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SISTEMA

CARDIOVASCULAR
Semiologia Aplicada a Enfermagem

André Alvim
Érica Coelho
Ana Cecília de Godoy
SISTEMA CARDIOVASCULAR

• Responsável pela CIRCULAÇÃO DO SANGUE, de modo


a levar os NUTRIENTES , OXIGÊNIO e hormônios a todo o
corpo, e transportar o sangue com dióxido de carbono
(CO2) e metabólitos.

• Formado pelo CORAÇÃO e os VASOS SANGUÍNEOS .


,

ANATOMIA CARDÍACA
• O coração fica apoiado sobre o diafragma, perto
da linha média da cavidade torácica, no
mediastino.

INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO
ANATOMIA CARDÍACA

• O coração possui quatro


câmaras:

 Os Átrios (as câmaras


superiores) recebem
sangue;

 Os Ventrículos (câmaras
inferiores) bombeiam o
sangue para fora do
coração.
CICLO CARDÍACO
1- Sístole:

• Ventrículos contraem, aumentando a pressão e forçando o


fechamento das valvas mitral e tricúspide;
• Esse fechamento valvar impede o fluxo retrógrado para o interior dos

átrios e coincide com a B1  TUM.


• A seguir, as valvas aórtica e pulmonar se abrem, e os ventrículos
ejetam o sangue para o interior da aorta e da artéria pulmonar.
CICLO CARDÍACO

2- Diástole:
• Ventrículos se esvaziam e relaxam. No inicio da diástole, as valvas semilunares
se fecham para impedir o fluxo retrógrado para os ventrículos.

• Isso coincide com a B2  TA.


• A medida que os ventrículos relaxam, as valvas mitral e tricúspide se abrem e
o sangue proveniente dos átrios, começa a fluir para o interior dos ventrículos.
CICLO CARDÍACO

2- Diástole:

• Quando os ventrículos se enchem, próximo


ao final da diástole, os átrios se contraem
para enviar o restante do sangue para os
ventrículos.
Diástole:
Ventrículos relaxam;
Fechamento das valvas semilunare
B2  TA.

Sístole:
Ventrículos contraem;
Fechamento das valvas mitral e
tricúspide;
B1  TUM.
CIRCULAÇÃO

1) Circulação pulmonar (ou pequena circulação):

• O sangue rico em CO2 sai do ventrículo D, através da artéria pulmonar, vai até
os pulmões, onde ocorre a hematose, e retorna rico em O2, através das veias
pulmonares, para o átrio E.

• Seguindo para o VE e a grande circulação.


CIRCULAÇÃO

2) Circulação sistêmica (ou grande circulação):

• O sangue (rico em O2) sai do ventrículo E, através da aorta, logo após, vai
para todo o organismo, através dos ramos da aorta. Após nutrir o organismo,
o sangue retorna (agora rico em CO2), através das veias cavas, para o átrio
D.
ÁTRIO DIREITO: recebe ÁTRIO ESQUERDO:
sangue rico em dióxido recebe o sangue
de carbono (venoso) oxigenado; por meio
de três veias: veia cava de quatro veias
superior, veia cava pulmonares.
inferior, seio coronário
(sangue do músculo
cardíaco) .
O sangue passa do átrio
esquerdo para o ventrículo
esquerdo através da valva
Bicúspide (mitral).
O sangue passa do átrio Do ventrículo esquerdo o
direito para ventrículo sangue sai para a maior
direito através de uma artéria do corpo, a aorta
válvula chamada ascendente, passando
tricúspide (formada por pela Valva Aórtica
três folhetos).
Vascularização cardíaca: A irrigação do coração é
assegurada pelas artérias coronárias.
FLUXO

VEIA > ÁTRIO > VENTRÍCULO > ARTÉRIA

LADO DIREITO (SANGUE VENOSO) LADO ESQUERDO (SANGUE ARTERIAL)

Veia cava Veia pulmonar


Átrio direito Átrio esquerdo
Ventrículo direito Ventrículo esquerdo
Artéria pulmonar Artéria aorta
GRANDE
CIRCULAÇÃO

