a mídia eletrônica não é monolítica nem estática, mas recebe múltiplas influências de
lugares, pessoas, organizações mundiais, ordens religiosas, políticas e culturais. É sensível às
reivindicações de gentes e grupos. Dificilmente é monopolizada em seu conteúdo. Porém, em parte,
a mídia eletrônica opera consoante com os centros de poder, disseminando informações de interesse
das classes dominantes, veiculando fatos e acontecimentos de modo deformado, sem nexo. Tudo se
torna uma representação estilizada, uma virtualização, um simulacro do real.
A vasta gama de informações que temos disponíveis em rede, na forma de bites, podem ser
estocadas, armazenadas e recuperadas, e imediatamente, disponibilizadas em forma de pulsos
eletrônicos. Tudo se moderniza, se virtualiza e se globaliza. Essa onda modernizante se espalha pelos
mais remotos cantos do mundo, nas relações interpessoais, culturais e políticas, criando novas
formas de relacionamentos, onde o espaço e o tempo já não têm referência. Benjamin Wolley
(1992), em seus estudos, citou McLuhan, ao afirmar que este
[...] viu a tecnologia como uma extensão do corpo. Da mesma forma que a
roda é uma extensão do pé, o telescópio uma extensão do olho, assim a
rede de comunicações é uma extensão do sistema nervoso. Assim como a
rede de comunicações espalhou-se pelo mundo, assim ocorreu com a nossa
rede neural. A televisão tornou-se os nossos olhos, o telefone a nossa boca
e ouvidos. Nossos cérebros são elos de um sistema nervoso que se estende
através do mundo todo (WOLLEY, 1992, pp.124-125).
Embora sejam múltiplas as causas que levam ao efeito da globalização, talvez uma das principais seja
a transformação do antigo comércio literário e artístico em um moderno mercado financeiro, um
processo de mercantilização universal. “Esta mudança econômica coincide com outra de ordem
moral e política nas democracias ocidentais: a conversão dos cidadãos em consumidores” (PAZ, 1993,
p.110-111).
No entanto, devemos dirigir nosso olhar para a informatização como a principal base desta aldeia
global. As tecnologias eletrônicas compõem uma vasta máquina universal que opera múltiplas
mensagens em todos os lugares (IANNI, 2001). As denominadas tecnologias da inteligência (BARROS,
2008; IANNI, 2001; LÉVY, 1993) e da imaginação produzem um mundo digital, virtual, instantâneo,
ubíquo, ora esférico, ora plano, sem cronologia histórica ou biográfica. Um gigantesco sistema
composto por informações e conhecimentos que nos remetem a muitas outras informações, num
processo de múltiplas facetas. É um texto emaranhado de interfaces, concebido e inteligível pela
tecnologia da informática, eletrônica universal, cibernética. É aquilo que Lévy (1993) denomina
hipertexto, ou seja, a transfiguração do caos em um sistema de signos, símbolos, linguagens,
metáforas, alegorias, que culminam em um texto complexo.
A modernização do mundo permite transformar todo o sistema e suas relações, estruturas, fatos e
acontecimentos em um vasto hipertexto. As informações e conhecimentos já não ficam mais
restritos e fragmentados, mas estão unidos por nós bifurcados, por relações em rede. Note-se que
este processo envolve pessoas, empresas, conglomerados, líderes mundiais e centros de decisão e
poder e vai além de procedimentos, linguagens e técnicas.
O mundo passa a ser descrito, desenhado e representado por uma infinidade de informações, signos,
emblemas e metáforas. A própria opinião pública passa a formar-se e conformar-se com as novas
formas de informação disponíveis em rede, sem tempo cronológico, sem referência nem memória.
O século XVIII conviveu com vários dispositivos e máquinas para calcular, analógicos para grandezas
(réguas de cálculo, relógios, contadores e medidores em geral) e digitais para valores, representados
por algarismos, letras ou qualquer outro símbolo (ábacos, calculadores). O princípio do maquinismo
é idêntico: alimenta os números girando uma série de botões ou rodas, acionando manualmente
uma alavanca ou outra roda para efetuar a operação desejada.
Essa enorme máquina foi alojada em uma sala de 9 metros de largura por 30 metros de
comprimento. Porém, capacidade de memória e confiabilidade foram os primeiros problemas. O
ENIAC tinha condições de armazenar apenas vinte números de dez dígitos e toda programação
precisava ser feita reordenando-se a rede elétrica. Em 1952, mais de 19.000 válvulas tinham sido
substituídas, pois elas começavam a queimar dois minutos depois de ligar-se o equipamento. O
ENIAC teve vida ativa curta, sendo aposentado em 1952.
No ano de 1947, é inventado o transistor na empresa Bell Laboratories, localizada em Murray Hill,
Nova Jersey, nos Estados Unidos. Os créditos pela descoberta pertencem aos físicos John Bardeen,
William Shocklei e Walter Brittain, que receberam o Prêmio Nobel em 1956 pelo invento. O transistor
inaugurou uma nova fase para os computadores, pois “possibilitou o processamento de impulsos
elétricos em velocidade rápida e em modo binário de interrupção e amplificação, permitindo a
codificação da lógica e da comunicação com e entre essas máquinas [...]” (CASTELLS, 1999, p. 58).
