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Enfermagem em Clínica

Médica
e Cirúrgica

Profª Enfª Karla Diniz Matos


Enfermagem em Clínica
Médica
e Cirúrgica

Profª Enfª Karla Diniz Matos


Unidades de Clínica Médica
• As unidades de Clínica Médica existem
para tratar de pacientes em condições
recuperáveis clinicamente. Também visam
a oferecer medidas de conforto para
minimizar a dor quando a doença já se
encontra em estágio avançado ou
irreversível.
• Doentes que apresentam algum
comprometimento, ainda que mínimo,
das funções vitais precisam de
assistência qualificada, que é prestada
por profissionais treinados para atuar na
prevenção de complicações ou agir com
eficácia em situações de urgência e/ou
emergência
Sistema Nervoso
• O Sistema nervoso é constituído,
principalmente pelo tecido nervoso, e esta
dividido em:
• Sistema Nervoso Central (SNC)
• Sistema Nervoso Periférico (SNP)
• O sistema nervoso regula e controla
diversas funções do organismo. O
conhecimento das estruturas do sistema
nervoso central e periférico é fundamental
para a compreensão dos quadros clínicos
resultantes de processos patológicos e
lesões que podem acometê-lo.
• O Sistema Nervoso realiza três funções
gerais:
• Sensitiva, Motora e Integradrora.
• Este sistema tem como funções reconhecer o
estímulo, sua intensidade, e promover
impulsos através da sinapse.
• Os neurônios são células nervosas
especializadas que desempenham o papel de
condutores dos impulsos nervosos. Portanto
são as unidades básicas que processam as
informações e estímulos no corpo humano.
• Já os neurotransmissores são moléculas ou
substâncias químicas produzidas pelos
neurônios, com a função de biossinalização e
por meio delas, é possível enviar informações
a outras células .
• Os hormônios são substâncias
químicas produzidas no organismo
por glândulas do sistema do sistema
endócrino ou por neurônios
especializados.
• O cérebro é composto de áreas
funcionais muito específicas,
portanto, uma lesão no cérebro ou no
sistema nervoso pode causar dados
irreversíveis.
• O SNC coordena todos os processos
físicos e intelectuais.
• O SNP é responsável pela transmissão
dos estímulos do corpo para o cérebro e
vice-versa; compreende também as fibras
motoras e sensitivas dos nervos espinais
e cranianos, bem como os gânglios
formados por acumulo de corpos
celulares, que permitirão a condução do
impulso nervoso da periferia para o
encéfalo e medula espinal.
• A principal função do SNC é a de
processar a informação que chega até
produzir uma resposta motora apropriada.
Estes estímulos são recebidos e
transmitidos através dos nervos sensitivos
e motores.
Doenças relacionadas ao Sistema
Nervoso
• Acidente Vascular Encefálico (AVE).
• As doenças cerebrovasculares estão entre
as principais causas de morte em todo o
mundo, no Brasil, representam a terceira
causa morte, sendo o AVE a sua principal
manifestação. O Acidente Vascular
Encefálico apresenta uma alta taxa de
mortalidade, e em caso de sobrevivência
pode resultar em incapacidade permanente.
• O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é
uma condição clínica caracterizada pelo
comprometimento súbito da função
cerebral causado por inúmeras alterações
histopatológicas que envolvem um ou
vários vasos sanguíneos intracranianos ou
extracranianos.
