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APLICADA A
ENFERMAGEM
Márcio Haubert
Sistema nervoso:
comprometimento por
aneurisma, traumatismo
cranioencefálico e
trauma raquimedular
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O sistema nervoso está propício a sofrer diversas patologias, tanto pro-
vocadas pelo envelhecimento fisiológico quanto por fatores externos,
vinculados ao estilo de vida e a acidentes que envolvem as atividades
do dia a dia. Essas patologias podem se originar no sistema nervoso
central (SNC) e também no sistema nervoso periférico (SNP), trazendo
sintomatologia variada, acometendo da memória ao movimento corporal,
além de trazer fatores que colocam a vida do paciente em risco.
Neste capítulo, você vai ter a oportunidade de conhecer os aspectos
etiológicos e as implicações clínicas do aneurisma, do TRM e do TCE.
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Aneurisma cerebral
O aneurisma cerebral (Figura 1) é uma doença vascular caracterizada pelo
alargamento e pela dilatação de uma parte de um vaso sanguíneo intracraniano.
Esse processo se dá pelo enfraquecimento da camada muscular interna do
vaso acometido.
O processo de enfraquecimento que causa o aneurisma por via de regra
não nasce com a pessoa. Na grande maioria dos casos ele se desenvolve ao
transcorrer da vida, podendo estar relacionado a fatores genéticos. Dos pa-
cientes acometidos por aneurismas cerebrais, 20 a 30% apresentam múltiplos
aneurismas.
A maioria dos aneurismas múltiplos são pequenos e não causam sinto-
mas, enquanto aneurismas de colo largo geralmente apresentam sintomas
como cefaleia, dor facial e alterações de visão. Se ocorrer o rompimento
do aneurisma, isso causará alterações cerebrais importantes que incluem a
hemorragia subaracnóidea (HSA), hemorragia intracerebral e hemorragia
intraventricular. Rompimentos de aneurismas cerebrais são conhecidos como
acidente vascular encefálico (AVE) hemorrágico, sendo que a hemorragia
causada pela ruptura de um aneurisma causa problemas encefálicos por meio
da compressão das estruturas cranianas causadas pelo aumento excessivo da
pressão intracraniana (PIC).
A prevalência dessa doença está entre os adultos de 40 e 60 anos de idade,
sendo mais comum em mulheres.
Aneurisma cerebral
Ruptura de aneurisma
Etiologia
Dentre os fatores de risco mais associados à ocorrência dessa patologia,
apresenta-se a idade mais avançada, a hereditariedade, o tabagismo, a hi-
pertensão arterial (principalmente se não controlada), a história ou presença
de doença renal policística, o abuso de álcool, a dependência de cocaína e a
doença aterosclerótica. Pessoas com histórico familiar de aneurisma cerebral,
principalmente familiares de primeiro grau, apresentam maior predisposição.
Está bem estabelecida atualmente a relação entre o tabagismo e a ruptura de
aneurismas cerebrais, causando geralmente uma associação fatal. Dos fatores
de risco ditos que podem ser mudados, sem dúvida o tabagismo é um dos
mais fortes deles.
Os aneurismas recebem classificação conforme seu tamanho (Figura 2), sua
forma e sua etiologia, sendo chamados de aneurismas saculares ou em baga
quando formam bolsas de paredes finas que fazem protrusão na bifurcação
das artérias do círculo arterial ou de seus ramos principais. A ocorrência de
aneurismas se dá graças à fraqueza local e à degeneração da camada média
do vaso sanguíneo, fazendo com que a camada íntima sofra um abaulamento
na parede vascular.
Os aneurismas saculares geralmente estão localizados nas principais ar-
térias cerebrais, sendo que 85 a 95% se encontram no sistema carotídeo, com
localização mais comum correspondendo à artéria comunicante anterior, à
artéria comunicante posterior e à artéria cerebral média.
Ainda existe o aneurisma tipo fusiforme, que possui dilatações alongadas
das grandes artérias, tendo mais ocorrência no sistema vertebrobasilar, mas
também estando envolvidos nas artérias carótida interna, cerebral média e
cerebral anterior, mais presentes em portadores de arteriosclerose e hipertensão
arterial.
O AVE hemorrágico menos comum é o do aneurisma de rompimento
traumático, que ocorre após acidentes que envolvam pancadas na cabeça
da vítima. O mecanismo mais comum desse tipo de lesão tem origem nos
traumatismos cranianos fechados, em que a lesão é causada por tração nas
paredes dos vasos ou aprisionamentos dentro de fraturas.
