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Grau Técnico

Técnico em Enfermagem – ENF 29

POLÍTICAS DE SÁUDE: SAÚDE DA MULHER


Gisele de Fátima Stocco Soares
Professora: Elisabeth Tot

Piracicaba, SP

2024
Saúde da mulher

Conceito

Podemos conceituar a saúde da mulher como o conjunto de medidas, ações,


prevenções e atitudes que tem o objetivo de promover o bem-estar físico e mental,
respeitando as características fisiológicas, metabólicas, psicológicas e sociais da
mulher. Apesar das conquistas femininas nas últimas décadas, isso ainda é um
desafio.
Nos dias de hoje, as mulheres estão mais evidentes no mercado de trabalho,
porém, sem deixar de lado os afazeres pessoais, domésticos e no que diz sentido à
maternidade, matrimônio e assim por diante, o tempo para visitar o médico ou adotar
hábitos mais saudáveis vai ficando cada vez menor para elas.
Recentemente, um novo relatório da ONU mostra que, globalmente, a saúde
de mulheres e crianças sofreu com os impactos do conflito, da pandemia de Covid-
19 e das mudanças climáticas. Esses dados foram lançados em 2022 na Cúpula
Mundial da Saúde, em Berlim, mostram que Covid-19, conflito e crises climáticas
pioram as perspectivas da infância e adolescência e nos direitos das mulheres; 10,5
milhões de crianças perderam um pai, mãe ou cuidador para a pandemia.
Em determinadas regiões do mundo, a saúde da mulher varia muito. Uma
mulher na África Subsaariana, por exemplo, tem hoje cerca de 130 vezes mais risco
de morrer durante a gravidez ou parto do que uma grávida na Europa ou na América
do Norte.
Milhões de crianças e suas famílias estão passando por problemas de saúde
física e mental devido aos recentes desastres humanitários no Afeganistão, Etiópia,
Paquistão, Somália, Ucrânia e Iêmen, e como reflexo, milhões de mulheres acabam
não tendo acesso à saúde.
O relatório, dessa cúpula, defende que os países continuem investindo em
serviços de saúde para enfrentar todas as crises e insegurança alimentar e capacitar
mulheres e jovens em todo o mundo.
No Brasil, uma perspectiva integrada entre vigilância e atenção à saúde,
busca atender as mulheres de baixa rende através de programas sociais, com o
objetivo de disseminar informações qualificadas para fortalecer a rede de cuidados,
subsidiar ações para redução dos óbitos por causas evitáveis e promover a
equidade no acesso aos serviços e às tecnologias disponíveis no SUS. Destacando
as questões relacionadas ao perfil sociodemográfico e aos aspectos ligados à
maternidade, morbimortalidade e aos seus fatores de risco nos ciclos de vida das
meninas e mulheres. O Ministério da Saúde, considerando que a saúde da mulher é
uma prioridade para o país, elaborou o documento “Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes”, em parceria com diversos
setores da sociedade, em especial com o movimento de mulheres, o movimento
negro e o de trabalhadoras rurais, sociedades científicas, pesquisadores e
estudiosos da área, organizações não governamentais, gestores do SUS e agências
de cooperação internacional. Nesse sentido, reflete o compromisso com a
implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos
humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e
evitáveis.
Essa política enfoca a integralidade e a promoção da saúde como princípios
norteadores e busca consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e
reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento
familiar, na atenção ao abortamento inseguro e no combate à violência doméstica e
sexual. Agrega, também, a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com
HIV/aids e as portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer
ginecológico. Além disso, amplia as ações para grupos historicamente alijados das
políticas públicas, nas suas especificidades e necessidades.

As doenças mais comuns nas mulheres

Segundo o médico Gilberto Ururahy, 40 anos na atuação em Medicina


Preventiva, esses são as 10 doenças mais comuns nas mulheres:

___________________________________________________________________
¹ médico graduado pela Faculdade de Medicina da UFRJ com a especialidade em Medicina
Preventiva. Desenvolveu a MedRio Check-up, clínica líder em check-ups para executivos no Brasil,
tendo realizado mais de 150.000 check-ups médicos, com duas unidades: Botafogo e Barra da Tijuca.
1 – Doença Arterial Coronariana: A doença arterial coronariana (DAC) é o resultado
da obstrução das artérias coronárias (vasos sanguíneos que irrigam o músculo do
coração). O conjunto de artérias coronárias constitui a circulação coronária.
As artérias coronárias podem ser obstruídas por placas de gordura que vão se
acumulando e depositando no seu interior. Esse processo é chamado de
aterosclerose. No entanto, o fato de a dor não ser desencadeada por esforço físico
ou emoção não descarta que ela seja de origem cardíaca. Alguns fatores são
reconhecidos como sendo de risco para o desenvolvimento do processo
aterosclerótico e, consequentemente, da doença coronariana. Entre eles: Histórico
familiar de doença coronariana em idade jovem, Tabagismo, Sedentarismo,
Obesidade, Diabetes, Hipertensão arterial e Níveis elevados de gorduras no sangue,
particularmente o colesterol.

2 – Câncer de pele: O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos


desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a
cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não
melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. A doença é
provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a
pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem
afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os
carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos
casos da doença por ano. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo
mais agressivo de câncer da pele e registra 8,4 mil casos anualmente.
A radiação ultravioleta (UV) é um carcinógeno humano comprovado. Estima-
se que 90% do envelhecimento da pele seja causado pelo sol.

3 – Infecções Urinárias: A incidência de infecção urinária é de 80% a 90% em


mulheres, é mais prevalente na idade reprodutiva e nas mulheres que estão na
menopausa, devido à queda do estrogênio e de alterações no tipo e quantidade de
micro-organismos que protegem a vagina. Infecção urinária é a presença anormal de
patogênicos (que causam doença) em alguma região do trato urinário. Algumas
pessoas, especialmente mulheres, podem apresentar bactérias no trato urinário e
não desenvolverem infecção urinária, chamadas de bacteriúria assintomática.
As principais causas das infecções urinárias são: a relação sexual e as
bactérias do trato gastrointestinal, que migram por via ascendente da região perineal
até a bexiga. Raramente ocorre pela via hematogênica (circulação sanguínea).
Existem dois tipos principais: a cistite e a pielonefrite. A Cistite é a infecção
que afeta a bexiga, enquanto a pielonefrite afeta o rim. Essa última possui sintomas
mais severos.

4 – Câncer de Mama: O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as


mulheres no Brasil e no mundo. Assim como os outros tipos, ele é o resultante de
uma disfunção celular que faz determinadas células do nosso corpo crescerem e se
multiplicarem desordenadamente, formando um tumor. Segundo o Ministério da
Saúde, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com
aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa
24,5% dos casos novos por câncer em mulheres.

5 – Esteatose Hepática: Dentre as disfunções hepáticas, a esteatose ou fígado


gorduroso, mais popularmente chamado de gordura no fígado, tem maior frequência
em mulheres, em diabéticos, em desnutridos graves, obesos com rápida perda de
peso, cirurgia de bypass gastrointestinal, nutrição parenteral, doença hepática
induzida por drogas entre outras. O aumento de gordura dentro dos hepatócitos,
constante e por tempo prolongado, pode provocar uma inflamação capaz de evoluir
para quadros graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer. Nesses
casos, o fígado não só aumenta de tamanho, como adquire um aspecto amarelado.

6 – Câncer de Colo do Útero: O câncer do colo do útero é resultado de uma infecção


sexualmente adquirida com certos tipos de HPV. Dois tipos de HPV (16 e 18)
causam 70% dos cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas. Também há
evidências científicas que relacionam o HPV com cânceres do ânus, vulva, vagina,
pênis e orofaringe. O primeiro sinal de câncer no colo do útero é o sangramento e
secreção vaginal anormal; Dor abdominal associada com queixas urinárias ou
intestinais; Sangramento menstrual mais prolongado; Sangramento após a relação
sexual e dores durante a relação.
7 – Doenças Respiratórias: O tabagismo é uma das principais causas de doenças
respiratória nas mulheres. Atualmente, as mulheres fumam tanto quanto os homens.
No entanto, apresentam um risco aumentado para desenvolver doenças cardíacas
relacionadas ao tabagismo ou morrer de DPOC. A perda da função pulmonar por
idade é maior em mulheres fumantes do que nos homens. As mulheres parecem ser
mais suscetíveis aos efeitos do tabaco no início e durante a evolução da doença
pulmonar, especialmente na DPOC e no câncer. Além disso, elas tendem a não
revelar o comportamento de fumar e os profissionais de saúde, por sua vez são
menos propensos a perguntar a meninas e mulheres não grávidas sobre tabagismo
e exposição ao fumo passivo.