• A maioria das ocorrências são causadas
por uma baixo fluxo sanguíneo cerebral
(isquemia) e uma incidência menor por
hemorragias, tanto intraparaquimentosas
como subaracnóideas.
Os principais vasos do sistema
arterial cerebral são:
• Artérias Carótidas direita e esquerda; artérias
vertebrais direita e esquerda.
Temos, ainda, os seguintes vasos:
• Artéria carótida externa (ACE), artéria
carótida interna (ACI), artérias dos sistemas
vértebro basilar, polígono de Willis, artéria
cerebral anterior, artéria recorrente de
heubner, artéria coroidiana anterior, artéria
cerebral média, artéria cerebral posterior e
artéria cerebral superior.
• O acidente vascular encefálico,
popularmente conhecido como “derrame”,
é resultante da insuficiência do suprimento
sanguíneo a uma determinada área do
cérebro. Pode ocorrer devido a um
processo de evolução crônica de
endurecimento da parede da artéria
(arteriosclerose ou ateroclerose).
• O episódio agudo ocorre quando o fluxo
sanguíneo até as células cerebrais é
interrompido por trombose, embolia,
hemorragia ou espasmo.
• A trombose tem relação com a
arteriosclerose, aterosclerose e
hipertensão arterial.
• A embolia cebrebral geralmente é
decorrente de doenças cardíacas,
arritmias, valulopatias (doenças das
válvulas cardíacas).
• A hemorragia cerebral está relacionada à
hipertensão; é um quadro mais grave,
com evolução rápida, alterações súbitas
de consciência, evoluindo para o coma e
levando a morte em alguns casos.
Classificação dos tipos de
acidente vascular:
• Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEI)
É o transtorno clínico causado pela falta de sangue em
uma área do cérebro.
• Sinais Sintomas:
• Fraqueza ou adormecimento (parestesia).
• Em apenas um lado do corpo (hemiplegia).
• Dificuldade para falar (dislalia).
• E/ou entender coisas simples, engolir, andar e
enxergar, tontura, perda da força da musculatura do
rosto, fazendo que a boca fique torta (desvio de rima),
causando dor de cabeça (cefaléia) intensa e perda da
coordenação motora.
• Ataque Isquêmico Transitório (AIT)
• É um evento vascular ou um problema da
vascularização cerebral, e que também é
conhecido como “princípio de AVE”, na
verdade o AIT não é um princípio, mais, sim
um AVE propriamente dito, e que demora ou
dura pouco, retornado ao normal em um
curto período de tempo (de minutos a horas).
Um AIT é resolvido geralmente em questão
de minutos, e apresenta exames de imagem
normais, ou seja sem lesões aparentes
decorrentes dele.
Sinais Sintomas (AIT)
• Os sinais/sintomas são muitos
semelhantes a um AVEI, como:
• Fraqueza de uma lado do corpo
(hemiplegia), perturbações visuais e fala
arrastada, contudo são temporários,
duram alguns minutos ou horas e depois
desaparecem completamente dentro de
24horas.
Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico
(AVEH)
• É aquele que ocorre quando uma vaso se rompe dentro do
cérebro, causando extravasamento de sangue e inchaço
(edema) naquela região em que houve o sangramento.
• Sinais e Sintomas:
• Forma súbita, e é muito freqüente dor de cabeça (cefaléia
súbita) intensa.
• Mal súbito
• Convulsões
• Desvio de rima
• Dislalia
• Disatria (distúrbio da articulação da fala)
• Hemiplegia
• Parestesia
• Sonolência excessiva (torpor)
• Desmaio ou até mesmo o coma
Acidente Vascular Encefálico Isquêmico e Hemorrágico