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Ruptura de aneurisma
Figuras 2. Tipos de aneurismas cerebrais.
Fonte: Adaptada de Raupp ([2014]).
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Sintomas
Na maioria dos casos, os aneurismas cerebrais não apresentam sintomas, sendo
que a ocorrência sintomatológica é mais comum em razão de sua ruptura e
consequente hemorragia cerebral, apresentando:
Tratamento
Sempre que identificado um aneurisma cerebral deve ser avaliado o tratamento
cirúrgico para sua resolução, pois o risco de ruptura é uma das mais graves
consequências dessa doença vascular. Como as consequências do aneurisma
roto são drásticas, tanto em mortalidade quanto em sequelas neurológicas,
muitos neurologistas e neurocirurgiões aconselham cirurgia preventiva para
os aneurismas não rotos, principalmente naqueles aneurismas com diâmetro
maior do que 7 mm. O que vai de fato definir o tratamento ideal dos aneu-
rismas cerebrais são as condições do paciente, a anatomia do aneurisma e a
habilidade do profissional.
Os tratamentos mais realizados para o tratamento dessa patologia vascular
consistem basicamente na abordagem cirúrgica e no processo de embolização
endovascular.
Cirurgia convencional do aneurisma cerebral — Processo cirúrgico
que consiste em realização de craniotomia para acesso, clipagem e ligadura
de um aneurisma cerebral (Figura 3).
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Fios de platina inseridos Os fios formam espirais que Os fios formam uma espécie
com o auxílio de um cateter preenchem o aneurisma de malha, preenchendo o
local, evitando, assim, o
rompimento do aneurisma
Prognóstico do aneurisma
Quando um paciente apresenta um aneurisma cerebral, o prognóstico dessa
doença dependerá do tamanho, do formato e da posição do aneurisma cerebral.
Fatores como idade, estado de saúde geral, condições neurológicas prévias e
atuais, reserva funcional de demais órgãos, tabagismo, aneurisma roto e suas
complicações irão agir positiva ou negativamente no prognóstico do paciente.
Metade dos pacientes acometidos por aneurisma cerebral roto morrem
graças à hemorragia causada antes mesmo de chegarem ao hospital, antes
que possa ser prestado socorro e atendimento especializados. Esse tipo de
aneurisma é responsável pela causa mais frequente de morte súbita em adul-
tos entre 25 e 55 anos de idade. Daqueles que chegam com vida ao hospital,
metade terá evolução para o óbito, principalmente os que chegam em estado
de coma moderado ou profundo. Pacientes que chegam conscientes ao hospital
não apresentam complicações graves adicionais na internação, tendo maior
possibilidade de recuperação com quase nenhum déficit neurológico. As
possíveis sequelas são as mais variadas possíveis, estando ligadas à estrutura
cerebral que foi atingida. Mais frequentemente, notam-se défices motores, na
fala e cognitivos.
AVE hemorrágico
O AVE hemorrágico se caracteriza pelo sangramento em uma parte do encéfalo, como
consequência do rompimento de um vaso sanguíneo. Pode ocorrer para dentro do
cérebro ou tronco cerebral — acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico intrapa-
renquimatoso — ou para dentro das meninges — HSA.
A hemorragia intraparenquimatosa (HIP) é o subtipo mais comum de hemorragia
cerebral, acometendo cerca de 15% de todos os casos de AVE.
Causas: ocorre principalmente em decorrência da hipertensão arterial ou de uma
doença chamada angiopatia amiloide. Nessas doenças, as paredes das artérias cerebrais
ficam mais frágeis e se rompem, causando o sangramento.
Sintomas: os sinais e sintomas são sempre súbitos e podem ser: fraqueza de um
lado do corpo, perda da sensibilidade ou do campo visual de um ou ambos os olhos,
tontura, dificuldade para falar ou para compreender palavras simples e até mesmo a
perda da consciência ou crises convulsivas.
Diagnóstico: é feito por meio da realização de exames de neuroimagem, como
tomografia de crânio ou ressonância magnética, logo diante da suspeita clínica, ou
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TCE
O TCE é classificado como uma disfunção cerebral causada por qualquer
força externa que causa lesão encefálica traumática decorrente de acidentes
automobilísticos, quedas, prática de esportes, entre outros. Os TCEs consti-
tuem um problema de saúde pública que causa grande impacto econômico,
envolvendo desde os custos com o tratamento até a relação de interrupção
de vida produtiva do acidentado. Esse tipo de acidente é a principal causa de
mortalidade e morbidade entre adultos jovens.