A hipótese de Castells (1999) é que, em relação aos efeitos sociais das tecnologias da informação, a
profundidade de seu impacto é uma função de penetrabilidade da informação por toda a estrutura
social. O resultado histórico dessa estratégia parcialmente consciente é muito indeterminado, visto
que a interação da tecnologia e da sociedade depende de relações fortuitas entre um número
excessivo de variáveis parcialmente independentes.
Nos anos de 1990, o Silicon Valley testemunhou a proliferação de empresas japonesas, taiwanesas,
coreanas, indianas e européias, para as quais uma presença ativa permite uma conexão mais
produtiva às fontes de novas tecnologias e informações comerciais valiosas. Quer dizer,
concentração de conhecimentos científicos e tecnológicos, instituições, empresas e mão de obra
qualificada são as forjas da inovação da era da informação.
Entretanto, é importante deixar claro que foi o Estado – e não o empreendedor de inovações em
garagens, que iniciou a revolução da tecnologia da informação em todo o mundo. Assim, a nova
economia baseada em reestruturação socioeconômica e revolução tecnológica será moldada, até
certo ponto, de acordo com os processos políticos desenvolvidos no e pelo Estado.
Esta nova economia distingue-se da economia industrial. O novo paradigma econômico, baseado na
revolução tecnológica e informacional, mudou a dinâmica da economia industrial, criando uma
economia globalizada e promovendo uma onda de concorrência entre os agentes econômicos já
existentes.
Desde a Revolução Industrial até nossos dias, as ciências e a tecnologia proporcionaram alterações
profundas nas relações econômicas. As empresas guiam-se pela redução dos custos de produção,
pelo aumento da produtividade e pela ampliação de mercado.
A nova economia passa a funcionar em tempo real. As tecnologias permitem que processos
produtivos sejam interconectados e o capital seja transportado de um lado para outro em curtíssimo
prazo. As moedas se tornam interdependentes e as economias também. Há uma mudança na
dinâmica do mercado de trabalho, baseada na nova dinâmica do capitalismo informacional.
A atual sociedade tecnológica nos impõe uma nova realidade, o paradigma da informação.
Entendemos por paradigma: padrão imposto por determinada sociedade em dada cultura, espaço e
momento histórico. De modo geral, o paradigma:
Em Kuhn (1995), paradigma é uma estrutura que envolve vários conhecimentos, gerando novas
teorias que gravitam em torno de questões, produzindo a construção de conhecimentos. Esse
mesmo autor afirma que a ciência, ao longo do tempo,
1º - A informação é a matéria prima, ou seja, tecnologia para agir sobre a informação, e não apenas
informação para agir sobre a tecnologia, como ocorreu nas revoluções anteriores.
2º - Penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias. Como a informação é uma parte integral de
toda atividade humana, todos os processos de nossa existência individual e coletiva são diretamente
moldados, embora não determinados pelo novo meio tecnológico.
3º - Lógica de redes em qualquer sistema ou conjunto de relações, usando essas novas tecnologias
da informação. A morfologia da rede parece estar bem adaptada à crescente complexidade de
interação e aos modelos imprevisíveis do desenvolvimento derivado do poder criativo dessa
interação.
4º - A flexibilidade. Não apenas os processos são reversíveis, mas organizações e instituições podem
ser modificadas e até mesmo fundamentalmente alteradas pela reorganização de seus componentes.
O que distingue a configuração do novo paradigma tecnológico é sua capacidade de reconfiguração,
um aspecto decisivo em uma sociedade caracterizada por constante mudança e fluidez
organizacional.
No entanto, a flexibilidade tanto pode ser uma força libertadora como também uma tendência
repressiva, se os redefinidores das regras sempre forem os poderes constituídos. Apenas análises
específicas e observações empíricas conseguirão determinar as conseqüências da interação entre as
novas tecnologias e as formas sociais emergentes.
Podemos identificar essas novas ferramentas, as quais permitiram o acesso à ciência da vida,
Embora a pesquisa ainda tenha um longo caminho a percorrer rumo à integração material entre a
biologia e a eletrônica, a lógica da biologia [capacidade de gerar seqüências não programadas] está
cada vez mais em evidência nas máquinas. O atual processo de convergência entre diferentes
campos tecnológicos no paradigma da informação resulta de sua lógica compartilhada na geração da
informação.
O paradigma da tecnologia da informação não evolui para seu fechamento como um sistema, mas
rumo a abertura como uma rede de acessos múltiplos. É forte e impositivo em sua materialidade,
mas adaptável e aberto em seu desenvolvimento histórico. Abrangência, complexidade e disposição
em forma de rede são seus principais atributos.
