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AVEh
Prof. Elza Magalhães
-Assim como o AVC isquêmico (AVCi), o AVCh é importante causa de óbito e de incapacidade,
- AVCh é bem menos frequente que o AVCi (hemorrágico corresponde a 20% de todos os AVCs).
Num caso de AVCi, com oclusão em artéria Cerebral média irá comprometer um
hemisfério cerebral praticamente todo. Vai haver necrose celular, morte celular, e uma
disfunção muito maior. Por outro lado o efeito do AVCh é de massa dentro do parênquima. A
medida que esse sangue é reabsorvido, muita coisa volta pro lugar.
Quando comparado uma imagem de uma tomografia depois de uma lesão, de um AVCh
e um AVCi, inicialmente com a mesma extensão, a tomografia de um ano depois do AVCh vai
estar muito melhor. No caso do AVC hemorrágico, o dano tecidual é menor, e, um ano depois
do evento, a imagem da tomografia da área afetada vai diminuir. Por que? O que era imagem,
no AVCh é sangue, e vai ser reabsorvido. O AVCi não, continua a mesma coisa da lesão inicial
mesmo um ano depois. Por que? O que era imagem no AVCi é morte celular, necrose.
Etiologias do AVCh:
- Hipertensão (principal)
- Angiopatia Amilóide (doença degenerativa com formação de placas de amiloide na parede do
vaso por degeneração celular. Este processo gera o enfraquecimento e consequente propensão
da parede do vaso à sangramentos. Por se tratar de uma doença difusa, de pequenos vasos, a
hemorragia é distribuída em múltiplos sítios no parênquima).
Pergunta: A angiopatia amiloide também está associada a AVCi? R- ela está associada mais à
demência, a deposição de placas na parede vascular, e a microhemorragias. Como na
Tomografia não vê sangramentos antigos, (só a ressonância vê), paciente com angiopatia
amiloide pode apresentar TC normal. TC é pra sangramento recente.
No resultado de uma RM de angiopatia amiloide encontrará no laudo: sinais de sangramentos
antigos, subagudos, dispersos pelo parênquima, sugestivos de angiopatia amiloide.
É diagnóstico diferencial de Alzheimer, causa de demência,
Pergunta Inaudível.
Diferente dos casos de AVCi (onde o exame indicado para diagnóstico é RM), o exame
indicado para diagnóstico de AVCh é tomografia. A tc vai mostrar a hemorragia. E se ela não
mostrar a RM também não mostra. Ressonância é um péssimo exame pra ver sangue. É bom
para ver lesões que aconteceram há vários meses, e que por exemplo não foram diagnosticadas
na fase aguda. E que já haja na lesão uma degradação da hemoglobina, aí a RM vai ser boa. Mas
a fase aguda na emergência é TC.
A absolvição desse edema vai ser muito mais difícil. Sangue dentro do ventrículo é uma
complicação importante. Sangue no interior do ventrículo gera processos inflamatórios, de base
de crânio, as vezes no arqueduto, coagula o sangue, gera hidrocefalia, faz hipertensão
intracraniana, entra em coma, faz herniação, precisa de ventilação e pode até ter uma parada.
Sangue no interior do ventrículo precisa ficar muito atento à necessidade de drenar, colocar
cateter, tirar o sangue de lá. Sangue no espaço subaracnoideano mesma coisa, avaliar a
necessidade de drenar.
Paciente com hemorragia nos gânglios da base, é completamente diferente do paciente com
hemorragia subaracnoideana. Este último, do ponto de vista etiológico, deve ter uma doença
muito mais grave. Hemorragia subaracnoideana deve-se buscar algum vaso de fronteira, ou
bifurcação que possa ter rompido algum aneurisma. Esse paciente precisa de angiografia.
Avaliar ocorrência de hidrocefalia, de desvio de linha média (parâmetro de drenagem –
tratamento cirúrgico) e se há herniação, ou seja, se esse paciente vai precisar de um suporte
com ventilação mecânica, intubação... Normalmente nos AVCs hemorrágicos paciente precisa
de UTI.
