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Triagem Neonatal 2
Teste do Pezinho 2
Doenças 5
Fenilcetonúria 6
Hipotireoidismo Congênito 8
Doença Falciforme e Outras Hemoglobinopatias 12
Fibrose Cística 13
Hiperplasia Adrenal Congênita 15
Deficiência de Biotinidase 18
Teste da Orelhinha - Triagem Auditiva Neonatal (TAN) 20
Teste do Coraçãozinho 21
Teste do Olhinho - Teste do Reflexo Vermelho 23
Teste da Linguinha 24
Referências Bibliográficas 29
TRIAGEM
NEONATAL
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Triagem Neonatal
Público-alvo: população com idade de 0 a 28 dias de vida.
Teste do Pezinho
Recomenda-se que o período ideal de coleta da primeira amostra esteja compreendido entre o
3o e o 5o dia de vida do bebê devido às especificidades das doenças diagnosticadas
atualmente.
Deve ser considerada como uma condição de exceção toda coleta realizada após o 28o dia de
vida, mesmo que não recomendada, por se tratar de um exame fora do período neonatal.
Consideram-se excepcionalidades as dificuldades de acesso de algumas aldeias indígenas e
populações de campo e da floresta, bem como questões culturais e casos de negligência.
3ª amostra: logo depois da alta ou aos 28º dias de vida do bebê ainda internado
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Doenças
O Programa Nacional de Triagem Neonatal tem em seu escopo seis doenças: Fenilcetonúria,
Hipotireoidismo Congênito, Doença Falciforme e outras hemoglobinopatias, Fibrose Cística,
Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase.
I – etapa 1:
b) hipotireoidismo congênito;
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d) fibrose cística;
f) deficiência de biotinidase;
g) toxoplasmose congênita;
II – etapa 2:
a) galactosemias;
b) aminoacidopatias;
1. Fenilcetonúria
A Fenilcetonúria (PKU) é um dos erros inatos do metabolismo, com padrão de herança
autossômico recessivo. O defeito metabólico gerado, frequentemente causado pela
enzima Fenilalanina Hidroxilase, leva ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina (FAL) no
sangue e ao aumento da Fenilalanina e da excreção urinária de Ácido Fenilpirúvico.
São conhecidas três formas de apresentação metabólica, que são classificadas de acordo
com o percentual de atividade enzimática encontrado:
Recomenda-se que a coleta seja feita somente após 48 horas do nascimento, pois, para
que o aumento da FAL possa ser detectado, é fundamental que a criança tenha ingerido
uma quantidade suficiente de proteína. Nos casos de recém-nascidos pré-termo, de
baixo peso ao nascer ou gravemente enfermos, devem ser colhidas três amostras,
conforme o protocolo de coletas especiais, independentes dos resultados.
O tratamento consiste basicamente em uma dieta com baixo teor de FAL, mantendo-se
os níveis adequados desse aminoácido para permitir o crescimento e desenvolvimento
normais do indivíduo.
A instituição de uma dieta isenta de FAL causaria um dano ainda maior do que a
Fenilcetonúria propriamente dita, ou seja, a Síndrome da Deficiência de Fenilalanina,
que é caracterizada por eczema grave, prostração, ganho de peso insuficiente,
desnutrição, além de deficiência mental e crises convulsivas.
O tratamento preconizado deverá ser mantido por toda a vida. Estudos realizados em
todo o mundo sugerem que a suspensão da dieta pode resultar em deterioração
intelectual e comportamental.
2. Hipotireoidismo Congênito
Hipotireoidismo congênito (HC) é um distúrbio metabólico sistêmico caracterizado pela
secreção insuficiente dos hormônios tireoidianos, tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).
Estes hormônios estão relacionados com o funcionamento de vários órgãos e sistemas e
têm papel fundamental na maturação do sistema nervoso central.
A idade ideal para a coleta da primeira amostra de sangue para a triagem é entre o 3o e
5o dia de vida, quando já ocorreu a diminuição do pico de elevação fisiológica do TSH.
► crianças com diagnóstico e tratamento tardios (iniciado com mais de 30 dias de vida)
apresentarão:
O termo doença falciforme (DF) é usado para definir as hemoglobinopatias nas quais o
fenótipo predominante é o da Hb S, mesmo quando associada a outra hemoglobina
variante (Hb Var). Os tipos de DF mais frequentes são Hb SS, a S-beta Talassemia e as
duplas heterozigoses Hb SC e Hb SD. Essas variações causadas por heterozigoses
compostas podem apresentar quadros clínicos variados.
Os pacientes que não forem submetidos à triagem neonatal e, portanto, não tratados
precocemente, podem apresentar um quadro inicial que inclui os seguintes sintomas:
irritabilidade, febre moderada, anemia hemolítica, síndrome mão-pé (dactilite),
infecções e esplenomegalia. Em casos raros, a septicemia pneumocócica fulminante
pode ser a primeira manifestação da DF, levando ao óbito após o aparecimento da febre.
