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NEUROLOGIA

EM
ENFERMAGEM
PROFª ENFª TÁZIA MIRELE
COMPLICAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

✓Acidente Vascular Encefálico (AVE): é caracterizado pelo início


súbito de sinais/sintomas neurológicos persistentes – como
paralisia ou perda de sensibilidade – que são secundários à
destruição do tecido encefálico. Causas frequentes de AVE são
hemorragia intracerebral (sangramento de um vaso da pia-máter
ou do encéfalo), embolia (coágulos de sangue ou gordura) e
aterosclerose das artérias cerebrais (formação de placas ricas
colesterol que obstruem o fluxo sanguíneo).
TIPOS DE AVE
✓Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEH): é o
comprometimento de alguma artéria cerebral quando há o
rompimento de um dos seus vasos, ocorrendo hemorragia em
algum ponto do sistema nervoso.
✓Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEI): ocorre quando
há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio
para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução
pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo
(embolia).
FATORES DE RISCO
Modificáveis:
✓Hipertensão Arterial;
✓Cardiopatia Coronariana;
✓Insuficiência Cardíaca;
✓Aterosclerose;
✓Aneurisma Cerebral;
✓Fibrilação Atrial;
✓Colesterol alto;
✓Obesidade;
✓Diabetes;
✓Fumo;
✓Álcool;
✓Sedentarismo;
✓Hematócrito Elevado;
✓Estresse.
Não modificáveis:
✓Idade;
✓Sexo;
✓História Familiar;
✓Raça, etc.
SINAIS E SINTOMAS
✓Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna,
especialmente em um lado do corpo;
✓Confusão mental;
✓Alteração da fala ou compreensão;
✓Alteração na visão (em um ou ambos os olhos);
✓Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no
andar;
✓Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
TRATAMENTO

✓O tratamento do AVE isquêmico, utilizado em todo o mundo há


vários anos, pode ser feito com medicamento trombolítico
administrado na veia do paciente. A função do medicamento é
dissolver o coágulo sanguíneo que está entupindo a artéria
cerebral e causando a isquemia.
✓O tratamento de um AVE hemorrágico depende da causa do
sangramento (por exemplo, pressão alta, uso de medicamentos
anticoagulantes, traumatismo craniano, malformação dos vasos
sanguíneos).
✓Traumatismo Cranioencefálico (TCE): é definido como qualquer
agressão/trauma que acarreta lesão anatômica ou
comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges
ou encéfalo e, de um modo geral, encontra-se dividido, segundo
sua intensidade, em grave, moderado e leve.
As lesões são classificadas em:
✓Abertas: ocorre ruptura da dura-máter. Em geral são fraturas
depressíveis, ou seja, ocorre afundamento de áreas da caixa
craniana. Esse tipo de fratura requer intervenção cirúrgica.
✓Fechadas: não ocorrem ruptura da dura-máter (em geral não são
fraturas depressivas). Normalmente não necessitam de tratamento
cirúrgico, mas é indispensável à observação atenta do paciente;
SINAIS E SINTOMAS
As manifestações clínicas associadas ao TCE – bem como as
manifestações da lesão local – e sua sintomatologia dependerão da
intensidade e distribuição da lesão. O paciente pode apresentar:
✓Dor persistente ou localizada;
✓Edema local;
✓Extravasamento do líquido cefalorraquidiano;
✓Tontura;
✓Escotomas;
✓Perda da consciência;
✓Pulso fraco;
✓Respiração superficial;
✓Hipotensão e hipotermia;
✓Agitação psicomotora;
✓Convulsões;
✓Hemorragia no canal auditivo, nasal, da faringe, hemorragias
conjuntivas, etc.
DIAGNÓSTICO
✓O diagnóstico pode ser obtido pelo exame físico e exames radiológicos
com Raios-X de crânio e Tomografia Computadorizada (TC). A avaliação
inicial do paciente vítima de TCE inclui a Escala de Coma de Glasgow
(ECG), dados relativos ao acidente e a TC.
✓OBS: É imprescindível a determinação da causa do traumatismo, a
intensidade do impacto, a presença de sintomas neurológicos, convulsões,
e sobretudo, documentar qualquer relato de perda de consciência, tempo
decorrido entre o acidente e o exame, vômitos e crises convulsivas.
✓No atendimento ao paciente com TCE, o mais importante é detectar se o
encéfalo foi lesado ou não, uma vez que a interrupção do fluxo sanguíneo
cerebral por tempo superior a 3 minutos pode resultar em leões
irreversíveis. Cabe ressaltar que a lesão medular também poderá estar
presente e, portanto, deverá ser investigada.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
✓Manter a cabeça e o pescoço alinhados, de preferência com
o colar cervical;
✓Providenciar acesso venoso calibroso;
✓Manter vias aéreas permeáveis;
✓Verificar sinais vitais;
✓Realizar cateterismo vesical;
✓Instituir balanço hídrico;
✓Fazer tricotomia craniana;
✓Realizar cateterismo gástrico;
✓Monitorar a variação da Pressão Intracraniana (PIC);
✓Examinar as pupilas.
✓Estado de coma: caracteriza-se por uma condição que a pessoa
não desperta, seja por estímulos físicos, psicológicos ou por
alguma necessidade fisiológica.
CLASSIFICAÇÃO DO COMA QUANTO À
PROFUNDIDADE