Ausência de Oxigênio Hemorragia

Ruptura do
Trombo Vaso

Derrame Isquêmico Derrame Hemorrágico


Fatores de Risco
• Hipertensão Arterial;
• Infarto agudo do Miocárdio (IAM);
• Ateroma (como principal fator de risco);
Ateroma (formação composta de gordura, cálcio e células
inflamatórias localizadas na parede das artérias, que pode
estreitar a passagem do sangue
• História Familiar e idade;
• Associados á Hipertensão Arterial;
• Diabetes;
• Obesidade;
• Tabagismo;
• Colesterol Alto (Hipercolesterolemia);
• Cardiopatias;
• Sedentarismo;
• Estresse;
• Alcoolismo;
Manifestações Clínicas
• Déficit Neurológico Súbito;
• Disatrias;
• Diplopia;
• Desequilíbrio;
• Perda de tônus postural e da consciência;
• Parestesia;
• Paresia;
• Hemiplegia;
• Etc;
Diagnóstico
• Os exames realizados para confirmação e
classificação do AVE são: angiografia cerebral,
tomografia computadorizada, ressonância
magnética de crânio, a cintilografia e o Dopller
ultrassônico de carótidas.
• Estes exames tem por finalidade definir o tipo do
AVE, a extensão e a localização da lesão, bem
como favorecer o tratamento, se este será clínico
e/ou cirúrgico.
• A existência de distúrbios motores de um lado do
corpo reflete em lesão do lado oposto do cérebro.
Tratamento
Cuidados de Enfermagem
• Manter a higiene adequada do paciente.
• Realizar mudança de decúbito no leito (2/2h)
e colocar o paciente sentado em poltrona.
• Proteger as proeminências ósseas.
• Fazer a hidratação corporal.
• Manter as roupas de camas secas e sem
cisalhamentos (dobraduras).
• Estimular e anotar aceitação da dieta e a
ingesta hídrica.
• Manter a cabeceira do leito elevada para
evitar broncoaspiração.
• Oferecer suporte emocional, orientando os
acompanhantes não deixarem o paciente
sozinho.
• Prevenir acidentes, pois em decorrência da
recente incapacidade motora é
recomendável que os objetos de uso
pessoal sejam colocados ao alcance do
paciente e do lado não afetado.
• Realizar exercícios ativos e passivos.
• Aplicar estratégias de comunicação.
• Controlar parâmetros Vitais (FC, Oximetro de
pulso e PA).
• É necessário observar, comunicar e
anotar alterações do nível de consciência
(Glasgow), balanço hídrico, observar e
anotar queixas álgicas, realizar mudanças
de decúbito, auxiliar no cuidado e higiene
íntima e alimentação, observar padrão
respiratório, vias aéreas (sialorréia e
êmese), alterações das pupilas , além de
preparar e administrar os medicamentos
corretamente.
Doença ou Mal de Parkinson
• É uma doença degenerativa do sistema
nervoso central, crônica e progressiva,
causada por uma diminuição intensa da
produção do neurotransmissor dopamina
(substância química que ajuda na
transmissão de mensagens entre as células
nervosas). Este neurotransmissor ajuda na
realização de movimentos voluntários do
corpo de forma automática, graças a
presença desta substância no cérebro.
• Na falta desta substância, particularmente
em uma pequena região encefálica chamada
de “substância negra”, o controle motor do
indivíduo é perdido, ocasionando os sinais
sintomas característicos desta doença.
• Com o envelhecimento, todos os indíviduos
saudáveis apresentam morte progressiva das
células nervosas que produzem a dopamina.
• Algumas pessoas entretanto, perdem essas
células e conseqüentemente, diminuem
muito seus níveis de dopamina em um ritmo
muito acelerado, manifestando os sinais
sintomas da doença.
• Não se sabe exatamente por quais
Fatores
motivos ocorre essa de risco
perda progressiva e
exagerada das células nervosas
(processo de degeneração).
• Discuti-se que mais de um fator deve
estar associado desencadeando a