A partir do advento das tecnologias informáticas, da cibernética e das inteligências artificiais, o termo
“informação” passou a adquirir um significado técnico novo. O conceito de “informação” sempre
esteve intimamente ligado a uma transmissão verbal reconhecível, existente na comunicação
executada entre um emissor e um receptor. Ruben (1984, p.56) em busca de uma definição científica
para comunicação, com ênfase no estudo de problemas associados com a comunicação humana, a
define como “o processo através do qual os indivíduos em relação, grupos, organizações e
sociedades criam, transmitem e usam informação para organizar a informação com o ambiente e
entre si”.
Pesquisadores que trabalharam neste campo entendem que o foco unilateral entre comunicação e
informação é muito estreito, emergindo questões que necessitam de atenção em um trabalho
conjunto. Na observação de Borgman e Schement (1989, apud SARACEVICK, 1996, p. 53):
Porém, com a revolução das tecnologias informáticas, a informação passa a ser considerada uma
medida quantitativa de trocas comunicativas em forma de pulsos eletrônicos, através de algum canal
mecânico, o que exige que a mensagem seja codificada e, a seguir, decodificada em impulsos
eletrônicos.
A maioria das pessoas tendia a assumir que a informação estava ligada com
o que ocorria com o entendimento entre um emissor (speaker) e um
ouvinte (listener) durante o processo de conversação. [...] Aqui o bit, o
digito binário básico para todo processamento de dados aparece pela
primeira vez como um quantum de informação, uma unidade claramente
mensurável pela qual a capacidade de transmissão de toda tecnologia de
comunicação pode ser avaliada. (ROSZAK, 1998, pp.29-30).
Roszak destaca, ainda, que a problemática em torno deste conceito técnico é que “informação”
passou a significar algo que pode ser codificado e transmitido em um meio eletrônico, porém sem
considerar seu conteúdo semântico (ROSZAK, 1998). Ou seja, o uso do termo passou a ser utilizado
de forma cada vez mais liberal e as conseqüências são comunicações que não levam em conta a
qualidade do conteúdo ou o cunho especifico daquilo que está sendo comunicado. O resultado é
uma confusão progressiva. Tudo é “informação”. A palavra passa a ser generalizada e as informações
circulam cada vez mais rápido.
Saracevick (1996) utiliza o termo Ciência da Informação, definindo o conjunto nos termos em que
evoluiu e no seu enfoque contemporâneo:
As tecnologias invadiram a sociedade sob vários aspectos, e sua inserção na instituição escolar é
sentida social e culturalmente. Explicaremos no próximo capítulo como ocorreu o advento das
tecnologias no ambiente escolar, os impactos causados e as consequências das tecnologias nas
estratégias didáticas do professor.
O que diferencia a raça humana das demais espécies é a sua capacidade construtiva e criadora, a
qual possibilitou, por séculos, a perpetuação do homem e o domínio sobre os recursos disponíveis no
planeta.
Os estudos sobre a inteligência humana remontam a finais do século XIX e princípios do século XX e,
desde suas origens, apresentam estreitas relações com as questões educacionais.
Coll e Onrubia (2004) têm uma perspectiva de processamento humano da informação sobre a
inteligência, que procura identificar e compreender os processos cognitivos de seleção, organização e
processamento da informação, envolvidos no comportamento inteligente, desenvolvendo modelos
detalhados do funcionamento intelectual diante de determinadas tarefas.
Podemos definir assimilação como sendo a incorporação de um elemento do meio exterior aos
esquemas de ação do sujeito. O sujeito age e se apropria do objeto de conhecimento para atender
suas necessidades biológicas, psicológicas e sociais. Já a acomodação consiste na modificação dos
esquemas ou estruturas do sujeito em função do objeto ou elemento específico que está tentando
assimilar por meio de um esforço pessoal. O sujeito age no sentido de se transformar para entrar em
equilíbrio com o meio.
Para Lévy (1993), a inteligência ou o processo de cognição é o resultado de complexas redes em que
interagem um grande número de atores humanos, biológicos e técnicos. Ou seja, a construção de
conhecimentos não ocorre de forma isolada nem fragmentada, mas articulada em um processo no
qual prevalece o pensamento em rede, em nós de conhecimentos interligados.
A concepção de rede é analisada em Silveira (2001, p.92), como sendo “uma rede cujos ‘nós’ se
conectam a outros nós que se realimentam e se auto-organizam”. Nesta perspectiva, Lévy (1993, p.
135) define inteligência ao afirmar que:
Não sou “eu” que sou inteligente, mas “eu” com o grupo humano do qual
sou membro [...]. O pretenso sujeito inteligente nada mais é do que um dos
microatores de uma ecologia cognitiva que o engloba e restringe [...]. O
pensamento se dá em uma rede na qual neurônios, módulos cognitivos,
humanos, instituições de ensino, línguas, sistemas de escrita, livros e
computadores se interconectam, transformam e traduzem as
representações.
Este mesmo autor expressa que todos os indivíduos humanos são inteligentes por possuírem um
conjunto de capacidades para perceber, aprender, imaginar e raciocinar (LÉVY, 1996). Muitas vezes,
essas aptidões são subestimadas por desconsiderar que o exercício dessas capacidades cognitivas
implicam, obrigatoriamente, uma ação coletiva ou social, como afirma Vygotsky (1989) ao assinalar o
papel das interações sociais na formação da mente.