Coma superficial:
✓Reflexo de deglutição presente;
✓O individuo não mantém contato verbal;
✓Comprometimento das respostas motoras;
✓Reage a estímulos dolorosos profundos.
Coma profundo:
✓Reflexo da sucção e tosse ausente;
✓Não reage a estímulos dolorosos profundos;
✓O paciente pode apresentar postura de irreversível ou morte
encefálica (nesta situação outros órgãos apresentam sinal de
falência).
✓Dilatação da pupila;
✓Hipotermia;
✓Ausência de respiração;
✓Ausência de respostas a estímulos.
DIAGNÓSTICO
A Escala de Glasgow é útil para classificar a resposta de um paciente a
estímulos, (se for um caso de coma induzido, ou seja, por sedação,
utiliza-se a Escala de Ramsay).
Os exames com finalidade de detectar atividades cerebrais são:
✓Eletroencefalograma: registrar as atividades elétricas encefálicas,
que se apresentam em forma de onda;
✓Arteriografia cerebral: introdução de contraste em uma artéria para
visualização da circulação intracraniana;
✓Dopller transcraniano: visualizar a circulação na região das
carótidas e encéfalo.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
✓Realizar a higiene corporal;
✓Manter paciente aquecido;
✓Mudança de decúbito;
✓Grades do leito levantadas;
✓Monitorização hemodinâmica;
✓Aspirar secreções;
✓Monitorar os sinais vitais;
✓Manter via venosa permeável;
✓Monitorar fluxo urinário e eliminações intestinais.
✓Hipertensão intracraniana: Na presença de tumor, o aumento do
líquor no interior dos ventrículos (áreas responsáveis por dois terços da
produção de LCE), hematomas subdurais, infecções virais ou
bacterianas, entre outros fatores, são responsáveis pela elevação da
PIC (Pressão Intracraniana). O aumento da PIC ocorre sempre que há
alteração de volume do encéfalo, do sangue ou do LCR. Porém, essa
alteração seria compensada com a redução dos outros elementos, ou
seja, o sangue e o LCR funcionariam como elementos tampão, já que
não é possível a redução da massa encefálica. Contudo, quando essa
capacidade de ajuste é ultrapassada e ocorre aumento do volume
intracraniano, é estabelecida a ocorrência de hipertensão intracraniana.
Vale considerar que a hipertensão intracraniana é a principal causa de
morte nas vítimas de TCE que chegam ao hospital.
SINAIS E SINTOMAS
✓Cefaleias generalizadas, com frequência diária, de intensidade
variável e acompanhadas de náuseas;
✓Vômitos;
✓Obscurecimento transitório da visão;
✓Diplopia (visão dupla);
✓Zumbido intracraniano pulsátil;
✓Papiledema bilateral;
✓Sonolência e/ou irritabilidade.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