8 – Câncer de Tireoide: O câncer de tireoide é três vezes mais comum em mulheres


de 22 a 55 anos. Mas todos devem estar atentos aos sintomas, sobretudo aqueles
que fizeram radioterapia na infância, foram expostos à radiação, têm disfunção
tireoidiana e histórico familiar de câncer de tireoide. Os sinais e sintomas de câncer
de tireoide podem incluir caroços ou inchaço no pescoço, rouquidão, tosse
constante, dificuldade para engolir, entre outras manifestações.
O câncer na tireoide é decorrente do crescimento de nódulos malignos, ou
tumores, nessa glândula. Na maioria dos casos, os nódulos que aparecem no
pescoço não são cancerosos, mas é importante que sejam investigados por um
médico.

9 – Diabetes: A prevalência de diabetes é maior em mulheres, pois elas costumam


frequentar mais as unidades de saúde do que os homens. Esse fato se deve à maior
predisposição das mulheres em realizar a prevenção de doenças crônicas d O
estado de normalidade da glicemia em jejum é de 70 mg/dl a 100 mg/ld. Uma
pessoa é classificada como pré-diabética ao medir a sua glicemia em jejum e atingir
entre 100 e 125 mg/dl. Já aqueles que atingem a partir de 126 mg/dl são
considerados diabéticos. A diabetes em mulheres pode desencadear uma série de
infecções, como candidíase e infecção urinária. O diabetes pode causar o aumento
da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias,
nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à
morte.
10 – Câncer Colorretal: O câncer colorretal é uma doença que pode atingir tanto
mulheres quanto homens. Cada ano, mais de 30.000 pessoas de ambos os sexos
são diagnosticadas com câncer colorretal e hoje já é o segundo tipo de câncer mais
frequente nas mulheres. Mito. Este tipo de câncer pode sim ser prevenido. Os
sintomas mais comuns são: Presença de sangue nas fezes, dores abdominais,
dores ao evacuar, diarreia ou prisão de ventre que não passam, sensação de
empachamento, mudanças no apetite, perda de peso inexplicável.

Principais cuidados para a saúde da mulher

Cada mulher tem necessidades específicas quanto à atenção com a saúde e


o bem-estar. No entanto, algumas recomendações gerais são importantes para
melhorar a qualidade de vida e aumentar a segurança. Abaixo, confira quais são os7
cuidados especiais referentes à saúde da mulher.

1. Alimentação saudável
Embora seja uma recomendação universal, a alimentação saudável é parte
fundamental da saúde feminina. Como as mulheres têm maior tendência para
acumular gordura em certas partes do corpo, o cuidado com o cardápio diário faz a
diferença para controlar níveis relevantes — como os números referentes ao
colesterol. Não se trata de fazer dietas restritivas e, sim, de garantir uma nutrição
adequada.

2. Prática de atividades físicas


Também é importante cuidar do seu bem-estar físico. Por isso, praticar
atividades e exercícios é uma excelente medida. Não é preciso viver na academia,
mas a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é praticar 30
minutos diários de atividade moderada, por 5 vezes na semana. Dessa maneira,
você foge do sedentarismo e deixa o corpo mais saudável.

3. Realização exames periodicamente


Fazer um check-up é indispensável para diagnosticar doenças de forma
precoce e receber as orientações corretas. Ao menos uma vez por ano, é preciso
realizar exames importantes, como a mamografia ou o Papanicolau. A frequência
pode ser menor, dependendo da idade, do histórico familiar e de outros fatores de
risco. Converse com o profissional!
4. Visitação ao médico com frequência
As visitas ao médico especializado na saúde da mulher não devem acontecer
apenas para a realização de exames. Se notar qualquer sintoma ou desconforto, é
preciso procurar um especialista para receber o diagnóstico e o tratamento
adequados. Também é importante conversar com especialistas para definir métodos
de contracepção ou tirar dúvidas sobre o próprio corpo, por exemplo.

5. Atenção à saúde mental


A saúde da mulher não é representada apenas pela parte física. Também é
necessário cuidar da saúde mental, especialmente diante de problemas
psicológicos. Quadros como depressão, ansiedade e estresse têm que ser tratados
corretamente para garantir bem-estar no cotidiano.