Hemorragia em gânglios da base fazendo desvio de linha média com edema, e efeito de
massa comprimindo o ventrículo. Não dá nem pra ver o ventrículo desse lado, nem o corno
anterior, nem o posterior.
Quando ocorre um hematoma grande o suficiente, pode haver desvio de linha média.
Em muitos casos, esse paciente não precisa de nenhum tipo de abordagem. O parâmetro para
recrutar um profissional para fazer uma drenagem é o nível de consciência do paciente e se há
desvio de linha média na tomografia.
Nos casos de AVC isquêmico, extenso, com desvio de linha média, e o paciente está com
nível de consciência rebaixado, fazendo anisocoria, nesses casos, o cirurgião tira a calota
craniana no lado do cérebro isquemiado. Esse procedimento permite que o cérebro inche para
fora ao passo que permita o funcionamento do outro hemisfério cerebral. O hemisfério
contralateral nesses casos é a preocupação, é este que ainda está se tentando salvar. O outro
lado provavelmente já foi. A resposta a lesão inicial, é que o cérebro comece a inchar. Esse
processo gera compressão dos vasos e consequente isquemia do lado não afetado. OU SEJA, ao
drenar, você retira o que está ocupando espaço e preserva o hemisfério que ainda não foi
afetado. Corrige o desvio de linha média.
A artéria que ocluímos está nutrindo apenas a MAV. Ela não está nutrindo outra parte
do cérebro, então não provocaremos um AVCi. Às vezes, até pode ocorrer isquemia em torno
da MAV, mas bem pouca. Até porque, como a MAV é uma doença congênita, que o paciente
desenvolveu ao longo de anos, a região em torno dela já tem artérias colaterais. Então aquela
artéria principal não fará falta quando for ocluída.
cerebral, as outras medidas resolvem. Porém, quando o aumento ocorre devido a sangramento,
só há redução quando drenamos o sangue. Pergunta: Então não há nada que possamos fazer,
além disso? Resposta: Nada. Você pode proteger o paciente e tratar as consequências da
hipertenção intracraniana. Por exemplo, podemos tratar a hipertensão sistêmica ou bradicardia
secundárias à HIC. Se há risco de herniação, podemos intubar. Mas hiperventilação, manitol...
Tudo o que você fizer, não vai resolver a HIC. Se tiver uma TC como aquela que mostrei
anteriormente, com ventrículo todo inundado, só há possibilidade de reduzirmos a PIC tirando
esse sangue através da drenagem.
- Evitar hipertermia, mas não precisamos mais provocar hipotermia, essa medida já é proscrita.
- Evitar aspiração, principalmente nos pacientes que estão rebaixados. Evitar alimentar os
pacientes que estão sonolentos, para que não desenvolva pneumonia aspirativa, que é uma das
complicações que mais prolongam a permanência na UTI.
Amlodipina. No AVCh e parenquimatoso não há qualquer benefício, até porque não ocorre
vasoespasmo nesses casos. O risco de vasoespasmo vai do 4º ao 7º dia após a HSA, período que
é indicado a administração da Amlodipina. Se o paciente apresenta piora do nível de
consciência, fazemos uma angiografia; se detectarmos vasoespasmo, durante o cateterismo
administramos Amlodipina dentro da artéria que está contraída.
A meia pneumática veste a perna inteira do paciente e é elétrica, possui uma bomba
que faz o papel do músculo, infando e esvaziando para bombear o sangue na perna paralisada.
Mas a heparina de baixo peso molecular, em dose profilática, não aumenta tanto o risco de
sangramento. A não ser em paciente que tem uma coagulopatia ou uma disfunção renal (que
contraindica o Clexane, a heparina mais utilizada). Repetimos a TC em 24 horas para vermos se
o hematoma piorou, se ressangrou ou se estabilizou. Se estiver estabilizado, podemos usar o
clexane. O benefício de usar o clexane é maior do que o risco. Evita TVP e TEP, que se ocorressem
seria necessário anticoagular o paciente, com grandes chances de ressangramento. Se o
paciente faz uma TVP e detectamos a tempo, podemos inserir um filtro de veia cava para evitar
TEP, sem necessidade de anticoagulação.