✓A manipulação desse paciente deve ser cuidadosa, para evitar
desnivelamento da cabeça e retirada acidental do cateter, esse
procedimento deve ser feito preferencialmente por três pessoas,
ficando uma delas responsável pela posição da cabeça e fixação
do cateter.
✓Atenção especial deve ser dada a pacientes com tubos ou cânulas
traqueais, nesses casos, deve-se evitar fixações que comprimam
as veias jugulares, pois a compressão dessas veias resultam num
aumento da PIC. No caso do tubo orotraqueal o dispositivo de
fixação pode ser passado acima das orelhas.
✓Inspecionar a área do cateter ventricular;
✓Aplicação da escala de Glasgow;
✓Decúbito elevado à cabeceira do paciente a 30º e cabeça em
posição neutra;
✓Manter vias aéreas pérvias;
✓Monitorar sinais vitais;
✓Manutenção de grades elevadas;
✓Prevenção de lesões por pressão;
✓Suporte nutricional adequado;
✓Controlar o equilíbrio hídrico;
✓Evitar o aumento da pressão intratorácica ou abdominal (tosse,
esforços, evacuações).
✓Epilepsia: As epilepsias são um complexo de sintomas de vários
distúrbios da função cerebral caracterizados por episódios curtos de
inconsciência, que podem ou não estar associados a convulsões,
fenômenos sensitivos, comportamento irregular ou à combinação dos
três. Acredita-se que o problema básico seja causado por um distúrbio
elétrico nas células nervosas em uma parte do cérebro, o que faz com
que elas produzam descargas elétricas anormais, recorrentes e
descontroladas.
As crises caracterizam por:
✓Abalos tônicos: contração hipertônica muscular permanente,
imobilizando as articulações.
✓Clônicos: alternância de contração e relaxamento musculares em
sucessão rápida, determinando deslocamento de diferentes partes
do corpo.
✓Tônico-clônicos: mistos.
Na maioria dos casos a causa de epilepsia é desconhecida, mas as
crises podem ser desencadeadas por:
✓Hiperpirexia;
✓Infecção do SNC;
✓Distúrbios metabólicos;
✓Intoxicações;
✓Hipóxia cerebral;
✓Massas intracranianas;
✓TCE.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas variam de acordo com a área cerebral
envolvida. Elas foram classificadas em:
✓Convulsões Parciais Simples: pode ocorrer apenas contração de
um dedo ou da boca, fala incompreensível, tontura, alteração dos
órgãos dos sentidos, o paciente permanece consciente.
✓Convulsões Parciais Complexas: geralmente ocorre perda da
consciência acompanhada de contrações parciais.
✓Convulsões Generalizadas: ocorre contração tônico-clônica
generalizada, mordedura da língua, incontinência urinária e fecal.
Cessados os movimentos convulsivos, ocorrem relaxamento e
estado de sonolência.
DIAGNÓSTICO