6. Cuidar da higiene íntima


Dar atenção à sua região íntima é indispensável para evitar infecções
comuns, como a candidíase. É crucial usar apenas produtos recomendados para a
área (e pelo médico), além de evitar uma limpeza agressiva. Também é importante
ter cuidado com alguns hábitos, como não usar roupas muito apertadas, não ficar
com a roupa íntima ou biquíni molhado um longo tempo e não compartilhar certos
objetos pessoais.

7. Prevenir-se contra doenças


Para mulheres com vida sexual ativa, é essencial eleger corretamente
métodos de prevenção de doenças e de contracepção. O uso de preservativo ainda
é o método mais eficaz para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Também é indispensável ter atenção aos relacionamentos e fazer testes frequentes
quanto a essas doenças.

8. Dar importância em conhecer o próprio corpo


Uma parte essencial para cuidar da saúde da mulher é conhecer o próprio
corpo. Dar atenção para si mesma, com um cuidado especial, faz toda a diferença
para ter mais bem-estar e resultados melhores.
Ficar de olho no organismo permite identificar sinais que devem receber a
atenção de um médico — por menores que sejam. Se você controla sua
menstruação e sabe que ela está atrasada de uma forma atípica, pode marcar uma
consulta com o ginecologista para ver se está tudo bem.
Com o autoexame de mama, por exemplo, é possível identificar algum
carocinho ou protuberância entre uma mamografia e outra. Avaliar sintomas
diversos, como dores de cabeça, mudanças de humor ou flutuações no peso, é
igualmente importante. Tudo isso permite que você busque ajuda de forma
antecipada. Se houver alguma doença, o diagnóstico será precoce e as chances de
cura serão maiores.
Inclusive, isso também é positivo do ponto de vista da sexualidade. Explorar
seu corpo é o melhor modo a encontrar satisfação completa e, assim, ter uma vida
sexual totalmente saudável.

As principais mudanças no corpo feminino

A Dra. Ana Paula Avritscher Beck, ginecologista e obstetra do Hospital


Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com uma vasta experiência profissional na
área de saúde da mulher compartilha seus conhecimentos sobre as transformações
que acontecem no organismo da mulher, possibilitando o entendimento:

 Durante a puberdade
Na infância, uma menina tem os hormônios bloqueados, ou seja, eles ainda
não circulam pelo organismo. É na puberdade que isso começa a mudar. Esse
período marca a transição para a fase adulta e é acompanhado por uma série de
eventos.
Em geral, a fase ocorre dos 8 aos 13 anos e inclui diversas mudanças. Nesse
período, há o chamado “estirão” de crescimento, que é uma fase de grande
desenvolvimento para a menina.
Além disso, é nessa fase em que passa a haver a circulação de hormônios
como progesterona, estrógeno, FSH e LH. Essa mudança é muito importante, pois
causa alguns impactos como: aparecimento das mamas; crescimento dos pelos,
inclusive na região púbica; acúmulo de gordura no quadril; regulação do ciclo
menstrual.
Essa fase é marcada pelo crescimento hormonal, até que ocorra a completa
maturidade sexual do corpo.

 Durante a gestação
A gravidez é um dos períodos com mais modificações na saúde da mulher. O
corpo inteiro se modifica para receber a gestação e para o parto. E olha que são
muitas modificações nesse período, sabia?
Nos 3 primeiros meses de gestação, a mulher entra em um estado conhecido
como catabólico. Há um grande acúmulo de energia e até de sangue. O fluido será
usado no parto e isso permite perder um sangue menos “nobre”, o que acelera a
recuperação. No segundo trimestre, o crescimento do bebê está mais avançado e a
barriga também começa a aparecer. Em alguns casos, o peso da barriga pode
causar alguns desconfortos, como a dor nas costas.
Á partir do terceiro trimestre, os seios começam a se preparar para a
amamentação e pode ocorrer uma retenção de líquidos. A pressão exercida pelo
bebê pode causar mais desconfortos e até dificuldade para dormir. Como a relação
entre gestante e remédios é delicada, somente um especialista pode ajudar a aliviar
essas questões. Há, ainda, uma preparação física do quadril para o parto e
começam a acontecer contrações de treino.
O corpo da mulher após o parto também fica diferente. A amamentação vai
consumir muitas calorias e líquidos do corpo, o que ajudará na queima de gordura.
O abdômen começa a voltar ao normal, assim como o útero. Os hormônios entram
em equilíbrio novamente, após o chamado puerpério. A atividade física após o parto
é recomendada pelo médico, de acordo com as condições físicas e de saúde.