doença, e esses fatores podem ser
genéticos ou ambientais.
• Ela é uma doença com altos índices
hereditários, trata-se casos com início
precoce (abaixo dos 40 anos de idade)
• Destacam-se, também, os fatores
ambientais, como contaminação por
agentes tóxicos, como agrotóxicos e
resíduos químicos, por exemplo.
Manifestações Clínicas
• Este distúrbio neurológico progressivo afeta
principalmente os centros cerebrais pelo
controle e regulação dos movimentos.
• É uma condição clínica que se desenvolve a
partir dos 50 anos de idade, tornando-se o
segundo distúrbio neurológico mais comum
em idosos.
• Tem como característica principal a
bradicinesia (lentidão dos movimentos).
• E ainda pode se manifesta por meio de
tremores em repouso, movimentos
involuntários e contração ou rigidez
muscular.
• Pode se observar também uma
diminuição do fluxo cerebral, o que
acarreta a demência.
• A face também pode ser afetada e torna-
se pouco expressiva, podendo ser
comparada a uma máscara, devido a uma
limitação da musculatura facial.
• A fala apresenta um tom monótono e
lento, com palavras mal articuladas
(disatria); há excesso de saliva, em
decorrência da falta de deglutição
espontânea.
• Há perdas de reflexos posturais; a cabeça
fica inclinada para a frente, e a marcha,
prejudicada. A perda do equilíbrio pode
ocasionar quedas freqüentes.
• Basicamente o quadro clínico é
caracterizado por quatro sinais principais:
• Tremores
• Acinesia ou bradicinesia (lentidão e
diminuição dos movimentos voluntários).
• Rigidez Muscular (enrijecimento dos
músculos, principalmente no nível das
articulações).
• Diminuição da mobilidade e instabilidade
postural ( dificuldades relacionadas ao
equilíbrio, com quedas freqüentes).
Diagnóstico
• Para o diagnóstico não é necessário que todos os
elementos estejam presentes, bastando apenas dois
dos três primeiros citados (tremores, acinesia,
bradicinesia).
• O conjunto dos sinais e sintomas são chamados de
síndrome “Parkinsoniana” ou Parkinsonismo, porém
vale ressaltar que esta síndromes citadas não é
necessariamente a Doença de Parkinson, uma causa
importante do parkinsonismo secundário é o uso de
determinados medicamentos ( como o uso de alguns
medicamentos usados para vertigens, tonturas e
doenças psiquiátricas e alguns medicamentos anti-
hipertensivos). É muito importante identificar esses
casos é que os sintomas são potencialmente
reversíveis com a interrupção dos fatores
desencadeantes (medicamentos).
Tratamento
• O tratamento baseia-se em facilitar a
transmissão da dopamina e inclui drogas
anti-histamínicos (Cetirizina,
Difenidramina etc...), que têm discreto
efeito sedativo e podem auxiliar na
diminuição dos tremores.
• Drogas anticolinérgicas são eficazes para
o controle dos tremores e rigidez, e a
Levodopa é o mais eficaz para o
tratamento da doença de Parkinson.
• Também existem técnicas cirúrgicas para atenuar
alguns dos sintomas da doença de Parkinson
(Para implantar o marca-passo, o paciente é
submetido a uma cirurgia. Eletrodos são
colocados no cérebro e ligados ao marca-passo,
que fica sob a pele na altura da clavícula. Eles
são ligados por um fio, chamado de extensão,
também sob a pele.
• Esse conjunto irá realizar a chamada estimulação
elétrica profunda cerebral, que irá interferir nos
sinais que causam os sintomas motores do Mal de
Parkinson. Com a melhora dos sintomas, o
paciente pode diminuir ou até largar as
medicações e, assim, ficar livre dos efeitos
colaterais, que chegam a incluir delírio e
alucinações.
• Medicamentoso;
• Fisioterapia;
• Fonoaudiologia;
• Suporte Psicológico e Nutricional;

