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ENFERMAGEM EM SAÚDE DA

MULHER

ANAMNESE E EXAME FÍSICO

Curso Enfermagem
Enf. Esp. Luciana Joaquina
ANAMNESE E  Primeiro contato,
EXAME  Momento de troca simultânea,
FÍSICO  Preparo do profissional: Saber e interpretar as
falas,
 Especialidades consulta da criança e do
adolescente,
1. Queixa Principal
Anamnese na
consulta  A razão que leva a paciente ao consultório deve ser anotada
ginecológica com destaque.
 Deve-se preferencialmente constar as palavras da paciente,
 Queixas e sintomas variados – inespecíficos,
 A tríade sintomática clássica: a dor pélvica, as
 alterações menstruais e as leucorréias,
Leucorréias

TRIADE GINECOLÓGICA
• Diagnóstico diferencial: Vaginose fisiológica x IST

Dor Pélvica

• Diagnóstico diferencial: IST/ Doença inflamatória


pélvica/ Ovulação/ torção tubária/ Gravidez ectópica/
ITU/ endometriose/ ovário policísticos/ teratomas

Alterações Menstruais

• Diagnóstico diferencial: ciclos anovulatórios/ ovários


policísticos/ gravidez/ Amenorréias
2. História da moléstia atual

Anamnese na  É a evolução dos sinais e sintomas relatados pela


consulta paciente em ordem cronológica dos dias
ginecológica ascendentes,
 O tipo de procura por atendimento, profissionais,
medicamentos usados e exames realizados
3. História Pessoal (Ginecológica e Obstétrica)

Anamnese na  Devem-se registrar os principais fatos como tipo de


consulta nascimento e desenvolvimento. Anotar a idade da
telarca, pubarca e menarca.
ginecológica  Caracterizar os ciclos menstruais, da menarca até a
presente data, no que diz respeito ao intervalo entre as
menstruações, quantidade de fluxo menstrual, sintomas
dolorosos e sintomas de tensão pré-menstrual.

EX: cliente teve a primeira menstruação aos 12 anos, menstrua


a cada 28 dias por período de 5 dias temos: 12/ 28/ 5.
3. História Pessoal (Ginecológica e Obstétrica)
Anamnese na
consulta  Nº gestações, partos e abortos – GPA;
ginecológica  Evolução, data do último parto(DUP) tipos de partos e
intercorrências,
 Amamentação,
 Vida sexual, infecções sexualmente transmissíveis,
 Uso de métodos contraceptivos,
4. História Patológica Pregressa

Anamnese na  História de alergia medicamentosa, passado de


consulta intervenções cirúrgicas, traumas, transfusões
ginecológica sangüíneas, uso de medicação hormonal.
 Viroses de infância e imunização ( DT, Influenzae,
Hepatite B, rubéola, HPV)
 O hábito do fumo deve ser questionado, quantificado
e desestimulado.
 Identificação de grupos de risco,

Anamnese na  História Familiar de doença cardiovascular, hipertensão


consulta arterial, osteoporose em parentes de primeiro grau
ginecológica devem ser valorizadas, da mesma forma que diabetes
mellitus e distúrbios do metabolismo lipídico.
 Convívio com portadores de tuberculose (TB)
Hanseníase(HAS),
 Histórias de ocorrência de câncer de mama,
especialmente abaixo dos 40 anos, ou de câncer de
ovário,
 Estabelecer formas de orientações visando a promoção
da saúde
5. História Social

Anamnese na
consulta  Informações sobre as condições sanitárias em que vive
a paciente bem como a que tipo de trabalho ela se
ginecológica dedica são importantes.
 Conhecer a realidade social da cliente ajuda a adequar
o tratamento às suas possibilidades.
 Histórico de trabalho
 Observar a paciente é o primeiro passo do exame,
( VER/ OUVIR / SENTIR)
Exame Físico  Presença de outros profissionais – consentimento da paciente,
em  O ideal é a realização de exame físico o mais completo possível,
Ginecologia  Imprescindível observar o peso, a altura, a pressão arterial, a
coloração das mucosas, a temperatura e o turgor da pele, bem
como a distribuição de pêlos.
 O exame ginecológico constitui-se das seguintes etapas:
exame das mamas, exame do abdome, exame da genitália
externa, exame especular, exame da genitália interna.
1. Exame das Mamas ( ECM)
 Independente do motivo da consulta, o exame das
Exame Físico mamas será realizado em todas as consultas, de
em forma completa, obedecendo a uma sistematização
que permita avaliar todos os parâmetros
Ginecologia importantes.
 Esta sistematização inclui as seguintes etapas:
inspeção (estática e dinâmica), exame dos linfonodos
axilares e supraclaviculares, palpação, expressão.
Exame Físico em Ginecologia