PEQUENA
CIRCULAÇÃO

GRANDE
CIRCULAÇÃO
SINTOMAS CARDIOVASCULARES
• Os sinais e sintomas das doenças cardiovasculares podem se originar
no próprio coração ou em outros órgãos que sofram repercussão do
mau funcionamento do coração.
SINTOMAS CARDIOVASCULARES
A) DOR TORÁCICA:

i. Dor de isquemia miocárdica

ii. Dor origem pericárdica

iii. Dor de origem aórtica

iv. Dor de origem psicogênica

B) PALPITAÇÕES

C) DISPNEIA

D) SÍNCOPE
SINTOMAS CARDIOVASCULARES

A) DOR TORÁCICA:

i. Dor de isquemia miocárdica


CUIDADO!!
ii. Dor origem pericárdica
DOR OU
DESCONFORTO
iii. Dor de origem aórtica
TORÁCICO DEVE SER
CRITERIOSAMENTE
iv. Dor de origem psicogênica
AVALIADO!
DOR ISQUÊMICA MIOCÁRDICA

Sensação de aperto, compressão da região retroesternal:


“Dor anginosa”

Dor leve: relativamente bem tolerada


INTENSIDADE

Dor moderada: quando o paciente se sente bastante incomodado, agravando-se mais


com os exercícios.
Dor intensa: grande sofrimento, acompanhada de sudorese, palidez e sensação de
morte iminente.
DOR ISQUÊMICA MIOCÁRDICA

Localização/ Irradiação : Retroesternal, hemitórax


esquerdo, face anterior do pescoço, borda ulnar do braço
esquerdo, região epigástrica.

Duração: Início e término, contínua ou


intermitente ?
O que desencadeia ou piora: Esforços ou
emoções ?
O que melhora: Medicamentos, repouso?
DOR ISQUÊMICA MIOCÁRDICA

ANGINA
DOR ISQUÊMICA MIOCÁRDICA
ANGINA

• Angina estável: • Angina instável

Duração da dor: de 2 a 3 min. Duração da dor: pode chegar a 20 min.


Fatores precipitantes: atividade Fatores precipitantes: pode ocorrer em
física, estresse emocional. repouso. Já existe alteração histológicas,
não estando relacionada ao esforço
Fatores de alívio: repouso, reversão físico.
do fator precipitante, nitratos
(nitrato sublingual – dor 3 a 4 min Fatores de alívio: alivia parcialmente com
após administração). nitratos (nitrato sublingual – dor 5 a 10 min
após administração).
DOR ISQUÊMICA MIOCÁRDICA

• Infarto Agudo do Miocárdio


IAM
 Duração da dor: dura mais de 20 min ou até horas.

 Pode ocorrer em repouso.

 Geralmente tem início súbito.

 Fatores de alívio: não alivia ou alivia parcialmente com repouso ou nitratos


sublingual.

ATENÇÃO
Precordialgia intensa, acompanhada de náusea, vômitos e sudorese sugere IAM
SINTOMAS CARDIOVASCULARES
A) DOR TORÁCICA:

i. Dor de isquemia miocárdica

ii. Dor origem pericárdica

iii. Dor de origem aórtica

iv. Dor de origem psicogênica


DOR PERICÁRDICA
O mecanismo provável da dor da Localização: Retroesternal e se
pericardite é o atrito entre os folhetos do irradia para o pescoço e as costas.
pericárdio com estimulação das
terminações nervosas ou uma grande e Tipo: Pode ser do tipo constritiva, peso, ou
rápida distensão do saco pericárdico. queimação.

Duração: Costuma ser contínua, durando


várias horas.

O que desencadeia ou piora: Não se


relaciona os exercícios, agrava-se
com o decúbito dorsal, com a
movimentação na cama, com a
deglutição e a movimentação do
tronco.
SINTOMAS CARDIOVASCULARES
A) DOR TORÁCICA:

i. Dor de isquemia miocárdica

ii. Dor origem pericárdica

iii. Dor de origem aórtica

iv. Dor de origem psicogênica


DOR DE ORIGEM AÓRTICA
• Os aneurismas de aorta > NÃO provocam
dor.
• A dissecção aguda de aorta > dor intensa.
• Tipo: Lacerante, intensa e súbita
• Localização: Retroesternal, ou face anterior
do tórax, com irradiação para o pescoço,
região interescapular e ombros.