Fisiopatologia do TCE
As lesões provocadas pelo TCE são divididas em duas fases, baseadas em
mecanismos fisiopatológicos distintos, sendo lesão primária e lesão secundária
oriunda do TCE.
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Hipertensão intracraniana
O aumento da PIC em casos de TCE é conhecido como um mecanismo de
lesão secundário. Esse fato ocorre em decorrência do aumento do cérebro por
edema cerebral e/ou por acúmulo de líquido. A PIC considerada normal varia
de 5 a 15 mmHg e valores acima do normal dificultam a correta circulação
sanguínea cerebral, causando com isso morte celular cerebral por anoxia.
Após a ocorrência de uma lesão primária, inicia-se uma cascata neuro-
tóxica que apresenta alterações intracelulares e extracelulares. As alterações
intracelulares abrangem o desequilíbrio de cálcio, a disfunção mitocondrial, a
produção de radicais livres de oxigênio e a consequente apoptose das células
envolvidas nesse processo, enquanto que as alterações extracelulares estão
relacionadas com alterações de membrana vascular e acidose extracelular.
Ambos os processos se tornam responsáveis pelo descontrole da autorregu-
lação cerebral e pelo desenvolvimento do edema cerebral pós-traumático que
causa a hipertensão craniana (HIC). A HIC está relacionada com os eventos
moleculares já citados, podendo surgir dias após o acontecimento do TCE,
dependendo da evolução da lesão ocasionada pelo trauma.
As estatísticas apontam que os TCEs graves correspondem a apenas 4% do
total, porém, são eles que estão associados às maiores taxas de morbimorta-
lidade, isso porque 60% dos pacientes internados por TCE grave têm a morte
como desfecho da doença. Ainda se sabe que 50% dos acidentados com TCE
grave desenvolverão HIC. Por isso tudo, a monitorização de PIC nas unidades
de saúde que tratam esses pacientes deve ser adotada como praxe para que seja
destinada uma assistência qualificada e focada em manter os níveis tensórios
cerebrais adequados, garantindo uma adequada perfusão cerebral.
TRM
Define-se por TRM toda agressão causada à medula espinal que cause pre-
juízos neurológicos, gerando transtornos das funções motora, sensitiva e
autônoma. Pessoas do sexo masculino com idade entre 15 e 40 anos são os
que mais sofrem esse tipo de trauma. Acidentes de trânsito, quedas de alturas,
acidentes de mergulho em água rasa e ferimentos por arma de fogo (FAF) são
as principais causas do TRM.
Os traumas causados à medula espinal podem ser pequenos, causando uma
concussão transitória que pode ser recuperada até uma transecção completa
da medula espinal, causando danos irreversíveis que causam paralisia dos
movimentos abaixo do local traumatizado. Os maiores riscos em lesões graves
causadas na medula espinal são o choque medular, o choque neurogênico, a
trombose venosa profunda (TVP), a disreflexia autônoma, a bexiga neuro-
gênica, o intestino neurogênico, a espasticidade, as úlceras por pressão, as
pneumonias, as alterações psicossociais e as infecções.
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Tetraplegia
Tipo de paralisia que diz respeito a uma lesão raquimedular que ocorre acima
da primeira vértebra torácica, ou entre as secções cervicais C1 a C8. Como
resultado desse trauma surge algum nível de paralisia nos quatro membros:
pernas e braços.
O grau de paralisia varia de acordo com a natureza da lesão, em que medida
foi submetido a terapia de reabilitação e, muitas vezes, a fatores que ainda não
estão bem compreendidos. A terminologia mais utilizada para designar essa
lesão na atualidade é a tetraplegia, mas muitos pacientes conhecem e usam
a palavra quadriplegia.
A tetraplegia, dependendo da sua gravidade, pode interferir na capacidade
respiratória fisiológica, colocando pacientes na dependência de ventiladores
artificiais para realizarem o mecanismo respiratório. De um modo geral,
quanto mais acima ocorrer a lesão, mais extenso será o dano.
Paraplegia
Tipo de paralisia causada por lesão raquimedular abaixo dos níveis espinais
torácicos entre as vértebras T1 e L5. Pacientes paraplégicos são capazes de
usar as mãos livremente, mas o grau de deficiência nas pernas depende da
lesão. Algumas pessoas paraplégicas ficam totalmente paralisadas da cintura
para baixo. Outras pessoas podem apenas sentir pequenas dificuldades de
mobilidade, ou perda de sensibilidade na parte inferior do corpo; o grau de
comprometimento dependerá do grau da lesão.