Os objetivos destes tratamentos é diminuir o


prejuízo funcional deste paciente
acometido pelo Parkinson para que ele
tenha uma vidas independente, com
qualidade por muitos anos.
Cuidados de Enfermagem
• Orientar a realização de exercícios para
aumentar a força muscular, melhorar a
coordenação, a destreza e diminuir a rigidez
muscular.
• Incentivar a ingesta hídrica e a dieta à base
de fibras para reduzir os problemas como
constipação, decorrentes da debilidade da
musculatura intestinal.
• Atentar para o risco de aspiração brônquica,
devido a diminuição do reflexo de tosse.
• Realizar o controle de peso semanalmente
para avaliar se alimentação tem sido
suficiente.
• Orientar a pessoa para se alimentar em
posição ereta, sendo a dieta de consistência
semi-sólidas, e os líquidos mais espessos.
• Estimular o autocuidado.
• Manter espaços livres para deambulação.
• Colocar grades na cama e adaptar um
acessório para que o mesmo consiga se
levantar da cama (como amarrando lençóis).
• Encorajar o paciente a participar de
atividades recreativas e sociais, como
medida de combate a Depressão.
Doença ou Mal de Parkinson
• A Doença de Alzheimer (DA), também
conhecida como ‘Mal de Alzheimer’ ou
‘Demência Senil de Alzheimer’, envolve o
declínio progressivo em áreas responsáveis
pela percepção e o conhecimento, refletindo
em prejuízos para a memória, a capacidade
de julgamento, o afeto e a intelectualidade,
motivando a desorganização da
personalidade e a incapacidade de exercer
as atividades diárias (AVD’S).
• É uma enfermidade incurável que se agrava
ao longo do tempo, porém pode e se deve
ser tratada. Prevalece a incidência em
pessoas idosas (mais comumente em
mulheres).
• Não se sabe porque a doença de Alzheimer
ocorre, mais são conhecidas algumas lesões
cerebrais características dessa doença. As
duas principais são: as placas senis
decorrentes do depósito da proteína beta-
amilóide, anormalmente produzida e os
emaranhados neurofibrilares, frutos da
hiperfosforilação da proteína ‘tau’.
• Outra alteração observada é a redução do
número das células nervosas (neurônios)
e das ligações entre elas (sinapses), com
redução progressiva do volume cerebral.
• A Doença de Alzheimer atinge
primeiramente o hipocampo, a estrutura
cerebral responsável pelo processamento
da memória, e com o tempo vai
progredindo para as outras áreas do
cérebro, causando a morte das células,
especificamente os neurônios.
Fatores de Risco
Muitos estudiosos acreditam que, ao longo dos
anos, algumas condições ou doenças podem
contribuir para a DA. Atualmente, os fatores
mais estudados que ocorrem para contribuir
para que ocorram alterações no cérebro que
levam a DA são:
• Idade;
• Genética e hereditariedade;
• Gênero feminino;
• E o traumatismo crânio encefálico;
• Além desses, também são considerados o
estilo de vida e nível educacional;
• A ocorrência de doenças
cardiovasculares, diabetes, depressão e
obesidade.
Manifestações Clínicas
• Perda de Memória (principalmente para
informações recentes, geralmente esquece
onde deixou os objetos);
• Falta de organização (a pessoa passa a
colocar objetos em lugares inadequados, por
exemplo as chaves dentro da geladeira);
• Perda de Habilidade (principalmente para
realizar tarefas que antes vazia com
facilidade, como cozinhar, fazer reparos,
jogar cartas, lidar com dinheiro, fazer
compras e etc.);
• Falta de cuidado com a higiene (a pessoa
passa a descuidar da aparência e da
higiene pessoal);
• Alterações grave de personalidade (a
pessoa passa a ser desconfiada,
agressiva, amedrontada ou apática);
• Apresenta súbitas mudanças de humor;
• Demonstração de comportamento
estranhos (tirar comida da boca e jogar
embaixo da mesa);
• Perda de noção do tempo e lugar (desorientação
quanto ao dia, mês e ano, além de dificuldades
para encontrar o caminho de volta para casa);
• Problemas com linguagem (vocabulário
empobrecido, dificuldades para encontrar
palavras, dificuldade para acompanhar uma
conversa);
• Falta de pensamento abstrato (incapacidade para
resolver problemas, planejar ações, calcular
finanças e seguir instruções);
• Faz julgamentos equivocados e toma decisões
erradas (desconfia que estejam lhe roubando
objetos, que o conjugue trai, veste-se
inadequadamente em relação ao clima e ocasião);
Diagnóstico
• O diagnóstico do mal de Alzheimer pode ser feito
clinicamente ou através de biópsia cerebral (raríssimos
casos). O diagnóstico clínico tem os seguintes critérios:
• Demência atestada pelo exame clínico e por testes
padronizados, como o mini-mental;
• Déficit em duas ou mais áreas cognitivas (memória,
linguagem, raciocínio, concentração, juízo, pensamento,
etc.);
• Déficits cognitivos com piora progressiva;
• Início depois dos 40 anos e antes dos 90 anos de idade;