Durante a crise dolorosa o paciente


fica inquieto, pode comprimir o tórax
contra a parede ou a cama,
buscando alívio da dor.
SINTOMAS CARDIOVASCULARES
A) DOR TORÁCICA:

i. Dor de isquemia miocárdica

ii. Dor origem pericárdica

iii. Dor de origem aórtica

iv. Dor de origem psicogênica


DOR DE ORIGEM PSICOGÊNICA
A dor de origem psicogênica ocorre em indivíduos com ansiedade
e/ou depressão.

• Tipo: Caráter atípico - pontada, pressão


• Localização: A dor limita-se a região mamilar, no nível do ictus cordis.
• Duração: Persiste por horas ou semanas.
• O que desencadeia ou piora: Agrava-se quando o paciente tem
contrariedades ou emoções.
• O que melhora: A dor pode desaparecer com analgésicos, ansiolíticos e
antidepressivos.
SINTOMAS CARDIOVASCULARES
A) DOR TORÁCICA:
i. Dor de isquemia miocárdica
ii. Dor origem pericárdica
iii. Dor de origem aórtica
iv. Dor de origem psicogênica

B) PALPITAÇÕES
C) DISPNEIA
D) SÍNCOPE
PALPITAÇÕES

Sensação desagradável de um batimento


• Importante avaliar:
cardíaco mais forte ou mais rápido.
 início e fim,
• Batimentos cardíacos anormais;
 temporalidade,
• Associados a arritmias cardíacas:
Taquicardia, bradicardia sinusais, extra-  fatores
sístoles atriais ou ventriculares. desencadeantes,
 Ansiedade
 sintomas associados ,
 Prolapso da válvula mitral
 regularidade.
 Hipotensão postural
SINTOMAS CARDIOVASCULARES
A) DOR TORÁCICA:

i. Dor de isquemia miocárdica

ii. Dor origem pericárdica

iii. Dor de origem aórtica

iv. Dor de origem psicogênica

B) PALPITAÇÕES

C) DISPNEIA

D) SÍNCOPE
DISPNEIA

• Dispneia (de causa cardíaca): dispneia de esforço e


ortopneia.
• Associada a:
 Uso de vários travesseiros para dormir
 Edema de MMII
Alívio com repouso, diuréticos, digitálicos e
vasodilatadores.
SINTOMAS CARDIOVASCULARES
A) DOR TORÁCICA:

i. Dor de isquemia miocárdica

ii. Dor origem pericárdica

iii. Dor de origem aórtica

iv. Dor de origem psicogênica


B) PALPITAÇÕES
C) DISPNEIA
D) SÍNCOPE
SÍNCOPE
• Síncope ou desmaio:

 Perda da consciência acompanhada por perda de tônus


postural causada pela diminuição da perfusão cerebral.

• Quando de origem cardíaca:

 De início rápido, sem manifestações neurológicas associadas


(crises convulsivas, cefaleia).

 Recuperação da consciência ocorre rapidamente.


SÍNCOPE
• Causas cardíacas (fluxo sanguíneo cerebral):
 Arritmias
 Débito cardíaco reduzido
 Diminuição do volume sanguíneo

• Causas extra cardíacas:


 Hipotensão postural
 Metabólicas (hipoglicemia, alcalose respiratória por hiperventilação)
 Neurogênicas
 Obstrução extra cardíaca do fluxo de sangue
 Síndrome conversiva – desmaio histérico
ANAMNESE
• História de Saúde Pregressa (HSP):

Tratamentos anteriores (medicamentos, cirurgias


cardíacas, cateterismo cardíaco, angioplastia, implante
de marca-passo, cardioversão, desfibrilação)?

 HAS? DM? Dislipidemia?

 Uso atual de medicamentos? Regular ou não?


ANAMNESE

• História Familiar (HF):

Portadores de doenças cardiovasculares ou de doenças


que representam risco para cardiopatias (HAS, DM,
coronariopatias)?

Qual o grau de parentesco (pais, avós, tios, irmãos)?


ANAMNESE

• História Psicossocial e hábitos de vida:

 Obesidade ? Sedentarismo? Estresse?

 Tabagista (há quanto tempo e quantos cigarros/dia)?