Histórico de crises relatadas pelo paciente ou familiar, realização de


exame eletroencefalográfico com a finalidade de observar a
atividade elétrica do cérebro. Utilização de equipamento computador
telemetria (fixam-se os eletrodos no couro cabeludo do paciente e
os sinais do EEG serão captados e gravados em uma fita do
aparelho). Esse exame ajuda a identificar os padrões das crises
antes e depois de ocorrerem.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
✓Evitar que o paciente se machuque;
✓Observar e anotar a progressão dos sintomas durante a crise;
✓Assegurar uma via aérea adequada: não tentar abrir a boca nem
introduzir uma proteção nela quando as mandíbulas estiverem
trancadas em espasmos, virar a cabeça para o lado para facilitar a
drenagem de muco e saliva.
✓Afrouxar as roupas apertadas;
✓Proteger o paciente dos espectadores curiosos, proporcionando-lhe
privacidade;
✓Reorientar o paciente m seu ambiente quando ele voltar à
consciência;
✓Administrar medicamentos anticonvulsivantes: diazepan, fenitoína,
fenobarbital, tiopental, ácido valpróico, carbamazepina; etc.
✓Orientar o paciente sobre os efeitos tóxicos da medicação
anticonvulsivante.
✓Alzheimer: é uma doença de causa desconhecida que provoca um
declínio progressivo em áreas responsáveis pela percepção e
conhecimento, causada pela interrupção da transmissão das
mensagens, entre as células nervosas, acarretando problemas na
memória. É caracterizada pela perda de neurônios e sinapses no
córtex cerebral e em determinadas áreas subcorticais. Esta perda
provoca a atrofia das áreas afetadas, incluindo degeneração no lobo
temporal, no lobo parietal e em partes do lobo frontal. A degeneração
ocorre também nos núcleos do tronco cerebral. A Doença de
Alzheimer é a causa mais comum de demência no idoso. Em geral,
torna-se clinicamente evidente como um comprometimento insidioso
da função intelectual superior, com alterações do humor e
comportamento. Mais tarde, desorientação progressiva, perda da
memória, e afasia indicam disfunção cortical acentuada.
SINTOMATOLOGIA
A evolução da doença de Alzheimer é lenta mais inexorável, com um
período sintomático que se estende por mais de 10 anos. Cabe
mencionar que, além da perda de memória, poderá haver a
dificuldade de completar as atividades domésticas, confusão de
tempo e espaço, alterações na fala durante a conversação,
diminuição da capacidade de julgamento e tomada de decisão,
mudanças de humor e personalidade, bem como alterações na
realização rotineira de atividades diárias relacionadas ao
autocuidado, lazer e trabalho.
Estágio inicial de Alzheimer:
✓Estado de distração ou falta de atenção;
✓Esquecer-se de compromissos;
✓Pequenas alterações notadas por familiares próximos;
✓Alguma confusão em ambientes que não sejam familiares.
Estágio intermédio de Alzheimer:
✓Dificuldade acrescida em recordar informações recentes;
✓Confusão crescente num número maior de situações;
✓Problemas na fala;
✓Iniciar repetidamente a mesma conversa.
Estágio avançado de Alzheimer:
✓Maior agressividade ou passividade;
✓Alguma perda de autoconsciência;
✓Déficit cognitivo debilitante;
✓Personalidade abusiva, ansiosa ou paranoica.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Considerando-se que o diagnóstico de Alzheimer é de presunção
clínica, a percepção da família e de outros profissionais da área da
saúde são fundamentais para que o médico possa estabelecer o
diagnóstico. Uma história clínica adequada, a confirmação por parte
dos familiares e a avaliação do estado mental pode conferir até 90% de
precisão para o diagnóstico. O exame macroscópico do cérebro mostra
grau variável de atrofia cortical com alargamento dos sucos cerebrais
mais pronunciados nos lobos frontais, temporais e parietais. Apesar de
não curar ou reverter à doença, determinados medicamentos auxiliam
no bem-estar, minimizando problemas, como agitações, insônia e
depressão.
Os medicamentos mais frequentemente prescritos pelos
profissionais médicos são: Donepezil, Rivastigmina, Galantamina, os
quais são bem tolerados nas fases inicial e intermediária. Outro
fármaco aliado ao controle da Doença de Alzheimer é a Memantina,
que é utilizada nas fases intermediária e final, e auxilia a manter as
funções de comunicação e atividade de vida diária.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
✓Cuidar da segurança;
✓Orientá-lo em relação ao tempo e espaço;
✓Manter conversa simples e agradável;
✓Proporcionar atividades de estímulo cerebral (pintura, música,
