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COMPLICAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

Lesão cerebral é a destruição ou degeneração das células do cérebro.


A lesão cerebral pode ocorrer devido a uma vasta gama de condições, doenças
ou traumas. Possíveis causas de lesão cerebral disseminada (difusa) incluem hipoxia
prolongada (falta de oxigênio), envenenamento, infecção e patologias neurológicas.
A extensão e o efeito da lesão cerebral é freqüentemente avaliado pelo emprego
de exame neurológico, tomografia e testes de avaliação neuropsicológica.
Uma lesão cerebral não resulta necessariamente numa deficiência ou
incapacidade de longo prazo, embora a localização e extensão do dano tenham um
efeito significativo na resultante provável. Em casos sérios de lesão cerebral, o resultado
pode ser incapacidade permanente, incluindo déficit neurocognitivo, alucinações,
problemas de fala ou movimento e retardo mental. Lesões cerebrais graves podem
resultar em estado vegetativo, coma ou morte.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – AVC

O AVC é a principal causa de morte no Brasil. A cada ano, retira do mercado de


trabalho milhares de brasileiros e os deixam restritos a uma cama, incapazes de andar,
tomar banho ou comer sem ajuda e, portanto, sem dignidade. Mas não precisava ser
assim...

Classificação
Há, basicamente, duas causas do AVC:
 Ruptura de um vaso cerebral, causando hemorragia. Isto pode ocorrer devido a
hipertensão arterial, arteriosclerose ou debilidade congênita da parede do vaso.
Dizemos que é um ACIDENTE VASCULAR HEMORRÁGICO.
 Isquemia cerebral decorrente da obstrução de uma artéria por um trombo ou um
êmbolo. Dizemos que é um ACIDENTE VASCULAR ISQUÊMICO.

Causa
Os distúrbios encefálicos têm diversas causas, porém, em geral, ocorrem por
hipertensão arterial, malformações arteriovenosas, aneurismas, traumatismos, tumores e
diabetes. A presença desses distúrbios pode levar a um dos seguintes eventos:
1. Trombose: pela presença de coágulo no interior de um vaso sanguíneo do
pescoço e/ou encéfalo;
2. Embolia: coagulo ou outro material levado ao encéfalo a partir de outra região
do corpo;
3. Estenose de uma artéria que vasculariza o encéfalo;
4. Hemorragia: pela ruptura de um vaso sanguíneo encefálico com sangramento ou
formação de hematoma, causando compressão no tecido cerebral;
5. Espasmo arterial cerebral: pela isquemia de um vaso encefálico.

Diagnóstico

A história e o exame físico dão subsídios para uma possibilidade de doença


vascular cerebral como causa da sintomatologia do paciente. Entretanto, o início agudo
de sintomas neurológicos focais deve sugerir uma doença vascular em qualquer idade,
mesmo sem fatores de risco associados. A avaliação laboratorial inclui análises
sanguíneas, tomografia computadorizada de encéfalo ou ressonância magnética.
Sintomatologia

AVC Hemorrágico AVC Isquêmico


Alterações motoras Cefaleia e zumbidos
Perda da comunicação Hemiparesia – paralisação de uma parte
do corpo.
Perda visual Parestesia – adormecimento de uma
região.
Anestesia Disfasia - prejuízo na emissão de sons
vocais.
Ataxia – perda da coordenação dos Diplopia – visão dupla
movimentos.
Alterações vesicais Zumbidos
Prejuízos da atividade mental e efeitos
psicológicos.

Tratamento

Geralmente existem três estágios de tratamento do acidente vascular cerebral:


tratamento preventivo, tratamento do acidente vascular cerebral agudo e o tratamento de
reabilitação pós-acidente vascular cerebral.
O tratamento preventivo inclui a identificação e controle dos fatores de risco. A
avaliação e o acompanhamento neurológicos regulares são componentes do tratamento
preventivo bem como o controle da hipertensão, da diabetes, a suspensão do tabagismo
e o uso de determinadas drogas (anticoagulantes) que contribuem para a diminuição da
incidência de acidentes vasculares cerebrais.
Inicialmente deve-se diferenciar entre acidente vascular isquêmico ou hemorrágico.
O tratamento agudo do acidente vascular cerebral isquêmico consiste no uso de
terapias trombolíticos (dissolvem o coágulo) que tentam cessar o acidente vascular
cerebral quando ele está ocorrendo, por meio da rápida dissolução do coágulo que está
causando a isquemia.
O acidente vascular cerebral em evolução constitui uma emergência médica,
devendo ser tratado rapidamente em ambiente hospitalar.
A reabilitação pós-acidente vascular cerebral ajuda o indivíduo a superar as
dificuldades resultantes dos danos causados pela lesão.
O uso de terapia trombolítica é importante para evitar recorrências. Além disso,
deve-se controlar outras complicações, principalmente em pacientes acamados
(pneumonias, tromboembolismo, infecções, úlceras de pele) onde a instituição de
fisioterapia previne e tem papel importante na recuperação funcional do paciente.
As medidas iniciais para o acidente vascular hemorrágico são semelhantes,
devendo-se obter leito em uma unidade de terapia intensiva (UTI) para o rigoroso
controle da pressão. Em alguns casos, a cirurgia é mandatória com o objetivo de se
tentar a retirada do coágulo e fazer o controle da pressão intracraniana.
Assistência de Enfermagem

 Controlar os sinais vitais.