É no coletivo que vamos encontrar os instrumentos intelectuais ou objetos para a reflexão, ou seja,
conhecimentos, valores e ferramentas, os quais distribuídos por toda parte, são continuamente
valorizados e sinergizados. Modela-se, assim, um projeto individual e coletivo eternamente
inconcluso, enriquecido e reinterpretado na transversalidade do espaço e do tempo.
Nessa mesma linha de raciocínio, podemos destacar a Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard
Gardner, a partir da qual a inteligência deixa de ser vista como uma capacidade unificada que cada
indivíduo possui em maior ou menor grau, para ser concebida de forma plural, com uma diversidade
de estilos pessoais, visões de mundo e diversos talentos.
O construtivismo é um termo utilizado para fazer distinção entre as teorias de Piaget e Vygotsky,
embora ambas sejam apontadas como construtivistas em suas concepções epistemológicas. Ambas
defendem as relações do homem com o meio como condicionantes à construção da inteligência e
dos conhecimentos.
Assim, as aquisições de estruturas são permanentes e cada vez mais complexas. A partir de suas
próprias ações, o sujeito como um ser ativo constrói suas estruturas em interação com o seu meio,
pois para Piaget (1972, p.14):
Para Vygotsky, o homem constitui-se em um sujeito total enquanto mente e corpo, organismo
biológico e social, integrado em um processo histórico. A partir de pressupostos da epistemologia
genética, sua concepção de desenvolvimento é concebida em função das interações sociais e
respectivas relações com os processos mentais superiores, que envolvem mecanismos de mediação.
As relações entre homem e mundo não ocorrem diretamente, são mediadas por instrumentos ou
signos fornecidos pela cultura. Vygotsky (2000) afirma que a linguagem e o desenvolvimento sócio-
cultural determinam o desenvolvimento do pensamento. Assim, o sistema simbólico fundamental na
mediação sujeito-objeto é a linguagem humana, instrumento de mediação verbal cuja palavra é a
unidade básica.
Papert propõe essa construção com o uso de redes telemáticas, que por serem abertas e guiadas
pelo aprendiz, possuem contornos de um ambiente construtivista. As características da
aprendizagem e o uso da tecnologia são inter-relacionados, interativos e interdependentes.
Para Silva (2001), a interatividade se traduz em uma nova relação de comunicações, em que se deixa
de lado a comunicação clássica, unidirecional, partindo-se para um ir e vir de trocas bidirecionais
constantes de informações entre emissores e receptores. A interatividade ganha força na “era da
informação”, estando alicerçada em três pilares: 1) as tecnologias informáticas conversacionais, ou
seja, a tela do computador já não é o espaço de irradiação, mas uma interface de manipulação, com
ícones e janelas abertas a múltiplas conexões; 2) estratégias dialógicas de oferta e consumo; 3) o
novo espectador, menos passivo perante a mensagem mais aberta a sua intervenção.
O computador, isoladamente, não pode proporcionar qualquer benefício se a sua utilização não for
movida por uma ação inteligente e bem planejada. Nem pode trazer edificação aos processos
cognitivos ou à construção da própria inteligência, sem um planejamento pedagógico que viabilize a
busca e utilização das possibilidades existentes na tecnologia. Mas, de que forma explorar em
profundidade tais potencialidades?
Nesta discussão, é importante destacar o paradigma da virtualidade, proposto por Barros (2008).
Segundo essa autora, o paradigma da virtualidade é o padrão pedagógico em que se destaca a
competência em explorar e interpretar as informações simbólicas disponibilizadas na virtualidade do
ambiente informático, especificamente com os recursos disponíveis na plataforma Windows.
a) O pensamento em rede.
b) A conectividade.
c) A interdisciplinaridade.
d) O uso da imagem
e) A competência da informação.
f) A competência virtual.
O paradigma da virtualidade está alicerçado na virtual literacy, definida por Barros (2008) como uma
competência que viabiliza o uso pedagógico das tecnologias para transformar o conhecimento em
informações, dados e imagem. Podemos considerar a virtual literacy como um processo de
comunicação em que se trabalha com a linguagem visual e suas novas propriedades de códigos
virtuais na aplicação da tecnologia como ferramenta e mediação da construção do conhecimento.
Enfim, todas as formas de inovação foram incorporadas à instituição escolar, de forma sistemática,
permeando os processos educativos. Porém, temos que ter cautela quanto às visões em torno da
tecnologia como a “grande salvadora” de todos os males, sem levar em conta o contexto geral. Na
expressão de Barros,
É necessária análise e reflexão sobre os conteúdos, bem como os contextos social, político e cultural
que permeiam as tecnologias. De acordo com Mercado (1999, p.49):
Entre as consequências do avanço das tecnologias, entendemos que a mais profunda foi o
surgimento da sociedade da informação, formada pela influência decisiva dos meios de
comunicação, em que as culturas, os processos educacionais e as competências requeridas passam
por uma crise de significados sem precedentes.