• Não apresentar outra doença neurológica ou sistêmica
que cause déficits cognitivos.
• Os critérios acima conseguem identificar corretamente a
doença de Alzheimer em até 90% dos casos.
• O diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer é
confirmado através de biópsia do tecido cerebral,
sendo por isso raramente realizado.
• Análises de sangue e exames de imagens (tomografia
computadorizada, ressonância magnética) auxiliam no
despiste de outras causas de demência, mas não são
capazes de estabelecer o diagnóstico de doença de
Alzheimer.
• Em caso de suspeita de Doença de Alzheimer (você
ou um familiar/amigo), um médico (preferencialmente
um geriatra) deverá ser consultado.
• Ele poderá avaliar detalhadamente, através de
anamnese, exame físico e eventuais exames
complementares, se este é realmente seu diagnóstico,
orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a
caso.
Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
• É o teste mais utilizado para avaliar a função cognitiva
por ser rápido (em torno de 10 minutos), de fácil
aplicação, não requerendo material específico. Deve
ser utilizado como instrumento de rastreamento não
substituindo uma avaliação mais detalhada, pois,
apesar de avaliar vários domínios (orientação
espacial, temporal, memória imediata e de evocação,
cálculo, linguagem-nomeação, repetição,
compreensão, escrita e cópia de desenho), não serve
como teste diagnóstico, mas sim pra indicar funções
que precisam ser investigadas. É um dos poucos
testes validados e adaptados para a população
brasileira.
Tratamento
• O tratamento para o Alzheimer é feito para
controlar os sintomas e retardar o
agravamento da degeneração
cerebral provocada pela doença e inclui o
uso de remédios, como Donepezila,
Rivastigmina ou Memantina, por exemplo,
indicados pelo geriatra, neurologista ou
psiquiatra.
• Além do uso de remédios, é importante
fazer terapias que melhoram a
independência e o raciocínio, com terapia
ocupacional, fisioterapia, atividades
físicas, além de dar preferência a uma
alimentação mediterrânea, equilibrada e
rica em vitamina C, E e ômega 3, que têm
ação antioxidante e protetora cerebral.
• A escolha do melhor tratamento e as
opções de medicamentos são indicadas
pelo médico após avaliação e
identificação das necessidades de cada
paciente.
Cuidados de Enfermagem
• As ações de enfermagem estão diretamente
relacionadas ao grau de demência e
dependência que o indivíduo apresenta.
• O profissional deve ficar atento para as
alterações do pensamento, criar mecanismos
que ativem a memória, mantendo uma
conversa simples e agradável e se possível,
proporcionar maneiras de orientá-lo em
relação ao tempo com a utilização de
calendários e relógios.
Esclerose Múltipla
• A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença
neurológica, crônica e autoimune- ou seja, as
células de defesa atacam o sistema nervoso
central, provocando lesões cerebrais e
medulares. O termo esclerose significa
‘cicatriz’. Embora a causa da doença ainda
seja desconhecida, essa patologia tem sido
foco de muitos estudos no mundo todo, o
que tem possibilitado uma constante e
significativa evolução na qualidade de vida
dos pacientes acometidos por tal patologia.
• Geralmente a EM acomete jovens, em
especial mulheres, de 20 a 40 anos.
• Na esclerose múltipla, as células de defesa
atacam a bainha de mielina, uma capa de
gordura que envolve os prolongamentos dos
neurônios e permite uma propagação mais
rápida dos impulsos nervosos que saem e
chegam ao cérebro.
• Como consequência do ataque, a bainha fica
inflamada, os impulsos se dispersam e a
pessoa perde o controle dos movimentos,
tornando-se incapaz de executar ações
simples.
• O corpo, por um motivo qualquer, produz
anticorpos contra a própria mielina, isso
ocasiona a inflamação e a lesão da
mesma.
• É uma doença caracterizada por zonas
isoladas de desmielinização nos nervos do
olho, no cérebro e na medula espinal.
Fatores de risco
• Idade;
• Gênero;
• Fator Genético;
• Localização Geográfica; (é mais comum em
países dos hemisfério norte como Europa,
Canadá, norte do EUA, ou no extremo Sul como
Austrália e Nova Zelândia)
• Doenças autoimunes predispõem à ocorrência,
como diabetes tipo 1, doença da tireóide.
• Baixos níveis de Vitamina D no sangue (dados
clínicos de grandes estudos recentes indicam que
esta alteração pode contribuir nas crises e
desenvolvimento da doença).
Manifestações Clínicas
• Os surtos (desmielinização) ocorrem a partir do surgimento
de um novo sintoma neurológico ou piora significativa de um
sintoma “antigo”, com duração mínima de 24 horas. Para ser
considerado um novo surto é necessário que ocorra um
intervalo mínimo de 30 dias entre eles - caso contrário,
considera-se o sintoma “dentro” do mesmo surto em
andamento.

