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URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

Prof. Dr. Rossano Sartori Dal Molin


Novembro/2021
Agenda

 Preâmbulo: mortalidade materna;


 O que consideramos emergência e urgência obstétrica;
 Informações importantes para o RC;
 Principais situações nos diferentes tempos gestacionais.
Mortalidade Materna

 Óbito materno é definido como a morte de uma mulher, ocorrida durante a gestação,
parto ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação;
 67% dos óbitos decorreram de causas obstétricas diretas, ou seja, complicações
obstétricas durante gravidez, parto ou puerpério;
 Ranking: hipertensão, hemorragia, infecção puerperal e aborto.
Brasil, 2020.
Mortalidade Materna
Situações de Emergência Obstétrica

 Sangramento ativo;
 Abdômen agudo;
 Crises convulsivas;
 Inconsciência/desmaios;
 Suspeita de TVP;
 Vômitos incoercíveis/ desidratação;
 Pneumopatias (asma).

Brasil, 2014.
Situações de Urgência Obstétrica
 Crise hipertensiva (PA =/+ de  Prurido intenso/icterícia;
160/110 mmHg);  Anemia grave (hemoglobina < 8);
 Febre de causa  Trabalho de parto;
desconhecida/infecções;  IG a partir de 41 semanas
 Aborto/óbito fetal; confirmadas;
 Perda de líquido amniótico  Restrição de crescimento
(mesmo se dúvida); intrauterino;
 Trabalho de parto prematuro(<  Oligoidrâmnio.
36 semanas);
 Aminorrexe prematura;
 Bradicardia fetal/baixa na
movimentação; Brasil, 2014.
Coletando Informações
 Identificação da paciente/cliente;
 Caderneta da gestante;
 Cálculo da DPP e IG;
 Verificação da PA, Sat O² e Temp;
 Manobras de Leopold-Zweifel e
BCF;
 Inspeção vulva, vagina;
 Se necessário exame
especular/TV;
 Dilatação do colo e dinâmica
uterina;
 Cardiotocografia (?).
Situações de UEM Obstétrica
 DHEG;

Gestação 


Acidentes placentários;
Asma grave;
Sofrimento fetal.

 Apresentações anômalas;
Parto  Distocias.

 Secundamento patológico
Puerpério  Hemorragias.
DHEG: Pré-eclâmpsia, eclâmpsia e HELPP
Pré-eclâmpsia
São distúrbios progressivos caracterizados pela tríade:
edema: discreto no início e após 20ª semana generalizado;
Pressão elevada;
proteinúria.

 Sinais e Sintomas: edema, ganho de peso, proteinúria (300mg), cefaléia


frontal, elevação da PA, perturbação visual, náuseas e vômitos.

Freitas, 2017.
DHEG: Pré-eclâmpsia, eclâmpsia e HELPP
Eclâmpsia
• É o agravamento da tríade, ocasionando convulsões, taquicardia,
hemorragia cerebral, anúria, distúrbios psíquicos, visuais,
nervosos e coma.

• OBS: O PARTO TORNA-SE INEVITÁVEL.

Freitas, 2017.
Esquema Medicamentoso

FEBRASGO, 2020.
Esquema Medicamentoso

 Responsabilidade do enfermeiro;
 Monitorar gestante;
 Avaliação nível de consciência;
 Avaliar diurese (SVD)
 Reflexo patelar.

FEBRASGO, 2020.
DHEG: Pré-eclâmpsia, eclâmpsia e HELPP
HELPP
É a mais severa das complicações. Caracteriza-se por:
 Hemólise
 Elevação das enzimas hepáticas
 Plaquetopenia
 Associa-se facilmente com edema de pulmão, IRC e ruptura hepática.
 Pode acontecer antes ou depois do parto;
 Causas relacionadas ao desenvolvimento placentário defeituoso.
 Risco eminente de morte!

Freitas, 2017.
Acidentes Pacentários: PP e DPP
Placenta Prévia
É uma complicação que se caracteriza pela inserção da placenta baixa. Ou
seja, a placenta se implanta na porção inferior do útero ao invés de se
localizar na porção superior.
 Tipos: marginal, parcial ou total(completa).

Rezende, 2014.
Acidentes Pacentários: PP e DPP
Placenta Prévia
 Sinais: hemorragia indolor.;
 Causas: desconhecidas - multiparidade, gemelaridade, má formação
uterina, fibromas, idade materna, abortos...
 Complicações: hemorragias, prematuridade, infecção puerperal.

