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Semiologia Ginecológica
❖ Investigação de doenças.
❖ Aspectos psicológicos, aspectos familiares, questões ambientais e questões culturais/sociais.
❖ Construção de um relacionamento de confiança.
❖ Oferta de práticas preventivas/educativas.
❖ A boa comunicação médico-paciente é fundamental. Atenção para o ambiente, vestimenta, linguagem
corporal. A paciente deve se sentir à vontade. Não fazer julgamentos relacionados às práticas e
preferências sexuais. Permitir à paciente discutir integralmente os seus problemas. Dar liberdade à
paciente.
❖ Olhar de atenção, sem julgamentos. A construção do relacionamento se inicia antes do início da
consulta (expectativas da paciente). É importante explicar de maneira didática e mais básica. Não
devemos explicar direto o tratamento, mas sim explicar a doença que a paciente tem, para ela
entender o tratamento.
❖ Planejamento do tratamento: a paciente se sente parte ativa da construção da própria saúde.
Método clínico centrado na paciente:
❖ Abertura.
❖ Obtenção de informações.
❖ Construção do relacionamento.
❖ Explicação.
❖ Planejamento do tratamento.
Anamnese Ginecológica:
❖ Alguns dados pessoais são extremamente importantes: idade, raça (dependendo da raça, temos
prevalência de doenças diferentes), nível socioeconômico e social (importante para o plano
terapêutico).
História Gineco-Obstétrica:
Marcela Bastos, 71C
❖ Cronologia de desenvolvimento sexual.
❖ Telarca (aparecimento dos brotos mamários) > pubarca > menarca.
❖ Devemos perguntar a idade da menarca. Se a paciente já teve a menarca, ela tem ciclos menstruais,
logo devemos perguntar sobre regularidade, duração, intensidade do fluxo.
❖ A intensidade normal de um fluxo é entre 20 e 80ml. É importante perguntar quantos absorventes a
paciente usa por dia, se ela acorda para trocar o absorvente, se está sujando a cama, pois se isso
ocorre, o fluxo pode estar aumentado, o que pode causar anemia ferropriva.
❖ Devemos perguntar sobre cólicas, sintomas associados, sinais de TPM, alguma coisa incomodando.
O que ela usa para parar a cólica.
❖ Perguntar a DUM (data da última menstruação).
❖ Perguntar sobre menopausa, em qual idade começou, sintomas associados, usa ou usou algum tipo
de terapia hormonal etc.
História Sexual:
❖ Início da atividade sexual (é importante saber a idade que se iniciou a exposição a ISTs);
❖ Número de parceiros (saber o risco de exposição a ISTs, perguntar sobre parceiro fixo ou não);
❖ Dificuldade na relação sexual (libido/orgasmo);
❖ Frequência de coito (importante para paciente desejando engravidar);
❖ Dispareunia (perguntar em que posição, se é na penetração profunda ou se é no início da relação
sexual);
❖ História de IST (Sífilis hepatite B, hepatite C, HIV).
❖ Contracepção: perguntar o método, tempo de uso e efeitos colaterais. Devemos perguntar o tempo
de uso mesmo se a paciente estiver na menopausa.
❖ Antecedentes obstétricos: gravidezes, parto, aborto? Diabetes gestacional? Pré-eclâmpsia?
Hábitos de Vida: alimentação (tem alguma restrição alimentar?, ingestão de leiye?), atividade física,
tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, dia a dia, estudos, trabalho.
Exame Físico:
❖ Exame físico completo + exame ginecológico específico.
❖ Respeito e boa comunicação são fundamentais. Avisar que vai colocar a mão ou passar o espéculo
para a paciente não se assustar.
Itens básicos do consultório ginecológico:
❖ Lubrificante, bissulfito, ácido acético e solução de Schiller, frasco para coleta de citologia, espéculo e
material para coleta de citologia, pinça de Cheron.
Exame Clínico Geral:
❖ Dados vitais: PA, FC, peso, altura, IMC são essenciais.
❖ Palpação da tireoide (paciente com alteração de tamanho no pescoço, paciente com história familiar).
❖ Ausculta cardíaca.
❖ Ausculta respiratória, principalmente se tiver queixa. Se não tiver queixa, não precisa examinar em
todo mundo.