 Observar reações às solicitações verbais e aos estímulos dolorosos.
 Manter lubrificação constante dos olhos para prevenir úlceras de córnea.
 Estimular a tosse e a expectoração.
 Fazer exercícios passivos e conscientizar quanto a importância dos
exercícios para prevenir a atrofia dos membros.
 Realizar a mudanças de decúbito frequentes para prevenir escaras.
 Passar sonda vesical.
 Passar sonda nasogástrica.
 Fazer balanço hídrico.

ANEURISMA CEREBRAL

Aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria cerebral que pode levar à r
da mesma no local enfraquecido e dilatado.
Nos indivíduos que têm aneurisma cerebral há a ruptura desta irregularidade da artéria cere
"vazamento" de sangue para um espaço virtual que existe no cérebro chamado de "espaço subaracnóide".
A ruptura inicial de um aneurisma cerebral leva à morte quase um terço dos pacientes. Alguns pac
apresentam dois ou mais episódios de hemorragia do aneurisma cerebral. Em cada uma das hemorragias
de morte vai se somando.
A ruptura do aneurisma pode ocorrer durante toda a vida, mas é mais frequente entre a quarta e
década de vida.
Muitas pessoas nascem com aneurisma cerebrais, os chamados aneurismas congênitos os quais, ao
da vida, podem aumentar e romper.
Existem fatores de risco como parentesco de sangue próximo ao de alguém que
já teve aneurisma, principalmente irmãos.
Mulheres têm maior probabilidade de desenvolver aneurismas cerebrais.
Em torno de 20% dos pacientes com aneurisma cerebral apresentam mais do que
um aneurisma
Outros fatores de risco são: hipertensão arterial, dislipidemias (alteração do
colesterol e triglicerídeos), doenças do colágeno, diabetes e fumo.

Quadro Clínico
O sintoma mais comum é cefaléia de grande intensidade acompanhada de
vômitos, convulsões e perda de consciência. Alguns pacientes desenvolvem ptose
palpebral (queda súbita da pálpebra) acompanhado de cefaléia. Outros, perda
progressiva da visão por comprometimento do nervo óptico por compressão do
aneurisma.
Com o decorrer das horas a dor de cabeça pode evoluir para uma dor importante
na nuca e levar a "rigidez de nuca" que é comum na meningite, ou dor nas costas e
pernas. Isso ocorre por que o sangue escorre da cabeça para a coluna e "irrita" as raízes
nervosas provocando dor nas costas.
Pacientes que não rompem o aneurisma cerebral podem ter sintomas de
isquemias cerebrais de repetição, pois pode haver formação de pequenos coágulos
dentro do saco aneurismático levando a liberação dos mesmos para a corrente sangüínea
e "entupindo" pequenas artérias.

Diagnóstico

Os pacientes com aneurisma cerebral não roto apresentam dificuldade de


diagnóstico por parte do médico. Os aneurismas não rotos não dão dor de cabeça.
Algumas vezes apresentam-se como pequenas isquemias cerebrais ou queda da
pálpebra. O especialista experiente deverá solicitar uma angiografia cerebral digital ou
uma angiografia por ressonância magnética. Somente nos aneurisma muito grandes
podemos fazer diagnóstico dos mesmo com uma tomografia computadorizada do
encéfalo.
O diagnóstico de suspeição é feito pela história que o paciente conta quando o
aneurisma é roto. Muitas vezes o paciente já chega em coma ao hospital. Cabe ao
médico solicitar uma tomografia computadorizada do encéfalo que deve demonstrar
sangue no espaço subaracnóide ou hematoma cerebral (coágulo dentro do cérebro).
Caso a tomografia computadorizada seja normal e o paciente apresente rigidez
de nuca o médico procede a uma punção lombar para ver se há sangue no líquido que
banha o cérebro e a espinha, chamado de "líquor". Nos pacientes com hemorragia por
aneurisma cerebral o líquor - que é da cor da água - aparece avermelhado pelo sangue
da hemorragia.

Tratamento

O tratamento dos aneurismas não rotos deve ser avaliado, pois o risco anual da
ruptura de um aneurisma é de 1,25 %, ou seja, o paciente pode escolher um momento
adequado para o seu tratamento junto com seu médico.
Já os aneurismas rotos apresentam-se como uma urgência médica devendo ser
tratados com máxima brevidade. Até o início da década de 90 o tratamento era feito
exclusivamente através da cirurgia, que consiste em abertura do crânio e bloqueio do
aneurisma com clipes (grampos) metálicos.
Nem todos os pacientes podem ser tratados com cirurgia. Dependendo do estado
de saúde do paciente e do local a ser alcançado, uma intervenção cirúrgica poderá ser
perigosa.
A partir da metade da década de 90, foi desenvolvido um método denominado
embolização por cateter que consiste em introduzir um cateter na artéria da virilha e
através do cateter, que é levado até ao aneurisma, promover o bloqueio do aneurisma
com inserção de micro molas de platina. Há casos em que a estrutura vascular do
paciente não permite a passagem do cateter. Nesses casos, não existe alternativa a não
ser o tratamento cirúrgico.

1. Micro-molas 2. Aneurisma sendo embolizado

Recentemente foi desenvolvido novo material para tratar o aneurisma, chama-se


Onyx. Trata-se de um líquido que se torna sólido no interior do aneurisma. O Onyx
deverá substituir as molas de platina, mas sua utilização tem o mesmo conceito
terapêutico.

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