Outro aspecto é o ciberespaço, um espaço imaterial, de relações sociais e educativas, num ambiente
desterritorializado, de bases cooperativas, de trocas interativas, de acessos instantâneos e de uma
multiplicidade infinita de saberes. Nele, a emissão e recepção de informações podem ocorrer de
forma individual, bilateral ou multilateral e as mensagens podem circular de forma escrita, sonora,
imagética ou sintetizar todas estas linguagens numa única mensagem. Trivinho (2003) conceitua esse
meio como um ambiente de múltiplas conexões e de comunicações derivado das tecnologias digitais.
Essa definição nos remete a algumas características estruturais deste ambiente virtual advindo dos
suportes computacionais das tecnologias, fazendo referência a questões como a simulação do real, a
comunicação em rede, a interatividade, a globalização, temas estes que fazem emergir novos
paradigmas na cultura, na sociedade e na educação. Lévy (1999) define este ambiente como meio de
comunicação mediado pela interconexão global dos computadores e expressa que:
[...] a telemática está, pela primeira vez, fazendo a junção entre comunicação
massiva e interatividade. Há até pouco tempo atrás, a dissociação entre
massivo e interativo era clara, no âmbito da comunicação. Uma coisa ou
outra. O telefone é interativo, mas não massivo, na medida em que é apenas
uma extensão tecnológica de um diálogo entre dois interlocutores; a
televisão, o rádio, as mídias impressas etc., são massivas, porém não
interativas. A comunicação telemática é massiva e interativa. (PALÁCIOS,
1999, p.1).
Para nos darmos conta da velocidade que ocorreram tais transformações, bastará recordar que o
primeiro browser – um programa navegador que permite ao usuário acessar as páginas da Internet e
ver seu conteúdo na tela do computador, foi desenvolvido em caráter experimental no fim da década
de 1980. Tim Berners-Lee, pesquisador do CERN – Laboratório Europeu para a Física de Partículas,
instalado na Suíça, não aceitava a dificuldade que enfrentava para localizar, na rede de
computadores da época, as informações necessárias para seu trabalho.
No início a Web era um sistema interino de troca de arquivos para pesquisa acadêmica. Visando
resolver as limitações impostas na busca de informações, Berners-Lee desenvolveu a proposta de
criação de uma interface mais amigável, padronizando a navegação pela rede. Era o primeiro sistema
que dispensava conhecimentos técnicos especializados para interação entre o usuário e o
ciberespaço. Nas palavras de Balan (1999, p.1):
A web pode ser definida como uma interface gráfica para acesso à Internet. A partir destes
navegadores mais amigáveis, interfaceando o homem com a complexidade da máquina, a Web
tomou proporções gigantescas, com a possibilidade de ser acessada por qualquer leigo. (BALAN,
1999, p.1).
Passados apenas dez anos de desenvolvimento contínuo, o programa navegador seguiu uma
trajetória singular de auto-superação. Evoluiu das precárias linhas de arquivos de texto para a
construção aberta e coletiva do HTML[3], sendo a programação hipermídia utilizada universalmente
para mapear a web. No princípio, o HTML possuía vocabulário limitado e estabelecia vínculo direto,
de modo biunívoco, entre cada uma das páginas virtuais e a janela que mostrava a interface gráfica
para o usuário. O movimento de rolagem da página, para baixo, dava ao usuário a impressão que a
informação estava escrita em um rolo contínuo, que, intuitivamente, ia descendo para permitir a
continuidade da leitura na tela do monitor. Porém, na expressão de Johnson:
Ao final da década de 1960, o computador já era tecnologia consolidada e isso era fato no meio
empresarial, nas forças armadas, em instituições científicas e no alto escalão governamental dos
EUA, da Europa e da antiga União Soviética. Era gigantesco e irreversível o desenvolvimento das
tecnologias informáticas, fato que levou os estrategistas estadunidenses a criarem um sistema
paralelo de comunicação com a ligação não linear de computadores em rede. Castells nos afirma
que,
Os bits aceleraram o processo de fusão entre as diversas mídias e a Internet. Aos poucos, a circulação
de informações via satélite cede espaço cada vez maior à rede, devido ao aumento da capacidade de
transmissão com baixo custo da Internet com banda larga, pela interconexão óptica e pelas ondas
hertzianas dos terminais sem fio. Negroponte (1995, p.18) afirma que “a superestrada da informação
nada mais é do que o movimento global de bits sem peso à velocidade da luz”.
Essa plataforma informacional, tão ampla e cada vez mais potente, subverte o padrão com que
trafegavam as informações durante o século XX. As informações percorriam um caminho através de
determinadas tecnologias, com formatos, receptores e abrangência geográfica e social muito
diversos entre si. As novas mídias informáticas trazem abalo e perplexidade a determinados usuários,
presos à velha ordem analógica do século XX, período no qual prevaleceu a simbiose entre as mídias,
os mercados e os objetivos estratégicos do Estado capitalista.