Nem todas as lesões na medula espinal resultam em plegias. Esse tipo de
lesão pode provocar diferentes problemas. Por exemplo, uma lesão na região
lombar da coluna pode provocar uma condição conhecida como síndrome da
cauda equina, que interfere com o funcionamento da bexiga e das pernas e
com a função sexual (Figura 5).
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Cervical
C4 - C6 - Tetraplegia (quadriplegia)
Paralisa todo o corpo do pescoço
para baixo
Torácica
T1 e abaixo - Paraplegia
Ocorre quando a medula espinal
é lesionada, tanto na região
torácica quanto na lombar
Lombar
A medula espinal termina na L2,
mas as lesões são possíveis abaixo
e no final da medula (cauda equina)
Sacro
Considerações anatômicas
A medula espinal está protegida pela coluna vertebral e esta tem entre 33
e 34 vértebras, divididas em 7 cervicais; 12 torácicas; 5 lombares e 4 ou 5
coccígeas. A medula espinhal de um adulto tem cerca de 45 cm e estende-se
desde a altura do atlas, primeira vértebra cervical, até a primeira ou segunda
vértebra lombar. A medula espinal se afina para formar o cone medular, do
qual se estende um filamento delicado, denominado de filum terminale, que
se insere próximo ao primeiro segmento coccígeo. Na parte baixa do canal
vertebral descendem as raízes dos nervos espinais caudais, que, juntamente
com o filum terminale, formam a cauda equina, que tem o seu início no nível
da vértebra T11 e termina caudalmente no nível do terceiro segmento sacral.
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Fisiopatologia
A medula espinal é responsável por conduzir impulsos nervosos sensitivos e
motores entre o cérebro e as demais regiões do corpo. Lesões causadas por
transferência de energia cinética na medula espinal podem causar rompimento
dos axônios, além de causar lesões das células nervosas e a ruptura de vasos
sanguíneos adjacentes. Esse processo desencadeia um estágio agudo de TRM,
abrangendo um tempo de até oito horas após o acidente. Concomitantemente
pode ocorrer hemorragia e necrose de substância cinzenta seguida de edema
raquimedular. O fluxo sanguíneo local fica danificado pela formação de pe-
téquias hemorrágicas na substância cinzenta já no primeiro minuto da lesão
medular espinal (LME). A aglutinação dessas petéquias dentro da primeira hora
resulta em necrose central hemorrágica, que pode se estender até a substância
branca nas horas seguintes, causando uma redução geral do fluxo sanguíneo
no local da lesão, causando morte celular nesse local.
Comprometimento neurológico
Será o grau de comprometimento que determinará as possíveis complicações
que o acidentado poderá apresentar. Para determinar com exatidão qual o grau
de comprometimento que o trauma causou, é essencial aguardar que passe
a fase de choque medular, que dura em torno de três dias a seis semanas,
considerando que quadros infecciosos podem aumentar esse período.
As complicações associadas ao TRM se instalam pelo completo estado de
arreflexia da medula espinal, ocorrido após o traumatismo grave nessa estru-
tura. Durante o choque medular, que pode ocorrer logo após o traumatismo da
medula, o paciente apresenta ausência total da sensibilidade, dos movimentos e
do reflexo bulbocavernoso, mesmo que a lesão não seja completa e permanente,
estando presente em condições normais. A presença do retorno do reflexo do
bulbocavernoso indica o fim do choque medular e, assim, permite-se concluir
qual o grau da lesão neurológica causada.
Traumas raquimedulares também podem causar o choque neurogênico,
caracterizado pela queda da pressão arterial acompanhada de bradicardia.
Nesse caso ocorre lesão das vias eferentes do sistema nervoso simpático
medular e vasodilatação dos vasos viscerais e das extremidades juntamente
com a perda de tônus simpático cardíaco, sendo esta a responsável pela queda
também dos batimentos cardíacos.
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Leituras recomendadas
CHAVES, M. L. F.; FINKELSZTEJN, A.; STEFANI, M. A. Rotinas em neurologia e neurocirurgia.
Porto Alegre: Artmed, 2008.
GAUDÊNCIO, T. G; LEÃO, G. M. A epidemiologia do traumatismo crânio-encefálico: um
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GREENBERG, D. A.; AMINOFF, M. J.; SIMON, R. P. Neurologia clínica. 8. ed. Porto Alegre:
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HAUSER, S. L.; JOSEPHSON, S. Neurologia clínica de Harrison. 3. ed. Porto Alegre: AMGH,
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OLIVEIRA, C. O.; IKUTA, N.; REGNER, A. Biomarcadores prognósticos no traumatismo
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