O pico de morbimortalidade situa-se ao redor de 2 a 3 anos de vida, sendo que as
principais causas de morte são: a septicemia e choque (por streptococcus pneumoniae
ou haemophilus influenzae) e a anemia profunda por sequestro esplênico.
O ideal é que o tratamento seja iniciado antes dos quatro meses de vida para que a
prevenção das infecções e outras complicações que podem levar à morte da criança seja
efetivo.As princi- pais medidas preconizadas para alcançar esse objetivo são:
antibioticoterapia profilática (esquema especial de vacinação), suplementação com ácido
fólico, além do seguimento clínico especializado.
4. Fibrose Cística
A Fibrose Cística (FC) ou Mucoviscidose, como também é conhecida, é uma das doenças
hereditárias consideradas graves, determinada por um padrão de herança autossômico
recessivo e afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo
causado pelo aumento da viscosidade do muco. Nos pulmões, esse aumento na
viscosidade bloqueia as vias aéreas propiciando a proliferação bacteriana (especialmente
pseudomonas e estafilococos), o que leva à infecção crônica, à lesão pulmonar e ao óbito
por disfunção respiratória. No pâncreas, quando os ductos estão obstruídos pela
secreção espessa, há uma perda de enzimas digestivas, levando à má nutrição.
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Essa afecção apresenta um índice de mortalidade muito elevado, porém, nos últimos
anos, o prognóstico tem melhorado muito, mostrando índices de 75% de sobrevida até o
final da adolescência e de 50% até a terceira década de vida. Estudos anteriores
demonstram que apenas 10% dos pacientes ultrapassavam os 30 anos de idade.
Muitas crianças com Fibrose Cística não apresentam nenhum sinal ou sintoma da
doença ao nascimento. Isso pode perdurar por semanas, meses ou mesmo anos. Cerca de
5% a 10% dos pacientes afetados nascem com obstrução intestinal por mecônio, a qual
pode ser visualizada já na avaliação ultrassonográfica. A síndrome íleo meconial envolve
distensão abdominal, impossibilidade de evacuação e vômitos. Eventualmente, mesmo
os adultos podem apresentar um quadro semelhante a esse. Dentre os demais sintomas
podem estar incluídos: esteatorreia, dificuldade de ganho de peso, problemas
respiratórios, perda de sal pelo suor, dor abdominal recorrente, icterícia prolongada,
edema hipoproteinêmico, pancreatite recorrente, cirrose biliar, acrodermatite
enteropática e retardo no desenvolvimento somático.
Diante de uma doença com um prognóstico tão grave e cuja sintomatologia manifesta-se
geralmente em torno dos primeiros anos de vida, os programas de triagem neonatal são
de importância fundamental para o seu acompanhamento adequado. O diagnóstico
presuntivo é estabelecido com a análise dos níveis da tripsina imunorreativa (IRT). A
análise do IRT só deve ser realizada em amostras colhidas com até 30 dias de vida do RN,
pois após esse período, os resultados não são confiáveis como testes de triagem. O
exame confirmatório dos casos suspeitos é a dosagem de cloretos no suor “Teste de
Suor”.
Nos diversos grupos étnicos as deficiências enzimáticas mais comuns em HAC são:
21-hidroxilase, que responde por cerca de 95% dos casos, e 11-beta-hidroxilase,
encontrada em aproximadamente 5% dos casos. Ambas estão envolvidas na rota de
síntese do cortisol e da aldosterona. Na população brasileira, a deficiência da
21-hidroxilase também é a mais frequente, seguida da 17-alfa-hidroxilase, sendo a
11-beta-hidroxilase muito rara.
Essa forma de apresentação é cerca de 15 vezes mais frequente do que a forma clássica
de HAC, e as manifestações podem aparecer na infância, adolescência ou idade adulta.
No sexo feminino, devido ao hiperandrogenismo, a apresentação pode se dar por
aumento discreto do clitóris, pubarca precoce, ciclos menstruais irregulares, hirsutismo
e infertilidade. No sexo masculino, por ser oligossintomático, o quadro costuma não ser
diagnosticado. Alguns pacientes podem ainda ser assintomáticos, os quais geralmente
são diagnosticados na investigação dos familiares de um caso índex.
Pacientes assintomáticos com HAC forma não clássica não necessitam de tratamento.
Para pacientes do sexo feminino com hiperandrogenismo, além da reposição hormonal
com baixas doses de glicocorticoide, deve ser seguido o tratamento proposto no
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Sín- drome dos Ovários Policísticos e
Hirsutismo.
O tratamento deve ser contínuo ao longo da vida. O intervalo entre consultas, levando
em consideração os dados clínicos e a realização de exames laboratoriais, deve seguir o
que foi sugerido pelo especialista.