❖ Palpação abdominal: precisamos saber se a paciente tem hepatoesplenomegalia, pois alguns ACO
são contraindicados em pacientes com adenoma de fígado, procurar massas e abaulamentos. Exame
suscinto.
Índice de Ferriman: escala que classifica a quantidade de pelos da mulher. Devemos analisar se a
paciente tem excesso de pelo, pois se o score for >8, podemos classificar como hiperandrogenismo
clínico.
Exame Físico Especial:
❖ Exame das mamas, exame dos órgãos genitais externos, exame dos órgãos genitais internos, exame
especular.
❖ Antes do exame, devemos orientar a paciente a retirar toda a roupa e a vestir a camisola com a
abertura virada para frente. A paciente também deve esvaziar a bexiga.
Avaliação Linfonodal:
❖ Palpação de linfonodos axilares e supra e infra-claviculares.
Marcela Bastos, 71C
Palpação Mamária:
❖ Precisamos examinar a mama inteira. Devemos pedir para a paciente colocar a mama atrás da nuca.
❖ Primeiro fazemos a palpação manual com a mão espalmada e depois fazemos a palpação digital.
Movimentos circulares, de forma concêntrica.
❖ Se identificarmos nódulos, devemos avaliar: consistência, mobilidade, sensibilidade e regularidade do
contorno.
❖ A expressão não é necessária de rotina, mas ela deve ser feita se a paciente tiver queixa de descarga
mamilar.
Inspeção Estática:
❖ Olhar distribuição de pelos pubianos, desenvolvimento de grandes e
pequenos lábios, clitóris, abertura de uretra abertura da vagina,
períneo e ânus. Analisar a presença de lesões.
❖ Analisar o desenvolvimento puberal da paciente pelos critérios de
Tanner.
❖ Analisar presença de lesões, se a vagina é trófica ou hipotrófica
(paciente na pós-menopausa possui ressecamento vaginal por falta
de estímulo hormonal).
Marcela Bastos, 71C
Inspeção Dinâmica:
❖ Interessante para analisar distopias genitais, prolapso uterino,
cisto e retocele e perda de urina.
❖ A imagem mostra cistocele e retocele.
Toque Retal Bigital: apenas em alguns casos específicos. Dor pélvica sugestiva de endometriose,
massa pélvica, sintomas retais, para busca de câncer de reto.
Quais exames solicitar em uma consulta ginecológica de rotina?
❖ Glicemia;
❖ Avaliação tireoideana;
❖ Avaliação para dislipidemias;
❖ Avaliação para osteoporose;
❖ Sorologias (IST/AIDS);
❖ Câncer de colo uterino;
❖ Câncer de mama;
❖ Câncer colorretal;
❖ Câncer de endométrio;
❖ Câncer de ovário.
Semiologia Obstétrica
Anamnese e Exame Físico:
❖ A diferença é que entramos em exame obstétrico e rotinas de seguimento pré-natal.
Anamnese:
❖ Identificação: idade, raça, profissão (algumas profissões possuem maiores complicações na
gravidez), estado civil, naturalidade.
❖ HPP: doenças crônicas, uso de medicação, hemotransfusões.
❖ HF: diabetes, HAS, pré-eclâmpsia (mãe com pré-eclÂmpsia aumenta em 4x a chance de a paciente
ter hipertensão na gravidez), malformações congênitas, gemelaridades).
❖ Ciclos menstruais: duração, intervalo e regularidade.
❖ Métodos contraceptivos prévios.
❖ História de tratamento contra infertilidade.
Marcela Bastos, 71C
❖ IST.
❖ Cirurgias ginecológicas, como retirada de miomas.
❖ Patologias mamárias.
❖ Última colpocitologia oncótica (data e resultado). Pode ser uma boa oportunidade para colher a
citologia.
❖ Coitarca, dispareunia, número de parceiro, prática sexual na gestação.
HGO:
❖ Número de partos: domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, fórceps, cesáreas e indicações.
Número de abortamentos (espontâneos, provocados, complicados por infecções, curetagem pós-
abortamento – pode causar incompetência istmocervical).
❖ Número de filhos vivos.
❖ Idade na primeira gestação.
❖ Intervalo entre as gestações.
❖ Intercorrências ou complicações em gestações anteriores ou puerpérios.
❖ História de aleitamentos anteriores (duração e motivo do desmame).
Diagnóstico de Gravidez:
❖ História clínica, exame físico e exames complementares.