 Durante a menopausa
Apesar de a menopausa ser, de fato, a última menstruação, ela também serve
como sinônimo do climatério. Essa é a fase de transição entre a vida fértil e o
encerramento do ciclo de fertilidade do corpo feminino.
Nessa fase, há uma queda abrupta de hormônios, até que o ovário interrompa
definitivamente suas funções. Algumas mulheres fazem a reposição hormonal, mas
quem passou por tratamentos de câncer de mama, geralmente, precisa buscar
alternativas.
Essa fase também é marcada por mudanças como: aumento no acúmulo de
gordura abdominal; ressecamento da pele, inclusive na região vaginal; diminuição da
libido sexual; cabelos e unhas quebradiças; pele ressecada; ondas de calor
(conhecidas como fogachos); insônia; oscilações de humor.
É um período que ocorre, em média, dos 45 aos 55 anos. No entanto, cada
mulher tem características próprias.

 As mulheres e a síndrome do burnout


Quando falamos na saúde da mulher, é essencial entender que o papel
feminino na sociedade tem grande influência nesse cuidado. Com a independência
para o mercado de trabalho, ocorrida junto à criação do anticoncepcional, as
mulheres assumiram novas responsabilidades.
No entanto, ainda existe o que é chamado de jornada dupla. As mulheres
trabalham 3 horas a mais que os homens, por dia, por causa desse cenário. Afinal,
muitas assumem o papel de cuidar da casa e dos filhos, o que se soma às
responsabilidades do trabalho. A mulher começa a passar por um processo
psicológico , uma pressão, uma auto cobrança. É por isso que a relação entre o
público feminino e a Síndrome de Burnout merece atenção.
Esse quadro, também conhecido como síndrome do esgotamento
profissional, é mais comum nas mulheres pelo acúmulo de funções e pelo estresse
associado ao cotidiano. O quadro é marcado por sintomas como: cansaço físico e
emocional, em nível de esgotamento; dores de cabeça e enxaquecas; dificuldades
de concentração; mudanças no apetite (que se torna intenso ou esparso); dores
musculares; mudanças repentinas de humor; pensamentos negativos;
competitividade elevada.
O tratamento pode envolver o uso de medicamentos para alguns sintomas,
além de terapia e mudanças de hábitos no dia a dia. Sem a atenção adequada, é um
quadro que afeta intensa e progressivamente a saúde da mulher.
Já que prevenir é melhor que remediar, é indispensável saber o que fazer
para fugir do burnout. A síndrome pode ser evitada quando você reconhece seus
primeiros sinais e pisa no freio, em busca de mais qualidade de vida e bem-estar;
Dicas para fugir do Burnout:

 Dividir responsabilidades
Mulheres que tentam fazer tudo ao mesmo tempo são as que mais sofrem
com essa síndrome. Em nome da boa saúde, é importante dividir responsabilidades
para aliviar a pressão do cotidiano. Divida as tarefas com todos em casa, por
exemplo, de modo a tornar sua rotina leve.

 Aprender a priorizar e dizer “não”


Dizer “sim” para tudo e se comprometer com mais do que você consegue
fazer é um caminho perigoso, rumo ao burnout. Em vez disso, é melhor saber
priorizar e aprender quando é necessário negar algo. Não assuma uma nova
responsabilidade no trabalho ou em casa somente para agradar as pessoas, se isso
for fazer mal à sua saúde de alguma forma.

 Tirar um tempo para si.


Ainda que a rotina pareça extremamente corrida, é importante não se
negligenciar no processo. Por isso, a mulher não deve abrir mão de ter um tempo
para dedicar, exclusivamente, a si e ao autocuidado. Se não for possível separar
uma hora ou mais, reserve ao menos 15 minutos. Meditar, ouvir a música favorita,
tomar um banho demorado ou realizar qualquer outra atividade com foco apenas em
si.