1. Exame das mamas ( ECM)


 Inspeção estática: Neste
momento observa-se os seguintes
parâmetros: volume, forma e
simetria,
 Em crianças e adolescentes aplicar
classificação de Tanner
Alterações do desenvolvimento das mamas:

Exame Físico • Amastia: ausência congênita uni ou bilateral da glândula


mamária.
em
• Atelia: ausência congênita de mamilo.
Ginecologia
• Polimastia: presença de uma ou mais glândulas mamárias
supranumerárias ao longo da linha láctea, que se extende da
região axilar á região inguinal.
• Politelia: presença de mamilos extranumerários, sem glândula
mamária.
Exame Físico em
Ginecologia

Exame das mamas (ECM)

 Inspeção Dinâmica: avaliação da mama


em relação aos movimentos do corpo e
a musculatura acessória.
 É solicitado à paciente que erga os
braços, sucessivamente a 90º e 180
graus,
 Posteriormente, com as mãos diante
do tórax, a paciente executa
movimentos de contração dos
músculos peitorais.
2. Palpação
 A palpação das mamas será realizada, sempre, estando a
Exame Físico paciente em decúbito dorsal,
em  Parênquima, rede venosa, cadeia de linfonodos axilares e
Ginecologia supraclaviculares,
 A maneira correta é pressionar, suavemente, o parên-
quima mamário contra o tórax, fazendo com que a mama
deslize sob os dedos.
 Pode-se utilizar somente a ponta dos dedos ou espalmar
as mãos, tornando, assim, maior a superfície de contato
entre o examinador e a região a ser examinada;
 Toda a mama e seus achados devem ser avaliados e
comparados bilateralmente;
Exame Físico em Ginecologia
O parênquima mamário
normal é homogêneo,
finamente nodular.

 Na segunda fase do ciclo é


comum a impressão de zonas
de parênquima mais
condensado, tornando
necessário novo exame em
período mais adequado
 Achados anormais: sugestivos de cistos e
Exame Físico em tumores
Ginecologia

Tamanho Forma Limites

Consistência Mobilidade
4. Expressão

Exame Físico
 A pesquisa de descarga papilar deve ser feita
em sistematicamente.
Ginecologia  A expressão deve ser suave e, caso positiva, o
produto da descarga papilar deverá ser
encaminhado para exame citológico.
 Quando a palpação evidencia tumor,
principalmente nos casos suspeitos de
malignidade, a expressão pode acarretar
disseminação de células e deve, portanto, ser
evitada.
Exame das
mamas (ECM)
Exame das
mamas (ECM)
 Auto-exame das Mamas
Exame Físico
em  É técnica simples, consistindo de inspeção e
Ginecologia palpação, semelhantes ao exame executado pelo
profissional,
 Deve ser realizado mensalmente, na semana que
se segue à menstruação, ou estipulado um dia
fixo, para as pacientes que não mais menstruam.

 Não é mais uma recomendação do INCA para o


rastreamento do câncer de mama
Auto-exame
das Mamas
Exame das
mamas (ECM)
Exame do
Abdome  O exame do abdome é parte obrigatória de
todo exame clínico e de especial importância
no exame ginecológico.
 A descrição do exame deverá ser
sistematizada de acordo com a região
examinada, a saber:
 Andar superior: epigástrio, hipocôndrio
direito e hipocôndrio esquerdo.
 Andar médio: região umbilical, flanco
direito, flanco esquerdo.
 Andar inferior: região hipogástrica, fossa
ilíaca direita, fossa ilíaca esquerda
 Posição: decúbito dorsal, braços ao longo do corpo.
Exame do  Observamos o estado nutricional da paciente, o depósito
abdome - característico de tecido adiposo, o aspecto da pele e a
Inspeção distribuição de pêlos, a presença de abaulamentos ou
retrações que modifiquem a forma do abdome.
 Rede venosa: portal e cava,
 A hérnia umbilical é achado freqüente em multíparas, bem
como as estrias ou víbices, que têm coloração violácea quando
recentes e tornam-se esbranquiçadas com o passar do tempo.
 A pigmentação da linha alba (linha nigra) é
Exame do característica da gravidez.
abdome -  Na presença de hemoperitônio, vamos
Inspeção encontrar infiltração sangüínea periumbilical,
sinal este conhecido como Sinal de Hoffstaeter-
Culen-Hellendal
Exame do Posição:
abdome – Palpação
decúbito dorsal, relaxada;
 Palpação: dois tempos - superficial e profunda.
 Bexiga vazia