Sinais de Presunção:
❖ Náuseas e vômitos.
❖ Mastalgia.
❖ Poliúria.
❖ Fadiga.
❖ Desconforto abdominal: muitos gases.
❖ Tubérculos de Montgomery (8 semanas).
❖ Rede de Haller (16 semanas).
❖ Aréola secundária (borramento do limite da aréola mamária).
Sinais de Probabilidade:
❖ Aumento do volume uterino.
Sinais de Certeza:
❖ Dosagem sérica hCG 1 semana após fertilização. Aumenta durante a gravidez e possui pico entre 10
e 18 semanas. Pelo valor, não conseguimos ver a idade de gravidez, mas acima de 1500,
necessariamente ela está acima de 6 semanas. Até 5/6 semanas, não é possível ver embrião. Com 5
a 7 semanas, além da vesícula vitelina, conseguimos ver um eco embrionário.
Datação da Gravidez:
Cálculo da idade gestacional:
❖ Calculada em semanas: pode ser baseado na DUM ou no US.
Exame Físico:
❖ Postura, biometria (peso/altura, IMC).
❖ Dados vitais.
❖ Cabeça e pescoço: higiene bucal (cáries podem predispor a gravidez prematura) e palpação da
tireoide.
❖ Tórax: ausculta respiratória e ausculta cardíaca.
❖ Abdome: vísceras.
❖ Extremidades: varizes e edema de MMII.
❖ PA: gestante sentada, após repouso de no mínimo 5min. De preferência no
braço esquerdo. Apoiar o antebraço com a palma da mão voltada para cima,
à altura do coração. Anotar o I e V sons de Korotkoff.
Marcela Bastos, 71C
Exame Ginecológico:
❖ Na primeira semana de pré-natal, devemos fazer o exame completo, incluindo o exame especular.
Nas próximas consultas, podemos fazer apenas o exame obstétrico.
❖ Exame das mamas: é a mesma coisa que o normal. Ca de mama é raro acontecer na paciente
obstétrica. Analisar a posição do mamilo, pois é mais difícil abocanhar mamilos planos e invertidos
durante a amamentação.
Exame Obstétrico:
❖ Inspeção da barriga. Podemos ver hiperpigmentação da linha alba, que é
chamada de linha nigra. Lesões dermatológicas.
❖ Medida do útero-fita (a partir de 12 semanas).
❖ Palpação obstétrica (manobras de Leopold).
❖ Ausculta fetal.
Medida de Útero-Fita:
❖ O útero é palpável acima da sínfise púbica por volta de 12 semanas de gravidez.
❖ 16 semanas: entre púbis e umbigo.
❖ 20 a 22 semanas: altura do umbigo.
❖ No termo (próximo a 36 semanas): no rebordo costal.
Sinais de Alerta:
❖ Medida acima do esperado. Pode indicar polidrâmnio.
❖ Medida abaixo do esperado. Pode indicar crescimento intrauterino restrito
ou oligodrâmnio.
❖ Distância em centímetros da borda superior da sínfise púbica até o fundo
uterino.
1ª manobra:
❖ Avalia o fundo uterino.
❖ Identifica desvios de crescimento fetal. Mão espalmada no fundo do
útero. Fita métrica medindo até a borda superior da sínfise púbica.
2ª manobra:
❖ Posição do feto em relação ao dorso: avaliar se o dorso do bebê está à
direita ou à esquerda da mãe. A parte mais regular geralmente é o dorso
do fetal. A parte mais irregular pode ser pés, mãos e outras partes fetais.
❖ Também é possível avaliar a situação fetal em relação ao dorso
materno: longitudinal, transversal ou oblíquo.
3ª manobra:
❖ Avalia a parte fetal que se apresenta na pelve materna: apresentação
cefálica, pélvica ou córmica. Com a mão aberta, fazemos o movimento de
rechaço, balançando a mão de um lado para o outro.
4ª manobra:
❖ Avalia a descida da apresentação fetal e insinuação fetal na pelve
materna.
❖ Pouco utilizada.
Ausculta Fetal:
❖ Feita no dorso fetal, mais próximo do polo cefálico (depende se o feto é cefálico ou pélvico). Na
palpação, o dorso é o lado da barriga que estiver liso, duro e homogêneo.
• Normal: entre 110 -160bpm.
• Taquicardia > 160
• Bradicardia < 110.