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Trabalho semiótico
O conceito de mercadoria abarca elementos que envolvem o abstrato e o concreto, à
medida que pode ser quantificável materialmente assumindo o seu valor de uso de
forma palpável. A mercadoria também pode assumir uma existência imaterial, tão
intangível como uma informação ou uma destreza intelectual. Nesse ponto, o autor
argumenta que algumas pessoas reúnem determinadas habilidades que foram
determinadas por suas condições e contextos sociais, físicos, psicológicos e todos os
outros que envolvem a personalidade da pessoa. O autor completa argumentando que
para certos tipos de trabalho, portanto exigem que a pessoa seja “dotada de um amplo
conjunto de condições que, mais do que técnicas (aprendizado, treinamento), são
psicológicas, são inerentes a certos tipos de personalidade, próprios de certas pessoas e
não de outras” (p.88). Essa questão abre margem para o surgimento, do que me parece
uma hierarquização do trabalho, uma divisão onde o trabalho intelectual possui maior
valor de uso e de troca em detrimento ao que seria o trabalho redundante.
Sociedade do espetáculo
A sociedade é retratada por Marx como a responsável da produção do seu próprio
consumo. Em uma dinâmica que “a produção é imediatamente consumo, o consumo é
imediatamente produção”. Ao passo que as mercadorias só acumulam valor de troca
porque existem pessoas dispostas a trocar seu dinheiro pela satisfação de suas
necessidades, sejam elas do “estômago ou da fantasia”. Nesse processo de produção e
consume o que relaciona milhões de pessoas é o espetáculo, ou seja a relação das
pessoas mediadas por imagens.
Interatividade e “prossumidores”
A tensão existente na diferença entre “produtores” e “consumidores” já foi anunciada
antes mesmo da criação da internet. Porém com o rápido progresso dos meios de
comunicação e a abrangência quase totalizante do seu poder de impor padrões de
produção e consumo. Dessa forma a “distancia espaço-temporal entre o momento da
produção e o momento do consumo” tende a reduzir, dando margem ao surgimento de
nova categoria de consumidor e produtor, o “prossumidor” (p.100). Essa dinâmica
produção-circulação-consumo-produção está presente em todas as dimensões sociais,
perpetuando o esquema em que a “produção consome os elementos a ela necessários, e
o consumo produz a necessidade de consumir e o objeto a produzir” (p.100).
Internet
A internet mantem o seu valor na ação linguística, configurando um espaço sócio-
cultural, fortemente influenciada, em seu surgimento, por uma ideologia baseada em
“colaboração, mas respeitando as individualidades; construção de consensos pela livre,
mas positivista, troca de idéias; crença na objetividade da razão e na neutralidade ou
distanciamento político dos atores” (p. 107). Rapidamente a internet tornou-se palco
para o espetáculo da sociedade, adquirindo assim um imensurável valor comercial.
TAVARES, Rosilene Horta. Por uma Pedagogia Social da Tecnologia. In: TAVARES,
Rosilene Horta. GOMES, Suzana dos Santos. (org.) Sociedade, Educação e Redes:
desafios à formação crítica. 1ª ed. Junqueira e Martins, Araraquara, SP, 2014.
Análise do capítulo:
A meu ver essa perspectiva vai de encontro afirmativa do texto. A leitura refletiu em
um questionamento sobre as práticas de avaliação externa. Qual a extensão da
exploração do trabalho ao avaliar as Tecnologias de Informação e comunicação na
execução do projeto pedagógico proposto em cada curso, retirando a relação
professor aluno como elemento central do processo de ensino e aprendizagem?