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O termo triagem, que se origina do vocábulo francês triage, significa seleção, separação
de um grupo, e define, em Saúde Pública, a ação primária dos programas de Triagem, ou seja, a
detecção – através de testes aplicados numa população – de um grupo de indivíduos com
probabilidade elevada de apresentarem determinadas patologias.
• estar associado a uma doença cujos sintomas clínicos possam ser reduzidos ou eliminados
através de tratamento
TESTE DO PEZINHO
Inicialmente, foi implementado o Teste do Pezinho. Trata-se de ação preventiva que visa
facilitar o diagnóstico precoce de certas doenças, reduzindo ou eliminando o risco de sequelas
associadas ao atraso no reconhecimento e tratamento dessas condições.
Toda criança nascida em território nacional tem o direito à triagem neonatal (Teste do
Pezinho). Mas, para que este alcance o seu objetivo primordial de detectar algumas doenças
que podem causar seqüelas graves ao desenvolvimento e crescimento, o teste deve ser feito no
momento e da forma adequados.
Os laboratórios privados realizam testes para outras doenças, cabendo ao pediatra selecionar as que
são de interesse.
Nos casos com resultados de triagem alterados, o laboratório central deve acionar o posto de coleta para
que entre em contato com a família e trazer a criança para a realização de exames confirmatórios. Esse
processo precisa ser ágil e eficaz para que a terapêutica precoce adequada possa ser instituída.
Importante: o Teste do Pezinho é apenas um teste de triagem. Um resultado alterado não implica em
diagnóstico definitivo de qualquer uma das doenças, necessitando, de exames confirmatórios.
Fenilcetonúria Doença genética em que a criança não é capaz de metabolizar o aminoácido fenilalanina
existente em todas as formas de proteína da nossa alimentação (carne, leite, ovos, etc.). Com isso, a
fenilalanina se acumula no sangue e em todos os tecidos. Este excesso provoca lesões graves e irreversíveis
no sistema nervoso central (inclusive o retardo mental) e o seu tratamento precoce pode prevenir estas
seqüelas. O tratamento consiste em uma dieta pobre em fenilalanina.
Hiperplasia adrenal congênita As glândulas adrenais produzem diversos hormônios essenciais para o
organismo. Para isso, elas dependem de enzimas específicas. Quando uma destas enzimas está ausente,
ocorre um desbalanço na produção dos hormônios levando a insuficiência adrenal e hiperandrogenismo.
A enzima que mais freqüentemente é deficiente é a 21-hidroxilase. Quando isso acontece, o cortisol é o
hormônio que se torna deficiente e os hormônios andrógenos (masculinizantes) aumentam seus níveis. Em
meninas, isso pode levar ao aparecimento de caracteres sexuais masculinos (pêlos, aumento do clitóris) e,
em ambos os sexos, podendo levar ou não a uma perda acentuada de sal e ao óbito. O tratamento com
corticóides pode reverter estes quadros, quando instituído precocemente. No caso da perda de sal, o
tratamento requer a administração de hormônios mineralocorticóides com a máxima urgência.
A suplementação de cortisona provoca a diminuição da síntese de hormônios androgênicos, relacionados
à virilização. Medidas cirúrgicas auxiliam a recompor o aspecto anatômico da genitália nas meninas
afetadas. Na forma perdedora de sal, a administração de mineralocorticóides deve ser continuamente
monitorizada. O tratamento deve ser feito por toda a vida.
Fibrose cística É uma doença genética, também conhecida como mucoviscidose, que causa mau
funcionamento do transporte de cloro e sódio nas membranas celulares. Esta alteração faz com que se
produza um muco espesso nos brônquios e nos pulmões, facilitando infecções de repetição e causando
problemas respiratórios e digestivos, entre outros. Outra manifestação é o bloqueio dos ductos
pancreáticos, causando problemas no sistema digestivo. Apesar de ainda não ter cura, diversas medidas
terapêuticas têm melhorado a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes afetados.
TESTE DA ORELHINHA
Tecnicamente chamado de teste de emissão otoacústica, foi implementado em 2010. Sua função é
detectar deficiência auditiva. É feito com equipamento especial que emite sons e verifica a resposta
dos ouvidos ao estímulo. É um teste indolor, com duração de três a cinco minutos, que algumas vezes
tem que ser repetido ou complementado. É realizado por um fonoaudiólogo e se o exame for normal
assegura a mãe que o bebê não apresenta deficiência auditiva ao nascer e não por toda a vida. Não é
fornecido pelo governo em todos os estados brasileiros. Pode ser realizado logo no segundo dia de
nascimento, e de preferência ainda no primeiro mês de vida.
Caso seja confirmado um problema permanente de surdez, não espere. A criança precisa começar
tratamento especializado imediatamente ou, no máximo, até os três meses de vida. A reabilitação
inclui aparelho auditivo, terapia fonoaudiológica e, a depender da decisão familiar, o aprendizado da
língua brasileira de sinais (Libras). Já existe, inclusive, a indicação de cirurgia em alguns casos: o
implante coclear, que já é realizado pelo SUS e tem cobertura obrigatória dos planos de saúde.
TESTE DO OLHINHO
Ele deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida do bebê e se trata de uma luz direcionada ao olho da
criança a uma distância de 20 centímetros, que deve refletir um tom vermelho semelhante ao
observado em fotografias com flash. Caso a cor seja opaca, branca ou amarelada, significa que o
recém-nascido possui alguma patologia e que deve ser tratada.
TESTE DO CORAÇÃOZINHO
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 10 em cada mil nascidos podem
apresentar alguma malformação congênita e, entre esses, dois podem ter cardiopatias graves e
precisar de intervenção médica urgente. Cerca de 30% desses pacientes recebem alta sem diagnóstico.
TESTE DA LINGUINHA
É eficaz, rápido e não dói. Língua presa é uma alteração comum, mas muitas vezes ignorada. Ela está
presente desde o nascimento, e ocorre quando uma pequena porção de tecido, que deveria ter
desaparecido durante o desenvolvimento do bebê na gravidez, permanece na parte de baixo da língua,
limitando seus movimentos. O teste da linguinha é um exame padronizado que possibilita diagnosticar
e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa que
podem comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar. O teste da
linguinha deve ser realizado por um profissional da área da saúde qualificado, como por exemplo, o
fonoaudiólogo. Ele deve elevar a língua do bebê para verificar se a língua está presa, e também observar
o bebê chorando e sugando. O exame não tem contraindicações. Recomenda-se que a avaliação do
frênulo da língua seja inicialmente realizada na maternidade.