Palpação Palpação
superficial profunda

Mãos Avaliar achados na palpação


espalmadas superficial

Exercer depressão
leve Maior atenção às regiões do
Buscar hipogástrio e as fossas ilíacas
irregularidades
 Os ovários e o útero, em condições normais, não são
Exame do palpáveis pelo abdome.
abdome –  O achado de tumoração no andar inferior do abdome
Palpação é fortemente sugestivo de patologia ginecológica,
 Dores intensas a palpação superficial e profunda –
excluir diagnóstico de gravidez ectópica e doença
inflamatória pélvica,
 Permite a identificação de sons de macicez, timpanismo em
todas as regiões abdominais, tornando possível delimitar
Exame do tumores e caracterizar a presença de líquido livre na cavidade
abdominal (ascite).
abdome –
Percussão  Especialmente no caso de tumor cístico de ovário é
característico o achado de macicez no hipogástrio e tipanismo
intestinal lateral,
 A ausculta completa o exame do abdome.
Exame do
abdome –  Procedimento rotineiro em obstetrícia para
Ausculta identificação dos batimentos cardíacos do feto
é utilizada na ausência de gestação, para
avaliação de movimentos peristálticos,
 Posição ginecológica: decúbito dorsal, nádegas na
borda da mesa, pernas fletidas sobre as coxas e estas
Exame da fletidas sobre o abdome. O apoio pode estar nos pés
Genitália ou na região poplítea
Externa  Outras posições: Posição de Sims, genupeitoral, pé;
 Assegurar privacidade e informação,
 Acompanhante – crianças e adolescêntes,
Exame
 É por onde da Genitália
começamos o – Inspeção estática
exame.
 A primeira avaliação é
quanto à distribuição de
pêlos, que cobrem o monte
de vênus e os grandes
lábios.
 Após os grandes lábios,
avaliar os pequenos
 lábios ou ninfas, clitóris,
membrana himenal, meato
uretral e corpo perineal.
 Aspectos dos pêlos –
estímulo hormonal
Exame
Nas dae adolescentes,
crianças Genitália utilizamos
– Inspeção estática
a classificação de
Tanner para avaliação de pêlos.

2. Crescimento esparso de
1. Pré-adolescente: pêlos longos e levemente
3. Pêlos mais escuros,
ausência de pêlos pigmentados, retos ou
grossos e enrolados
púbicos enrolados, principalmente
nos grandes lábios

4. Pêlos do tipo adulto, mas


a área coberta é menor que
5. Padrão do adulto, em
no adulto, não havendo
espessura e distribuição
propagação para a superfície
medial das coxas
 Classificação himenal
Exame da Genitália – Inspeção
Correlacionar com estática
atividade sexual e ou abuso sexual,
1. Anular ou circunferencial: o mais encontrado é o anel himenal, que
circunda completamente o orifício vaginal.
2. Fimbriada redundante: ondulado, mais encontrado
quando já há estímulo estrogênico.
3. Septado: quando existem dois orifícios separados por
uma ponte de tecido.
4. Cribiforme: quando existem alguns pequenos orifícios.
5. Imperfurado: não existe o orifício himenal. Deve ser
feita correção cirúrgica (himenotomia).