O controle sobre informações e entretenimento e, por meio dele, sobre
opiniões e imagens, historicamente tem sido o instrumento de sustentação
do poder do Estado, aperfeiçoamento na era da mídia. Nesse [novo]
contexto, o Estado-Nação enfrenta três grandes desafios interrelacionados:
globalização e não exclusividade da propriedade; flexibilidade e capacidade
de penetração da tecnologia; e autonomia e diversidade da mídia [...]. Na
realidade, já sucumbiu a tais desafios na maioria dos países. Até o início da
década de 80, com exceção, principalmente, dos Estados Unidos, a maior
parte das redes de televisão em todo o mundo era controlada pelo
governo, e estações de rádio e jornais dependiam de possíveis restrições
por parte das autoridades, mesmo em países democráticos. (...) Tudo isso
mudou em apenas uma década, e essa transformação foi gerida pela
tecnologia. A diversificação dos meios de comunicação, a integração de
toda a mídia em um hipertexto digital, abrindo caminho para a mídia
interativa, e a impossibilidade de exercer controle sobre satélites que
emitem sinais além das fronteiras ou sobre a comunicação via computador
por meio de linha telefônica, acabaram destruindo as tradicionais bases de
defesa de regulamentação. A explosão das telecomunicações e o
desenvolvimento dos sistemas de transmissão a cabo viabilizaram o
surgimento de um poder de transmissão e difusão de informações sem
precedentes. (CASTELLS, 1999. p.298)
A rede promove a fragmentação das fronteiras geográficas, mas, também, a geração de novas
identidades, territórios e práticas sociais.
Por um lado, o sujeito está presente num lugar físico; por outro lado, no espaço virtual. Não é a
geografia que vai determinar a topologia das relações e sim os interesses comuns. Na assertiva de
Negroponte (1995), a transmissão por bits removeu as barreiras temporais e geográficas,
determinando o início da era da pós-informação.
Vemos uma revolução na linguagem, visto que o ciberespaço está retirando do texto escrito os
limites da página impressa e acrescentando-lhe, por meio da virtualização da mensagem, a
possibilidade de animação gráfica no movimento das imagens. O ciberespaço, aliado à virtualidade
do sistema operacional nos computadores, possibilita estabelecer novas linguagens aos textos
inertes e modalidades inovadoras de signos. São linguagens visuais, musicais, sensoriais. Santaella
(1996) identifica o computador como uma mídia semiótica, que ultrapassa o sentido de comunicação
como um simples canal entre emissores e receptores.
O ciberespaço permitiu a fusão das diferentes mídias, bem como seus conteúdos e mensagens,
originando um novo canal universal de informação binário muito potente, com velocidade em tempo
real e recursos de interface entre homem e terminais informáticos, permitindo assim uma
comunicação digital que incorpora elementos audiovisuais, além da comunicação escrita e da leitura
textual.
Para que a interface entre computador e pessoas se tornasse a mais amigável e eficiente possível, a
Internet adotou formatos de páginas que absorvem recursos da editoração impressa, da redação e
criação jornalística e publicitária, acessíveis para a sociedade em geral. A diferença significativa entre
a Internet, antes e depois da Web, pode ser resumida no seguinte quadro:
Quadro 02: Diferenças da Internet antes e depois da Web TIRAR???
Antes da Web Depois da Web
Navegação por meio da digitação de códigos Navegação através de mouse sobre
criptografados hipertextos ou hiperlinks
Somente textos Textos, imagens, gráficos, animações e
arquivos de áudio
Acesso somente a pessoas que conheciam os Acesso de qualquer pessoa, sem necessidade
códigos de possuir conhecimentos técnicos em
programação
Não aceitava mouse Navegação com uso de mouse
Acesso apenas a redes restritas às quais o Acesso global a qualquer computador
navegador estivesse vinculado conectado à rede
Fonte: Balan (1999).
A interface gráfica da rede tem sido concebida como canal de difusão, que aglutina em suporte
digital todas as mídias de informação e comunicação existentes, além de elementos de
entretenimento. O conteúdo é elaborado, diagramado e programado com a finalidade principal de
apresentação nas telas dos computadores receptores.
A Internet antes da Web era como se tivéssemos que conhecer os sistemas tecnológicos aplicados
para poder sintonizar um programa de TV.
Depois da Web, basta eu “clicar” com o mouse no hipertexto ou hipervínculo (ou hiperlink) de meu
interesse que o navegador faz a parte de conversão tecnológica para trazer a informação que quero.
Sem duvida, a Web foi a grande responsável pela explosão da Internet junto ao grande público.
(BALAN, 1999, p.1).
Seus conteúdos incorporam múltiplas linguagens e técnicas de animação gráfica, com recursos
sofisticados disponíveis para o usuário, como a interatividade cada dia maior. Também os programas
de busca e de seleção de conteúdos dão sentido e objetividade aos dados disponíveis na memória
virtual.