 Diminuir o nível de estresse


A carga emocional elevada é uma das vilãs em relação ao burnout. Por isso, a
mulher precisa buscar mecanismos para aliviar o estresse — especialmente, se ele
for crônico. Buscar atividades relaxantes, desenvolver novos hobbies, hábitos que
mude sua percepção sobre as situações. Sem o acúmulo e o peso do estresse, é
possível ter uma vida mais saudável e feliz.

 Procurar ajuda especializada


Ao notar os primeiros sintomas dessa síndrome, não deixar o quadro se
agravar. Em vez disso, procurar ajuda para evitar que o problema se desenvolva e
para ter qualidade de vida. Buscar um especialista em saúde da mulher e, se
necessário, receber o encaminhamento adequado.

Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)

Em 2004 foi lançado pelo Governo Federal o PNAISM, A Política Nacional de


Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) com o objetivo de promover a
melhoria das condições de vida e saúde das mulheres contribuindo para a redução
da morbimortalidade; e ampliando, qualificando e humanizando a atenção integral à
saúde da mulher. Essa política veio reformular o programa de assistência integral à
saúde da mulher (PAISM) criado em 1984 pelo ministério da saúde, que incluía:
ações educativas e preventivas, diagnóstico e tratamento, assistência em clínicas
ginecológicas, pré-natal, parto, puerpério, climatério, planejamento familiar DST,
câncer de colo de útero e de mama.
A saúde da mulher vai além de questões ginecológicas e deve contemplar,
além do bem-estar físico, a saúde mental e emocional, incluído o planejamento
familiar, que também faz parte desse rol de cuidados necessários. O funcionamento
do corpo feminino tem peculiaridades quando comparado ao organismo do homem,
o que gera doenças e distúrbios específicos. Essas especificidades são ainda
maiores quando se trata de públicos como mulheres negras, indígenas, privadas de
liberdade ou mesmo aquelas que vivem em zonas rurais.
A saúde ginecológica, é claro, não pode ficar de lado e engloba vários
aspectos do bem-estar feminino. Nesse sentido, entre os fatores que devem ser
observados pelas mulheres estão: alterações do ciclo menstrual, sangramentos
transvaginais anormais, sangramentos após a menopausa, dor pélvica aguda ou
crônica, nódulos mamários, infertilidade, corrimentos vaginais, úlceras genitais,
verrugas vulvares, dor ao urinar, incontinência urinária, dor durante a relação sexual
e alterações na sexualidade.

Campanhas de saúde da mulher no Brasil


A atenção à saúde da mulher é um tema de suma relevância, que todos os
anos ocupa o centro das discussões com a chegada do Outubro Rosa.
Mesmo que o câncer de mama seja o foco deste mês de conscientização,
também é fundamental voltarmos as atenções às demais questões que impactam a
população feminina.
Para obter um parâmetro, quase 70% de todas as pessoas que utilizam o
Sistema Único de Saúde (SUS) são mulheres, segundo a Pesquisa Nacional de
Saúde do IBGE. Isso reforça como o bem-estar, a qualidade de vida e a segurança
delas merecem atenção, sendo fatores prioritários na rotina dos profissionais de
saúde e das próprias pacientes. Para isso governos federal, estaduais e municipais
desenvolvem campanhas educativas para público feminino: Por exemplo, a
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, de patologias como o câncer de
mama e do colo uterino, climatério, aborto, mudanças na adolescência, e assim por
diante.
Inclusive, para grupos antes negligenciados começaram a ser incluídos, como
mulheres negras, indígenas, trabalhadoras rurais, lésbicas, presidiárias, profissionais
do sexo, entre outras.

Referências Bibliográficas

https://www.conexasaude.com.br/blog/a-saude-da-mulher. Acessado em 05
fev.2024.
https://news.un.org. Acessado em 05 fev.2024.
https://www.gov.br/saude. Acessado em 05 fev.2024.
https://vidasaudavel.einstein.br/saude-da-mulher. Acessado em 06 fev.2024
https://vejario.abril.com.br/coluna/gilberto-ururahy/10-doencas-mais-comuns-
mulheres-prevencao. Acessado em 06 fev.2024
https://www.einstein.br/doencas-sintomas. Acessado em 06 fev.2024.
https://femama.org.br. Acessado em 07 fev.2024
www.ministeriodasaude.gov.br. Acessado em 07 fev.2024
https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher. Acessado em 07 fev.2024

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