 Ex-tabagista (quanto tempo fumou, há quanto deixou de


fumar e quantos cigarros/dia fumava)?
FATORES DE RISCO PARA DCV

FATORES NÃO MODIFICÁVEIS

Idade
Gênero
Etnia
Genética FATORES MODIFICÁVEIS

Excesso de peso e obesidade


Ingestão de sal e de álcool/ Tabagismo
Sedentarismo/Estresse
Diabetes Mellitus
Fatores sócioeconômicos
EXAME FÍSICO
- Nível de consciência
- Avaliação dos sinais vitais
- Exame da pele e mucosas
- Exame do pescoço
IMPORTANTE AVALIAR
- Exame do tórax ELETROCARDIOGRAMA AFIM DE
- Exame do abdome IDENTIFICAR ARRITMIAS E SINAIS DE
- Exame dos membros ISQUEMIA CARDÍACA
EXAME FÍSICO
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

Atentar para sinais de hipoperfusão cerebral em


decorrência de diminuição do débito cardíaco,
arritmias cardíacas ou obstrução mecânica:
alterações do nível de consciência.

Débito cardíaco: quantidade de sangue que é bombeada em minuto.


(FC x VS)
Arritmia: alterações elétricas que provocam modificações no ritmo do
coração.
Obstrução mecânica: trombos, coágulos, estenose
EXAME FÍSICO
AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS

Pressão arterial: Pulso e frequência cardíaca:


Hipertensão?
Hipotensão?
• Frequência (taquisfigmia ou bradisfigmia)
• Regularidade (ritmo regular ou irregular)
Temperatura axilar: • Intensidade (cheio ou filiforme)
Hipotermia?

Respiração
• Frequência (taquipneia)
• Ritmo e amplitude (Dispneia e/ou utilização de musculatura
acessória)
EXAME FÍSICO
EXAME DA PELE E MUCOSAS

• Pele: atentar para coloração, turgor e temperatura.

• Mucosas: atentar para coloração e hidratação.

Hipovolemia: palidez e cianose cutânea, sudorese fria,


turgor da pele diminuído, mucosas hipocoradas e
desidratadas.
EXAME FÍSICO
EXAME DO PESCOÇO

Inspeção das veias jugulares

Distensão das veias da região direita do


pescoço: alterações de pressão e volume
dentro do átrio direito.

Veias jugulares ingurgitadas (túrgidas ou


distendidas): presentes na insuficiência
cardíaca ou no tamponamento cardíaco.
EXAME FÍSICO
EXAME DO TÓRAX

• Alterações mais frequentes:

Dispneia
Taquipneia
Hemoptise
Crepitações
EXAME FÍSICO
EXAME DO ABDOME

• Ausculta da aorta abdominal: sopros?

• Palpação hepática na ICC:


Aumentado (+ de 3 cm do RCD):
hepatomegalia.

• Avaliar fluxo urinário:


Diminuído ou ausente ( DC): oligúria ou
anúria.
EXAME FÍSICO
EXAME DOS MEMBROS

Perfusão capilar periférica, coloração e edema em


MMII:

• Diminuição da perfusão capilar periférica e cianose:


diminuição do fluxo de sangue para a periferia
(vasoconstrição periférica) e  SaO2.

• Edema em MMII: insuficiência cardíaca direita

• Necessário diferenciar o edema de origem cardíaca


(IC), postural, da insuficiência venosa, renal,
medicamentoso.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

•Inspeção

•Palpação

•Ausculta
EXAME FÍSICO DO TÓRAX
ICTUS CORDIS

O ictus cordis (choque de ponta ou impulso apical) corresponde ao ponto mais


externo do movimento do coração, resultante do impacto da ponta do coração, a
cada sístole ventricular.

• Está localizado entre o 4º e 5espaço intercostal E, na linha


hemiclavicular.

• É observado com mais facilidade em pacientes com


cardiomegalia e/ou com emagrecimento acentuado.

• Maior dificuldade de visualização em mulheres (mamas) e em


pacientes obesos, idosos e portadores de DPOC.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

• Pulsações epigástricas e supra-esternais podem ser visualizadas


em indivíduos normais (magros). Entretanto, se muito
acentuadas podem representar:

 Hipertrofia ventricular D: em região epigástrica (idosos,


obesos ou portadores de DPOC).
 HAS, Aneurisma de Ao ou estenose de Ao: na região supra-
esternal.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

 Confirmar localização do ictus cordis e pulsações anormais


detectados na inspeção.