Dentro deste universo, a palavra máquina deixou de ser a palavra de ordem para ser substituída
pelas conexões mais fluídas das interfaces, por meio das quais os computadores vão,
crescentemente, se potencializando para novas interações com seu meio ambiente físico e humano
em sistemas inteligentes de gerenciamento de bancos de dados, módulos de compreensão da
linguagem natural, dispositivos de reconhecimento de formas ou sistemas especialistas de
autodiagnóstico e interfaces de interfaces: telas, ícones, botões, menus, dispositivos aptos a
conectarem-se cada vez melhor aos módulos cognitivos e sensoriais humanos. (LÉVY, 1993, p.107).
Toda máquina começa pela imitação de uma capacidade humana, a qual passa, então, a amplificar
(SANTAELLA, 1996). É nesse sentido que já existiam máquinas bem antes da Revolução Industrial. A
invenção milenar de ferramentas e artefatos permitiu ao homem ultrapassar os limites impostos pela
capacidade corpórea dos indivíduos e dos grupos sociais para intervir e extrair da natureza reservas e
recursos materiais necessários para a sobrevivência e perpetuação da espécie em qualquer lugar do
planeta, por mais hostil que fosse o ambiente. Assim como a aquisição e o aprimoramento da
capacidade de abstração e de criação de ferramentas de trabalho libertou o homem da dependência
direta do ambiente natural, a construção da teia informática deu origem a um sistema artificial de
inteligência e compensação da potência limitada do cérebro humano para reter e processar
informações.
Segundo Lévy (1999), a emergência do ciberespaço é fruto de um verdadeiro movimento social que
possui segmentos líderes, programas de ação e palavras de ordem. O progresso do ciberespaço
corresponde ao desejo de comunicação recíproca e de inteligência coletiva, porque visiona um tipo
particular de relação entre pessoas. As características da interação social via Internet, exemplificam
como as culturas que se desenvolveram no dia-a dia da vida real se transportam para as redes de
computadores.
O ciberespaço emergiu no início dos anos de 1970, em sintonia com os movimentos da sociedade
norte-americana contra a Guerra do Vietnã. Neste tempo, a informática era exclusividade dos
projetos militares, da indústria bélica e dos fabricantes de equipamentos de telecomunicações
encomendados pelo governo dos Estados Unidos.
Os ativistas da época engajaram-se em defender o uso civil e pacífico dos computadores, o que
adquiriu dimensão com o movimento californiano “Computers for the peoples”, uma reação
simbólica que adquiriu força graças à proliferação de protótipos experimentais de computadores e
programas desenvolvidos por técnicos e pesquisadores adeptos do movimento contra o controle da
informação e pela democratização da informática.
Como é comum à sociedade capitalista, em pouco tempo ocorreu a expansão de um mercado
promissor para os microcomputadores e ferramentas digitais. A informática foi inserida, pela pressão
comercial, aos múltiplos objetivos do cotidiano social e se popularizou, exponencialmente, a partir de
1980. A própria Internet, com todos os seus recursos, é resultado da apropriação coletiva das
tecnologias que foram produzidas para objetivos restritos e autoritários de militares e das grandes
indústrias bélicas.
Pessoas podem, mesmo a distância, informar-se sobre os acontecimentos de seu lugar de origem ou
de qualquer outra parte do mundo. Livros, antes comprados em bancas e acessíveis a poucas
pessoas, podem ser “capturados” por download em arquivos para seres lidos nos e-books,
computadores portáteis com memória capaz de armazenar várias obras por vez. O novo suporte para
o texto literário tem a vantagem de ser multimidiático. Os ciberlivros, mais recentes, podem trazer
fotografias e ilustrações animadas, hipertextos com biografia dos personagens e links, transpondo o
leitor para outros endereços virtuais com informações adicionais. Eles podem conter trechos em
vídeo e gravação em áudio, com o próprio autor narrando o texto, por meio de sintetizadores de voz
humana. Outra inovação propiciada pela cibercomunicação é a recepção, em tempo integral, de
arquivos de uma informação que o usuário deseja e não teve oportunidade de assistir em tempo
real.
Enquanto a instituição escolar, toda a sua hierarquia e seus quadros de base se posicionam de forma
defensiva, tentando se proteger da “avalanche” tecnológica e informacional presente no mundo
exterior, a invasão do território escolar se dá por dentro, perpetrada pelos contingentes cada vez
maiores de alunos expostos e, na grande maioria das vezes, já familiarizados ao uso das tecnologias
digitais, do computador e da Internet. Nesta perspectiva, Almeida (2000, p. 109) afirma que:
Muitos professores não têm preparo para lidar com a nova realidade que se impõe diante do
emprego de novas tecnologias. Por outro lado, existem iniciativas em se capacitar esses profissionais
no uso dos recursos tecnológicos. Porém, tanto nos professores como nos alunos a serem formados,
a familiarização se dá mais de forma técnica e mecânica do que crítica e social.
Estas idéias já cristalizadas em torno das tecnologias impõem uma séria resistência ao seu uso e,
consequentemente, a ações pedagógicas eficientes. É interessante e necessário repensar a formação
de professores neste sentido, possibilitando o desenvolvimento de competências e habilidades,
tanto na formação inicial quanto na continuada, que desmistifiquem os tabus em torno das
tecnologias.