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6. Deficiência de Biotinidase
A deficiência de biotinidase (DB) é uma doença metabólica hereditária na qual há um
defeito no metabolismo da biotina. Como consequência, ocorre uma depleção da biotina
endógena devido a uma incapacidade de o organismo fazer a sua reciclagem ou de usar a
biotina ligada à proteína fornecida pela dieta. Assim, como a maioria dos erros inatos do
metabolismo, essa doença apresenta uma herança autossômica recessiva, com mais de
140 mutações descritas (WOLF, 2010; PINDOLIA; JORDAN; WOLF, 2010).
1. Prematuridade;
2. Doença hepática;
3. Icterícia;
1. Uso de sulfonamidas;
2. Transfusão de hemoderivados.
A TAN deve ser realizada, preferencialmente, nos primeiros dias de vida (24h a 48h) na
maternidade, e, no máximo, durante o primeiro mês de vida, a não ser em casos quando a saúde
da criança não permita a realização dos exames. No caso de nascimentos que ocorram em
domicílio, fora do ambiente hospitalar, ou em maternidades sem triagem auditiva, a realização
do teste deverá ocorrer no primeiro mês de vida.
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Teste do Coraçãozinho
Por consequência disso, muitos bebês podem evoluir para choque, hipóxia e óbito precoce, tanto
que, atualmente, as cardiopatias congênitas, representam cerca de 10% dos óbitos infantis.
Nessas alterações, existe mistura de sangue entre a circulação sistêmica e pulmonar, o que gera
redução da saturação periférica de O2.
Passos:
• Avaliação do monitor: quando o rN não apresenta alterações, o monitor mostra uma onda de
traçado homogêneo, com a saturação periférica maior ou igual a 95%, tanto na medida dos MSD
quanto do Mi, sendo a diferença entre ambos menor que 3%.
Observações:
• quando o resultado for anormal, deve-se realizar uma nova aferição após 1 hora. Caso essa
alteração permaneça, realiza-se o ecocardiograma nas 24 horas seguintes.
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• Esse teste tem uma sensibilidade de 75% e especificidade de 99%. Por isso, mesmo com o
teste, há chances de certas alterações não serem detectadas, principalmente as do tipo
coarctação de aorta. Assim, a realização do teste não exclui a necessidade de se realizar um
exame físico detalhado e minucioso.
O exame funciona como uma ferramenta de rastreamento de qualquer alteração que possa
comprometer a transparência dos meios oculares. A luz lançada pelo oftalmoscópio monocular
direto atravessa as camadas do globo ocular – transparentes – e reflete a coloração dos vasos
que nutrem a retina. Por isso, a opacificação de qualquer camada deixa o reflexo vermelho
diminuído ou ausente.
todos os recém-nascidos devem realizar o teste antes da alta da maternidade. Caso seja
detectada qualquer alteração nesse exame, a criança deve ser encaminhada em até 30 dias para
um oftalmologista. A importância de determinar qualquer modificação faz referência ao fato de
que, quando não tratadas, muitas dessas crianças podem ficar cegas, já que é nessa fase que
ocorre o estímulo do córtex visual.
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Passos:
• Ambos os olhos do bebê devem ser iluminados, assim, poderemos visualizar o reflexo
vermelho.
• Após o teste de triagem, é aconselhado que a criança realize o teste ao menos 2 a 3 vezes ao
ano, nos primeiros 3 anos de vida, sendo encaminhada em caso de detecção de qualquer
alteração.
Teste da Linguinha
O exame deve ser realizado, preferencialmente, no 1o mês de vida do RN para que dificuldades
relacionadas à amamentação sejam evitadas, diminuindo a ocorrência de desmame precoce e
introdução desnecessária da mamadeira. O teste também é de extrema importância para a
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O teste é feito a partir da aplicação do Protocolo de avaliação do frênulo lingual com escores
para bebês. Ele é dividido nas seguintes categorias:
• história clínica;
• Avaliação anatomofuncional; e
Para avaliação inicial de triagem, realiza-se somente a avaliação anatomofuncional do bebê nas
primeiras 48 horas após o nascimento, ainda na maternidade – é a única parte que tem os seus
escores avaliados isoladamente. Essa avaliação já permite identificar casos de anquiloglossia
mais severos e indicar ou não a frenotomia lingual antes da alta hospitalar.
técnica
• Elevação da língua: deve-se realizar a lavagem das mãos e calçar as luvas de procedimento,
após isso, os dedos indicadores são introduzidos embaixo da língua, em suas margens laterais,
para que haja elevação.
Observação:
Caso existam dúvidas na pontuação ou não seja possível visualizar o frênulo lingual, o bebê
deve ser encaminhado para o reteste após 30 dias de vida, devendo os pais serem orientados
sobre as possíveis dificuldades de amamentação.
reteste
O bebê deve estar desperto e com fome, para que a avaliação da sucção nutritiva possa ser
realizada. Se após a avaliação completa – scores da avaliação anatomofuncional e avaliação da
sucção não nutritiva e nutritiva – for igual ou maior que 13, considera-se interferência do
frênulo da língua nos movimentos linguais e o bebê deve ser encaminhado para cirurgia.
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Referências Bibliográficas