 Verificar a presença de frêmitos cardíacos.

• Quando o ictus cordis não pode ser visualizado na inspeção, pode-se


localizá-lo por meio da palpação.

• Deve ser procurado entre o 4º e o 5espaço intercostal E, na linha


hemiclavicular, e pode ter sua extensão medida por meio das polpas
digitais.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

• Extensão do ictus cordis:

Dever-se detectar quantas


polpas digitais são
necessárias para cobrir o
ictus cordis.

Normalmente, são
necessárias de 1 a 2 polpas
digitais.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX
• Mobilidade do ictus cordis:

O coração tem alguma mobilidade no tórax, de modo que, se o


paciente for colocado em decúbito lateral esquerdo, o ictus irá
mover-se mais para fora da LHCE e p/ próximo da parede torácica.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

Ictus deslocado para cima:


elevação do diafragma
(gravidez, ascite).

Ictus deslocado para baixo:


hipertrofias e dilatações do
VE.

Ictus deslocado para fora da


linha hemiclavicular: A. Em condições normais B. Na hipertrofia ventricular direita observa-se

hipertrofias de VD.
levantamento em massa da região precordial, mais nítido nas
proximidades do esterno, que não corresponde ao ictus cordis. C. Na
hipertrofia ventricular esquerda sem dilatação da câmara, o
deslocamento do ictus cordis é mínimo ou não existe, mas ele se torna
mais forte. D. Na hipertrofia ventricular esquerda associada à dilatação
desta cavidade o ictus cordis está desviado para baixo e para fora, além
de ser mais amplo.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

• Na palpação do precórdio, pode-se verificar


a presença de frêmitos cardiovasculares.

• Os frêmitos são vibrações finas que


representam o fluxo turbulento de sangue
através das valvas cardíacas.

• Representam a tradução palpável dos


sopros cardíacos intensos.

• A pesquisa de frêmito deve ser feita com a


mão espalmada sobre o precórdio, usando
preferencialmente a palma da mão para
melhor sentir as vibrações.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

Pulso

• Primeira escolha: artérias carótidas.

• Avaliar em seguida: radial, pedioso,

braquial, femoral.
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

• Por oferecer uma estimativa grosseira


das dimensões do coração, não é mais
Normal
realizada no exame físico.

• Mais eficaz: Radiografia torácica e


ECO.

Cardiomeg
alia
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

A ausculta é realizada em
pontos do tórax nos quais é
captado o RUÍDO das valvas
(focos de ausculta).

Borda esternal
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

Foco aórtico: 2° espaço intercostal D, junto ao esterno.

Foco Pulmonar: 2° espaço intercostal E, junto ao esterno.

Foco Ao acessório: 3 ° espaço intercostal E, junto ao


esterno.

Foco Tricúspide: 5°espaço intercostal E. Corresponde à


base do apêndice xifoide.

Foco Mitral: 5°espaço intercostal E, na linha hemiclavicular.


(Corresponde ao ictus cordis)
EXAME FÍSICO DO TÓRAX

A P Foco Aórtico: 2° EID


AA Foco Pulmonar: 2° EIE
T M Foco Ao Acessório: 3° EIE
Foco Tricúspide: 5° EIE
Foco Mitral: 5° EIE, na LHC

ATENÇÃO: estes focos não correspondem à região onde se localizam


anatomicamente as valvas. São regiões em que melhor se ouve cada uma das valvas.
BULHAS CARDÍACAS

B1: “TUM”

• Fechamento das valvas mitral e tricúspide

• Marca o início da sístole:

Contração ventricular Ejeção ventricular.

• Coincide com o ictus cordis e com o pulso arterial (carotídeo).

• Melhor audível no foco mitral com o paciente em decúbito dorsal a 30° ou 40 °.


BULHAS CARDÍACAS
B1 hiperfonética B1 hipofonética

Espessura da caixa torácica Espessura da parede torácica


diminuída: aumentada:

- Crianças ou adultos magros. - Obesos, atletas, anasarca,


portadores de DPOC.
- Contratilidade do VE e
- Contratilidade cardíaca
estados hiperdinâmicos
(miocardiopatias e coronariopatias).
(HAS, febre, ansiedade,
IAM e ICC.
anemia, atividade física)
BULHAS CARDÍACAS

B2: “TÁ”
• Fechamento das valvas pulmonar e aórtica
• Marca o final da sístole e início da diástole
• Relaxamento/enchimento ventricular.
• Melhor audível na base do coração, com o paciente em decúbito
dorsal a 30 ou 40°
• Som de alta frequência (melhor audível com o diafragma)

• Componente aórtico melhor audível no foco aórtico.