Rezende, 2014.
Acidentes Pacentários: PP e DPP
Descolamento Prematuro da Placenta
É uma complicação onde a placenta separa-se da parede uterina, antes da
expulsão do conteúdo uterino.
 Causas: doença hipertensiva da gestação, quedas ou traumatismos
abdominais e cordão muito curto, gemelaridade.
 Sintomas: dor súbita e intensa, hipertonia uterina (rigidez e muita
sensibilidade - útero em tábua), contrações uterinas, alterações nos
BCF’s, morte fetal e choque materno.

Rezende, 2014.
Acidentes Pacentários: PP e DPP
Descolamento Prematuro da Placenta
 Tipos: descolamento marginal ou parcial; descolamento completo.

Rezende, 2014.
Asma Grave
 A asma é doença inflamatória crônica caracterizada pela hiper-
reatividade brônquica a vários estímulos, culminando com crises de
broncoespasmo;
 Na gravidez a asma mal controlada pode ocasionar hipóxia e
consequente aumento da letalidade materna e perinatal, prematuridade
e retardo no crescimento fetal, hiperemese e pré-eclâmpsia. O curso da
asma, durante a gravidez, não é previsível, podendo ocorrer melhora,
piora ou estabilização do quadro;

Junqueira et al., 2011.


Asma Grave
 Existe propensão à exacerbação entre
24 e 36 semanas, enquanto que as
crises são pouco comuns durante o
trabalho de parto devido à elevação
de prostaglandinas e cortisol;
 Durante a gravidez ocorrem
alterações fisiológicas que podem
alterar o curso da asma, podendo ser
divididas em fatores que melhoram e
os que pioram a asma:
Junqueira et al., 2011.
Sofrimento Fetal
Essa condição é marcada pela falta de oxigênio para o feto.
 Causas: hiperatividade uterina, pré-eclâmpsia, hemorragias, mau posicionamento
da gestante, oligodramnia, problemas no cordão umbilical.
 Profilaxia: uso restrito de ocitocina sintética, não realização de amniotomia precoce,
monitorar indução do parto, corrigir hipotensão, hipovolemia e hipoglicemia, tratar
ansiedade, posicionamento adequado da paciente.
Sofrimento Fetal
 Sintomas/diagnóstico:
o Taquicardia: bcf acima de 160 bpm, por período superior a 10 minutos, exceto nos
casos de febre materna, uso de drogas simpaticomiméticas;
o Bradicardia: bcf abaixo de 110 bpm, por período superior a 10 minutos; poderá
converter-se em bradicardia severa evoluindo para óbito fetal. Na cardiotocografia
pode representar sofrimento fetal agudo quando acompanhada de perda das
acelerações e/ou das oscilações da linha de base, e na presença de
desacelerações(Dips);
o Desacelerações (dips) tardias: são as desacelerações retardadas em relação à
contração uterina.
Apresentações Anômalas
Apresentação defletida - A apresentação da cabeça deflexiona;

Apresentação pélvica com cabeça derradeira – nasce o corpo mas a cabeça não;

Conduplicato corpore - nasce o braço;


Apresentações Anômalas

Nascimento de face
Apresentações Anômalas

Manobra de Moriceau

Cabeça derradeira

Conduplicato corpore
Distocias

Prolapso de cordão
Secundamento Patológico
Secundamento ou Dequitação é considerando o 3º período clínico do parto e é onde
ocorre a saída da placenta. Inicia-se logo após o nascimento do concepto.

Retenção Placentária/Acretismo

FEBRASGO, 2018.
Secundamento Patológico
Hemorragias no Pós-Parto (HPP)
É a perda sanguínea acima de 500 ml após parto vaginal ou acima de 1000 ml
após parto cesariana nas primeiras 24 horas ou qualquer perda de sangue
pelo trato genital capaz de causar instabilidade hemodinâmica.

A principal estratégia de prevenção da HPP é o uso universal da ocitocina


pós-parto. Considera-se má prática obstétrica não realizá-la rotineiramente
em uma maternidade, pois reduz em aproximadamente 50% o risco de HPP
(atonia).

Primária e Secundária. FEBRASGO, 2018.


Tônus – atonia uterina

Trauma – lacerações e rupturas


Etiologia
Tecido – retenção placentária, coágulos e acretismo placentário

Trombina - coagulopatias

ALVARES, 2019.
Usar ocitocina com cautela e indicação

Clampeamento oportuno do cordão e


Prevenção Hora Ouro

Não tração do cordão umbilical no


secundamento

FEBRASGO, 2021.
Tratamento

Manobras de Hamilton

FEBRASGO, 2021.
Tratamento
Medicamentoso: Ocitocina, Ácido tranexâmico., Metilergometrina, Misoprostol

Oxigenação e aquecimento

SVD

Elevação dos MsIs


Diagnóstico do Choque
OBRIGADO!

Prof. Dr. Rossano Sartori Dal Molin


rossanosartori@gmail.com

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