jogos, etc);
✓Proporcionar atividade física;
✓Realizar mobilização no leito;
✓Oferecer atenção aos familiares;
✓Parkinson: é uma doença neurológica progressiva crônica que
afeta os centros cerebrais responsáveis pelo controle e regulação
do movimento. Acredita-se que a deficiência de dopamina, em
consequência de alterações degenerativas na substância negra do
cérebro, seja responsável pelos sintomas da doença. É uma
doença de caráter degenerativa. A etiologia subjacente pode estar
relacionada com um vírus; a uma suscetibilidade genética;
toxicidade de pesticidas, herbicidas, metilfeniltetraidropiridina ou
vapores de solda; traumatismo cranioencefálico repetido; ou outra
causa desconhecida. É mais frequente em indivíduos idosos
(acima de 50 anos).
SINTOMATOLOGIA
✓Bradicinesia: (lentidão do movimento), perda do movimento
espontâneo e retardo na iniciação dos movimentos;
✓Tremor em repouso: o tremor pode ser mais grave em um lado
do corpo, afetando os membros, e algumas vezes envolvendo a
cabeça, o pescoço, o rosto e a mandíbula;
✓Rigidez: no desempenho de todos os movimentos. Pode levar a
sensação de dor, especialmente nos braços e nos ombros;
✓Equilíbrio precário: quando o individuo movimenta-se
abruptamente ou muda subitamente a posição do corpo, podendo
resultar em quedas;
✓Distúrbios autônomos: insônia, salivação, sudorese, hipotensão
ortostática, tonturas;
✓Depressão e demência;
✓Face semelhante a uma máscara: em consequência da rigidez;
✓Dificuldade de marcha: caracterizada por diminuição ou
ausência do balanço dos braços; marcha arrastada (festinação),
dificuldade em fazer mudanças de direção, e congelamento súbito
das passadas (incapacidade de dar o próximo passo);
✓Micrografia: alteração na escrita, em que as letras tornam-se
menores;
✓Problemas com a fala, respiração, deglutição e função sexual.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico clínico da Doença de Parkinson pode ser difícil, visto
que os pacientes idosos podem ter outras causas de rigidez,
bradicinesia e tremores. Podem-se efetuar exames por imagem para
excluir outros distúrbios. Durante o exame físico devemos observar
a rigidez do cotovelo no momento da extensão após a flexão.
O tratamento apresenta como objetivo manter o paciente
funcionalmente útil e produtivo por mais tempo, o baseando-se em:
✓Tratamento medicamentoso, como a utilização da Levodopa,
precursor da Dopamina, em doses graduais, até o surgimento dos
efeitos colaterais (náusea, vômito, anorexia, mudança de PA, entre
outros), com a finalidade de controlar os sintomas de Parkinson.
✓Educação do paciente e da família, para que conheçam a
natureza da doença e a convivência com ela;
✓Tratamento cirúrgico através da palidotomia medial (o eletrodo
destrói células do globo pálido). Os eletrodos são implantados no
tálamo ou no globo pálido e conectado a um dispositivo
semelhante ao marca-passo, que o paciente pode ligar e desligar
de acordo com os sintomas.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
✓Orientar quanto aos distúrbios sobre a fala;
✓ Orientar treinamento em frente ao espelho;
✓Aumentar a ingestão de líquidos e de alimentos ricos em fibras;
✓Recomendar dieta com baixa quantidade de proteína durante o
dia e mais alta no jantar;
✓Reabilitação;
✓Educação do paciente e da família;
✓Banhos mornos e massagem para relaxar os músculos.
✓Miastenia Gravis (MG): É um distúrbio autoimune crônico, que
afeta a transmissão neuromuscular de impulsos nos músculos
voluntários do corpo. Caracteriza-se por fraqueza flutuante,
aumentada pelo esforço. A apresentação e a evolução variam
devido a um ataque mediado por anticorpos contra os receptores
de acetilcolina na junção neuromuscular. A perda dos receptores
de acetilcolina leva a um defeito de transmissão neuromuscular.
SINTOMATOLOGIA
O quadro clínico clássico da MG caracteriza-se por uma fraqueza
muscular inconstante e diária, sendo mais leve durante o dia e mais
intensa à noite. Outras características clínicas incluem:
✓Disartria, disfagia e fadiga;
✓Dificuldades com a fala e com a deglutição aparecem como
sintomas iniciais em mais de 27% dos casos;
✓A fraqueza dos músculos faciais prova uma expressão facial
semelhante à máscara. O paciente pode ter uma aparência de
rosnar quando tenta sorrir;
✓A crise miastênica iminente pode ser desencadeada por infecções
respiratória, aspiração, estresse físico/emocional.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico da MG é feito por eletroneuromiografia (ENM). Com o


