PACIENTE

CLÍNICO
DOENÇAS
NEUROLÓGICAS
 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

Talvez você conheça esta doença pelo nome de
derrame ou AVE (Acidente Vascular Encefálico) pois
os termos são sinônimos. Derrame é utilizado
popularmente e AVE foi um novo termo
recomendado, pois “encefálico” engloba todas as
estruturas (cérebro e tronco encefálico) onde o
agravo pode ocorrer.
O AVC acontece quando há
obstrução ou o rompimento dos
vasos que levam sangue ao cérebro
provocando a morte da área
cerebral que ficou sem circulação
sanguínea adequada (BRASIL, 2013).
 Existem dois tipos de AVC: o Isquêmico e o Hemorrágico. A
definição do tipo de AVC, a extensão e localização da área afetada
é feito por meio de exames de imagem como a tomografia
computadorizada

AVC Isquêmico AVC hemorrágico

É a ruptura de um vaso, com

Há obstrução de um vaso
consequente hemorragia. Pode
sanguíneo impedindo a
acontecer dentro do tecido
passagem de oxigênio para
cerebral ou no espaço entre o
células cerebrais, que acabam
cérebro e a meninge.
morrendo.

Representa 85% de todos os

casos
15% de todos os casos de AVC
A obstrução pode acontecer
devido a um trombo mais letal que o isquêmico
(trombose) ou a um êmbolo
(embolia).
 Os sintomas podem ser variados com alteração da sensibilidade e formigamento de um
lado do corpo, perda súbita de visão (uni ou bilateral), confusão mental, cefaléia intensa de
início súbito, vertigem e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos. Os sintomas
dependem da região no encéfalo em que a lesão ocorre, porém três sinais são bem
específicos e ajudam no reconhecimento de um quadro de AVC (BRASIL, 2020).

Alteração da fala,
Diminuição ou incluindo Paralisia em um
perda súbita da dificuldade para lado do rosto
força de um lado articular, expressar (hemiparesia
do corpo ou para facial)
(hemiparesia
compreender a
linguagem
Figura: Prevenção do AVC. Fonte: Fisaep.
Além de estar entre as principais causas de morte no mundo, o AVC é uma das
patologias mais incapacitantes para a realização das atividades diárias, deixando
muitas vezes o paciente restrito ao leito (acamado). Quanto mais precocemente se
iniciar a intervenção. (até 180 minutos) menor será o dano e consequentes
sequelas ao indivíduo.

FATORES DE RISCO PARA AVC

Idade (idosos)
Sexo (masculino)
No quadro ao lado estão Não Modificáveis Raça (negros)
listados alguns fatores que Genética

aumentam o risco de um Atividade física

Cessação do tabagismo
indivíduo ter um AVC. Controle da hipertensão,
Modificáveis diabetes, dislipidemia
(alteração do colesterol e
triglicerídeos) e doenças
cardíacas
Quadro: Fatores de risco para AVC.
Fonte: (BRASIL, 2020).

Os cuidados de enfermagem para um
paciente após AVC são essenciais na
reabilitação e recuperação máxima das
funções anteriores. A enfermagem deve
prestar cuidados com a higiene (banho,
higiene oral, tricotomia) e eliminações se por
fraldas ou cateteres.
Realizar a mobilidade no leito para evitar
lesões por pressão e estimular a
deambulação precoce se indicado. O técnico
deve fornecer a dieta conforme prescrição
(via oral ou via sonda nasogástrica)
observando as condições de deglutição.
Registrar tudo em prontuário e ainda
orientar e apoiar os familiares nos cuidados
pós alta. O suporte emocional e construção
de vínculos auxiliam o paciente na superação
do medo das sequelas do AVC e recuperação
de sua autonomia (NUNES et. al.,2017).
 EPILEPSIA

É um conjunto de desordens neurológicas a nível

de funcionamento elétrico do cérebro, caracterizadas
por crises epiléticas ou episódios de convulsões
recorrentes em intervalos variáveis de tempo. Pode ser
causado por tumores, AVC, traumatismo craniano,
doenças infecciosas (meningite) e, até mesmo, pelo uso
abusivo de drogas.

Lembre-se que as convulsões se caracterizam pela

perda de consciência, contratura involuntária da
musculatura, que provoca movimentos desordenados Figura: Crise Convulsiva.
Fonte: Medicinanet (2011
(tônico-clônicos), sialorreia (salivação intensa) e perda
do controle dos esfíncteres. Mas as crises epiléticas
podem ser também um período de ausência ou de
movimentos repetitivos involuntários.
 Em geral, a pessoa não se
recorda do que aconteceu quando a
crise termina. O tratamento é
realizado com medicamentos que
evitam as descargas elétricas
anormais que originam a crise,
chamados anticonvulsivantes
(BRASIL, 2020).
CUIDADOS COM A PESSOA DURANTE
UMA CRISE CONVULSIVA
Afaste-a dos objetos ou móveis
que ela possa se machucar. Nunca segure a pessoa (deixe-a
Caso houver vômitos ou excesso debater-se)
de salivação lateralize a pessoa Não introduza objetos como
para que não ocorra engasgo ou panos ou tente segurar a língua
aspiração do conteúdo (vá para os para a pessoa não engolir, isso
pulmões). não vai acontecer.
Assim que recobrada a Não de tapas ou jogue água para
consciência deixe-a descansar e pessoa 'voltar'
chame um serviço de urgência.
 HEMORRAGIAS INTRACRANIANAS

A hemorragia intracraniana ocorre devido a um Anterior

rompimento de um vaso sanguíneo no interior do
crânio (encéfalo). O sangue deste vaso acumula-se e Epidural Subdural
pode comprimir tecidos cerebrais próximos, hematoma hematoma
causando grandes hemorragias que aumentam a
pressão intracraniana. Quanto a classificação, as
hemorragias intracranianas podem ser:

∙ Intracerebrais- interior do cérebro

∙ Subdurais- entre o cérebro e espaço subaracnóideo

Intracerebral
∙ Epidurias- crânio e revestimento do cérebro hematoma
Figura: Hemorragias intracranianas.