Após o início da vida sexual, vamos observar fragmentos da mucosa himenal, as


chamadas carúnculas himenais
Exame da
 OGenitália – Inspeção estática
meato uretral externo - sua posição em relação à
parede vaginal pode facilitar as infecções urinárias de
repetição, secundárias aos traumatismos do coito.
 Após a menopausa é comum o achado de tumefação
avermelhada, protusa (carúncula uretral).
 Nas crianças, o prolapso da mucosa uretral é causa de
sangramento que se confunde com sangramento
vaginal.
 Avaliar presença de glândulas:
1. Glândulas de Skene ou para-uretrais se localizam de
cada lado da uretra,
2. Glândulas de Batholin ou glândulas vestibulares,
 O corpo perineal é a região anatômica delimitada pela fúrcula
Exame da Genitália – Inspeção estática
vaginal e pelo ânus.
 Constituído pelos músculos que formam o assoalho perineal,
sua integridade pode ficar comprometida pelas roturas
decorrentes do parto.
 Caracterizam-se as roturas como:

1. De primeiro grau, quando há comprometimento da pele


mucosa.
2. De segundo grau, quando há comprometimento da
musculatura, mas o esfíncter anal está íntegro.
3. De terceiro grau, quando há rotura do músculo esfíncter do
ânus.
AVALIAÇÃO
Exame da Genitália – Inspeção DOS GRAUS DE
Dinâmica
 Orientar manobras de tosse; PROLAPSO UTERO
 Prolapso da parede vaginal
anterior é descrito como Primeiro grau: quando o orifício interno do
uretrocele ou cistocele, colo não alcança o intróito vaginal

 Retocele é o prolapso do terço


Segundo grau: quando o orifício interno do
distal da parede vaginal colo alcança o intróito vaginal
posterior,
 Quando o prolapso é dos terço Terceiro grau: quando o ultrapassa
proximais, seu conteúdo são as
alças intestinais e a
denominação correta é
Enterocele,
Exame
Especular

 Existem vários tipos de


espéculos disponíveis no
merca-do, mas o mais
utilizado é o espéculo de
Collins, articulado,
disponível em três
tamanhos, em aço ou
material descartável
 O exame especular tem por objetivos:

Exame
1. Expor o colo do útero, permitindo sua
Especular visualização completa e adequada coleta de
material para exame citológico.
2. Visualizar o conteúdo e a mucosa vaginal (o que
só pode ser feito no momento da retirada do
espéculo)

A coleta de material para o exame preventivo é uma


das etapas do exame especular
VISUALIZAÇÃO DO COLO
Aspecto normal

Aspecto anormal

http://t0.gstatic.com/images http://t0.gstatic.com/images
Descrição da
análise do colo
uterino
Teste de
 Posição, Shiller ?
 Coloração,
 Integridade da mucosa,
 Aspecto do orifício externo do
colo
KOH 10%
1. Puntiforme: nulíparas,
2. Fenda transversa: multíparas,
 Cistos de Naboth,
 Hipertrofias
 A avaliação da integridade
da genitália interna é feita
pelo toque vaginal e Avaliação da genitália interna
depende, diretamente, da
experiência do
examinador,
 Técnica toque uni ou
bimanual: introdução de
um ou dois dedos de uma
das mãos na vagina (a
direita, se for destro) e
mantém a outra mão
espalmada no hipogástrio
da paciente.

VER: https://www.youtube.com/watch?v=4GjrPhulUnE
 Avaliar sensibilidade da uretra e da bexiga.
 O colo do útero, avaliar posição, consistência e
Avaliação da mobilidade.
genitália  Posição do útero quanto à posição (anteversoflexão,
interna retroversoflexão ou posição intermediária), tamanho,
consistência e mobilidade,
 Ovários – palpáveis somente em mulheres magras,
 Avaliação de fundo de saco de Douglas e paredes vaginais
– rigorosa,
 Achados anormais: leucorréias, lesões ( IST) e tumores
encaminhar para consulta ginecológica.
Útero em anteversoflexão posição intermediária

Angulação normal ou
anteversofletido

Útero em retroversofletido
 Ler e resumir no caderno: Druszcz et. al.
Semiologia ginecológica: o atendimento da mulher
Para casa na atenção primária à saúde. Arq Med Hosp Fac
Cienc Med Santa Casa São Paulo 2014;59(3):144-
151.
1. SANTOS Nívea Cristina Moreira. Assistência de Enfermagem
Bibliografia materno-infantil. São Paulo. Iátria, 2004
2. CONCEIÇÃO José Carlos de Jesus. Ginecologia Fundamental.
São Paulo, Atheneu. 2007,
3. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e
Vigilância – (Conprev) Falando sobre câncer de mama. – Rio de
Janeiro: MS/INCA, 2002 66 págs. Ilustrações

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