Nesta perspectiva, Perrenoud (1999) define competência como uma mobilização de conhecimentos
e esquemas que se possui para desenvolver respostas inéditas, criativas, eficazes para problemas
novos. Já as habilidades estão relacionadas ao saber fazer. Assim, identificar variáveis, compreender
fenômenos, relacionar informações, analisar situações-problema, sintetizar, julgar, correlacionar e
manipular são exemplos de habilidades. Segundo este autor:
Desta forma, é necessário que os professores desenvolvam uma competência que lhes permita
trabalhar com as tecnologias não apenas do ponto de vista técnico, mas com ações inovadoras que
viabilizem um trabalho amplo e reflexivo. Barros (2008), utiliza o termo competência pedagógica
virtual, e explica que:
Para este autor, a inovação vai muito além da simples implantação de recursos tecnológicos nas
escolas ou da capacitação técnica. Trata-se de uma mudança cultural e social em que faz-se
necessária a conscientização das possibilidades que os meios informáticos podem trazer à educação.
Ao se utilizar os recursos tecnológicos e a Internet com finalidades pedagógicas, temos a vantagem
de ser este o único meio eficaz para integrar, em espaço real ou diferido, profissionais, estudantes,
professores e pesquisadores geograficamente distantes, bem como possibilitar a interação entre os
diferentes conhecimentos.
Além de propiciar uma rápida difusão de material didático e de informações de interesse para pais,
professores e alunos, as novas tecnologias permitem, entre outras possibilidades, a construção
interdisciplinar de informações, produzidas individualmente ou em grupo por parte dos alunos, o
desenvolvimento colaborativo de projetos por parte de alunos geograficamente dispersos, bem
como a troca de projetos didáticos entre educadores das mais diferentes regiões do País. Conforme
as velocidades de transmissão das redes vão aumentando, novas aplicações para fins educacionais
vão se tornando viáveis, tais como laboratórios virtuais. (BRASIL, 2000, p.46).
Enquanto a educação pública brasileira perpetua suas contradições, a atualização tecnológica dos
meios informacionais prossegue acelerada, ampliando a distância entre a infra- estrutura
multimidiática existente e os parcos suportes disponíveis no espaço escolar. Podemos afirmar que o
uso das tecnologias da informação e comunicação estão para a educação contemporânea da mesma
forma que estão o giz e o quadro negro para a educação clássica. Trata-se de ferramentas
pedagógicas instituídas com vistas a viabilizar os processos de ensino e de aprendizagem. A educação
sempre utilizou tecnologias para realizar a mediação entre o sujeito que aprende e o conhecimento a
ser aprendido, e essa ação sempre trouxe em seu bojo a intenção de inovar as ações educativas.
Considerações finais
Sem sombra de dúvidas, a avaliação é a tarefa mais difícil e delicada que a escola e seus educadores
se deparam em seu processo pedagógico. O processo de ensino e aprendizagem deve visar a
aquisição de consideráveis graus de conhecimento e de habilidades que demandam mudanças de
comportamento de todos os envolvidos neste processo, sendo que a avaliação é tida como o
principal elemento para a averiguação dos resultados, tanto almejados como aqueles já alcançados.
A avaliação oferece-nos ainda, ajuda pecuniária para que se possa alterar este processo caso os
objetivos previstos não tenham sido alcançados com sucesso. Assim, cabe ao professor a tomada de
inúmeras decisões no que diz aos objetivos, conteúdos e procedimentos, porém a decisão sobre ‘o
que’ e ‘como’ avaliar é tarefa que exige altíssimo desenvolvimento de conhecimentos e habilidades.
Referências
BRASIL. Lei nº. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. São Paulo: Abril, 1997.
ESTEBAN, Maria Tereza. O que sabe quem erra? Reflexões sobre avaliação e o fracasso escolar. Rio
de Janeiro: DP&A, 2001.
FURLAN, Maria Ignês Carlin. Avaliação da aprendizagem escolar: convergências e divergências entre
os atores do processo de uma escola pública de ensino médio. Dissertação (Mestrado em Educação),
Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, Presidente Prudente, SP, 2006.
GARDNER, Howard. Estruturas da mente: as teorias das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1993
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à
universidade. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.
______. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001. LEONTIEV, A. N.
Atividade e consciência. Lisboa: Livros Horizonte, 1980.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas.
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudança por uma práxis
transformadora. São Paulo: Libertad, 1998.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
Sobre o autor
Wagner Antonio Junior é bauruense, graduado em Pedagogia pela Faculdade de Ciências da UNESP e
mestre em Educação pela Faculdade de Educação da USP. É professor efetivo do ensino público
municipal e, atualmente, ocupa o cargo de diretor da Divisão de Formação Continuada da Secretaria
Municipal da Educação de Bauru. Leciona no ensino superior em instituição privada, para o curso de
Pedagogia. É membro do Grupo de Pesquisa Contextos Integrados de Educação Infantil - FEUSP.