Fonte: ZORZI, 2020/

 Geralmente com início súbito, os
O diagnóstico é feito por exame de
sintomas incluem cefaleia, alteração da
imagem que pode ser uma tomografia
consciência, náuseas e vômitos e pode
computadorizada ou ressonância magnética.
ocorrer a presença de crises epiléticas.
O tratamento busca que o cérebro se
A causa principal envolve a hipertensão
recupere e minimize o risco de complicações
arterial associada a outros fatores de risco
e é feito pelo controle da pressão arterial, em
como tabagismo, obesidade e uma dieta
casos de trauma (repouso e sedação) e se
inadequada que enfraquecem os vasos.
houver aumento da pressão intracraniana
Aneurismas, malformação arteriovenosa,
pode ser necessário intervenção cirúrgica.
tumor cerebral, AVE hemorrágico e trauma
podem aparecer com menos frequência
(MSD MANUALS, 2017).
 TUMORES CEREBRAIS
Os tumores cerebrais surgem em
diferentes áreas do cérebro, provocam
sintomas distintos dependendo do local
atingido, e mesmo tumores benignos podem
causar sérios danos.
Com o aumento do tumor, há a elevação
da pressão no interior do crânio, causando dor
de cabeça, náuseas e vômitos. As demais
alterações estão relacionadas com a
localização do tumor e envolvem
comprometimento das funções motoras,
problemas de equilíbrio, alterações de
personalidade, déficits de memória,
desorientação e visão embaçada (SÍRIO
LIBANÊS, 2020).
O diagnóstico necessita de exames de
imagem como ressonância magnética e a
tomografia computadorizada para
determinar a localização e extensão do
tumor. Os tumores cerebrais podem ser
tratados com cirurgia, radioterapia,
quimioterapia e terapia alvo, em geral de
forma combinada. Como a maior parte dos
tumores cerebrais não pode ser removido, o
tratamento procura preservar as funções
normais do cérebro e prolongar a qualidade
de vida do paciente.
 ANEURISMA

O aneurisma é uma dilatação anormal de uma artéria e pode

ocorrer em qualquer parte do corpo (cérebro, coração, rim ou
abdômen). Esta alteração no vaso pode passar despercebida
durante toda a vida, porém se houver rompimento causa graves
hemorragias.

Além da predisposição individual (genética), o aneurisma

surge pelo enfraquecimento da parede da artéria (arteriosclerose).
A hipertensão não controlada e o tabagismo aumentam o risco de
Figura: Aneurisma.
rompimento. Fonte: OPAS, 2020
 A maioria dos aneurismas são
assintomáticos ou podem provocar sintomas que
variam conforme a área do cérebro afetada. Os
sintomas mais comuns são dor de cabeça súbita,
náuseas, vômitos e perda da consciência. Os
rompimentos geram sangramentos abundantes,
que podem ser fatais (BRASIL, 2018).
O tratamento mais adequado deve ser
discutido individualmente entre o médico e o
paciente, avaliando os riscos de intervenção
ou de se conviver com o aneurisma. Pode-se
evitar esforços reduzindo os riscos de
rompimento ou realizar procedimentos como
terapia endovascular (reparo do vaso sem
abertura do crânio) ou cirurgia aberta
(craniotomia).
 Referências:
BRASIL. Biblioteca Virtual em Saúde. Aneurisma, 2018. Disponível em:

https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2795-aneurisma#:~:text=Aneurisma%20%C3%A9%20a%20dilata%C3%A7%C
3%A3o%20anormal,do%20rim%20ou%20do%20abd%C3%B4men. Acesso em 29 de junho de 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com
acidente vascular cerebral. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 72p. : Il

BRASIL. Saúde de A a Z. Acidente Vascular cerebral, 2020. Disponível em:

http://saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral-avc. Acesso em 28 de junho de 2020.

BRASIL. Saúde de A a Z. Epilepsia, 2020b. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2046-epilepsia.

Acesso em 30 de junho de 2020.

OPAS, 2020. Disponível em: https://opas.org.br/aneurisma-cerebral-3/. Acesso em 15 de julho de 2020.

FISAEP. Imagens do AVC. Disponível em: https://fisaep.com.br/noticias/dia-mundial-de-prevencao-ao-avc/. Acesso em

01 de julho de 2020.

Hospital Sírio Libanês. Tumor cerebral. Disponível em:

https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/hospital/especialidades/centrooncologia/cerebral/Paginas/diagnosticos.aspx.
Acesso em 30 de junho de 2020.

Medicinanet. Imagem Crise convulsiva, 2011. Disponível em:

http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/4006/crise_convulsiva_febril.htm. Acesso em 01 de julho de 2020.
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