BULHAS CARDÍACAS
B2 hiperfonética: B2 hipofonética

Espessura da caixa torácica Espessura da parede torácica


diminuída aumentada:

- Crianças ou adultos magros. - Obesos, atletas, anasarca,


portadores de DPOC.
- Contratilidade do VD e
estados hiperdinâmicos - Hipotensão arterial sistêmica

HAS, HAP, febre, ansiedade, - Insuficiência cardíaca


anemia, atividade física.
- IAM
BULHAS CARDÍACAS

B3: “TUM-TÁ-TU”
• Ritmo de galope
• Som de baixa frequência (audível melhor com a campânula)
• Coincide com o fim do enchimento ventricular (diástole ventricular)
• Sangue se chocando no ventrículo hipertrofiado
• Melhor audível no foco mitral , com o paciente em decúbito lateral E
• B1 e B2 ficam abafadas
BULHAS CARDÍACAS
• Pode ser fisiológica ou patológica:

Fisiológica: em adultos jovens e em crianças sob circunstância de

DC aumentado.

(Atletas, febre, gravidez, FC , anemia, ansiedade.)

Patológica: marcador de disfunção severa ventricular esquerda ou

de sobrecarga de VE.

(Miocardiopatia dilatada, HAS, estenose aórtica.)


BULHAS CARDÍACAS

B4: “TU-TUM-TÁ” - Pré-sistólico

• Coincide com a contração atrial forçada frente a um ventrículo

com dificuldade de relaxamento.

• Redução da complacência ventricular: Hipertrofia ventricular E

(HAS, miocardiopatia dilatada, IAM, fibrose miocárdica).

• Melhor audível no foco mitral. Som de baixa frequência (audível

melhor com a campânula). B1 e B2 ficam abafadas.


BULHAS CARDÍACAS
B1 Sístole B2 Diástole

B1 B2 B3 B1 B4 B1 B2 B4 B
SOPROS

• Sopros sistólicos: Aparecem durante a sístole, entre B1 e B2.

• Podem ocorrer devido a um fechamento inadequado

(insuficiência) das valvas mitral e tricúspide ou por estreitamento

(estenose) das valvas aórtica e pulmonar.


SOPROS

• Sopros diastólicos: Aparecem durante a diástole, entre B2 e B1.

• Podem ocorrer devido a um fechamento inadequado

(insuficiência) das valvas aórtica e pulmonar ou por

estreitamento (estenose) das valvas mitral e tricúspide.


SOPROS

• Sopros: São sons que

ocorrem em pontos

específicos do ciclo

cardíaco, resultantes de:

Fluxo sanguíneo turbulento

Mecanismo de formação dos sopros cardiovasculares: fluxo


sanguíneo laminar (A), o qual, por não formar turbilhões, não
origina sopro, estenose (B), dilatação (C) e obstáculo
intraluminar (D).
SOPROS

Importante avaliar sua localização no ciclo cardíaco, sua


sonoridade, onde é mais facilmente audível e sua intensidade.
• Passagem de sangue através de uma área estreitada

(estenosada) fluxo turbulento.

• Passagem de sangue através de uma área dilatada

(insuficiência) fluxo turbulento.

• Anemia Diminuição da viscosidade do sangue

(viscosidade tem efeito amortecedor sobe a turbulência)


BULHAS CARDÍACAS

Insuficiência
mitral/tricúspide:
B1 B2

Insuficiência
aórtica/pulmonar:

B1 B2 B1
REFERÊNCIAS
BARROS, Alba Lucia Bottura Leite de. Anamnese e Exame Físico: Avaliação
Diagnóstica de Enfermagem no Adulto (Imagens e conteúdo). Porto Alegre:
ArtMed, 2016.

JENSEN, Sharon. Semiologia para enfermagem: conceitos e prática clínica.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

PORTO & PORTO. Semiologia médica. Editora Guanabara Koogan, 8ª


edição. 2019.

IMAGENS: Google imagens e livros.

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