tratamento, a maioria dos pacientes pode levar uma vida bastante
normal. Os agentes anticolinesterásicos orais, como a neostigmina
(Prostigmin) e a piridostigmina (Mestinon, Regonol), constituem o
tratamento de primeira linha para MG.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
✓Minimizar a fadiga: planejar exercícios, refeições e outras
atividades diárias durante os momentos de pico de energia.
Programar a hora de administração dos medicamentos 30 min
antes das refeições para facilitar a mastigação e a deglutição;
proporcionar períodos de repouso durante todo o dia;
✓Aspiração: avaliar a força motora oral do paciente antes de cada
refeição; ensinar o paciente a posicionar a cabeça ligeiramente
flexionada para proteger as vias respiratórias durante a
alimentação; ter material de aspiração e aspirar frequentemente se
estiver em ventilação mecânica.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
É uma doença neurológica crônica e frequentemente progressiva do
SNC, de etiologia desconhecida e trajetória incorreta. Caracteriza-se
pela ocorrência de pequenas placas de desmielinização da substância
branca do nervo óptico, do cérebro e da medula espinal. A
desmielinização refere-se à destruição da mielina, o material gorduroso
e proteico que recobre certasfibras nervosas no cérebro e na medula
espinal. A desmielinização resulta em transmissão desordenada dos
impulsos nervosos. A causa não é conhecida, mas possivelmente está
relacionada com disfunção autoimune, suscetibilidade genética ou
processo infeccioso.
SINTOMATOLOGIA
Podem ocorrer lesões em qualquer parte da substância branca do SNC. Os
sintomas refletem a localização da área de desmielinização. Os sintomas
da esclerose múltipla são frequentemente imprevisíveis, variando de
pessoa e de tempos em tempos na mesma pessoa.
✓Fadiga, fraqueza;
✓Reflexos anormais – ausentes ou exagerados;
✓Distúrbios visuais – diplopia;
✓Disfunção motora – fraqueza, tremores, falta de coordenação;
✓Distúrbios sensoriais – parestesias, comprometimento de sensibilidade
profunda;
✓Comprometimento da fala – arrastada, lenta - (disartria);
✓Disfunção urinária – hesitação, frequência, retenção,
incontinência, infecções no trato urinário superior;
✓Síndromes neurocomportamentais – depressão,
comprometimento cognitivo;
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Os exames seriado de RM cerebral demonstram ser úteis para o


diagnóstico e o monitoramento de pacientes com esclerose múltipla
– revelam a existência de pequenas placas espalhadas por toda a
substância branca do SNC. O tratamento é dinâmico e está
evoluindo rapidamente, cobrindo duas áreas principais: o tratamento
direto da EM e o tratamento dos efeitos ou sintomas em decorrência
da doença. O tratamento visa aliviar os sintomas e ajudar as
funções do paciente.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
✓Promover a função motora através da realização de exercícios de
alongamento e fortalecimento, aplicação de compressas de gelo
antes de alongar para reduzir a espasticidade; incentivar a
deambulação;
✓Ajudar o paciente e a família a compreender que a fadiga é uma
parte integrante da EM; evitar o excesso de esforço e
aquecimento;
✓Ajudar o paciente a desenvolver um estilo de vida saudável, com
dieta balanceada, repouso, exercício, e relaxamento;
✓Assegurar um aporte adequado de líquido para ajudar a prevenir a
infecção e a formação de cálculos renais;
✓Estimular a ingestão de líquido a cada 2 horas e seguir um
esquema de micção, a cada 1 a 2 horas, aumentando esse tempo,
quando tolerado; e restringir o volume de líquido e os alimentos
salgados 1 a 2 horas antes de deitar.

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