• O quadro clínico de cada surto é variável e pode associar-se


a mais de um sintoma. Alguns pacientes apresentam piora
dos sintomas na ocorrência de febre ou infecções, frio
extremo, calor, fadiga, exercício físico, desidratação,
variações hormonais e estresse emocional – no geral são
situações transitórias. Atenção especial às infecções, pois
agravam o quadro clínico do paciente desencadeando
sintomas que podem ser considerados “falso ou pseudo-
surto”.
• A primeira forma de esclerose múltipla chamada surto-
remissão ou remitente-recorrente (EMRR) engloba cerca
de 85% dos casos. Ele é caracterizada pela ocorrência
dos surtos e melhora após o tratamento
(ou espontaneamente). Geralmente ocorre nos
primeiros anos da doença com recuperação completa e
sem sequelas. Os surtos duram dias ou semanas. Em
média os surtos se repetem uma vez por ano caso não
inicie o tratamento adequado.

• Em um prazo de 10 anos aproximadamente, metade


desses pacientes evoluirá para a segunda forma da
doença, conhecida como secundariamente progressiva
(EMSP). Nesta etapa os pacientes não se recuperam
mais plenamente dos surtos e acumulam sequelas. Eles
têm, por exemplo, uma perda visual definitiva ou maior
dificuldade para andar, o que pode levar à necessidade
de auxílio para mobilidade ou locomoção, como apoio
de bengala ou cadeira de rodas.
• Nos 10% dos casos restantes ocorre a
chamada forma progressiva primária
(EMPP). Nela há gradativa piora das
funções – sem ter necessariamente
surtos. E 5% dos pacientes apresentam a
quarta forma doa doença, mais rápida e
agressiva, chamada progressiva com
surtos (EMPS). Nesta quarta forma estão
combinados a progressão paralela do
processo desmielinizante e
comprometimento mais precoce dos
axônios.
Diagnóstico
• Para o diagnóstico da esclerose múltipla são utilizados os Critérios
de McDonald de 2017, que considera vários aspectos clínicos e de
imagem, associado a analise do líquor com a pesquisa de
biomarcadores específicos.

• O médico solicitará o exame de coleta de líquor (LCR: líquido


cefalorraquidiano) – líquido extraído por uma punção na coluna
lombar, que em alguns casos ajudará a confirmar o diagnóstico.

• Existem outros testes e exames complementares que podem ser


solicitados para diferenciar as doenças com sintomas semelhantes
ou confirmar o diagnóstico.

• Diagnosticar a doença precocemente faz toda a diferença. Quanto


mais cedo o tratamento é iniciado, maior a chance de modificar a
longo prazo o curso natural da esclerose múltipla – reduzindo o
número de surtos, lesões e seqüelas neurológicas.
Tratamento
• Atualmente há diversos medicamentos que auxiliam
no tratamento dos pacientes, como
imunomoduladores e imunossupressores, incluindo as
novas drogas orais e os anticorpos monoclonais,
medicamentos mais eficazes, e em situações
especiais indica-se o transplante autólogo de células
tronco hematopoiéticas. O objetivo é combater o
surgimento de lesões no sistema nervoso central, a
ocorrência de surtos, o acúmulo de seqüelas e
também a progressão das dificuldades neurológicas.
• No momento do surto, os corticosteróides em altas
doses proporcionam uma recuperação mais rápida ao
paciente, mas , em casos mais graves pode ser usada
a plasmaférese (técnica de filtração do plasma para
retirar anticorpos).
• Além dos tratamentos específicos para evitar o
surgimento de lesões e dos surtos, também
utiliza-se vários medicamentos para alivio de
sintomas como fadiga, descontrole
esfincteriano e da rigidez muscular chamada de
espasticidade. A decisão para o melhor tratamento
a seguir deve ser tomada pelo seu médico em
conjunto com você e a sua família.

• É fundamental o tratamento multidisciplinar!


Associado ao tratamento farmacológico especifico
deve acontecer a reabilitação global, abrangendo
as suas necessidades, como: fisioterapia,
fonoterapia, terapia ocupacional, neuropsicologia
e apoio psicológico.
Cuidados de Enfermagem
• Promover alívio dos sintomas e proporcionar
apoio contínuo;
• Prevenir r tratar a espasticidade muscular por
meio de exercícios musculares diariamente;
• Incentivar o paciente a repousar em decúbito
ventral;
• Estimular o paciente a realizar caminhadas e
fazer exercícios de relaxamento muscular;
• Utilizar apoio para deambular, SN.
• Observar o funcionamento da bexiga e do
intestino prevenindo distúrbios e
incontinência;
• Treinar o paciente para as AVD’s;
• Auxiliar o paciente nos períodos de
exacerbação dos sintomas da doença e o
portador de alterações ópticas e da fala;
Arritmias Cardíacas

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